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Documento do
mês sobre
amamentação
nº 06/97
Como o leite materno
protege os recém-nascidos
How Breast Milk Protects Newborns
Jack Newman
Scientific American 4: 76-79, December 1995.
maternity by Picasso
2
Como o leite materno protege os recém-nascidos
How Breast Milk Protects Newborns - Jack Newman
Scientific American 4: 76-79, December 1995.
H
á muito tempo os médicos sabem que crianças
amamentadas contraem muito menos infec-
ções do que aquelas que recebem fórmula.
Até bem recentemente, muitos médicos presumiam
que as crianças amamentadas vivem melhor
simplesmente porque o leite fornecido diretamente do
peito está livre de bactérias. A fórmula infantil,
frequentemente precisa ser misturada com água e
colocada em mamadeiras, podendo tornar-se
facilmentecontaminada.Mesmocriançasquerecebem
fórmula esterilizada sofrem mais de meningite e de
infecções intestinais, de ouvido, dos tratos respiratório
e urinário do que aquelas que são amamentadas.
A razão, está provada, é que o leite materno, de
diversos modos, ajuda ativamente os recém-nascidos
a evitar doenças. Tal ajuda é particularmente benéfica
durante os primeiros meses de vida, quando um bebê
frequentemente não consegue produzir uma resposta
imune efetiva contra organismos estranhos. E, embora
não seja a norma em muitas culturas industrializadas,
tanto o UNICEF quanto a Organização Mundial de
Saúde recomendam a amamentação por “dois anos
de idade ou mais”. De fato, a resposta imune das
crianças não atinge sua capacidade plena até a idade
de 5 anos ou mais.
Todos os bebês recebem alguma proteção antes
de nascer. Durante a gravidez a mãe passa anticorpos
para o feto através da placenta. Estas proteínas
circulam no sangue do bebê por semanas a meses
após o nascimento, neutralizando os microorganismos
ou marcando-os para serem destruidos por fagócitos
- células imunes que consomem e destroem bactérias,
vírus e fragmentos celulares. Mas, crianças
amamentadas ganham proteção extra de anticorpos,
outras proteínas e células imunológicas do leite
humano.
Uma vez ingeridas, estas moléculas e células
ajudam a prevenir a entrada de microorganismos nos
tecidos do corpo. Algumas das moléculas ligam-se
aos microorganismos na cavidade (lumen) do trato
gastrointestinal. Desta forma, elas impedem os
microorganismos de se fixarem e atravessarem a
mucosa - uma camada de células, também conhecida
como epitélio, que reveste o trato digestivo e outras
APÓS INGERIR UM MICRÓBIO (Fig 1), a mãe
fabrica moléculas de anticorpos chamadas IgA
secretora as quais entram no leite materno (Fig 2) e
ajudam a proteger a criança amamentada dos
patógenos do seu ambiente (Fig 3). Mais
especificamente, um micróbio é capturado pelas
células M da mãe (Fig1) - células especializadas do
Fig 1
micróbio
célula M
células
epitelias
célula T
auxiliar
sinal
químico
célula B
ativada
canal linfático
macrófago
Algumas das moléculas e células do leite
humano ajudam ativamente os bebês a
afastarem as infecções.
3
cavidades do corpo. Outras moléculas reduzem o
suprimento de vitaminas e sais minerais específicos
que as bactérias patogênicas necessitam para
sobreviver no trato digestivo. Certas células
imunológicasdoleitehumanosãofagócitosqueatacam
os microorganismos diretamente. Outro grupo produz
substâncias químicas que fortalecem a resposta
imunológica da própria criança.
Anticorpos do Leite Materno
Os anticorpos, também chamados de imunoglobu-
linas, apresentam 5 formas básicas, designadas
como IgG, IgA, IgM, IgD e IgE. Todas são encontra-
das no leite humano, mas de longe a mais abundante
é a IgA, especificamente a forma conhecida como
IgA secretora, a qual é encontrada em grandes
quantidades ao longo dos sistemas respiratório e
gastrointestinaldosadultos.Estesanticorposconsistem
de duas moléculas de IgA unidas e um componente
chamado de secretor, que parece proteger as moléculas
do anticorpo de serem degradadas pelo ácido gástrico
eenzimasdigestivasnoestômagoeintestinos.Crianças
que tomam mamadeira têm poucos meios de combater
patógenos ingeridos até que comecem a fabricar IgA
secretora por sua própria conta, frequentemente várias
semanas ou mesmo meses após o nascimento.
