A biblioteca escolar pode formar leitores de três maneiras: (1) estimulando a leitura e pesquisa como práticas comuns na comunidade escolar, (2) despertando o prazer pela leitura através de novas experiências associadas à leitura e escrita, (3) desenvolvendo competências específicas de leitura para cada fase do desenvolvimento do leitor.
O papel da biblioteca escolar na formação de leitores
1. Vanessa Levati Biff
NOVEMBRO/2018
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL
Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGED/UERGS)
Linha de Pesquisa: Artes e Linguagens em contextos educacionais
O PAPEL DA BIBLIOTECA ESCOLAR NA FORMAÇÃO DO LEITOR
2. 44% da população brasileira compõe o
universo de não-leitores,
50% afirmam que gostam pouco ou não
gostam de ler.
Fonte: Retratos da Leitura (2016)
3. 51% dos estudantes brasileiros se
encontram abaixo do nível 2 em leitura.
Patamar que a Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE) determina como necessário para que
o estudante possa exercer plenamente sua
cidadania.
Fonte: Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) (2016)
4. Somente 30% do total avaliado pela
pesquisa, demonstraram o aprendizado
adequado no que se refere a competência em
leitura e interpretação de textos.
Fonte: Prova Brasil (2016)
5. Fonte: Indicador Nacional de Alfabetização Funcional (INAF) (2011)
Um em cada quatro brasileiros
domina plenamente as habilidades de
leitura.
6. Como pode a biblioteca
escolar formar um leitor
ou, pelo menos, fazer
parte dessa formação?
7. O que é biblioteca escolar?
O que é ler?
O que é ser leitor?
O que é formação do leitor?
9. Define a biblioteca escolar como:
“local de aprendizagem, localizado em escola
pública ou privada, que fornece uma coleção de
materiais diversificados e apropriados aos graus
de ensino da escola, servindo as necessidades
dos alunos e necessidades curriculares dos
professores.”
Fonte: Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias
10. A biblioteca escolar deve ser
gerida dentro de uma política que
a reconheça claramente como um
centro de leitura, pesquisa e
produção colaborativa e ser
apoiada por legislação e políticas
específicas.
Fonte: Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias
11. Rede de Bibliotecas
Escolares (RBE)
Implementado pelo Ministério
da Educação em 1996.
Portugal
● Orientam o funcionamento e qualificação das
bibliotecas escolares
● Formação de equipes
● Intercâmbio de experiências
● Avaliação das bibliotecas
● Parcerias com órgãos internacionais.
Programa Bibliotecas
Escolares (CRA)
Implementado pelo Ministério
da Educação em 1993,
Chile
Não há órgão que articule e
qualifique as bibliotecas.
Lei 12.244, de 2010, institui a
obrigatoriedade das bibliotecas
nas instituições de ensino.
Brasil
● Pesquisadores e entidades
de classe orientam o
funcionamento e
qualificação das bibliotecas
escolares.
12. 49,5% das 186,1 mil escolas
brasileiras de educação básica ainda
não possuem biblioteca.
Fonte: Censo Escolar (2016)
15. Texto
As características do texto
vão influenciar o processo
de leitura, na medida em
que diferentes tipos de
texto solicitam diferentes
atitudes de leitura.
Leitor
As estruturas do leitor
(cognitivas e afetivas)
afetam a compreensão e a
relação com os textos: os
conhecimentos do leitor
sobre o mundo.
Contexto
O contexto sociocultural
no qual o aluno vive e
aprende a ler deve ser tido
em consideração, pois
influencia a forma como
este encara a leitura e a
própria necessidade de ler.
Ler é interagir
Relação dinâmica entre texto-leitor-contexto
16. Para refletir…
Conforme afirma Leonardo Boff, cada um lê com os olhos que
tem. E interpreta onde os pés pisam. Todo ponto de vista é a
vista de um ponto. Para entender o que alguém lê, é necessário
saber como são seus olhos e qual é a sua visão de mundo. Isto
faz da leitura sempre uma releitura. [...]
Sendo assim, fica evidente que cada leitor é co-autor.
19. Interpretação
Inferência
Compreensão Literal
Decodificação
Aprendendo a ler
Lendo para aprender
Dentro do texto
Fora do texto
Conhecimento gramatical
Acessa o código de superfície
Extrai o significado do texto
Resume o texto
Posiciona-se criticamente
Reage ao texto
Avalia, forma julgamentos.
Relaciona o texto a outros
Domínio sobre o texto
(CHALL, 1996)
20. Ser leitor é….
Incorporar um conjunto de atitudes e de referenciais
que tornem significativo e pertinente o ato de ler:
saber, portanto, compreender o conteúdo de um texto
em seu sentido, compará-lo com outros elementos,
realizar associações, tirar conclusões etc.
(BRITTO, 2016)
22. A formação do leitor, no âmbito da educação
escolar, corresponde aos processos
pedagógicos que fazem com que o aluno
alcance a condição de leitor.
