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Enfarte Agudo do Miocárdio com “Supra de ST”
Guidelines ESC 2017
Tiago Camacho
Serviço Regional de Protecção Civil, IP-RAM | Serviço de Emergência Médica Regional
PRINCIPAIS DIFERENÇAS EM RELAÇÃO ÀS GUIDELINES DE 2012
• Definição de “primeiro contacto médico”
• Tempo máximo pretendido desde o primeiro contacto médico até ao ECG = 10 min
• Definição de “Hora 0” como a hora do diagnóstico, utilizada para decisão de estratégia
de reperfusão
• Selecção de intervenção coronária percutânea (PCI) sobre fibrinólise, quando o tempo
previsto desde o diagnóstico até à introdução de catéter na artéria coronária (“wire
crossing”) for ≤ 120 min (se tal não for possível, iniciar fibrinólise)
• Atraso máximo desde o diagnóstico até ao bólus de agente fibrinolítico é de 10 min
• Eliminação do termo “porta-a-balão” (“door-to-ballon”)
• BCRE e BCRD com sinais de isquémia são igualmente candidatos a angiografia
coronária urgente - “equivalente de STEMI”
FLUXOGRAMA DA APRESENTAÇÕES DO DOENTE NA VIA VERDE EAM
“Hora 0”
DIAGNÓSTICO
• EAM com SST clássico compreende supradesnivelamento do segmento ST no ponto J
 Em duas ou mais derivações contíguas
 Nas derivações V2 e V3 ≥ 2,5 mm nos homens < 40 anos, ≥ 2 mm nos homens ≥
40 anos, e ≥ 1.5 mm nas mulheres
 ≥ 1 mm nas outras derivações
• EAM com SST é um termo arbitrário utilizado como sinónimo de EAM com oclusão de
artéria coronária e área de enfarte transmural
DIAGNÓSTICO
• Existem padrões electrocardiográficos de oclusão (total) coronária sem SST – “STEMI
equivalents”
• A nomenclatura “supra de ST” pode então originar confusão, e dificuldade em
implementar tratamento adequado e atempado
• Reconhecer estes padrões “equivalentes de STEMI”, e consequentemente, a oclusão
coronária subjacente, é crucial para a rápida implementação de terapêutica de reperfusão
e assim “poupar miocárdio
DIAGNÓSTICO – PADRÕES EQUIVALENTES DE STEMI
– Bloqueio completo de ramo esquerdo “de novo”
– Bloqueio completo de ramo esquerdo cumprindo os critérios de Sgarbossa
ou com sintomatologia aguda (dor típica, EAP, choque, …)
– EAM posterior
– Ondas T de De Winter
– Padrão de Isquémia difusa (tronco comum vs doença multivasos)
– Ondas T de Wellen
– Ondas T hiperagudas
– Bloqueio completo de ramo direito com sintomatologia aguda (dor típica,
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Bloqueio completo de ramo esquerdo
Exame normal em termos de “discordância”
(QRS maioritariamente negativo = T positiva, e vice-versa)
Bloqueio completo de ramo esquerdo
• A terapêutica de reperfusão emergente deve ser considerada em 2 situações no BCRE
– Doente instável – hipotenso, edema pulmonar, instabilidade eléctrica
– Cumprimento dos critérios de Sgarbossa - ≥3 pontos = 98% probabilidade de EAM com SST
• Concordância anormal do segmento ST
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• Discordância excessiva (> 5 mm) do segmento ST (2 pontos)
Nota:
A modificação de Smith – Critérios de Sgarbossa modificados - altera o 3º
ponto para depressão ou elevação do segmento ST, discordante com o QRS e com
magnitude de pelo menos 25% da onda S;
• Aumenta a sensibilidade de 52% para 91%
• Reduz a especificidade de 98% para 90%
• Pode aplicar-se nos doentes com pacemaker
Bloqueio completo de ramo esquerdo
Bloqueio completo de ramo esquerdo
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Bloqueio completo de ramo esquerdo
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Normal
