DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
Uma história de Carnaval
1. UMA HISTÓRIA DE
CARNAVAL
Era uma vez um palhaço
pobre que tinha um saco de
retalhos cheio de uvas pretas e
um grande guarda-sol.
Chegou a um campo de
relva, desdobrou o lenço de
assoar (que era grande e
lavadinho) e sentou-se sobre o
lenço. Tirou as uvas pretas do saco de retalhos. Mas antes tinha aberto o guarda-sol que espetara
na terra (sabe-se lá, ainda podia vir a ser um girassol!).
E pôs-se a comer muito contente.
Passou uma rapariga por ali (mascarada à moda da terra dela) e disse-lhe, muito admirada:
- Tu, no Carnaval, a comer uvas? E debaixo de um guarda-sol?
- Tenho direito a ser palhaço, mesmo pobre, fora do circo. Divertir-me a mim mesmo. E, afinal,
não é disparate nenhum, vendo bem as coisas. Faz sol. E não só isso...
- E as uvas? Neste tempo! Como as arranjaste?
- Tinha-as guardadas numa caixa cheia de areia.
Uma caixa de madeira, não penses lá que é de plástico. Os prestidigitadores não tiram
pombas e lenços (e outras coisas) das suas caixas? Ei tirei uvas de uma caixa com areia. E divirto-me.
E apontou para a cabeça cor de estopa.
- Bom. Talvez tenhas razão. Deves ter mesmo. Tu não és mentiroso. Mas como te divertes
assim sozinho?
- Troco as estações. Faço uma baralhada. Faço do Fevereiro Setembro. E, assim, estou a
brincar ao Outono, percebes?
- Percebo...
(Matilde Rosa Araújo, Livro "Crescer", Ana Maria Rodrigues )
2. - Vou ser palhaço!
O CARNAVAL - Vou ser borboleta!
Carnaval é a gente deixar de ser a gente.
Fingir que é palhaço, nariz de abóbora e um É Carnaval...
grande laço.
É ser um leão, tigre ou elefante (Manuela Martins, Livro "O Sabichão",
ou um papagaio muito bem falante. Livraria Arnado)
É falar aos amigos com voz a fingir,
trocar de nome e não parar de rir. VEM AÍ O CARNAVAL
Carnaval é virar o Mundo
de pernas para o ar Umas vezes em Fevereiro
mas tomar cuidado para não o estragar. Outras em Março, é conforme
No Carnaval Brincamos ao Carnaval.
pode fazer-se quase tudo
até em vez de Carnaval Ponho uma caraça feia
chamar-lhe... Entrudo! Com um narigão enorme
Ponho o chapéu do meu avô
(Livro "Pequenos Leitores 4", Conceição E ninguém sabe quem sou!
Marques e Nelson Timóteo)
- Quem és tu, ó mascarado
É CARNAVAL que estás tão bem disfarçado?
As crianças vão chegando,
Cantando. - Eu também não sei quem és!
Trazem no olhar
A fantasia e a alegria Vamo-nos fartar de rir.
Do que vão criar. Só nos podem descobrir
Pelas mãos, ou pelos pés.
É Carnaval!
(365 Histórias de Encantar, Livro "Vá de
E, de repente, Roda", M. Carolina Pereira Rosa )
A sala fica diferente.
Há serpentinas no ar,
Há sonhos a voar
Nas máscaras de cada um.
- Vou ser fada!