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TRANSTORNO DA MEMÓRIA
  Vamos detalhar as possíveis relações entre o transtorno da
memória e os da aprendizagem.

    O que é memória? Não existe uma única memória senão um
conjunto de memórias. Existem memórias simples, compostas,
visuais, auditivas, somestésicas, cinestésicas, olfativas,
emocionais, complexas e muitas outras.

  Mas existem alguns mitos que devem ser desfeitos. O mito
mais difundido é o de que usamos apenas uma pequena porção
da nossa capacidade cerebral. Não é verdade, na realidade, para
dar conta das atividades do dia-dia, e necessário que lancemos
mão de toda a nossa capacidade de memória até que se chegue
próximo do limite de todo o espaço mnemônico à disposição.

  Entretanto, por paradoxal que pareça. Para um bom
funcionamento da memória, é importante que esqueçamos
algumas informações de modo a sobrar espaço na memória para
os próximos eventos. No que se refere à memória, o SNC
funciona a “todo vapor”. Porque não haveria espaço suficiente
para guarda todas às informações que recebe a cada instante.

  O segundo mito certamente está ligado ao primeiro, e diz
respeito ao medo de esquecer as coisas. Contudo, é saudável
que esqueçamos algumas informações, em especial aquelas que
tenham conteúdo traumático ou negativo. Se uma pessoa
perdesse a capacidade de esquecer, poderia entrar em surto
psicótico.

  Desfeitos os mitos, pode-se então trabalhar com os conceitos.
O primeiro conceito básico, e a sua própria definição de
memória. Segundo Isquierdo (2002), memória é um evento
divisível em três fases: a) aquisição; b) consolidação; c) evocação
das informações. Outra forma é chama-la de aprendizado, ou
seja, só fica gravado aquilo que foi aprendido.

  O segundo conceito básico e o que trata da relação entre
memória e aprendizagem. Em suma são indivisíveis, um esta
“embutido” no outro, já que aprendizagem é a primeira fase do
processo mnemônico.

  Os próximos conceitos são muitos, contudo os mais
importantes são basicamente três: atenção, motivação e nível de
ansiedade.

  O terceiro conceito a ser tratado é o da relação entre memória
e atenção. É óbvio que uma criança desatenta pode ter
dificuldades na aquisição das informações, o que corresponde ao
primeiro evento mnemônico.

 O quarto conceito refere-se à relação entre memória e
motivação. Uma criança deprimida ou desmotivada não irá ter
uma boa atenção. Não tendo motivação, não tem: atenção, boa
aquisição de novas informações, formação de memórias e um
bom aprendizado.

 O quinto e último conceito descreve as consequências entre
ansiedade e a performance do SNC em adquirir e consolidar
memórias. Esta bem comprovado que um determinado nível de
ansiedade e salutar para que os eventos mnemônicos ocorram
com a máxima performance, mas um nível elevado de ansiedade
faz com que caia drasticamente a capacidade em adquirir e,
consolidar memórias.
CONCEITO DE MEMÓRIA

Até o século passado, pouco se sabia sobre as bases
neurobiológicas da memória. Karl Lashley (1890-1958) usava o
termo “engrama”, definido como a unidade básica da memória.
Estas concepções, descritas como antilocalizacionistas, acabaram
sendo derrotadas mais tarde.

 Um discípulo de Lashley, (Donald Hebb 1904-1985) avançou
nas concepções do seu mestre. Na década de 1940 ele imaginou
que cada evento registrado pelo SNC teria uma rede neural
correspondente.

  Outros dois pesquisadores, Ramón y Cajal e Pavlov, ambos
ganhadores do Prêmio Nobel de Medicina, envolveram-se com o
estudo da memória e da aprendizagem.

 Recentemente as teorias hebbianas voltaram a ganhar força,
de tal modo que se torno possível confirma-las. Evidentemente
esta e uma pesquisa de base em modelos animais.

 Do ponto de vista básico, a memória dos humanos e parecida
com as dos outros mamíferos, contudo o conteúdo é diferente. A
principal é um sistema denominado linguagem.

  Linguagem é a capacidade única da espécie humana em se
comunicar, transmitindo emoções, pensamentos e ideias.
Existem três tipos de linguagem: a falada, a escrita e a gestual.

  Se tratando de aprendizado, linguagem é um assunto dos mais
importantes. A relação entre a linguagem e o aprendizado.
Nossas memórias anteriores aos três anos de idade não fáceis
de descrever em termos linguísticos. O que podemos lembrar
são sensações difíceis de expressar em palavras.

 A primeira memória a funcionar e a chamada memória
operacional, entre 1 e 2 anos de idade, e atinge seu apogeu em
torno do 5 anos de idade. E uma memória curtíssima, não deixa
rastros bioquímicos e se extingue em segundos.

  A memória operacional também é conhecida como memória
de trabalho ou memória imediata. Ela funciona como uma
interface entre as informações que chega pelos cinco sentidos e
a formação e a evocação das memórias, tipo uma memória RAM
(PC).
 Quando a criança consolida sua linguagem aos três anos, se dá
um evento eminente lateralizador.

  A idade de três anos foi também escolhida como referencial
aos transtornos globais do desenvolvimento, dentre eles o
autismo infantil.

  As crianças autistas também têm problemas mnemônicos,
como por exemplo, falhas no reconhecimento do rosto humano.

