2. Deleite
• Práticas de
Alfabetização no
contexto remoto.
• Disponível
em:https://www.youtube.com/wa
tch?v=R4Ge-v2F5uw. Acesso
em 08/07/2020.
• Sugestão para a
continuidade do
vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v
=YAjQt8r6EUg&t=2474s
3. Ateliê
Escola
Acaia
• O ateliescola acaia é uma
escola experimental que
atende em sua maioria crianças
e adolescentes da Favela do
Nove, da Favela da Linha e do
Conjunto Habitacional
Cingapura Madeirite, próximas
à Ceagesp, em São Paulo.
Dentro de uma proposta de
educação integral associada a
"oficinas de fazeres", um dos
objetivos do ateliescola é
desenvolver e formalizar um
programa que articule
educação, saúde e cultura.
Disponível em : https://www.acaia.org.br/home.
Acesso em 08/07/2020.
4. Leitura • Com base no quadro que traçamos até aqui, é
possível perceber que o leitor precisa ter
• algumas habilidades desenvolvidas para lidar
bem com o texto escrito. Vamos entender
• que habilidade significa saber fazer; e ser
competente, ou ter competência, significa
• saber utilizar um conjunto de habilidades em
função de um determinado objetivo, para
• resolver um dado problema (PERRENOUD: 2000).
Além de habilidades específicas, o
• bom leitor desenvolve também atitudes e valores
em relação à leitura que possibilitam
• a ele tirar maior proveito de sua interação com os
textos escritos.
5. Habilidades
da Leitura
✓ Conhecer a direção da escrita, saber que em nossa cultura escrevemos
da esquerda para a direita;
✓ Diferenciar letras de outros sinais gráficos como, por exemplo, distinguir
números e sinais de pontuação;
✓ Identificar letras do alfabeto;
✓ Relacionar letras do alfabeto aos sons de início, meio e fim de palavras;
✓ Relacionar a palavra à figura;
✓ Comparar palavras e perceber semelhanças e diferenças sonoras entre
elas;
✓ Identificar palavras e frases novas a partir de pistas como a primeira
letra;
✓ Reconhecer textos pelo seu formato gráfico;
✓ Identificar, ao ouvir uma palavra, o número de sílabas que ela tem;
✓ Identificar palavra composta por sílabas canônicas, do tipo consoante-
vogal (ex.: bala);
✓ Identificar palavras compostas por sílabas não-canônicas, como em
GRUTA, QUEIJO, ELEFANTE;
✓ Distinguir diferentes tipos de letras (a cursiva, a de fôrma, etc.);
✓ Ler palavras em voz alta;
✓ Ler em voz alta uma sentença;
✓ Ler fluentemente com entonação, boa pronúncia, ritmo adequado.
6. Habilidades de
Letramento
✓ buscar uma informação específica (na lista de telefones,
no dicionário, ao procurarmos o resultado de um jogo no
jornal ou o resultado da loteria);
✓ obter informações a respeito dos fatos ocorridos no
mundo (nas notícias de jornal, nas reportagens das
revistas);
✓ seguir instruções (na montagem de um aparelho; para
usar uma câmara de fotografia; para ir de um lugar ao
outro, quando nos orientamos pelos mapas);
✓ fazer revisão em um texto que escrevemos;
✓ construir um repertório sobre determinado tema (lendo
enciclopédias, sites da Internet, revistas e livros
variados);
✓ ter prazer estético (na leitura de poemas, de contos,
romances, novelas); divertir (os quadrinhos, as piadas);
✓ ficar atualizado;
✓ formar opinião sobre determinado assunto (ao ler
artigos de jornais e revistas, resenhas de livros, de peças
de teatro ou de filme);
✓ saber notícias de um ente querido distante (cartas, e-
mails).
7. O grande desafio que nos tem sido colocado é fazer com que a leitura na escola
não seja uma atividade sem objetivo. Normalmente, o aluno lê em sala de aula
porque é obrigado: lê para preencher o espaço de uma aula de Português, para
fazer provas, responder a questionários das diversas disciplinas. Uma atividade
muito comum é a de o professor mandar o aluno pegar o livro didático e anunciar:
abram o livro na página 20. Façam a leitura do texto desta página e copiem os
exercícios das páginas 21 a 25. E os alunos obedecem mecanicamente, sem
vontade, sem envolvimento com a tarefa que têm de executar. Acostumam-se com
esse tipo de tarefa que não lhes dá prazer e não resolve seus problemas. Acabam,
com isso, acreditando que uma aula de leitura é assim mesmo, que ler é atividade
mecânica. Em contextos como esse o aluno descobre, rapidamente, que o objetivo
da leitura é puramente escolar. É para atender ao professor e não para responder a
uma pergunta própria, ou sobre a qual tenha interesse.
