2. A compreensão e identificação dos gêneros textuais é um
tema recorrente em concursos e vestibulares. Entretanto,
existem também os chamados “tipos textuais”, que são
comumente confundidos com os gêneros, induzindo inúmeros
candidatos ao erro. As diferenças entre gêneros e tipos
textuais existem e são bem importantes!
Gêneros e tipos texuais são elementos distintos, observe:
3. Tipos Textuais Gêneros textuais
Os tipos textuais são caracterizados por propriedades
linguísticas, como vocabulário, relações lógicas, tempos
verbais, construções frasais etc.
Possuem função comunicativa e estão inseridos em um
contexto cultural.
São eles: narração, argumentação, descrição, injunção
(ordem) e exposição (que é o texto informativo).
Possuem um conjunto ilimitado de características, que são
determinadas de acordo com o estilo do autor, conteúdo,
composição e função.
Geralmente variam entre 5 e 9 tipos.
São infinitos os exemplos de gêneros: receita culinária, blog,
e-mail, lista de compras, bula de remédios, telefonema,
carta comercial, carta argumentativa etc.
4. Podemos afirmar que a tipologia textual está relacionada com a forma como um texto
apresenta-se e é caracterizada pela presença de certos traços linguísticos predominantes.
O gênero textual exerce funções sociais específicas, que são pressentidas e vivienciadas
pelos usuários da língua. Mas você deve estar perguntando-se: “por que é importante
saber a diferença entre gêneros e tipos textuais?”.
Saber as diferenças elencadas no quadro acima é fundamental para a correta distinção
entre gêneros e tipos textuais, pois quando conhecemos as características de cada um
desses elementos, fica muito mais fácil interpretar um texto. A interpretação está
relacionada não apenas com a construção de sentidos, mas também com os diversos
fatores inerentes à estruturação textual.
5.
6. Os gêneros literários são estudados desde os tempos antigos. Desde essa época,
foram divididos em três partes: o épico ou narrativo, o lírico e o dramático. Cada
grupo literário apresenta um estilo diferente e pode ou não partir da ficção. Mas
existem literaturas baseadas na realidade, como por exemplo, a literatura de
informação.
O gênero narrativo consiste em narrar, como o nome já diz, um fato ou uma
história de ficção. Ela conta um enredo, onde existe uma situação inicial, a
modificação da situação inicial, um conflito, o clímax (o ponto de tensão na
narrativa) e o chamado epílogo, que é a solução narrada no ponto máximo da
história. Os elementos que compõem tal gênero são: o narrador, o tempo, o lugar,
o enredo ou situação e as personagens.
Nesse gênero literário, existem alguns estilos de escrita, cada um com uma
característica própria, que são: o romance, a fábula, a epopeia ou o épico, o
conto, a crônica, a novela e o ensaio. Todas essas modalidades fazem parte do
gênero narrativo.
GÊNERO LITERÁRIO X GÊNERO NARRATIVO
7. As narrativas do gênero fantástico evocam o surgimento do
sobrenatural procurando conferir uma ilusão de verdade tão
intensa quanto possível.
Pode-se então definir a literatura fantástica como a
narrativa que é elaborada pelo imaginário, por uma dimensão
supostamente inexistente na realidade convencional.
O fantástico mantém uma atitude de dúvida diante das
manifestações sobrenaturais, evitando ou deixando em
suspenso uma resposta para o acontecimento insólito
narrado.
GÊNERO FANTÁSTICO
8. O discurso narrativo fantástico constrói e mantém as
personagens num estado de incerteza permanente diante da
verdadeira índole dos fenômenos insólitos que cruzam o
caminho de suas vidas.
Tanto no cinema quanto na literatura o gênero fantástico
possui as mesmas características.
Mortos andando entre os vivos, monstros das mais variadas
formas, árvores, pedras e animais que falam etc., são uns dos
eventos que não pertencem à nossa realidade. Nossa lógica
não entende e não aceita tais fatos.
GÊNERO FANTÁSTICO
9. As narrativas podem reforçar o efeito fantástico de diversas
formas: apresentando um personagem com uma marca que o
diferencia
EXEMPLOS:
O velho mendigo do conto “Um gole de Chá”, o som do
relógio de ébano no conto da “A Morte da Máscara Rubra” e a
cegueira branca em “Ensaio Sobre a Cegueira” de José
Saramago.
GÊNERO FANTÁSTICO
10. Ocorre a naturalização do insólito, ou seja, os fatos ou os
seres sobrenaturais são aceitos pelos personagens, pois os
elementos insólitos estariam inseridos em um universo em
que “tudo” é possível.
