. COMPLICAÇÕES NA GESTAÇÃO
2. INTRODUÇÃO É importante alertar que uma gestação que está transcorrendo bem pode se tornar de risco a qualquer momento, durante a evolução da gestação ou durante o trabalho de parto. Os fatores de risco gestacional podem ser prontamente identificados no decorrer da assistência pré-natal.
3. SÍNDROMES HIPERTENSIVAS GESTACIONAIS
4. HIPERTENSÃO GESTACIONAL É o desenvolvimento de hipertensão sem proteinúria que ocorre após 20 semanas de gestação. O diagnóstico é temporário e pode representar hipertensão crônica recorrente nessa fase da gravidez. Complicações hipertensivas na gravidez são a maior causa de morbidade e mortalidade materna e fetal; ocorrem em cerca de 10% de todas as gestações;
5. PRÉ-ECLÂMPSIA A pré-eclâmpsia geralmente ocorre após a 20ª semana de gestação, classicamente pelo desenvolvimento gradual de hipertensão e proteinúria. Apresenta-se quando o nível da pressão arterial for maior ou igual a 140/90 mmHg, com proteinúria e após 20 semanas de gestação. Pode evoluir para eclâmpsia.
6. ECLÂMPSIA A eclâmpsia caracteriza-se pela presença de convulsões em mulher com qualquer quadro hipertensivo, não causadas por epilepsia ou qualquer outra doença convulsiva. Pode ocorrer na gravidez, no parto e no puerpério imediato. Em gestante com quadro convulsivo, o primeiro diagnóstico a ser considerado deve ser a eclâmpsia.
7. SÍNDROMES HEMORRÁGICAS
8. ABORTAMENTO Conceitua-se como abortamento a interrupção da gravidez ocorrida antes da 22ª semana de gestação. O abortamento pode ser precoce, quando ocorre até a 13ª semana e tardio, quando entre 13ª e 22ª semanas.
9. PLACENTA PRÉVIA Placenta prévia é definida como a placenta que se implanta total ou parcialmente no segmento inferior do útero.
10. DESCOLAMENTO PREMATURO DE PLACENTA O descolamento prematuro de placenta (DPP) é definido como a separação da placenta da parede uterina antes do parto. Essa separação pode ser parcial ou total.
11. DESCOLAMENTO PREMATURO DE PLACENTA
12. ROTURA UTERINA É uma complicação muito grave em obstetrícia sendo uma importante causa de morbimortalidade materna O maior fator de risco para rotura é a presença de cicatriz uterina e o antecedente de cesariana é o principal delas. Outras causas possíveis são antecedentes As gestantes que possuem duas ou mais cesáreas prévias têm um risco de rotura uterina maior.
13. NÁUSEAS E VÔMITOS DA GRAVIDEZ
14. NÁUSEAS E VÔMITOS DA GRAVIDEZ As náuseas e vômitos representam as condições médicas mais comuns da gravidez, contribuindo para um alto grau de ansiedade e preocupação nas mulheres. Nas suas formas mais graves, são chamadas de hiperemese gravídica, definida como vômitos persistentes que levam a uma perda de peso associada a desequilíbrio hidroeletrolítico.
15. INFECÇÃO URINÁRIA
16. INFECÇÃO URINÁRIA Este é o problema urinário mais comum durante a gestação. Ocorre em 17 a 20% das gestações e se associa a complicações como rotura prematura, trabalho de parto prematuro, febre no pós-parto, s
1. I n t e r c o r r ê n c i a s
C l i n i c a s n a
g e s t a ç ã o I
Enf. Esp. Obstetrícia e Neonatal
Auditora em Saúde
1ª Semana da gestação:
2. I N T R O D U Ç Ã O
• É importante alertar que uma gestação que está
transcorrendo bem pode se tornar de risco a qualquer
momento, durante a evolução da gestação ou durante o
trabalho de parto.
podem ser
decorrer da
• Os fatores de risco gestacional
prontamente identificados no
assistência pré-natal.
3. • A morte materna é definida como a morte da mulher durante a gestação
ou até 42 dias após o seu término, independentemente de duração, ou
localização da gravidez.
•O desfecho pode ser decorrente de uma causa relacionada ou agravada
com a gravidez, ou por medidas tomadas em relação a esse problema.