8. OUTRAS
HABILIDADES A
SEREM
DESENVOLVIDAS
• Fazer previsões a partir do título, do assunto do
texto, do gênero, do suporte;
• Levantar hipóteses de como o texto continua a
partir de informações do início dele;
• Ler as imagens que acompanham os textos (como
mapas, tabelas, gravuras, desenhos e fotos);
• Inferir informações a partir da integração da
linguagem verbal e não-verbal (na leitura de
tirinhas e quadrinhos, por exemplo).
• Confirmar suposições a partir de elementos do
texto;
• Identificar fonte do texto;
• Consultar o dicionário e localizar o significado de
uma palavra;
• Inferir significado de palavras a partir do contexto;
• Seguir instruções.
9. HABILIDADES
RELACIONADAS À
COERÊNCIA
• Localizar uma informação explícita – aquelas que
decorrem de perguntas: o quê? Onde? Quando? Com
quem?;
• Inferir informações em diferentes gêneros;
• Estabelecer relação entre elementos de referenciação,
isto é, dos elementos que contribuem para que o leitor
saiba sobre o que o texto está falando. Esses elementos
estabelecem a continuidade no texto, apresentando e
fazendo retomadas que possibilitam sua progressão (os
pronomes, as expressões nominais, os artigos, os
advérbios);
• Estabelecer relações lógico-discursivas (tempo, lugar,
oposição, adição, causa e consequência);
• Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos
que constroem a narrativa e seus modos de
apresentação.
• Identificar tese defendida no texto;
• Identificar argumentos usados para comprovar tese;
• Estabelecer relações entre tese e argumentos.
10. Há ainda aquelas
habilidades que
decorrem das
implicações do gênero
na compreensão.
Vão sendo desenvolvidas
pelo leitor ao longo de
suas experiências com a
diversidade
de textos que circulam
em nossa sociedade.
Identificar gênero (se é
uma notícia ou
reportagem, artigo ou
resenha);
Identificar diferentes
funções ou finalidade
dos gêneros textuais
(para que serve o texto:
informar, convencer,
divertir);
Identificar suportes
originais de diferentes
textos (jornais, revistas,
folhetos, outdoors).
11. Algumas
habilidades
permitem que
o leitor possa
perceber os
efeitos de
sentido que o
texto provoca:
• Identificar o efeito de sentido provocado
pela seleção de palavras e outros recursos
da língua (reveja, por exemplo, o texto Trem
de Ferro e veja como os recursos
linguísticos foram usados para levar o leitor
a determinados efeitos;
• Identificar o efeito de sentido do uso dos
sinais de pontuação;
• Identificar o efeito de sentido decorrente do
uso de rimas, repetições, metáforas,
metonímias;
• Reconhecer efeitos de sentido decorrentes
de ironia ou humor em textos variados;
• Reconhecer efeitos de sentido decorrentes
do uso de marcas linguísticas diferentes das
usadas na linguagem padrão;
• Reconhecer efeitos de sentido provocados
pelo uso de recursos não-verbais como
cores, fonte, tamanho e formato de letra,
imagens, etc.
12. O leitor que tem
desenvolvida a
habilidade de
construir uma
representação
global do texto,
juntando as
informações
disponíveis, é
capaz de:
• Identificar o assunto principal
do texto;
• Dar um título adequado;
• Relacionar textos de mesmo
tema;
• Estabelecer relações de
intertextualidade, isto é, saber
quando um texto remete a
outro, quando faz citação,
paráfrase, paródia;
• Fazer resumos;
• Recontar o que leu, fazendo
paráfrases.
13. E ainda o leitor competente
precisa desenvolver uma
habilidade fundamental que é a
de monitorar sua própria
leitura, avaliando o que leu, a
fim de verificar se os sentidos
produzidos são coerentes e se
sua leitura se sustenta pelo
todo do texto. Ao fazer isso,
ele precisa, conscientemente:
• Focalizar informações relevantes ao
contexto e desprezar as que não
forem pertinentes;
• Sistematizar um corpo de
conhecimentos linguísticos que, às
vezes, até intuitivamente, já possui;
• Lidar com as hipóteses que formula
na leitura, buscando no texto formas
de comprová-las;
• Redimensionar sua própria
compreensão, à medida que novas
informações vão sendo processadas;
• Avaliar continuamente sua
compreensão, desconfiando de
sentidos produzidos inicialmente.
