SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 41
Baixar para ler offline
I n t e r c o r r ê n c i a s
C l i n i c a s n a
g e s t a ç ã o I
Enf. Esp. Obstetrícia e Neonatal
Auditora em Saúde
1ª Semana da gestação:
I N T R O D U Ç Ã O
• É importante alertar que uma gestação que está
transcorrendo bem pode se tornar de risco a qualquer
momento, durante a evolução da gestação ou durante o
trabalho de parto.
podem ser
decorrer da
• Os fatores de risco gestacional
prontamente identificados no
assistência pré-natal.
• A morte materna é definida como a morte da mulher durante a gestação
ou até 42 dias após o seu término, independentemente de duração, ou
localização da gravidez.
•O desfecho pode ser decorrente de uma causa relacionada ou agravada
com a gravidez, ou por medidas tomadas em relação a esse problema.
• A razão de morte materna é um indicador importante de ser
acompanhado, representado pelo número absoluto de mortes para cada
100 mil nascidos vivos. Esse indicador permite comparar o resultado em
diferentes países, localidades e números populacionais, visto que o
denominador se baseia no número de nascidos vivos.
• No ano de 2021, a organização apontou que mais de 800 mulheres vão
à óbito diariamente, em todo o mundo, por questões que envolvem a
gestação ou parto e mais de 90% dessas mortes ocorrem em países em
desenvolvimento, de média e baixa renda.
• No Brasil a morte materna se mantém estável ao longo dos anos o que
demonstra ausência de intervenções ou intervenções pouco eficazes
para o enfrentamento desse problema.
• A principal causa de morte materna são as Síndromes Hipertensivas. No
Brasil, em 2019, essa foi a principal causa de morte materna.
SÍNDROMES
HIP E RTENS IVAS
GESTACIONAIS
As síndromes hipertensivas são a intercorrência clínica mais
comum da gestação e representam a principal causa de
morbimortalidade materna no mundo.
- Antecedentes familiares;
- Primigesta;
- Mudança de parceiro;
Classificação das Síndromes
• Hipertensão Gestacional;
• Pré-eclâmpsia Leve;
• Pré-eclâmpsia Grave;
• Eclâmpsia;
• Hellp Síndrome.
Triade Clássica da Pré Eclâmpsia:
HAS, Edema e Proteinúria.
H I P E R T E N S Ã O G E S T A C I O N A L
É o desenvolvimento de hipertensão sem proteinúria que ocorre
após 20 semanas de gestação. O diagnóstico é temporário e
pode representar hipertensão crônica recorrente nessa fase da
gravidez.
Complicações hipertensivas na gravidez são a maior causa de
morbidade e mortalidade materna e fetal; ocorrem em cerca de
10% de todas as gestações;
Hipertensão arterial crônica antecede gestação, presente
antes da 20ª semana.
Pré-eclampsia - HA diagnosticada a partir da 20ª
semana+proteinúria.
HAC+PE – Hipertensão gestacional, HÁ (diagnosticada a partir da
20ª semana sem proteinúria).
OBS: Pode evoluir para pré-eclâmpsia em 10% a 50% dos casos e
devedesaparecer até12semanasapóso parto.
Os princípios básicos do controle da hipertensãogestacional incluem
manter os valores da pressão arterial entre 110 a 140 x 85mmHg (usando
hipotensores,se necessários),monitoraro desenvolvimento de pré-eclâmpsia
e postergar a resolução da gestação até 39 + 6 semanas (desde que a pressão
arterial esteja controlada, não haja comprometimento do bem-estarfetalou
evoluçãoparapré-eclâmpsia).
Conduta: Acompanhamento semanal do pré-natal com verificação de pressão
arterial e verificação da presença de edema.
- Uso de hipotensores prescrito pelo médico (ALFA – metildopa 500mg);
- Prescrição de dieta normossódica;
- Realização de exame de proteinúria.
P R É - E C L Â M P S I A
A pré-eclâmpsia geralmente ocorre após a 20ª semana de
gestação, classicamente pelo desenvolvimento gradual de
hipertensão e proteinúria.
Apresenta-se quando o nível da pressão arterial for maior ou
igual a 140/90 mmHg, com proteinúria e após 20 semanas de
gestação.
Pode evoluir para eclâmpsia.
Pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão arterial crônica: esse
diagnóstico é estabelecido em algumas situações específicas:
• Quando, a partir da 20ª semana de gestação, ocorre o aparecimento ou
piora da proteinúria já detectada na primeira metade da gestação.
• Quando gestantes portadoras de hipertensão arterial crônica
necessitam de associação de anti-hipertensivos ou aumento das doses
terapêuticas iniciais.
•Na ocorrência de disfunção de órgãos-alvo.
Na ausência de proteinúria, também se
considera pré- eclâmpsia quando a
hipertensão arterial for acompanhada de
comprometimento sistêmico ou disfunção
deórgãos-alvo(trombocitopenia,disfunção
hepática, insuficiência renal, edema
pulmonar, iminência de eclâmpsia ou
eclâmpsia)oudesinaisdecomprometimento
placentário (restrição de crescimento fetal
e/oualteraçõesdopplervelocimétricas).
Caracterização da proteinúria: presença de
pelo menos 300 mg em urina de 24 horas. A
relação proteinúria/creatinúria (mg/dL) em
amostra isolada de urina é método adotado com
frequência, pela facilidade do exame, sendo
considerada alterada quando o valor for de pelo
menos0,3.Naimpossibilidade desses métodos,
usa-se a avaliação qualitativa em fita, em
amostra de urina (presença de pelo menos uma
cruzindica30mg/dL).
Pré - eclâmpsia leve:
• Após a 20ª semana de gestação em mulheres previamente normotensas e
sem proteinúria anterior;
• Hipertensão arterial, com valores maior ou igual a 140x90mmhg,
confirmado após periodo de repouso;
• Proteinuria significativa, consideram-se os valores maiores ou iguais a
300mg em 24 horas ou mais em amostra casual;
• Edema, quando existe, pode ser localizado ou generalizado.
Conduta:
- Repouso em DLE e restrição de sódio;
- Acompanhameto ambulatorial semanal;
- Uso de hipoptensores prescrito pelo médico;
- Dosagem rotineira de: Proteinúria, Acido urico, plaquetas e
transaminases.
OBS: Avaliação rotineira da vitalidade fetal.
Pré-eclâmpsiagrave
• Pressão arterial (PA) sistólica ≥160 mmHg e/ou PA diastólica ≥110
mmHg, confirmada por intervalo de 15 minutos, aferida com técnica
adequada. A associação com sintomas configura uma emergência
hipertensiva.
• SíndromeHELLP (hemólise,aumentode enzimashepáticas e
Plaquetopenia)
• Sinais de iminência de eclâmpsia: caracterizados pela sintomatologia
secundária a alterações vasculares do sistema nervoso, como cefaleia,
distúrbios visuais (fotofobia, fosfenas e escotomas e hiper-reflexia, ou
hepáticas, sendo náuseas, vômitos e dor no andar superior do abdome
(epigástrioounohipocôndriodireito)asmaiscomuns.
• Eclâmpsia.
• Edemaagudodepulmão.
• Dor torácica, queixa que deve ser valorizada, se estiver acompanhada ounão
poralteraçõesrespiratórias,situaçãoquepodeseroresultadode intensa
vasculopatiacardíacae/oupulmonar.
• Insuficiência renal, identificada pela elevação progressiva dos níveisséricosde
creatinina(≥1,2mg/dL)eureia,alémdaprogressãoparaoligúria(diureseinferior
a500mL/24horas).
OBS: Independentemente da idade gestacional, o
reconhecimento das situações a seguir indica o término da
gravidez:
• SíndromeHELLP.
• Eclâmpsia.
• Edemapulmonar/descompensaçãocardíaca.
• Alterações laboratoriais progressivas (trombocitopenia,
elevaçãodeenzimashepáticas).
• Insuficiênciarenal.
• Descolamentoprematurodeplacenta.
• Hipertensão refratária ao tratamento com três drogas anti
hipertensivas.
• Alteraçõesnavitalidadefetal.
Ofator maisimportantepara
diminuiçãodamorbimortalidade
maternaéodiagnósticoprecoce,
antecipando-seàscomplicações.
Fisiopatologia
• Defeito/Predisposição genética;
• Disfunção/Adaptação Imunológica;
• Anormalidade de placentação;
• Isquemia Placentária;
