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TECNOLOGIA DE ÓLEOS E
GORDURAS
Profa.Assoc.Suzana C.S.Lannes
TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
FBT 0534
RDC Nº. 270, DE 22 DE SETEMBRO DE 2005
DEFINIÇÃO
1. Óleos Vegetais e Gorduras Vegetais: são os produtos constituídos principalmente de glicerídeos de ácidos
graxos de espécie(s) vegetal(is). Podem conter pequenas quantidades de outros lipídeos como
fosfolipídeos, constituintes insaponificáveis e ácidos graxos livres naturalmente presentes no óleo ou na
gordura.
1.1. Os óleos vegetais se apresentam na forma líquida à temperatura de 25ºC e as gorduras vegetais se
apresentam na forma sólida ou pastosa à temperatura de 25ºC.
1.2. Azeite de Oliva: é o produto obtido somente dos frutos da oliveira (Olea europaea L.), excluídos os óleos
obtidos através de solventes ou processos de reesterificação e ou qualquer mistura de outros óleos.
1.3. Azeite de Oliva Virgem: é o produto obtido do fruto da oliveira (Olea europaea L.), somente por processos
mecânicos ou outros meios físicos, em condições térmicas, que não produzam alteração do azeite, e que
não tenha sido submetido a outros tratamentos além da lavagem, decantação, centrifugação e filtração.
1.4. Óleo de Bagaço de Oliva Refinado: é o produto obtido pelo tratamento do bagaço de frutos da oliveira
(Olea europaea L.), com solventes ou outros tipos de tratamentos físicos, excluídos os óleos obtidos por
reesterificação ou qualquer mistura de outros óleos. O produto deve obrigatoriamente ser refinado.
2. Óleos Mistos ou Compostos: são os produtos obtidos a partir da mistura de óleos de duas ou mais espécies
vegetais.
3. Óleos Vegetais e Gorduras Vegetais com especiarias: são os óleos e as gorduras vegetais adicionados de
especiarias.
O que é gordura ?
 Gordura, tal como proteína e carboidrato, é um
componente principal e essencial na dieta.
Óleos e gorduras são predominantemente
triésteres de ácido graxo e glicerol, comumente
chamada de triglicérides.
ESTRUTURA DE
TRIACILGLICERÓIS
Glicerol
Ácido Graxo Saturado
Ácido Graxo Mono insaturado
Ácido Graxo Polinsaturado
Estrutura da gordura
Principais Ácidos Graxos presentes nos
Óleos e Gorduras comestíveis
Saturados Insaturados
Longitud de Mono Di Tri
Cadena
C-4 Butirico
C-6 Caproico
C-8 Caprílico
C-10 Caprico
C-12 Laurico
C-14 Mirístico Miristoléico
C-15 Pentadecanoico
C-16 Palmítico Palmitoléico
C-17 Margárico Margaroléico
C-18 Esteárico Oléico Linoléico Linolénico
C-20 Araquidico Gadoleico Eicosadienoico
C-22 Behenico Erucico
C-24 Lignocerico
Exemplo ác.graxo
A fórmula geral do ácido graxo ômega-3 com uma saturação é
CH3CH2CH=CH(CH2)nCOOH,
em que n, quase sempre, é um número ímpar, de forma que o ácido tenha um
número par de carbonos na cadeia.
Por exemplo, o ácido linolênico é (C18-H30-O2):
CH3-CH2-CH=CH-CH2-CH=CH-CH2-CH=CH-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-
CH2-COOH
 Maior a cadeia maior o ponto de fusão. Menor a cadeia e mais
insaturada, menor ponto de fusão. Na natureza a maioria dos
insaturados tem configuração “cis” → menor empacotamento.
11,0
18:3n3
Linolênico (9(Z),12(Z),15(Z)-octadecatrienóico, (-3)
5,0
18:2n6
Linoléico (9(Z),12(Z)-octadecadienóico, (-6)
16-17
18:1n9
Oléico (9(Z)-octadecenóico), (-9)
84,2
24:0
Lignocérico (tetracoisanóico)
80,0
22:0
Behênico (docosanóico)
75,4
20:0
Araquídico (eicosanóico)
69,6
18:0
Esterárico (octadecanóico)
62,9
16:0
Palmítico (hexadecanóico)
54,4
14:0
Mirístico (tetradecanóico)
44,2
12:0
Láurico (dodecanóico)
31,6
10:0
Cáprico (decanóico)
16,7
8:0
Caprílico (octanóico)
- 3,4
6:0
Capróico (hexanóico)
- 4,2
4:0
Butírico (butanóico)
Ponto de
fusão (oC)
Símbolo
Ácido
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
Composição
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Coco
Palmiste
Soya Hidrogenada
Palma
Soya
Saturados
Monoinsaturados
Polinsaturados
Principais lipídeos
14
MATERIAL OLEAGINOSO CONTEÚDO ÓLEO (%)
Copra 66-68
Babaçu 60-65
Gergelim 50-55
Polpa de palma (dendê) 45-50
Caroço de Palma 45-50
Amendoim 45-50
Colza 40-45
Girassol 35-45
Açafrão 30-35
Oliva 25-30
Algodão 18-20
Soja 18-20
Daniel Furlan Amaral
abiove
Daniel Furlan Amaral
abiove
Daniel Furlan Amaral
abiove
Daniel Furlan Amaral
abiove
Daniel Furlan Amaral
abiove
Obtenção de óleos
EMBRAPA
Etapas de processamento do óleo
• Extração
• Degomagem
• Neutralização
• Clarificação
• Desodorização
Degomagem
• retirada de fosfatídeos (lecitina+ cefalina + fosfatidil-inusitol), proteínas
ou fragmentos de proteínas e substâncias mucilaginosas.
• São removidas por hidratação, pois são anidras.
• Esta operação deve ser feita para evitar precipitação destes materiais
durante o período de estocagem ou durante o uso.
• Estes produtos favorecem a degradação dos óleos e gorduras, mediante a
ação enzimática e à proliferação de fungos e bactérias.
• Dois processos de degomagem são mais utilizados no tratamento de óleos
e gorduras:
1. Degomagem com água (1-3% de água ao óleo 60-70°C) (+ centrifugação)
– Remoção de 70-80%
2. Degomagem ácida (ác. Fosfórico 85% em óleo 60-65°C) (+ filtração ou
centrifugação).
– Remoção 90%
Neutralização
• A neutralização visa a eliminação dos ácidos graxos livres do óleo (+ proteínas +
ác.graxos oxidados + produtos da decomposição de glicerídeos), os quais, para
determinados fins, são inconvenientes.
• No caso de cocção (frituras) de alimentos, a presença de ácidos graxos livres
ocasiona a formação de fumaça gordurosa, uma vez que eles possuem pressão de
vapor maior do que a dos triglicerídeos, evaporando com o aquecimento.
• Estes ácidos são removidos tratando-se o óleo com soda cáustica, formando-se
sabão que é extraído (soapstock).