14. Paralelamente a
essas habilidades, o
leitor competente
desenvolve valores e
atitudes que
o diferenciam de
outros leitores com
pouca familiaridade
com o texto escrito:
• Gostar de ler livros
diversos;
• Frequentar biblioteca;
• Valorizar a leitura como
fonte de fruição estética e
entretenimento;
• Cuidar dos livros e demais
materiais escritos;
• Ter atitude crítica diante de
textos persuasivos;
• Ler jornais e revistas
sistematicamente.
15. A circulação de textos na escola passou a ser imperativa principalmente em função
de dois fatores: o primeiro foi a divulgação de teorias linguísticas que preveem o
uso de textos como condição para se obter competência linguística; o segundo foi a
chegada dos Parâmetros Curriculares Nacionais que, pelo mesmo motivo, também
preveem o trabalho com textos de gêneros diferenciados. Todavia, por falta de
embasamento teórico ou mesmo por interpretação equivocada da teoria, pode-se
notar que há um aproveitamento inadequado ou insuficiente do texto na sala de
aula. Os diferentes gêneros são às vezes explorados mais em seu tema do que em
sua organização interna e composição. Não se prevê que os textos exigem
estratégias diferenciadas de leitura. O trabalho executado em sala parece ser
sempre igual, não importa com qual gênero ou tipo de texto se esteja trabalhando.
16. Para desenvolver as habilidades de
leitura e compreensão
• Fazer com que os gêneros sejam realmente utilizados em sua função social: um manual para
montar algo, uma receita para cozinhar, uma carta para enviar a alguém real.
• Chamar a atenção dos alunos para as marcas presentes no texto: títulos, imagens, títulos,
especificidades do gênero.
• Leituras com pausa protocolada (paradas estratégicas para levantar questões sobre o texto).
• Trabalhar com textos fatiados e lacunados auxilia no desenvolvimento de estratégias de
compreensão de texto por parte dos alunos.
• Outra atividade interessante que leva o aluno a prestar atenção na relação entre partes é fazer
uma montagem no texto, inserindo nele partes que não lhe pertencem e propor aos alunos que
identifiquem essas partes.
• Também podemos apresentar um texto incompleto e pedir que o aluno escolha, entre um leque
de opções que lhe são dadas, qual é a continuação dele. Dar textos manchados ou em que faltem
palavras também exige dos alunos o estabelecimento de relações.
17. • Para aprender a construir uma representação global do texto, o aluno pode ser
estimulado a, primeiro, contar oralmente sobre o que leu. Os alunos podem ser
divididos em dupla, um lê o texto e o outro não, o aluno que ler o texto terá que
contar para o que não ler, de forma que ele possa compreender o texto. Depois
disso, aquele que não leu pode ler também e verificar se houve alguma
informação ou fato do texto que o colega não lhe contou. Transformar o texto
num desenho também pode ajudar a compreendê-lo melhor. Quando os textos
forem predominantemente narrativos, os desenhos deverão apresentar os
personagens, o cenário (pode ser, inclusive, uma história em quadrinhos), quando
for um texto de apresentação de informações, podem ser feitos esquemas.
• Oferecer, preferencialmente, os textos em seus suportes originais, quando não
for possível, deixar claro isso para os alunos.
18. AVALIAÇÃO
Essa mudança de perspectiva indica que,
primeiramente, não pode haver um momento único
pontual de avaliação de leitura. O mais importante
não é o produto em si, mas como o processo foi
vivenciado e até que ponto houve mudança de
comportamento, desenvolvimento de habilidades.
Então o aluno tem de ser observado o tempo todo e
seus progressos devem ser registrados. O termo de
comparação é ele mesmo e as metas propostas para
se alcançar na série. Quais as habilidades que ele não
tinha e que conseguiu desenvolver? Que habilidades
ele precisa desenvolver para que seja competente?
Que atitudes ele tem em relação à leitura? Nesse
sentido, o professor precisa ter uma ficha de
acompanhamento para cada aluno com indicações
das habilidades que são previstas para desenvolver
na série, no ciclo ou etapa. As habilidades indicadas
na seção 3.0 podem ser um bom começo de
conversa. A partir delas é possível relacionar outras
que são também importantes. À medida que o aluno
for desenvolvendo uma habilidade, o professor fará o
registro e passará a se preocupar com o
desenvolvimento de outras habilidades que ele ainda
não tiver.
19. REFERÊNCIA
• CAFIERO, Delaine. Leitura
como processo: caderno do
professor / Delaine Cafiero:
- Belo Horizonte:
Ceale/FaE/UFMG, 2005