Critérios modificados de Smith: elevação do segmento ST, discordante com o QRS e com
magnitude de pelo menos 25% da onda S:
Enfarte posterior
• RCA (90%), LCA (10%)
• Alterações no ECG de 12 derivações:
• Depressão do segmento ST nas derivações précordiais
• Ondas T altas nas derivações précordiais
• Rácio R/S >1.0 em V2
• Combinação de depressão horizontal do segmento ST com ondas T positivas e altas
Enfarte posterior
• Utilizar as derivações posteriores para comprovar o a elevação do segmento ST
- Considera-se SST em V7-V9, elevações ≥ 1 mm
Enfarte posterior
• Inverter a imagem das derivações pré-cordiais, nos planos vertical e horizontal revela o SST
Enfarte posterior
• O segmento ST tem geralmente forma de sela – “Saddleback”
Ondas T de De Winter
• Ocorre em cerca de 2% das oclusões proximais agudas da artéria descendente
anterior esquerda
• Pode haver alternância entre o padrão de De Winter e o padrão clássico de enfarte
anterior
• Características:
• 1-3 mm de depressão de ST
• Ondas T altas, apiculadas e
simétricas
• aVR mostra geralmente
ligeira elevação de ST
Ondas T de De Winter
•Características:
• 1-3 mm de depressão do segmento ST
• Ondas T altas, apiculadas e simétricas
• aVR mostra geralmente ligeira elevação do segmento ST
Ondas T de De Winter
•Características:
• 1-3 mm de depressão do segmento ST
• Ondas T altas, apiculadas e simétricas
• aVR mostra geralmente ligeira elevação do segmento ST
Padrão de isquémia difusa
• Características:
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Ondas T de Wellens
• Duas ondas T típicas possíveis (V2-V3):
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• Alterações de ECG na ausência de précordialgia no momento mas com sintomas recentes
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Ondas T de Wellens
• Não é necessariamente um EAM com SST
• Características de ECG de 12 derivações (derivações V2-V3):
• Ondas T invertidas profundas, ou bifásicas
• Segmento ST isoeléctrico ou mininamente elevado (<1 mm)
• Ondas Q précordiais ausentes com ondas R preservadas
• Podem alternar com padrão de supra ST – padrão de enfarte anterior
Apresentação
Ondas T de Wellens
45 minutos depois
• Não é necessariamente um EAM com SST
• Características de ECG de 12 derivações (derivações V2-V3):
• Ondas T invertidas profundas, ou bifásicas
• Segmento ST isoeléctrico ou mininamente elevado (<1 mm)
• Ondas Q précordiais ausentes com ondas R preservadas
• Podem alternar com padrão de supra ST – padrão de enfarte anterior
Ondas T hiperagudas
• Características:
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LOGÍSTICA PRÉ-HOSPITALAR RECOMENDADA
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Prasugrel
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- AIT
Prasugrel
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TERAPÊUTICA RECOMENDADA APÓS DIAGNÓSTICO (pré-PCI)
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TERAPÊUTICA SINTOMÁTICA
RESUMO ABORDAGEM PRÉ-HOSPITALAR
Enfarte Agudo do Miocárdio com Supra ST - Guidelines ESC 2017

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  • 1. Enfarte Agudo do Miocárdio com “Supra de ST” Guidelines ESC 2017 Tiago Camacho Serviço Regional de Protecção Civil, IP-RAM | Serviço de Emergência Médica Regional
