SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 21
História da construção do
Código de Ética Profissional
do Psicólogo
Marcia Ferreira Amendola
Estudos e Pesquisas em Psicologia, Rio de Janeiro, v. 14, n. 2,
p. 660-685, 2014.
Introdução
• Habitualmente denominado de Código de Ética
Profissional, um Código Deontológico se refere a um
código de conduta, cuja função consiste em fornecer
elementos para moldar, regulamentar as relações entre os
profissionais e entre estes e a sociedade, com vistas à
harmonia de uma ordem social (Benavides & Antón,
1987).
• O Código de Ética apresenta-se como um coadjuvante na
construção da identidade profissional, de uma concepção
de pertencimento, ao mesmo tempo em que dá
legitimidade à profissão perante a sociedade.
• Todo Código, que não seja uma Lei no sentido estrito e,
portanto, possa ser mais sensível ao contexto econômico-
político e cultural de uma dada sociedade, tem um
aspecto dinâmico.
• No caso do Código de Ética Profissional do Psicólogo
(CEPP), trata-se de uma norma jurídica, cuja denominação
técnica é Resolução. Enquanto tal, possui caráter
normativo e regulador da profissão.
• Trata-se de um sistema de regras que visa à regulação da
conduta profissional do psicólogo, apontando
responsabilidades, direitos e deveres, de caráter
obrigatório e coercitivo, de tal modo que seu
descumprimento é passível de punição.
• Inequivocamente, uma categoria profissional, para ter seu
campo institucionalizado e reconhecido pela sociedade, é
obrigada a manter um Código de conduta para proteção e
defesa dos direitos dos usuários de seus serviços
profissionais, sejam estes seus clientes ou instituições.
• Também tem por função orientar e proteger o próprio
profissional.
• Sua função é executiva e voltada para a defesa da
integridade da Psicologia enquanto profissão perante a
sociedade
Primeiro código de ética dos
psicólogos brasileiros
• Código de Ética dos Psicólogos Brasileiros, foi organizado
no biênio 1966-67.
• Nomeou os membros do Conselho de Ética Profissional,
entidade que se incumbiria de orientar a aplicação deste
Código de Ética, zelar pela sua observância e fiscalizar o
exercício profissional.
• Orientar na apuração das faltas disciplinares e infrações
• Código de Processamento Disciplinar (CPD) –, Resolução
CFP n° 014/1976.
• Reconhecimento da necessidade do profissional
“desenvolver o sentido de sua responsabilidade”.
• O primeiro Código de Ética da categoria era composto por
cinco Princípios Fundamentais e 40 (quarenta) artigos,
distribuídos em 13 (treze) capítulos: das
responsabilidades gerais do psicólogo; das
responsabilidades para com o cliente; das
responsabilidades e relações com as instituições
empregadoras; das relações com outros psicólogos; das
relações com outros profissionais; das relações com
associações congêneres e representativas do psicólogo;
das relações com a justiça; do sigilo profissional; das
comunicações científicas e das publicações; da
publicidade profissional; dos honorários profissionais; da
fiscalização do exercício profissional da psicologia e
cumprimentos dos princípios éticos; disposições gerais.
Segundo código de ética
profissional dos psicólogos
• Passados quatro anos do Código de Ética de 1975, o
número de profissionais psicólogos no país mais que
quadruplicou, atingindo o equivalente a 20 mil
profissionais registrados.
• A emergência de novos campos de atividades também
contribuiu para o entendimento do CFP sobre a
necessidade de realizar uma revisão do Código
• Nova versão do Código em 30 de agosto de 1979
• Trabalho de reformulação do Código: primeiramente, os
Conselhos Regionais deveriam realizar críticas ao Código
de 1975 e dar sugestões para sua reformulação, tomando
por base os trabalhos desenvolvidos no campo da
fiscalização e da orientação.
• Posteriormente, os CRPs encaminharam aos professores
de ética dos cursos de Psicologia fornecidos pelo
Ministério da Educação e Cultura mesmo pedido
endereçado aos CRPs (críticas e sugestões em relação ao
Código). Foi também realizado um levantamento pela
Biblioteca da Universidade de São Paulo de revistas
estrangeiras de verbetes sobre ética profissional do
psicólogo, material que foi encaminhado a todos
• os conselheiros.
• O CEPP de 1979 entrava em vigor, ainda no período
político ditatorial, porém, em um momento em que os
movimentos sociais de resistência se fortaleciam.
Apresentando cinco Princípios Fundamentais e 50 artigos
e mais alíneas dispostos em 12 capítulos, é possível
constatar que alguns temas ganharam ênfase, tais como
os que versavam sobre sigilo e relações com a Justiça,
enquanto outros foram excluídos, tal como a alínea ‘h’ do
Art. 4° do Código anterior, que versa sobre a prática de
interrogatório sob ação de hipnose (Romaro, 2008).
• Assim, o segundo Código passou a ter por capítulos: das
responsabilidades gerais do psicólogo; das
responsabilidades para com o cliente; das
responsabilidades e relações com as instituições
empregadoras; das relações com outros psicólogos; das
relações com outros profissionais; das relações com
associações congregantes e representantes dos
psicólogos; das relações com a justiça; do sigilo
profissional; das comunicações científicas e da divulgação
ao público; da publicidade profissional; dos honorários
profissionais; da observância, aplicação e cumprimento
do Código de Ética.