• A razão de morte materna é um indicador importante de ser
acompanhado, representado pelo número absoluto de mortes para cada
100 mil nascidos vivos. Esse indicador permite comparar o resultado em
diferentes países, localidades e números populacionais, visto que o
denominador se baseia no número de nascidos vivos.
4. • No ano de 2021, a organização apontou que mais de 800 mulheres vão
à óbito diariamente, em todo o mundo, por questões que envolvem a
gestação ou parto e mais de 90% dessas mortes ocorrem em países em
desenvolvimento, de média e baixa renda.
• No Brasil a morte materna se mantém estável ao longo dos anos o que
demonstra ausência de intervenções ou intervenções pouco eficazes
para o enfrentamento desse problema.
• A principal causa de morte materna são as Síndromes Hipertensivas. No
Brasil, em 2019, essa foi a principal causa de morte materna.
5. SÍNDROMES
HIP E RTENS IVAS
GESTACIONAIS
As síndromes hipertensivas são a intercorrência clínica mais
comum da gestação e representam a principal causa de
morbimortalidade materna no mundo.
7. Classificação das Síndromes
• Hipertensão Gestacional;
• Pré-eclâmpsia Leve;
• Pré-eclâmpsia Grave;
• Eclâmpsia;
• Hellp Síndrome.
Triade Clássica da Pré Eclâmpsia:
HAS, Edema e Proteinúria.
8. H I P E R T E N S Ã O G E S T A C I O N A L
É o desenvolvimento de hipertensão sem proteinúria que ocorre
após 20 semanas de gestação. O diagnóstico é temporário e
pode representar hipertensão crônica recorrente nessa fase da
gravidez.
Complicações hipertensivas na gravidez são a maior causa de
morbidade e mortalidade materna e fetal; ocorrem em cerca de
10% de todas as gestações;
Hipertensão arterial crônica antecede gestação, presente
antes da 20ª semana.
Pré-eclampsia - HA diagnosticada a partir da 20ª
semana+proteinúria.
HAC+PE – Hipertensão gestacional, HÁ (diagnosticada a partir da
20ª semana sem proteinúria).
OBS: Pode evoluir para pré-eclâmpsia em 10% a 50% dos casos e
devedesaparecer até12semanasapóso parto.
9. Os princípios básicos do controle da hipertensãogestacional incluem
manter os valores da pressão arterial entre 110 a 140 x 85mmHg (usando
hipotensores,se necessários),monitoraro desenvolvimento de pré-eclâmpsia
e postergar a resolução da gestação até 39 + 6 semanas (desde que a pressão
arterial esteja controlada, não haja comprometimento do bem-estarfetalou
evoluçãoparapré-eclâmpsia).
Conduta: Acompanhamento semanal do pré-natal com verificação de pressão
arterial e verificação da presença de edema.
- Uso de hipotensores prescrito pelo médico (ALFA – metildopa 500mg);
- Prescrição de dieta normossódica;
- Realização de exame de proteinúria.
10. P R É - E C L Â M P S I A
A pré-eclâmpsia geralmente ocorre após a 20ª semana de
gestação, classicamente pelo desenvolvimento gradual de
hipertensão e proteinúria.
Apresenta-se quando o nível da pressão arterial for maior ou
igual a 140/90 mmHg, com proteinúria e após 20 semanas de
gestação.
Pode evoluir para eclâmpsia.
11. Pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão arterial crônica: esse
diagnóstico é estabelecido em algumas situações específicas:
• Quando, a partir da 20ª semana de gestação, ocorre o aparecimento ou
piora da proteinúria já detectada na primeira metade da gestação.
• Quando gestantes portadoras de hipertensão arterial crônica
necessitam de associação de anti-hipertensivos ou aumento das doses
terapêuticas iniciais.
•Na ocorrência de disfunção de órgãos-alvo.
Na ausência de proteinúria, também se
considera pré- eclâmpsia quando a
hipertensão arterial for acompanhada de
comprometimento sistêmico ou disfunção
deórgãos-alvo(trombocitopenia,disfunção
hepática, insuficiência renal, edema
pulmonar, iminência de eclâmpsia ou
eclâmpsia)oudesinaisdecomprometimento
placentário (restrição de crescimento fetal
e/oualteraçõesdopplervelocimétricas).
