O documento discute os primeiros modelos teóricos da bioética, mencionando três autores fundamentais: Albert Jonsen, Gilbert Hottois e Van Rensselaer Potter. A bioética surgiu como uma ponte entre a ciência e as humanidades para lidar com os novos desafios éticos trazidos pelos avanços nas ciências biológicas.
2. Leitura Básica
• Albert R. Jonsen
The Birth of
Bioethics
• Gilbert Hottois
O paradigma
Bioético
• Van Rensselaer Potter
Bioethics –
Bridge to the
Future
4. Perguntas fundamentais
Como eu devo agir?
Éticas de deveres (deontológicas)
Kant e as intenções
“Age de tal modo que a máxima da tua ação se possa tornar princípio de uma legislação universal “
"Age por forma a que uses a humanidade, quer na tua pessoa como de qualquer outra, sempre ao
mesmo tempo como fim, nunca meramente como meio".
Noção de contingência
Como eu devo agir para ser feliz?
Éticas utilitaristas ou de conseqüências
Jeremy Bentham e Stuart Mill: seja feliz!
Princípio da maior felicidade: Agir sempre de forma a produzir a maior quantidade de bem-estar
para o maior número de pessoas
Como viver bem?
Éticas de virtude ou de caráter
Aristóteles: “Toda a arte e toda a investigação, e similarmente toda a acção e escolha,
parecem visar um qualquer bem; de acordo com isto, declarou-se correctamente que o bem é
aquilo que todas as coisas visam.”
5. Moral – como substantivo
Como substantivo
Modelo de conduta socialmente estabelecido em uma
sociedade concreta (moral vigente)
Convicções morais pessoais (“Fulano possui uma moral
muito rígida)
Doutrinas religiosas (a moral da igreja)
Disposição de espírito (moral elevado)
Dimensão da vida humana
6. Moral - como adjetivo
Usos estranhos à Ética: “certeza moral”
Moral em contraposição a imoral
Moral em contraposição a amoral
Moralidade como sinônimo de concepção moral
concreta
Moralidade como dimensão da vida humana
Na contraposição hegeliana entre ética e moral
(ética coletiva e moral individual)
7. Moralidade
Como busca da vida boa
Felicidade como autorrealização - Aristóteles
Felicidade como prazer – Utilitarismo e Epicurismo
Como desenvolvimento do caráter individual
Como dever (fim em si) – Estoicismo e Kant
Como solução pacífica para conflitos – Habermas
Como prática solidária das virtudes comunitárias -
Jonas
Como cumprimento de princípios universais - Rawls
9. Ética Religiosa
• Bases metafísicas
– Geralmente definem um local de permanência
• Escolha o bem, não o mal
• Para ser “ético” deve-se aderir ao lado do “bem”
• Ou, no caso das éticas de religiões politeístas, a adesão ao
escopo ético de determinada divindade
– Éticas de religiões monoteístas
– Éticas de religiões politeístas
– Ética de religiões animistas ou perspectivistas
10. Ética Cívica
Dever para com o Estado
Nacionalismo, ufanismo e outros movimentos de
exaltação nacional
Adesão a normatividade
Legalismo
Interveniência estatal nas vidas das pessoas
11. Ética Médica
O caso das éticas profissionais: deontologias
Adesão a códigos de conduta e honra
Corporativismo ético
Juramento hipocrático
12. Ética Filosófica
Três reflexões:
Uma ação particular é certa ou errada?
Ética prática Bioética
Como encontrar respostas para esse tipo de pergunta?
Ética normativa
Que conceitos servem de base para a moralidade?
