SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 40
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA - UEL
Programa de Pós-graduação em Ciência de Alimentos
Disciplina: 2CTA129 – Lipídeos de alimentos:
bioquímica, nutrição e biotecnologia
Docente: Karla Bigetti Guergoletto
Jéssica Bigaski Ribeiro
Márcio de Barros
Discente: Natália Norika Yassunaka Hata
Londrina, 11 de Dezembro de 2019
NOVAS TECNOLOGIAS ENZIMÁTICAS PARA
EXTRAÇÃO E REFINO DE ÓLEOS COMERCIAIS
Óleos vegetais
Óleos vegetais comestíveis são matérias graxas extraídas de grãos
oleaginosos  solvente e refinados
Soja Milho Girassol Algodão Canola
Gergelim Arroz
Óleos vegetais
Azeites  Óleos vegetais provenientes de frutos oleaginosos 
prensagem  com ou sem refino
Oliva
Óleo de
palmiste
bruto
Oleína Estearina
Fonte: (USDA, 2017)
Figura 1 - Consumo e produção mundial de óleo vegetal
Óleo de soja e de
palma
correspondem a >
50% da produção
mundial!
Figura 2 - Consumo mundial de óleos e
gorduras
Fonte: (IHS Markit, 2017)
Tabela 1 – Produção de óleos vegetais de
acordo com as principais regiões
geográficas
Fonte: (USDA, 2012)
Tecnologia enzimática – extração e refino de
óleos comerciais
Aumento da produção e consumo de óleos comercias!!!
Várias tecnologias emergentes têm surgido: Extração aquosa,
fluido supercrítico, micro-ondas, ultrasonicação, destilação...
Tecnologia enzimática na extração e refino
 Tecnologia verde e aumento da produção
 Quais as vantagens e desvantagens em relação ao método
tradicional?
PROCESSAMENTO ATUAL
Extração
Grãos oleaginosos / Frutos
oleaginosos
Matéria-prima
Preparo da Matéria-
prima
 Prensagem;
 Centrifugação;
 Solvente
Refino clássico
Óleo bruto
Neutralização 
Clarificação 
Desodorização
Produto final
Produto final
EXTRAÇÃO
Extração por prensagem
Frutos oleaginosos
Associado à Extração com
solvente
Extração por solvente
Soja
(< 20% óleo) Girassol Canola
Milho
Arroz Algodão
Fruto da palma*
Azeitona*
Grãos oleaginosos
Farelo  Isento
de lipídios 
Maior rendimento
de extração e
isento de
contaminantes
Centrifugaçã
o*
> 30% óleo
Grãos oleaginosos
PROCESSAMENTO DO AZEITE DE OLIVA
Azeitona
Limpeza
Folhas, ramos
e impurezas
Lavagem Moagem
Moinho de
martelo
Água a temperatura
ambiente
Mistura composta:
polpa, caroços
inteiros e aos
pedaços, água e
azeite livre
Malaxagem
Fase líquida contínua
propícia para separação.
Temperatura < 30°C 
evita a hidrólise
Extração por
Prensagem
(hidráulica)
Extração por
Centrifugação
Água
Líquido
oleoso
Óleo do
Bagaço de
oliva
Extração por
solvente
Refino
Bagaço
(3-6% óleo)
Instalações recentes Azeite Decantação
Filtração e
armazenamento
Centrifugação ou
decantação
Água
Azeite
de
Oliva
virgem
Filtração
Azeite
Instalações
tradicionais
Dendê
Recepção e pesagem
Esterilização (130 °C /
60 min / 2,5 -3,0 atm)
Cachos vazios
 Interrompe a hidrólise;
 Auxilia na liberação do frutos dos cachos;
 Facilita no rompimento da polpa
PROCESSAMENTO DO ÓLEO DE PALMA / AZEITE DE DENDÊ
Debulhador Adubo orgânico
Caldeira
Cozimento (90 – 100
°C / 30 min
Prensagem
Rompimento do mesocarpo e
vacúolos de óleo
Massa graxa líquida
53% óleo; 7% sólidos; 40% de fase
aquosa; torta
Prensagem contínua
Peneira
Decantador
Borra
Massa graxa líquida
53 % óleo; 7 % sólidos; 40 % de fase
aquosa; torta
Torta
(Fibra + amêndoas)
Desfibrilador
Fibra
Amêndoas
Secagem
Quebrador
Amêndoa Casca
Laminação;
Condicionamento;
Prensagem
Caldeira
ou outros
usos
Óleo de
palmiste
bruto
Centrifugação
Resíduo da Borra
Óleo de palma bruto
Óleo
Clarificação e
secagem a vácuo
Fracionamento
Desodorização /
Desacidificação
Armazenamento
Refino físico
Oleína (FL) Estearina
(FS)
Resfriamento sob
condições controladas
 Cristais grandes de
TAG com > PF
Extração e Refino do óleo de soja
Soja
PROCESSAMENTO DO ÓLEO DE SOJA – Extração por Solvente e Refino
Extração por
solvente
Óleo bruto Refino
Pré-limpeza
Eliminação da sujidade mais grossa
antes do armazenamento. Realizada
por máquinas especiais.
A pré-limpeza diminui os riscos de
deterioração e reduz o uso indevido
de espaço útil do silo.
Armazenamento
O armazenamento adequado 
rendimento e qualidade do produto final.
- aquecimento da semente e aumento
de acidez;
- escurecimento do óleo contido na
semente, tornando difícil a refinação e
a clarificação;
- modificações organoléticas influindo
no sabor e no aroma dos farelos e
óleos produzidos;
- diminuição do índice de iodo após
armazenamento prolongado da
semente de soja.
Quebra e descasque
Quebra dos grãos  Quebrador de rolo
- Promove uniformidade do tamanho
de partículas  Facilita o
desprendimento e a separação das
cascas sem formar pós;
- Redução uniforme do grão  facilita
a extração. Pós “Finos” dificultam a
separação do solvente e do óleo do
farelo úmido.
Cascas  peneiras separadoras e
ventiladores /ciclones
Condicionamento e
laminação
Condicionamento anteriormente a
laminação  transforma soja dura e
quebradiça em material mais plástico,
fácil de ser laminado  ajuste da
umidade para 11%;
Propicia uma temperatura de extração
entre 55 – 60 °C, mantendo o solvente
líquido  ponto inicial de vaporização do
Hexano : 62 °C
Laminação  Facilita a extração por
solvente  rompe as células e facilita a
difusão.
Extração por solvente
Hexano é o solvente universalmente
adotado nas indústrias de óleo;
Processo ocorre a quente  aumenta a
solubilização do solvente no óleo ou na
miscela.
Temperatura reduz a viscosidade da
miscela e aumenta a solubilidade do óleo;
HEXANO
 Solvente apolar e de fácil dissolução
em óleo;
 Imiscível em água;
 Baixo calor latente;
 Não ataca canalizações ;
 Alta inflamabilidade!!
 Explosivo!!
 Tóxico!!
Recuperação do solvente
Miscela (óleo + solvente)  Destilação 
Aquecimento da miscela à vácuo (70 – 90
°C) para evaporação do solvente residual
O óleo bruto recuperado e
dessolventizado segue para o tanque de
depósito
Extração por solvente
PROCESSAMENTO DO ÓLEO DE SOJA – Extração por Solvente e Refino
REFINO  Conjunto de operações para a
remoção das substâncias acompanhantes
indesejáveis ou para a purificação do óleo.
Óleo Bruto
Degomagem
Neutralização
Lavagem
Clarificação
Secagem
Filtro de polimento
Desodorização
Resfriamento
Embalagem
Visa a remoção de fosfolipídios presentes
em teores superiores a 1%;
A presença dos fosfolipídios  depósitos
de goma nos tanques;
Gomas tem considerável quantidade de
óleo  Altas perdas.
Fosfolípidios podem ser:
- Hidratáveis: Removidas por adição de
água
- Não hidratáveis: Removidos por adição
de ácido (Degomagem ácida)
Visa reduzir o teor de ácidos graxos
livres a 0,01 – 0,03% por meio de
reação de neutralização com soda
cáustica  Formação de sabões;
Auxilia na degradação de matéria
corante e fosfatídeos e gomas
residuais.
A lavagem do óleo com água é necessária
para a retirada do sabão formado.
Processo físico que visa a eliminação de matérias que
conferem cor aos óleos (Compostos de enxofre, sabões
residuais, metais, pigmentos mais estáveis e produtos de
sua degradação).
Substâncias adsorventes: silicatos hidratados de alumínio,
silicatos de magnésio, terras diatomáceas, terras
clarificantes, argilas ácido-ativadas, sílica e carvões ativos.
Última etapa do REFINO;
Eliminação de compostos voláteis que atribuem sabor e
odor desagradáveis (aldeídos, cetonas, ácidos graxos livres
e oxidados, peróxidos, hidrocarbonetos insaturados,
terpenoides);
A remoção é feita por destilação a vapor, em alto vácuo 
Alta temperatura volatiliza os composto odoríferos
Tabela 2 - Composição média dos óleos de soja bruto e refinado
Componentes Óleo bruto Óleo refinado
Triglicerídeos (%) 95/97 Mín. 99
Fosfolipídeos (%) 1,5/2,5 0,003/0,045
Esteróis (%) 0,33 0,13
Tocoferóis (%) 0,15/0,21 0,11/0,18
Ácidos graxos (%) 0,3/1,0 Mín. 0,05
Ferro (mg/kg) 1/5 0,1/1,0
Cobre (mg/kg) 0,1/0,5 0,02/0,06
Índice de peróxido (meq/kg) 1,8/2,6 Máx. 1
Índice de anisidina - 2/4
E232 nm (dienos
conjugados)
1,5/1,9 1,5/3
E270 nm (trienos
conjugados)
0,4/0,65 0,2/0,5
Sabões (mg/kg) - 0
Clorofila (mg/kg) 1500 50
Rancimat 100 °C (hs) - 10
TECNOLOGIAS ENZIMÁTICAS PARA EXTRAÇÃO E
REFINO DE ÓLEOS COMERCIAIS
Vantagens da tecnologia enzimática:
 Extração de óleos e proteínas a partir de oleaginosas;
 Produtos de qualidade e seguros ao consumidor;
 Não altera as propriedades dos componentes alvo, influenciando favoravelmente
no produto final;
 Em comparação com a extração com solvente  Demanda baixo consumo de
energia, reduzindo custos durante a extração e refino;
 Água como solvente  Mais seguro, econômico, não sendo nocivo ao meio
ambiente;
 Condições de produção mais amenas, com produção de co-produtos não-tóxicos e
de alto valor agregado;
 Permite a separação simultânea dos fosfolípídeos durante a extração.
Desvantagens da tecnologia enzimática:
 Aplicação é ainda limitada  Tempo de processamento longo e alto custo para a
recuperação das enzimas;
 Alto custo das enzimas  Geralmente é necessário > 1% (p/p) de enzima por peso
de matéria-prima;
 Indisponibilidade de enzimas em escala comercial;
 Menor produção de óleo quando comparado à extração por solvente;
 Dependendo do processo, é necessário uma etapa de desemulsificação pós
extração;
 Pode resultar em alto conteúdo de óleo no resíduo.
Tratamento enzimático
Auxiliam na recuperação dos óleos, e também de proteínas
encontradas em materiais oleaginosos.
Qual o princípio do tratamento?
As enzimas degradam os
componentes da parede celular
(celulose, hemicelulose e pectina) e
componentes da membrana,
facilitando a subsequente liberação de
óleo (esferossomos ou corpos
lipídicos) e de proteínas (corpos
protéicos).
Tratamento enzimático
Qual enzima utilizar no processo de extração do óleo?
A diferença na composição celular e estrutura da oleaginosa/fruto é
determinante na escolha das enzimas.
Exemplos:
SOJA  alto conteúdo de proteína  Extração do óleo por enzimas proteolíticas (proteases);
Santos e Ferrari (2005) – Alcalase (protease) obteve maior produção de óleo de soja do que Celluclast
(celulase);
Jung, Maurer, e Johnson (2009) – Protease (96%) e Fosfolipase (73,4%) – Soja laminada
Canola  Pectina é o principal componente da parede celular  Pectinases
Zhang, Wang, e Xu, (2007) - obtiveram maiores produções com pectinase (85,9%) > celulase (69,3%) >
glucanase (64%)  forma emulsificada do óleo
• Amilases, Glucanases, Proteases, Pectinases, Celulases, Hemicelulases ou misturas
de enzimas
Tratamento enzimático
Exemplos:
- Extração de óleo de oliva com mistura (celulase, hemicelulase e pectinase) aumentaram a extração.
Aliakbarian, Faveri, Converti e Perego (2008)
Chiacchierini, Mele, Restuccia e Vinci (2007)
De Faveri, Aliakbarian, Avogadro, Perego e Converti (2008).
- Extração do óleo de linhaça com mistura (b-glucosidase e proteinase) diminuíram a extração quando
comparados a outras enzimas adicionadas individualmente. Long et al. (2011)
- Extração de óleo de soja com mistura (celulase e protease) não obtiveram diferenças na produção
quando comparados à celulase aplicada individualmente. Lamsal, Murphy e Johnson (2006).
As enzimas podem ser utilizadas individuamente ou em
combinações
Misturas de enzimas, com atividades combinadas, nem sempre fornecem melhores
resultados na produção
TECNOLOGIAS ENZIMÁTICAS PARA EXTRAÇÃO E REFINO DE
ÓLEOS COMERCIAIS
Utilização das enzimas no processamento do óleo
1. Pré-tratamento anteriormente à extração;
2. Durante a extração (Extração Aquosa Enzimática - EAE);
3. Desemulsificação de emulsões formadas na EAE
4. Durante a degomagem, no Refino;
1. Pré-tratamento enzimático anteriormente à
extração
Métodos de extração: Dupla prensagem, destilação a vapor,
ultrassonicação, extração por solvente, micro-ondas, prensagem...
A adição de enzimas como pré-tratamento enfraquece as células e
facilita a extração de óleo.
No geral, o pré-tratamento enzimático é aplicável à vários materiais
oleaginosos.
2. Durante a extração
(Extração Aquosa Enzimática - EAE)
A EAE é um processo de extração realizado em meio
aquoso, que aliado à enzimas, promove a hidrólise dos
componentes da célula vegetal e liberação do conteúdo
lipídico
Fatores que afetam a Extração Aquosa Enzimática -
EAE
 Tamanho das partículas dos materiais oleaginosos:
Menores partículas permitem maior difusão dos componentes solúveis em água e da
difusão das enzimas sobre os substratos  favorecendo a extração;
Quebra excessiva das partículas favorece a eficiência da extração de lipídios e
proteínas, mas produz pequenos glóbulos difíceis de desemulsificar;
Materiais com alto conteúdo lipídico e de partículas menores podem aderir.
Fatores que afetam a Extração Aquosa Enzimática -
EAE
 Razão enzima/substrato:
 Geralmente, ↑ concentração de enzimas, ↑ interação com o substrato  mais
ligações peptídicas serão rompidas;
 A concentração de enzimas até a saturação dos locais ativos do substrato leva a
maior recuperação de óleo;
 Altas concentrações de enzima podem resultar em extração de compostos
indesejaveis, gerando amargor e off-flavor;
 o custo da enzima (economia do processo) e a qualidade do óleo são fatores a
serem considerados antes da determinação da concentração enzimática.
Fatores que afetam a Extração Aquosa Enzimática -
EAE
 Razão de água/material oleaginoso:
 A água dispersa no meio pode colaborar na reação hidrolítica, difusão e mobilidade
das enzimas e produtos;
 A falta de água pode formar suspensões viscosas que dificultam a interação
enzima/substrato;
 Umidade excessiva diminui as concentrações de enzimas e substratos, minuindo a
extração.
Fatores que afetam a Extração Aquosa Enzimática -
EAE
 pH do meio de extração:
 O pH não afeta apenas a atividade enzimática, mas também a separação de óleo e
proteína;
 A taxa de extração de óleo é diretamente proporcional à extração de proteínas;
 A taxa de extração de óleo é mais baixa no ponto isoelétrico da proteína (pI). As
enzimas podem solubilizar e hidrolisar simultaneamente as proteínas da célula e
romper os constituintes do polissacarídeo, o que facilita a extração do óleo.
Fatores que afetam a Extração Aquosa Enzimática -
EAE
 Temperatura de incubação:
 A temperatura ótima da hidrólise enzimática está entre 40 – 50 °C, mas
temperaturas menores podem ser empregadas, levando-se em conta a produção;
 No caso das azeitonas, temperaturas menores que 30 °C são favoráveis à
preservação da qualidade.
Fatores que afetam a Extração Aquosa Enzimática -
EAE
 Tempo de incubação:
 Tempos prolongados de incubação podem aumentar a extração, mas são inviáveis e
podem levar gerar produtos indesejáveis no produto
 Velocidade de agitação:
 A agitação auxilia na ruptura da parede celular, mas altas velocidades podem gerar
maiores gastos de energia. Além disso, resulta na formação de uma emulsão mais
estável, difícil de separar.
Todas as Extrações Enzimáticas Aquosas resultaram em maior produção de óleo quando
comparadas à Extração Aquosa (sem enzima).
E todos os tratamentos com solvente resultaram em maior produção de óleo quando
comparados à Extração Aquosa Enzimática.
3. Desemulsificação enzimática de emulsões formadas
na EAE
 Durante a EAE é inevitável a formação de emulsão, que frequentemente são difíceis
de separar;
 A emulsão creme formada é bastante estável devido às proteínas (extraídas no
processo) que agem como excelente emulsificante;
 As enzimas hidrolizam as proteínas e polipeptídeos interfaciais do creme, reduzindo
as massas moleculares e diminuem a rigidez da interface das gotículas de óleo 
facilitam a liberação do óleo.
Fatores que afetam a Desemulsificação enzimática de
emulsões formadas na EAE
 Concentração da enzima:
 Geralmente, ↑ concentração da enzima, ↑ produção de óleo livre;
 Valor do pH e temperatura:
 Diferentes tipos de enzima mostram pH e temperatura ótimos onde a atividade é
máxima.
 Tempo de incubação:
 Varia conforme os parâmetros empregados.
4. Degomagem enzimática
 No Brasil, em 10 anos, cerca de 30% do mercado de
processamento de óleos já migrou para a degomagem
enzimática;
 Utiliza enzimas (fosfolipases) para hidrolisar fosfolipídeos (não
hidratáveis) e liberar ácidos graxos livres, lisofosfolipídeos,
diacilglicerídeos, colina fosfato, entre outros.
4. Degomagem enzimática
Ajuste do pH do
óleo degomado
em água ou óleo
bruto
Temperatura
ótima de reação
(50-60 °C)
Temperatura (70-85 °C)
Características dos óleos
 Óleos produzidos pela maioria dos tratamentos enzimáticos apresentam
menor deterioração oxidativa e rancidez  ↓ valor de ácidos graxos livres
e índice de peróxido, quando comparados à extração com solvente (altas
temperaturas);
 Óleos extraídos enzimaticamente podem apresentar maior índice de iodo
e tocoferóis do que extrações aquosas e por solventes;
 Conteúdo de fenólicos totais pode variar conforme a matéria-prima,
métodos de extração e tipos de enzimas utilizados;
 A composição de ácidos graxos mostram similaridades entre os métodos
por solvente e EAE;
Obrigada!

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Tecnologias enzimáticas para extração e refino de óleos

Tecnologia de óleos e gorduras
Tecnologia de óleos e gordurasTecnologia de óleos e gorduras
Tecnologia de óleos e gordurasAlvaro Galdos
 
Capítulo 13 óleos e graxas, detergentes e fenóis
Capítulo 13   óleos e graxas, detergentes e fenóisCapítulo 13   óleos e graxas, detergentes e fenóis
Capítulo 13 óleos e graxas, detergentes e fenóisRhafael Evangelista Leite
 
Quimica Alimentos Lipideos Iii
Quimica Alimentos Lipideos IiiQuimica Alimentos Lipideos Iii
Quimica Alimentos Lipideos IiiRicardo Stefani
 
áCidos graxos carotenoides totais e teor de gordura sólida em óleo de polpa d...
áCidos graxos carotenoides totais e teor de gordura sólida em óleo de polpa d...áCidos graxos carotenoides totais e teor de gordura sólida em óleo de polpa d...
áCidos graxos carotenoides totais e teor de gordura sólida em óleo de polpa d...AcessoMacauba
 
Compostos polares totais e estabilidade oxidativa em óleo de polpa de macaúba...
Compostos polares totais e estabilidade oxidativa em óleo de polpa de macaúba...Compostos polares totais e estabilidade oxidativa em óleo de polpa de macaúba...
Compostos polares totais e estabilidade oxidativa em óleo de polpa de macaúba...AcessoMacauba
 
Apresentaã§Ao Andresoares 1
Apresentaã§Ao Andresoares 1Apresentaã§Ao Andresoares 1
Apresentaã§Ao Andresoares 1dom.bacelar
 
Projeto Ecosolidariedade
Projeto EcosolidariedadeProjeto Ecosolidariedade
Projeto EcosolidariedadeGleison Servo
 
Projeto eco solidariedade
Projeto eco solidariedadeProjeto eco solidariedade
Projeto eco solidariedadeGleison Servo
 
curso de açucar e alcool produção de etanol.ppt
curso de açucar e alcool produção de etanol.pptcurso de açucar e alcool produção de etanol.ppt
curso de açucar e alcool produção de etanol.pptssuser2b53fe
 
Folheto Andresoares
Folheto AndresoaresFolheto Andresoares
Folheto Andresoaresdom.bacelar
 
Extracaooleodesoja.materialsuplementar
Extracaooleodesoja.materialsuplementarExtracaooleodesoja.materialsuplementar
Extracaooleodesoja.materialsuplementarGiselle Onuki
 
Poster biodisiel
Poster biodisielPoster biodisiel
Poster biodisielbelavideira
 
Apresentação Aula de Resíduo de Pescado.ppt
Apresentação Aula de Resíduo de Pescado.pptApresentação Aula de Resíduo de Pescado.ppt
Apresentação Aula de Resíduo de Pescado.pptGeisiMarinOliveira
 
Reciclagem de Óleos Usados
Reciclagem de Óleos UsadosReciclagem de Óleos Usados
Reciclagem de Óleos UsadosMichele Pó
 

Semelhante a Tecnologias enzimáticas para extração e refino de óleos (20)

Tecnologia de óleos e gorduras
Tecnologia de óleos e gordurasTecnologia de óleos e gorduras
Tecnologia de óleos e gorduras
 
DESTILAÇÃO ALCOOL
DESTILAÇÃO ALCOOLDESTILAÇÃO ALCOOL
DESTILAÇÃO ALCOOL
 
óLeos e derivados
óLeos e derivadosóLeos e derivados
óLeos e derivados
 
Capítulo 13 óleos e graxas, detergentes e fenóis
Capítulo 13   óleos e graxas, detergentes e fenóisCapítulo 13   óleos e graxas, detergentes e fenóis
Capítulo 13 óleos e graxas, detergentes e fenóis
 
Lipideos2
Lipideos2Lipideos2
Lipideos2
 
Quimica Alimentos Lipideos Iii
Quimica Alimentos Lipideos IiiQuimica Alimentos Lipideos Iii
Quimica Alimentos Lipideos Iii
 
áCidos graxos carotenoides totais e teor de gordura sólida em óleo de polpa d...
áCidos graxos carotenoides totais e teor de gordura sólida em óleo de polpa d...áCidos graxos carotenoides totais e teor de gordura sólida em óleo de polpa d...
áCidos graxos carotenoides totais e teor de gordura sólida em óleo de polpa d...
 
Perguntas e respostas Supersorb-br
Perguntas e respostas Supersorb-brPerguntas e respostas Supersorb-br
Perguntas e respostas Supersorb-br
 
Compostos polares totais e estabilidade oxidativa em óleo de polpa de macaúba...
Compostos polares totais e estabilidade oxidativa em óleo de polpa de macaúba...Compostos polares totais e estabilidade oxidativa em óleo de polpa de macaúba...
Compostos polares totais e estabilidade oxidativa em óleo de polpa de macaúba...
 
recolha de óleo alimentar
recolha de óleo alimentarrecolha de óleo alimentar
recolha de óleo alimentar
 
Apresentaã§Ao Andresoares 1
Apresentaã§Ao Andresoares 1Apresentaã§Ao Andresoares 1
Apresentaã§Ao Andresoares 1
 
Projeto Ecosolidariedade
Projeto EcosolidariedadeProjeto Ecosolidariedade
Projeto Ecosolidariedade
 
Projeto eco solidariedade
Projeto eco solidariedadeProjeto eco solidariedade
Projeto eco solidariedade
 
curso de açucar e alcool produção de etanol.ppt
curso de açucar e alcool produção de etanol.pptcurso de açucar e alcool produção de etanol.ppt
curso de açucar e alcool produção de etanol.ppt
 
Folheto Andresoares
Folheto AndresoaresFolheto Andresoares
Folheto Andresoares
 
Extracaooleodesoja.materialsuplementar
Extracaooleodesoja.materialsuplementarExtracaooleodesoja.materialsuplementar
Extracaooleodesoja.materialsuplementar
 
óLeos voláteis
óLeos voláteisóLeos voláteis
óLeos voláteis
 
Poster biodisiel
Poster biodisielPoster biodisiel
Poster biodisiel
 
Apresentação Aula de Resíduo de Pescado.ppt
Apresentação Aula de Resíduo de Pescado.pptApresentação Aula de Resíduo de Pescado.ppt
Apresentação Aula de Resíduo de Pescado.ppt
 
Reciclagem de Óleos Usados
Reciclagem de Óleos UsadosReciclagem de Óleos Usados
Reciclagem de Óleos Usados
 

Tecnologias enzimáticas para extração e refino de óleos

  • 1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA - UEL Programa de Pós-graduação em Ciência de Alimentos Disciplina: 2CTA129 – Lipídeos de alimentos: bioquímica, nutrição e biotecnologia Docente: Karla Bigetti Guergoletto Jéssica Bigaski Ribeiro Márcio de Barros Discente: Natália Norika Yassunaka Hata Londrina, 11 de Dezembro de 2019 NOVAS TECNOLOGIAS ENZIMÁTICAS PARA EXTRAÇÃO E REFINO DE ÓLEOS COMERCIAIS
  • 2. Óleos vegetais Óleos vegetais comestíveis são matérias graxas extraídas de grãos oleaginosos  solvente e refinados Soja Milho Girassol Algodão Canola Gergelim Arroz
  • 3. Óleos vegetais Azeites  Óleos vegetais provenientes de frutos oleaginosos  prensagem  com ou sem refino Oliva Óleo de palmiste bruto Oleína Estearina
  • 4. Fonte: (USDA, 2017) Figura 1 - Consumo e produção mundial de óleo vegetal Óleo de soja e de palma correspondem a > 50% da produção mundial!
  • 5. Figura 2 - Consumo mundial de óleos e gorduras Fonte: (IHS Markit, 2017) Tabela 1 – Produção de óleos vegetais de acordo com as principais regiões geográficas Fonte: (USDA, 2012)
  • 6. Tecnologia enzimática – extração e refino de óleos comerciais Aumento da produção e consumo de óleos comercias!!! Várias tecnologias emergentes têm surgido: Extração aquosa, fluido supercrítico, micro-ondas, ultrasonicação, destilação... Tecnologia enzimática na extração e refino  Tecnologia verde e aumento da produção  Quais as vantagens e desvantagens em relação ao método tradicional?
  • 7. PROCESSAMENTO ATUAL Extração Grãos oleaginosos / Frutos oleaginosos Matéria-prima Preparo da Matéria- prima  Prensagem;  Centrifugação;  Solvente Refino clássico Óleo bruto Neutralização  Clarificação  Desodorização Produto final Produto final
  • 8.
  • 9. EXTRAÇÃO Extração por prensagem Frutos oleaginosos Associado à Extração com solvente Extração por solvente Soja (< 20% óleo) Girassol Canola Milho Arroz Algodão Fruto da palma* Azeitona* Grãos oleaginosos Farelo  Isento de lipídios  Maior rendimento de extração e isento de contaminantes Centrifugaçã o* > 30% óleo Grãos oleaginosos
  • 10. PROCESSAMENTO DO AZEITE DE OLIVA Azeitona Limpeza Folhas, ramos e impurezas Lavagem Moagem Moinho de martelo Água a temperatura ambiente Mistura composta: polpa, caroços inteiros e aos pedaços, água e azeite livre Malaxagem Fase líquida contínua propícia para separação. Temperatura < 30°C  evita a hidrólise Extração por Prensagem (hidráulica) Extração por Centrifugação Água Líquido oleoso Óleo do Bagaço de oliva Extração por solvente Refino Bagaço (3-6% óleo) Instalações recentes Azeite Decantação Filtração e armazenamento Centrifugação ou decantação Água Azeite de Oliva virgem Filtração Azeite Instalações tradicionais
  • 11. Dendê Recepção e pesagem Esterilização (130 °C / 60 min / 2,5 -3,0 atm) Cachos vazios  Interrompe a hidrólise;  Auxilia na liberação do frutos dos cachos;  Facilita no rompimento da polpa PROCESSAMENTO DO ÓLEO DE PALMA / AZEITE DE DENDÊ Debulhador Adubo orgânico Caldeira Cozimento (90 – 100 °C / 30 min Prensagem Rompimento do mesocarpo e vacúolos de óleo Massa graxa líquida 53% óleo; 7% sólidos; 40% de fase aquosa; torta Prensagem contínua
  • 12. Peneira Decantador Borra Massa graxa líquida 53 % óleo; 7 % sólidos; 40 % de fase aquosa; torta Torta (Fibra + amêndoas) Desfibrilador Fibra Amêndoas Secagem Quebrador Amêndoa Casca Laminação; Condicionamento; Prensagem Caldeira ou outros usos Óleo de palmiste bruto Centrifugação Resíduo da Borra Óleo de palma bruto Óleo Clarificação e secagem a vácuo Fracionamento Desodorização / Desacidificação Armazenamento Refino físico Oleína (FL) Estearina (FS) Resfriamento sob condições controladas  Cristais grandes de TAG com > PF
  • 13. Extração e Refino do óleo de soja
  • 14. Soja PROCESSAMENTO DO ÓLEO DE SOJA – Extração por Solvente e Refino Extração por solvente Óleo bruto Refino Pré-limpeza Eliminação da sujidade mais grossa antes do armazenamento. Realizada por máquinas especiais. A pré-limpeza diminui os riscos de deterioração e reduz o uso indevido de espaço útil do silo. Armazenamento O armazenamento adequado  rendimento e qualidade do produto final. - aquecimento da semente e aumento de acidez; - escurecimento do óleo contido na semente, tornando difícil a refinação e a clarificação; - modificações organoléticas influindo no sabor e no aroma dos farelos e óleos produzidos; - diminuição do índice de iodo após armazenamento prolongado da semente de soja. Quebra e descasque Quebra dos grãos  Quebrador de rolo - Promove uniformidade do tamanho de partículas  Facilita o desprendimento e a separação das cascas sem formar pós; - Redução uniforme do grão  facilita a extração. Pós “Finos” dificultam a separação do solvente e do óleo do farelo úmido. Cascas  peneiras separadoras e ventiladores /ciclones Condicionamento e laminação Condicionamento anteriormente a laminação  transforma soja dura e quebradiça em material mais plástico, fácil de ser laminado  ajuste da umidade para 11%; Propicia uma temperatura de extração entre 55 – 60 °C, mantendo o solvente líquido  ponto inicial de vaporização do Hexano : 62 °C Laminação  Facilita a extração por solvente  rompe as células e facilita a difusão. Extração por solvente Hexano é o solvente universalmente adotado nas indústrias de óleo; Processo ocorre a quente  aumenta a solubilização do solvente no óleo ou na miscela. Temperatura reduz a viscosidade da miscela e aumenta a solubilidade do óleo; HEXANO  Solvente apolar e de fácil dissolução em óleo;  Imiscível em água;  Baixo calor latente;  Não ataca canalizações ;  Alta inflamabilidade!!  Explosivo!!  Tóxico!! Recuperação do solvente Miscela (óleo + solvente)  Destilação  Aquecimento da miscela à vácuo (70 – 90 °C) para evaporação do solvente residual O óleo bruto recuperado e dessolventizado segue para o tanque de depósito Extração por solvente
  • 15. PROCESSAMENTO DO ÓLEO DE SOJA – Extração por Solvente e Refino REFINO  Conjunto de operações para a remoção das substâncias acompanhantes indesejáveis ou para a purificação do óleo. Óleo Bruto Degomagem Neutralização Lavagem Clarificação Secagem Filtro de polimento Desodorização Resfriamento Embalagem Visa a remoção de fosfolipídios presentes em teores superiores a 1%; A presença dos fosfolipídios  depósitos de goma nos tanques; Gomas tem considerável quantidade de óleo  Altas perdas. Fosfolípidios podem ser: - Hidratáveis: Removidas por adição de água - Não hidratáveis: Removidos por adição de ácido (Degomagem ácida) Visa reduzir o teor de ácidos graxos livres a 0,01 – 0,03% por meio de reação de neutralização com soda cáustica  Formação de sabões; Auxilia na degradação de matéria corante e fosfatídeos e gomas residuais. A lavagem do óleo com água é necessária para a retirada do sabão formado. Processo físico que visa a eliminação de matérias que conferem cor aos óleos (Compostos de enxofre, sabões residuais, metais, pigmentos mais estáveis e produtos de sua degradação). Substâncias adsorventes: silicatos hidratados de alumínio, silicatos de magnésio, terras diatomáceas, terras clarificantes, argilas ácido-ativadas, sílica e carvões ativos. Última etapa do REFINO; Eliminação de compostos voláteis que atribuem sabor e odor desagradáveis (aldeídos, cetonas, ácidos graxos livres e oxidados, peróxidos, hidrocarbonetos insaturados, terpenoides); A remoção é feita por destilação a vapor, em alto vácuo  Alta temperatura volatiliza os composto odoríferos
  • 16. Tabela 2 - Composição média dos óleos de soja bruto e refinado Componentes Óleo bruto Óleo refinado Triglicerídeos (%) 95/97 Mín. 99 Fosfolipídeos (%) 1,5/2,5 0,003/0,045 Esteróis (%) 0,33 0,13 Tocoferóis (%) 0,15/0,21 0,11/0,18 Ácidos graxos (%) 0,3/1,0 Mín. 0,05 Ferro (mg/kg) 1/5 0,1/1,0 Cobre (mg/kg) 0,1/0,5 0,02/0,06 Índice de peróxido (meq/kg) 1,8/2,6 Máx. 1 Índice de anisidina - 2/4 E232 nm (dienos conjugados) 1,5/1,9 1,5/3 E270 nm (trienos conjugados) 0,4/0,65 0,2/0,5 Sabões (mg/kg) - 0 Clorofila (mg/kg) 1500 50 Rancimat 100 °C (hs) - 10
  • 17. TECNOLOGIAS ENZIMÁTICAS PARA EXTRAÇÃO E REFINO DE ÓLEOS COMERCIAIS
  • 18. Vantagens da tecnologia enzimática:  Extração de óleos e proteínas a partir de oleaginosas;  Produtos de qualidade e seguros ao consumidor;  Não altera as propriedades dos componentes alvo, influenciando favoravelmente no produto final;  Em comparação com a extração com solvente  Demanda baixo consumo de energia, reduzindo custos durante a extração e refino;  Água como solvente  Mais seguro, econômico, não sendo nocivo ao meio ambiente;  Condições de produção mais amenas, com produção de co-produtos não-tóxicos e de alto valor agregado;  Permite a separação simultânea dos fosfolípídeos durante a extração.
  • 19. Desvantagens da tecnologia enzimática:  Aplicação é ainda limitada  Tempo de processamento longo e alto custo para a recuperação das enzimas;  Alto custo das enzimas  Geralmente é necessário > 1% (p/p) de enzima por peso de matéria-prima;  Indisponibilidade de enzimas em escala comercial;  Menor produção de óleo quando comparado à extração por solvente;  Dependendo do processo, é necessário uma etapa de desemulsificação pós extração;  Pode resultar em alto conteúdo de óleo no resíduo.
  • 20. Tratamento enzimático Auxiliam na recuperação dos óleos, e também de proteínas encontradas em materiais oleaginosos. Qual o princípio do tratamento? As enzimas degradam os componentes da parede celular (celulose, hemicelulose e pectina) e componentes da membrana, facilitando a subsequente liberação de óleo (esferossomos ou corpos lipídicos) e de proteínas (corpos protéicos).
  • 21. Tratamento enzimático Qual enzima utilizar no processo de extração do óleo? A diferença na composição celular e estrutura da oleaginosa/fruto é determinante na escolha das enzimas. Exemplos: SOJA  alto conteúdo de proteína  Extração do óleo por enzimas proteolíticas (proteases); Santos e Ferrari (2005) – Alcalase (protease) obteve maior produção de óleo de soja do que Celluclast (celulase); Jung, Maurer, e Johnson (2009) – Protease (96%) e Fosfolipase (73,4%) – Soja laminada Canola  Pectina é o principal componente da parede celular  Pectinases Zhang, Wang, e Xu, (2007) - obtiveram maiores produções com pectinase (85,9%) > celulase (69,3%) > glucanase (64%)  forma emulsificada do óleo • Amilases, Glucanases, Proteases, Pectinases, Celulases, Hemicelulases ou misturas de enzimas
  • 22. Tratamento enzimático Exemplos: - Extração de óleo de oliva com mistura (celulase, hemicelulase e pectinase) aumentaram a extração. Aliakbarian, Faveri, Converti e Perego (2008) Chiacchierini, Mele, Restuccia e Vinci (2007) De Faveri, Aliakbarian, Avogadro, Perego e Converti (2008). - Extração do óleo de linhaça com mistura (b-glucosidase e proteinase) diminuíram a extração quando comparados a outras enzimas adicionadas individualmente. Long et al. (2011) - Extração de óleo de soja com mistura (celulase e protease) não obtiveram diferenças na produção quando comparados à celulase aplicada individualmente. Lamsal, Murphy e Johnson (2006). As enzimas podem ser utilizadas individuamente ou em combinações Misturas de enzimas, com atividades combinadas, nem sempre fornecem melhores resultados na produção
  • 23. TECNOLOGIAS ENZIMÁTICAS PARA EXTRAÇÃO E REFINO DE ÓLEOS COMERCIAIS Utilização das enzimas no processamento do óleo 1. Pré-tratamento anteriormente à extração; 2. Durante a extração (Extração Aquosa Enzimática - EAE); 3. Desemulsificação de emulsões formadas na EAE 4. Durante a degomagem, no Refino;
  • 24. 1. Pré-tratamento enzimático anteriormente à extração Métodos de extração: Dupla prensagem, destilação a vapor, ultrassonicação, extração por solvente, micro-ondas, prensagem... A adição de enzimas como pré-tratamento enfraquece as células e facilita a extração de óleo. No geral, o pré-tratamento enzimático é aplicável à vários materiais oleaginosos.
  • 25.
  • 26. 2. Durante a extração (Extração Aquosa Enzimática - EAE) A EAE é um processo de extração realizado em meio aquoso, que aliado à enzimas, promove a hidrólise dos componentes da célula vegetal e liberação do conteúdo lipídico
  • 27.
  • 28. Fatores que afetam a Extração Aquosa Enzimática - EAE  Tamanho das partículas dos materiais oleaginosos: Menores partículas permitem maior difusão dos componentes solúveis em água e da difusão das enzimas sobre os substratos  favorecendo a extração; Quebra excessiva das partículas favorece a eficiência da extração de lipídios e proteínas, mas produz pequenos glóbulos difíceis de desemulsificar; Materiais com alto conteúdo lipídico e de partículas menores podem aderir.
  • 29. Fatores que afetam a Extração Aquosa Enzimática - EAE  Razão enzima/substrato:  Geralmente, ↑ concentração de enzimas, ↑ interação com o substrato  mais ligações peptídicas serão rompidas;  A concentração de enzimas até a saturação dos locais ativos do substrato leva a maior recuperação de óleo;  Altas concentrações de enzima podem resultar em extração de compostos indesejaveis, gerando amargor e off-flavor;  o custo da enzima (economia do processo) e a qualidade do óleo são fatores a serem considerados antes da determinação da concentração enzimática.
  • 30. Fatores que afetam a Extração Aquosa Enzimática - EAE  Razão de água/material oleaginoso:  A água dispersa no meio pode colaborar na reação hidrolítica, difusão e mobilidade das enzimas e produtos;  A falta de água pode formar suspensões viscosas que dificultam a interação enzima/substrato;  Umidade excessiva diminui as concentrações de enzimas e substratos, minuindo a extração.
  • 31. Fatores que afetam a Extração Aquosa Enzimática - EAE  pH do meio de extração:  O pH não afeta apenas a atividade enzimática, mas também a separação de óleo e proteína;  A taxa de extração de óleo é diretamente proporcional à extração de proteínas;  A taxa de extração de óleo é mais baixa no ponto isoelétrico da proteína (pI). As enzimas podem solubilizar e hidrolisar simultaneamente as proteínas da célula e romper os constituintes do polissacarídeo, o que facilita a extração do óleo.
  • 32. Fatores que afetam a Extração Aquosa Enzimática - EAE  Temperatura de incubação:  A temperatura ótima da hidrólise enzimática está entre 40 – 50 °C, mas temperaturas menores podem ser empregadas, levando-se em conta a produção;  No caso das azeitonas, temperaturas menores que 30 °C são favoráveis à preservação da qualidade.
  • 33. Fatores que afetam a Extração Aquosa Enzimática - EAE  Tempo de incubação:  Tempos prolongados de incubação podem aumentar a extração, mas são inviáveis e podem levar gerar produtos indesejáveis no produto  Velocidade de agitação:  A agitação auxilia na ruptura da parede celular, mas altas velocidades podem gerar maiores gastos de energia. Além disso, resulta na formação de uma emulsão mais estável, difícil de separar.
  • 34. Todas as Extrações Enzimáticas Aquosas resultaram em maior produção de óleo quando comparadas à Extração Aquosa (sem enzima). E todos os tratamentos com solvente resultaram em maior produção de óleo quando comparados à Extração Aquosa Enzimática.
  • 35. 3. Desemulsificação enzimática de emulsões formadas na EAE  Durante a EAE é inevitável a formação de emulsão, que frequentemente são difíceis de separar;  A emulsão creme formada é bastante estável devido às proteínas (extraídas no processo) que agem como excelente emulsificante;  As enzimas hidrolizam as proteínas e polipeptídeos interfaciais do creme, reduzindo as massas moleculares e diminuem a rigidez da interface das gotículas de óleo  facilitam a liberação do óleo.
  • 36. Fatores que afetam a Desemulsificação enzimática de emulsões formadas na EAE  Concentração da enzima:  Geralmente, ↑ concentração da enzima, ↑ produção de óleo livre;  Valor do pH e temperatura:  Diferentes tipos de enzima mostram pH e temperatura ótimos onde a atividade é máxima.  Tempo de incubação:  Varia conforme os parâmetros empregados.
  • 37. 4. Degomagem enzimática  No Brasil, em 10 anos, cerca de 30% do mercado de processamento de óleos já migrou para a degomagem enzimática;  Utiliza enzimas (fosfolipases) para hidrolisar fosfolipídeos (não hidratáveis) e liberar ácidos graxos livres, lisofosfolipídeos, diacilglicerídeos, colina fosfato, entre outros.
  • 38. 4. Degomagem enzimática Ajuste do pH do óleo degomado em água ou óleo bruto Temperatura ótima de reação (50-60 °C) Temperatura (70-85 °C)
  • 39. Características dos óleos  Óleos produzidos pela maioria dos tratamentos enzimáticos apresentam menor deterioração oxidativa e rancidez  ↓ valor de ácidos graxos livres e índice de peróxido, quando comparados à extração com solvente (altas temperaturas);  Óleos extraídos enzimaticamente podem apresentar maior índice de iodo e tocoferóis do que extrações aquosas e por solventes;  Conteúdo de fenólicos totais pode variar conforme a matéria-prima, métodos de extração e tipos de enzimas utilizados;  A composição de ácidos graxos mostram similaridades entre os métodos por solvente e EAE;

Notas do Editor

  1. due to rising food consumption in emerging countries and in biofuels application. Of these, 37.6% (70.3 million tons) are provided by palm and palm kernel and 30% (55 million tons) by soybean. The remaining 32.5% are supplied by canola, sunflower, peanut and cottonseed oils (Fig. 1). Palm oil represents almost 40% of the world’s vegetable oil production, with 70.3 million tons of oil produced in Indonesia and Malaysia with account for 86.5% of that total
  2. Vegetable oils are fats extracted from plants and most of them derive from seeds or beans; other oils (such as palm and olive) are instead extracted from the fruit endosperm.
  3. Global production of vegetable oil is growing and it is estimated as187 million tons for 2016/2017, according to USDA-FSA (USDA, 2017), with a forecast of 195 million due to rising food consumption in emerging countries and in biofuels application. Of these, 37.6% (70.3 million tons) are provided by palm and palm kernel and 30% (55 million tons) by soybean. The remaining 32.5% are supplied by canola, sunflower, peanut and cottonseed oils
  4. Vegetable oils are fats extracted from plants and most of them derive from seeds or beans; other oils (such as palm and olive) are instead extracted from the fruit endosperm. Surveys on the world production of the major vegetable oils ranked palm oil and soybean oil as the most widely produced vegetable oils (USDA 2015). They cover more than 50% of the total vegetable oil world production, with 61.4 and 49.04 million metric tons in the year 2014/2015 and a growth of 330% and 148% in 20 years, respectively. Oil palm plantations have expanded especially in Indonesia and Malaysia, while soybean production has extensively spread in both the United States and South America. Rapeseed and sunflower oils represent about 21% of world production, being respectively the third and the fourth most produced oils in the world. Reviews on the world vegetable oil consumption reported that America and Asia are the countries that consume more vegetable oils, as expected according to the country’s population and disposable income. China’s percentage share of vegetable oil consumption is still growing, in relation with the evolution of the per capita consumption (Mittaine and Mielke 2012).
  5. The industry uses a number of process steps to produce crude oil, the application of which depends on the type of seed and the scale of the Operation A extração por prensagem é realizada principalmente em frutos oleaginosos como o de palma/dendê e azeitonas, podendo ser utilizada ou não em grãos oleaginosos associada à extração com solvente. Assim como a soja,o girassol, canola, algodão e germes de milho e arroz podem ser processados em extratores continuos por solvente. Da mesma forma, os farelos resultantes do processo que são usadas como ração e aproveutadas como proteínas devem ser isentos de lipidios, tanto para garantir maior rendimento na extração do óleo quanto para não t^-lo como contaminate nos processos de recuperação de proteína dos farelos ou na produção de extrusados.
  6. https://www.palmoilhealth.org/faq/the-surprising-differences-between-palm-oil-and-palm-kernel-oil/
  7. The industry uses a number of process steps to produce crude oil, the application of which depends on the type of seed and the scale of the Operation A extração por prensagem é realizada principalmente em frutos oleaginosos como o de palma/dendê e azeitonas, podendo ser utilizada ou não em grãos oleaginosos associada à extração com solvente. Assim como a soja,o girassol, canola, algodão e germes de milho e arroz podem ser processados em extratores continuos por solvente. Da mesma forma, os farelos resultantes do processo que são usadas como ração e aproveutadas como proteínas devem ser isentos de lipidios, tanto para garantir maior rendimento na extração do óleo quanto para não t^-lo como contaminate nos processos de recuperação de proteína dos farelos ou na produção de extrusados.
  8. The industry uses a number of process steps to produce crude oil, the application of which depends on the type of seed and the scale of the Operation A extração por prensagem é realizada principalmente em frutos oleaginosos como o de palma/dendê e azeitonas, podendo ser utilizada ou não em grãos oleaginosos associada à extração com solvente. Assim como a soja,o girassol, canola, algodão e germes de milho e arroz podem ser processados em extratores continuos por solvente. Da mesma forma, os farelos resultantes do processo que são usadas como ração e aproveutadas como proteínas devem ser isentos de lipidios, tanto para garantir maior rendimento na extração do óleo quanto para não t^-lo como contaminate nos processos de recuperação de proteína dos farelos ou na produção de extrusados.
  9. The industry uses a number of process steps to produce crude oil, the application of which depends on the type of seed and the scale of the Operation A extração por prensagem é realizada principalmente em frutos oleaginosos como o de palma/dendê e azeitonas, podendo ser utilizada ou não em grãos oleaginosos associada à extração com solvente. Assim como a soja,o girassol, canola, algodão e germes de milho e arroz podem ser processados em extratores continuos por solvente. Da mesma forma, os farelos resultantes do processo que são usadas como ração e aproveutadas como proteínas devem ser isentos de lipidios, tanto para garantir maior rendimento na extração do óleo quanto para não t^-lo como contaminate nos processos de recuperação de proteína dos farelos ou na produção de extrusados.
  10. The industry uses a number of process steps to produce crude oil, the application of which depends on the type of seed and the scale of the Operation A extração por prensagem é realizada principalmente em frutos oleaginosos como o de palma/dendê e azeitonas, podendo ser utilizada ou não em grãos oleaginosos associada à extração com solvente. Assim como a soja,o girassol, canola, algodão e germes de milho e arroz podem ser processados em extratores continuos por solvente. Da mesma forma, os farelos resultantes do processo que são usadas como ração e aproveutadas como proteínas devem ser isentos de lipidios, tanto para garantir maior rendimento na extração do óleo quanto para não t^-lo como contaminate nos processos de recuperação de proteína dos farelos ou na produção de extrusados.
  11. O grão deve ser armazenado em condições adequadas, pois pode incidir diretamente no rendimento e na qualidade do produto final. Quando as sementes oleaginosas são armazenadas em más condições, podem ocorrer problemas, tais como: aquecimento da semente, chegando até a carbonização, caso esteja com umidade acima da crítica (13 º C); aumento de acidez; escurecimento do óleo contido na semente, tornando difícil a refinação e a clarificação; modificações organoléticas influindo no sabor e no aroma dos farelos e óleos produzidos, e modificações estruturais, como a diminuição do índice de iodo após armazenamento prolongado da semente de soja. Assim como a soja,o girassol, canola, algodão e germes de milho e arroz podem ser processados em extratores continuos por solvente. Da mesma forma, os farelos resultantes do processo que são usadas como ração e aproveutadas como proteínas devem ser isentos de lipidios, tanto para garantir maior rendimento na extração do óleo quanto para não t^-lo como contaminate nos processos de recuperação de proteína dos farelos ou na produção de extrusados.
  12. It is therefore necessary, not only to look at the dominant biochemical component holding the cellular matrix together, but also investigate the cellular architecture and examine the specific components which act as a barrier against the release of oil. It is only when both these factors are considered simultaneously, the right enzyme mixture can be identified for a given oil-bearing material.
  13. Overall, these studies indicate that enzyme pre-treatment is applicable to various oil-bearing materials and can be employed prior to both mechanical and solvent extraction methods. The oil yield enhancement is due to the hydrolytic action of the enzymes on the cell wall and membrane components which facilitate subsequent oil release.
  14. Conflicting effects of wet grinding are thus evident. Excessive grinding favors cell rupture and increases the efficiency of oil and protein extraction; however, it also produces smaller oil globules which makes demulsification more difficult. Insufficient grinding, on the other hand, results in unacceptable losses of oil in the residue.J6*“0 In the case of coconut, wet-milling and grinding which conditions the coconut so that only less than 5% of the oil remains with the residue results in the fo~ation of oil globules about 10
  15. Conflicting effects of wet grinding are thus evident. Excessive grinding favors cell rupture and increases the efficiency of oil and protein extraction; however, it also produces smaller oil globules which makes demulsification more difficult. Insufficient grinding, on the other hand, results in unacceptable losses of oil in the residue.J6*“0 In the case of coconut, wet-milling and grinding which conditions the coconut so that only less than 5% of the oil remains with the residue results in the fo~ation of oil globules about 10
  16. Conflicting effects of wet grinding are thus evident. Excessive grinding favors cell rupture and increases the efficiency of oil and protein extraction; however, it also produces smaller oil globules which makes demulsification more difficult. Insufficient grinding, on the other hand, results in unacceptable losses of oil in the residue.J6*“0 In the case of coconut, wet-milling and grinding which conditions the coconut so that only less than 5% of the oil remains with the residue results in the fo~ation of oil globules about 10
  17. Conflicting effects of wet grinding are thus evident. Excessive grinding favors cell rupture and increases the efficiency of oil and protein extraction; however, it also produces smaller oil globules which makes demulsification more difficult. Insufficient grinding, on the other hand, results in unacceptable losses of oil in the residue.J6*“0 In the case of coconut, wet-milling and grinding which conditions the coconut so that only less than 5% of the oil remains with the residue results in the fo~ation of oil globules about 10
  18. Conflicting effects of wet grinding are thus evident. Excessive grinding favors cell rupture and increases the efficiency of oil and protein extraction; however, it also produces smaller oil globules which makes demulsification more difficult. Insufficient grinding, on the other hand, results in unacceptable losses of oil in the residue.J6*“0 In the case of coconut, wet-milling and grinding which conditions the coconut so that only less than 5% of the oil remains with the residue results in the fo~ation of oil globules about 10
  19. Conflicting effects of wet grinding are thus evident. Excessive grinding favors cell rupture and increases the efficiency of oil and protein extraction; however, it also produces smaller oil globules which makes demulsification more difficult. Insufficient grinding, on the other hand, results in unacceptable losses of oil in the residue.J6*“0 In the case of coconut, wet-milling and grinding which conditions the coconut so that only less than 5% of the oil remains with the residue results in the fo~ation of oil globules about 10
  20. Conflicting effects of wet grinding are thus evident. Excessive grinding favors cell rupture and increases the efficiency of oil and protein extraction; however, it also produces smaller oil globules which makes demulsification more difficult. Insufficient grinding, on the other hand, results in unacceptable losses of oil in the residue.J6*“0 In the case of coconut, wet-milling and grinding which conditions the coconut so that only less than 5% of the oil remains with the residue results in the fo~ation of oil globules about 10
  21. Conflicting effects of wet grinding are thus evident. Excessive grinding favors cell rupture and increases the efficiency of oil and protein extraction; however, it also produces smaller oil globules which makes demulsification more difficult. Insufficient grinding, on the other hand, results in unacceptable losses of oil in the residue.J6*“0 In the case of coconut, wet-milling and grinding which conditions the coconut so that only less than 5% of the oil remains with the residue results in the fo~ation of oil globules about 10
  22. A general flow sheet of an enzymatic degumming process (basically independent of the type of enzyme being used) is given in Figure 5.3. The first step is the acid conditioning/pH adjustment of the crude or water degummed oil. This step is required to make the nonhydratable phospholipids more accessible for enzyme degradation at the oil–water interface and to bring the pH closer to the optimal pH of the enzyme. Afterwards, the enzyme is added – either pure or diluted in water. High shear mixing is required to ensure optimal distribution in the oil. Enzyme dosing depends on the type of enzyme and on the phospholipids content of the oil, but usually varies between 50 and 200 ppm. The optimal reaction temperature is 50–60 ◦C, while the required