Caracterização da proteinúria: presença de
pelo menos 300 mg em urina de 24 horas. A
relação proteinúria/creatinúria (mg/dL) em
amostra isolada de urina é método adotado com
frequência, pela facilidade do exame, sendo
considerada alterada quando o valor for de pelo
menos0,3.Naimpossibilidade desses métodos,
usa-se a avaliação qualitativa em fita, em
amostra de urina (presença de pelo menos uma
cruzindica30mg/dL).
12. Pré - eclâmpsia leve:
• Após a 20ª semana de gestação em mulheres previamente normotensas e
sem proteinúria anterior;
• Hipertensão arterial, com valores maior ou igual a 140x90mmhg,
confirmado após periodo de repouso;
• Proteinuria significativa, consideram-se os valores maiores ou iguais a
300mg em 24 horas ou mais em amostra casual;
• Edema, quando existe, pode ser localizado ou generalizado.
Conduta:
- Repouso em DLE e restrição de sódio;
- Acompanhameto ambulatorial semanal;
- Uso de hipoptensores prescrito pelo médico;
- Dosagem rotineira de: Proteinúria, Acido urico, plaquetas e
transaminases.
OBS: Avaliação rotineira da vitalidade fetal.
13. Pré-eclâmpsiagrave
• Pressão arterial (PA) sistólica ≥160 mmHg e/ou PA diastólica ≥110
mmHg, confirmada por intervalo de 15 minutos, aferida com técnica
adequada. A associação com sintomas configura uma emergência
hipertensiva.
• SíndromeHELLP (hemólise,aumentode enzimashepáticas e
Plaquetopenia)
• Sinais de iminência de eclâmpsia: caracterizados pela sintomatologia
secundária a alterações vasculares do sistema nervoso, como cefaleia,
distúrbios visuais (fotofobia, fosfenas e escotomas e hiper-reflexia, ou
hepáticas, sendo náuseas, vômitos e dor no andar superior do abdome
(epigástrioounohipocôndriodireito)asmaiscomuns.
• Eclâmpsia.
• Edemaagudodepulmão.
• Dor torácica, queixa que deve ser valorizada, se estiver acompanhada ounão
poralteraçõesrespiratórias,situaçãoquepodeseroresultadode intensa
vasculopatiacardíacae/oupulmonar.
• Insuficiência renal, identificada pela elevação progressiva dos níveisséricosde
creatinina(≥1,2mg/dL)eureia,alémdaprogressãoparaoligúria(diureseinferior
a500mL/24horas).
14. OBS: Independentemente da idade gestacional, o
reconhecimento das situações a seguir indica o término da
gravidez:
• SíndromeHELLP.
• Eclâmpsia.
• Edemapulmonar/descompensaçãocardíaca.
• Alterações laboratoriais progressivas (trombocitopenia,
elevaçãodeenzimashepáticas).
• Insuficiênciarenal.
• Descolamentoprematurodeplacenta.
• Hipertensão refratária ao tratamento com três drogas anti
hipertensivas.
• Alteraçõesnavitalidadefetal.
Ofator maisimportantepara
diminuiçãodamorbimortalidade
maternaéodiagnósticoprecoce,
antecipando-seàscomplicações.
15. Fisiopatologia
• Defeito/Predisposição genética;
• Disfunção/Adaptação Imunológica;
• Anormalidade de placentação;
• Isquemia Placentária;
• Lesão celular do endotélio;
• Disfunção multissistêmica;
• Comprometimento múltiplos órgãos(Vasoespasmo, Microtrombos,
Coagulopatia).
• Síndrome Hellp (Hemólise, Elevação das enzimas hepáticas e
Plaquetopenia).
• Eclâmpsia.
OBS: A síndrome HELLP
desenvolve-se em 10% a 20% das
gestantes com pré-eclâmpsia grave/
eclâmpsia. A fisiopatologia dessa
doença não está esclarecida, mas é
considerada o comprometimento
hépato hematológico da pré-
elâmpsia (PE).
Exame Parâmetro
Hemólise
Esfregaço de sangue
periférico
(esquistocitose,
anisocitose,
equinocitose,
pecilocitose).