Efeito Maravilhoso: acontecimentos que não fazem parte
do mundo natural dos homens.
Um universo povoado por bruxas, fadas, duendes, em que
o insólito ocorre e é aceito pelos personagens e pelos leitores
como possíveis de acontecer nesse mundo imaginário.
EXEMPLO: “As Crônicas de Nárnia”
GÊNERO MARAVILHOSO
11. A explicação para os fatos apresentados está de acordo
com as leis da realidade. Sua característica principal é a
explicação do sobrenatural por meio da razão.
EXEMPLO:
Os contos de Sherlock Holmes do autor britânico Arthur
Conan Doyle, que ficou famoso por utilizar, na resolução dos
seus mistérios, o método científico e a lógica dedutiva.
Efeito Estranho: Acontecimento que, aparentemente, não
tem solução no mundo real, mas a explicação racional ocorre
no final do texto.
GÊNERO ESTRANHO
12. Para construir sua narrativa dentro de uma perspectiva
verossímil (semelhante à verdade), o narrador faz referência a
elementos reais, que fazem parte do universo não-ficcional,
como por exemplo, informar que o fato narrado se passa em
uma cidade verdadeira, como Paris ou Nova York ou em um
bairro carioca: Ipanema, por exemplo.
EFEITO DO REAL
13. CONTO: É uma narrativa curta. O tempo em que se passa é
reduzido e contém poucas personagens que existem em
função de um núcleo. É o relato de uma situação que pode
acontecer na vida das personagens, porém não é comum que
ocorra com todo mundo. Pode ter um caráter real ou
fantástico e neste caso, com ação dramática e clímax. O tempo
pode ser cronológico ou psicológico.
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14. ELEMENTOS DA NARRATIVA
Personagens: Constituem os seres que participam da
narrativa, interagindo-se com o leitor de acordo com o modo
de ser e de agir. Algumas ocupando lugar de destaque,
também chamadas protagonistas, outras se opondo a elas,
denominadas de antagonistas. As demais caracterizam-se
como secundárias.
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15. Tempo: Retrata o momento em que ocorrem os fatos
(manhã, tarde, noite, na primavera, em dia chuvoso). O
mesmo pode ser cronológico, ou seja, determinado por horas
e datas, revelado por acontecimentos dispostos numa ordem
sequencial e linear - início, meio e fim; e psicológico, aquele
ligado às emoções e sentimentos, caracterizado pelas
lembranças dos personagens, reveladas por momentos
imprecisos, fundindo-se em presente, passado e futuro.
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16. Espaço: É o lugar onde se passa toda a trama. Algumas
vezes é apenas sugerido no intuito de aguçar a mente do
leitor, outras, para caracterizar os personagens de forma
contundente. Dependendo do enredo, a caracterização do
mesmo torna-se de fundamental importância, como, por
exemplo, os romances regionalistas.
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17. Narrador: Ele funciona como um mediador entre a história
que ora é narrada e o leitor (ou ouvinte).
A maneira pela qual o narrador se situa em relação ao que
está narrando denomina-se como foco narrativo. E,
basicamente, há três tipos:
Narrador-personagem - Narrando em 1ª pessoa, ele
participa da história, relatando os fatos a partir de sua ótica,
predominando as impressões pessoais e a visão parcial dos
fatos.
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18. Narrador-observador – Ele revela ao leitor somente os fatos
que consegue observar, relatando-os em 3ª pessoa.
Narrador-onisciente – Além de observar, ele sabe e revela
tudo sobre o enredo e os personagens, até mesmo seus
pensamentos mais íntimos, como também detalhes que até
mesmo eles não sabem. Em virtude de estar presente em toda
parte, é também chamado de onipresente, o que lhe permite
observar o desenrolar dos acontecimentos em qualquer
espaço que ocorram.
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19. Enredo: É o assunto sobre o qual se trata a narrativa. Todo
enredo é composto por um conflito vivido por um ou mais
personagens, cujo foco principal é prender a atenção do leitor
por meio de um clima de tensão que se organiza em torno dos
fatos e os faz avançar.
Climax: Figura-se como o ponto culminante de toda a
trama, revelado pelo momento de maior tensão. É a parte em
que o conflito atinge seu ápice.
RELEMBRANDO...
20. Foco narrativo: É o ponto de vista através do qual a história
está sendo contada. Como já vimos, a narração é feita em 1ª
ou 3ª pessoa.
Conclusão ou desfecho final: É a solução do conflito
instaurado, podendo apresentar final trágico, cômico,
triste, ou até mesmo surpreendente. Tudo irá depender
da decisão imposta pelo narrador.
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