Metaética
13. Escolas éticas
Éticas da era do “ser”
Sócrates
Platão
Aristóteles
Éticas do período helenista
(Epicurismo, Estoicismo)
Éticas medievais
(Agostinho, Aquino)
Éticas da era da
“consciência”
O sentimento moral (Hume)
A deontologia (Kant)
A ética material dos
valores
O utilitarismo
As éticas socialistas
Éticas da era da
linguagem
Niilismo (Nietzsche)
Emotivismo
Prescritivismo
Éticas procedimentais
Éticas do discurso
Comunitarismo
14. Ética Filosófica Contemporânea
Teoria de Significado
Teoria referencial
nomear o referido
representação em Wittgenstein
Teoria verificacionista
Positivismo lógico
Teoria causal ou psicológica
Significados dos atos linguísticos (mandato,
enunciado, juízo)
Teorias do uso
Austin
Teoria Intuicionista
Conhecer por intuição moral
Rechaçamento do naturalismo ético
Moore
Prichard e Ross
Teoria Emotivista
Stevenson
Acordos e desacordos
Teoria Prescritivista
Hare
Universalidade e superveniência
Neustico e frastico
Teoria Descritivista
Fatos e valores
Hume
Searle
15. SÍNTESE DAS TEORIAS ÉTICAS
TEORIAS
ÉTICAS
PONTO DE
PARTIDA
DINAMISMO MORALIDADE FATORES DE
MORALIDADE
Ontológica O fim, o objetivo,
i.é., a felicidade
Agir por virtude
interna
Existe nas coisas, o ser
humano a descobre
Intenção, natureza
do ato,
circunstâncias
Deontológica A boa vontade,
i.é., a autonomia
Por dever Na universalização, o ser
humano a estabelece
Intenção, natureza
do ato,
circunstâncias
Utilitarista A democracia Por interesse,
utilidade
Nas conseqüências, o ser
humano as prevê ou
inventaria
Conseqüências
efetivas
Axiológica Os valores Por atração Determinada pelo sujeito
em relação com as coisas
A apropriação
pessoal dos
valores
Personalista As pessoas
concretas
O projeto Determinada pelo sujeito
a partir dos elementos
estruturantes da pessoa
humana
O engajamento
nesse processo
16. Classificações éticas (Adela Cortina)
Forma
Descritivo
Normativo
Prescritivo
Éticas naturalistas (redução à felicidade) e éticas não-naturalistas
(autonomia do senso moral) (Moore)
Éticas cognitivistas e éticas não-cognitivistas
Éticas de motivos e éticas de fins
Éticas de bens e éticas de fins
Éticas materiais e éticas formais
Éticas substancialistas e éticas procedimentais
Éticas teleológicas e éticas deontológicas
Éticas de intenção e éticas da responsabilidade
Éticas de máximos e de mínimos
17. Núcleo Normativo Mínimo
Articulação Ética Fundamental (Cabrera)
"Nas decisões e ações, devemos levar em consideração os
interesses morais e sensíveis dos outros e não apenas os
próprios, tentando não prejudicar os primeiros e não dar
uma primazia sistemática aos últimos apenas pelo fato
de serem nossos interesses".
Não prejudicar
Não manipular
Não levar em conta somente os próprios interesses
19. A PALAVRA BIOÉTICA
Apesar dessa amplitude de visão, rapidamente o termo
bioética limitou-se às questões levantadas pelo
desenvolvimento das ciências biológicas e sua
aplicação na medicina.
Será o fundador do Kennedy Institute of Ethics, André
Hellegers, que primeiro utilizará essa palavra no sentido
mais restrito que lhe atribuímos geralmente agora.
Ele julgava o termo particularmente significativo para
expressar a idéia de renovação que ele visava para a
ética biomédica.
A palavra teve sucesso imediato, dada a necessidade
de questionamento diante de novos problemas e dos
antigos que se colocavam de forma nova e inédita.
20. Diretrizes internacionais
Código de Nuremberg 1947 - autonomia
Declaração dos direitos humanos 1948 - “educação,
emprego, moradia e acesso a cuidados médicos são as
preocupações de todos os signatários”
Declaração de Geneva (AMM) 1983: "The health of my
patient will be my first consideration”
Recomendações de Boas Práticas Clínicas (ICH)
Declaração de Helsinque (AMM) 1964-2000 - “It is
the mission of the physician to safeguard the health of
the people.”
21. Desenvolvimento histórico
4 fases:
A fase heróica ou dos pioneiros: anos 70, bases
conceituais
A fase de propagação: anos 80, princípios básicos:
Autonomia
Beneficência
Não –maleficência
Justiça
22. Desenvolvimento histórico
A fase dos anos 90 que se caracteriza por 2
movimentos:
surgimento das críticas ao principialismo.
Equidade no atendimento médico e a universilidade do
acesso das pessoas ao desenvolvimento científico
tecnológico.
