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Reflexões acerca da formação do
professor leitor e da mediação da
leitura em espaços educativos
Profa. Dra. Mayara Cordeiro
• Qual foi o último livro que você leu?
• Você se recorda do motivo que o impulsionou a essa
leitura?
• Com que frequência você lê, e com qual finalidade?
• Onde costuma ler?
• Em quais horários dedica seu tempo à leitura?
• Quais são os seus autores, gêneros, assuntos e temas
preferidos?
• Você prefere ler sozinho ou partilhando o livro?
• Qual o sentido da leitura em sua vida?
• “Que tipo de relação estabelecemos entre
o nosso movimento como leitores e o
nosso fazer em sala de aula?”.
Como mediadores de leitura, temos a
oportunidade de tratar de diferentes aspectos
que envolvem o universo literário:
• compartilhar títulos, autores e ilustradores;
• conversar sobre estratégias e hábitos leitores;
• refletir acerca dos diferentes sentidos presentes
nos textos.
• Em todas essas situações, nos apresentamos,
também, como modelo de leitor para os nossos
alunos e assumimos o papel de “ensinar a ler”.
• O problema é que esse personagem, o professor
leitor, não é facilmente encontrado nas salas de
aula brasileiras.
• As políticas de formação de leitores devem
atentar para essa questão, para poder garantir,
assim, mais finais felizes.
• Como os brasileiros em geral, os educadores
demonstram dificuldades para adquirir e manter
o hábito da leitura.
• "Mesmo os professores de literatura e da área da
língua portuguesa nem sempre são leitores
bastante frequentes“
• "Eles têm uma intermitência de leituras por
várias razões, que não são irrelevantes: falta de
tempo, falta de oportunidade, uma má formação
como leitor.“ (ZILBERMAN, 2010)
• O perfil docente é muito semelhante ao do leitor
brasileiro, segundo a pesquisa Retratos da
Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-
Livro.
• A análise em separado das respostas dadas pelos
participantes que se identificaram como
educadores confirma a impressão de que nossos
professores são não leitores.
• "Só 30% deles dizem que gostam de ler"
• O mesmo estudo, realizado em 2011, mostrou que o
docente é o principal influenciador dos hábitos de
leitura.
• O professor sempre foi uma figura influente, ao lado da
família, mas na última pesquisa, ele foi mais citado por
aqueles que gostam de ler, ultrapassando a mãe como
influenciadora do hábito.
• O perfil brasileiro é de uma família não leitora, de baixa
escolaridade, que não tem livros na sua casa, que
trabalha o dia todo e não tem tempo para o lazer e a
leitura, o que acaba reforçando o papel da escola na
formação de leitores.“
• "Se o professor não é leitor, ele não vai formar leitores"
• O professor lê e faz ler os seus alunos. O
professor lê e provê conteúdos. O professor lê e
prevê caminhos. O professor lê e se vê melhor
nas suas caminhadas. O professor lê e se
reconstrói nas experiências. O professor lê e se
revitaliza incessantemente. (SILVA, 2009, p.
04).
• A escola tem a obrigação de assegurar o acesso
ao conhecimento e, nesse sentido, garantir
condições para práticas reais de leitura e escrita
é seu dever. Por outro lado, entendemos que a
formação é direito e a concretização de práticas
de leitura/escrita precisa ser parte da formação
de professores. (KRAMER, 2002, p. 187).
• O desafio imposto às redes de ensino que
assumem para si a tarefa de fazer da escola um
lugar de formação de leitores é, primeiro, fazer
com que os professores passem à categoria de
leitores.
• As estratégias não diferem muito das que devem
ser adotadas entre os estudantes: é preciso
oferecer livros e criar momentos para que a
leitura seja praticada de forma prazerosa e
significativa.
• Não é necessário sequer muito investimento,
considerando que, hoje, já existem políticas de
distribuição de livros para as escolas e
universidades, como o Plano Nacional Biblioteca
da Escola e o próprio Plano Nacional do Livro
Didático.
• Trata-se de racionalizar iniciativas de forma a
aproveitar aquilo que a instituição já pode
oferecer para os alunos e para os professores.
• O professor é, ao mesmo tempo, interessado,
parceiro e beneficiário dessas atividades
• Os docentes podem ser incluídos como público-
alvo das atividades que são, originalmente,
pensadas para os alunos, como, por exemplo, a
visita de um escritor.
