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Gêneros textuais cobrados entre 2010.1 e 2020.1:
Crônica – 6
Conto – 6
Carta argumentativa – 3
Fábula – 1
Lenda – 1
Carta narrativa – 1
Manifesto – 1
Relato de viagem – 1
Relato pessoal – 1
Discurso – 1
O nascimento da crônica
“Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. É
dizer: Que calor! Que desenfreado calor! Diz-se isto, agitando as
pontas do lenço, bufando como um touro, ou simplesmente
sacudindo a sobrecasaca. Resvala-se do calor aos fenômenos
atmosféricos, fazem-se algumas conjeturas acerca do sol e da lua,
outras sobre a febre amarela, manda-se um suspiro a Petrópolis, e
la glace est rompue [o gelo é quebrado] está começada a crônica.
(...)”
(Machado de Assis. Crônicas Escolhidas. São Paulo: Editora Ática,
1994)
Características da
crônica
• A palavra crônica deriva do Latim chronica, que significava, no
início da era cristã, o relato de acontecimentos em ordem
cronológica (a narração de histórias segundo a ordem em que
se sucedem no tempo). Era, portanto, um breve registro de
eventos.
• A crônica é, primordialmente, um texto escrito para ser
publicado em jornal ou revista. Assim, o fato de ser publicada
no jornal já lhe determina vida curta, pois à crônica de hoje
seguem-se muitas outras nas próximas edições.
• Na maioria dos casos, é um texto curto e narrado em primeira
pessoa, ou seja, o próprio escritor está "dialogando" com o
leitor. Isso faz com que a crônica apresente uma visão
totalmente pessoal de um determinado assunto: a visão do
cronista.
• Geralmente, as crônicas apresentam linguagem simples,
espontânea, situada entre a linguagem oral e a literária. Isso
contribui também para que o leitor se identifique com o cronista,
que acaba se tornando o porta-voz daquele.
• O cronista ouve conversas, recolhe frases, observa pessoas e
registra situações, flagrantes de esquina e do cotidiano; as
palavras de uma criança, incidentes domésticos e coisas que
acontecem nas ruas. Lida com acontecimentos corriqueiros ou
inusitados e com fatos do noticiário.
• Pode apresentar os elementos básicos da narrativa: fatos,
personagens, tempo e lugar; o tempo e o espaço são
normalmente limitados.
• Cabe ao cronista mostrar ao leitor aquilo que só ele vê
nas entrelinhas do fato. Normalmente, parte de
situações particulares que funcionam como metáforas
de situações universais.
• A crônica é um gênero predominantemente leve, por
isso o autor brinca com os fatos que elege como tema e
brinca consigo mesmo, ironiza-se como personagem.
• A crônica de hoje deve ser ágil, dinâmica e objetiva, de
preferência construída com frases curtas e diretas e
sem adjetivações. É importante que o leitor identifique
claramente o assunto da crônica e a posição do
cronista em relação à questão. A concisão é uma
grande qualidade no cronista e no escritor de hoje
Linguagem
 A linguagem predominante na crônica é coloquial. O cronista do
cotidiano privilegia o despojamento verbal. Muitas vezes rompe
com os padrões linguísticos, desrespeita a norma culta e usa
gírias, imprimindo um ritmo de bate-papo, de “conversa-fiada” à
narrativa.
 Linguagem geralmente de acordo com o padrão culto formal ou
culto informal da língua.
Narrador
Normalmente, o cronista narra algo na primeira pessoa. A crônica,
em alguns casos, tem um caráter confessional, autobiográfico. O
cronista parte de experiências próprias, fatos que testemunhou ou
dos quais participou, sempre com um certo envolvimento. Isso o
conduz à flash backs relacionando fatos atuais com o passado e
sua infância.
Em alguns casos a narrativa é feita na terceira pessoa, ou através
de pessoas reais que se tornam personagens. Quando inventa
uma personagem o cronista agrega ficção a fatos e pessoas
reais, semelhantes a tantas outras que conhecemos. O cronista é
responsável pela composição ou reprodução de interessantes
tipos humanos. Muitas vezes, o narrador torna-se personagem de
si mesmo.
Humor
O riso é um jeito ameno de denunciar os absurdos que
vivenciamos no dia-a-dia. Por intermédio de sua arte, o cronista
mostra o ridículo da condição humana, da realidade urbana e do
cotidiano do brasileiro. Situações cômicas se não fossem
trágicas. Através do humor, expressa sua indignação, com ironia,
cinismo e até sarcasmo. O humor deve ser refinado e a ironia
inteligente para que o texto não se torne vulgar.
Crítica
Através do humor o cronista pretende recuperar a capacidade
crítica de seu leitor enquanto o diverte, sem perder o caráter de
leveza próprio da crônica. São matérias predominantes na
crônica a crítica de costumes, a crítica política e social, onde o
cronista, em algumas ocasiões, assume o lado das classes
menos favorecidas.