A fase atual: consolidação e crítica
24. Fritz Jahr -1927
Bioética como a emergência de obrigações éticas
não apenas com o homem, mas a todos os seres
vivos.
Imperativo Bioético: Respeita cada ser vivo em
princípio como uma finalidade em si e trata-o como
tal na medida do possível.
Jahr F. Bio=Ethik. Eine Umschau über die ethichen
Beziehung des Menschen zu Tier und Pflanze.
Kosmos 1927;24:2.
26. Noogênese e Noosfera
Noogênese, do grego noos = mente
(alma, espírito, pensamento,
consciência) e gênese = origem,
(formação, criação, como "a criação
do mundo")
Noosfera, também do grego noos =
mente e sphera (corpo limitado por
uma superfície redonda), é uma
palavra que representa a camada
psíquica nascida da Noogênese, que
cresce e envolve nosso planeta
acima da Biosfera (camada
formada pela multidão de seres
vivos, que cobre a superfície do
globo).
27. Rachel Carlson denunciou a
desatenção ao meio ambiente
“O livro
“Primavera
Silenciosa”, publicado,
na década de 60,
pela jornalista norte–
americana Rachel
Carson, já alertava
sobre os efeitos
danosos de inúmeras
ações humanas sobre
o ambiente.
28. Aldo Leopold (1887-1948)
The Land Ethic
A sua obra mais
conhecida foi o Sand
County Almanac, onde
lançou as bases para
a Ética Ecológica
29. Arne Naess - Deep Ecology
A Ecologia Profunda
foi proposta pelo
filósofo norueguês
Arne Naess em 1973
como uma resposta a
visão dominante sobre
o uso dos recursos
naturais
30. Visão de Mundo Ecologia Profunda
Domínio da Natureza Harmonia com a Natureza
Ambiente natural como
recurso para os seres humanos
Toda a Natureza tem valor intínseco
Seres humanos são superiores
aos demais seres vivos
Igualdade entre as
diferentes espécies
Crescimento econômico e material
como base para o
crescimento humano
Objetivos materiais
a serviço de objetivos maiores de
auto-realização
Crença em amplas
reservas de recursos
Planeta tem
recursos limitados
Progresso e soluções
baseados em alta tecnologia
Tecnologia apropriada e
ciência não dominante
Consumismo
Fazendo com o necessário e
reciclando
Comunidade nacional centralizada
Biorregiões e
reconhecimento de
tradições das minoriais
32. Proposta original
A proposta original da palavra Bioética, feita em
1970, pelo Prof. Van Rensselaer Potter, tinha uma
grande preocupação com a interação do problema
ambiental às questões de saúde.
Suas idéias baseavam-se nas propostas do Prof.
Aldo Leopold, especialmente na sua Ética da Terra.
33. Definição de Bioética - Potter 1970
Nós temos uma grande necessidade de uma ética
da terra, uma ética para a vida selvagem, uma
ética de populações, uma ética do consumo, uma
ética urbana, uma ética internacional, uma ética
geriátrica e assim por diante... Todas elas envolvem
a bioética, (...)
Potter VR. Bioethics, the science of survival. Perspectives in
biology and medicine 1970;14:127-153.
34. Bioética Ponte
Potter classificou esta fase como Bioética Ponte,
especialmente pela característica interdisciplinar
que foi utilizada como base de suas idéias.
Esta primeira reflexão incluía um grande
questionamento sobre a repercussão da visão de
progresso existente na década de 1960.
35. Definição de Bioética - Potter 1971
Bioética é ponte entre a ciência e as humanidades.
Eu proponho o termo Bioética como forma de enfatizar
os dois componentes mais importantes para se atingir
uma nova sabedoria, que é tão desesperadamente
necessária: conhecimento biológico e valores humanos.
Potter VR. Bioethics. Bridge to the future. Englewood Cliffs: Prentice Hall,
1971:2.
36. Bioética e Ética Biomédica
O termo Bioética, ainda durante a década de 1970,
devido à crescente repercussão dos avanços na área
da saúde, foi sendo utilizado em um sentido mais
estrito.
Estas propostas foram feitas, especialmente, pelo
Prof. Warren Reich e pelo Prof. LeRoy Walters,
ambos vinculados ao Instituto Kennedy de Ética, da
Universidade Georgetown/Washington DC, e Prof.