Além dessa habilidade para se unirem aos
microorganismos e mantê-los longe dos tecidos
corporais, as moléculas de IgA secretora que passam
para a criança que mama no peito são úteis de outras
revestimento epitelial do trato digestivo - e
transferido para as células imunes chamadas
macrófagos. Os macrófagos quebram os patógenos e
apresentam seus fragmentos (antígenos) para outras
células imunes chamadas linfócitos T auxiliares, os
quais secretam substâncias químicas que ativam
ainda outras células imunes, os linfócitos B. As
células B, por seu turno, amadurecem transforman-
do-se em células plasmáticas que migram para os
tecidos epiteliais na mama e liberam anticorpos
(Fig 2). Algumas destas moléculas entram no leite e
são deglutidas pelo bebê. No trato digestivo da
criança (Fig 3), os anticorpos protegidos contra a
degradação pelo componente secretor, impedem os
microrga-nismos de penetrarem no intestino do
bebê.
micróbio
componente
secretor
células epiteliais da
mucosa do trato gastro
intestinal do bebê
vaso
sanguíneo
glândula
mamária
anticorpo
IgA secretora
célula
plasmática
Fig 2
Fig 3
4
Breve panorama dos Benefícios Imunológicos do Leite Materno
Componente Ação
Células brancas do sangue
Linfócitos B Produzem anticorpos dirigidos contra
microorganismos específicos.
Macrófagos Eliminam imediatamente microorganismos
do intestino do bebê, produzem lisozima
e ativam outros componentes do sistema
imune.
Neutrófilos Podem agir como fagócitos, ingerindo
bactérias do sistema digestivo do bebê.
Linfócitos T Eliminam células infectadas diretamente
ou emitem mensagens químicas para mobilizar
outros mecanismos de defesa. Eles proliferam
na presença de organismos que causam doenças
graves em crianças. Eles também fabricam
substâncias que podem reforçar a resposta
imune da própria criança.
Moléculas
Anticorpos da Ligam-se aos micróbios no trato
classe IgA digestivo do bebê e desta forma impedem
secretora que eles passem através da parede do
intestino para dentro dos tecidos do corpo.
Proteína que Reduz a quantidade de vitamina B12 que a
se liga à B12 bactéria necessita para crescer.
Fator bifidus Promove o crescimento de Lactobacillus
bifidus, uma bactéria inofensiva, no intestino do
bebê. O crescimento de tais bactérias não
patogênicas ajuda a afastar os germes perigosos.
Ácidos graxos Rompem as membranas que envolvem certos vírus
e os destroem.
Fibronectina Aumenta a atividade antimicrobiana dos
macrófagos; ajuda-os a reparar tecidos que
foram lesados por reações imunes no intestino
do bebê.
Gama-interferon Aumenta a atividade antimicrobiana das células
imunológicas.
Hormônios e Estimulam a maturação mais rápida do trato
fatores do digestivo do bebê. Quando as membranas
crescimento de revestimento do intestino,
inicialmente “porosas”, amadurecem, a criança
torna-se menos vulnerável aos microorganismos.
Lactoferrina Muitas bactérias necessitam se ligar ao ferro para
sobreviver. Por reduzir a quantidade de ferro
disponível, a lactoferrina frustra o crescimento
de bactérias patogênicas.
Lisozima Elimina bactérias rompendo suas paredes celulares.
Mucina Adere a virus e bactérias, impedindo tais
microorganismos de se ligarem a superfícies
mucosas.
Oligossacárides Ligam-se a microorganismos e os impedem
de se ligarem a superfícies mucosas.
maneiras. Primeiro, o grupo de
anticorpostransmitidosaumacriança
é altamente dirigido contra os agentes
patogênicos que a cercam naquele
momento. A mãe sintetiza anticorpos
quando ingere, inala ou entra em
contato com agentes causadores de
doença. Cada anticorpo que ela
produz é específico para aquele
agente; isto é, o anticorpo se liga a
uma única proteína ou antígeno da
superfície do agente e não perde
tempo atacando substâncias
irrelevantes. Como a mãe fabrica
anticorpos somente contra patógenos
de seu próprio ambiente, o bebê
recebe a proteção de que mais
necessita - contra os agentes
infecciosos que ele tem mais
probabilidade de entrar em contato
nas primeiras semanas de vida.
Segundo, os anticorpos liberados
para a criança ignoram as bactérias
úteis que são encontradas normal-
mente no intestino. Esta flora serve
para bloquear o crescimento de
organismos prejudiciais, proporcio-
nando outra forma de resistência. Os
pesquisadores ainda não descobriram
como o sistema imune da mãe sabe
produzir anticorpos contra um único
agente patogênico e não contra
bactérias normais, mas qualquer que
seja o processo ele favorece o
estabelecimento de “bactérias boas”
no intestino do bebê.
Além disso, as moléculas de IgA
secretora, distintamente de outros
anticorpos, não causam prejuízo ao
bebê, uma vez que afastam a doença
sem causar inflamação - processo em
queváriosagentesquímicosdestroem
os microorganisos mas potencial-
mente podem lesar tecido sadio. No
intestino em desenvolvimento de um
bebê, a membrana mucosa é
extremamentedelicada,eumexcesso
destes agentes químicos pode causar
um dano considerável.