Bilirrubinas >1,2mg/dl
DHL >600U/L
Alteração da
funçã
ohepática
TGOouTGP >70UI
Paquetopenia Plaquetas <100.000/mm3
Tabela 1 – Diagnóstico da síndrome HELLP
As bases do tratamento
são a prevenção das complicações
hemorrágicas e da eclâmpsia, o
controle da hipertensão arterial
grave e o desencadeamento do
parto.
16. Cuidados de Enfermagem
- Estimular o repouso no leito em DLE;
- Dieta hipossódica e hipocalórica;
- Controle de PA e BCF (frequência? de acordo com as condições
clinicas);
- Pesar diariamente;
- Observar sinais de congestão venosa;
- Administrar hipotensores, conforme prescrição médica;
- Verificar proteinúria semanalmente ou mais dependendo do quadro
clinico;
- Informar sobre a patologia;
- orientar a gestante e/ou seu acompanhante, se for o caso, quanto ao
funcionamento e rotinas do setor;
- Vigilância assistencial.
OBS: Na assistência de enfermagem à mulher com crise convulsiva por eclampsia o
objetivo do enfermeiro não é cessar a crise e sim oferecer a essa mulher condições
respiratórias desobstruindo as VAS e dando suporte de O2 visando evitar anoxia
cerebral, com morte de neurônios tendo como consequências, o coma, a deficiência
mental ou óbito.
17. OBS: O momento ideal para o procedimento de cesariana é de 04 horas após
o inicio da dose de ataque do Sulfato de Magnésio.
OBS: Após uma crise convulsiva a paciente ficará em torno de 04 horas
desorientada, sonolenta e em nenhum momento a mesma lembrará do
episódio da crise.
18. ECLÂMPS I A
A eclâmpsia caracteriza-se pela presença de
convulsões em mulher com qualquer quadro
hipertensivo, não causadas por epilepsia ou qualquer outra doença
convulsiva.
Pode ocorrer na gravidez, no parto e no puerpério imediato (1° ao 10°
dia pós-parto e tem início logo após a expulsão da placenta).
Em gestante com quadro convulsivo, o primeiro diagnóstico a ser
considerado deve ser a eclâmpsia.
OBS: O aspecto mais urgente do tratamento não é o de
parar de imediato a convulsão, mas o de garantir a oxigenação
materna e minimizar o risco deaspiração.
19. 1. Aspiraras secreçõeseinserir um
protetorbucal. (Canula de Gudel)
2. MedirasaturaçãodeO2eadministrar
O2a8La10L/min.
3. Instalarsoluçãodeglicosea5%emveia
periférica.
4. Recolheramostradesangueeurinapara
avaliaçãolaboratorial.
5. Manterapacienteemdecúbitolateral E.
6. Administrarsulfatodemagnésio*.
7. Administrarnifedipina(VO)ou
hidralazina(IV)sePA≥160/110mmHg.
8. Inserirumcatetervesicaldedemora.
9. Aguardararecuperaçãodosensório.
10. Programarainterrupçãodagestação.
Osdezpassosnomanejoda
convulsãoeclâmptica
*Gestantes com eclâmpsia e que serão transferidas para outro hospital
devem receber adosedeataquedeMgSO4.7H2O(4,0gIV+10gIM-5,0gem
cada nádega). Esse esquema dá uma cobertura anti-convulsivante de
quatrohoras.
• Decúbito elevado a 30º;
• Aspirar as VAS;
• Realizar contenção
MMS/MMII;
• Cateter nasal O2/5L/min;
• Auscultar BCF 190 a 210 ?
• Exames de rotina para
DHEG grave;
• Providenciar
Hemoderivados;
• Preparar sala de cirurgia
com material de anestesia
geral;
• Preparar sala de
reanimação para recepção
de RN grave.
20. Sulfato de Magnésio
Esquema Prichard:
Dose de ataque: 4g EV + 10g IM.
Dose de Manutenção: 5g IM a cada 4h.
Zuspan:
Dose de ataque: 4g EV.
Dose de manutenção: 1g EV/hora em BI.
Sibai:
Dose de ataque: 4g EV lentamente.
Dose de manutenção: 2g EV a cada 2 horas (diluir 100ml da
droga a 50% em 400 ml de soluto fisiológico e perfundir por
bomba, a 20ml/h. Manter por 24 a 72horas.