• Lesão celular do endotélio;
• Disfunção multissistêmica;
• Comprometimento múltiplos órgãos(Vasoespasmo, Microtrombos,
Coagulopatia).
• Síndrome Hellp (Hemólise, Elevação das enzimas hepáticas e
Plaquetopenia).
• Eclâmpsia.
OBS: A síndrome HELLP
desenvolve-se em 10% a 20% das
gestantes com pré-eclâmpsia grave/
eclâmpsia. A fisiopatologia dessa
doença não está esclarecida, mas é
considerada o comprometimento
hépato hematológico da pré-
elâmpsia (PE).
Exame Parâmetro
Hemólise
Esfregaço de sangue
periférico
(esquistocitose,
anisocitose,
equinocitose,
pecilocitose).
Bilirrubinas >1,2mg/dl
DHL >600U/L
Alteração da
funçã
ohepática
TGOouTGP >70UI
Paquetopenia Plaquetas <100.000/mm3
Tabela 1 – Diagnóstico da síndrome HELLP
As bases do tratamento
são a prevenção das complicações
hemorrágicas e da eclâmpsia, o
controle da hipertensão arterial
grave e o desencadeamento do
parto.
Cuidados de Enfermagem
- Estimular o repouso no leito em DLE;
- Dieta hipossódica e hipocalórica;
- Controle de PA e BCF (frequência? de acordo com as condições
clinicas);
- Pesar diariamente;
- Observar sinais de congestão venosa;
- Administrar hipotensores, conforme prescrição médica;
- Verificar proteinúria semanalmente ou mais dependendo do quadro
clinico;
- Informar sobre a patologia;
- orientar a gestante e/ou seu acompanhante, se for o caso, quanto ao
funcionamento e rotinas do setor;
- Vigilância assistencial.
OBS: Na assistência de enfermagem à mulher com crise convulsiva por eclampsia o
objetivo do enfermeiro não é cessar a crise e sim oferecer a essa mulher condições
respiratórias desobstruindo as VAS e dando suporte de O2 visando evitar anoxia
cerebral, com morte de neurônios tendo como consequências, o coma, a deficiência
mental ou óbito.
OBS: O momento ideal para o procedimento de cesariana é de 04 horas após
o inicio da dose de ataque do Sulfato de Magnésio.
OBS: Após uma crise convulsiva a paciente ficará em torno de 04 horas
desorientada, sonolenta e em nenhum momento a mesma lembrará do
episódio da crise.
ECLÂMPS I A
A eclâmpsia caracteriza-se pela presença de
convulsões em mulher com qualquer quadro
hipertensivo, não causadas por epilepsia ou qualquer outra doença
convulsiva.
Pode ocorrer na gravidez, no parto e no puerpério imediato (1° ao 10°
dia pós-parto e tem início logo após a expulsão da placenta).
Em gestante com quadro convulsivo, o primeiro diagnóstico a ser
considerado deve ser a eclâmpsia.
OBS: O aspecto mais urgente do tratamento não é o de
parar de imediato a convulsão, mas o de garantir a oxigenação
materna e minimizar o risco deaspiração.
1. Aspiraras secreçõeseinserir um
protetorbucal. (Canula de Gudel)
2. MedirasaturaçãodeO2eadministrar
O2a8La10L/min.
3. Instalarsoluçãodeglicosea5%emveia
periférica.
4. Recolheramostradesangueeurinapara
avaliaçãolaboratorial.
5. Manterapacienteemdecúbitolateral E.
6. Administrarsulfatodemagnésio*.
7. Administrarnifedipina(VO)ou
hidralazina(IV)sePA≥160/110mmHg.
8. Inserirumcatetervesicaldedemora.
9. Aguardararecuperaçãodosensório.
10. Programarainterrupçãodagestação.
Osdezpassosnomanejoda
convulsãoeclâmptica
*Gestantes com eclâmpsia e que serão transferidas para outro hospital
devem receber adosedeataquedeMgSO4.7H2O(4,0gIV+10gIM-5,0gem
cada nádega). Esse esquema dá uma cobertura anti-convulsivante de
quatrohoras.
• Decúbito elevado a 30º;
• Aspirar as VAS;
• Realizar contenção
MMS/MMII;
• Cateter nasal O2/5L/min;
• Auscultar BCF 190 a 210 ?
• Exames de rotina para
DHEG grave;
• Providenciar
Hemoderivados;
• Preparar sala de cirurgia
com material de anestesia
geral;
• Preparar sala de
reanimação para recepção
de RN grave.
Sulfato de Magnésio
Esquema Prichard:
Dose de ataque: 4g EV + 10g IM.
Dose de Manutenção: 5g IM a cada 4h.
Zuspan:
Dose de ataque: 4g EV.
Dose de manutenção: 1g EV/hora em BI.
Sibai:
Dose de ataque: 4g EV lentamente.
Dose de manutenção: 2g EV a cada 2 horas (diluir 100ml da
droga a 50% em 400 ml de soluto fisiológico e perfundir por
bomba, a 20ml/h. Manter por 24 a 72horas.
Níveis Terapêuticos: 4 a 7 mEq/l.
Níveis Tóxicos: Reflexos 08 a 10 mEq/l, Respiração 12 mEq/l.
Antidoto: Gluconato de Cálcio 1 g/ EV.
Observar: Reflexos Tendinosos profundos, FR e diurese.
Condições Administração:
• Reflexos presentes (patelar);
• FR (maior ou igual a 16 mov./min.);
• Diurese (maior ou igual 100ml/4h);
Tempo Administração:
• 24h após (resolução gestação, última crise convulsiva).
Encaminhar Sulfatada...
Na ambulância equipada:
- Oxigênio;
- Kit eclâmpsia;
- Bandeja de parto;
- Material para IOT;
- Medicamentos de emergência.
KIT Eclâmpsia:
- 03 amp. de 10ml de MgSo4 a
50%;
- 01 amp. de Gluconato de Cálcio
a 10%;
- 02 amp. de 10 ml de AD;
- 01 seringa de 20 ml;
- 03 seringas de 10 ml;
- Agulhas 40x12;
- Cânulas de Guedel;
- Cateter de O2;
- Sondas de aspiração traqueal;
- Luvas de procedimento;
- Sonda Foley nº 12 ou 14;
- Bolsa Coletora de diurese;
- Ataduras de crepe para a
contenção da paciente.
Principais causas de Morte materna por DHEG:
- Insuficiência Renal Crônica;
- Edema Agudo de Pulmão;
- Coagulação Vascular Disseminada (CIVD);
- Rotura Hepática;
- Edema Cerebral;
- Hemorragia Intracraniana.
SÍNDROMES
HEMORRÁGICAS
Síndromes Hemorrágicas
1ª Semana da gestação:
- Abortamento;
- Abortamento Habitual;
- Gravidez Ectópica;
- Neoplasia trofoblástica
gestacional benigna NTG;
2ª Semana da gestação:
- Placenta prévia;
- Descolamento Prematuro de
placenta – DPP;
- Rotura Uterina.
A B O R T A M E N T O
• Conceitua-se como abortamento a interrupção da
gravidez ocorrida antes da 22ª semana de gestação ou
peso menor ou igual a 500g.
OBS: Nesses casos o feto não será considerado natimorto,
logo não será necessário a D.O. (Declaração de óbito).
• O abortamento pode ser precoce, quando ocorre até a 13ª
semana e tardio, quando entre 13ªe 22ª semanas.
Aborto: É o processo de eliminação deste produto
conceptual.
Classificação Clínica:
Ameaça de abortamento: Sangramento discreto, cólicas,
colo fechado.
Inevitável: Sangramento vultoso e/ou cólicas e/ou colo
aberto. Incluir os casos de rotura da bolsa confirmada
com menos de 22 semanas.
Completo: Expulsão de todo o conteúdo do útero;
Diferido: Retenção de um feto morto no útero durante 4 semanas ou mais;
Espontâneo: Perda do feto que ocorre de forma natural;
Provocado: Provoca a perca;
Habitual: Três ou mais abortos consecutivos de forma natural;
Incompleto: Expulsão só de parte do conteúdo do útero ou de rotura das
membranas;
Induzido: Interrupção médica da gravidez;
Precoce: Perda do feto antes das 12 semanas de gravidez;
Séptico ou Infectado: Infecção do conteúdo do útero antes, durante ou
depois de um aborto (geralmente acompanhado de febre, calafrios, secreção
com odor fétido);
Aborto legal: Utilizado em risco de vida materno e estupro comprovado;
Tardio: Perda do feto entre as 12ª e a 20ª semana de gravidez;
Manifestações Clinicas
Completo: Colo fechado, sangramento praticamente ausente;
Incompleto: Sangramento vultoso, cólicas, colo aberto (geralmente a
paciente referente ter perdido o feto).
Abortamento Infectado
Presença de febre por dois dias consecutivos (maior que 38º C);
Considerar história de manobras abortivas;
Lembrar que misoprostol pode causar febre sem presença de infecção de
fato, geralmente polimicrobiana ( da própria flora vaginal) com predomínio
de gram (-) ou anaeróbios;
Abortamento Infectado ou Séptico
Classificação da Infecção:
• Grau I – Limitada ao útero;
• Grau II – Útero e anexos;
• Grau III – peritonite e ou sepsis.