David Roy, do Canadá.
37. Outros autores
Outros autores, como o Prof. Guy Durant, do Canadá,
também assumiram esta posição ao longo da década de
1980, mantendo a base interdisciplinar da proposta
original.
Esta visão restritiva foi incorporada pela base de dados
Bioethicsline, que consolida a produção de conhecimento na
área de Bioética.
O Prof. Warren Reich reiterou, em 1995 sua perspectiva
para o termo, incorporando à sua proposta de Bioética as
perspectivas interdisciplinar, pluralista e sistemática.
39. Definição de Bioética - Potter 1988
Bioética é a combinação da biologia com
conhecimentos humanísticos diversos constituindo
uma ciência que estabelece um sistema de
prioridades médicas e ambientais para a
sobrevivência aceitável.
Potter VR. Global Bioethics. Building on the
Leopold Legacy. East Lansing: Michigan State
University Press, 1988.
40. Bioética Global
Em 1988, o Prof. Potter reiterou as suas idéias
iniciais criando a Bioética Global. O Prof. Potter
entendia o termo global como sendo uma proposta
abrangente, que englobasse todos os aspectos
relativos ao viver, isto é, envolvia a saúde e a
questão ecológica.
O Prof. Tristran Engelhardt defendeu a proposta de
que a Bioética é uma proposta pluralista. Esta
proposta também teve diferentes interpretações.
41. Definição de Bioética - Potter 1998
Bioética como nova ciência ética que combina
humildade, responsabilidade e uma competência
interdisciplinar, intercultural e que potencializa o
senso de humanidade.
Potter VR. Palestra apresentada em vídeo no IV Congresso
Mundial de Bioética. Tóquio/Japão: 4 a 7 de novembro de
1998. Texto publicado em O Mundo da Saúde
1998;22(6):370-374.
42. Bioética Profunda
Com o objetivo de resgatar a sua reflexão original,
o o Prof. Potter propôs, em 1998, a nova definição
de Bioética Profunda, em 1998.
Esta denominação foi utilizada pela primeira vez
pelo Prof. Peter J. Whitehouse, aplicando à Bioética
o conceito de Ecologia Profunda, do filósofo
norueguês Arne Naess.
43. A proposta
Esta proposta abrangente e humanizadora da
Bioética já vinha sendo defendida por outros
autores, tal como o Prof. André Comte-Sponville.
Em 2001 o Programa Regional de Bioética,
vinculado a Organização Pan-Americana de Saúde
(OPAS) definiu bioética igualmente de forma
ampla, incluindo a vida, a saúde e o ambiente
como área de reflexão.
44. O fundamental notar como é
importante para Potter manter na
Bioética as características
fundamentais - ampla abrangência,
pluralismo, interdisciplinaridade,
abertura e incorporação crítica de
novos conhecimentos - em todas as
suas propostas de definições.
47. Beecher
Beecher era um médico anestesista, que colecionava
relatos de pesquisas científicas publicadas em
periódicos internacionais envolvendo seres humanos em
condições pouco respeitosas
Da compilação original de 50 artigos, Beecher
publicou, em Ethics and Clinical Research, 22 relatos
em que os alvos de pesquisa eram os tradicionalmente
tidos como sub-humanos: internos em hospitais de
caridade, adultos com deficiências mentais, crianças
com retardos mentais, idosos, pacientes psiquiátricos,
recém-nascidos, presidiários, enfim, pessoas incapazes
de assumirem uma postura moralmente ativa diante do
pesquisador e do experimento
49. Relatório de Belmont
Em 1974, formou-se então a Comissão Nacional
para a Proteção de Sujeitos humanos na Pesquisa
Biomédica e comportamental, responsável pela
ética das pesquisas relacionadas as ciências do
comportamento e a biomedicina.
50. Relatório de Belmont
Princípios escolhidos:
Respeito pelas pessoas.A vontade deve ser um pré-
requisito fundamental para participação na pesquisa
científica.
Beneficência. Assegurar o bem estar das pessoas
envolvidas com o experimento.
Justiça. A equidade social.
51. Reich - 1978
Bioética é o estudo sistemático da conduta humana
na área das ciências da vida e a atenção à saúde,
enquanto que esta conduta é examinada a luz dos
princípios e valores morais.