Curiosamente, é provável que a
IgA secretora possa proteger a
mucosa de outras superfícies além da
intestinal. Em muitos países,
particularmente no Oriente Médio,
oeste da América do Sul e norte da
5
África, as mulheres colocam leite nos olhos de suas
crianças para tratar infecções oculares. Não sei se
este medicamento tem sido testado cientificamente,
mas existem razões teóricas para acreditar que
funcione. Provavelmente, deve funcionar pelo menos
algumas vezes ou a prática teria sido abandonada.
Moléculas Úteis em Abundância
No leite humano, várias moléculas além da IgA se-
cretoraimpedemosmicroorganismospatogênicos
de se ligarem à superfície mucosa. Os oligossacárides,
que são cadeias simples de açúcar, frequentemente
contém propriedades que simulam os locais de ligação
através dos quais as bactérias penetram no
revestimento celular do trato intestinal. Deste modo,
estes açúcares podem interceptar bactérias, formando
com elas complexos menos prejudiciais que são
excretados pelo bebê. Além disso, o leite humano
contém grandes moléculas chamadas mucinas que
incluem uma grande quantidade de proteínas e
carboidratos. Elas também são capazes de se aderir a
bactérias e vírus eliminando-os do corpo.
Adicionalmente, as moléculas do leite têm outras
funções valiosas. Cada molécula de uma proteína
chamada lactoferrina, por exemplo, pode se ligar a
dois átomos de ferro. Como muitas bactérias
patogênicas crescem às custas de ferro, a lactoferrina
detem sua expansão ao tornar o ferro não disponível.
Ela é especialmente efetiva para impedir a proliferação
de organismos que frequentemente causam doenças
graves em crianças, incluindo o Staphylococcus
aureus. Além de limitar seu crescimento, a lactoferrina
também rompe o processo pelo qual a bactéria digere
carboidratos. Analogamente, a proteína ligada à B12,
como seu nome sugere, priva os microorganismos de
vitamina B12.
O fator bifidus, um dos mais antigos fatores de
resistência à doença conhecidos do leite humano,
promove o crescimento de um organismo benéfico
chamado Lactobacillus bifidus. Os ácidos graxos
livrespresentesnoleitepodemdanificarasmembranas
que envolvem os virus encapsulados, como o pox
virus da galinha, os quais estão carregados de material
genético encaixados no envoltório proteico. O
interferon, encontrado particularmente no colostro -
o leite ralo e, algumas vezes amarelado, produzido
pela mãe durante os primeiros dias após o nascimento
- tem também forte atividade antiviral. E a
fibronectina, presente em grandes quantidades no
colostro, pode tornar certos fagócitos mais agressivos
para que possam englobar microorganismos mesmo
que estes ainda não estejam ligados a um anticorpo.
Como a IgA secretora, a fibronectina minimiza a
inflamação; parece que ela pode também ajudar na
reparação do tecido lesado pelo processo inflamatório.
Defesas Celulares
Assim como as moléculas de defesa, as células do
sistema imunológico também são abundantes no
leitehumano.Elasconsistemdecélulasdasériebranca
do sangue, ou leucócitos, que combatem diretamente
a infecção e ativam outros mecanismos de defesa. A
quantidade mais impressionante é encontrada no
colostro. A maioria das células são neutrófilos, um
tipo de fagócito que normalmente circula na corrente
sanguínea. Algumas evidências sugerem que os
neutrófilos continuam a agir como fagócitos no
intestino da criança. Eles são menos agressivos do
que os neutrófilos do sangue e virtualmente
desaparecem do leite materno seis semanas após o
nascimento. Portanto, talvez sirvam para alguma outra
função, tal como proteger a mama contra infecção.
O segundo tipo de leucócito mais comum do leite
é o macrófago, o qual é fagócito tal como o neutrófilo
e desempenha uma série de outras funções protetoras.
Os macrófagos constituem cerca de 40% de todos os
leucócitos do colostro. São muito mais ativos do que
os neutrófilos do leite, e recentes pesquisas mostram
que são mais móveis do que os macrófagos do sangue.
Além de serem células fagocíticas, os macrófagos
fabricam lisozima no leite materno, aumentando sua
quantidade no trato gastrointestinal da criança. A
lisozima é uma enzima que destrói bactérias rompendo
suas paredes celulares.