Tratamento
1ª Escolha: Clindamicina 900 mg EV 8/8horas + Gentamicina 1, 5 mg kg EV
dose única (não ultrapassar 240mg).
OBS: Se não houver resposta associar ampicilina 2g EV 6/6 horas.
2ª Escolha: Ampicilina 2g EV 6/6horas + Gentamicina 1,5mg /kg EV dose
única + metronidazol 500mg EV 8/8 horas.
Manifestação Clínica
Abortamento Retido
Exame Obstétrico: AFU menor que o esperado para a IG, BCF ausente,
Especular (sangramento ausente ou escasso), colo fechado.
Conduta: Abortamento Evitável: Internação como o objetivo de manter a
gestação, manter repouso, analgésicos, inibidores uterino das contrações
(Uterolíticos, Salbutamol, Inibina e Buscopam).
Abortamento habitual: É a perda espontânea e sucessiva de três ou mais
gestações antes da 22ª semana;
Ocorre em cerca de 5% de todas as gestações;
Possíveis fatores causais
• Anomalias do desenvolvimento uterino, útero bicorno ou septado;
• Leiomiomas uterinos, principalmente o submucoso;
• Incompetência Istmo Cervical;
• Sinéquias uterinas;
• Causas endócrinas ( DM e Disfunções da Tireoide);
• Causa Hormonal (ausência de progesterona, insuficiência do corpo lúteo);
• Fatores Imunológicos e Fatores Infecciosos;
Diagnóstico: Durante a gravidez
• Anamnese;
• Exame ginecológico;
• USGO: rastreamento de malformação e da incompetência
istmo cervical (medida do canal cervical e do orifício interno
do colo);
• Avaliação Endócrina: TSH, T3, T4 e glicemia;
• Pesquisa de infecções;
• Avaliação imunológica;
• No período intergestacional o diagnóstico é complementado
pela histerosalpingografia e prova de velas de Hegar
( utilizada para o diagnóstico de incompetência Istmo cervical).
Conduta:
• Recomenda-se o acompanhamento quinzenal através das
consultas de pré-natal;
• O tratamento depende da etiologia;
• A correção do fator causal será instituída quando possível;
OBS: No caso da insuficiência lútea, utiliza-se progesterona natural
(supositórios de 25 a 50 mg) por via vaginal, 2 a 3 vezes por dia, até a 14ª
semana.
Gravidez Ectópica (10ª a 12ª semana)
• É a nidação do ovo fora da cavidade uterina;
• Toda Gravidez que se desenvolve fora do útero;
• Pode localizar-se nas trompas (gravidez tubária), ovários
ou órgãos abdominais ou pélvicos.
Fatores de Risco
• Gravidez ectópica anterior;
• DIP – Doença Inflamatória Pélvica (ex: Salpingite);
• Má formação da trompa (ex: Estreitamento);
• Cirurgia na trompa;
• Falha nos movimentos ciliares e peristálticos da trompa;
• Falha no processo de capturada fimbria da trompa;
• Infertilidade;
• Uso do DIU.
Sintomas
• Amenorreia;
• Teste de Gravidez +;
• Dor Abdominal;
• Sangramento Genital;
• Sincope (desmaio ou mal estar);
• Massa pélvica;
Diagnóstico
• História e exame físico;
• HC/TS;
• BHCG;
• USG;
• Laparoscopia.
Conduta
Tratamento Cirúrgico:
- Laparotomia ou Laparoscopia (Salpingectomia ou
Salpingostomia);
Tratamento Clínico:
- Metotrexato para saco gestacional integro, dose de 1mg/kg;
- Em caso de massa sólida ou complexa, as doses passam a ser
50 mg/m2 e administradas por via intramuscular;
- Gravidez Ectópica;
Obs: Na gravidez tubária integra, a conduta dependerá da
mulher, se ela tem prole ou se não desejar, nesse caso é
decidido se será realizado a salpingostomia, salpigectomia ou
ressecção segmentar da trompa.
• Causa mais importante e frequente de abortamento habitual, e se
caracteriza pela incompetência do sistema oclusivo do útero grávido, com
abertura do orifício interno.
Diagnóstico
• Anamnese;
• Exame Pélvico;
• USG;
Conduta
É cirúrgica, sendo realizada durante a gestação, idealmente entre 12ª e 16ª
semana, podendo estender-se até a 20ª semana.
Insuficiência istmo-cervical
Condições para a realização
• Dilatação cervical menor que 4 cm;
• Apagamento inferior a 60%;
• Ausência de protusão avançada da bolsa das águas;
• Bolsa Integra;
• Tratamento de Infecções vaginais;
• Técnica cirúrgica: cerclagem cervical.
Recomendações
• Restrição relativa a esforços físicos;
• Uso de uteroinibidores e de antibioticoterapia.
Mola Hidatiforme
A doença trofoblástica gestacional é constituída pela mola hidatiforme e
pela neoplasia trofoblástica gestacional (NTG); esta última se trata de tumor
maligno formado por células placentárias oriundas da mola hidatiforme (na
maioriadasvezes)oudequalqueroutrotipodegravidez.
• Ela é tradicionalmente dividida em:
• formas benignas -
gestações molares: mola hidatiforme
parcial (MHP) e mola hidatiforme completa (MHC),
ambas inviáveis;
• formas malignas - neoplasia trofoblástica gestacional.
Fisiopatologia
• Surgem a partir da má formação ou degeneração do ovo ou de restos
ovulares e ou placentários.
• Evoluem para formas císticas e adquirem um formato de cachos de uva;
• Esses cistos podem encher toda a cavidade uterina, invadirem a
musculatura uterina e transforma-se em um tipo de câncer, o que é raro;
OBS1: Geralmente as vesículas são eliminadas a partir do 4º mês de
gestação.
OBS2: Os sintomas da mola são os mesmos da gravidez normal, porém mais
exacerbados.
OBS3: Geralmente a mola está associada à DHEG e é comum a presença de
sangramento transvaginal.
Etiologia
A mola é um crescimento tumoral do tecido da placenta ou das membranas.
Pode desenvolver-se a partir de células que permanecem após aborto
espontâneo ou uma gravidez a termo, mas, mais frequentemente, se origina
de um ovo com mal formação.
Raramente, a placenta torna-se anormal quando o feto é normal.
Prognóstico
• Mais de 80% das molas não são cancerosas;
• Somente 15% delas invadem os tecidos circunvizinhos (mola invasora);
• Das invasoras 2 a 3% disseminam-se através do corpo (coriocarcinoma);
• O risco de mola é mais elevado para as mulheres que engravidaram no
final da terceira e no inicio da quarta década de vida.
Quadro clínico
Sangramento de pequena intensidade, indolor, persistente, as vezes
acompanhado da eliminação de vesículas.
• Náuseas e vômitos exacerbados;
• Anemia e desidratação;
• DHEG;
• Pode estar acompanhada de síndromes clinicas como: DHEG, Hiperemese
e Hipotiroidismo.
• Ao exame: Volume uterino exagerado “útero em sanfona”, ovários
volumosos, cistos tecaluteinicos, sem BCF.
Diagnóstico
BHCG quantitativo.
- Reflete massa tumoralfuncionante;
- Gestação normal vai a 50.000 (máx. 100.000).
- > 200.000mUI/ml = altamente suspeito DTG.
Tratamento
- A aspiração a vácuo tem sido o método de escolha para esvaziamento
uterino de mola hidatiforme, podendo ser aspiração a vácuo manual (AVM)
ou aspiração a vácuo elétrica (AVE).
- O uso de ocitocina é recomendado depois da dilatação do colo uterino por
24h e SOS para ajudar na involução uterina e prevenir atonias.
Seguimento ou Vigilância Pós Molar (01 ano)
BHCG 7 a 10 dias até a normalização, a cada 30 dias até completar 1 ano;
BHCG geralmente negativam de 7 a 8 semanas até no máximo 12 semanas;
Valores estáveis ou em ascenção apontam lesão metastática, persistência do
tecido trofoblástico ou nova gestação;
Planejamento familiar com o objetivo de evitar nova gestação pelo ao menos
1 ano.
OBS: Os níveis de BHCG em uma gestação normal possuem o seu pico
máximo em média de até 12 semanas de gestação, acontecendo a partir dai,
uma queda e estabilização dos valores até o final da gestação; porém, com a
mola os níveis de BHCG, continuam elevados por todo o período.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Assistência de enfermagem em neonatologia
Assistência de enfermagem em neonatologiaAssistência de enfermagem em neonatologia
Assistência de enfermagem em neonatologiaAmanda Corrêa
 