21. Níveis Terapêuticos: 4 a 7 mEq/l.
Níveis Tóxicos: Reflexos 08 a 10 mEq/l, Respiração 12 mEq/l.
Antidoto: Gluconato de Cálcio 1 g/ EV.
Observar: Reflexos Tendinosos profundos, FR e diurese.
Condições Administração:
• Reflexos presentes (patelar);
• FR (maior ou igual a 16 mov./min.);
• Diurese (maior ou igual 100ml/4h);
Tempo Administração:
• 24h após (resolução gestação, última crise convulsiva).
22. Encaminhar Sulfatada...
Na ambulância equipada:
- Oxigênio;
- Kit eclâmpsia;
- Bandeja de parto;
- Material para IOT;
- Medicamentos de emergência.
KIT Eclâmpsia:
- 03 amp. de 10ml de MgSo4 a
50%;
- 01 amp. de Gluconato de Cálcio
a 10%;
- 02 amp. de 10 ml de AD;
- 01 seringa de 20 ml;
- 03 seringas de 10 ml;
- Agulhas 40x12;
- Cânulas de Guedel;
- Cateter de O2;
- Sondas de aspiração traqueal;
- Luvas de procedimento;
- Sonda Foley nº 12 ou 14;
- Bolsa Coletora de diurese;
- Ataduras de crepe para a
contenção da paciente.
23. Principais causas de Morte materna por DHEG:
- Insuficiência Renal Crônica;
- Edema Agudo de Pulmão;
- Coagulação Vascular Disseminada (CIVD);
- Rotura Hepática;
- Edema Cerebral;
- Hemorragia Intracraniana.
25. Síndromes Hemorrágicas
1ª Semana da gestação:
- Abortamento;
- Abortamento Habitual;
- Gravidez Ectópica;
- Neoplasia trofoblástica
gestacional benigna NTG;
2ª Semana da gestação:
- Placenta prévia;
- Descolamento Prematuro de
placenta – DPP;
- Rotura Uterina.
26. A B O R T A M E N T O
• Conceitua-se como abortamento a interrupção da
gravidez ocorrida antes da 22ª semana de gestação ou
peso menor ou igual a 500g.
OBS: Nesses casos o feto não será considerado natimorto,
logo não será necessário a D.O. (Declaração de óbito).
• O abortamento pode ser precoce, quando ocorre até a 13ª
semana e tardio, quando entre 13ªe 22ª semanas.
Aborto: É o processo de eliminação deste produto
conceptual.
Classificação Clínica:
Ameaça de abortamento: Sangramento discreto, cólicas,
colo fechado.
Inevitável: Sangramento vultoso e/ou cólicas e/ou colo
aberto. Incluir os casos de rotura da bolsa confirmada
com menos de 22 semanas.
27. Completo: Expulsão de todo o conteúdo do útero;
Diferido: Retenção de um feto morto no útero durante 4 semanas ou mais;
Espontâneo: Perda do feto que ocorre de forma natural;
Provocado: Provoca a perca;
Habitual: Três ou mais abortos consecutivos de forma natural;
Incompleto: Expulsão só de parte do conteúdo do útero ou de rotura das
membranas;
Induzido: Interrupção médica da gravidez;
Precoce: Perda do feto antes das 12 semanas de gravidez;
Séptico ou Infectado: Infecção do conteúdo do útero antes, durante ou
depois de um aborto (geralmente acompanhado de febre, calafrios, secreção
com odor fétido);
Aborto legal: Utilizado em risco de vida materno e estupro comprovado;
Tardio: Perda do feto entre as 12ª e a 20ª semana de gravidez;
Manifestações Clinicas
Completo: Colo fechado, sangramento praticamente ausente;
Incompleto: Sangramento vultoso, cólicas, colo aberto (geralmente a
paciente referente ter perdido o feto).
28. Abortamento Infectado
Presença de febre por dois dias consecutivos (maior que 38º C);
Considerar história de manobras abortivas;
Lembrar que misoprostol pode causar febre sem presença de infecção de
fato, geralmente polimicrobiana ( da própria flora vaginal) com predomínio
de gram (-) ou anaeróbios;
Abortamento Infectado ou Séptico
Classificação da Infecção:
• Grau I – Limitada ao útero;
• Grau II – Útero e anexos;
• Grau III – peritonite e ou sepsis.
