2. QUESTIONE-SE
“O mundo da Fundag” - Slide 7
“A Coevolução entre o Homem e as Plantas Domesticadas”
3. DEFININDO COEVOLUÇÃO
Os primeiros a publicarem o termo “Coevolução” foram Paul HEHRLICH & Peter Hamilton RAVEN
(1964), ao descreverem as INFLUÊNCIAS EVOLUTIVAS que tanto as PLANTAS quanto os INSETOS
herbívoros têm uns sobre os outros.
Segundo Mark RIDLEY (2006), para Charles DARWIN (1877) a COEVOLUÇÃO é um processo
SIMBIÓTICO-INVOLUNTÁRIO (associação benéfica de dois seres vivos) do AGROECOSSISTEMA, onde
duas ou mais espécies INTERAGEM ao EVOLUÍREM, podendo até NÃO sobreviver umas sem as outras, e
que tal INTERDEPENDÊNCIA também é perceptível entre as PLANTAS DOMESTICADAS e o HOMEM
(Ex.: Couve-flor, Milho, ...).
Para falar de COEVOLUÇÃO temos que entender também o que é a EVOLUÇÃO que significa
MUDANÇA (mutação, seleção, ...), na FORMA (fenótipo e genótipo) e COMPORTAMENTO dos
organismos, entre gerações - Ideia que se originou do avô de Charles, o Erasmus DARWIN.
Os FATORES EVOLUTIVOS mais importantes são mutação, recombinação e seleção...A COEVOLUÇÃO
é definida como um processo no curso do qual dois parceiros ou sistemas parceiros inteiros (animais,
plantas, bactérias ou fungos) dependem uns dos outros em sua evolução, ...como consequência da pressão
seletiva mútua (Anselmo KRATOCHWIL & Angelika SCHWABE, 2001).
4. NATUREZA EM EQUILÍBRIO
Ao retornar de sua viagem pelo mundo, no
“Veleiro Beagle”, DARWIN (1859) se
concentrou nos estudos das ESPÉCIES
DOMESTICADAS para a AGROPECUÁRIA;
Passou também pelo Brasil, e observou
que os seres humanos SELECIONAVAM
espécies animais e vegetais por
CARACTERES DESEJÁVEIS para eles,
desprezando as demais, em um processo
de SELEÇÃO ARTIFICIAL (cruzamentos
conduzidos pelo melhorista genético);
Um dos pontos mais importantes de sua
observação, ao longo dos anos e em
diversos ecossistemas, era a variação
INTRAESPECÍFICA (indivíduos de uma
mesma espécie - Ex: Arroz 100 mil
acessos);
Conclui-se que os SERES VIVOS estão em
constante EVOLUÇÃO e ADAPTAÇÃO
possibilitando o equilíbrio
INTERESPECÍFICO (indivíduos de espécies
distintas) na NATUREZA.
5. OS HUMANOS NA COEVOLUÇÃO COM AS PLANTAS
Um exemplo vem de Olli ARJAMAA & Timo VUORISALO (2010) que ao estudarem análises da
variação do número de cópias no GENE da amilase salivar HUMANA (Amy1) descobriram que o
número de cópias se correlacionava ao nível de PROTEÍNA e que populações humanas isoladas e com
uma rica dieta em AMIDO tinham mais cópias de Amy1... Comentam ainda que, as dietas locais
criaram uma forte SELEÇÃO positiva na variação do número de cópias da amilase, e essa varredura
evolutiva pode ter coincidido com a mudança na dieta durante os estágios iniciais da
AGRICULTURA.
Charles DARWIN, em Origem das Espécies (1859), cita que a EVOLUÇÃO dos HUMANOS, provavelmente se deu ao efetivar uma
EVOLUÇÃO na DIETA.