Intercorrencias 2 metade na gestação.pdf
Intercorrencias 2 metade na gestação.pdfIntercorrencias 2 metade na gestação.pdf
Intercorrencias 2 metade na gestação.pdfMariaRuthBacelar1
 
Assistencia_Imediata_e_Mediata_ao_RN_revisada.pdf
Assistencia_Imediata_e_Mediata_ao_RN_revisada.pdfAssistencia_Imediata_e_Mediata_ao_RN_revisada.pdf
Assistencia_Imediata_e_Mediata_ao_RN_revisada.pdfJackeline Moraes
 
Aula 6 -_mecanismo_do_parto__classificacao_de_risco_na_obstetricia
Aula 6 -_mecanismo_do_parto__classificacao_de_risco_na_obstetriciaAula 6 -_mecanismo_do_parto__classificacao_de_risco_na_obstetricia
Aula 6 -_mecanismo_do_parto__classificacao_de_risco_na_obstetriciaGustavo Henrique
 
Assist enf prenatal
Assist enf prenatalAssist enf prenatal
Assist enf prenatalDanubia7410
 
Pré-natal na Atenção Básica
Pré-natal na Atenção BásicaPré-natal na Atenção Básica
Pré-natal na Atenção Básicamarianagusmao39
 
Doenças prevalentes
Doenças prevalentesDoenças prevalentes
Doenças prevalentesRodrigo Abreu
 
Descolamento Prematuro da Placenta e Placenta Prévia - Saúde da Mulher
Descolamento Prematuro da Placenta e Placenta Prévia - Saúde da MulherDescolamento Prematuro da Placenta e Placenta Prévia - Saúde da Mulher
Descolamento Prematuro da Placenta e Placenta Prévia - Saúde da MulherEnfº Ícaro Araújo
 
02 aula Assistência de enfermagem ao recém-nascido normal.
02 aula   Assistência de enfermagem ao recém-nascido normal.02 aula   Assistência de enfermagem ao recém-nascido normal.
02 aula Assistência de enfermagem ao recém-nascido normal.Edna Rúbia Paulino de Oliveira
 
Características recém nascidos: o que é normal e o que não é
Características recém nascidos: o que é normal e o que não éCaracterísticas recém nascidos: o que é normal e o que não é
Características recém nascidos: o que é normal e o que não éViviane da Silva
 

Mais procurados (20)

Assistência de enfermagem em neonatologia
Assistência de enfermagem em neonatologiaAssistência de enfermagem em neonatologia
Assistência de enfermagem em neonatologia
 
Complicações na gestação
Complicações na gestaçãoComplicações na gestação
Complicações na gestação
 
Intercorrencias 2 metade na gestação.pdf
Intercorrencias 2 metade na gestação.pdfIntercorrencias 2 metade na gestação.pdf
Intercorrencias 2 metade na gestação.pdf
 
Assistencia_Imediata_e_Mediata_ao_RN_revisada.pdf
Assistencia_Imediata_e_Mediata_ao_RN_revisada.pdfAssistencia_Imediata_e_Mediata_ao_RN_revisada.pdf
Assistencia_Imediata_e_Mediata_ao_RN_revisada.pdf
 
Exames de Rotina do Pré-Natal
Exames de Rotina do Pré-NatalExames de Rotina do Pré-Natal
Exames de Rotina do Pré-Natal
 
Cuidados com o rn
Cuidados com o rnCuidados com o rn
Cuidados com o rn
 
Cuidado ao Recém-nascido no Parto e Nascimento
Cuidado ao Recém-nascido no Parto e NascimentoCuidado ao Recém-nascido no Parto e Nascimento
Cuidado ao Recém-nascido no Parto e Nascimento
 
Cuidado ao Parto e Nascimento de Risco Habitual
Cuidado ao Parto e Nascimento de Risco HabitualCuidado ao Parto e Nascimento de Risco Habitual
Cuidado ao Parto e Nascimento de Risco Habitual
 
Enfermagem ObstéTrica Parte 1
Enfermagem ObstéTrica Parte 1Enfermagem ObstéTrica Parte 1
Enfermagem ObstéTrica Parte 1
 
A Importância do Pré-Natal
A Importância do Pré-NatalA Importância do Pré-Natal
A Importância do Pré-Natal
 
Aula 6 -_mecanismo_do_parto__classificacao_de_risco_na_obstetricia
Aula 6 -_mecanismo_do_parto__classificacao_de_risco_na_obstetriciaAula 6 -_mecanismo_do_parto__classificacao_de_risco_na_obstetricia
Aula 6 -_mecanismo_do_parto__classificacao_de_risco_na_obstetricia
 
Parto Normal
Parto NormalParto Normal
Parto Normal
 
Assist enf prenatal
Assist enf prenatalAssist enf prenatal
Assist enf prenatal
 
Pré-natal na Atenção Básica
Pré-natal na Atenção BásicaPré-natal na Atenção Básica
Pré-natal na Atenção Básica
 
SAÚDE DA CRIANÇA: ENFERMAGEM
SAÚDE DA CRIANÇA: ENFERMAGEMSAÚDE DA CRIANÇA: ENFERMAGEM
SAÚDE DA CRIANÇA: ENFERMAGEM
 
Doenças prevalentes
Doenças prevalentesDoenças prevalentes
Doenças prevalentes
 
Descolamento Prematuro da Placenta e Placenta Prévia - Saúde da Mulher
Descolamento Prematuro da Placenta e Placenta Prévia - Saúde da MulherDescolamento Prematuro da Placenta e Placenta Prévia - Saúde da Mulher
Descolamento Prematuro da Placenta e Placenta Prévia - Saúde da Mulher
 
Agosto Dourado 2021: Proteger a Amamentação
Agosto Dourado 2021: Proteger a AmamentaçãoAgosto Dourado 2021: Proteger a Amamentação
Agosto Dourado 2021: Proteger a Amamentação
 
02 aula Assistência de enfermagem ao recém-nascido normal.
02 aula   Assistência de enfermagem ao recém-nascido normal.02 aula   Assistência de enfermagem ao recém-nascido normal.
02 aula Assistência de enfermagem ao recém-nascido normal.
 
Características recém nascidos: o que é normal e o que não é
Características recém nascidos: o que é normal e o que não éCaracterísticas recém nascidos: o que é normal e o que não é
Características recém nascidos: o que é normal e o que não é
 

Semelhante a Intercorrências Clinicas na gestação.pdf

DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GESTAÇÃO (DHEG)
DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GESTAÇÃO (DHEG)DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GESTAÇÃO (DHEG)
DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GESTAÇÃO (DHEG)WAGNER OLIVEIRA
 
Hipertensão arterial na gravidez e tpn.pptx
Hipertensão arterial na gravidez e tpn.pptxHipertensão arterial na gravidez e tpn.pptx
Hipertensão arterial na gravidez e tpn.pptxdenZenilim
 
.ECLAMPSIA E SINDROME HELLP BASILIO_1677524952000.pptx
.ECLAMPSIA E SINDROME HELLP BASILIO_1677524952000.pptx.ECLAMPSIA E SINDROME HELLP BASILIO_1677524952000.pptx
.ECLAMPSIA E SINDROME HELLP BASILIO_1677524952000.pptxBasilio4
 
Anemia e Coagulopatias
Anemia e CoagulopatiasAnemia e Coagulopatias
Anemia e Coagulopatiastvf
 
Aula de Doenças Hipertensiva Específica da Gestação (Dheg)
Aula de Doenças Hipertensiva Específica da Gestação (Dheg)Aula de Doenças Hipertensiva Específica da Gestação (Dheg)
Aula de Doenças Hipertensiva Específica da Gestação (Dheg)SMS - Petrópolis
 
MANUSEIO DA HEMORRAGIA OBSTÉTRICA
MANUSEIO DA HEMORRAGIA OBSTÉTRICAMANUSEIO DA HEMORRAGIA OBSTÉTRICA
MANUSEIO DA HEMORRAGIA OBSTÉTRICAAnestesiador
 
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbv19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbyasminlarissa371
 
Assistência pré-natal de baixo e alto risco-1.pptx
Assistência pré-natal de baixo e alto risco-1.pptxAssistência pré-natal de baixo e alto risco-1.pptx
Assistência pré-natal de baixo e alto risco-1.pptxVitriaMaria56
 
DOENÇA HIPERTENSIVA NA GRAVIDEZ e suas complicacoes.ppt
DOENÇA HIPERTENSIVA NA GRAVIDEZ e suas complicacoes.pptDOENÇA HIPERTENSIVA NA GRAVIDEZ e suas complicacoes.ppt
DOENÇA HIPERTENSIVA NA GRAVIDEZ e suas complicacoes.pptOsvaldoLookho1
 
Hipertensão na gravidez.pptx
Hipertensão na gravidez.pptxHipertensão na gravidez.pptx
Hipertensão na gravidez.pptxStelioTamele1
 
sindrome_gripal_classificacao_risco_manejo.pdf
sindrome_gripal_classificacao_risco_manejo.pdfsindrome_gripal_classificacao_risco_manejo.pdf
sindrome_gripal_classificacao_risco_manejo.pdfNataliaSaezDuarte
 