Além disso, os macrófagos no trato digestivo
podem se juntar aos linfócitos na sua ação contra os
Fig 4 - Anticorpo IgA secretora, representado esquematicamente, con-
siste em duas moléculas de IgA “grudadas” por um fragmento proteico
conhecido como cadeia J. O elemento secretor (em negro) envolve as
moléculas unidas. As elipses representam áreas funcionais. Cada um
dos quatro braços destes anticorpos contém uma área de fixação do
antígeno.
molécula de IgA
componente
secretor
cadeia J área de
fixação
do
antígeno
6
invasores. Os linfócitos constituem as restantes 10%
decélulasbrancasdoleite.Cercade20%destascélulas
são linfócitos B, produtores de anticorpos; os restantes
são linfócitos T, que eliminam diretamente células
infectadas ou emitem mensagens químicas que
mobilizam outros componentes do sistema
imunológico.Oslinfócitosdoleiteparecemcomportar-
se diferentemente dos linfócitos do sangue. Os do
leite, por exemplo, proliferam na presença de
Escherichia coli, uma bactéria que pode causar
doença grave em bebês, porém são muito menos
sensíveis do que os linfócitos do sangue a agentes de
menor agressividade. Os linfócitos do leite também
fabricamváriassubstânciasquímicas-incluindogama-
interferon, fator de migração/inibição e fator
quimiotáxico do monócito - que podem reforçar uma
resposta imunológica própria da criança.
Benefícios Adicionais
Vários estudos indicam que alguns fatores no leite
humano podem induzir o sistema imunológico
da criança a uma maturação mais rápida do que se
estivesse em aleitamento artificial. Por exemplo, bebês
amamentados produzem níveis mais altos de
anticorpos em resposta às vacinas. Também, certos
hormônios no leite (como o cortisol) e pequenas
proteínas (incluindo fatores de crescimento da
epiderme e do nervo, fator insulina-símile e
somatomedina C) atuam aproximando os espaços da
camada mucosa do recém-nascido, tornando-a
relativamente impermeável a agentes patogênicos
indesejáveiseoutrospotencialmenteprejudiciais.Além
disso, estudos realizados em animais demonstraram
que o desenvolvimento pós-natal do intestino ocorre
mais rápido em animais alimentados com leite de suas
próprias mães. E animais que também recebem
colostro, contendo as mais altas concentrações de fator
de crescimento epidérmico, apresentam maturação
mais rápida.
Outros componentes desconhecidos do leite humano
devem estimular a produção de IgA secretora,
lactoferrina e lisozima pelo próprio bebê. Todas as
três moléculas são encontradas em maiores
quantidades na urina de bebês amamentados do que
daqueles que tomam mamadeira. Os bebês
amamentados não podem absorver estas moléculas
do leite humano em seu intestino. É possível que as
moléculas sejam produzidas na mucosa do trato
urinário destas crianças. Em outras palavras, parece
que o aleitamento materno induz à imunidade local
no trato urinário.
Em apoio a esta hipótese, recentes estudos clínicos
têm demonstrado que a criança amamentada apresenta
um risco menor de adquirir infecções do trato urinário.
Finalmente, algumas evidências também sugerem que
um fator desconhecido do leite humano pode
determinar que crianças amamentadas produzam mais
fibronectina por conta própria do que as que tomam
mamadeira.
Considerando-se tudo isto, o leite materno é
verdadeiramente um líquido fascinante que supre as
crianças com muito mais do que simples nutrição. Ele
as protege contra infecções até que elas possam se
defender sozinhas.
Tradução: Trajano Ribeiro Filho e
Tereza Setsuko Toma
Revisão: Marina Ferreira Rea
Editoração: Nelson Francisco Brandão
SOH-DIA (Stichting Oecumenische Hulp/Dutch Interchurch Aid)
O Autor
JACK NEWMAN fundou a clínica de amamentação
doHospitalforSickChildrendeTorontoem1984,onde
trabalha como diretor. Mais recentemente estabeleceu
uma clínica similar no Doctor’s Hospital e no
St.Michael’s Hospital, ambos em Toronto. Newman
graduou-se em medicina em 1970, na Universidade de
Toronto, onde é agora professor assistente. Completou
sua pós-graduação em cursos na Nova Zelândia e
Canadá. Como consultor do UNICEF, trabalhou com
pediatras na África. Também praticou medicina na
Nova Zelândia e Américas Central e do Sul.
Outras leituras sugeridas
MUCOSAL IMMUNITY; THE IMMUNOLOGY OF BREAST MILK. H.B. Slade and
S.A. Scwartz in Journal of Allergy and Clinical Immunology, Vol. 80, nº 3, pages 348-356;
September 1987.
IMMUNOLOGY OF MILK AND THE NEONATE. Edited by J. Mestecky et al. Plenum
Press, 1991.
BREASTFEEDING AND HEALTH IN THE 1980"s: A GLOBAL EPIDEMIOLOGIC
REVIEW. Allan S. Cunningham in Journal of Pediatrics, Vol. 118, nº 5, pages 659-666; May
1991.
THE IMMUNE SYSTEM OF HUMAN MILK: ANTIMICROBIAL,
ANTIINFLAMATORY AND IMMUNOMODULATING PROPERTIES. A.S. Goldman
in Pediatric Infectious Disease Journal, Vol. 12, nº 8, pages 664-671; August 1993.