29. Tratamento
1ª Escolha: Clindamicina 900 mg EV 8/8horas + Gentamicina 1, 5 mg kg EV
dose única (não ultrapassar 240mg).
OBS: Se não houver resposta associar ampicilina 2g EV 6/6 horas.
2ª Escolha: Ampicilina 2g EV 6/6horas + Gentamicina 1,5mg /kg EV dose
única + metronidazol 500mg EV 8/8 horas.
Manifestação Clínica
Abortamento Retido
Exame Obstétrico: AFU menor que o esperado para a IG, BCF ausente,
Especular (sangramento ausente ou escasso), colo fechado.
Conduta: Abortamento Evitável: Internação como o objetivo de manter a
gestação, manter repouso, analgésicos, inibidores uterino das contrações
(Uterolíticos, Salbutamol, Inibina e Buscopam).
Abortamento habitual: É a perda espontânea e sucessiva de três ou mais
gestações antes da 22ª semana;
Ocorre em cerca de 5% de todas as gestações;
30. Possíveis fatores causais
• Anomalias do desenvolvimento uterino, útero bicorno ou septado;
• Leiomiomas uterinos, principalmente o submucoso;
• Incompetência Istmo Cervical;
• Sinéquias uterinas;
• Causas endócrinas ( DM e Disfunções da Tireoide);
• Causa Hormonal (ausência de progesterona, insuficiência do corpo lúteo);
• Fatores Imunológicos e Fatores Infecciosos;
Diagnóstico: Durante a gravidez
• Anamnese;
• Exame ginecológico;
• USGO: rastreamento de malformação e da incompetência
istmo cervical (medida do canal cervical e do orifício interno
do colo);
• Avaliação Endócrina: TSH, T3, T4 e glicemia;
• Pesquisa de infecções;
• Avaliação imunológica;
31. • No período intergestacional o diagnóstico é complementado
pela histerosalpingografia e prova de velas de Hegar
( utilizada para o diagnóstico de incompetência Istmo cervical).
Conduta:
• Recomenda-se o acompanhamento quinzenal através das
consultas de pré-natal;
• O tratamento depende da etiologia;
• A correção do fator causal será instituída quando possível;
OBS: No caso da insuficiência lútea, utiliza-se progesterona natural
(supositórios de 25 a 50 mg) por via vaginal, 2 a 3 vezes por dia, até a 14ª
semana.
32. Gravidez Ectópica (10ª a 12ª semana)
• É a nidação do ovo fora da cavidade uterina;
• Toda Gravidez que se desenvolve fora do útero;
• Pode localizar-se nas trompas (gravidez tubária), ovários
ou órgãos abdominais ou pélvicos.
Fatores de Risco
• Gravidez ectópica anterior;
• DIP – Doença Inflamatória Pélvica (ex: Salpingite);
• Má formação da trompa (ex: Estreitamento);
• Cirurgia na trompa;
• Falha nos movimentos ciliares e peristálticos da trompa;
• Falha no processo de capturada fimbria da trompa;
• Infertilidade;
33. • Uso do DIU.
Sintomas
• Amenorreia;
• Teste de Gravidez +;
• Dor Abdominal;
• Sangramento Genital;
• Sincope (desmaio ou mal estar);
• Massa pélvica;
Diagnóstico
• História e exame físico;
• HC/TS;
• BHCG;
• USG;
• Laparoscopia.
34. Conduta
Tratamento Cirúrgico:
- Laparotomia ou Laparoscopia (Salpingectomia ou
Salpingostomia);
Tratamento Clínico:
- Metotrexato para saco gestacional integro, dose de 1mg/kg;
- Em caso de massa sólida ou complexa, as doses passam a ser
50 mg/m2 e administradas por via intramuscular;
- Gravidez Ectópica;
Obs: Na gravidez tubária integra, a conduta dependerá da
mulher, se ela tem prole ou se não desejar, nesse caso é
decidido se será realizado a salpingostomia, salpigectomia ou
ressecção segmentar da trompa.
35. • Causa mais importante e frequente de abortamento habitual, e se
caracteriza pela incompetência do sistema oclusivo do útero grávido, com
abertura do orifício interno.
Diagnóstico
• Anamnese;
• Exame Pélvico;
• USG;
Conduta
É cirúrgica, sendo realizada durante a gestação, idealmente entre 12ª e 16ª
semana, podendo estender-se até a 20ª semana.