• Resolução CFP n° 001/1978 que estabeleceu, em caráter
permanente, uma Comissão de Fiscalização do Exercício
profissional. Com isso, a Comissão de Ética (Coe) – que
antes cumulava a função de zelar pela ética profissional e
fiscalizar o exercício profissional – passou a se dedicar à
disciplina, via instauração, instrução (condução) e
julgamento de Processos Disciplinares Éticos (PDE)
representados em desfavor dos psicólogos, dentro do
rigor da Lei.
• Novo Código de Processamento Disciplinar (CPD),
Resolução CFP n° 015/1982.
Terceiro código de ética profissional
do psicólogo
• Terceiro Código de Ética Profissional do Psicólogo –
Resolução CFP n° 002/87, de 15 de agosto de 1987.
• Muitas pesquisas foram realizadas com a participação de
psicólogos de todos os Conselhos Regionais de Psicologia
e grupos de profissionais de diferentes áreas.
• Modelo que incluía a participação dos profissionais
diretamente na formulação
• Transcritas, a seguir, as quatro primeiras questões
referentes à primeira página do questionário:
• 1. Qual deve ser a finalidade de um Código de Ética:
• a. Preferencialmente normalizador? Por quê?
• b. Preferencialmente reflexivo? Por quê?
• c. Preferencialmente ___________? Por quê?
• 2. A seu ver, o atual Código de Ética cumpre essa
finalidade?
• Por quê?
• 3. A quem deve servir o Código de Ética?
• 4. A quem deve servir a Psicologia?
• Concluiu-se por três diretrizes, que seriam: (1) prioridade
para os interesses da comunidade; (2) ascendência da
ação orientadora em relação à punitiva; (3) estabelecer
uma definição entre questões éticas e questões técnicas
para dirimir essa falsa dicotomia (Conselho Regional de
Psicologia 06, 1994).
• Concepção:
• O psicólogo deveria, antes de cumprir as normas do Código, ser
ético.
• Código de Ética deveria também estar sujeito às leis da mudança,
aberto a reflexões que o atualizassem continuamente.
• compromisso com a sociedade, com o usuário do serviço de
Psicologia e com o próprio psicólogo.
• o CEPP de 1987 exibia sete Princípios Fundamentais e um
total de 50 artigos e alíneas dispostos em 10 (dez)
capítulos: das responsabilidades gerais do psicólogo; das
responsabilidades e relações com as instituições
empregadoras; das relações com outros profissionais ou
psicólogos; das relações com a categoria; das relações
com a justiça; do sigilo profissional; das comunicações
científicas e da divulgação ao público; da publicidade
profissional; dos honorários profissionais; da observância,
aplicação e cumprimento do código de ética.
• Código de Processamento Disciplinar (CPD) também foi
reformulado, passando a vigorar a Resolução CFP n°
005/1988.
• 1989 - mais de 65 mil psicólogos escolheram, pela
primeira vez, seus representantes federais por voto direto
(Conselho Federal de Psicologia [CFP], 2004).
Quarto código de ética profissional
do psicólogo
• IV Congresso Nacional de Psicologia, realizado em 2001,
cujo tema foi Qualidade, Ética e Cidadania nos Serviços
Profissionais: construindo o compromisso social da
Psicologia, teve por objetivo, dentre outros, a discussão e
reflexão sobre ética, responsabilidade jurídica e social do
psicólogo-cidadão frente às novas tendências da
sociedade.
• Por meio de uma metodologia considerada democrática, a
categoria profissional poderia participar de Fóruns
Regionais de Ética (eventos preparatórios) para discussão.
• 420 teses (propostas) foram acolhidas e encaminhadas
pelos delegados representantes.
• Dentre as quais as que censuravam a prática de exclusão,
qualidade da produção de documentos escritos, da
realização de pesquisa com seres humanos e do
atendimento psicoterapêutico pela Internet .
• As propostas de ações políticas que não se transformaram
em artigos do Código de Ética puderam ser aproveitadas
sob a forma de Resoluções do CFP.
• O Código de Ética, Resolução CFP N° 010/2005 foi
aprovado, entrando em vigor na data em que se
comemorava o dia do Psicólogo daquele mesmo ano. O
documento consta de sete Princípios Fundamentais e 25
artigos, distribuídos em dois capítulos: das
responsabilidades do psicólogo e das disposições gerais.
• “foi construído a partir de múltiplos espaços de discussão
sobre a ética da profissão, suas responsabilidades e
compromissos com a promoção da cidadania”
• Sua intenção era “aproximar-se mais de um instrumento
de reflexão do que de um conjunto de normas a serem
seguidas pelo psicólogo”
• “seja um instrumento capaz de delinear para a sociedade
as responsabilidades e deveres do psicólogo, oferecer
diretrizes para a sua formação e balizar os julgamentos as
suas ações, contribuindo para o fortalecimento e
ampliação do significado social da profissão” (CFP, 2005,
p.5).
• A partir disso, entende-se que o atual Código de Ética,
primando pela abrangência e promoção da autonomia e
reflexão do profissional, vai de encontro com a prática
cada vez mais especializada do profissional, que não se vê
contemplada nestes princípios norteadores.
• Dessa forma, o Código desponta como um indicador, não
apenas de críticas divergentes, mas, também, de um
problema grave: a constatação da dificuldade que o
psicólogo encontra para empregar o Código no exercício
de sua profissão, e igualmente promover uma reflexão
sobre sua práxis.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Historia da psicologia
Historia da psicologiaHistoria da psicologia
Historia da psicologiaGLEYDSON ROCHA
 