ARJAMAA e VUORISALO citam ainda que “Alguns padrões básicos de NOSSA NUTRIÇÃO são claramente CARACTERES EVOLUTIVOS,
baseados em MUDANÇAS entre GERAÇÕES nas FREQUÊNCIAS GÊNICAS (proporção em % de todos os alelos {Ex: AA...} de um loco
{posição do gene no cromossomo})”... E que, num FUTURO próximo, varreduras em todo o GENOMA (conjunto de todos os genes de um ser
vivo), para seleções positivas recentes, aumentarão nossa compreensão da COEVOLUÇÃO entre o GENOMA antigo e a DIETA em diferentes
populações, projetando SOLUÇÕES à qualidade NUTRICIONAL moderna”.
6. INVASORA GENÉTICA
OUTRO CAMINHO: TORNAR-SE IVASORA DE CULTURAS
Segundo Harri LORENZI (1991) pelo menos 20% das ESPÉCIES INVASORAS não são herbáceas, sendo arbustivas
ou até arbóreas, principalmente em pastagens.
Herbert BAKER & Ledyard STEBBINS (1965) citam que
algumas plantas também EVOLUÍRAM naturalmente se
tornando “INVASORAS GENÉTICAS” de CULTURAS
AGRÍCOLAS. [Observação: Tal teoria também nos faz
lembrar do famoso Mimetismo Vaviloviano (VAVILOV,
1951)].
Quando uma espécie aparece em um LOCAL INDESEJADO pelo homem é chamada de INVASORA, mas
também de daninha, inço, mato, ruderal, etc. (Alexandre M. B. dos SANTOS & Maurílio F. OLIVEIRA - 2011)
Arroz silvestre Arroz Cultivado
7. A PLANTA DOMESTICANDO O HOMEM
Para Robert SPENGLER (2020) o homem se julga tão inteligente que subestima a COEVOLUÇÃO entre ele e as plantas. A
FLORA COMESTÍVEL desenvolveu há muito tempo maneiras de afastar as sementes de seus pais para sobreviver e prosperar, e
os humanos são apenas uma parte de seu grande plano. [Ex: A macieira colocou grandes quantidades de energia na produção de
frutas, com alto teor de açúcar, para atrair os animais (como os primeiros hominídeos) para espalhar suas sementes, MUITO
ANTES de começarem a domesticá-la].
“Como visto no caso das maçãs” ... as plantas silvestres DISPERSAM suas SEMENTES/FRUTOS para
encontrar e colonizar novos locais; no entanto, os agricultores NÃO queriam que os frutos e sementes
CAISSEM da PLANTA materna, assim ELIMINARAM os mecanismos de DISPERSÃO durante a chamada
SÍNDROME DA DOMESTICAÇÃO (Barbara SCHAAL, 2018).
8. FASES DA COEVOLUÇÃO
1
2
3
4
FASE 1 – ECOLÓGICA: Aqui a planta sobrevive como parte do ECOSSISTEMA NATURAL, com
pouca ou NENHUMA INFLUÊNCIA da humanidade, exceto por trocas ocasionais que ocorram no
ambiente natural;
FASE 3 – ENGAJAMENTO ANTRÓPICO: Tal fase começa quando a planta é DOMESTICADA,
tornando-se parte do espaço como um RECURSO GENÉTICO cultivado e replantado
INTENCIONALMENTE ano a ano;
FASE 4 - ABANDONO CULTURAL: Eventualmente o homem PERDE O INTERESSE no seu
cultivo e a PLANTA RETORNA passivamente à situação de sobrevivência no ecossistema NATURAL
(FERALIZAÇÃO), ou se foi SIGNIFICATIVAMENTE MODIFICADA, corre o risco de
DESAPARECER por seleção natural, pela ausência de alguns genes relevantes para sua sobrevivência
alterados na SÍNDROME DA DOMESTICAÇÃO (aula do mês passado).
FASE 2 – ECOLÓGICO HUMANA: Durante esta fase é reconhecida como altamente valiosa e é
rotineiramente COLETADA para uso;
9. “O MUNDO DA FUNDAG”
LEIA MAIS
QUESTIONE-SE
TRIGO SILVESTRE
(10 mil anos atrás) TRIGO MODERNO
RAÇA DE TRIGO
classificação
abaixo de subespécie
DOMESTICAÇÃO/
COEVOLUÇÃO
MELHORAMENTO