Insuficiência istmo-cervical
36. Condições para a realização
• Dilatação cervical menor que 4 cm;
• Apagamento inferior a 60%;
• Ausência de protusão avançada da bolsa das águas;
• Bolsa Integra;
• Tratamento de Infecções vaginais;
• Técnica cirúrgica: cerclagem cervical.
Recomendações
• Restrição relativa a esforços físicos;
• Uso de uteroinibidores e de antibioticoterapia.
37. Mola Hidatiforme
A doença trofoblástica gestacional é constituída pela mola hidatiforme e
pela neoplasia trofoblástica gestacional (NTG); esta última se trata de tumor
maligno formado por células placentárias oriundas da mola hidatiforme (na
maioriadasvezes)oudequalqueroutrotipodegravidez.
• Ela é tradicionalmente dividida em:
• formas benignas -
gestações molares: mola hidatiforme
parcial (MHP) e mola hidatiforme completa (MHC),
ambas inviáveis;
• formas malignas - neoplasia trofoblástica gestacional.
38. Fisiopatologia
• Surgem a partir da má formação ou degeneração do ovo ou de restos
ovulares e ou placentários.
• Evoluem para formas císticas e adquirem um formato de cachos de uva;
• Esses cistos podem encher toda a cavidade uterina, invadirem a
musculatura uterina e transforma-se em um tipo de câncer, o que é raro;
OBS1: Geralmente as vesículas são eliminadas a partir do 4º mês de
gestação.
OBS2: Os sintomas da mola são os mesmos da gravidez normal, porém mais
exacerbados.
OBS3: Geralmente a mola está associada à DHEG e é comum a presença de
sangramento transvaginal.
Etiologia
A mola é um crescimento tumoral do tecido da placenta ou das membranas.
Pode desenvolver-se a partir de células que permanecem após aborto
espontâneo ou uma gravidez a termo, mas, mais frequentemente, se origina
de um ovo com mal formação.
39. Raramente, a placenta torna-se anormal quando o feto é normal.
Prognóstico
• Mais de 80% das molas não são cancerosas;
• Somente 15% delas invadem os tecidos circunvizinhos (mola invasora);
• Das invasoras 2 a 3% disseminam-se através do corpo (coriocarcinoma);
• O risco de mola é mais elevado para as mulheres que engravidaram no
final da terceira e no inicio da quarta década de vida.
Quadro clínico
Sangramento de pequena intensidade, indolor, persistente, as vezes
acompanhado da eliminação de vesículas.
• Náuseas e vômitos exacerbados;
• Anemia e desidratação;
• DHEG;
• Pode estar acompanhada de síndromes clinicas como: DHEG, Hiperemese
e Hipotiroidismo.
• Ao exame: Volume uterino exagerado “útero em sanfona”, ovários
volumosos, cistos tecaluteinicos, sem BCF.
40. Diagnóstico
BHCG quantitativo.
- Reflete massa tumoralfuncionante;
- Gestação normal vai a 50.000 (máx. 100.000).
- > 200.000mUI/ml = altamente suspeito DTG.
Tratamento
- A aspiração a vácuo tem sido o método de escolha para esvaziamento
uterino de mola hidatiforme, podendo ser aspiração a vácuo manual (AVM)
ou aspiração a vácuo elétrica (AVE).
- O uso de ocitocina é recomendado depois da dilatação do colo uterino por
24h e SOS para ajudar na involução uterina e prevenir atonias.
Seguimento ou Vigilância Pós Molar (01 ano)
BHCG 7 a 10 dias até a normalização, a cada 30 dias até completar 1 ano;
BHCG geralmente negativam de 7 a 8 semanas até no máximo 12 semanas;
Valores estáveis ou em ascenção apontam lesão metastática, persistência do
tecido trofoblástico ou nova gestação;
Planejamento familiar com o objetivo de evitar nova gestação pelo ao menos
1 ano.
41. OBS: Os níveis de BHCG em uma gestação normal possuem o seu pico
máximo em média de até 12 semanas de gestação, acontecendo a partir dai,
uma queda e estabilização dos valores até o final da gestação; porém, com a
mola os níveis de BHCG, continuam elevados por todo o período.