HOST-RESISTANCE FACTORS AND IMMUNOLOGIC SIGNIFICANCE OF HUMAN
MILK. In Breastfeeding: A Guide for the Medical Profession, by Ruth A. Lawrence. Mosby
Year Book, 1994.
Unicef Fundo das Nações Unidas para a Infância
Apoio:
IBFAN WABA
Realização:
SECRETARIA DE
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Leite materno protege recém-nascidos com anticorpos e células imunes

  • 1. 1 Documento do mês sobre amamentação nº 06/97 Como o leite materno protege os recém-nascidos How Breast Milk Protects Newborns Jack Newman Scientific American 4: 76-79, December 1995. maternity by Picasso
  • 2. 2 Como o leite materno protege os recém-nascidos How Breast Milk Protects Newborns - Jack Newman Scientific American 4: 76-79, December 1995. H á muito tempo os médicos sabem que crianças amamentadas contraem muito menos infec- ções do que aquelas que recebem fórmula. Até bem recentemente, muitos médicos presumiam que as crianças amamentadas vivem melhor simplesmente porque o leite fornecido diretamente do peito está livre de bactérias. A fórmula infantil, frequentemente precisa ser misturada com água e colocada em mamadeiras, podendo tornar-se facilmentecontaminada.Mesmocriançasquerecebem fórmula esterilizada sofrem mais de meningite e de infecções intestinais, de ouvido, dos tratos respiratório e urinário do que aquelas que são amamentadas. A razão, está provada, é que o leite materno, de diversos modos, ajuda ativamente os recém-nascidos a evitar doenças. Tal ajuda é particularmente benéfica durante os primeiros meses de vida, quando um bebê frequentemente não consegue produzir uma resposta imune efetiva contra organismos estranhos. E, embora não seja a norma em muitas culturas industrializadas, tanto o UNICEF quanto a Organização Mundial de Saúde recomendam a amamentação por “dois anos de idade ou mais”. De fato, a resposta imune das crianças não atinge sua capacidade plena até a idade de 5 anos ou mais. Todos os bebês recebem alguma proteção antes de nascer. Durante a gravidez a mãe passa anticorpos para o feto através da placenta. Estas proteínas circulam no sangue do bebê por semanas a meses após o nascimento, neutralizando os microorganismos ou marcando-os para serem destruidos por fagócitos - células imunes que consomem e destroem bactérias, vírus e fragmentos celulares. Mas, crianças amamentadas ganham proteção extra de anticorpos, outras proteínas e células imunológicas do leite humano. Uma vez ingeridas, estas moléculas e células ajudam a prevenir a entrada de microorganismos nos tecidos do corpo. Algumas das moléculas ligam-se aos microorganismos na cavidade (lumen) do trato gastrointestinal. Desta forma, elas impedem os microorganismos de se fixarem e atravessarem a mucosa - uma camada de células, também conhecida como epitélio, que reveste o trato digestivo e outras APÓS INGERIR UM MICRÓBIO (Fig 1), a mãe fabrica moléculas de anticorpos chamadas IgA secretora as quais entram no leite materno (Fig 2) e ajudam a proteger a criança amamentada dos patógenos do seu ambiente (Fig 3). Mais especificamente, um micróbio é capturado pelas células M da mãe (Fig1) - células especializadas do Fig 1 micróbio célula M células epitelias célula T auxiliar sinal químico célula B ativada canal linfático macrófago Algumas das moléculas e células do leite humano ajudam ativamente os bebês a afastarem as infecções.