Reich W.T. Encyclopedia of Bioethics. New York: Free
Press-Macmillan, 1978:116.
Kennedy Institute of Ethics
52. Reich - 1978
A ética das ciências da vida e do cuidado com a
saúde. Isto significa que a bioética vai além de
temas éticos na medicina, para incluir assuntos da
saúde pública, preocupações sobre a população,
genética, meio ambiente sanitário, práticas e
tecnologias reprodutivas, saúde e bem estar animal
e semelhantes.
53. Roy -1979
A Bioética é o estudo interdisciplinar do conjunto
das condições exigidas para uma administração
responsável da vida humana, ou da pessoa
humana, tendo em vista os progressos rápidos e
complexos do saber e das tecnologias biomédicas.
Centro de Bioética da Universidade de Montreal
Roy D. La biomédicine aujourd'hui et l'homme de
demain. Point de départ et diretion de la bioéthique.
Le Suplément 1979;128:59-75.
54. Malherbe - 1979
A Bioética é o estudo das normas que devem reger
nossa ação no domínio da intervenção técnica do
homem sobre a sua própria vida.
Universidade de Sherbrooke/Canadá
Malherbe JF. Biologie, éthique e societé. Questions et
enjeux, prospective internationale. Bruxelas, 1979.
55. A teoria principialista
Em 1979, com a publicação de princípios da ética
biomédica, o filósofo Tom Beauchamp e o teólogo
James Childress, defenderam a ideia de que os
conflitos morais poderiam ser mediados pela
referência a algumas ferramentas morais, os
chamados princípios éticos.
Autonomia
Justiça
Beneficência
Não-maleficência
56. Durant - 1989
A Bioética é a pesquisa de soluções para os conflitos
de valores no mundo da intervenção biomédica.
A bioética significa a pesquisa do conjunto das
exigências do respeito e da promoção da vida humana
e da pessoa no setor biomédico.
O Prof. Durant propõe que a Bioética tem inúmeras
abordagens, tais como ser secular, interdisciplinar,
prospectiva, global e sistemática.
Universidade de Montreal/Canadá.
Durant G. A Bioética: natureza, princípios, objetivos. São
Paulo Paulus, 1995:22.
57. Engelhardt - 1991
A Bioética funciona como uma lógica do
pluralismo, como um instrumento para a
negociação pacífica das instituições morais.
Universidade do Texas.
Engelhardt HT. Manuale di Etica. Milano: Il Sagiatore,
1991:19.
58. Bioethicsline -1994
Bioética é um ramo da ética aplicada que estuda
as implicações de valor das práticas e
desenvolvimentos das ciências da vida e da
medicina.
Bioethics Thesaurus - BIOETHICSLINE. Washington:
Kennedy Institute of Ethics, 1994.
59. Reich - 1995
Bioética é o estudo sistemático das dimensões
morais
incluindo visão moral, decisões, conduta e políticas
das ciências da vida e atenção à saúde, utilizando uma
variedade de metodologias éticas em um cenário
interdisciplinar.
Reich WT. Encyclopedia of Bioethics. rev. ed. New York;
MacMillan, 1995:XXI.
62. ESCOLAS DA BIOÉTICA BRASILEIRA
Bioética da Reflexão Autônoma
M Segre: autonomia do sujeito como norte para o entendimento e a resolução de conflitos éticos;
Bioética de Intervenção
V. GARRAFA & Dora Porto: politiza as discussões bioéticas pela via do coletivo; utilitarista e conseqüencialista;
Bioética da Proteção
FR SCHRAMM & Miguel Kottow: Se fundamenta no papel mais elementar do Estado que deve assumir o papel público
de “proteger” os mais frágeis;
Bioética da Teologia da Libertação
M Fabri dos Anjos – Trabalha os temas das desigualdades sociais, dividindo as questões bioéticas em 3 dimensões: mini,
midi e macro sociais; realiza o diálogo entre ciência e religião;
Bioiética crítica de inspiração feminista
D. Diniz –tem viés internacional e trabalha o tema da saúde relacionado com o papel da mulher na sociedade ;
Bioética Feminista e Anti-racista
Fátima Oliveira – trabalha o tema do negro e da mulher de modo forte, relacionando-os com a opressão e a
exclusão social e a discriminação.