A Psicologia como ciência e profissão.ppt
A Psicologia como ciência e profissão.pptA Psicologia como ciência e profissão.ppt
A Psicologia como ciência e profissão.pptSadeMental13RS
 
Introdução à Psicologia: História da Psicologia
Introdução à Psicologia: História da PsicologiaIntrodução à Psicologia: História da Psicologia
Introdução à Psicologia: História da PsicologiaEdgard Lombardi
 
Introdução psicopatologia
Introdução psicopatologiaIntrodução psicopatologia
Introdução psicopatologialucasvazdelima
 
História da psicologia no Brasil.pptx
História da psicologia no Brasil.pptxHistória da psicologia no Brasil.pptx
História da psicologia no Brasil.pptxVilciele
 
História da psicologia
História da psicologiaHistória da psicologia
História da psicologiaLeila Bezerra
 
história da psicologia social
história da psicologia social história da psicologia social
história da psicologia social Josevânia Silva
 
Psicologia e Políticas Públicas
Psicologia e Políticas PúblicasPsicologia e Políticas Públicas
Psicologia e Políticas PúblicasArie Storch
 
Curso Lacan e a Psicanálise - Aula 1: Quem foi Jacques Lacan ?
Curso Lacan e a Psicanálise - Aula 1: Quem foi Jacques  Lacan ?Curso Lacan e a Psicanálise - Aula 1: Quem foi Jacques  Lacan ?
Curso Lacan e a Psicanálise - Aula 1: Quem foi Jacques Lacan ?Alexandre Simoes
 

Mais procurados (20)

Psicoterapias
PsicoterapiasPsicoterapias
Psicoterapias
 
Historia da psicologia
Historia da psicologiaHistoria da psicologia
Historia da psicologia
 
Conceitualização em Terapia Cognitiva
Conceitualização em Terapia CognitivaConceitualização em Terapia Cognitiva
Conceitualização em Terapia Cognitiva
 
A Psicologia como ciência e profissão.ppt
A Psicologia como ciência e profissão.pptA Psicologia como ciência e profissão.ppt
A Psicologia como ciência e profissão.ppt
 
Introdução à Psicologia: História da Psicologia
Introdução à Psicologia: História da PsicologiaIntrodução à Psicologia: História da Psicologia
Introdução à Psicologia: História da Psicologia
 
Introdução psicopatologia
Introdução psicopatologiaIntrodução psicopatologia
Introdução psicopatologia
 
Psicologia da Saude
Psicologia da Saude Psicologia da Saude
Psicologia da Saude
 
História da psicologia no Brasil.pptx
História da psicologia no Brasil.pptxHistória da psicologia no Brasil.pptx
História da psicologia no Brasil.pptx
 
História da psicologia
História da psicologiaHistória da psicologia
História da psicologia
 
O que é a psicologia
O que é a psicologiaO que é a psicologia
O que é a psicologia
 
Psicologia geral fabiola
Psicologia geral fabiolaPsicologia geral fabiola
Psicologia geral fabiola
 