  • 3. 3 cavidades do corpo. Outras moléculas reduzem o suprimento de vitaminas e sais minerais específicos que as bactérias patogênicas necessitam para sobreviver no trato digestivo. Certas células imunológicasdoleitehumanosãofagócitosqueatacam os microorganismos diretamente. Outro grupo produz substâncias químicas que fortalecem a resposta imunológica da própria criança. Anticorpos do Leite Materno Os anticorpos, também chamados de imunoglobu- linas, apresentam 5 formas básicas, designadas como IgG, IgA, IgM, IgD e IgE. Todas são encontra- das no leite humano, mas de longe a mais abundante é a IgA, especificamente a forma conhecida como IgA secretora, a qual é encontrada em grandes quantidades ao longo dos sistemas respiratório e gastrointestinaldosadultos.Estesanticorposconsistem de duas moléculas de IgA unidas e um componente chamado de secretor, que parece proteger as moléculas do anticorpo de serem degradadas pelo ácido gástrico eenzimasdigestivasnoestômagoeintestinos.Crianças que tomam mamadeira têm poucos meios de combater patógenos ingeridos até que comecem a fabricar IgA secretora por sua própria conta, frequentemente várias semanas ou mesmo meses após o nascimento. Além dessa habilidade para se unirem aos microorganismos e mantê-los longe dos tecidos corporais, as moléculas de IgA secretora que passam para a criança que mama no peito são úteis de outras revestimento epitelial do trato digestivo - e transferido para as células imunes chamadas macrófagos. Os macrófagos quebram os patógenos e apresentam seus fragmentos (antígenos) para outras células imunes chamadas linfócitos T auxiliares, os quais secretam substâncias químicas que ativam ainda outras células imunes, os linfócitos B. As células B, por seu turno, amadurecem transforman- do-se em células plasmáticas que migram para os tecidos epiteliais na mama e liberam anticorpos (Fig 2). Algumas destas moléculas entram no leite e são deglutidas pelo bebê. No trato digestivo da criança (Fig 3), os anticorpos protegidos contra a degradação pelo componente secretor, impedem os microrga-nismos de penetrarem no intestino do bebê. micróbio componente secretor células epiteliais da mucosa do trato gastro intestinal do bebê vaso sanguíneo glândula mamária anticorpo IgA secretora célula plasmática Fig 2 Fig 3
  • 4. 4 Breve panorama dos Benefícios Imunológicos do Leite Materno Componente Ação Células brancas do sangue Linfócitos B Produzem anticorpos dirigidos contra microorganismos específicos. Macrófagos Eliminam imediatamente microorganismos do intestino do bebê, produzem lisozima e ativam outros componentes do sistema imune. Neutrófilos Podem agir como fagócitos, ingerindo bactérias do sistema digestivo do bebê. Linfócitos T Eliminam células infectadas diretamente ou emitem mensagens químicas para mobilizar outros mecanismos de defesa. Eles proliferam na presença de organismos que causam doenças graves em crianças. Eles também fabricam substâncias que podem reforçar a resposta imune da própria criança. Moléculas Anticorpos da Ligam-se aos micróbios no trato classe IgA digestivo do bebê e desta forma impedem secretora que eles passem através da parede do intestino para dentro dos tecidos do corpo. Proteína que Reduz a quantidade de vitamina B12 que a se liga à B12 bactéria necessita para crescer. Fator bifidus Promove o crescimento de Lactobacillus bifidus, uma bactéria inofensiva, no intestino do bebê. O crescimento de tais bactérias não patogênicas ajuda a afastar os germes perigosos. Ácidos graxos Rompem as membranas que envolvem certos vírus e os destroem. Fibronectina Aumenta a atividade antimicrobiana dos macrófagos; ajuda-os a reparar tecidos que foram lesados por reações imunes no intestino do bebê. Gama-interferon Aumenta a atividade antimicrobiana das células imunológicas. Hormônios e Estimulam a maturação mais rápida do trato fatores do digestivo do bebê. Quando as membranas crescimento de revestimento do intestino, inicialmente “porosas”, amadurecem, a criança torna-se menos vulnerável aos microorganismos. Lactoferrina Muitas bactérias necessitam se ligar ao ferro para sobreviver. Por reduzir a quantidade de ferro disponível, a lactoferrina frustra o crescimento de bactérias patogênicas. Lisozima Elimina bactérias rompendo suas paredes celulares. Mucina Adere a virus e bactérias, impedindo tais microorganismos de se ligarem a superfícies mucosas. Oligossacárides Ligam-se a microorganismos e os impedem de se ligarem a superfícies mucosas. maneiras. Primeiro, o grupo de anticorpostransmitidosaumacriança é altamente dirigido contra os agentes patogênicos que a cercam naquele momento. A mãe sintetiza anticorpos quando ingere, inala ou entra em contato com agentes causadores de doença. Cada anticorpo que ela produz é específico para aquele agente; isto é, o anticorpo se liga a uma única proteína ou antígeno da superfície do agente e não perde tempo atacando substâncias irrelevantes. Como a mãe fabrica anticorpos somente contra patógenos de seu próprio ambiente, o bebê recebe a proteção de que mais necessita - contra os agentes infecciosos que ele tem mais probabilidade