Semelhante a Intercorrências Clinicas na gestação.pdf (20)

Dheg
Dheg Dheg
Dheg
 
DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GESTAÇÃO (DHEG)
DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GESTAÇÃO (DHEG)DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GESTAÇÃO (DHEG)
DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GESTAÇÃO (DHEG)
 
Hipertensão na gestação
Hipertensão na gestaçãoHipertensão na gestação
Hipertensão na gestação
 
Patologia obstetricia 2014
Patologia obstetricia  2014Patologia obstetricia  2014
Patologia obstetricia 2014
 
Patologias gestacionais
Patologias gestacionaisPatologias gestacionais
Patologias gestacionais
 
Hipertensão arterial na gravidez e tpn.pptx
Hipertensão arterial na gravidez e tpn.pptxHipertensão arterial na gravidez e tpn.pptx
Hipertensão arterial na gravidez e tpn.pptx
 
.ECLAMPSIA E SINDROME HELLP BASILIO_1677524952000.pptx
.ECLAMPSIA E SINDROME HELLP BASILIO_1677524952000.pptx.ECLAMPSIA E SINDROME HELLP BASILIO_1677524952000.pptx
.ECLAMPSIA E SINDROME HELLP BASILIO_1677524952000.pptx
 
Anemia e Coagulopatias
Anemia e CoagulopatiasAnemia e Coagulopatias
Anemia e Coagulopatias
 
Apresentação eclampsia
Apresentação eclampsiaApresentação eclampsia
Apresentação eclampsia
 
Aula de Doenças Hipertensiva Específica da Gestação (Dheg)
Aula de Doenças Hipertensiva Específica da Gestação (Dheg)Aula de Doenças Hipertensiva Específica da Gestação (Dheg)
Aula de Doenças Hipertensiva Específica da Gestação (Dheg)
 
Patologia obstetricia 2016
Patologia obstetricia  2016Patologia obstetricia  2016
Patologia obstetricia 2016
 
Eclâmpsia
EclâmpsiaEclâmpsia
Eclâmpsia
 
MANUSEIO DA HEMORRAGIA OBSTÉTRICA
MANUSEIO DA HEMORRAGIA OBSTÉTRICAMANUSEIO DA HEMORRAGIA OBSTÉTRICA
MANUSEIO DA HEMORRAGIA OBSTÉTRICA
 
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbv19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
v19n2s3a25.pdfgcbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbbb
 
Assistência pré-natal de baixo e alto risco-1.pptx
Assistência pré-natal de baixo e alto risco-1.pptxAssistência pré-natal de baixo e alto risco-1.pptx
Assistência pré-natal de baixo e alto risco-1.pptx
 
DOENÇA HIPERTENSIVA NA GRAVIDEZ e suas complicacoes.ppt
DOENÇA HIPERTENSIVA NA GRAVIDEZ e suas complicacoes.pptDOENÇA HIPERTENSIVA NA GRAVIDEZ e suas complicacoes.ppt
DOENÇA HIPERTENSIVA NA GRAVIDEZ e suas complicacoes.ppt
 
Hipertensão na gravidez.pptx
Hipertensão na gravidez.pptxHipertensão na gravidez.pptx
Hipertensão na gravidez.pptx
 
sindrome_gripal_classificacao_risco_manejo.pdf
sindrome_gripal_classificacao_risco_manejo.pdfsindrome_gripal_classificacao_risco_manejo.pdf
sindrome_gripal_classificacao_risco_manejo.pdf
 
Hipoglicemia Neonatal
Hipoglicemia NeonatalHipoglicemia Neonatal
Hipoglicemia Neonatal
 
Condutas no pré natal 5
Condutas no pré natal 5Condutas no pré natal 5
Condutas no pré natal 5
 

Último

 As vacinas pertencem a um dos grupos de produtos biológicos com excelente p...
	As vacinas pertencem a um dos grupos de produtos biológicos com excelente p...	As vacinas pertencem a um dos grupos de produtos biológicos com excelente p...
 As vacinas pertencem a um dos grupos de produtos biológicos com excelente p...SileneMaria2
 
Caderno de Exercícios Autoestima e Emoções.pdf
Caderno de Exercícios Autoestima e Emoções.pdfCaderno de Exercícios Autoestima e Emoções.pdf
Caderno de Exercícios Autoestima e Emoções.pdfpamelapsiborges
 
Dengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptx
Dengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptxDengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptx
Dengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptxrafaelacushman21
 
Aloimunizaçǎo ao Fator RH em Obstetrícia
Aloimunizaçǎo ao Fator RH em ObstetríciaAloimunizaçǎo ao Fator RH em Obstetrícia
Aloimunizaçǎo ao Fator RH em ObstetríciaJoyceDamasio2
 
Treinamento rápido de NR 06 USO CORRETO DE EPI.pptx
Treinamento rápido de NR 06 USO CORRETO DE EPI.pptxTreinamento rápido de NR 06 USO CORRETO DE EPI.pptx
Treinamento rápido de NR 06 USO CORRETO DE EPI.pptxAlexsandroRocha22
 
Segurança Viária e Transporte de Passageiros em Motocicleta em Quatro Capit...
Segurança Viária e Transporte de Passageiros em Motocicleta em Quatro Capit...Segurança Viária e Transporte de Passageiros em Motocicleta em Quatro Capit...
Segurança Viária e Transporte de Passageiros em Motocicleta em Quatro Capit...FranciscaDamas3
 
CATALOGO_LOTI_LORD_OF_THE_ICE-RUI-UNAS_TENSAI INDÚSTRIA
CATALOGO_LOTI_LORD_OF_THE_ICE-RUI-UNAS_TENSAI INDÚSTRIACATALOGO_LOTI_LORD_OF_THE_ICE-RUI-UNAS_TENSAI INDÚSTRIA
CATALOGO_LOTI_LORD_OF_THE_ICE-RUI-UNAS_TENSAI INDÚSTRIATensai Indústria, SA
 
PSICOLOGIA E SAÚDE COLETIVA ( Necessidade do Psicólogo na Atenção Básica).pptx
PSICOLOGIA E SAÚDE COLETIVA ( Necessidade do Psicólogo na Atenção Básica).pptxPSICOLOGIA E SAÚDE COLETIVA ( Necessidade do Psicólogo na Atenção Básica).pptx
PSICOLOGIA E SAÚDE COLETIVA ( Necessidade do Psicólogo na Atenção Básica).pptxkassiasilva1571
 
Aula 1 Anatomia INTRODUÇÃO SISTEMA ESQUELETICO
Aula 1 Anatomia  INTRODUÇÃO SISTEMA ESQUELETICOAula 1 Anatomia  INTRODUÇÃO SISTEMA ESQUELETICO
Aula 1 Anatomia INTRODUÇÃO SISTEMA ESQUELETICOuedamm2019
 
Apresentação sobre doenças transmissíveis
Apresentação sobre doenças transmissíveisApresentação sobre doenças transmissíveis
Apresentação sobre doenças transmissíveisJoyceNogueira11
 

Último (10)

 As vacinas pertencem a um dos grupos de produtos biológicos com excelente p...
	As vacinas pertencem a um dos grupos de produtos biológicos com excelente p...	As vacinas pertencem a um dos grupos de produtos biológicos com excelente p...
 As vacinas pertencem a um dos grupos de produtos biológicos com excelente p...
 
Caderno de Exercícios Autoestima e Emoções.pdf
Caderno de Exercícios Autoestima e Emoções.pdfCaderno de Exercícios Autoestima e Emoções.pdf
Caderno de Exercícios Autoestima e Emoções.pdf
 
Dengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptx
Dengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptxDengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptx
Dengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptx
 
Aloimunizaçǎo ao Fator RH em Obstetrícia
Aloimunizaçǎo ao Fator RH em ObstetríciaAloimunizaçǎo ao Fator RH em Obstetrícia
Aloimunizaçǎo ao Fator RH em Obstetrícia
 
Treinamento rápido de NR 06 USO CORRETO DE EPI.pptx
Treinamento rápido de NR 06 USO CORRETO DE EPI.pptxTreinamento rápido de NR 06 USO CORRETO DE EPI.pptx
Treinamento rápido de NR 06 USO CORRETO DE EPI.pptx
 
Segurança Viária e Transporte de Passageiros em Motocicleta em Quatro Capit...
Segurança Viária e Transporte de Passageiros em Motocicleta em Quatro Capit...Segurança Viária e Transporte de Passageiros em Motocicleta em Quatro Capit...
Segurança Viária e Transporte de Passageiros em Motocicleta em Quatro Capit...
 