• Um processo muito utilizado nas indústrias médias é o descontínuo seco, que usa
solução concentrada de soda para neutralizar os ácidos graxos. O sabão formado é
consistente e geralmente fácil de ser separado. Pode ser tbem solução aquosa de
álcalis (NaOH ou Na₂CO₃)
• O processo básico (utilizando o óleo de soja como exemplo) consiste em um
aquecimento do óleo até cerca de 85oC, pré-tratamento com ácido fosfórico (85%
de concentração) para possibilitar a eliminação dos fosfatídeos remanescentes,
após a neutralização com soda cáustica diluída e a separação dos sabões.
Clarificação
• A clarificação visa eliminar do óleo parte de certos pigmentos que
conferem cor, tornando-o mais claro.
• É realizada em tanques dotados de agitadores e sistema de aquecimento a
vapor (camisa ou serpentina).
• Geralmente efetua-se vácuo no tanque, a fim de evitar-se a oxidação e
promover uma secagem rápida do óleo, necessária para a clarificação.
• Quando o óleo está seco e na temperatura em torno de 80oC adiciona-se
argila (terra) descorante, na proporção de 1 a 4% em peso sobre o óleo,
dependendo do tipo de óleo à clarificar e do poder descorante da argila. O
aquecimento é interrompido e, quando a temperatura do óleo baixar para
80oC, ele é passado através de filtro-prensa para separar a argila
clarificante.
Desodorização
Processo de destilação com aquecimento à vácuo com o objetivo de
remover os compostos voláteis que causam sabor e odor desagradáveis
(aldeídos, cetonas...), além de alguns pigmentos e ácidos graxos livres.
• A desodorização não promove
efeito indesejável na composição da
maioria dos óleos e gorduras.
Dependendo do grau de insaturação
os óleos desodorizados, pequenas
quantidades de ácidos graxos
TRANS podem ser formados. No
caso de óleos vegetais, quantidades
de tocoferol se mantém após o
processo, ajudando na estabilidade
oxidativa do produto.
• Adição dos antioxidantes (ácido
cítrico, BHT, TBHQ, dependendo do
produto final).
 A desodorização, última etapa do processo de refino de óleos e gorduras.
 Esta etapa visa também uma melhoria no aspecto sabor, cor e estabilidade do
produto. Esta melhoria, porém só é possível se as etapas anteriores forem realizadas
corretamente, visto que deficiências de processos anteriores dificilmente são
totalmente corrigidas, afetando a qualidade final do produto.
 O processo de desodorização, além de remover os produtos indesejáveis como
cetonas, aldeídos, alcoóis e ácidos graxos livres de baixo peso molecular, remove
também traços de pesticidas organoclorados utilizados durante o plantio da semente
e solubilizados no óleo na etapa de extração.
 A desodorização é efetuada, dependendo do tipo de óleo, a uma temperatura entre
180 até 270oC e pressão residual (vácuo) de 2 a 6 mbar. O tempo de retenção
(permanência do produto no desodorizador nas condições de processo) varia de 15
até 80 minutos sendo o mais usual 45 a 60 minutos.
 O processo de desodorização é constituído de quatro etapas básicas: Desaeração,
Aquecimento, Retenção, Resfriamento.
Métodos de modificação
DESENVOLVIMENTO DE GORDURAS
PARA FINS ESPECIAIS
•A aplicação nos produtos alimentícios da maioria
dos óleos e gorduras na sua forma natural é muito
limitada devido às suas propriedades físico-químicas.
•Para diversificar sua utilização, aumentando a
funcionalidade e o valor nutricioanal, pode-se alterar
o comportamento desses óleos e gorduras por
processos de modificação.
•Adaptação do perfil de fusão, aumento da
estabilidade
e vida de prateleira, facilidade do manuseio.
49
Definição
Óleos e gorduras vegetais modificadas são os
produtos obtidos a partir de óleos ou
gorduras submetidos a processos físicos ou
químicos tais como fracionamento,
hidrogenação ou interesterificação.
(RDC 270 – 22/09/2005)
50
GORDURA 2
0
10
20
30
40
5 10 15 20 25 30
T(oC)
SFC GORDURA 3
0
20
40
60
80
5 10 15 20 25 30
T(oC)
SFC
GORDURA 4
0
10
20
30
40
50
60
5 10 15 20 25 30
T(oC)
SFC
+ +
GORDURA 1
0
20
40
60
80
5 10 15 20 25 30
T(oC)
SFC
1. Mistura
TÉCNICAS DE MODIFICAÇÃO
51
TÉCNICAS DE MODIFICAÇÃO
2. Hidrogenação
 Aumenta a estabilidade oxidativa e altera as propriedades de fusão dos
óleos mediante a redução do grau de insaturação.
TÉCNICAS DE MODIFICAÇÃO
INSTALAÇÃO PARA HIDROGENAÇÃO
54
• A hidrogenação tem curva de formação de trans até 45%, se continuar a hidrogenar vai
eliminar o trans (ponto de fusão 70 º C = zero trans).
• A desodorização a temperatura controlada é para impedir o aumento da quantidade de
trans (abaixar para menos que 1%, com formação de trans de 0,4-0,5% (zero trans).
Penúltima etapa antes do envase, destila o óleo (refinado é desodorizado).
FORMAÇÃO DE TRANS
cis
trans
55
TÉCNICAS DE MODIFICAÇÃO
•Alterar as propriedades físicas do óleo;
•Alterar o perfil de fusão (normalmente suavizando o perfil
da curva de sólidos);
•Aumentar a compatibilidade dos diferentes triacilgliceróis
no estado sólido;
•Aumentar a plasticidade dos sólidos resultantes mediante
alterações nas propriedades de cristalização.
3. INTERESTERIFICAÇÃO
Reator de interesterificação química
Guaraldo, L.A.
A borra formada deve ser removida com utilização de sílica (com auxílio de
ácido cítrico),seguida de branqueamento (auxiliar filtrante e terra de
branqueamento)
Na enzimática não há formação de borra e não há necessidade de
branqueamento, alta temperatura inativa a enzima.
TÉCNICAS DE MODIFICAÇÃO
58
TÉCNICAS DE MODIFICAÇÃO
4. FRACIONAMENTO
•Baixo custo de operação, nenhuma
perda de óleo e total
reversibilidade;
•Obtenção de frações com diferentes
características físicas,triacilglicerol
com alto ponto de fusão (estearina),
triacilglicerol com baixo ponto de
fusão (oleína);
•Busca da obtenção de um
melhoramento da estabilidade
ao frio das oleínas e de produtos
com boa estabilidade
à oxidação.
Planta de fracionamento com separação centrífuga
Fracionamento
Winterização é um processo de fracionamento utilizado em óleos que contém
pequenas quantidade de triglicerídeos de alto ponto de fusão ou ceras. Consiste na
remoção da turbidez causado pelos cristais de alto ponto de fusão ocasionando um
óleo mais transparente a temperatura ambiente.
TÉCNICAS DE MODIFICAÇÃO
Centrífuga Alfa-Laval SRG-509
Separadora Centrífuga Alfa-Laval, capacidade de até 3500
l/h em degomagem, winterização e neutralização de óleos
vegetais. Todas partes de contato com produto em aço
inox. Opcionais para fornecimento: painéis demarradores e
programadores.