de entrar em contato nas primeiras semanas de vida. Segundo, os anticorpos liberados para a criança ignoram as bactérias úteis que são encontradas normal- mente no intestino. Esta flora serve para bloquear o crescimento de organismos prejudiciais, proporcio- nando outra forma de resistência. Os pesquisadores ainda não descobriram como o sistema imune da mãe sabe produzir anticorpos contra um único agente patogênico e não contra bactérias normais, mas qualquer que seja o processo ele favorece o estabelecimento de “bactérias boas” no intestino do bebê. Além disso, as moléculas de IgA secretora, distintamente de outros anticorpos, não causam prejuízo ao bebê, uma vez que afastam a doença sem causar inflamação - processo em queváriosagentesquímicosdestroem os microorganisos mas potencial- mente podem lesar tecido sadio. No intestino em desenvolvimento de um bebê, a membrana mucosa é extremamentedelicada,eumexcesso destes agentes químicos pode causar um dano considerável. Curiosamente, é provável que a IgA secretora possa proteger a mucosa de outras superfícies além da intestinal. Em muitos países, particularmente no Oriente Médio, oeste da América do Sul e norte da
  • 5. 5 África, as mulheres colocam leite nos olhos de suas crianças para tratar infecções oculares. Não sei se este medicamento tem sido testado cientificamente, mas existem razões teóricas para acreditar que funcione. Provavelmente, deve funcionar pelo menos algumas vezes ou a prática teria sido abandonada. Moléculas Úteis em Abundância No leite humano, várias moléculas além da IgA se- cretoraimpedemosmicroorganismospatogênicos de se ligarem à superfície mucosa. Os oligossacárides, que são cadeias simples de açúcar, frequentemente contém propriedades que simulam os locais de ligação através dos quais as bactérias penetram no revestimento celular do trato intestinal. Deste modo, estes açúcares podem interceptar bactérias, formando com elas complexos menos prejudiciais que são excretados pelo bebê. Além disso, o leite humano contém grandes moléculas chamadas mucinas que incluem uma grande quantidade de proteínas e carboidratos. Elas também são capazes de se aderir a bactérias e vírus eliminando-os do corpo. Adicionalmente, as moléculas do leite têm outras funções valiosas. Cada molécula de uma proteína chamada lactoferrina, por exemplo, pode se ligar a dois átomos de ferro. Como muitas bactérias patogênicas crescem às custas de ferro, a lactoferrina detem sua expansão ao tornar o ferro não disponível. Ela é especialmente efetiva para impedir a proliferação de organismos que frequentemente causam doenças graves em crianças, incluindo o Staphylococcus aureus. Além de limitar seu crescimento, a lactoferrina também rompe o processo pelo qual a bactéria digere carboidratos. Analogamente, a proteína ligada à B12, como seu nome sugere, priva os microorganismos de vitamina B12. O fator bifidus, um dos mais antigos fatores de resistência à doença conhecidos do leite humano, promove o crescimento de um organismo benéfico chamado Lactobacillus bifidus. Os ácidos graxos livrespresentesnoleitepodemdanificarasmembranas que envolvem os virus encapsulados, como o pox virus da galinha, os quais estão carregados de material genético encaixados no envoltório proteico. O interferon, encontrado particularmente no colostro - o leite ralo e, algumas vezes amarelado, produzido pela mãe durante os primeiros dias após o nascimento - tem também forte atividade antiviral. E a fibronectina, presente em grandes quantidades no colostro, pode tornar certos fagócitos mais agressivos para que possam englobar microorganismos mesmo que estes ainda não estejam ligados a um anticorpo. Como a IgA secretora, a fibronectina minimiza a inflamação; parece que ela pode também ajudar na reparação do tecido lesado pelo processo inflamatório. Defesas Celulares Assim como as moléculas de defesa, as células do sistema imunológico também são abundantes no leitehumano.Elasconsistemdecélulasdasériebranca do sangue, ou leucócitos, que combatem diretamente a infecção e ativam outros mecanismos de defesa. A quantidade mais impressionante é encontrada no colostro. A maioria das células são neutrófilos, um tipo de fagócito que normalmente circula na corrente sanguínea. Algumas evidências sugerem que os neutrófilos continuam a agir como fagócitos no intestino da criança. Eles são menos agressivos do que os neutrófilos do sangue e virtualmente desaparecem do leite materno seis semanas após o nascimento. Portanto, talvez sirvam para alguma outra função, tal como proteger a mama contra infecção. O segundo tipo de leucócito mais comum do leite é o macrófago, o qual é fagócito tal como o neutrófilo e desempenha uma série de outras funções protetoras. Os macrófagos constituem cerca de 40% de todos os leucócitos do colostro. São muito mais ativos do que os neutrófilos do leite, e recentes pesquisas mostram que são mais móveis do que os macrófagos do sangue. Além de serem células fagocíticas, os macrófagos fabricam lisozima no leite materno, aumentando sua quantidade no trato gastrointestinal da criança. A lisozima é uma enzima que destrói bactérias rompendo suas paredes celulares. Além disso, os macrófagos no trato digestivo podem se juntar aos linfócitos na sua ação contra os Fig 4 - Anticorpo IgA secretora, representado esquematicamente, con- siste em duas moléculas de IgA “grudadas” por um fragmento proteico conhecido como cadeia J. O elemento secretor (em negro) envolve as moléculas unidas. As elipses representam áreas funcionais. Cada um dos quatro braços destes anticorpos contém uma área de fixação do antígeno. molécula de IgA componente secretor cadeia J área de fixação do antígeno