CATALOGO_LOTI_LORD_OF_THE_ICE-RUI-UNAS_TENSAI INDÚSTRIA
CATALOGO_LOTI_LORD_OF_THE_ICE-RUI-UNAS_TENSAI INDÚSTRIACATALOGO_LOTI_LORD_OF_THE_ICE-RUI-UNAS_TENSAI INDÚSTRIA
CATALOGO_LOTI_LORD_OF_THE_ICE-RUI-UNAS_TENSAI INDÚSTRIA
 
PSICOLOGIA E SAÚDE COLETIVA ( Necessidade do Psicólogo na Atenção Básica).pptx
PSICOLOGIA E SAÚDE COLETIVA ( Necessidade do Psicólogo na Atenção Básica).pptxPSICOLOGIA E SAÚDE COLETIVA ( Necessidade do Psicólogo na Atenção Básica).pptx
PSICOLOGIA E SAÚDE COLETIVA ( Necessidade do Psicólogo na Atenção Básica).pptx
 
Aula 1 Anatomia INTRODUÇÃO SISTEMA ESQUELETICO
Aula 1 Anatomia  INTRODUÇÃO SISTEMA ESQUELETICOAula 1 Anatomia  INTRODUÇÃO SISTEMA ESQUELETICO
Aula 1 Anatomia INTRODUÇÃO SISTEMA ESQUELETICO
 
Apresentação sobre doenças transmissíveis
Apresentação sobre doenças transmissíveisApresentação sobre doenças transmissíveis
Apresentação sobre doenças transmissíveis
 