Oliveira, Calazans & Barroso – UnB, 2005
63. Histórico no Brasil
Anos 1980 – atividades difusas : PUCRS; Faculdades
S.Camilo SP;
Anos 1990 – BIOÉTICA BRASILEIRA: TARDIA
1993 – Revista BIOÉTICA – CFM / Brasília;
1994 – Cadastramento 1º. Grupo de Pesquisa (GP) no
CNPq – UnB
1995 – Fundação Sociedade Brasileira de Bioética – SP;
1995 – Realização do I Congresso da FELAIBE – São Paulo;
1996 – Criação Sistema CEP/CONEP –
MS/CNS+Resolução 196/96
1996 – I Cong. Bras. de Bioética – Inst. Oscar Freire USP
(100 p.)
1998 – II Cong. Brasileiro de Bioética – CFM + UnB: DF
(200 p.) e vinda ao Brasil de Alastair Campbell –
Presidente da IAB;
2000 – III Cong.Brasileiro de Bioética – PUCRS/P.Alegre
(400 p.);
2002 – Sixth World Congress of Bioethics da IAB + IV
Cong. Bras.Bioética = Brasília – 1400 pessoas / 62
países; tema oficial: Bioethics, power and
injustice;
2004 – V Cong.Brasileiro Bioética – Recife/ PE (700 p.);
tema: Bioética e Cidadania;
2005 - VI Cong. Bras. Bioética – Foz do Iguaçú – PR (800
p.); tema: Bioética, natureza e vida humana; I Cong.
Bioética Mercosul
2005 - Criação da Revista Brasileira de Bioética – RBB;
2007 – VII Congresso Brasileiro de Bioética – USP / São
Paulo; I Congresso da REDBIOÉTICA/UNESCO + I
Congresso Extraordinário da Soc.Internacional de Bioética
– SIBI
2009 - VIII Congresso Brasileiro de Bioética - Búzios/RJ
2010 – Congresso Luso-brasileiro de Bioética
2011 – IX Congresso Brasileiro de Bioética – Brasília
64. O QUE MOTIVA A
DIVERSIDADE DE TEORIAS?
As situações paradigmáticas
66. Exemplos
Num acidente de carro sobrevivem
Um idoso de 65 anos
Uma criança de 7 anos
Os dois estão gravemente feridos e chegaram
simultaneamente ao PS do Hospital
Quem você atenderia primeiro?
67. Exemplos
Num acidente de carro sobrevivem
Um lactente de 1 ano
Um escolar de 7 anos
Os dois estão gravemente feridos e chegaram
simultaneamente ao PS do Hospital
Quem você atenderia primeiro?
68. Exemplos
Num acidente de carro sobrevivem
Um homem de 65 anos
Um homem de 25 anos
Os dois estão gravemente feridos e chegaram
simultaneamente ao PS do Hospital
Quem você atenderia primeiro?
69. Exemplos
Num acidente de carro sobrevivem
Um homem de 20 anos
Uma mulher de 20 anos
Os dois estão gravemente feridos e chegaram
simultaneamente ao PS do Hospital
Quem você atenderia primeiro?
70. Exemplos
Num acidente de carro sobrevivem
Uma mulher com 5 filhos
Uma mulher com 1 filho
Os dois estão gravemente feridos e chegaram
simultaneamente ao PS do Hospital
Quem você atenderia primeiro?
71. Exemplos
Num acidente de carro sobrevivem
Uma mulher casada
Uma mulher solteira
Os dois estão gravemente feridos e chegaram
simultaneamente ao PS do Hospital
Quem você atenderia primeiro?
72. Exemplos
Num acidente de carro sobrevivem
Um assalariado
Um empresário
Os dois estão gravemente feridos e chegaram
simultaneamente ao PS do Hospital
Quem você atenderia primeiro?
73. Exemplos
Num acidente de carro sobrevivem
Um assaltante
Um policial
Os dois estão gravemente feridos e chegaram
simultaneamente ao PS do Hospital
Quem você atenderia primeiro?
74. Exemplos
Num acidente de carro sobrevivem
Uma mulher grávida
Uma mulher que já abortou
Os dois estão gravemente feridos e chegaram
simultaneamente ao PS do Hospital
Quem você atenderia primeiro?