ESTUDO DIRIGIDO - PSICOSSOMÁTICA
ESTUDO DIRIGIDO - PSICOSSOMÁTICAESTUDO DIRIGIDO - PSICOSSOMÁTICA
ESTUDO DIRIGIDO - PSICOSSOMÁTICA
 
Introdução à psicologia
Introdução à psicologiaIntrodução à psicologia
Introdução à psicologia
 
história da psicologia social
história da psicologia social história da psicologia social
história da psicologia social
 
Introdução À Psicologia
Introdução À PsicologiaIntrodução À Psicologia
Introdução À Psicologia
 
Carl Jung
Carl Jung Carl Jung
Carl Jung
 
Psicologia e Políticas Públicas
Psicologia e Políticas PúblicasPsicologia e Políticas Públicas
Psicologia e Políticas Públicas
 
Curso Lacan e a Psicanálise - Aula 1: Quem foi Jacques Lacan ?
Curso Lacan e a Psicanálise - Aula 1: Quem foi Jacques  Lacan ?Curso Lacan e a Psicanálise - Aula 1: Quem foi Jacques  Lacan ?
Curso Lacan e a Psicanálise - Aula 1: Quem foi Jacques Lacan ?
 
Psicanálise
PsicanálisePsicanálise
Psicanálise
 
Aula - Introdução à Psicologia 1
Aula - Introdução à Psicologia 1Aula - Introdução à Psicologia 1
Aula - Introdução à Psicologia 1
 

Semelhante a História dos códigos de ética dos psicólogos brasileiros

Codigo etica do Psicólogo
Codigo etica do PsicólogoCodigo etica do Psicólogo
Codigo etica do PsicólogoDacir Castro
 
Código de Ética Profissional da Psicologia
Código de Ética Profissional da PsicologiaCódigo de Ética Profissional da Psicologia
Código de Ética Profissional da PsicologiaSérgio Amaral
 
Codigo etica
Codigo eticaCodigo etica
Codigo eticapsi-fca
 
Código de Ética do Psicólogo
Código de Ética do PsicólogoCódigo de Ética do Psicólogo
Código de Ética do PsicólogoDrielle Santos
 
Ética e Deontologia.pptx
Ética e Deontologia.pptxÉtica e Deontologia.pptx
Ética e Deontologia.pptxCarlosSpencer3
 
Ficha1 Cp convicçao e firmeza ectica Marco
Ficha1 Cp convicçao e firmeza ectica MarcoFicha1 Cp convicçao e firmeza ectica Marco
Ficha1 Cp convicçao e firmeza ectica Marcomega
 
Reflexao Dr2 CP CFE
Reflexao Dr2 CP CFEReflexao Dr2 CP CFE
Reflexao Dr2 CP CFEmega
 
1 Código de Ética e Técnico Profissional da Neuropsicopedagogia - SBNPp .pdf
1  Código de Ética e Técnico Profissional da Neuropsicopedagogia - SBNPp   .pdf1  Código de Ética e Técnico Profissional da Neuropsicopedagogia - SBNPp   .pdf
1 Código de Ética e Técnico Profissional da Neuropsicopedagogia - SBNPp .pdfDaniele Aimi
 
Códigos de ética e padrões deontológicos
Códigos de ética e padrões deontológicosCódigos de ética e padrões deontológicos
Códigos de ética e padrões deontológicosElda Moleiro
 
Anexo 2 codigo de etica_tecnico_profisisonal_da_neuropsicopedagogia_-_sbn_pp_...
Anexo 2 codigo de etica_tecnico_profisisonal_da_neuropsicopedagogia_-_sbn_pp_...Anexo 2 codigo de etica_tecnico_profisisonal_da_neuropsicopedagogia_-_sbn_pp_...
Anexo 2 codigo de etica_tecnico_profisisonal_da_neuropsicopedagogia_-_sbn_pp_...JULIAROCHACAMARGO1
 
Aula Ética Profissional Enfermagem
Aula Ética Profissional EnfermagemAula Ética Profissional Enfermagem
Aula Ética Profissional EnfermagemReginaldoDias31
 
Ética e Deontologia em Engenharia de Software
Ética e Deontologia em Engenharia de SoftwareÉtica e Deontologia em Engenharia de Software
Ética e Deontologia em Engenharia de SoftwarePedro Monteiro
 
Série Questões Comentadas de Psicologia
Série Questões Comentadas de PsicologiaSérie Questões Comentadas de Psicologia
Série Questões Comentadas de PsicologiaSergio Cabral
 
Deontologia na medicina veterinária
Deontologia na medicina veterináriaDeontologia na medicina veterinária
Deontologia na medicina veterináriaMarília Gomes
 