Intercorrências Clinicas na gestação.pdf

  • 1. I n t e r c o r r ê n c i a s C l i n i c a s n a g e s t a ç ã o I Enf. Esp. Obstetrícia e Neonatal Auditora em Saúde 1ª Semana da gestação:
  • 2. I N T R O D U Ç Ã O • É importante alertar que uma gestação que está transcorrendo bem pode se tornar de risco a qualquer momento, durante a evolução da gestação ou durante o trabalho de parto. podem ser decorrer da • Os fatores de risco gestacional prontamente identificados no assistência pré-natal.
  • 3. • A morte materna é definida como a morte da mulher durante a gestação ou até 42 dias após o seu término, independentemente de duração, ou localização da gravidez. •O desfecho pode ser decorrente de uma causa relacionada ou agravada com a gravidez, ou por medidas tomadas em relação a esse problema. • A razão de morte materna é um indicador importante de ser acompanhado, representado pelo número absoluto de mortes para cada 100 mil nascidos vivos. Esse indicador permite comparar o resultado em diferentes países, localidades e números populacionais, visto que o denominador se baseia no número de nascidos vivos.
  • 4. • No ano de 2021, a organização apontou que mais de 800 mulheres vão à óbito diariamente, em todo o mundo, por questões que envolvem a gestação ou parto e mais de 90% dessas mortes ocorrem em países em desenvolvimento, de média e baixa renda. • No Brasil a morte materna se mantém estável ao longo dos anos o que demonstra ausência de intervenções ou intervenções pouco eficazes para o enfrentamento desse problema. • A principal causa de morte materna são as Síndromes Hipertensivas. No Brasil, em 2019, essa foi a principal causa de morte materna.
  • 5. SÍNDROMES HIP E RTENS IVAS GESTACIONAIS As síndromes hipertensivas são a intercorrência clínica mais comum da gestação e representam a principal causa de morbimortalidade materna no mundo.
  • 6. - Antecedentes familiares; - Primigesta; - Mudança de parceiro;
  • 7. Classificação das Síndromes • Hipertensão Gestacional; • Pré-eclâmpsia Leve; • Pré-eclâmpsia Grave; • Eclâmpsia; • Hellp Síndrome. Triade Clássica da Pré Eclâmpsia: HAS, Edema e Proteinúria.
  • 8. H I P E R T E N S Ã O G E S T A C I O N A L É o desenvolvimento de hipertensão sem proteinúria que ocorre após 20 semanas de gestação. O diagnóstico é temporário e pode representar hipertensão crônica recorrente nessa fase da gravidez. Complicações hipertensivas na gravidez são a maior causa de morbidade e mortalidade materna e fetal; ocorrem em cerca de 10% de todas as gestações; Hipertensão arterial crônica antecede gestação, presente antes da 20ª semana. Pré-eclampsia - HA diagnosticada a partir da 20ª semana+proteinúria. HAC+PE – Hipertensão gestacional, HÁ (diagnosticada a partir da 20ª semana sem proteinúria). OBS: Pode evoluir para pré-eclâmpsia em 10% a 50% dos casos e devedesaparecer até12semanasapóso parto.
  • 9. Os princípios básicos do controle da hipertensãogestacional incluem manter os valores da pressão arterial entre 110 a 140 x 85mmHg (usando hipotensores,se necessários),monitoraro desenvolvimento de pré-eclâmpsia e postergar a resolução da gestação até 39 + 6 semanas (desde que a pressão arterial esteja controlada, não haja comprometimento do bem-estarfetalou evoluçãoparapré-eclâmpsia). Conduta: Acompanhamento semanal do pré-natal com verificação de pressão arterial e verificação da presença de edema. - Uso de hipotensores prescrito pelo médico (ALFA – metildopa 500mg); - Prescrição de dieta normossódica; - Realização de exame de proteinúria.
  • 10. P R É - E C L Â M P S I A A pré-eclâmpsia geralmente ocorre após a 20ª semana de gestação, classicamente pelo desenvolvimento gradual de hipertensão e proteinúria. Apresenta-se quando o nível da pressão arterial for maior ou igual a 140/90 mmHg, com proteinúria e após 20 semanas de gestação. Pode evoluir para eclâmpsia.
  • 11. Pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão arterial crônica: esse diagnóstico é estabelecido em algumas situações específicas: • Quando, a partir da 20ª semana de gestação, ocorre o aparecimento ou piora da proteinúria já detectada na primeira metade da gestação. • Quando gestantes portadoras de hipertensão arterial crônica necessitam de associação de anti-hipertensivos ou aumento das doses terapêuticas iniciais. •Na ocorrência de disfunção de órgãos-alvo. Na ausência de proteinúria, também se considera pré- eclâmpsia quando a hipertensão arterial for acompanhada de comprometimento sistêmico ou disfunção deórgãos-alvo(trombocitopenia,disfunção hepática, insuficiência renal, edema pulmonar, iminência de eclâmpsia ou eclâmpsia)oudesinaisdecomprometimento placentário (restrição de crescimento fetal e/oualteraçõesdopplervelocimétricas). Caracterização da proteinúria: presença de pelo menos 300 mg em urina de 24 horas. A relação proteinúria/creatinúria (mg/dL) em amostra isolada de urina é método adotado com frequência, pela facilidade do exame, sendo considerada alterada quando o valor for de pelo menos0,3.Naimpossibilidade desses métodos, usa-se a avaliação qualitativa em fita, em amostra de urina (presença de pelo menos uma cruzindica30mg/dL).
  • 12. Pré - eclâmpsia leve: • Após a 20ª semana de gestação em mulheres previamente normotensas e sem proteinúria anterior; • Hipertensão arterial, com valores maior ou igual a 140x90mmhg, confirmado após periodo de repouso; • Proteinuria significativa, consideram-se os valores maiores ou iguais a 300mg em 24 horas ou mais em amostra casual; • Edema, quando existe, pode ser localizado ou generalizado. Conduta: - Repouso em DLE e restrição de sódio; - Acompanhameto ambulatorial semanal; - Uso de hipoptensores prescrito pelo médico; - Dosagem rotineira de: Proteinúria, Acido urico, plaquetas e transaminases. OBS: Avaliação rotineira da vitalidade fetal.
  • 13. Pré-eclâmpsiagrave • Pressão arterial (PA) sistólica ≥160 mmHg e/ou PA diastólica ≥110 mmHg, confirmada por intervalo de 15 minutos, aferida com técnica adequada. A associação com sintomas configura uma emergência hipertensiva. • SíndromeHELLP (hemólise,aumentode enzimashepáticas e Plaquetopenia) • Sinais de iminência de eclâmpsia: caracterizados pela sintomatologia secundária a alterações vasculares do sistema nervoso, como cefaleia, distúrbios visuais (fotofobia, fosfenas e escotomas e hiper-reflexia, ou hepáticas, sendo náuseas, vômitos e dor no andar superior do abdome (epigástrioounohipocôndriodireito)asmaiscomuns. • Eclâmpsia. • Edemaagudodepulmão. • Dor torácica, queixa que deve ser valorizada, se estiver acompanhada ounão poralteraçõesrespiratórias,situaçãoquepodeseroresultadode intensa vasculopatiacardíacae/oupulmonar. • Insuficiência renal, identificada pela elevação progressiva dos níveisséricosde creatinina(≥1,2mg/dL)eureia,alémdaprogressãoparaoligúria(diureseinferior a500mL/24horas).
  • 14. OBS: Independentemente da idade gestacional, o reconhecimento das situações a seguir indica o término da gravidez: • SíndromeHELLP. • Eclâmpsia. • Edemapulmonar/descompensaçãocardíaca. • Alterações laboratoriais progressivas (trombocitopenia, elevaçãodeenzimashepáticas). • Insuficiênciarenal. • Descolamentoprematurodeplacenta. • Hipertensão refratária ao tratamento com três drogas anti hipertensivas. • Alteraçõesnavitalidadefetal. Ofator maisimportantepara diminuiçãodamorbimortalidade maternaéodiagnósticoprecoce, antecipando-seàscomplicações.
  • 15. Fisiopatologia • Defeito/Predisposição genética; • Disfunção/Adaptação Imunológica; • Anormalidade de placentação; • Isquemia Placentária; • Lesão celular do endotélio; • Disfunção multissistêmica; • Comprometimento múltiplos órgãos(Vasoespasmo, Microtrombos, Coagulopatia). • Síndrome Hellp (Hemólise, Elevação das enzimas hepáticas e Plaquetopenia). • Eclâmpsia. OBS: A síndrome HELLP desenvolve-se em 10% a 20% das gestantes com pré-eclâmpsia grave/ eclâmpsia. A fisiopatologia dessa doença não está esclarecida, mas é considerada o comprometimento hépato hematológico da pré- elâmpsia (PE). Exame Parâmetro Hemólise Esfregaço de sangue periférico (esquistocitose, anisocitose, equinocitose, pecilocitose). Bilirrubinas >1,2mg/dl DHL >600U/L Alteração da funçã ohepática TGOouTGP >70UI Paquetopenia Plaquetas <100.000/mm3 Tabela 1 – Diagnóstico da síndrome HELLP As bases do tratamento são a prevenção das complicações hemorrágicas e da eclâmpsia, o controle da hipertensão arterial grave e o desencadeamento do parto.
  • 16. Cuidados de Enfermagem - Estimular o repouso no leito em DLE; - Dieta hipossódica e hipocalórica; - Controle de PA e BCF (frequência? de acordo com as condições clinicas); - Pesar diariamente; - Observar sinais de congestão venosa; - Administrar hipotensores, conforme prescrição médica; - Verificar proteinúria semanalmente ou mais dependendo do quadro clinico; - Informar sobre a patologia; - orientar a gestante e/ou seu acompanhante, se for o caso, quanto ao funcionamento e rotinas do setor; - Vigilância assistencial. OBS: Na assistência de enfermagem à mulher com crise convulsiva por eclampsia o objetivo do enfermeiro não é cessar a crise e sim oferecer a essa mulher condições respiratórias desobstruindo as VAS e dando suporte de O2 visando evitar anoxia cerebral, com morte de neurônios tendo como consequências, o coma, a deficiência mental ou óbito.
  • 17. OBS: O momento ideal para o procedimento de cesariana é de 04 horas após o inicio da dose de ataque do Sulfato de Magnésio. OBS: Após uma crise convulsiva a paciente ficará em torno de 04 horas desorientada, sonolenta e em nenhum momento a mesma lembrará do episódio da crise.
  • 18. ECLÂMPS I A A eclâmpsia caracteriza-se pela presença de convulsões em mulher com qualquer quadro hipertensivo, não causadas por epilepsia ou qualquer outra doença convulsiva. Pode ocorrer na gravidez, no parto e no puerpério imediato (1° ao 10° dia pós-parto e tem início logo após a expulsão da placenta). Em gestante com quadro convulsivo, o primeiro diagnóstico a ser considerado deve ser a eclâmpsia. OBS: O aspecto mais urgente do tratamento não é o de parar de imediato a convulsão, mas o de garantir a oxigenação materna e minimizar o risco deaspiração.
  • 19. 1. Aspiraras secreçõeseinserir um protetorbucal. (Canula de Gudel) 2. MedirasaturaçãodeO2eadministrar O2a8La10L/min. 3. Instalarsoluçãodeglicosea5%emveia periférica. 4. Recolheramostradesangueeurinapara avaliaçãolaboratorial. 5. Manterapacienteemdecúbitolateral E. 6. Administrarsulfatodemagnésio*. 7. Administrarnifedipina(VO)ou hidralazina(IV)sePA≥160/110mmHg. 8. Inserirumcatetervesicaldedemora. 9. Aguardararecuperaçãodosensório. 10. Programarainterrupçãodagestação. Osdezpassosnomanejoda convulsãoeclâmptica *Gestantes com eclâmpsia e que serão transferidas para outro hospital devem receber adosedeataquedeMgSO4.7H2O(4,0gIV+10gIM-5,0gem cada nádega). Esse esquema dá uma cobertura anti-convulsivante de quatrohoras. • Decúbito elevado a 30º; • Aspirar as VAS; • Realizar contenção MMS/MMII; • Cateter nasal O2/5L/min; • Auscultar BCF 190 a 210 ? • Exames de rotina para DHEG grave; • Providenciar Hemoderivados; • Preparar sala de cirurgia com material de anestesia geral; • Preparar sala de reanimação para recepção de RN grave.