Centrífuga Westfalia RTA-45
Separadora Centrífuga Westfalia, capacidade de até 4000 l/h em
degomagem, winterização e neutralização de óleos vegetais. Todas
partes de contato com produto em aço inox. Opcionais para
fornecimento: painéis demarradores e programadores.
Equipamento ideal para pré-tratamento de óleos vegetais em
indústrias de biodiesel.
GENÉTICA
• Plantas podem ser submetidas a modificações genéticas alterando a sua
composição de ácidos graxos objetivando a sua funcionalidade em
alimentos e aplicações industriais
• Exemplos de trabalhos de modificação genética:
– Soja: estudos visando low linolenic, high oleic, low palmitic, low saturate, high
palmitic,
high stearic
– Óleos high oleic de canola, girassol já estão disponíveis no mercado
– Outras variedades visando aumento do teor de componentes menores como
tocoferol
– Estudos visando variedades com aumento da composição de ácidos graxos saturados
visando a substituição dos óleos hidrogenados
• Muitas destas variedades ainda estão em fase de desenvolvimentos e
são economicamente inviáveis.
Resumo: Alternativas para a Redução do Conteudo
de ácidos trans e diminuição de Gorduras Saturadas
• Interesterificação:
• Química.
• Enzimática.
• Fracionamento.
• Novas variedades de óleos geneticamente
modificados.
• Reformulação de produtos.
• Modificações no processo de hidrogenação.
GORDURAS FORMULADAS
Formulação de gorduras
• Experiência do formulador
– procede-se a cálculos para se determinar as características
resultantes de várias combinações de bases, seguindo
formulação em escala laboratorial.
• Redes neurais
– Sistemas computacionais baseados na estrutura e
comportamento dos sistemas biológicos, podendo ser
definidas como um conjunto de unidades computacionais de
baixa capacidade e intensamente interconectadas entre si.
Desafios da indústria
Existem inúmeros desafios da indústria alimentícia durante o
processo de desenvolvimento de alternativas Low Trans/Low Sat:
– Substituição de óleos e gorduras visando alternativas LT/LS mantendo a
mesma funcionalidade no produto acabado;
– Outro desafio é que estes óleos e gorduras estejam disponíveis em volumes e
comercialmente viáveis (custos similares);
– Logística: não há uma solução única para todos as aplicações.
Tendências de trabalhar com várias fontes de óleos e gorduras (aumento da
capacidade de armazenagem);
– Aumento do tempo entre o pedido a entrega (“lead time”);
– Constantes buscas de tecnologias de produção capazes de reduzir
TRANS e SAT em alimentos. Estas tecnologias podem ser utilizadas isoladamente
ou de forma combinadas:
– Misturas de diferentes fontes de óleos e gorduras
– Interesterificação
– Hidrogenação
– Fracionamento
– Genética
GORDURA VEGETAL
BUNGE PRÓ CBR
GORDURA VEGETAL
BUNGE PRÓ CBS 100
Fluxograma de preparo de base gordurosa
Guaraldo, L. A.
Gordura com ácido graxo trans
Formação de Trans-isômeros
Calor / Pressão/
Catalizadores / Hidrogênio
Ácido esteárico
Acido elaidico
Ácido oléico
Ácido linoléico
Ácido linolénico
• Vantagens
Conformação linear e mais rígida = aumenta proximidade e interação
entre as moléculas
Aumenta:
Estabilidade termodinâmica;
Resistência aos processos oxidativos;
Prazo de validade.
Diminui:
Resistência a deterioração;
Modificações de sabor.
Ponto de fusão
Tempo de cozimento
Palatabilidade;
Crocância;
Permite reaproveitamento
• Formação de ác. graxos trans na fritura
São formados na fritura por um mecanismo induzido
termicamente
ác. graxos trans e ác. graxos polinsaturados aumenta de acordo
com o tempo de fritura.
• Óleo de fritura em restaurante e food service:
0-35% (ácidos graxos trans no total de ácidos graxos). Algumas
operações podem usar óleo que contem quantidades mínimas
de trans), outras frituras podem usar gorduras com mais de
35%;
• Gorduras para panificação contem de 15-30% trans;
• Produtos cárneos e laticínios contem aproximadamente 3%.
78
Gordura Zero Trans
 Nível aceitável de trans
 Nível aceitável de saturados
 Uso de Palma
 Aplicação/Performance
 Vida-útil requerida
Low trans
Alternativas Low Trans: óleos de palma, milho e algodão (nada
ou pouco hidrogenado)
– Outras alternativas, mas com restrições de volumes e
comercial: óleo de palmiste, coco, canola alto oléico, girassol
médio e alto oléico e soja baixo linolênico, bem como
gorduras animais
High oleic canola oil + óleo de soja totalmente hidrogenado (70oC)
= gordura interesterificada (Melting temp: 35-40oC)
• Não há necessidade de modificação genética (planta resistente);
• Óleo de palma é altamente estável e extremamente versátil. Não requer hidrogenação;
• Óleo de palma difere de óleo de coco e de caroço de palma pelo baixo nível de saturados.
Contem naturalmente quantidade igual de ácidos graxos saturados e insaturados;
• Devido à estabilidade oxidativa, é um dos melhores óleos para fritura, com benefício
adicional, sendo relativamente livre de odor comparados a outros óleos;
• Óleo de palma não refinado é rico em carotenóides e vitamina E;
• Livre em colesterol, facilmente digerido, absorvido e utilizado pelo corpo, com bons aspectos
nutricionais.
ÓLEO DE PALMA
81
Melhor tipo de gordura do ponto de vista
tecnológico
• Aplicação
• Rápida cristalização
• Cristais -prima
• Grau de hidrogenação
• Diferentes pontos de fusão
82
A mudança para gorduras zero trans pode alterar:
• Capacidade
• Performance (desempenho)
• Estabilidade Oxidativa
• Sabor e Cor
Aspectos Nutricionais
Ômegas
O que são?
• Ômegas são ácidos graxos poliinsaturados que possuem estrutura
semelhante a uma cadeia. O comprimento, o número e a posição das
duplas ligações fazem com que os ácidos sejam diferenciados
entre si.
Família ômega 6
• A partir do ácido linoléico o organismo pode produzir ácido gama-
linolênico (GLA) e ácido araquidônico;
Família ômega 3
• Ácido alfa-linolênico é o ponto inicial para produção de ácido
eicosapentaenóico-EPA e ácido docosahexaenóico-DHA.
• Os ácidos ômega 9 mais importantes são:
• ácido oléico - com 18 carbonos
• ácido erúcico - com 22 carbonos
• ácido nervônico - com 24 carbonos
O que chamamos de gorduras
saudáveis?
– Livre de ácido graxo trans
– Sem colesterol
– Baixa em saturados
– Com polinsaturados
– Omega 3-6-9
Aspectos nutricionais
 Principal função - energética.
1g lípido = 9 kcal
1g carbohidratos = 4-6 kcal
 Ácidos graxos saturados
Substrato energético, fonte de carbono. Não
indispensável
 Ácidos graxos monoinsaturados
Função estrutural, base de fosfolipídios da
membrana celular. Não indispensável
 Ácidos graxos polinsaturados
Precursores de prostaglandinas, responsáveis
pelos procesos de coagulação e inflamação.
Indispensáveis.
Gorduras saudáveis
– Fonte de energia
– Componente estrutural das células
– Conter ácidos graxos essenciais (18:2 –
18:3)
– Portadora de vitaminas lipossolúveis
Gorduras saudáveis - atualmente
 Recomenda-se consumir menos que 10% das
calorias diárias a partir das gorduras
saturadas;
 Consumo de gordura trans abaixo de 2% ao
dia;
 Manter entre 25-35% de calorias
provenientes de gorduras mono insaturadas e
polinsaturadas.
Efeitos nutricionais dos trans-isomeros
 Podem contribuir para o aumento de LDL e de lipoproteína;
 Podem reduzir os níveis de HDL;
 Podem inibir a ação de enzimas de dessaturação dos ácidos graxos essenciais (Δ5-
e Δ6-dessaturase), inibindo a biossíntese de importantes ácidos graxos, como o
ácido araquidônico e o ácido docosahexaenóico (DHA);
 Na saúde materno-infantil: as concentrações de ácidos graxos trans ingeridos pela
nutriz estão associadas às concentrações encontradas no leite materno. Além do
leite, tais isômeros podem ser transferidos ao recém-nascido pela via placentária.
Podem afetar o crescimento intra-uterino devido à inibição do metabolismo dos
ácidos graxos essenciais, pelas enzimas dessaturases.;
 A inibição dessas enzimas pode ser também um fator desencadeante de uma
precoce lesão aterosclerótica;
 Os efeitos dos ácidos graxos trans sobre a saúde ainda não são conclusivos e não
existem recomendações para seu consumo.
Valor energético / nutrientes Quantidades não significativas por porção
(expressa em g ou ml)
Valor energético Menor ou igual a 4 kcal Menor que 17 kJ
Carboidratos Menor ou igual a 0,5 g
Proteínas Menor ou igual a 0,5 g
Gorduras totais (*) Menor ou igual a 0,5 g
Gorduras saturadas Menor ou igual a 0,2 g
Gorduras trans Menor ou igual a 0,2 g
Fibra alimentar Menor ou igual a 0,5 g
Sódio Menor ou igual a 5 mg
• (*) Será declarado como “zero”, “0” ou “não contém” quando a quantidade de gorduras
totais, gorduras saturadas e gorduras trans atendam a condição de quantidades não
significativas e nenhum outro tipo de gordura seja declarado com quantidades superiores a
zero.
• Resolução - RDC nº 360, de 23 de dezembro de 2003
D.O.U de 26/12/2003
Brasil
Propriedades físicas
Curva de sólidos
“minispec mq SFC analyzer” - espectrômetro de ressonância
magnética de pulso com uma câmara de medida com
temperatura controlada. O procedimento de amostragem
dos dados é automatizado e o SFC é calculado e indicado
pelo software . O frasco da amostra pode ser armazenado
por 48h quando uma outra leitura de SFC é adquirida.
DETERMINAÇÃO DE SFC
0
10
20
30
40
50
60
70
20 30 40
Temperature (C)
SFC
(%)
Cocoa Butter
Cupuassu Fat
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR
Reologia
• Textura/Penetrômetros
Faixa de fusão
• Ponto de fusão capilar
• Dropping point
• Ponto de amolecimento
DSC – Calorimetria Exploratória Diferencial
• programação de temperatura: para as curvas de cristalização, as amostras
são mantidas a 100 ºC por 10 min para garantir que todos os núcleos de
cristais sejam eliminados, resfriadas a -60 ºC à velocidade de 10 ºC/min e
mantidas a esta temperatura por 30 min; para as curvas de fusão as
amostras são aquecidas de -60 ºC a 100 ºC, à velocidade de 5 ºC/min. Os
termogramas são analisados quanto ao início e ao final de cristalização e
fusão, temperatura máxima dos principais picos (ºC) e entalpias de
cristalização e fusão (J/g). O Conteúdo de Gordura Sólida (SFC) é obtido da
curva de fusão da análise e calculado a partir das áreas parciais em
diferentes temperaturas (-25 a 60 °C em intervalos de 5 °C).
Termograma do “chocolate” ao leite.
“Chocolate” “Ton set” (ºC)
Temperatura inicial
de fusão
“T pico” (ºC)
Ponto de fusão
“Hcal“ (J/g)
Entalpia de fusão
“T end” (ºC)
Temperatura de final
de fusão
Branco 32,950,26 36,900,14 16,630,45 38,80,16
Meio Amargo 31,020,15 37,480,17 20,050,73 39,70,19
Ao Leite 30,570,67 37,050,14 20,250,96 38,90,23
• O comportamento de cristalização de lipídios tem implicações
muito importantes, principalmente no processamento industrial de
produtos cujas características físicas dependem em grande parte de
cristais de gorduras, como chocolates, margarinas e shortenings.
• As velocidades de formação dos cristais, o crescimento e as
transformações polimórficas são importantes para se determinar o
processo e as condições de armazenamento de óleos e gorduras.
• As gorduras plásticas consistem de uma rede cristalina em matriz
oleosa contínua. O comportamento reológico destas gorduras é
conseqüência das interações entre os cristais que se encontram
imersos nesta matriz líquida.
CRISTALIZAÇÃO
 A porção líquida em conjunto com a fração sólida, são
responsáveis pelo comportamento viscoelástico de uma gordura
plástica. Assim, a quantidade de gordura cristalizada e o tipo de
cristais presentes nessa matriz gordurosa têm importância
primordial no comportamento reológico da gordura.
 O processo de cristalização é dividido em duas fases: nucleação e
crescimento dos cristais.
CRISTALIZAÇÃO
Kyiokata Sato
cristalização
• Objetivos:
• – Aumento da estabilidade térmica do
produto;
• – Aumento da estabilidade oxidativa do
produto;
• – Plasticidade, cremosidade e maciez;
• – Padronização das características físicas e
químicas do produto;
• – Garantia de performance de aplicação.
Formulação
Consistência
(plasticidade)
Têmpera
Resfriamento
Estrutura dos
Cristais
Batimento
Sistema de Cristalização e
Batimento
Transformações dos
Cristais
Estrutura dos Cristais , ’ e

Ocorrência de Cristais  e ’
Conteúdo de cristais  e’
com a Interesterificação
• Microscopia de luz polarizada de alta resolução, equipado com câmera de
alta resolução da Hamamatsu Digital, e controlador de temperatura da
Linkam LTS 350 foram usados + software.
• Ex.: Amostras em lâminas colocadas em temperatura controlada com
aquecimento até 90ºC com 67ºC por 5 min, resfriamento em taxa de
10ºC/min até temperatura final de 20ºC, permanecendo por 12,5 min.
MICROESTRUTURA
CANOLA
ALGODÃO
TOICINHO
PALMA
SOJA
SEBO
 Bolhas com diâmetro maior
que 100 μm são visíveis em
todas as figuras devido as
dificuldades na preparação
dos slides usando material
cristalizado.
CANOLA
ALGODÃO
TOICINHO
PALMA
SOJA
SEBO
Pequenas esferas
com mesmo
tamanho e o
mesmo
espaçamento entre
as esferas.
Esferas mais largas,
firmemente empacotada
com pouco espaço entre
elas.
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Tecnologia de óleos e gorduras

  • 1. TECNOLOGIA DE ÓLEOS E GORDURAS Profa.Assoc.Suzana C.S.Lannes TECNOLOGIA DE ALIMENTOS FBT 0534
  • 2. RDC Nº. 270, DE 22 DE SETEMBRO DE 2005 DEFINIÇÃO 1. Óleos Vegetais e Gorduras Vegetais: são os produtos constituídos principalmente de glicerídeos de ácidos graxos de espécie(s) vegetal(is). Podem conter pequenas quantidades de outros lipídeos como fosfolipídeos, constituintes insaponificáveis e ácidos graxos livres naturalmente presentes no óleo ou na gordura. 1.1. Os óleos vegetais se apresentam na forma líquida à temperatura de 25ºC e as gorduras vegetais se apresentam na forma sólida ou pastosa à temperatura de 25ºC. 1.2. Azeite de Oliva: é o produto obtido somente dos frutos da oliveira (Olea europaea L.), excluídos os óleos obtidos através de solventes ou processos de reesterificação e ou qualquer mistura de outros óleos. 1.3. Azeite de Oliva Virgem: é o produto obtido do fruto da oliveira (Olea europaea L.), somente por processos mecânicos ou outros meios físicos, em condições térmicas, que não produzam alteração do azeite, e que não tenha sido submetido a outros tratamentos além da lavagem, decantação, centrifugação e filtração. 1.4. Óleo de Bagaço de Oliva Refinado: é o produto obtido pelo tratamento do bagaço de frutos da oliveira (Olea europaea L.), com solventes ou outros tipos de tratamentos físicos, excluídos os óleos obtidos por reesterificação ou qualquer mistura de outros óleos. O produto deve obrigatoriamente ser refinado. 2. Óleos Mistos ou Compostos: são os produtos obtidos a partir da mistura de óleos de duas ou mais espécies vegetais. 3. Óleos Vegetais e Gorduras Vegetais com especiarias: são os óleos e as gorduras vegetais adicionados de especiarias.
  • 3. O que é gordura ?  Gordura, tal como proteína e carboidrato, é um componente principal e essencial na dieta. Óleos e gorduras são predominantemente triésteres de ácido graxo e glicerol, comumente chamada de triglicérides.
  • 4.
  • 5. ESTRUTURA DE TRIACILGLICERÓIS Glicerol Ácido Graxo Saturado Ácido Graxo Mono insaturado Ácido Graxo Polinsaturado
  • 7. Principais Ácidos Graxos presentes nos Óleos e Gorduras comestíveis Saturados Insaturados Longitud de Mono Di Tri Cadena C-4 Butirico C-6 Caproico C-8 Caprílico C-10 Caprico C-12 Laurico C-14 Mirístico Miristoléico C-15 Pentadecanoico C-16 Palmítico Palmitoléico C-17 Margárico Margaroléico C-18 Esteárico Oléico Linoléico Linolénico C-20 Araquidico Gadoleico Eicosadienoico C-22 Behenico Erucico C-24 Lignocerico
  • 8. Exemplo ác.graxo A fórmula geral do ácido graxo ômega-3 com uma saturação é CH3CH2CH=CH(CH2)nCOOH, em que n, quase sempre, é um número ímpar, de forma que o ácido tenha um número par de carbonos na cadeia. Por exemplo, o ácido linolênico é (C18-H30-O2): CH3-CH2-CH=CH-CH2-CH=CH-CH2-CH=CH-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2- CH2-COOH
  • 9.
  • 10.  Maior a cadeia maior o ponto de fusão. Menor a cadeia e mais insaturada, menor ponto de fusão. Na natureza a maioria dos insaturados tem configuração “cis” → menor empacotamento. 11,0 18:3n3 Linolênico (9(Z),12(Z),15(Z)-octadecatrienóico, (-3) 5,0 18:2n6 Linoléico (9(Z),12(Z)-octadecadienóico, (-6) 16-17 18:1n9 Oléico (9(Z)-octadecenóico), (-9) 84,2 24:0 Lignocérico (tetracoisanóico) 80,0 22:0 Behênico (docosanóico) 75,4 20:0 Araquídico (eicosanóico) 69,6 18:0 Esterárico (octadecanóico) 62,9 16:0 Palmítico (hexadecanóico) 54,4 14:0 Mirístico (tetradecanóico) 44,2 12:0 Láurico (dodecanóico) 31,6 10:0 Cáprico (decanóico) 16,7 8:0 Caprílico (octanóico) - 3,4 6:0 Capróico (hexanóico) - 4,2 4:0 Butírico (butanóico) Ponto de fusão (oC) Símbolo Ácido CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
  • 11. Composição 0% 20% 40% 60% 80% 100% Coco Palmiste Soya Hidrogenada Palma Soya Saturados Monoinsaturados Polinsaturados
  • 13.
  • 14. 14 MATERIAL OLEAGINOSO CONTEÚDO ÓLEO (%) Copra 66-68 Babaçu 60-65 Gergelim 50-55 Polpa de palma (dendê) 45-50 Caroço de Palma 45-50 Amendoim 45-50 Colza 40-45 Girassol 35-45 Açafrão 30-35 Oliva 25-30 Algodão 18-20 Soja 18-20
  • 15.
  • 16.
  • 17.
  • 18.
  • 24.
  • 25.
  • 26.
  • 29. Etapas de processamento do óleo • Extração • Degomagem • Neutralização • Clarificação • Desodorização
  • 30.
  • 31.
  • 32. Degomagem • retirada de fosfatídeos (lecitina+ cefalina + fosfatidil-inusitol), proteínas ou fragmentos de proteínas e substâncias mucilaginosas. • São removidas por hidratação, pois são anidras. • Esta operação deve ser feita para evitar precipitação destes materiais durante o período de estocagem ou durante o uso. • Estes produtos favorecem a degradação dos óleos e gorduras, mediante a ação enzimática e à proliferação de fungos e bactérias. • Dois processos de degomagem são mais utilizados no tratamento de óleos e gorduras: 1. Degomagem com água (1-3% de água ao óleo 60-70°C) (+ centrifugação) – Remoção de 70-80% 2. Degomagem ácida (ác. Fosfórico 85% em óleo 60-65°C) (+ filtração ou centrifugação). – Remoção 90%
  • 33.
  • 34.
  • 35. Neutralização • A neutralização visa a eliminação dos ácidos graxos livres do óleo (+ proteínas + ác.graxos oxidados + produtos da decomposição de glicerídeos), os quais, para determinados fins, são inconvenientes. • No caso de cocção (frituras) de alimentos, a presença de ácidos graxos livres ocasiona a formação de fumaça gordurosa, uma vez que eles possuem pressão de vapor maior do que a dos triglicerídeos, evaporando com o aquecimento. • Estes ácidos são removidos tratando-se o óleo com soda cáustica, formando-se sabão que é extraído (soapstock). • Um processo muito utilizado nas indústrias médias é o descontínuo seco, que usa solução concentrada de soda para neutralizar os ácidos graxos. O sabão formado é consistente e geralmente fácil de ser separado. Pode ser tbem solução aquosa de álcalis (NaOH ou Na₂CO₃) • O processo básico (utilizando o óleo de soja como exemplo) consiste em um aquecimento do óleo até cerca de 85oC, pré-tratamento com ácido fosfórico (85% de concentração) para possibilitar a eliminação dos fosfatídeos remanescentes, após a neutralização com soda cáustica diluída e a separação dos sabões.
  • 36.
  • 37. Clarificação • A clarificação visa eliminar do óleo parte de certos pigmentos que conferem cor, tornando-o mais claro. • É realizada em tanques dotados de agitadores e sistema de aquecimento a vapor (camisa ou serpentina). • Geralmente efetua-se vácuo no tanque, a fim de evitar-se a oxidação e promover uma secagem rápida do óleo, necessária para a clarificação. • Quando o óleo está seco e na temperatura em torno de 80oC adiciona-se argila (terra) descorante, na proporção de 1 a 4% em peso sobre o óleo, dependendo do tipo de óleo à clarificar e do poder descorante da argila. O aquecimento é interrompido e, quando a temperatura do óleo baixar para 80oC, ele é passado através de filtro-prensa para separar a argila clarificante.
  • 38.
  • 39. Desodorização Processo de destilação com aquecimento à vácuo com o objetivo de remover os compostos voláteis que causam sabor e odor desagradáveis (aldeídos, cetonas...), além de alguns pigmentos e ácidos graxos livres. • A desodorização não promove efeito indesejável na composição da maioria dos óleos e gorduras. Dependendo do grau de insaturação os óleos desodorizados, pequenas quantidades de ácidos graxos TRANS podem ser formados. No caso de óleos vegetais, quantidades de tocoferol se mantém após o processo, ajudando na estabilidade oxidativa do produto. • Adição dos antioxidantes (ácido cítrico, BHT, TBHQ, dependendo do produto final).
  • 40.
  • 41.  A desodorização, última etapa do processo de refino de óleos e gorduras.  Esta etapa visa também uma melhoria no aspecto sabor, cor e estabilidade do produto. Esta melhoria, porém só é possível se as etapas anteriores forem realizadas corretamente, visto que deficiências de processos anteriores dificilmente são totalmente corrigidas, afetando a qualidade final do produto.  O processo de desodorização, além de remover os produtos indesejáveis como cetonas, aldeídos, alcoóis e ácidos graxos livres de baixo peso molecular, remove também traços de pesticidas organoclorados utilizados durante o plantio da semente e solubilizados no óleo na etapa de extração.  A desodorização é efetuada, dependendo do tipo de óleo, a uma temperatura entre 180 até 270oC e pressão residual (vácuo) de 2 a 6 mbar. O tempo de retenção (permanência do produto no desodorizador nas condições de processo) varia de 15 até 80 minutos sendo o mais usual 45 a 60 minutos.  O processo de desodorização é constituído de quatro etapas básicas: Desaeração, Aquecimento, Retenção, Resfriamento.
  • 42.
  • 43.
  • 44.
  • 45.
  • 47. DESENVOLVIMENTO DE GORDURAS PARA FINS ESPECIAIS •A aplicação nos produtos alimentícios da maioria dos óleos e gorduras na sua forma natural é muito limitada devido às suas propriedades físico-químicas. •Para diversificar sua utilização, aumentando a funcionalidade e o valor nutricioanal, pode-se alterar o comportamento desses óleos e gorduras por processos de modificação. •Adaptação do perfil de fusão, aumento da estabilidade e vida de prateleira, facilidade do manuseio.
  • 48.
  • 49. 49 Definição Óleos e gorduras vegetais modificadas são os produtos obtidos a partir de óleos ou gorduras submetidos a processos físicos ou químicos tais como fracionamento, hidrogenação ou interesterificação. (RDC 270 – 22/09/2005)
  • 50. 50 GORDURA 2 0 10 20 30 40 5 10 15 20 25 30 T(oC) SFC GORDURA 3 0 20 40 60 80 5 10 15 20 25 30 T(oC) SFC GORDURA 4 0 10 20 30 40 50 60 5 10 15 20 25 30 T(oC) SFC + + GORDURA 1 0 20 40 60 80 5 10 15 20 25 30 T(oC) SFC 1. Mistura TÉCNICAS DE MODIFICAÇÃO
  • 51. 51 TÉCNICAS DE MODIFICAÇÃO 2. Hidrogenação  Aumenta a estabilidade oxidativa e altera as propriedades de fusão dos óleos mediante a redução do grau de insaturação.
  • 54. 54 • A hidrogenação tem curva de formação de trans até 45%, se continuar a hidrogenar vai eliminar o trans (ponto de fusão 70 º C = zero trans). • A desodorização a temperatura controlada é para impedir o aumento da quantidade de trans (abaixar para menos que 1%, com formação de trans de 0,4-0,5% (zero trans). Penúltima etapa antes do envase, destila o óleo (refinado é desodorizado). FORMAÇÃO DE TRANS cis trans
  • 55. 55 TÉCNICAS DE MODIFICAÇÃO •Alterar as propriedades físicas do óleo; •Alterar o perfil de fusão (normalmente suavizando o perfil da curva de sólidos); •Aumentar a compatibilidade dos diferentes triacilgliceróis no estado sólido; •Aumentar a plasticidade dos sólidos resultantes mediante alterações nas propriedades de cristalização. 3. INTERESTERIFICAÇÃO
  • 56. Reator de interesterificação química Guaraldo, L.A.
  • 57. A borra formada deve ser removida com utilização de sílica (com auxílio de ácido cítrico),seguida de branqueamento (auxiliar filtrante e terra de branqueamento) Na enzimática não há formação de borra e não há necessidade de branqueamento, alta temperatura inativa a enzima. TÉCNICAS DE MODIFICAÇÃO
  • 58. 58 TÉCNICAS DE MODIFICAÇÃO 4. FRACIONAMENTO •Baixo custo de operação, nenhuma perda de óleo e total reversibilidade; •Obtenção de frações com diferentes características físicas,triacilglicerol com alto ponto de fusão (estearina), triacilglicerol com baixo ponto de fusão (oleína); •Busca da obtenção de um melhoramento da estabilidade ao frio das oleínas e de produtos com boa estabilidade à oxidação.
  • 59. Planta de fracionamento com separação centrífuga
  • 60. Fracionamento Winterização é um processo de fracionamento utilizado em óleos que contém pequenas quantidade de triglicerídeos de alto ponto de fusão ou ceras. Consiste na remoção da turbidez causado pelos cristais de alto ponto de fusão ocasionando um óleo mais transparente a temperatura ambiente. TÉCNICAS DE MODIFICAÇÃO Centrífuga Alfa-Laval SRG-509 Separadora Centrífuga Alfa-Laval, capacidade de até 3500 l/h em degomagem, winterização e neutralização de óleos vegetais. Todas partes de contato com produto em aço inox. Opcionais para fornecimento: painéis demarradores e programadores. Centrífuga Westfalia RTA-45 Separadora Centrífuga Westfalia, capacidade de até 4000 l/h em degomagem, winterização e neutralização de óleos vegetais. Todas partes de contato com produto em aço inox. Opcionais para fornecimento: painéis demarradores e programadores. Equipamento ideal para pré-tratamento de óleos vegetais em indústrias de biodiesel.
  • 61.
  • 62. GENÉTICA • Plantas podem ser submetidas a modificações genéticas alterando a sua composição de ácidos graxos objetivando a sua funcionalidade em alimentos e aplicações industriais • Exemplos de trabalhos de modificação genética: – Soja: estudos visando low linolenic, high oleic, low palmitic, low saturate, high palmitic, high stearic – Óleos high oleic de canola, girassol já estão disponíveis no mercado – Outras variedades visando aumento do teor de componentes menores como tocoferol – Estudos visando variedades com aumento da composição de ácidos graxos saturados visando a substituição dos óleos hidrogenados • Muitas destas variedades ainda estão em fase de desenvolvimentos e são economicamente inviáveis.
  • 63. Resumo: Alternativas para a Redução do Conteudo de ácidos trans e diminuição de Gorduras Saturadas • Interesterificação: • Química. • Enzimática. • Fracionamento. • Novas variedades de óleos geneticamente modificados. • Reformulação de produtos. • Modificações no processo de hidrogenação.
  • 65. Formulação de gorduras • Experiência do formulador – procede-se a cálculos para se determinar as características resultantes de várias combinações de bases, seguindo formulação em escala laboratorial. • Redes neurais – Sistemas computacionais baseados na estrutura e comportamento dos sistemas biológicos, podendo ser definidas como um conjunto de unidades computacionais de baixa capacidade e intensamente interconectadas entre si.
  • 66. Desafios da indústria Existem inúmeros desafios da indústria alimentícia durante o processo de desenvolvimento de alternativas Low Trans/Low Sat: – Substituição de óleos e gorduras visando alternativas LT/LS mantendo a mesma funcionalidade no produto acabado; – Outro desafio é que estes óleos e gorduras estejam disponíveis em volumes e comercialmente viáveis (custos similares); – Logística: não há uma solução única para todos as aplicações. Tendências de trabalhar com várias fontes de óleos e gorduras (aumento da capacidade de armazenagem); – Aumento do tempo entre o pedido a entrega (“lead time”); – Constantes buscas de tecnologias de produção capazes de reduzir TRANS e SAT em alimentos. Estas tecnologias podem ser utilizadas isoladamente ou de forma combinadas: – Misturas de diferentes fontes de óleos e gorduras – Interesterificação – Hidrogenação – Fracionamento – Genética
  • 69. Fluxograma de preparo de base gordurosa Guaraldo, L. A.
  • 70. Gordura com ácido graxo trans
  • 71. Formação de Trans-isômeros Calor / Pressão/ Catalizadores / Hidrogênio Ácido esteárico Acido elaidico Ácido oléico Ácido linoléico Ácido linolénico
  • 72.
  • 73.
  • 74. • Vantagens Conformação linear e mais rígida = aumenta proximidade e interação entre as moléculas Aumenta: Estabilidade termodinâmica; Resistência aos processos oxidativos; Prazo de validade. Diminui: Resistência a deterioração; Modificações de sabor.
  • 75. Ponto de fusão Tempo de cozimento Palatabilidade; Crocância; Permite reaproveitamento
  • 76. • Formação de ác. graxos trans na fritura São formados na fritura por um mecanismo induzido termicamente ác. graxos trans e ác. graxos polinsaturados aumenta de acordo com o tempo de fritura. • Óleo de fritura em restaurante e food service: 0-35% (ácidos graxos trans no total de ácidos graxos). Algumas operações podem usar óleo que contem quantidades mínimas de trans), outras frituras podem usar gorduras com mais de 35%;
  • 77. • Gorduras para panificação contem de 15-30% trans; • Produtos cárneos e laticínios contem aproximadamente 3%.
  • 78. 78 Gordura Zero Trans  Nível aceitável de trans  Nível aceitável de saturados  Uso de Palma  Aplicação/Performance  Vida-útil requerida
  • 79. Low trans Alternativas Low Trans: óleos de palma, milho e algodão (nada ou pouco hidrogenado) – Outras alternativas, mas com restrições de volumes e comercial: óleo de palmiste, coco, canola alto oléico, girassol médio e alto oléico e soja baixo linolênico, bem como gorduras animais High oleic canola oil + óleo de soja totalmente hidrogenado (70oC) = gordura interesterificada (Melting temp: 35-40oC)
  • 80. • Não há necessidade de modificação genética (planta resistente); • Óleo de palma é altamente estável e extremamente versátil. Não requer hidrogenação; • Óleo de palma difere de óleo de coco e de caroço de palma pelo baixo nível de saturados. Contem naturalmente quantidade igual de ácidos graxos saturados e insaturados; • Devido à estabilidade oxidativa, é um dos melhores óleos para fritura, com benefício adicional, sendo relativamente livre de odor comparados a outros óleos; • Óleo de palma não refinado é rico em carotenóides e vitamina E; • Livre em colesterol, facilmente digerido, absorvido e utilizado pelo corpo, com bons aspectos nutricionais. ÓLEO DE PALMA
  • 81. 81 Melhor tipo de gordura do ponto de vista tecnológico • Aplicação • Rápida cristalização • Cristais -prima • Grau de hidrogenação • Diferentes pontos de fusão
  • 82. 82 A mudança para gorduras zero trans pode alterar: • Capacidade • Performance (desempenho) • Estabilidade Oxidativa • Sabor e Cor
  • 84.
  • 85. Ômegas O que são? • Ômegas são ácidos graxos poliinsaturados que possuem estrutura semelhante a uma cadeia. O comprimento, o número e a posição das duplas ligações fazem com que os ácidos sejam diferenciados entre si. Família ômega 6 • A partir do ácido linoléico o organismo pode produzir ácido gama- linolênico (GLA) e ácido araquidônico; Família ômega 3 • Ácido alfa-linolênico é o ponto inicial para produção de ácido eicosapentaenóico-EPA e ácido docosahexaenóico-DHA.
  • 86. • Os ácidos ômega 9 mais importantes são: • ácido oléico - com 18 carbonos • ácido erúcico - com 22 carbonos • ácido nervônico - com 24 carbonos
  • 87.
  • 88. O que chamamos de gorduras saudáveis? – Livre de ácido graxo trans – Sem colesterol – Baixa em saturados – Com polinsaturados – Omega 3-6-9
  • 89. Aspectos nutricionais  Principal função - energética. 1g lípido = 9 kcal 1g carbohidratos = 4-6 kcal  Ácidos graxos saturados Substrato energético, fonte de carbono. Não indispensável  Ácidos graxos monoinsaturados Função estrutural, base de fosfolipídios da membrana celular. Não indispensável  Ácidos graxos polinsaturados Precursores de prostaglandinas, responsáveis pelos procesos de coagulação e inflamação. Indispensáveis.
  • 90.
  • 91. Gorduras saudáveis – Fonte de energia – Componente estrutural das células – Conter ácidos graxos essenciais (18:2 – 18:3) – Portadora de vitaminas lipossolúveis
  • 92. Gorduras saudáveis - atualmente  Recomenda-se consumir menos que 10% das calorias diárias a partir das gorduras saturadas;  Consumo de gordura trans abaixo de 2% ao dia;  Manter entre 25-35% de calorias provenientes de gorduras mono insaturadas e polinsaturadas.
  • 93. Efeitos nutricionais dos trans-isomeros  Podem contribuir para o aumento de LDL e de lipoproteína;  Podem reduzir os níveis de HDL;  Podem inibir a ação de enzimas de dessaturação dos ácidos graxos essenciais (Δ5- e Δ6-dessaturase), inibindo a biossíntese de importantes ácidos graxos, como o ácido araquidônico e o ácido docosahexaenóico (DHA);  Na saúde materno-infantil: as concentrações de ácidos graxos trans ingeridos pela nutriz estão associadas às concentrações encontradas no leite materno. Além do leite, tais isômeros podem ser transferidos ao recém-nascido pela via placentária. Podem afetar o crescimento intra-uterino devido à inibição do metabolismo dos ácidos graxos essenciais, pelas enzimas dessaturases.;  A inibição dessas enzimas pode ser também um fator desencadeante de uma precoce lesão aterosclerótica;  Os efeitos dos ácidos graxos trans sobre a saúde ainda não são conclusivos e não existem recomendações para seu consumo.
  • 94. Valor energético / nutrientes Quantidades não significativas por porção (expressa em g ou ml) Valor energético Menor ou igual a 4 kcal Menor que 17 kJ Carboidratos Menor ou igual a 0,5 g Proteínas Menor ou igual a 0,5 g Gorduras totais (*) Menor ou igual a 0,5 g Gorduras saturadas Menor ou igual a 0,2 g Gorduras trans Menor ou igual a 0,2 g Fibra alimentar Menor ou igual a 0,5 g Sódio Menor ou igual a 5 mg • (*) Será declarado como “zero”, “0” ou “não contém” quando a quantidade de gorduras totais, gorduras saturadas e gorduras trans atendam a condição de quantidades não significativas e nenhum outro tipo de gordura seja declarado com quantidades superiores a zero. • Resolução - RDC nº 360, de 23 de dezembro de 2003 D.O.U de 26/12/2003 Brasil
  • 97. “minispec mq SFC analyzer” - espectrômetro de ressonância magnética de pulso com uma câmara de medida com temperatura controlada. O procedimento de amostragem dos dados é automatizado e o SFC é calculado e indicado pelo software . O frasco da amostra pode ser armazenado por 48h quando uma outra leitura de SFC é adquirida. DETERMINAÇÃO DE SFC 0 10 20 30 40 50 60 70 20 30 40 Temperature (C) SFC (%) Cocoa Butter Cupuassu Fat
  • 98.
  • 99.
  • 101.
  • 103.
  • 105. Faixa de fusão • Ponto de fusão capilar • Dropping point • Ponto de amolecimento
  • 106. DSC – Calorimetria Exploratória Diferencial • programação de temperatura: para as curvas de cristalização, as amostras são mantidas a 100 ºC por 10 min para garantir que todos os núcleos de cristais sejam eliminados, resfriadas a -60 ºC à velocidade de 10 ºC/min e mantidas a esta temperatura por 30 min; para as curvas de fusão as amostras são aquecidas de -60 ºC a 100 ºC, à velocidade de 5 ºC/min. Os termogramas são analisados quanto ao início e ao final de cristalização e fusão, temperatura máxima dos principais picos (ºC) e entalpias de cristalização e fusão (J/g). O Conteúdo de Gordura Sólida (SFC) é obtido da curva de fusão da análise e calculado a partir das áreas parciais em diferentes temperaturas (-25 a 60 °C em intervalos de 5 °C).
  • 107.
  • 108. Termograma do “chocolate” ao leite. “Chocolate” “Ton set” (ºC) Temperatura inicial de fusão “T pico” (ºC) Ponto de fusão “Hcal“ (J/g) Entalpia de fusão “T end” (ºC) Temperatura de final de fusão Branco 32,950,26 36,900,14 16,630,45 38,80,16 Meio Amargo 31,020,15 37,480,17 20,050,73 39,70,19 Ao Leite 30,570,67 37,050,14 20,250,96 38,90,23
  • 109. • O comportamento de cristalização de lipídios tem implicações muito importantes, principalmente no processamento industrial de produtos cujas características físicas dependem em grande parte de cristais de gorduras, como chocolates, margarinas e shortenings. • As velocidades de formação dos cristais, o crescimento e as transformações polimórficas são importantes para se determinar o processo e as condições de armazenamento de óleos e gorduras. • As gorduras plásticas consistem de uma rede cristalina em matriz oleosa contínua. O comportamento reológico destas gorduras é conseqüência das interações entre os cristais que se encontram imersos nesta matriz líquida. CRISTALIZAÇÃO
  • 110.  A porção líquida em conjunto com a fração sólida, são responsáveis pelo comportamento viscoelástico de uma gordura plástica. Assim, a quantidade de gordura cristalizada e o tipo de cristais presentes nessa matriz gordurosa têm importância primordial no comportamento reológico da gordura.  O processo de cristalização é dividido em duas fases: nucleação e crescimento dos cristais. CRISTALIZAÇÃO
  • 112.
  • 113. cristalização • Objetivos: • – Aumento da estabilidade térmica do produto; • – Aumento da estabilidade oxidativa do produto; • – Plasticidade, cremosidade e maciez; • – Padronização das características físicas e químicas do produto; • – Garantia de performance de aplicação.
  • 117.
  • 118.
  • 119. Estrutura dos Cristais , ’ e 
  • 120. Ocorrência de Cristais  e ’
  • 121. Conteúdo de cristais  e’ com a Interesterificação
  • 122.
  • 123. • Microscopia de luz polarizada de alta resolução, equipado com câmera de alta resolução da Hamamatsu Digital, e controlador de temperatura da Linkam LTS 350 foram usados + software. • Ex.: Amostras em lâminas colocadas em temperatura controlada com aquecimento até 90ºC com 67ºC por 5 min, resfriamento em taxa de 10ºC/min até temperatura final de 20ºC, permanecendo por 12,5 min. MICROESTRUTURA
  • 124. CANOLA ALGODÃO TOICINHO PALMA SOJA SEBO  Bolhas com diâmetro maior que 100 μm são visíveis em todas as figuras devido as dificuldades na preparação dos slides usando material cristalizado.
  • 125. CANOLA ALGODÃO TOICINHO PALMA SOJA SEBO Pequenas esferas com mesmo tamanho e o mesmo espaçamento entre as esferas. Esferas mais largas, firmemente empacotada com pouco espaço entre elas.