  Antes dos três anos, o aprendizado possivelmente use mais
código não verbais, ao passo que, após essa idade, use muito
mais os verbais.
FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ
         EDUCAÇÃO FÍSICA


     PSICOLOGIA
DO DESENVOLVIMENTO
            E DA
  APRENDIZAGEM
       CAPÍTULO 18
    TRANSTORNO DA
        MEMÓRIA


  PROFESSOR: ASTROGILDO NAVES
    ALUNO: ANDRE L. F. ASSIS.
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Transtorno da memória

  • 1. TRANSTORNO DA MEMÓRIA Vamos detalhar as possíveis relações entre o transtorno da memória e os da aprendizagem. O que é memória? Não existe uma única memória senão um conjunto de memórias. Existem memórias simples, compostas, visuais, auditivas, somestésicas, cinestésicas, olfativas, emocionais, complexas e muitas outras. Mas existem alguns mitos que devem ser desfeitos. O mito mais difundido é o de que usamos apenas uma pequena porção da nossa capacidade cerebral. Não é verdade, na realidade, para dar conta das atividades do dia-dia, e necessário que lancemos mão de toda a nossa capacidade de memória até que se chegue próximo do limite de todo o espaço mnemônico à disposição. Entretanto, por paradoxal que pareça. Para um bom funcionamento da memória, é importante que esqueçamos algumas informações de modo a sobrar espaço na memória para os próximos eventos. No que se refere à memória, o SNC funciona a “todo vapor”. Porque não haveria espaço suficiente para guarda todas às informações que recebe a cada instante. O segundo mito certamente está ligado ao primeiro, e diz respeito ao medo de esquecer as coisas. Contudo, é saudável que esqueçamos algumas informações, em especial aquelas que tenham conteúdo traumático ou negativo. Se uma pessoa perdesse a capacidade de esquecer, poderia entrar em surto psicótico. Desfeitos os mitos, pode-se então trabalhar com os conceitos.
  • 2. O primeiro conceito básico, e a sua própria definição de memória. Segundo Isquierdo (2002), memória é um evento divisível em três fases: a) aquisição; b) consolidação; c) evocação das informações. Outra forma é chama-la de aprendizado, ou seja, só fica gravado aquilo que foi aprendido. O segundo conceito básico e o que trata da relação entre memória e aprendizagem. Em suma são indivisíveis, um esta “embutido” no outro, já que aprendizagem é a primeira fase do processo mnemônico. Os próximos conceitos são muitos, contudo os mais importantes são basicamente três: atenção, motivação e nível de ansiedade. O terceiro conceito a ser tratado é o da relação entre memória e atenção. É óbvio que uma criança desatenta pode ter dificuldades na aquisição das informações, o que corresponde ao primeiro evento mnemônico. O quarto conceito refere-se à relação entre memória e motivação. Uma criança deprimida ou desmotivada não irá ter uma boa atenção. Não tendo motivação, não tem: atenção, boa aquisição de novas informações, formação de memórias e um bom aprendizado. O quinto e último conceito descreve as consequências entre ansiedade e a performance do SNC em adquirir e consolidar memórias. Esta bem comprovado que um determinado nível de ansiedade e salutar para que os eventos mnemônicos ocorram com a máxima performance, mas um nível elevado de ansiedade faz com que caia drasticamente a capacidade em adquirir e, consolidar memórias.
  • 3. CONCEITO DE MEMÓRIA Até o século passado, pouco se sabia sobre as bases neurobiológicas da memória. Karl Lashley (1890-1958) usava o termo “engrama”, definido como a unidade básica da memória. Estas concepções, descritas como antilocalizacionistas, acabaram sendo derrotadas mais tarde. Um discípulo de Lashley, (Donald Hebb 1904-1985) avançou nas concepções do seu mestre. Na década de 1940 ele imaginou que cada evento registrado pelo SNC teria uma rede neural correspondente. Outros dois pesquisadores, Ramón y Cajal e Pavlov, ambos ganhadores do Prêmio Nobel de Medicina, envolveram-se com o estudo da memória e da aprendizagem. Recentemente as teorias hebbianas voltaram a ganhar força, de tal modo que se torno possível confirma-las. Evidentemente esta e uma pesquisa de base em modelos animais. Do ponto de vista básico, a memória dos humanos e parecida com as dos outros mamíferos, contudo o conteúdo é diferente. A principal é um sistema denominado linguagem. Linguagem é a capacidade única da espécie humana em se comunicar, transmitindo emoções, pensamentos e ideias. Existem três tipos de linguagem: a falada, a escrita e a gestual. Se tratando de aprendizado, linguagem é um assunto dos mais importantes. A relação entre a linguagem e o aprendizado.
  • 4. Nossas memórias anteriores aos três anos de idade não fáceis de descrever em termos linguísticos. O que podemos lembrar são sensações difíceis de expressar em palavras. A primeira memória a funcionar e a chamada memória operacional, entre 1 e 2 anos de idade, e atinge seu apogeu em torno do 5 anos de idade. E uma memória curtíssima, não deixa rastros bioquímicos e se extingue em segundos. A memória operacional também é conhecida como memória de trabalho ou memória imediata. Ela funciona como uma interface entre as informações que chega pelos cinco sentidos e a formação e a evocação das memórias, tipo uma memória RAM (PC). Quando a criança consolida sua linguagem aos três anos, se dá um evento eminente lateralizador. A idade de três anos foi também escolhida como referencial aos transtornos globais do desenvolvimento, dentre eles o autismo infantil. As crianças autistas também têm problemas mnemônicos, como por exemplo, falhas no reconhecimento do rosto humano. Antes dos três anos, o aprendizado possivelmente use mais código não verbais, ao passo que, após essa idade, use muito mais os verbais.
  • 5. FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ EDUCAÇÃO FÍSICA PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO E DA APRENDIZAGEM CAPÍTULO 18 TRANSTORNO DA MEMÓRIA PROFESSOR: ASTROGILDO NAVES ALUNO: ANDRE L. F. ASSIS. MATRICULA: 201201514371 GOIÂNIA 2012