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  • 2. Gêneros textuais cobrados entre 2010.1 e 2020.1: Crônica – 6 Conto – 6 Carta argumentativa – 3 Fábula – 1 Lenda – 1 Carta narrativa – 1 Manifesto – 1 Relato de viagem – 1 Relato pessoal – 1 Discurso – 1
  • 3.
  • 4. O nascimento da crônica “Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. É dizer: Que calor! Que desenfreado calor! Diz-se isto, agitando as pontas do lenço, bufando como um touro, ou simplesmente sacudindo a sobrecasaca. Resvala-se do calor aos fenômenos atmosféricos, fazem-se algumas conjeturas acerca do sol e da lua, outras sobre a febre amarela, manda-se um suspiro a Petrópolis, e la glace est rompue [o gelo é quebrado] está começada a crônica. (...)” (Machado de Assis. Crônicas Escolhidas. São Paulo: Editora Ática, 1994)
  • 6. • A palavra crônica deriva do Latim chronica, que significava, no início da era cristã, o relato de acontecimentos em ordem cronológica (a narração de histórias segundo a ordem em que se sucedem no tempo). Era, portanto, um breve registro de eventos. • A crônica é, primordialmente, um texto escrito para ser publicado em jornal ou revista. Assim, o fato de ser publicada no jornal já lhe determina vida curta, pois à crônica de hoje seguem-se muitas outras nas próximas edições. • Na maioria dos casos, é um texto curto e narrado em primeira pessoa, ou seja, o próprio escritor está "dialogando" com o leitor. Isso faz com que a crônica apresente uma visão totalmente pessoal de um determinado assunto: a visão do cronista.
  • 7. • Geralmente, as crônicas apresentam linguagem simples, espontânea, situada entre a linguagem oral e a literária. Isso contribui também para que o leitor se identifique com o cronista, que acaba se tornando o porta-voz daquele. • O cronista ouve conversas, recolhe frases, observa pessoas e registra situações, flagrantes de esquina e do cotidiano; as palavras de uma criança, incidentes domésticos e coisas que acontecem nas ruas. Lida com acontecimentos corriqueiros ou inusitados e com fatos do noticiário. • Pode apresentar os elementos básicos da narrativa: fatos, personagens, tempo e lugar; o tempo e o espaço são normalmente limitados.
  • 8. • Cabe ao cronista mostrar ao leitor aquilo que só ele vê nas entrelinhas do fato. Normalmente, parte de situações particulares que funcionam como metáforas de situações universais. • A crônica é um gênero predominantemente leve, por isso o autor brinca com os fatos que elege como tema e brinca consigo mesmo, ironiza-se como personagem. • A crônica de hoje deve ser ágil, dinâmica e objetiva, de preferência construída com frases curtas e diretas e sem adjetivações. É importante que o leitor identifique claramente o assunto da crônica e a posição do cronista em relação à questão. A concisão é uma grande qualidade no cronista e no escritor de hoje
  • 9. Linguagem  A linguagem predominante na crônica é coloquial. O cronista do cotidiano privilegia o despojamento verbal. Muitas vezes rompe com os padrões linguísticos, desrespeita a norma culta e usa gírias, imprimindo um ritmo de bate-papo, de “conversa-fiada” à narrativa.  Linguagem geralmente de acordo com o padrão culto formal ou culto informal da língua.
  • 10. Narrador Normalmente, o cronista narra algo na primeira pessoa. A crônica, em alguns casos, tem um caráter confessional, autobiográfico. O cronista parte de experiências próprias, fatos que testemunhou ou dos quais participou, sempre com um certo envolvimento. Isso o conduz à flash backs relacionando fatos atuais com o passado e sua infância. Em alguns casos a narrativa é feita na terceira pessoa, ou através de pessoas reais que se tornam personagens. Quando inventa uma personagem o cronista agrega ficção a fatos e pessoas reais, semelhantes a tantas outras que conhecemos. O cronista é responsável pela composição ou reprodução de interessantes tipos humanos. Muitas vezes, o narrador torna-se personagem de si mesmo.
  • 11. Humor O riso é um jeito ameno de denunciar os absurdos que vivenciamos no dia-a-dia. Por intermédio de sua arte, o cronista mostra o ridículo da condição humana, da realidade urbana e do cotidiano do brasileiro. Situações cômicas se não fossem trágicas. Através do humor, expressa sua indignação, com ironia, cinismo e até sarcasmo. O humor deve ser refinado e a ironia inteligente para que o texto não se torne vulgar.
  • 12. Crítica Através do humor o cronista pretende recuperar a capacidade crítica de seu leitor enquanto o diverte, sem perder o caráter de leveza próprio da crônica. São matérias predominantes na crônica a crítica de costumes, a crítica política e social, onde o cronista, em algumas ocasiões, assume o lado das classes menos favorecidas.