  • 2. PRINCIPAIS DIFERENÇAS EM RELAÇÃO ÀS GUIDELINES DE 2012 • Definição de “primeiro contacto médico” • Tempo máximo pretendido desde o primeiro contacto médico até ao ECG = 10 min • Definição de “Hora 0” como a hora do diagnóstico, utilizada para decisão de estratégia de reperfusão • Selecção de intervenção coronária percutânea (PCI) sobre fibrinólise, quando o tempo previsto desde o diagnóstico até à introdução de catéter na artéria coronária (“wire crossing”) for ≤ 120 min (se tal não for possível, iniciar fibrinólise) • Atraso máximo desde o diagnóstico até ao bólus de agente fibrinolítico é de 10 min • Eliminação do termo “porta-a-balão” (“door-to-ballon”) • BCRE e BCRD com sinais de isquémia são igualmente candidatos a angiografia coronária urgente - “equivalente de STEMI”
  • 3. FLUXOGRAMA DA APRESENTAÇÕES DO DOENTE NA VIA VERDE EAM “Hora 0”
  • 4. DIAGNÓSTICO • EAM com SST clássico compreende supradesnivelamento do segmento ST no ponto J  Em duas ou mais derivações contíguas  Nas derivações V2 e V3 ≥ 2,5 mm nos homens < 40 anos, ≥ 2 mm nos homens ≥ 40 anos, e ≥ 1.5 mm nas mulheres  ≥ 1 mm nas outras derivações • EAM com SST é um termo arbitrário utilizado como sinónimo de EAM com oclusão de artéria coronária e área de enfarte transmural
  • 5. DIAGNÓSTICO • Existem padrões electrocardiográficos de oclusão (total) coronária sem SST – “STEMI equivalents” • A nomenclatura “supra de ST” pode então originar confusão, e dificuldade em implementar tratamento adequado e atempado • Reconhecer estes padrões “equivalentes de STEMI”, e consequentemente, a oclusão coronária subjacente, é crucial para a rápida implementação de terapêutica de reperfusão e assim “poupar miocárdio
  • 6. DIAGNÓSTICO – PADRÕES EQUIVALENTES DE STEMI – Bloqueio completo de ramo esquerdo “de novo” – Bloqueio completo de ramo esquerdo cumprindo os critérios de Sgarbossa ou com sintomatologia aguda (dor típica, EAP, choque, …) – EAM posterior – Ondas T de De Winter – Padrão de Isquémia difusa (tronco comum vs doença multivasos) – Ondas T de Wellen – Ondas T hiperagudas – Bloqueio completo de ramo direito com sintomatologia aguda (dor típica, EAP, choque, …)
  • 7. Bloqueio completo de ramo esquerdo Exame normal em termos de “discordância” (QRS maioritariamente negativo = T positiva, e vice-versa)
  • 8. Bloqueio completo de ramo esquerdo • A terapêutica de reperfusão emergente deve ser considerada em 2 situações no BCRE – Doente instável – hipotenso, edema pulmonar, instabilidade eléctrica – Cumprimento dos critérios de Sgarbossa - ≥3 pontos = 98% probabilidade de EAM com SST • Concordância anormal do segmento ST – Elevação ST concordante, de 1 mm, em pelo menos 1 derivação (5 pontos) – Depressão ST concordante, de 1 mm de V1 a V3 (3 pontos) • Discordância excessiva (> 5 mm) do segmento ST (2 pontos) Nota: A modificação de Smith – Critérios de Sgarbossa modificados - altera o 3º ponto para depressão ou elevação do segmento ST, discordante com o QRS e com magnitude de pelo menos 25% da onda S; • Aumenta a sensibilidade de 52% para 91% • Reduz a especificidade de 98% para 90% • Pode aplicar-se nos doentes com pacemaker
  • 9. Bloqueio completo de ramo esquerdo
  • 10. Bloqueio completo de ramo esquerdo
  • 11. Bloqueio completo de ramo esquerdo
  • 12. Bloqueio completo de ramo esquerdo
  • 13. Bloqueio completo de ramo esquerdo
  • 14. Bloqueio completo de ramo esquerdo
  • 15. Bloqueio completo de ramo esquerdo Normal Critérios modificados de Smith: elevação do segmento ST, discordante com o QRS e com magnitude de pelo menos 25% da onda S:
  • 16. Enfarte posterior • RCA (90%), LCA (10%) • Alterações no ECG de 12 derivações: • Depressão do segmento ST nas derivações précordiais • Ondas T altas nas derivações précordiais • Rácio R/S >1.0 em V2 • Combinação de depressão horizontal do segmento ST com ondas T positivas e altas
  • 17. Enfarte posterior • Utilizar as derivações posteriores para comprovar o a elevação do segmento ST - Considera-se SST em V7-V9, elevações ≥ 1 mm
  • 18. Enfarte posterior • Inverter a imagem das derivações pré-cordiais, nos planos vertical e horizontal revela o SST
  • 19. Enfarte posterior • O segmento ST tem geralmente forma de sela – “Saddleback”
  • 20. Ondas T de De Winter • Ocorre em cerca de 2% das oclusões proximais agudas da artéria descendente anterior esquerda • Pode haver alternância entre o padrão de De Winter e o padrão clássico de enfarte anterior • Características: • 1-3 mm de depressão de ST • Ondas T altas, apiculadas e simétricas • aVR mostra geralmente ligeira elevação de ST
  • 21. Ondas T de De Winter •Características: • 1-3 mm de depressão do segmento ST • Ondas T altas, apiculadas e simétricas • aVR mostra geralmente ligeira elevação do segmento ST
  • 22. Ondas T de De Winter •Características: • 1-3 mm de depressão do segmento ST • Ondas T altas, apiculadas e simétricas • aVR mostra geralmente ligeira elevação do segmento ST
  • 23. Padrão de isquémia difusa • Características: • Depressão ST em ≥ 8 derivações + elevação ST em aVR e/ou V1 Sugere lesão no tronco comum da LCA vs doença multivasos
  • 24. Ondas T de Wellens • Duas ondas T típicas possíveis (V2-V3): • Tipo A: Padrão bifásico – 25% • Tipo B: Padrão invertido - 75% - ondas T profundas, invertidas e simétricas • Alterações de ECG na ausência de précordialgia no momento mas com sintomas recentes • Representam estenose crítica da artéria descendente anterior esquerda • PCI precoce (24h-48h) provou reduzir a mortalidade
  • 25. Ondas T de Wellens • Não é necessariamente um EAM com SST • Características de ECG de 12 derivações (derivações V2-V3): • Ondas T invertidas profundas, ou bifásicas • Segmento ST isoeléctrico ou mininamente elevado (<1 mm) • Ondas Q précordiais ausentes com ondas R preservadas • Podem alternar com padrão de supra ST – padrão de enfarte anterior Apresentação
  • 26. Ondas T de Wellens 45 minutos depois • Não é necessariamente um EAM com SST • Características de ECG de 12 derivações (derivações V2-V3): • Ondas T invertidas profundas, ou bifásicas • Segmento ST isoeléctrico ou mininamente elevado (<1 mm) • Ondas Q précordiais ausentes com ondas R preservadas • Podem alternar com padrão de supra ST – padrão de enfarte anterior
  • 27. Ondas T hiperagudas • Características: • base larga, altas e assimétricas • positiva em V1 • perda de equilíbrio pré-cordial (i.e. T em V2-3 > T em V6) • Traduzem isquémia, que em contexto “de novo” e acompanhado de sintomas deverá ser interpretado como isquémia aguda
  • 31. ACOMPANHAMENTO E GESTÃO EXTRA-HOSPITALAR
  • 32. TERAPÊUTICA RECOMENDADA APÓS DIAGNÓSTICO (pré-PCI)
  • 33. TERAPÊUTICA RECOMENDADA APÓS DIAGNÓSTICO (pré-PCI)
  • 34. TERAPÊUTICA RECOMENDADA APÓS DIAGNÓSTICO (pré-PCI) Contraindicações Ticagrelor e Prasugrel: • AVC prévio - Isqúemico • Uso concomitante de ACO • Doença hepática moderada a grave • Doença renal terminal (TFG < 15 ml/min) Prasugrel Ticagrelor e Prasugrel- Hemorrágico - AIT Prasugrel Doses de manutenção: • Ticagrelor – 90 mg 2 id • Prasugrel – 10 mg 1id (5 mg se > 75 anos)
  • 35. TERAPÊUTICA RECOMENDADA APÓS DIAGNÓSTICO (pré-PCI)