Ética_Psicologia: O que é Ética na psicologia?
Ética_Psicologia: O que é Ética na psicologia?Ética_Psicologia: O que é Ética na psicologia?
Ética_Psicologia: O que é Ética na psicologia?MaeSoaresdaSilva
 
1- AULA Legislação e Ética Profissional.pptx
1- AULA Legislação e Ética Profissional.pptx1- AULA Legislação e Ética Profissional.pptx
1- AULA Legislação e Ética Profissional.pptxThiagoTavares52632
 

Semelhante a História dos códigos de ética dos psicólogos brasileiros (20)

Codigo de-etica-psicologia
Codigo de-etica-psicologiaCodigo de-etica-psicologia
Codigo de-etica-psicologia
 
Codigo etica do Psicólogo
Codigo etica do PsicólogoCodigo etica do Psicólogo
Codigo etica do Psicólogo
 
Código de Ética Profissional da Psicologia
Código de Ética Profissional da PsicologiaCódigo de Ética Profissional da Psicologia
Código de Ética Profissional da Psicologia
 
Codigo etica
Codigo eticaCodigo etica
Codigo etica
 
Codigo etica
Codigo eticaCodigo etica
Codigo etica
 
Código de Ética do Psicólogo
Código de Ética do PsicólogoCódigo de Ética do Psicólogo
Código de Ética do Psicólogo
 
Ética e Deontologia.pptx
Ética e Deontologia.pptxÉtica e Deontologia.pptx
Ética e Deontologia.pptx
 
Ficha1 Cp convicçao e firmeza ectica Marco
Ficha1 Cp convicçao e firmeza ectica MarcoFicha1 Cp convicçao e firmeza ectica Marco
Ficha1 Cp convicçao e firmeza ectica Marco
 
Reflexao Dr2 CP CFE
Reflexao Dr2 CP CFEReflexao Dr2 CP CFE
Reflexao Dr2 CP CFE
 
1 Código de Ética e Técnico Profissional da Neuropsicopedagogia - SBNPp .pdf
1  Código de Ética e Técnico Profissional da Neuropsicopedagogia - SBNPp   .pdf1  Código de Ética e Técnico Profissional da Neuropsicopedagogia - SBNPp   .pdf
1 Código de Ética e Técnico Profissional da Neuropsicopedagogia - SBNPp .pdf
 
Códigos de ética e padrões deontológicos
Códigos de ética e padrões deontológicosCódigos de ética e padrões deontológicos
Códigos de ética e padrões deontológicos
 
Anexo 2 codigo de etica_tecnico_profisisonal_da_neuropsicopedagogia_-_sbn_pp_...
Anexo 2 codigo de etica_tecnico_profisisonal_da_neuropsicopedagogia_-_sbn_pp_...Anexo 2 codigo de etica_tecnico_profisisonal_da_neuropsicopedagogia_-_sbn_pp_...
Anexo 2 codigo de etica_tecnico_profisisonal_da_neuropsicopedagogia_-_sbn_pp_...
 
Aula Ética Profissional Enfermagem
Aula Ética Profissional EnfermagemAula Ética Profissional Enfermagem
Aula Ética Profissional Enfermagem
 
O que é Ética.pptx
O que é Ética.pptxO que é Ética.pptx
O que é Ética.pptx
 
O que é Ética
O que é ÉticaO que é Ética
O que é Ética
 
Ética e Deontologia em Engenharia de Software
Ética e Deontologia em Engenharia de SoftwareÉtica e Deontologia em Engenharia de Software
Ética e Deontologia em Engenharia de Software
 
Série Questões Comentadas de Psicologia
Série Questões Comentadas de PsicologiaSérie Questões Comentadas de Psicologia
Série Questões Comentadas de Psicologia
 
Deontologia na medicina veterinária
Deontologia na medicina veterináriaDeontologia na medicina veterinária
Deontologia na medicina veterinária
 
Ética_Psicologia: O que é Ética na psicologia?
Ética_Psicologia: O que é Ética na psicologia?Ética_Psicologia: O que é Ética na psicologia?
Ética_Psicologia: O que é Ética na psicologia?
 