• Abrir espaço na rotina para que ele tenha
oportunidade de expressar suas dificuldades
com a leitura e expor suas necessidades;
• Desmistificar a leitura literária também entre os
professores.
• Um dos mitos a serem superados é o da
dificuldade de ler o cânone.
• O professor, como qualquer outro leitor, não é
obrigado a achar fácil ler Machado de Assis ou
Guimarães Rosa, mas reconhecer essa
dificuldade permite que ele procure maneiras de
lidar com suas limitações.
• A superação da linha imaginária que separa a
literatura infanto-juvenil da literatura para
adultos;
• Para além de simplesmente conhecer os textos
que está dando para os alunos lerem, o professor
precisa ler e gostar daquilo que está
apresentando.
• Livro é bom para todo mundo!
• As experiências exitosas mostram que a formação
dos professores como mediadores de leitura precisa
partir, justamente, do despertar dele para a
importância da leitura na sua própria vida.
• As estratégias para isso são simples e semelhantes
ao que é realizado com os alunos.
• É importante retomar a trajetória de leitura desses
professores, para que eles percebam como o livro e a
literatura fazem parte da sua vida.
• A formação deve apostar na apresentação de diversos
gêneros aos educadores, tanto os que eles irão trabalhar
com seus alunos, como aqueles ditos para adultos.
• O "medo dos autores difíceis" é uma das barreiras a
serem quebradas.
• Selecionar os textos considerando o perfil dos
participantes, de forma que eles se identifiquem com o
tema ou os personagens da obra.
• Outra atividade é uma roda de empréstimo e apreciação:
os participantes das oficinas de formação levam um livro
que foi importante para eles e o apresentam aos demais.
• Isso pode motivar outros professores a ler e também
facilita o problema da aquisição de obras.
Difícil acesso
• A dificuldade de acesso ao livro é para os
professores, como para muitos brasileiros, uma
questão permanente;
• As características do mercado livreiro, marcado
pelas dificuldades de distribuição - como a falta
de livrarias em muitos municípios - e o preço
relativamente alto do livro, somam-se aos baixos
salários docentes para colaborar com a
multiplicação do professor não leitor.
Mais estratégias:
• Ampliação do acervo das bibliotecas públicas e
escolares, tentando incluir aí também obras de
interesse dos professores;
• Bibliotecas para os professores em cada escola;
• Rodas de leitura;
• Permanente circulação de livros e outros
materiais de leitura.
• Como professores, é fundamental que nos
reconheçamos como leitores e que, acima de
tudo, encontremos sentido no ato de ler.
• Mas será que, enquanto mediadores de leitura,
assumimos esse papel? Compartilhamos com os
nossos alunos o sentido da leitura em nossas
vidas? Falamos de nossas experiências leitoras
com eles? Verbalizamos sobre os momentos em
que as leituras aparecem em nossa rotina?
• Na maior parte do tempo, temos a tarefa de
escolher o que o nosso aluno deverá ler.
• Diante dessa atribuição, portanto, precisamos
conhecer intimamente o trabalho de autores,
ilustradores e editoras,dado o intenso
crescimento do mercado editorial, a fim de
garantir escolhas acertadas, coerentes e
pertinentes, considerando os interesses, desejos
de nossos alunos e habilidades que eles precisam
desenvolver como leitores na etapa da vida
escolar da qual fazem parte.
• Mas, temos essa familiaridade necessária com o
título a ser trabalhado com os nossos alunos em
sala de aula? Temos, de fato, o hábito de pensar
em nosso repertório leitor quando definimos
o(s) livro(s) com o(s) qual(is) trabalharemos?
Costumamos avaliar as nossas escolhas, na
medida em que entendemos a importância de
favorecer uma convivência significativa de
nossos alunos com os livros?
• “Um professor de leitura é, simplesmente, uma
voz que conta; uma mão que abre portas e traça
caminhos entre a alma dos textos e a alma dos
leitores. Seu trabalho, como a literatura mesma,
é risco e incerteza. Seu ofício privilegiado é,
basicamente, ler. E seus textos de leitura não são
apenas os livros, mas também os leitores. Não se
trata de um ofício, mas de uma atividade de
vida. No fundo, os livros são isso: conversas
sobre a vida. E é urgente, sobretudo, aprender
a conversar”.