75. Exemplos
Num acidente de carro sobrevivem
Um homossexual
Um padre
Os dois estão gravemente feridos e chegaram
simultaneamente ao PS do Hospital
Quem você atenderia primeiro?
76. Dúvidas
Como definir critérios de escolha?
Fila
Gravidade
Sorteio
Triagem
Critérios sociais
Mérito
Responsabilidade social
Etc...
94. 1945 - 1950
19 de agosto 1947 – Nuremberg e
experimentação com humanos
1952 – Dinamarca: criação do respirador artificial
25 de abril 1953 – Nature publica “The Molecular
Structure of Nucleic Acids” (J.D. Watson e F.H. Crick)
1954 – Joseph Fletcher e o livro Morals and
Medicine: direitos dos pacientes
95. 1950 - 1970
23 de dezembro 1954 – J. Murray e primeiro
transplante renal
Maio de 1960 – O FDA aprova o primeiro
contraceptivo oral (Enovid)
9 de março 1960 – Primeira hemodiálise e o
Seattle Dialysis Selection Committee (quem deve
viver ou morrer?)
3 de dezembro 1967 – C. Barnard faz o primeiro
tranplante de coração (Cape Town, Sud Africa)
96.
97. 1950 - 1970
5 de agosto 1968 – NEJM publica “A Definition of
Irreversible Coma: Report of the Ad Hoc Committee
at Harvard Medical School to Examine the
Definition of Brain Death”
1969-1971 – Criação do Hastings Center on
Hudson (NY) (D. Callahan) e do Kennedy Institute
for Bioethics (Washington DC) (W. Reich)
98. 1970
26 de julho 1972 – O New York Times revela o
escandalo de Tuskegee (Alabama)
22 de janeiro 1973 – Roe v. Wade: a US Supreme
Court autoriza o aborto como direito a privacidade
(right to privacy)
14 de abril 1975 – O caso de Karen Ann Quinlan
(PVS, estado vegetativo persistente até 1985)
25 de julho 1978 – Nasce na Inglaterra Baby
Louise Brown (FIV)
99.
100.
101.
102. 1980
1980 – Suprema Corte Americana decide favoravelmente
pelo patenteamento de bactéria geneticamente
engenheirada (naquele que ficou conhecido como o caso
"Diamond v. Chakrabarty") e estabelecendo que
microorganismos engenheirados poderiam ser patenteados
como "manufacture" or "composition of matter“
Primavera 1982 – Baby Doe (US), nacida com trissomia do
21 e fístula traqueoesofágica. Seus pais se negaram a
assinar um termo autorizando a realização de uma cirurgia
corretiva da fístula. Os médicos apelaram, mas o bebê
acabou morrendo.
103. 1980
3 de dezembro 1982 –de Vries implanta o
primeiro coração artificial
11 de abril 1983 – Newsweek divulga primeiros
casos de SIDA
1984 – Baby Fae, nascida com um defeito
congênito no coração sobrevive com um coração
transplantado de babuíno
1987 – Nasce Baby M, o primeiro bebê de aluguel
1988 – primeiro OGM, Oncomouse TM
104.
105. 1990
1990 – HUGO – Projeto Genoma Humano
28 de março 1990 – CNB (Bompiani, Ossicini,
D’Agostino, Berlinguer)
21 de fevereiro 1997 –Wilmut e Dolly – primeiro clone
Maio de 1998 – Islandeses e questões sobre
patrimônio genético e patenteamento
6 de abril 2000 – Craig Venter (Celera Genomics) e o
sequenciamento do genoma humano
Janeiro de 2001 – O FDA aprova experimentos com
xenotransplante
106.
107. 2000
11 de setembro de 2001
Dezembro 2002 – Anúncio de primeiro clone
humano (sem provas)
2003 – Descoberta do DNA faz 50 anos
Fevereiro de 2003 – morre Dolly
2004 – Discussão sobre terapias com células-tronco
Guerra ao terror
Mudanças climáticas
Pandemias
108.
109.
110.
111. 2010
Pandemia de Gripe
Células-tronco
Bionanotecnologia
Fraudes em publicações científicas
Duplo standard
Formulação de placebo