1- AULA Legislação e Ética Profissional.pptx
1- AULA Legislação e Ética Profissional.pptx1- AULA Legislação e Ética Profissional.pptx
1- AULA Legislação e Ética Profissional.pptx
 

Último

Processos Psicológicos Básicos - Psicologia
Processos Psicológicos Básicos - PsicologiaProcessos Psicológicos Básicos - Psicologia
Processos Psicológicos Básicos - Psicologiaprofdeniseismarsi
 
NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptx
NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptxNR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptx
NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptxRayaneArruda2
 
aula de codigo de etica dos profissionais da enfermagem
aula de codigo de etica dos profissionais da  enfermagemaula de codigo de etica dos profissionais da  enfermagem
aula de codigo de etica dos profissionais da enfermagemvaniceandrade1
 
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALARdispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALARBelinha Donatti
 
XABCDE - atendimento ao politraumatizado
XABCDE - atendimento ao politraumatizadoXABCDE - atendimento ao politraumatizado
XABCDE - atendimento ao politraumatizadojosianeavila3
 
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdf
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdfHistologia- Tecido muscular e nervoso.pdf
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdfzsasukehdowna
 
Encontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
Encontro Clínico e Operações - Fotos do EventoEncontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
Encontro Clínico e Operações - Fotos do Eventowisdombrazil
 
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontiamedicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontiaGabrieliCapeline
 
BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus, Estrutura Celular de Célula...
BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus,   Estrutura Celular de Célula...BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus,   Estrutura Celular de Célula...
BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus, Estrutura Celular de Célula...kassiasilva1571
 
Níveis de biosseguranca ,com um resumo completo
Níveis  de biosseguranca ,com um resumo completoNíveis  de biosseguranca ,com um resumo completo
Níveis de biosseguranca ,com um resumo completomiriancarvalho34
 
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptxNR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptxWilliamPratesMoreira
 
PNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICA
PNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICAPNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICA
PNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICAKaiannyFelix
 
Aula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúde
Aula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúdeAula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúde
Aula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúdeLviaResende3
 

Último (13)

Processos Psicológicos Básicos - Psicologia
Processos Psicológicos Básicos - PsicologiaProcessos Psicológicos Básicos - Psicologia
Processos Psicológicos Básicos - Psicologia
 
NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptx
NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptxNR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptx
NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptx
 
aula de codigo de etica dos profissionais da enfermagem
aula de codigo de etica dos profissionais da  enfermagemaula de codigo de etica dos profissionais da  enfermagem
aula de codigo de etica dos profissionais da enfermagem
 
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALARdispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
dispneia NA sala emergência E URGENCIA HOSPITALAR
 
XABCDE - atendimento ao politraumatizado
XABCDE - atendimento ao politraumatizadoXABCDE - atendimento ao politraumatizado
XABCDE - atendimento ao politraumatizado
 
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdf
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdfHistologia- Tecido muscular e nervoso.pdf
Histologia- Tecido muscular e nervoso.pdf
 
Encontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
Encontro Clínico e Operações - Fotos do EventoEncontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
Encontro Clínico e Operações - Fotos do Evento
 
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontiamedicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
 
BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus, Estrutura Celular de Célula...
BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus,   Estrutura Celular de Célula...BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus,   Estrutura Celular de Célula...
BIOLOGIA CELULAR-Teoria Celular, Célula, Vírus, Estrutura Celular de Célula...
 
Níveis de biosseguranca ,com um resumo completo
Níveis  de biosseguranca ,com um resumo completoNíveis  de biosseguranca ,com um resumo completo
Níveis de biosseguranca ,com um resumo completo
 
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptxNR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
NR32 - Treinamento Perfurocortantes - 2023.pptx
 
PNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICA
PNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICAPNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICA
PNAB- POLITICA NACIONAL DE ATENÇAO BASICA
 
Aula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúde
Aula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúdeAula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúde
Aula Processo de Enfermagem na atenção primária a saúde
 