Yolanda Reyes

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Reflexões acerca da formação do professor leitor e da mediação da leitura_2022.pptx

  • 1. Reflexões acerca da formação do professor leitor e da mediação da leitura em espaços educativos Profa. Dra. Mayara Cordeiro
  • 2. • Qual foi o último livro que você leu? • Você se recorda do motivo que o impulsionou a essa leitura? • Com que frequência você lê, e com qual finalidade? • Onde costuma ler? • Em quais horários dedica seu tempo à leitura? • Quais são os seus autores, gêneros, assuntos e temas preferidos? • Você prefere ler sozinho ou partilhando o livro? • Qual o sentido da leitura em sua vida?
  • 3. • “Que tipo de relação estabelecemos entre o nosso movimento como leitores e o nosso fazer em sala de aula?”.
  • 4. Como mediadores de leitura, temos a oportunidade de tratar de diferentes aspectos que envolvem o universo literário: • compartilhar títulos, autores e ilustradores; • conversar sobre estratégias e hábitos leitores; • refletir acerca dos diferentes sentidos presentes nos textos. • Em todas essas situações, nos apresentamos, também, como modelo de leitor para os nossos alunos e assumimos o papel de “ensinar a ler”.
  • 5. • O problema é que esse personagem, o professor leitor, não é facilmente encontrado nas salas de aula brasileiras. • As políticas de formação de leitores devem atentar para essa questão, para poder garantir, assim, mais finais felizes.
  • 6. • Como os brasileiros em geral, os educadores demonstram dificuldades para adquirir e manter o hábito da leitura. • "Mesmo os professores de literatura e da área da língua portuguesa nem sempre são leitores bastante frequentes“ • "Eles têm uma intermitência de leituras por várias razões, que não são irrelevantes: falta de tempo, falta de oportunidade, uma má formação como leitor.“ (ZILBERMAN, 2010)
  • 7. • O perfil docente é muito semelhante ao do leitor brasileiro, segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró- Livro. • A análise em separado das respostas dadas pelos participantes que se identificaram como educadores confirma a impressão de que nossos professores são não leitores. • "Só 30% deles dizem que gostam de ler"
  • 8. • O mesmo estudo, realizado em 2011, mostrou que o docente é o principal influenciador dos hábitos de leitura. • O professor sempre foi uma figura influente, ao lado da família, mas na última pesquisa, ele foi mais citado por aqueles que gostam de ler, ultrapassando a mãe como influenciadora do hábito. • O perfil brasileiro é de uma família não leitora, de baixa escolaridade, que não tem livros na sua casa, que trabalha o dia todo e não tem tempo para o lazer e a leitura, o que acaba reforçando o papel da escola na formação de leitores.“ • "Se o professor não é leitor, ele não vai formar leitores"
  • 9. • O professor lê e faz ler os seus alunos. O professor lê e provê conteúdos. O professor lê e prevê caminhos. O professor lê e se vê melhor nas suas caminhadas. O professor lê e se reconstrói nas experiências. O professor lê e se revitaliza incessantemente. (SILVA, 2009, p. 04).
  • 10. • A escola tem a obrigação de assegurar o acesso ao conhecimento e, nesse sentido, garantir condições para práticas reais de leitura e escrita é seu dever. Por outro lado, entendemos que a formação é direito e a concretização de práticas de leitura/escrita precisa ser parte da formação de professores. (KRAMER, 2002, p. 187).
  • 11. • O desafio imposto às redes de ensino que assumem para si a tarefa de fazer da escola um lugar de formação de leitores é, primeiro, fazer com que os professores passem à categoria de leitores. • As estratégias não diferem muito das que devem ser adotadas entre os estudantes: é preciso oferecer livros e criar momentos para que a leitura seja praticada de forma prazerosa e significativa.
  • 12. • Não é necessário sequer muito investimento, considerando que, hoje, já existem políticas de distribuição de livros para as escolas e universidades, como o Plano Nacional Biblioteca da Escola e o próprio Plano Nacional do Livro Didático. • Trata-se de racionalizar iniciativas de forma a aproveitar aquilo que a instituição já pode oferecer para os alunos e para os professores. • O professor é, ao mesmo tempo, interessado, parceiro e beneficiário dessas atividades
  • 13. • Os docentes podem ser incluídos como público- alvo das atividades que são, originalmente, pensadas para os alunos, como, por exemplo, a visita de um escritor. • Abrir espaço na rotina para que ele tenha oportunidade de expressar suas dificuldades com a leitura e expor suas necessidades; • Desmistificar a leitura literária também entre os professores.