  • 20. Sulfato de Magnésio Esquema Prichard: Dose de ataque: 4g EV + 10g IM. Dose de Manutenção: 5g IM a cada 4h. Zuspan: Dose de ataque: 4g EV. Dose de manutenção: 1g EV/hora em BI. Sibai: Dose de ataque: 4g EV lentamente. Dose de manutenção: 2g EV a cada 2 horas (diluir 100ml da droga a 50% em 400 ml de soluto fisiológico e perfundir por bomba, a 20ml/h. Manter por 24 a 72horas.
  • 21. Níveis Terapêuticos: 4 a 7 mEq/l. Níveis Tóxicos: Reflexos 08 a 10 mEq/l, Respiração 12 mEq/l. Antidoto: Gluconato de Cálcio 1 g/ EV. Observar: Reflexos Tendinosos profundos, FR e diurese. Condições Administração: • Reflexos presentes (patelar); • FR (maior ou igual a 16 mov./min.); • Diurese (maior ou igual 100ml/4h); Tempo Administração: • 24h após (resolução gestação, última crise convulsiva).
  • 22. Encaminhar Sulfatada... Na ambulância equipada: - Oxigênio; - Kit eclâmpsia; - Bandeja de parto; - Material para IOT; - Medicamentos de emergência. KIT Eclâmpsia: - 03 amp. de 10ml de MgSo4 a 50%; - 01 amp. de Gluconato de Cálcio a 10%; - 02 amp. de 10 ml de AD; - 01 seringa de 20 ml; - 03 seringas de 10 ml; - Agulhas 40x12; - Cânulas de Guedel; - Cateter de O2; - Sondas de aspiração traqueal; - Luvas de procedimento; - Sonda Foley nº 12 ou 14; - Bolsa Coletora de diurese; - Ataduras de crepe para a contenção da paciente.
  • 23. Principais causas de Morte materna por DHEG: - Insuficiência Renal Crônica; - Edema Agudo de Pulmão; - Coagulação Vascular Disseminada (CIVD); - Rotura Hepática; - Edema Cerebral; - Hemorragia Intracraniana.
  • 25. Síndromes Hemorrágicas 1ª Semana da gestação: - Abortamento; - Abortamento Habitual; - Gravidez Ectópica; - Neoplasia trofoblástica gestacional benigna NTG; 2ª Semana da gestação: - Placenta prévia; - Descolamento Prematuro de placenta – DPP; - Rotura Uterina.
  • 26. A B O R T A M E N T O • Conceitua-se como abortamento a interrupção da gravidez ocorrida antes da 22ª semana de gestação ou peso menor ou igual a 500g. OBS: Nesses casos o feto não será considerado natimorto, logo não será necessário a D.O. (Declaração de óbito). • O abortamento pode ser precoce, quando ocorre até a 13ª semana e tardio, quando entre 13ªe 22ª semanas. Aborto: É o processo de eliminação deste produto conceptual. Classificação Clínica: Ameaça de abortamento: Sangramento discreto, cólicas, colo fechado. Inevitável: Sangramento vultoso e/ou cólicas e/ou colo aberto. Incluir os casos de rotura da bolsa confirmada com menos de 22 semanas.
  • 27. Completo: Expulsão de todo o conteúdo do útero; Diferido: Retenção de um feto morto no útero durante 4 semanas ou mais; Espontâneo: Perda do feto que ocorre de forma natural; Provocado: Provoca a perca; Habitual: Três ou mais abortos consecutivos de forma natural; Incompleto: Expulsão só de parte do conteúdo do útero ou de rotura das membranas; Induzido: Interrupção médica da gravidez; Precoce: Perda do feto antes das 12 semanas de gravidez; Séptico ou Infectado: Infecção do conteúdo do útero antes, durante ou depois de um aborto (geralmente acompanhado de febre, calafrios, secreção com odor fétido); Aborto legal: Utilizado em risco de vida materno e estupro comprovado; Tardio: Perda do feto entre as 12ª e a 20ª semana de gravidez; Manifestações Clinicas Completo: Colo fechado, sangramento praticamente ausente; Incompleto: Sangramento vultoso, cólicas, colo aberto (geralmente a paciente referente ter perdido o feto).
  • 28. Abortamento Infectado Presença de febre por dois dias consecutivos (maior que 38º C); Considerar história de manobras abortivas; Lembrar que misoprostol pode causar febre sem presença de infecção de fato, geralmente polimicrobiana ( da própria flora vaginal) com predomínio de gram (-) ou anaeróbios; Abortamento Infectado ou Séptico Classificação da Infecção: • Grau I – Limitada ao útero; • Grau II – Útero e anexos; • Grau III – peritonite e ou sepsis.
  • 29. Tratamento 1ª Escolha: Clindamicina 900 mg EV 8/8horas + Gentamicina 1, 5 mg kg EV dose única (não ultrapassar 240mg). OBS: Se não houver resposta associar ampicilina 2g EV 6/6 horas. 2ª Escolha: Ampicilina 2g EV 6/6horas + Gentamicina 1,5mg /kg EV dose única + metronidazol 500mg EV 8/8 horas. Manifestação Clínica Abortamento Retido Exame Obstétrico: AFU menor que o esperado para a IG, BCF ausente, Especular (sangramento ausente ou escasso), colo fechado. Conduta: Abortamento Evitável: Internação como o objetivo de manter a gestação, manter repouso, analgésicos, inibidores uterino das contrações (Uterolíticos, Salbutamol, Inibina e Buscopam). Abortamento habitual: É a perda espontânea e sucessiva de três ou mais gestações antes da 22ª semana; Ocorre em cerca de 5% de todas as gestações;
  • 30. Possíveis fatores causais • Anomalias do desenvolvimento uterino, útero bicorno ou septado; • Leiomiomas uterinos, principalmente o submucoso; • Incompetência Istmo Cervical; • Sinéquias uterinas; • Causas endócrinas ( DM e Disfunções da Tireoide); • Causa Hormonal (ausência de progesterona, insuficiência do corpo lúteo); • Fatores Imunológicos e Fatores Infecciosos; Diagnóstico: Durante a gravidez • Anamnese; • Exame ginecológico; • USGO: rastreamento de malformação e da incompetência istmo cervical (medida do canal cervical e do orifício interno do colo); • Avaliação Endócrina: TSH, T3, T4 e glicemia; • Pesquisa de infecções; • Avaliação imunológica;
  • 31. • No período intergestacional o diagnóstico é complementado pela histerosalpingografia e prova de velas de Hegar ( utilizada para o diagnóstico de incompetência Istmo cervical). Conduta: • Recomenda-se o acompanhamento quinzenal através das consultas de pré-natal; • O tratamento depende da etiologia; • A correção do fator causal será instituída quando possível; OBS: No caso da insuficiência lútea, utiliza-se progesterona natural (supositórios de 25 a 50 mg) por via vaginal, 2 a 3 vezes por dia, até a 14ª semana.
  • 32. Gravidez Ectópica (10ª a 12ª semana) • É a nidação do ovo fora da cavidade uterina; • Toda Gravidez que se desenvolve fora do útero; • Pode localizar-se nas trompas (gravidez tubária), ovários ou órgãos abdominais ou pélvicos. Fatores de Risco • Gravidez ectópica anterior; • DIP – Doença Inflamatória Pélvica (ex: Salpingite); • Má formação da trompa (ex: Estreitamento); • Cirurgia na trompa; • Falha nos movimentos ciliares e peristálticos da trompa; • Falha no processo de capturada fimbria da trompa; • Infertilidade;
  • 33. • Uso do DIU. Sintomas • Amenorreia; • Teste de Gravidez +; • Dor Abdominal; • Sangramento Genital; • Sincope (desmaio ou mal estar); • Massa pélvica; Diagnóstico • História e exame físico; • HC/TS; • BHCG; • USG; • Laparoscopia.
  • 34. Conduta Tratamento Cirúrgico: - Laparotomia ou Laparoscopia (Salpingectomia ou Salpingostomia); Tratamento Clínico: - Metotrexato para saco gestacional integro, dose de 1mg/kg; - Em caso de massa sólida ou complexa, as doses passam a ser 50 mg/m2 e administradas por via intramuscular; - Gravidez Ectópica; Obs: Na gravidez tubária integra, a conduta dependerá da mulher, se ela tem prole ou se não desejar, nesse caso é decidido se será realizado a salpingostomia, salpigectomia ou ressecção segmentar da trompa.
  • 35. • Causa mais importante e frequente de abortamento habitual, e se caracteriza pela incompetência do sistema oclusivo do útero grávido, com abertura do orifício interno. Diagnóstico • Anamnese; • Exame Pélvico; • USG; Conduta É cirúrgica, sendo realizada durante a gestação, idealmente entre 12ª e 16ª semana, podendo estender-se até a 20ª semana. Insuficiência istmo-cervical
  • 36. Condições para a realização • Dilatação cervical menor que 4 cm; • Apagamento inferior a 60%; • Ausência de protusão avançada da bolsa das águas; • Bolsa Integra; • Tratamento de Infecções vaginais; • Técnica cirúrgica: cerclagem cervical. Recomendações • Restrição relativa a esforços físicos; • Uso de uteroinibidores e de antibioticoterapia.
  • 37. Mola Hidatiforme A doença trofoblástica gestacional é constituída pela mola hidatiforme e pela neoplasia trofoblástica gestacional (NTG); esta última se trata de tumor maligno formado por células placentárias oriundas da mola hidatiforme (na maioriadasvezes)oudequalqueroutrotipodegravidez. • Ela é tradicionalmente dividida em: • formas benignas - gestações molares: mola hidatiforme parcial (MHP) e mola hidatiforme completa (MHC), ambas inviáveis; • formas malignas - neoplasia trofoblástica gestacional.
  • 38. Fisiopatologia • Surgem a partir da má formação ou degeneração do ovo ou de restos ovulares e ou placentários. • Evoluem para formas císticas e adquirem um formato de cachos de uva; • Esses cistos podem encher toda a cavidade uterina, invadirem a musculatura uterina e transforma-se em um tipo de câncer, o que é raro; OBS1: Geralmente as vesículas são eliminadas a partir do 4º mês de gestação. OBS2: Os sintomas da mola são os mesmos da gravidez normal, porém mais exacerbados. OBS3: Geralmente a mola está associada à DHEG e é comum a presença de sangramento transvaginal. Etiologia A mola é um crescimento tumoral do tecido da placenta ou das membranas. Pode desenvolver-se a partir de células que permanecem após aborto espontâneo ou uma gravidez a termo, mas, mais frequentemente, se origina de um ovo com mal formação.
  • 39. Raramente, a placenta torna-se anormal quando o feto é normal. Prognóstico • Mais de 80% das molas não são cancerosas; • Somente 15% delas invadem os tecidos circunvizinhos (mola invasora); • Das invasoras 2 a 3% disseminam-se através do corpo (coriocarcinoma); • O risco de mola é mais elevado para as mulheres que engravidaram no final da terceira e no inicio da quarta década de vida. Quadro clínico Sangramento de pequena intensidade, indolor, persistente, as vezes acompanhado da eliminação de vesículas. • Náuseas e vômitos exacerbados; • Anemia e desidratação; • DHEG; • Pode estar acompanhada de síndromes clinicas como: DHEG, Hiperemese e Hipotiroidismo. • Ao exame: Volume uterino exagerado “útero em sanfona”, ovários volumosos, cistos tecaluteinicos, sem BCF.
  • 40. Diagnóstico BHCG quantitativo. - Reflete massa tumoralfuncionante; - Gestação normal vai a 50.000 (máx. 100.000). - > 200.000mUI/ml = altamente suspeito DTG. Tratamento - A aspiração a vácuo tem sido o método de escolha para esvaziamento uterino de mola hidatiforme, podendo ser aspiração a vácuo manual (AVM) ou aspiração a vácuo elétrica (AVE). - O uso de ocitocina é recomendado depois da dilatação do colo uterino por 24h e SOS para ajudar na involução uterina e prevenir atonias. Seguimento ou Vigilância Pós Molar (01 ano) BHCG 7 a 10 dias até a normalização, a cada 30 dias até completar 1 ano; BHCG geralmente negativam de 7 a 8 semanas até no máximo 12 semanas; Valores estáveis ou em ascenção apontam lesão metastática, persistência do tecido trofoblástico ou nova gestação; Planejamento familiar com o objetivo de evitar nova gestação pelo ao menos 1 ano.
  • 41. OBS: Os níveis de BHCG em uma gestação normal possuem o seu pico máximo em média de até 12 semanas de gestação, acontecendo a partir dai, uma queda e estabilização dos valores até o final da gestação; porém, com a mola os níveis de BHCG, continuam elevados por todo o período.