Avances de investigación: CEREBRO, LINGUAGEM E EDUCAÇÃO
Transtorno da memória
1. TRANSTORNO DA MEMÓRIA
Vamos detalhar as possíveis relações entre o transtorno da
memória e os da aprendizagem.
O que é memória? Não existe uma única memória senão um
conjunto de memórias. Existem memórias simples, compostas,
visuais, auditivas, somestésicas, cinestésicas, olfativas,
emocionais, complexas e muitas outras.
Mas existem alguns mitos que devem ser desfeitos. O mito
mais difundido é o de que usamos apenas uma pequena porção
da nossa capacidade cerebral. Não é verdade, na realidade, para
dar conta das atividades do dia-dia, e necessário que lancemos
mão de toda a nossa capacidade de memória até que se chegue
próximo do limite de todo o espaço mnemônico à disposição.
Entretanto, por paradoxal que pareça. Para um bom
funcionamento da memória, é importante que esqueçamos
algumas informações de modo a sobrar espaço na memória para
os próximos eventos. No que se refere à memória, o SNC
funciona a “todo vapor”. Porque não haveria espaço suficiente
para guarda todas às informações que recebe a cada instante.
O segundo mito certamente está ligado ao primeiro, e diz
respeito ao medo de esquecer as coisas. Contudo, é saudável
que esqueçamos algumas informações, em especial aquelas que
tenham conteúdo traumático ou negativo. Se uma pessoa
perdesse a capacidade de esquecer, poderia entrar em surto
psicótico.
Desfeitos os mitos, pode-se então trabalhar com os conceitos.
2. O primeiro conceito básico, e a sua própria definição de
memória. Segundo Isquierdo (2002), memória é um evento
divisível em três fases: a) aquisição; b) consolidação; c) evocação
das informações. Outra forma é chama-la de aprendizado, ou
seja, só fica gravado aquilo que foi aprendido.
O segundo conceito básico e o que trata da relação entre
memória e aprendizagem. Em suma são indivisíveis, um esta
“embutido” no outro, já que aprendizagem é a primeira fase do
processo mnemônico.
Os próximos conceitos são muitos, contudo os mais
importantes são basicamente três: atenção, motivação e nível de
ansiedade.
O terceiro conceito a ser tratado é o da relação entre memória
e atenção. É óbvio que uma criança desatenta pode ter
dificuldades na aquisição das informações, o que corresponde ao
primeiro evento mnemônico.
O quarto conceito refere-se à relação entre memória e
motivação. Uma criança deprimida ou desmotivada não irá ter
uma boa atenção. Não tendo motivação, não tem: atenção, boa
aquisição de novas informações, formação de memórias e um
bom aprendizado.
O quinto e último conceito descreve as consequências entre
ansiedade e a performance do SNC em adquirir e consolidar
memórias. Esta bem comprovado que um determinado nível de
ansiedade e salutar para que os eventos mnemônicos ocorram
com a máxima performance, mas um nível elevado de ansiedade
faz com que caia drasticamente a capacidade em adquirir e,
consolidar memórias.
3. CONCEITO DE MEMÓRIA
Até o século passado, pouco se sabia sobre as bases
neurobiológicas da memória. Karl Lashley (1890-1958) usava o
termo “engrama”, definido como a unidade básica da memória.
Estas concepções, descritas como antilocalizacionistas, acabaram
sendo derrotadas mais tarde.
Um discípulo de Lashley, (Donald Hebb 1904-1985) avançou
nas concepções do seu mestre. Na década de 1940 ele imaginou
que cada evento registrado pelo SNC teria uma rede neural
correspondente.
Outros dois pesquisadores, Ramón y Cajal e Pavlov, ambos
ganhadores do Prêmio Nobel de Medicina, envolveram-se com o
estudo da memória e da aprendizagem.
Recentemente as teorias hebbianas voltaram a ganhar força,
de tal modo que se torno possível confirma-las. Evidentemente
esta e uma pesquisa de base em modelos animais.
Do ponto de vista básico, a memória dos humanos e parecida
com as dos outros mamíferos, contudo o conteúdo é diferente. A
principal é um sistema denominado linguagem.
Linguagem é a capacidade única da espécie humana em se
comunicar, transmitindo emoções, pensamentos e ideias.
Existem três tipos de linguagem: a falada, a escrita e a gestual.
Se tratando de aprendizado, linguagem é um assunto dos mais
importantes. A relação entre a linguagem e o aprendizado.
4. Nossas memórias anteriores aos três anos de idade não fáceis
de descrever em termos linguísticos. O que podemos lembrar
são sensações difíceis de expressar em palavras.
A primeira memória a funcionar e a chamada memória
operacional, entre 1 e 2 anos de idade, e atinge seu apogeu em
torno do 5 anos de idade. E uma memória curtíssima, não deixa
rastros bioquímicos e se extingue em segundos.
A memória operacional também é conhecida como memória
de trabalho ou memória imediata. Ela funciona como uma
interface entre as informações que chega pelos cinco sentidos e
a formação e a evocação das memórias, tipo uma memória RAM
(PC).
Quando a criança consolida sua linguagem aos três anos, se dá
um evento eminente lateralizador.
A idade de três anos foi também escolhida como referencial
aos transtornos globais do desenvolvimento, dentre eles o
autismo infantil.
As crianças autistas também têm problemas mnemônicos,
como por exemplo, falhas no reconhecimento do rosto humano.
Antes dos três anos, o aprendizado possivelmente use mais
código não verbais, ao passo que, após essa idade, use muito
mais os verbais.
5. FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ
EDUCAÇÃO FÍSICA
PSICOLOGIA
DO DESENVOLVIMENTO
E DA
APRENDIZAGEM
CAPÍTULO 18
TRANSTORNO DA
MEMÓRIA
PROFESSOR: ASTROGILDO NAVES
ALUNO: ANDRE L. F. ASSIS.
MATRICULA: 201201514371
GOIÂNIA 2012