(BRITTO, 2016)
23. Etapas da formação leitora
Estágio 1
O pré-leitor emergente
(geralmente entre 6
meses a 6 anos de idade)
Estágio 2
O Leitor Novato
(geralmente entre 6 e 7
anos de idade)
Estágio 3
O leitor de decodificação
(geralmente entre 7 e 9
anos de idade)
Estágio 5
O Leitor experiente
(geralmente a partir de
16 anos)
Estágio 4
O leitor compreensivo e
fluente (geralmente entre
9 e 15 anos)
A condução de práticas que desenvolvam as habilidades de leitura
deve-se primeiramente identificar os tipos de leitura e modelos de
leitores específicos a fim de encontrar estratégias que visem a
formação de leitores na escola.
24. ❏ Abordar diferentes habilidades de leitura;
❏ Propor leitura de gêneros variados;
❏ Planejar leituras progressivamente mais
complexas;
❏ Desenvolver o gosto permanente pela leitura.
As atividades de leitura devem ser orientadas para um ou vários
propósitos
25. ❏ Abordar diferentes habilidades de leitura;
❏ Propor leitura de gêneros variados;
❏ Planejar leituras progressivamente mais
complexas;
❏ Desenvolver o gosto permanente pela leitura.
Diversificar é importante! O conhecimento sobre a sua estrutura é
um fator importante na compreensão
26. ❏ Abordar diferentes habilidades de leitura;
❏ Propor leitura de gêneros variados;
❏ Planejar leituras progressivamente mais
complexas;
❏ Desenvolver o gosto permanente pela leitura.
O tipo de texto tem influência na forma como se lê.
27. ❏ Abordar diferentes habilidades de leitura;
❏ Propor leitura de gêneros variados;
❏ Planejar leituras progressivamente mais
complexas;
❏ Desenvolver o gosto permanente pela leitura.
28. DESPERTAR O PRAZER EM LER É IMPORTANTE!
Alunos que gostam de ler e, portanto, lêem muito, possuem
habilidades de leitura muito bem desenvolvidas.
(BAMBERG, 2006)
30. ESCOLHA
LIVRE
GOSTO
Sempre sobredeterminada por fatores
históricos, sociais e culturais de diversas
dimensões, nunca sendo simplesmente
“livre”
Gosto se aprende, se muda, se
cria, se ensina, se critica, se
renova.
(BRITTO, 2016)
31. Não é o reconhecimento da importância
da leitura, muito bem defendida pelos
educadores, e sim, estratégias que levem em
consideração as várias motivações e
interesses que regulam a sua disponibilidade
em relação à leitura.
(BAMBERG, 2006)
35. Leitura
BibliotecaEscola
● Dificuldade e/ou desinteresse
dos jovens pela leitura.
● Ausência de profissionais
capacitados
● Condições precárias da
biblioteca.
● Esvaziamento do sentido
desse espaço perante a
comunidade escolar.
37. A biblioteca escolar deve pensar a promoção de leitura como um
projeto transversal à toda escola; estabelecendo objetivos
específicos a alcançar, desenvolvendo atividades tendo em conta
diversos tipos de leitura, e a articulação curricular.
39. Como pode a biblioteca
escolar formar um leitor
ou, pelo menos, fazer
parte dessa formação?
40. ❏ Estimulem a leitura e a pesquisa como práticas comuns entre os
membros da comunidade Escolar;
❏ Estimulem o prazer de ler;
❏ Proporcione novas experiências associadas à leitura e à escrita;
❏ Respeite os interesses de leitura, mas também ofereça diversidade
de obras,
❏ Levem os alunos a interagir com o livro antes, durante e após a
leitura;
❏ Desenvolvam as competências específicas para cada fase do
desenvolvimento leitor.
Promovendo atividades que….
41. Estágio 1
O pré-leitor emergente
(geralmente entre 6
meses a 6 anos de idade)
Estágio 2
O Leitor Novato (geralmente
entre 6 e 7 anos de idade)
Estágio 3
O leitor em processo/
decodificação (geralmente
entre 7 e 9 anos de idade)
Estágio 5
O Leitor experiente
(geralmente a partir de 16
anos)
Estágio 4
O leitor compreensivo e fluente
(geralmente entre 9 e 15 anos)
(CHALL, 1996; SILVA, 2009)
❏ Realizar sessões de natureza experimentalista (ouvir, tocar,
cheirar);
❏ Organizar atividades que possibilitem à criança contar, recontar e
inventar histórias.
❏ Usar canções e rimas desenvolvendo o prazer de explorar a língua;
❏ Experimentar os diferentes usos da linguagem;
42. Estágio 1
O pré-leitor emergente
(geralmente entre 6 meses a 6
anos de idade)
Estágio 2
O Leitor Novato
(geralmente entre 6 e 7
anos de idade)
Estágio 3
O leitor em processo/
decodificação (geralmente
entre 7 e 9 anos de idade)
Estágio 5
O Leitor experiente
(geralmente a partir de 16
anos)
Estágio 4
O leitor compreensivo e fluente
(geralmente entre 9 e 15 anos)
(CHALL, 1996; SILVA, 2009)
❏ Realizar leituras em coro;
❏ Realizar pequenas dramatizações de textos. (Hora do conto)
❏ Proporcionar o diálogo a partir das leituras: a previsão dos
acontecimentos, a discussão do vocabulário desconhecido; a
análise das ilustrações.
43. Estágio 1
O pré-leitor emergente
(geralmente entre 6 meses a 6
anos de idade)
Estágio 2
O Leitor Novato (geralmente
entre 6 e 7 anos de idade)
Estágio 3
O leitor em processo/
decodificação (geralmente
entre 7 e 9 anos de idade)
Estágio 5
O Leitor experiente
(geralmente a partir de 16
anos)
Estágio 4
O leitor compreensivo e fluente
(geralmente entre 9 e 15 anos)
(CHALL, 1996; SILVA, 2009)
❏ Organizar competições/concursos de leitura em que os alunos leem
e elaboram perguntas para os adversários responderem;
❏ Envolver os alunos na realização de booktrailers e na sua
disponibilização online;
❏ Adaptar um livro a uma peça de teatro;
❏ Proporcionar momentos de aconselhamento e partilha de leituras.
44. Estágio 1
O pré-leitor emergente
(geralmente entre 6 meses a 6
anos de idade)
Estágio 2
O Leitor Novato (geralmente
entre 6 e 7 anos de idade)
Estágio 3
O leitor em processo/
decodificação (geralmente
entre 7 e 9 anos de idade)
Estágio 5
O Leitor experiente
(geralmente a partir de 16
anos)
Estágio 4
O leitor compreensivo e
fluente (geralmente entre 9
e 15 anos)
(CHALL, 1996; SILVA, 2009)
❏ Disponibilização de impressões de leitura elaboradas por alunos;
❏ Proporcionar momentos de leitura entre pares, em que os grandes
leem para os pequenos;
❏ Organizar oficinas de escrita;
❏ Organizar clubes de leitura ou fóruns promovendo a discussão
sobre leituras realizadas.
45. Estágio 1
O pré-leitor emergente
(geralmente entre 6 meses a 6
anos de idade)
Estágio 2
O Leitor Novato (geralmente
entre 6 e 7 anos de idade)
Estágio 3
O leitor em processo/
decodificação (geralmente
entre 7 e 9 anos de idade)
Estágio 5
O Leitor experiente
(geralmente a partir de 16
anos)
Estágio 4
O leitor compreensivo e fluente
(geralmente entre 9 e 15 anos)
(CHALL, 1996; SILVA, 2009)
❏ Criar grupos de leitura/grupos de discussão
❏ Publicar uma revista com comentários críticos das leituras
realizadas pelos alunos.
❏ Promover a participação dos alunos em comunidades de leitura
existentes na Internet (canais de Booktube )
❏ Envolver os alunos na dinamização de palestras, com escritores ou
outras personalidades.
48. Referências
BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito de leitura. 7. ed. São Paulo: Ática: Unesco, 2006.
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Censo escolar da educação básica 2016:
notas estatísticas. Brasília: INEP, 2017c. Disponível em:
<http://download.inep.gov.br/educacao_basica/censo_escolar/notas_estatisticas/2017/notas_estatisticas_censo_escolar_da_educacao_ba
sica_2016.pdf > Acesso em: 20 out. 2017.
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Brasil no PISA 2015: sumário executivo. São
Paulo: Fundação Santillana, 2016a.
CHALL, JS. Stages of Reading Development.. 2ª ed. Fort Worth: Editores Harcourt Brace Jovanovic College, 1996.
IFLA. Diretrizes da IFLA para a biblioteca escolar. Tradução de Rede de Bibliotecas Escolares. 2.ed. Portugal, 2016. Disponível em:
<https://www.ifla.org/files/assets/school-libraries-resource-centers/publications/ifla-school-library-guidelines-pt.pdf> . Acesso em 08
mar. 2018.
INSTITUTO PAULO MONTENEGRO. Indicador de Analfabetismo Funcional BRASIL 2011: Principais resultados. São Paulo:
IBOPE Inteligência, 2011.
INSTITUTO PRÓ-LIVRO. Retratos da leitura no Brasil 4. Rio de Janeiro: Sextante, 2016. Disponível em:
<prolivro.org.br/home/images/2016/RetratosDaLeitura2016_LIVRO_EM_PDF_FINAL_COM_CAPA.pdf> Acesso em: 28 out. 2017.
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. 19.ed. São Paulo: Brasiliense, 2012.
SILVA, V. M. Leitura literária & outras leituras: impasses e alternativas no trabalho do professor. RHJ: Belo horizonte, 2009.
49. Vanessa Levati Biff - vanessalbiff@gmail.com
Profª. Drª. Magali de Moraes Menti - magali@lingua.com.br
MAIO/2018.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL
Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGED/UERGS)
Linha de Pesquisa: Artes e Linguagens em contextos educacionais
OBRIGADA PELA ATENÇÃO!