  • 14. • Um dos mitos a serem superados é o da dificuldade de ler o cânone. • O professor, como qualquer outro leitor, não é obrigado a achar fácil ler Machado de Assis ou Guimarães Rosa, mas reconhecer essa dificuldade permite que ele procure maneiras de lidar com suas limitações.
  • 15. • A superação da linha imaginária que separa a literatura infanto-juvenil da literatura para adultos; • Para além de simplesmente conhecer os textos que está dando para os alunos lerem, o professor precisa ler e gostar daquilo que está apresentando. • Livro é bom para todo mundo!
  • 16. • As experiências exitosas mostram que a formação dos professores como mediadores de leitura precisa partir, justamente, do despertar dele para a importância da leitura na sua própria vida. • As estratégias para isso são simples e semelhantes ao que é realizado com os alunos. • É importante retomar a trajetória de leitura desses professores, para que eles percebam como o livro e a literatura fazem parte da sua vida.
  • 17. • A formação deve apostar na apresentação de diversos gêneros aos educadores, tanto os que eles irão trabalhar com seus alunos, como aqueles ditos para adultos. • O "medo dos autores difíceis" é uma das barreiras a serem quebradas. • Selecionar os textos considerando o perfil dos participantes, de forma que eles se identifiquem com o tema ou os personagens da obra. • Outra atividade é uma roda de empréstimo e apreciação: os participantes das oficinas de formação levam um livro que foi importante para eles e o apresentam aos demais. • Isso pode motivar outros professores a ler e também facilita o problema da aquisição de obras.
  • 18. Difícil acesso • A dificuldade de acesso ao livro é para os professores, como para muitos brasileiros, uma questão permanente; • As características do mercado livreiro, marcado pelas dificuldades de distribuição - como a falta de livrarias em muitos municípios - e o preço relativamente alto do livro, somam-se aos baixos salários docentes para colaborar com a multiplicação do professor não leitor.
  • 19. Mais estratégias: • Ampliação do acervo das bibliotecas públicas e escolares, tentando incluir aí também obras de interesse dos professores; • Bibliotecas para os professores em cada escola; • Rodas de leitura; • Permanente circulação de livros e outros materiais de leitura.
  • 20. • Como professores, é fundamental que nos reconheçamos como leitores e que, acima de tudo, encontremos sentido no ato de ler. • Mas será que, enquanto mediadores de leitura, assumimos esse papel? Compartilhamos com os nossos alunos o sentido da leitura em nossas vidas? Falamos de nossas experiências leitoras com eles? Verbalizamos sobre os momentos em que as leituras aparecem em nossa rotina?
  • 21. • Na maior parte do tempo, temos a tarefa de escolher o que o nosso aluno deverá ler. • Diante dessa atribuição, portanto, precisamos conhecer intimamente o trabalho de autores, ilustradores e editoras,dado o intenso crescimento do mercado editorial, a fim de garantir escolhas acertadas, coerentes e pertinentes, considerando os interesses, desejos de nossos alunos e habilidades que eles precisam desenvolver como leitores na etapa da vida escolar da qual fazem parte.
  • 22. • Mas, temos essa familiaridade necessária com o título a ser trabalhado com os nossos alunos em sala de aula? Temos, de fato, o hábito de pensar em nosso repertório leitor quando definimos o(s) livro(s) com o(s) qual(is) trabalharemos? Costumamos avaliar as nossas escolhas, na medida em que entendemos a importância de favorecer uma convivência significativa de nossos alunos com os livros?
  • 23. • “Um professor de leitura é, simplesmente, uma voz que conta; uma mão que abre portas e traça caminhos entre a alma dos textos e a alma dos leitores. Seu trabalho, como a literatura mesma, é risco e incerteza. Seu ofício privilegiado é, basicamente, ler. E seus textos de leitura não são apenas os livros, mas também os leitores. Não se trata de um ofício, mas de uma atividade de vida. No fundo, os livros são isso: conversas sobre a vida. E é urgente, sobretudo, aprender a conversar”. Yolanda Reyes