História dos códigos de ética dos psicólogos brasileiros

  • 1. História da construção do Código de Ética Profissional do Psicólogo Marcia Ferreira Amendola Estudos e Pesquisas em Psicologia, Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, p. 660-685, 2014.
  • 2. Introdução • Habitualmente denominado de Código de Ética Profissional, um Código Deontológico se refere a um código de conduta, cuja função consiste em fornecer elementos para moldar, regulamentar as relações entre os profissionais e entre estes e a sociedade, com vistas à harmonia de uma ordem social (Benavides & Antón, 1987). • O Código de Ética apresenta-se como um coadjuvante na construção da identidade profissional, de uma concepção de pertencimento, ao mesmo tempo em que dá legitimidade à profissão perante a sociedade.
  • 3. • Todo Código, que não seja uma Lei no sentido estrito e, portanto, possa ser mais sensível ao contexto econômico- político e cultural de uma dada sociedade, tem um aspecto dinâmico. • No caso do Código de Ética Profissional do Psicólogo (CEPP), trata-se de uma norma jurídica, cuja denominação técnica é Resolução. Enquanto tal, possui caráter normativo e regulador da profissão. • Trata-se de um sistema de regras que visa à regulação da conduta profissional do psicólogo, apontando responsabilidades, direitos e deveres, de caráter obrigatório e coercitivo, de tal modo que seu descumprimento é passível de punição.
  • 4. • Inequivocamente, uma categoria profissional, para ter seu campo institucionalizado e reconhecido pela sociedade, é obrigada a manter um Código de conduta para proteção e defesa dos direitos dos usuários de seus serviços profissionais, sejam estes seus clientes ou instituições. • Também tem por função orientar e proteger o próprio profissional. • Sua função é executiva e voltada para a defesa da integridade da Psicologia enquanto profissão perante a sociedade
  • 5. Primeiro código de ética dos psicólogos brasileiros • Código de Ética dos Psicólogos Brasileiros, foi organizado no biênio 1966-67. • Nomeou os membros do Conselho de Ética Profissional, entidade que se incumbiria de orientar a aplicação deste Código de Ética, zelar pela sua observância e fiscalizar o exercício profissional. • Orientar na apuração das faltas disciplinares e infrações • Código de Processamento Disciplinar (CPD) –, Resolução CFP n° 014/1976. • Reconhecimento da necessidade do profissional “desenvolver o sentido de sua responsabilidade”.
  • 6. • O primeiro Código de Ética da categoria era composto por cinco Princípios Fundamentais e 40 (quarenta) artigos, distribuídos em 13 (treze) capítulos: das responsabilidades gerais do psicólogo; das responsabilidades para com o cliente; das responsabilidades e relações com as instituições empregadoras; das relações com outros psicólogos; das relações com outros profissionais; das relações com associações congêneres e representativas do psicólogo; das relações com a justiça; do sigilo profissional; das comunicações científicas e das publicações; da publicidade profissional; dos honorários profissionais; da fiscalização do exercício profissional da psicologia e cumprimentos dos princípios éticos; disposições gerais.
  • 7. Segundo código de ética profissional dos psicólogos • Passados quatro anos do Código de Ética de 1975, o número de profissionais psicólogos no país mais que quadruplicou, atingindo o equivalente a 20 mil profissionais registrados. • A emergência de novos campos de atividades também contribuiu para o entendimento do CFP sobre a necessidade de realizar uma revisão do Código • Nova versão do Código em 30 de agosto de 1979
  • 8. • Trabalho de reformulação do Código: primeiramente, os Conselhos Regionais deveriam realizar críticas ao Código de 1975 e dar sugestões para sua reformulação, tomando por base os trabalhos desenvolvidos no campo da fiscalização e da orientação. • Posteriormente, os CRPs encaminharam aos professores de ética dos cursos de Psicologia fornecidos pelo Ministério da Educação e Cultura mesmo pedido endereçado aos CRPs (críticas e sugestões em relação ao Código). Foi também realizado um levantamento pela Biblioteca da Universidade de São Paulo de revistas estrangeiras de verbetes sobre ética profissional do psicólogo, material que foi encaminhado a todos • os conselheiros.
  • 9. • O CEPP de 1979 entrava em vigor, ainda no período político ditatorial, porém, em um momento em que os movimentos sociais de resistência se fortaleciam. Apresentando cinco Princípios Fundamentais e 50 artigos e mais alíneas dispostos em 12 capítulos, é possível constatar que alguns temas ganharam ênfase, tais como os que versavam sobre sigilo e relações com a Justiça, enquanto outros foram excluídos, tal como a alínea ‘h’ do Art. 4° do Código anterior, que versa sobre a prática de interrogatório sob ação de hipnose (Romaro, 2008).
  • 10. • Assim, o segundo Código passou a ter por capítulos: das responsabilidades gerais do psicólogo; das responsabilidades para com o cliente; das responsabilidades e relações com as instituições empregadoras; das relações com outros psicólogos; das relações com outros profissionais; das relações com associações congregantes e representantes dos psicólogos; das relações com a justiça; do sigilo profissional; das comunicações científicas e da divulgação ao público; da publicidade profissional; dos honorários profissionais; da observância, aplicação e cumprimento do Código de Ética.
  • 11. • Resolução CFP n° 001/1978 que estabeleceu, em caráter permanente, uma Comissão de Fiscalização do Exercício profissional. Com isso, a Comissão de Ética (Coe) – que antes cumulava a função de zelar pela ética profissional e fiscalizar o exercício profissional – passou a se dedicar à disciplina, via instauração, instrução (condução) e julgamento de Processos Disciplinares Éticos (PDE) representados em desfavor dos psicólogos, dentro do rigor da Lei. • Novo Código de Processamento Disciplinar (CPD), Resolução CFP n° 015/1982.
  • 12. Terceiro código de ética profissional do psicólogo • Terceiro Código de Ética Profissional do Psicólogo – Resolução CFP n° 002/87, de 15 de agosto de 1987. • Muitas pesquisas foram realizadas com a participação de psicólogos de todos os Conselhos Regionais de Psicologia e grupos de profissionais de diferentes áreas. • Modelo que incluía a participação dos profissionais diretamente na formulação
  • 13. • Transcritas, a seguir, as quatro primeiras questões referentes à primeira página do questionário: • 1. Qual deve ser a finalidade de um Código de Ética: • a. Preferencialmente normalizador? Por quê? • b. Preferencialmente reflexivo? Por quê? • c. Preferencialmente ___________? Por quê? • 2. A seu ver, o atual Código de Ética cumpre essa finalidade? • Por quê? • 3. A quem deve servir o Código de Ética? • 4. A quem deve servir a Psicologia?
  • 14. • Concluiu-se por três diretrizes, que seriam: (1) prioridade para os interesses da comunidade; (2) ascendência da ação orientadora em relação à punitiva; (3) estabelecer uma definição entre questões éticas e questões técnicas para dirimir essa falsa dicotomia (Conselho Regional de Psicologia 06, 1994). • Concepção: • O psicólogo deveria, antes de cumprir as normas do Código, ser ético. • Código de Ética deveria também estar sujeito às leis da mudança, aberto a reflexões que o atualizassem continuamente. • compromisso com a sociedade, com o usuário do serviço de Psicologia e com o próprio psicólogo.
  • 15. • o CEPP de 1987 exibia sete Princípios Fundamentais e um total de 50 artigos e alíneas dispostos em 10 (dez) capítulos: das responsabilidades gerais do psicólogo; das responsabilidades e relações com as instituições empregadoras; das relações com outros profissionais ou psicólogos; das relações com a categoria; das relações com a justiça; do sigilo profissional; das comunicações científicas e da divulgação ao público; da publicidade profissional; dos honorários profissionais; da observância, aplicação e cumprimento do código de ética. • Código de Processamento Disciplinar (CPD) também foi reformulado, passando a vigorar a Resolução CFP n° 005/1988.
  • 16. • 1989 - mais de 65 mil psicólogos escolheram, pela primeira vez, seus representantes federais por voto direto (Conselho Federal de Psicologia [CFP], 2004).
  • 17. Quarto código de ética profissional do psicólogo • IV Congresso Nacional de Psicologia, realizado em 2001, cujo tema foi Qualidade, Ética e Cidadania nos Serviços Profissionais: construindo o compromisso social da Psicologia, teve por objetivo, dentre outros, a discussão e reflexão sobre ética, responsabilidade jurídica e social do psicólogo-cidadão frente às novas tendências da sociedade. • Por meio de uma metodologia considerada democrática, a categoria profissional poderia participar de Fóruns Regionais de Ética (eventos preparatórios) para discussão.
  • 18. • 420 teses (propostas) foram acolhidas e encaminhadas pelos delegados representantes. • Dentre as quais as que censuravam a prática de exclusão, qualidade da produção de documentos escritos, da realização de pesquisa com seres humanos e do atendimento psicoterapêutico pela Internet . • As propostas de ações políticas que não se transformaram em artigos do Código de Ética puderam ser aproveitadas sob a forma de Resoluções do CFP.
  • 19. • O Código de Ética, Resolução CFP N° 010/2005 foi aprovado, entrando em vigor na data em que se comemorava o dia do Psicólogo daquele mesmo ano. O documento consta de sete Princípios Fundamentais e 25 artigos, distribuídos em dois capítulos: das responsabilidades do psicólogo e das disposições gerais. • “foi construído a partir de múltiplos espaços de discussão sobre a ética da profissão, suas responsabilidades e compromissos com a promoção da cidadania” • Sua intenção era “aproximar-se mais de um instrumento de reflexão do que de um conjunto de normas a serem seguidas pelo psicólogo”
  • 20. • “seja um instrumento capaz de delinear para a sociedade as responsabilidades e deveres do psicólogo, oferecer diretrizes para a sua formação e balizar os julgamentos as suas ações, contribuindo para o fortalecimento e ampliação do significado social da profissão” (CFP, 2005, p.5). • A partir disso, entende-se que o atual Código de Ética, primando pela abrangência e promoção da autonomia e reflexão do profissional, vai de encontro com a prática cada vez mais especializada do profissional, que não se vê contemplada nestes princípios norteadores.
  • 21. • Dessa forma, o Código desponta como um indicador, não apenas de críticas divergentes, mas, também, de um problema grave: a constatação da dificuldade que o psicólogo encontra para empregar o Código no exercício de sua profissão, e igualmente promover uma reflexão sobre sua práxis.