  • 6. 6 invasores. Os linfócitos constituem as restantes 10% decélulasbrancasdoleite.Cercade20%destascélulas são linfócitos B, produtores de anticorpos; os restantes são linfócitos T, que eliminam diretamente células infectadas ou emitem mensagens químicas que mobilizam outros componentes do sistema imunológico.Oslinfócitosdoleiteparecemcomportar- se diferentemente dos linfócitos do sangue. Os do leite, por exemplo, proliferam na presença de Escherichia coli, uma bactéria que pode causar doença grave em bebês, porém são muito menos sensíveis do que os linfócitos do sangue a agentes de menor agressividade. Os linfócitos do leite também fabricamváriassubstânciasquímicas-incluindogama- interferon, fator de migração/inibição e fator quimiotáxico do monócito - que podem reforçar uma resposta imunológica própria da criança. Benefícios Adicionais Vários estudos indicam que alguns fatores no leite humano podem induzir o sistema imunológico da criança a uma maturação mais rápida do que se estivesse em aleitamento artificial. Por exemplo, bebês amamentados produzem níveis mais altos de anticorpos em resposta às vacinas. Também, certos hormônios no leite (como o cortisol) e pequenas proteínas (incluindo fatores de crescimento da epiderme e do nervo, fator insulina-símile e somatomedina C) atuam aproximando os espaços da camada mucosa do recém-nascido, tornando-a relativamente impermeável a agentes patogênicos indesejáveiseoutrospotencialmenteprejudiciais.Além disso, estudos realizados em animais demonstraram que o desenvolvimento pós-natal do intestino ocorre mais rápido em animais alimentados com leite de suas próprias mães. E animais que também recebem colostro, contendo as mais altas concentrações de fator de crescimento epidérmico, apresentam maturação mais rápida. Outros componentes desconhecidos do leite humano devem estimular a produção de IgA secretora, lactoferrina e lisozima pelo próprio bebê. Todas as três moléculas são encontradas em maiores quantidades na urina de bebês amamentados do que daqueles que tomam mamadeira. Os bebês amamentados não podem absorver estas moléculas do leite humano em seu intestino. É possível que as moléculas sejam produzidas na mucosa do trato urinário destas crianças. Em outras palavras, parece que o aleitamento materno induz à imunidade local no trato urinário. Em apoio a esta hipótese, recentes estudos clínicos têm demonstrado que a criança amamentada apresenta um risco menor de adquirir infecções do trato urinário. Finalmente, algumas evidências também sugerem que um fator desconhecido do leite humano pode determinar que crianças amamentadas produzam mais fibronectina por conta própria do que as que tomam mamadeira. Considerando-se tudo isto, o leite materno é verdadeiramente um líquido fascinante que supre as crianças com muito mais do que simples nutrição. Ele as protege contra infecções até que elas possam se defender sozinhas. Tradução: Trajano Ribeiro Filho e Tereza Setsuko Toma Revisão: Marina Ferreira Rea Editoração: Nelson Francisco Brandão SOH-DIA (Stichting Oecumenische Hulp/Dutch Interchurch Aid) O Autor JACK NEWMAN fundou a clínica de amamentação doHospitalforSickChildrendeTorontoem1984,onde trabalha como diretor. Mais recentemente estabeleceu uma clínica similar no Doctor’s Hospital e no St.Michael’s Hospital, ambos em Toronto. Newman graduou-se em medicina em 1970, na Universidade de Toronto, onde é agora professor assistente. Completou sua pós-graduação em cursos na Nova Zelândia e Canadá. Como consultor do UNICEF, trabalhou com pediatras na África. Também praticou medicina na Nova Zelândia e Américas Central e do Sul. Outras leituras sugeridas MUCOSAL IMMUNITY; THE IMMUNOLOGY OF BREAST MILK. H.B. Slade and S.A. Scwartz in Journal of Allergy and Clinical Immunology, Vol. 80, nº 3, pages 348-356; September 1987. IMMUNOLOGY OF MILK AND THE NEONATE. Edited by J. Mestecky et al. Plenum Press, 1991. BREASTFEEDING AND HEALTH IN THE 1980"s: A GLOBAL EPIDEMIOLOGIC REVIEW. Allan S. Cunningham in Journal of Pediatrics, Vol. 118, nº 5, pages 659-666; May 1991. THE IMMUNE SYSTEM OF HUMAN MILK: ANTIMICROBIAL, ANTIINFLAMATORY AND IMMUNOMODULATING PROPERTIES. A.S. Goldman in Pediatric Infectious Disease Journal, Vol. 12, nº 8, pages 664-671; August 1993. HOST-RESISTANCE FACTORS AND IMMUNOLOGIC SIGNIFICANCE OF HUMAN MILK. In Breastfeeding: A Guide for the Medical Profession, by Ruth A. Lawrence. Mosby Year Book, 1994. Unicef Fundo das Nações Unidas para a Infância Apoio: IBFAN WABA Realização: SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE