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SUMÁRIO
1. Introdução
1.1. Importância da Matemática Financeira 01
1.2. Aplicações 02
1.3. A Matemática Financeira e a Inflação 03
2. Fundamentos
2.1. Taxas: Percentual e Unitária 04
2.2. Juro, Capital e Montante 06
2.3. Regimes de Capitalização 06
2.4. Fluxo de Caixa 07
3. Juros Simples
3.1. Fórmulas do Juro e do Montante 09
3.2. Taxas Equivalentes 11
3.3. Juro Exato e Juro Comercial 12
3.4. Valor Nominal e Valor Atual 13
4. Descontos Simples
4.1. Conceitos Básicos 14
4.2 Desconto Simples Racional ou “Por Dentro” 14
4.3. Desconto Simples Comercial ou “Por Fora” 16
4.4. Taxa de Desconto e Taxa Efetiva 17
5. Juros Compostos
5.1. Fórmula do Montante Composto 19
5.2. Taxas equivalentes 20
5.3. Cálculo do montante em um número fracionário de períodos 22
5.4. Período de capitalização diferente do período da taxa 26
5.5. Valor Atual e valor Nominal a juros compostos 27
6. Séries de Capitais
6.1. Conceito 30
6.2. Série Básica 30
6.3. Valor Atual da Série Básica 31
6.4. Montante da Série Básica 32
Bibliografia 35
1. INTRODUÇÃO
1.1. IMPORTÂNCIA DA MATEMÁTICA FINANCEIRA
A matemática Financeira trata do estudo do valor do dinheiro ao longo do tempo. O seu
Objetivo básico é o de efetuar análises e comparações dos vários fluxos de entrada e saída de
dinheiro (aplicações e pagamentos de empréstimos) de caixa verificados em diferentes
momentos.
As operações de aplicação e empréstimos são geralmente realizadas por meio da
intermediação de uma instituição financeira, que capta recursos de um lado e os empresta de
outro. A captação é feita a uma taxa menor que a de empréstimo e a diferença é a
remuneração da instituição.
Investidores têm várias opções de aplicação à sua disposição e cada opção tem sua taxa em
função do prazo da aplicação e dos riscos envolvidos. Analogamente, os tomadores de
empréstimo têm várias opções de financiamento cujas taxas variam em função dos prazos de
pagamento e das garantias oferecidas.
De um modo geral, quando as taxas sobem, os aplicadores tendem a aumentar a oferta de
capitais, mais os tomadores tendem a diminuir a demanda por crédito.
1.2. APLICAÇÕES
A matemática financeira é usada em operações de aplicação e empréstimos em dois regimes
básicos de capitalização dos juros: juros simples e juros compostos.
O regime de juros simples tem aplicações práticas bastante limitadas, restringindo-se
principalmente às operações praticadas no âmbito do curto prazo e em operações de desconto.
Além disso, muitas taxas praticadas no mercado financeiro estão referenciadas em juros
simples, porém a formação dos montantes das operações processa-se a juros compostos. Por
exemplo, a caderneta de poupança paga uma taxa de juros de 6% ao ano para seus
depositantes, creditando todo mês o rendimento proporcional de 0,5%. A taxa referenciada
para esta operação obedece ao regime de juros simples, porém os rendimentos são
capitalizados segundo o critério de juros compostos, ocorrendo ao longo dos meses juros sobre
juros.
Normalmente o regime de capitalização composta é adotado por todo o mercado financeiro e
de capitais. Dentro das aplicações do regime de capitalização composta estão as operações de
fluxo de caixa, aplicações, empréstimos, cálculos inflacionários, financiamentos, estratégias
comerciais de compra e venda, análise de investimentos, títulos, sistemas de amortização de
empréstimos e financiamentos, avaliação de ações etc.
1.3. A MATEMÁTICA FINANCEIRA E A INFLAÇÃO
De maneira simplista, o processo inflacionário de uma economia pode ser entendido pela
elevação generalizada dos preços dos vários bens e serviços.
Em sentido contrário, diante de uma baixa predominante dos preços de mercado dos bens e
serviços, tem-se o fenômeno definido por deflação.
- Índices de Preços e Taxas de Inflação: Um índice de preços é resultante de um
procedimento estatístico que, entre outras aplicações, permite medir as variações ocorridas
nos níveis gerais de preços de um período para outro. Assim, o índice de preços representa
uma média global das variações de preços que se verificaram num conjunto de determinados
bens, ponderada pelas quantidades respectivas.
Ilustrativamente, abaixo estão relacionados os valores do IGP (Índice Geral de Preços)
referentes aos meses de maio a dezembro de determinado ano.
Mês maio junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro
IGP 649,79 703,38 800,31 903,79 1.009,67 1.152,63 1.353,79 1.576,56
Pela evolução desses índices de preços, pode ser constatado como os preços gerais da
economia variaram no período. Para tanto, relaciona-se o índice do fim do período que se
deseja estudar com o do início.
Por exemplo, a taxa de inflação do 2o semestre medida pelo IGP está refletida na evolução
apresentada entre o índice de junho (início do semestre) e o de dezembro (fim do semestre).
Assim:
Inflação do 2o semestre = = 2,2414 – 1 = 124,14%
Os preços nesse período cresceram 2,2414 vezes, indicando uma evolução de 96,99%.
A inflação verificada no mês de outubro atinge:
Inflação de outubro = = 14,16%
Dessa maneira, a taxa de inflação, a partir de índices de preços, pode ser medida pela
seguinte expressão:
onde: I = taxa de inflação obtida a partir de determinado índice de preços;
P = índice de preços utilizado para o cálculo da taxa de inflação;
n, n – t = respectivamente, data de determinação da taxa de inflação e o período anterior
considerado.
EXERCÍCIOS
1. Abaixo estão alguns valores divulgados do ITP (Índice Teórico de Preços) e do INTP (Índice
Nacional Teórico de Preços).
Dez/02 Jun/03 Nov/03 Dez/03
ITP 100,00708,38 1.353,791.576,56
INTP5,934143,459983,9349 100,00
Com base nesses resultados, pede-se:
a) A taxa de inflação, medida pelo ITP e INTP, para os seguintes períodos de 2003:
1. ano
2. 1o semestre
3. mês de dezembro;
b) um bem que custava $ 5.000,00 no início do ano, quanto deve valer ao final deste ano se for
corrigido pela variação do ITP e INTP;
c) admitindo que o proprietário tenha vendido este imóvel ao final do ano por $ 90.000,00,
determinar o lucro obtido.
2. Os índices gerais de preços referentes ao primeiro semestre de 1996 são os seguintes:
Data 31-12-95 31-01-96 28-02-96 31-03-96 30-04-96 31-05-96 30-06-96
Índice de
Preços
148,70 150,07 152,15 153,98 157,21 158,13 162,01
Com base nesses valores, calcular:
a) a evolução dos preços no semestre;
b) a evolução mensal dos preços;
c) se as inflações de julho e agosto de 1996 atingirem, respectivamente, 1,13% e 0,97%,
determinar o índice de preços que deve vigorar em cada um desses meses.
2. FUNDAMENTOS
2.1. TAXAS: PERCENTUAL E UNITÁRIA
A razão cujo denominador é 100 recebe o nome de razão centesimal. São exemplos de razões
centesimais:
, , e
O símbolo % significa que o valor está dividido por 100. Assim, existem duas formas básicas de
notação de valores:
Taxa percentual: exibe o número que deve ser dividido por 100. Não permite operação
algébrica imediata. Por exemplo:
= 30%; = 4%; = 135% e = 27,9%
As expressões 30%, 4%, 135% e 27,9% são chamadas taxas centesimais ou taxas
percentuais.
Taxa unitária: exibe o número puro, permitindo operações algébricas. Por exemplo:
= 0,3; = 0,04; = 1,35 e = 0,279
Porcentagem: é o valor obtido ao aplicarmos uma taxa percentual a um determinado valor.
Exemplos
1. Converta para a forma percentual:
a) 0,57 = 57% b) 2,08 = 208% c) 0,02 = 2%
2. Converta para a forma unitária:
a) 163% = 1,63 b) 2.107% = 21,07% c) 12% = 0,12
3. Num lote de 50 lâmpadas, 13 apresentam defeito; a razão entre o número de lâmpadas
defeituosas e o total de lâmpadas é dada por:
4. Um CD é vendido por R$ 25,00. Se seu preço fosse aumentado em 15%. Quanto passaria a
custar? Se fosse anunciado um desconto de 15% sobre o preço original, quanto o CD passaria
a custar?
- Aumento: Preço = 25 + 0,15 x 25 = 25 . (1 + 0,15) = 25 . 1,15 = R$ 28,75
- Desconto: Preço = 25 – 0,15 x 25 = 25 . (1 – 0,15) = 25 . 0,85 = R$ 21,25
– FATOR DE MULTIPLICAÇÃO:
a) No caso de haver um acréscimo, o fator de multiplicação será:
Fator de Multiplicação = 1 + taxa de acréscimo (na forma decimal)
Veja a tabela abaixo:
Acréscimo ou Lucro Fator de Multiplicação
10% 1,10
15% 1,15
47% 1,47
67% 1,67
Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 temos: 10 * 1,10 = R$ 11,00
No caso de haver um decréscimo, o fator de multiplicação será:
Fator de Multiplicação = 1 – taxa de desconto (na forma decimal)
Veja a tabela abaixo:
DescontoFator de Multiplicação
10% 0,90
25% 0,75
34% 0,66
90% 0,10
Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 temos: 10 * 0,90 = R$ 9,00
EXERCÍCIOS
1. Calcular os valores de:
a) 10% de 29 + 4,2% de 17 b) 5,3% de 18,45 – 3,4% de 2,7
c) 0,4% de 125 + 1,6% de 234,25 d) 4% de 1.439,25 + 3,6% de 17.432
2. De uma classe com 40 alunos, 35% são rapazes. Quantos rapazes e quantas moças há na
classe?
3. O preço de venda de um CD é de R$ 22,00. Quanto passará a custar o CD se a loja
anunciar:
a) Um desconto de 12%? b) Um acréscimo de 5%?
4. De um exame para habilitação de motoristas participaram 380 candidatos; sabe-se que a
taxa de reprovação foi de 15%. Quantos candidatos foram aprovados?
5. Em uma liquidação, uma camisa que custava R$ 24,00 foi vendida com 25% de desconto.
De quanto foi o desconto?
6. Um automóvel foi adquirido por R$ 5.000,00 e vendido com um lucro de R$ 400,00. Qual a
porcentagem de lucro?
7. Um corretor recebe R$ 2.800,00 pela venda de duas casas, tendo sido de 5% a taxa de
comissão. Qual o valor da venda das propriedades?
8. Meio representa quantos por cento de cinco oitavos?
9. Uma nota promissória, cujo valor era de R$ 5.000,00 foi paga com um desconto de R$
250,00. Qual a taxa de desconto
10. Expresse, sob a forma de taxa percentual, cada uma das seguintes razões:
a) b) c)
d) e) 0,125
11. Escreva as taxas percentuais abaixo como razões, sob a forma mais simples possível:
a) 80% b) 25,2% c) 0,48%
d) e) 2
2.2. JURO, CAPITAL E MONTANTE
Chamamos de capital a qualquer valor monetário que uma pessoa (física ou jurídica) empresta
para outra durante certo tempo.
Tendo em vista que o emprestador se abstém de usar o valor emprestado, e ainda, em função
da perda de poder aquisitivo do dinheiro pela inflação e do risco de não pagamento, surge o
conceito de juro, que pode ser definido como o custo do empréstimo (para o tomador) ou a
remuneração pelo uso do capital (para o emprestador).
Chama-se montante ou capital acumulado a soma de um certo capital (aplicado a uma taxa
periódica de juros por determinado tempo) com os próprios juros
A taxa de juro é o coeficiente que determina o valor do juro, isto é, a remuneração do fator
capital utilizado durante certo período de tempo.
2.3. REGIMES DE CAPITALIZAÇÃO
Pode-se compreender regime de capitalização como o processo em que os juros são formados
e sucessivamente incorporados ao capital no decorrer do tempo. Assim, identificam-se dois
regimes de capitalização dos juros: simples(ou linear) e composto (ou exponencial).
O regime de capitalização simples (RCS) comporta-se como se fosse uma progressão
aritmética (PA), crescendo os juros de forma linear ao longo do tempo. Neste critério, os juros
somente incidem sobre o capital inicial da operação (aplicação ou empréstimo), não se
registrando juros sobre o saldo dos juros acumulados.
Exemplo: $ 100,00 aplicados a 5% ao período renderá sempre $ 5,00 (0,05 x $ 100,00) por
período. Em três períodos, o total dos juros será igual a:
3 x $ 5,00 = $ 15,00
No regime de capitalização composta (RCC), ou regime de juros compostos ocorre sempre de
forma cumulativa. A taxa de juros incidirá sobre o montante acumulado no final do período
anterior. Assim:
– Ao final do 1o período, os juros incidentes sobre o capital inicial são a eles incorporados,
produzindo o 1o montante (M1).
– Ao final do 2o período, os juros incidem sobre M1 e incorporam-se a ele, gerando o
2o montante (M2).
– Ao final do 3o período, os juros incidem sobre M2 e incorporam-se a ele, gerando o
3o montante (M3), e assim por diante.
Exemplo: Um capital de $ 1.000,00 foi aplicado durante 3 anos à taxa de 10% ao ano, em
regime de juros compostos. No final do período o montante será?
- 1o ano: 1.000,00 x 0,10 = $ 100,00  Montante = $ 1.100,00
- 2o ano: 1.100,00 x 0,10 = $ 110,00  Montante = $ 1.210,00
- 3o ano: 1.210,00 x 0,10 = $ 121,00  Montante = $ 1.331,00
2.4. FLUXO DE CAIXA
O diagrama de fluxo de caixa (DFC) representa graficamente a movimentação de recursos ao
longo do tempo (entradas e saídas de caixa). Os principais aspectos do diagrama de fluxo de
caixa são:
1. a escala horizontal representa o tempo o tempo (dias, semanas, meses, anos etc);
2. o ponto 0 representa, normalmente, a data inicial. O ponto n representa o número de
períodos passados;
3. as entradas de dinheiro correspondem aos recebimentos. Têm sinal positivo e são
representadas por setas apontadas para cima.
4. as saídas de dinheiro correspondem aos pagamentos. Têm sempre sinal negativo e são
representadas por setas apontadas para baixo.
Operação de Empréstimo Operação de Aplicação
Exemplo: O diagrama de fluxo de caixa de um empréstimo contraído por alguém no valor de $
300,00 que será quitado mediante o pagamento de $ 340,00, daqui a seis meses, pode ser
visto a seguir.
Exercícios
1. Represente o diagrama de fluxo de caixa de uma aplicação no valor de $ 500,00 que será
resgatado em 3 parcelas iguais, mensais, no valor de $ 200,00.
2. Uma empresa pensa em abrir uma nova instalação industrial com investimento inicial igual
a$ 300,00. Os gastos anuais associados aos cinco anos de vida do negócio são estimados em
$ 80,00 e as receitas em $ 200,00. Represente o diagrama de fluxo de caixa dessa operação.
3. Construa o diagrama para os fluxos de caixa dados a seguir:
AnoFluxo de caixa
0 – 700,00
1 500,00
2 400,00
3 300,00
4 200,00
5 – 300,00
3. JUROS SIMPLES
3.1. FÓRMULAS DO JURO E DO MONTANTE
Juros: O valor dos juros é calculado a partir da seguinte expressão:
J = C x i x n
onde: J = valor dos juros ($);
C = capital ($) ou valor presente (VP) representativo de determinado momento;
i = taxa de juros, expressa em sua forma unitária;
n = prazo.
Para cálculo dos demais valores:
– Abreviaturas empregadas na notação das taxas
Abreviatura Significado
a.d. ao dia
a.m. ao mês
a.b. ao bimestre
a.t. ao trimestre
a.q. ao quadrimestre
a.s. ao semestre
a.a. ao ano
Obs.: A taxa de juros (i) e o número de períodos (n) devem estar na mesma base. Porém,
deve-se sempre alterar n, evitando alterar i.
Exemplo 1: Um capital de $ 500,00 foi aplicado a taxa de 5% a.m. no regime de capitalização
simples. Qual o valor dos juros mensais?
Solução: J = C x i = 500 x 0,05  J = $ 25,00
Exemplo 2: Um capital de $ 120,00 foi aplicado a uma taxa de 4% a.m. no regime de
capitalização simples por sete meses. Qual o valor dos juros capitalizados durante o período de
vigência da aplicação?
Solução: J = C x i x n = 120,00 x 0,04 x 7 = $ 33,60
Exemplo 3: Uma pessoa compra a prazo de um CD-player que custa a vista $ 300,00 pode ser
paga em duas parcelas mensais iguais (entrada no ato) no valor de $ 170,00. Qual é a taxa de
juros mensal cobrada pela loja?
Solução: C = 300,00 – 170,00 = $ 130,00
J = 170,00 – 130,00 = $ 40,00
ou 30.77%
Capital e Montante: Um determinado capital, quando aplicado a uma taxa periódica de juro
por determinado tempo, produz um valor acumulado denominado de montante (M) ou valor
futuro (VF). Assim, o montante é constituído do capital mais o valor acumulado dos juros, isto
é:
M = C + J
No entanto, sabe-se que:
J = C . i . n
Assim,
M = C + C . i . n
M = C.(1 + i . n)
O valor de C pode ser obtido por:
O valor de i pode ser obtido por:
O valor de n pode ser obtido por:
EXERCÍCIOS
1. Um capital de $ 80.000,00 é aplicado à taxa de 2,5% ao mês no RCS, durante um trimestre.
Pede-se determinar o valor dos juros acumulados neste período.
R: J = 6.000,00
2. Um negociante tomou um empréstimo pagando uma taxa de juros simples de 6% ao mês
durante nove meses. Ao final deste período, calculou em $ 270.000,00 o total dos juros
incorridos na operação. Determinar o valor do empréstimo.
R: C =500.000,00
3. Um capital de $ 40.000,00 foi aplicado num fundo de poupança por 11 meses, produzindo
um rendimento financeiro de $ 9.680,00. Pede-se apurar a taxa de juros simples oferecida por
esta operação.
R: i = 2,2%
4. Uma aplicação de $ 250.000,00 rendendo uma taxa de juros simples de 1,8% ao mês
produz, ao final de determinado período, juros no valor de $ 27.000,00. Calcular o prazo da
aplicação.
R: n = 6 meses
5. Uma empresa tomou $ 3.000,00 emprestados para pagar dentro de 5 meses, a uma taxa de
juros simples igual a 6% a.m. Calcule o valor futuro dessa operação.
R: M = $ 3.900,00
6. Uma aplicação feita no regime de juros simples rendeu um montante igual a $ 750,00 após 5
meses, a uma taxa de 10% a.m. Qual o capital inicial da operação?
R: C =
7. O valor de $ 200,00 foi aplicado por cinco meses, permitindo a obtenção de $ 400,00.
Sabendo que o regime de capitalização era simples, calcule a taxa de juros mensal praticada
durante a operação.
R: i =0,20 = 20%
8. A quantia de $ 134,00 foi obtida como montante de uma aplicação de $ 68,00 feita a taxa de
2% a.m. regime de capitalização simples. Qual a duração da operação?
R: i = 48,53
3.2. TAXAS EQUIVALENTES
Toda operação financeira envolve dois prazos:
(1) o prazo a que se refere a taxa de juros;
(2) o prazo de capitalização (ocorrência) dos juros.
Admita um empréstimo bancário a uma taxa nominal de 24% ao ano. Ao se estabelecer que os
encargos incidirão sobre o principal somente ao final de cada ano, os dois prazos considerados
são coincidentes.
Por outro lado, sabe-se que a caderneta de poupança paga aos seus depositantes uma taxa de
juros de 6% ao ano, a qual é agregada ao principal todo mês através de um percentual
proporcional de 0,5%. Tem-se aqui, então, dois prazos – prazo da taxa (ano) e prazo de
capitalização (mês).
É necessário expressar estes prazos diferentes na mesma base de tempo. Ou, ou o período de
capitalização passa a ser expresso na unidade de tempo da taxa de juros.
No regime de juros simples, transforma-se o prazo da taxa para o de capitalização através da
divisão entre a taxa de juros considerada na operação e a quantidade de períodos de
capitalização. Esta transformação é processada pela denominada taxa proporcional de
juros também denominada de taxa linear ou nominal.
Exemplos
1) Para uma taxa de juros de 18% ao ano, se a capitalização for definida mensalmente, o
percentual de juros que incidirá sobre o capital a cada mês será:
Taxa Proporcional = = 0,015 = 1,5% ao mês
As taxas de juros simples se dizem equivalentes quando, aplicadas a um mesmo capital e pelo
mesmo intervalo de tempo, produzem o mesmo volume linear de juros.
2) Um capital de $ 500.000,00, se aplicado a 2,5% a.m. ou 15% a.s. pelo prazo de um ano,
produz o mesmo montante linear de juros. Isto é:
J (2,5% a.m.) = $ 500.000,00 x 0,025 x 12 = $ 150.000,00
J (15% a.s.) = $ 500.000,00 x 0,15 x 2 = $ 150.000,00
No regime de juros simples, taxas proporcionais (nominais ou lineares) e taxas equivalentes
são consideradas a mesma coisa.
Pelo critério de proporcionalidade de taxas de juros, diz-se que duas taxas de juros ia e ib,
referidas a períodos diferentes no regime de capitalização simples, são proporcionais quando:
Ma = Ca (1 + ia . na) e Mb = Cb (1 + ib . nb)
Como Ma = Mb e Ca = Cb, tem-se que:
(1 + ia . na) = (1 + ib . nb) ou ia . na = ib . nb
Observa-se que ia e na, da mesma forma que ib e nb devem estar na mesma base. Assim:
Exemplo: Determinar as taxas semestral e anual proporcionais à taxa de juros simples de 3%
a.m.
= 0,18 = 18% a.s.
= 0,36 = 36% a.s.
EXERCÍCIOS
1. Determine a taxa de juros simples anual proporcional às seguintes taxas:
(a) 2,5% ao mês; (b) 56% ao quadrimestre; (c) 32,5% para cinco meses.
R: i = 30% a.a. i = 168% a.a. i = 78% a.a.
2. Calcular o montante de um capital de $ 600.000,00 aplicado à taxa de 2,3% ao mês pelo
prazo de um ano e 5 meses.
R: M = $ 834.600,00
3. Uma dívida de $ 30.000,00 a vencer dentro de um ano é saldada 3 meses antes. Para a sua
quitação antecipada, o credor concede um desconto de 15% ao ano. Apurar o valor da dívida a
ser pago antecipadamente.
R: C = 28.915,66
3.3. JURO EXATO E JURO COMERCIAL
É comum nas operações de curto prazo, onde predominam as aplicações com taxas
referenciadas em juros simples, ter-se o prazo definido em número de dias. Nestes casos, o
número de dias pode ser calculado de duas maneiras:
a) pelo tempo exato, utilizando-se efetivamente o calendário do ano civil (365 dias). O juro
apurado desta maneira denomina-se juro exato;
b) pelo ano comercial, o qual admite o mês com 30 dias e o ano com 360 dias. Tem-se, por
este critério, a apuração do denominado juro comercial ou ordinário.
Por exemplo, 12% ao ano equivale, pelos critérios enunciados, à taxa diária de:
a) Juro Exato: = 0,032877% ao dia
b) Juro Comercial: = 0,033333% ao dia
Exercícios
1. Calcule os juros simples cobrados sobre uma operação de empréstimo no valor de $
40.000,00, realizada por 58 dias, com uma taxa igual a 23% a.a. Empregue nos cálculos o ano:
a) comercial; R: J = $ 1482,22
b) civil ou exato. R: J = $ 1.461,92
2. Calcule os juros simples de um capital de $ 65.000,00 aplicado durante 188 dias a taxa de
8% a.a. Empregue nos cálculos o ano:
a) comercial; R: $ 2.715,56
b) exato. R: $ 2.678,36
3. Calcule o montante correspondente a um negócio de $ 60.500,00 aplicado pelo prazo de 53
dias, à taxa de 5% a.m., no regime de juros simples e considerando o ano comercial.
R: M = 65.844,17
3.4. VALOR NOMINAL E VALOR ATUAL
A expressão (1 + i . n) é definida como fator de capitalização dos juros simples. Ao multiplicar
um capital por este fator, corrige-se o seu valor para uma data futura, determinando o
montante. O valor de uma dívida, na data de seu vencimento, é chamado de valor nominal.
O inverso, ou seja, 1/(1 + i . n) é denominado de fator de atualização. Ao se aplicar o fator
sobre um valor expresso em uma data futura, apura-se o seu equivalente numa data atual
(valor atual).
Exercícios
1. Uma pessoa aplica $ 18.000,00 à taxa de 1,5% ao mês durante 8 meses. Determinar o valor
acumulado ao final deste período.
R: M = $ 20.160,00
2. Uma dívida de $ 900.000,00 irá vencer em 4 meses. O credor está oferecendo um desconto
de 7% ao mês caso o devedor deseje antecipar o pagamento para hoje. Calcular o valor que o
devedor pagaria caso antecipasse a liquidação da dívida.
R: C = $ 703.125,00
4. DESCONTOS SIMPLES
4.1. CONCEITOS BÁSICOS
1. Valor Nominal: É o valor definido para um título em sua data de vencimento. Representa,
em outras palavras, o próprio montante da operação (valor de resgate).
2. Desconto: É a operação de se liquidar um título antes de seu vencimento, o que envolve
geralmente uma recompensa pelo pagamento antecipado. Assim, desconto é a diferença entre
o valor nominal de um título e o seu valor atualizado apurado n períodos antes de seu
vencimento.
3. Valor Descontado: É o valor atual de um título na data do desconto, sendo determinado
pela diferença entre o valor nominal e o desconto, ou seja:
Valor Descontado = Valor Nominal – Desconto
4.2. DESCONTO SIMPLES RACIONAL OU “POR DENTRO”
O desconto racional, também denominado de desconto “por dentro”, incorpora os conceitos e
relações básicas de juros simples.
Assim, sendo Dr o valor do desconto racional, C o capital (ou valor atual), i a taxa periódica de
juros e n o prazo do desconto (número de períodos que o título é negociado antes de seu
vencimento), tem-se a conhecida expressão de juros simples:
Dr = C x i x n
Pela própria definição de desconto e introduzindo-se o conceito de valor descontado no lugar
de capital no cálculo do desconto, tem-se:
Dr = N – Vr
sendo N o valor nominal (ou valor de resgate ou montante) e Vr o valor descontado racional (ou
valor atual) na data da operação. Como:
tem-se então o valor do desconto racional a juros simples:
O valor descontado é obtido pela seguinte expressão:
Vr = N – Dr
No desconto racional, o juro incide sobre o capital do título. A taxa de juro (desconte) cobrada
representa o custo efetivo de todo o período do desconto.
Exemplo 1: Seja um título de valor de $ 4.000,00 vencível em um ano, que está sendo
liquidado 3 meses antes de seu vencimento. Sendo de 42% a.a. a taxa nominal de juros
corrente, pede-se calcular o desconto e o valor descontado desta operação.
Solução: Graficamente:
Desconto:
$ 380,10
Valor Descontado: Vr = N – Dr
Vr = 4.000,00 – 380,10 = $ 3.619,90
ou
$ 3.619,90
Do ponto de vista do devedor, $ 380,10 representam o valor que está deixando de pagar por
saldar a dívida antecipadamente. O valor líquido do pagamento (valor descontado) é de $
3.619,90.
Exemplo 2: Determinar a taxa mensal de desconto racional de um título negociado 60 dias
antes de seu vencimento, sendo seu valor de resgate igual a $ 26.000,00 e valor atual na data
do desconto de $ 24.436,10.
Solução: Sabe-se que no desconto racional o desconto é aplicado sobre o valor atual do título,
ou seja, sobre o capital liberado. Logo:
Dr = Vr x i x n e
ou 3,2% a.m.
EXERCÍCIOS
1. Calcular o valor racional nas seguintes condições:
a) Valor nominal: $ 70.000,00
Prazo do desconto: 3 meses R: Vr = $5.483,87
Taxa de desconto: 34% a.a.
b) Valor nominal: $ 37.000,00
Prazo do desconto: 80 dias R: Vr = $ 1.947,37
Taxa de desconto: 25% a.a.
2. Calcular a taxa mensal racional de um título com valor nominal de $ 5.400,00 negociado 90
dias antes de seu vencimento. O valor atual deste título é de $ 4.956,90
R: i = 2,98% a.m.
4.3. DESCONTO SIMPLES COMERCIAL OU “POR FORA”
Esse tipo de desconto, simplificadamente por incidir sobre o valor nominal (valor de resgate) do
título, proporciona maior volume de encargos financeiros efetivos nas operações.
A modalidade de desconto “por fora” é amplamente adotada pelo mercado em operações de
crédito bancário e comercial em curto prazo.
O valor desse desconto, (desconto por fora) DF, no regime de juros simples é determinado pelo
produto do valor nominal do título (N), da taxa de desconto periódica “por fora” contratada na
operação (d) e do prazo de antecipação definido para o desconto (n). Isto é:
DF = N x d x n
O valor descontado “por fora” (VF), aplicando-se a definição é obtido:
VF = N – DF
VF = N – N x d x n
Exemplo 1: Seja um título de valor de $ 4.000,00 vencível em um ano, que está sendo
liquidado 3 meses antes de seu vencimento. Sendo de 42% a.a. a taxa de desconto adotada,
pede-se calcular o desconto e o valor descontado desta operação.
Solução: Graficamente:
Desconto: DF = N x d x n
DF = 4.000,00 x 0,035 x 3 DF = $ 420,00
O maior valor dos juros cobrado pelo título deve-se ao fato de o desconto “por fora” ser
aplicado diretamente sobre o valor nominal (valor de resgate) e não sobre o valor atual como é
característico das operações de desconto racional.
O valor de desconto “por fora” equivale, num mesmo momento do tempo, ao montante do
desconto “por dentro”, supondo-se as mesmas condições de prazo e taxa. Isto é:
DF = Dr (1 + i x n)
DF = 380,10 x (1 + 0,035 x 3) = 380,10 x 1,105
DF = $ 420,00
Valor Descontado: VF = N (1 – d x n)
VF = 4.000,00 x (1 – 0,035 x 3) = 4.000,00 x 0,895
VF = $ 3.580,00
Exemplo 2: Determinar a taxa de desconto “por fora” de um título negociado 60 dias antes de
seu vencimento, sendo seu valor de resgate igual a $ 26.000,00 e valor atual na data do
desconto de $ 24.436,10.
Solução:
DF = N – VF
DF = 26.000,00 – 24.436,10  DF = $ 1.563,90
DF = N x d x n
1.563,90 = 26.000,00 x d x 2
1.563,90 = 52.000,00 x d
= 0,030 ou 3,0% ao mês
4.4. TAXA DE DESCONTO E TAXA EFETIVA
Suponha um título de valor nominal de $ 50.000,00, descontado num banco um mês antes de
seu vencimento à taxa de 5% ao mês. Aplicando-se o critério de desconto “por fora”, tem-se:
Observe que a taxa de juros adotada de 5% a.m. não iguala VF e N em nenhum momento. Ou
seja, esta taxa, se aplicada ao valor descontado de $ 47.500,00, não produz, para o período de
um mês, o montante de $ 50.000,00 (atinge a: $ 47.500,00 + 5% = $ 49.875,00).
Logo a uma taxa implícita de juros na operação, superior aos declarados 5% ao mês, que
conduz VF e N a um mesmo resultado no período. Esta taxa é obtida por:
D = C x i x n
Assim:
Substituindo os valores, chega-se a:
= 5,26% ao mês
O resultado indica que há uma taxa implícita de juro de 5,26% numa operação de desconto de
5% a.m. (d = 5%) pelo período de um mês.
Os cálculos de apuração da taxa de juros podem ser substituídos pelo emprego direto da
seguinte fórmula:
Aplicando-se esta fórmula ao exemplo anterior:
= 5,26% ao mês
Para n = 2 meses  = 11,11% ao mês
Exemplo: Se a taxa de desconto comercial for de 4% a.m., e o prazo de vencimento de uma
duplicata for de 3 meses, qual a taxa mensal de juros simples da operação?
Resolução:
Temos: d = 4% e n = 3
= 0,0455 = 4,55% a.m.
EXERCÍCIOS
1. Um título é descontado num banco 3 meses antes de seu vencimento. A taxa de desconto
definida pelo banco é de 3,3% a.m. Sendo de $ 25.000,00 o valor nominal deste título, e
sabendo-se que a instituição financeira trabalha com sistema de desconto “por fora”, pede-se
calcular:
a) valor do desconto cobrado pelo banco e o valor descontado do título liberado ao cliente;
R: DF = $ 2.475,00 e VF = $ 22.525,00
b) taxa implícita simples desta operação;
R: i = 10,99% a.t. ou i = 3,66% a.m.
c) apuração da taxa implícita pela fórmula direta de cálculo.
R: i = 10,99% a.t.
2. Uma instituição financeira publica que sua taxa de desconto é de 3,5% ao mês. Calcular a
taxa implícita mensal admitindo um prazo de desconto de dois meses.
R: i = 7,53% a.b.
5. JUROS COMPOSTOS
5.1. FÓRMULA DO MONTANTE COMPOSTO
De modo geral, um capital C, a juros compostos, aplicado a uma taxa fixa i, durante n períodos,
produz:
1. Ao final do 1o período: M1 = C + Ci  M1 = C (1 + i)
2. Ao final do 2o período: M2 = M1 + M1 . i = M1 (1 + i)  M2 = C (1 + i)2
3. Ao final do 3o período: M3 = M2 + M2 . i = M2 (1 + i)  M3 = C (1 + i)3
.
1. Ao final do n-ésimo período: Mn = C (1 + i)n
Em função do capital:
Em função da taxa:
Em função do período:
Como o valor monetário dos juros (J) é apurado pela diferença entre o montante (M) e o capital
(C), podendo-se obter o seu resultado também pela seguinte expressão:
J = M – C = C (1 + i)n – C  J = C [(1 + i)n– 1]
Exemplo 1: Em uma operação de empréstimo de R$ 100,00 por 3 meses, a uma taxa de 60%
a.m., os juros de cada período incidirão sempre sobre o montante do final do período anterior.
Assim, a composição dos valores futuros, mediante o emprego de juros simples e compostos
pode ser vista no quadro abaixo.
N M (JS)M (JC)
0 100,00 100,00
0,1106,00 104,81
0,5130,00 126,49
0,8148,00 145,65
1 160,00 160,00
2 220,00 256,00
3 280,00 409,60
O valor futuro calculado no regime de capitalização composta supera aquele obtido no regime
de capitalização simples para períodos superiores à unidade. Para períodos menores que 1, o
valor futuro, calculado mediante o emprego de juros simples, é maior.
Obs.: A taxa de juros (i) e o período (n) devem estar sempre na mesma base. Porém, no
regime de juros compostos a taxa de juros nunca deve ser multiplicada ou dividida. O que deve
ser feito é a alteração do período para a mesma base da taxa.
Exemplo 2: Qual o montante obtido de uma aplicação de $ 550,00 feita por quatro meses a
uma taxa de 20% a.a.
Resp.: Neste caso, é necessário equiparar taxa e prazo, expressando o prazo em anos:
quatro meses = ano
Aplicando-se a fórmula, encontra-se:
M = C (1 + i)n = 550 (1 + 0,2)  M = 584,46
EXERCÍCIOS
1. Uma operação no regime de capitalização composta rendeu um montante igual a $ 8.400,00
após 6 meses. Sabendo que a taxa da operação foi igual a 2% a.m., calcule o valor presente
(capital).
R: C = 7.458,96
2. Um capital inicial de $ 430,00 rendeu $ 80,00 de juros após permanecer aplicado por 4
meses. Qual foi a taxa de juros mensal da aplicação?
R: i = 0,0436
3. Um montante de $ 630,00 foi obtido após a aplicação de $ 570,00 a uma taxa de juros
compostos igual a 3% a.m. Qual foi a duração da operação?
R: n = 3,3859 meses
5.2. TAXAS EQUIVALENTES
Em juros simples, a taxa equivalente é a própria taxa proporcional da operação. Por exemplo, a
taxa de 3% ao mês e 9% ao trimestre são ditas proporcionais, pois mantêm a seguinte relação:
=
Prazos Taxas
São equivalentes, pois promovem a igualdade dos montantes de um mesmo capital ao final de
certo período de tempo. Por exemplo, em juros simples um capital de $ 80.000,00 produz o
mesmo montante em qualquer data se capitalizado a 3% a.m. e 9% a.t.
e assim por diante.
No regime de juros compostos, a fórmula de cálculo da taxa de juros é da forma exponencial,
sendo esta a média geométrica da taxa de juros do período inteiro, isto é:
onde:
q = número de períodos de capitalização.
Exemplo 1: Qual a taxa equivalente composta mensal de 10,3826% ao semestre?
= 1,0166 – 1 = 0,0166 ou 1,66%
Assim, para um mesmo capital e prazo de aplicação, é indiferente o rendimento de 1,66% ao
mês ou 10,3826% ao semestre. Neste exemplo, para um capital de $ 100.000,00 aplicado por
dois anos produz:
1. Para i = 1,66% e n = 24 meses:
M = 100.000,00 (1,0166)24 = $ 148.457,63
1. Para i = 10,3826% e n = 4 semestres:
M = 100.000,00 (1,103826)4 = $ 148.457,63
Exemplo 2: Um certo banco divulga que a rentabilidade oferecida por uma aplicação financeira
é de 12% ao semestre (ou 2% ao mês). Desta maneira, uma aplicação de $ 10.000,00 produz,
ao final de 6 meses, o montante de $ 11.200,00 ($ 10.000,00 x 1,12). Efetivamente, os 12%
constituem-se na taxa de rentabilidade da operação para o período inteiro de um semestre e,
em bases mensais, esse percentual deve ser expresso em termos de taxa equivalente
composta. Assim, os 2% de rendimentos mensais anunciados pelo banco são equivalentes aos
12% de rendimentos do semestre?
= 0,0191
i6 = 1,91%
Naturalmente, ao se aplicar $ 10.000,00 por 6 meses a uma taxa composta de 1,91% ao mês,
chega-se ao seguinte montante:
M = 10.000,00 (1,0191)6 = $ 11.200,00
EXERCÍCIOS
1. Quais as taxas de juros compostos mensal e trimestral equivalentes a 25% ao ano?
R: i = 1,877% a.m. i = 5,737%
2. Explicar a melhor opção: aplicar um capital de $ 60.000,00 à taxa de juros compostos de
9,9% ao semestre ou à taxa de 20,78% ao ano.
R: As duas taxas produzem o mesmo montante em um período de capitalização igual: M =
72.468,00
3. Demonstrar se a taxa de juros de 11,8387% ao trimestre é equivalente à taxa de 20,4999%
para cinco meses. Calcular também a equivalente mensal composta dessas taxas.
R: Em 15 meses  i3 = 74,969% e i5 = 74,969%
5.3. CÁLCULO DO MONTANTE EM UM NÚMERO FRACIONÁRIO DE PERÍODOS
No regime de juros compostos, o prazo de uma operação pode ser fracionado (desmembrado)
sem que isso leve a alterar os resultados de valor presente (C) e valor futuro (M) calculados.
Basicamente, esta propriedade pode ser explicada pelo produto de potências.
Sendon = n1 + n2, tem-se:
M = C x (1 + i)n
ou M = C (1 + i)n1 x (1 + i)n 2 = C x (1 + i)n1 + n 2 = C x (1 + i)n
O prazo do expoente (prazo n) pode ser fracionado de forma que a soma dos subperíodos seja
igual ao período inteiro.
Exemplo: Calcular o montante de um capital de $ 30.000,00 aplicado a 14% ao ano, pelo
prazo de um ano, tendo os seguintes períodos de capitalização:
n = 12 meses: M = 30.000,00 x (1,14) = $ 34.200,00
n = 6 meses: M = 30.000,00 x (1,14)1/2 x (1,14)1/2 = $ 34.200,00
n = 4 meses: M = 30.000,00 x (1,14)1/3 x (1,14)1/3 x (1,14)1/3 = $ 34.200,00
e assim por diante.
Para cada período de capitalização pode-se também utilizar a respectiva taxa equivalente
composta, ao invés de se trabalhar com expoentes fracionários:
1. n = 12 meses i = 14% a.a.
M = 30.000,00 x (1,14) = $ 34.200,00
1. n = 6 meses = 6,77% a.s.
M = 30.000,00 x (1,0677)2 = $ 34.200,00
1. n = 4 meses = 4,46% a.q.
M = 30.000,00 x (1,0446)3 = $ 34.200,00
A equivalência financeira (de capitais) se verifica quando dois ou mais capitais produzem o
mesmo resultado se expressos em certa data comum de comparação a uma mesma taxa de
juros.
Em juros compostos a equivalência de capitais pode ser definida para qualquer data focal. A
capacidade de desmembramento do prazo determina que a equivalência independe da data de
comparação escolhida.
Exemplo: Admita que A deve a B os seguintes pagamentos:
1. $ 50.000,00 de hoje a 4 meses.
2. $ 80.000,00 de hoje a 8 meses.
Suponha que A esteja avaliando um novo esquema de pagamento, em substituição ao original.
A proposta de A é a de pagar $ 10.000,00 hoje, $ 30.000,00 de hoje a 6 meses e o restante ao
final do ano.
Sabe-se que B exige uma taxa de juros de 2% a.m. Esta taxa é a que consegue obter
normalmente em suas aplicações de capital. Pede-se apurar o saldo a ser pago.
A situação trata da substituição de um conjunto de compromissos financeiros por outro
equivalente, devendo-se determinar o valor do pagamento no mês 12. Este pagamento deve
ser tal que o valor da proposta expressa em certa data focal seja exatamente igual ao valor do
plano original expresso no mesmo momento.
Admitindo que a data de comparação escolhida seja o momento atual (data zero), tem-se:
1. Data Focal = 0
46.192,27 + 68.279,23 = 10.000,00 + 26.639,14 +
114.471,50 = 36.639,14 + 0,7885 X  77.832,36 = 0,7885 X
X = $ 98.710,25
Definindo-se o mês 12 outra data focal para o cálculo do pagamento:
1. Data Focal = 12
50.000 x (1 + 0,02)8 + 80.000 x (1 + 0,02)4 = 10.000 x (1 + 0,02)12 + 30.000 x (1 + 0,02)6 + X
58.582,97 + 86.594,57 = 12.682,42 + 33.784,87 + X
145.177,54 = 46.467,29 + X
X = $ 98.710,25
O saldo a pagar não se altera com a data focal. Em juros compostos a equivalência financeira
independe do momento tomado como comparação.
EXERCÍCIOS
1. Uma empresa deve $ 180.000,00 a um banco sendo o vencimento definido em 3 meses
contados de hoje. Prevendo dificuldades de caixa no período, a empresa negocia com o banco
a substituição deste compromisso por dois outros de valores iguais nos meses 5 e 6 contados
de hoje. Sendo de 3,6% ao mês a taxa de juros, pede-se calcular o valor dos pagamentos
propostos sendo a data focal:
a) hoje; R: P = 98.304,64
b) de hoje a 3 meses; R: P = 98.304,64
c) de hoje a 5 meses. R: P = 98.304,64
2. Um título vence daqui a 4 meses apresentando um valor nominal (resgate) de $ 407.164,90.
É proposta a troca deste título por outro de valor nominal de $ 480.00,00 vencível daqui a 8
meses. Sendo de 5% ao mês a rentabilidade exigida pelo aplicados, pede-se avaliar se a troca
é vantajosa.
R: a) i = 4,2% a.m. < 5% a.m. b) C = $ 394.897,20 < $ 407.164,90  não é vantajoso
– Convenção Linear e Convenção Exponencial para Períodos não Inteiros
Em algumas operações financeiras, o prazo não é um número inteiro em relação ao prazo
definido para a taxa. Por exemplo: taxa de juros de 18% ao ano e prazo da operação de 1 ano
e 7 meses. Sendo anual o período de capitalização dos juros, o prazo inteiro é 1 ano e o
fracionário 7 meses.
Ao se adotar o conceito de capitalização descontínua, não poderia haver incorrência de juros
no intervalo de tempo fracionário, somente ao final de um período completo. Como na prática é
muito raro a não formação dos juros em intervalos de tempo inferiores a um período inteiro,
passa-se a adotar duas convenções para solucionar estes casos: linear e exponencial.
a) Convenção Linear: A convenção linear admite a formação de juros compostos para a parte
inteira do prazo e de juros simples para a parte fracionária. A expressão de cálculo do
montante na convenção linear é a seguinte:
sendo: m/k = parte fracionária do prazo.
Exemplo: Seja o capital de $ 100.000,00 emprestado à taxa de 18% ao ano pelo prazo de 4
anos e 9 meses. Calcular o montante deste empréstimo pela convenção linear.
Solução: C = $ 100.000,00 i = 18% a.a. n (inteiro) = 4 anos M = ?
(fracionário) =
M = 100.000,00 x 1,938778 x 1,135
M = $ 220.051,30
Na maioria das operações financeiras é adotada a convenção exponencial para todo o intervalo
de tempo.
b) Convenção Exponencial: A convenção exponencial adota a capitalização composta tanto
para a parte inteira como para a fracionária.
Esta convenção é mais generalizadamente usada na prática, sendo considerada tecnicamente
mais correta por empregar somente juros compostos e taxas equivalentes para os períodos
não inteiros. A expressão básica de cálculo é a seguinte:
Exemplo: Utilizando os dados do exemplo anterior, calcula-se o montante:
Solução:
M = 100.000,00 x (1,18)4 + 0,75
M = 100.000,00 x (1,18)4,75 = $ 219.502,50
O procedimento é o mesmo ao se determinar a taxa equivalente mensal de 18% ao ano e
capitalizá-la para os 57 meses (4 anos e 9 meses):
i = 18% a.a.
= 1,388843% a.m.
M = 100.000,00 x (1 + 0,01388843)57 = $ 219.502,50
Observe que existe uma diferença entre os montantes apurados:
M (Conv. Linear) = $ 220.051,30
M (Conv. Exponencial) = $ 219.502,50
Diferença: $ 548,80
EXERCÍCIOS
1. Um capital no valor de $ 5.000,00 foi aplicado por 3 meses e 15 dias a taxa de 4% a.m. no
regime de capitalização composta com convenção linear. Estime qual será o valor de resgate
desta aplicação.
R: M = $ 5.736,81
2. O valor de $ 68.000,00 foi resgatado após ter sido aplicado por 2 meses e 3 dias a uma taxa
de 8% a.m., no regime de capitalização composta com convenção linear. Determine qual foi o
capital aplicado.
R: M = $ 57.836,35
3. Uma pessoa aplicou um capital pelo prazo de 2 anos e 5 meses à taxa de 18% a.a.
Determinar o valor da aplicação sabendo-se que o montante produzido ao final do período
atinge $ 24.800,00. Resolver o problema utilizando as convenções linear e exponencial.
R: Convenção Linear: C = $ 16.586,35
Convenção Exponencial: C = $ 16.624,05
5.4. PERÍODO DE CAPITALIZAÇÃO DIFERENTE DO PERÍODO DA TAXA
– Taxa Nominal e Efetiva: A taxa efetiva de juros é a taxa dos juros apurada durante todo o
prazo n, sendo formada exponencialmente através dos períodos de capitalização. Ou seja, taxa
efetiva é o processo de formação dos juros pelo regime de juros compostos ao longo dos
períodos de capitalização. É obtida pela seguinte expressão:
Taxa Efetiva (if) = (1 + i)q – 1
onde q representa o número de períodos de capitalização dos juros.
Por exemplo, uma taxa de 3,8% ao mês determina um montante efetivo de juros de 56,45% ao
ano, os seja:
if = (1 + 0,038)12 – 1 = 0,56447 ou 56,45% a.a.
Quando se diz, por outro lado, que uma taxa de juros é nominal, geralmente é admitido que o
prazo dos juros (ou seja, período de formação e incorporação dos juros ao principal) não é o
mesmo daquele definido para a taxa de juros.
Por exemplo, seja a taxa nominal de juros de 36% ao ano capitalizada mensalmente. Os
prazos não são coincidentes. O prazo de capitalização é de um mês e o prazo a que se refere
a taxa de juros igual a um ano (12 meses).
Assim, 36% ao ano representa uma taxa nominal de juros, expressa para um período inteiro, a
qual deve ser atribuída ao período de capitalização.
Quando se trata de taxa nominal é comum admitir-se que a capitalização ocorre por juros
proporcionais simples. Assim, no exemplo, a taxa por período de capitalização é de 36% /12 =
3% ao mês (taxa proporcional ou linear).
Ao se capitalizar esta taxa nominal, apura-se uma taxa efetiva de juros superior àquela
declarada para a operação. Assim:
1. Taxa nominal da operação para o período = 36% ao ano
2. Taxa proporcional simples
(taxa definida para o período de capitalização) = 3% ao mês
1. Taxa efetiva de juros: ao ano
Para que 36% ao ano fosse considerada a taxa efetiva, a formação mensal dos juros deveria
ser feita a partir da taxa equivalente composta, ou seja:
Ao se capitalizar exponencialmente esta taxa de juros equivalente mensal chega-se aos 36%
ao ano:
Exemplo: O custo efetivo de 4,2% ao mês cobrado por um banco, pode ser equivalentemente
definido em 4,12% ao mês para o mesmo período, ou seja:
= 0,137234% ao dia
x 30
4,12% ao mês
A taxa de 4,12% a.m. é nominal (linear) e equivalente a efetiva de 4,2% a.m.
EXERCÍCIOS
1. Um empréstimo no valor de $ 11.000,00 é efetuado pelo prazo de um ano à taxa nominal
(linear) de juros de 32% ao ano, capitalizados trimestralmente. Pede-se determinar o montante
e o custo efetivo do empréstimo.
R. M = $ 14.965,40 if = 36% a.a.
2. A caderneta de poupança paga juros anuais de 6% com capitalização mensal à base de
0,5%. Calcular a rentabilidade efetiva desta aplicação financeira.
R. if = 6,17% a.a.
3. Sendo de 24% a.a. a taxa nominal de juros cobrada por uma instituição, calcular o custo
efetivo anual, admitindo que o período de capitalização dos juros seja:
a) mensal; R: if = 26,82% a.a.
b) trimestral; R: if = 26,25% a.a.
c) semestral. R: if = 25,44% a.a.
4. Uma aplicação financeira promete pagar 42% ao ano de juros. Sendo de um mês o prazo da
aplicação, pede-se determinar a sua rentabilidade efetiva considerando os juros de 42% a.a.
como:
a) Taxa Efetiva R: iq = 2,97% a.m.
b) Taxa Nominal R: i = 3,5% a.m. if = 51,1% a.a.
5.5. VALOR ATUAL E VALOR NOMINAL A JUROS COMPOSTOS
No cálculo de juros compostos, o valor (1 + i)n é o fator de capitalização (ou de valor futuro), –
FCC (i, n) a juros compostos, e 1/(1 + i)n é o fator de atualização (ou de valor presente) – FAC
(i, n) a juros compostos.
A movimentação de um capital ao longo de uma escala de tempo em juros compostos se
processa mediante a aplicação destes fatores, conforme pode ser visualizado na ilustração a
seguir:
No estudo de juros compostos, o valor presente (capital) não se refere necessariamente a um
valor expresso no momento zero. Na verdade, o valor presente pode ser apurado em qualquer
data focal anterior à do valor futuro (montante).
Exemplo: Pode-se desejar calcular quanto será pago por um empréstimo de $ 20.000,00
vencível de hoje a 14 meses ao se antecipar por 5 meses a data de seu pagamento. Sabe-se
que o credor está disposto a atualizar a dívida à taxa composta de 2,5% a.m.
O problema envolve basicamente o cálculo do valor presente, ou seja, um valor atualizado a
uma data anterior à do montante (mês 9)
= $ 17.677,10
Graficamente:
As expressões de cálculos de C e M permitem capitalizações e atualizações envolvendo
diversos valores e não somente um único capital ou montante.
Exemplo: Admita um empréstimo que envolve os seguintes pagamentos: $ 15.000,00 de hoje
a 2 meses; $ 40.000,00 de hoje a 5 meses; $ 50.000,00 de hoje a 6 meses e $ 70.000,00 de
hoje a 8 meses. O devedor deseja apurar o valor presente (na data zero) destes fluxos de
pagamento, pois está negociando com o banco a liquidação imediata de toda a sua dívida. A
taxa de juros considerada nesta antecipação é de 3% ao mês.
Solução: Representação gráfica da dívida:
Utilizando-se a fórmula de valor presente:
C = 14.138,94 + 34.504,35 + 41.874,21 + 55.258,65
C = $ 145.776,15
EXERCÍCIOS
1. Determinar o montante de uma aplicação de $ 22.000,00 admitindo os seguintes prazos e
taxas:
a) i = 2,2% a.m.; n = 7 meses
R: M = 25.619,99
b) i = 12% a.t.; n = 1 ano e meio
R: M = 43.424,10
c) i = 20% a.s.; n = 4 anos
R: M = 94.595,97
d) i = 9% a.a.; n = 216 meses
R: M = 103.776,65
2. Calcular o juro de uma aplicação de $ 300.000,00 nas seguintes condições de prazo e taxa:
a) i = 2,5% a.m.; n = 1 semestre
R: J = 47.908,03
b) i = 10% a.a.; n = 120 meses
R: J = 478.122,74
3. Um banco lança um título pagando 6% a.t. Se uma pessoa necessitar de $ 58.000,00 daqui
a 3 anos, quanto deverá aplicar neste título?
R: C = 28.824,22
4. Um banco publica em suas agências o seguinte anúncio: “aplique $ 1.000,00 hoje e receba $
1.180,00 ao final de 6 meses”. Determinar a efetiva taxa mensal, semestral e anual de juros
oferecida por esta aplicação.
R: i = 2,25% a.m.
i = 18,0% a.s.
i = 39,24% a.a.
6. SÉRIES DE CAPITAIS
6.1. CONCEITO
De modo geral, uma série ou uma anuidade corresponde a toda e qualquer seqüência de
entradas ou saídas de caixa com os seguintes objetivos: (1) amortização de uma dívida ou (2)
capitalização de um montante. As séries podem ser classificadas de diferentes formas:
Quanto ao no de
prestações:
Finitas: quando ocorrem durante um período predeterminado de
tempo.
Infinitas: ou perpetuidades, quando ocorrem quando os
pagamentos ou recebimentos duram infinitamente.
Quanto à
periodicidade dos
pagamentos:
Periódicas: quando os pagamentos ou recebimentos ocorrem a
intervalos constantes.
Não periódicas: quando os pagamentos ou recebimentos
acontecem em intervalos irregulares de tempo.
Quanto ao valor das
prestações:
Uniformes: quando os pagamentos ou recebimentos são iguais.
Não uniformes: quando os pagamentos ou recebimentos
apresentam valores distintos.
Quanto ao prazo dos
pagamentos:
Postecipadas: quando os pagamentos ou recebimentos iniciam
após o final do primeiro período.
Antecipadas: quando o primeiro pagamento ou recebimento
ocorre na entrada, do início da série.
Quanto ao primeiro
pagamento:
Diferidas ou com carência: quando houver um prazo maior que
um período entre a data do recebimento do financiamento e a data
de pagamento da primeira prestação.
Não diferidas: quando não existir prazo superior a um período
entre o início da operação e o primeiro pagamento ou
recebimento.
6.2. SÉRIE BÁSICA
As séries uniformes apresentam prestações iguais, isto é, considerando a série de capitais y 1,
y2, y3, ..., yn, respectivamente nas datas 1, 2, 3, ..., n, dizemos que esse conjunto constitui uma
série uniforme se
y1 = y2 = y3 = ... = yn = PMT
isto é, se todos os capitais são iguais. Indicando esse capital por PMT, a representação gráfica
da série uniforme é a seguinte:
6.3. VALOR ATUAL DA SÉRIE BÁSICA
O valor presente (capital) de uma série uniforme, para uma taxa periódica de juros, é
determinado pelo somatório dos valores presentes de cada um dos seus valores. Logo:
Simplificações podem ser feitas se notarmos que a expressão entre colchetes é a soma dos
termos de uma progressão geométrica (PG) cujo 1o termo a1 = e cuja razão é q = .
A soma dos n primeiros termos de uma PG é dada por:
Logo a expressão do valor atual fica:
= =
e, finalmente, C = PMT .
A expressão entre colchetes é denominada fator de valor presente e pode ser indicado pelo
símbolo: a (lê-se: a, n, cantoneira i, encontrado em tabelas financeiras).
Exemplos:
1. Um eletrodoméstico é vendido a prazo, em 4 pagamentos mensais e iguais de $ 550,00,
vencendo o primeiro um mês após a compra. Se a loja opera a uma taxa de juros de 5% a.m.,
qual seu preço a vista?
Solução:
n = 4 i = 5% a.m. PMT = 550
Assim: C = 550 .
C = 1.950,27
2. Uma geladeira possui preço a vista igual a $ 800,00, podendo ser paga em 3 parcelas
mensais e iguais sem entrada. Sabendo que a taxa de juros praticada pela loja é igual a 5%
a.m., calcule o valor da prestação a ser cobrada pela loja.
Solução:
=
PMT = 293,77
6.4. MONTANTE DA SÉRIE BÁSICA
Chamamos de montante da série, na data n, a soma dos montantes de cada capital PMT,
aplicado desde a data considerada até a data n.
Assim, indicando por M o montante, teremos:
M = PMT (1 + i)n – 1 + PMT (1 + i)n – 2 + PMT (1 + i)n – 3 + … + PMT
M = PMT [(1 + i) n – 1 + (1 + i) n – 2 + ... + (1 + i) + 1]
O segundo membro dessa expressão é a soma dos termos de uma PG finita, em que:
a1 = PMT (1 + I)n – 1 e cuja razão é q =
Lembrando a fórmula da soma da PG finita:
resulta no caso de nossa expressão: M = PMT
A expressão entre colchetes é denominada fator de acumulação e pode ser indicado pelo
símbolo: s (lê-se: s, n, cantoneira i, encontrado em tabelas financeiras).
Exemplo: Um investidor aplica mensalmente $ 2.000,00 em um fundo de investimentos que
remunera as aplicações à taxa de juros compostos de 2% a.m. Se o investidor fizer 7
aplicações, qual o montante no instante do último depósito
Solução:
PMT = 2.000 i = 2% a.m. n = 7
Assim: M = 2000 = 2000 . 7,434283
M = $ 14.868,57
- Séries com Carência: Se a série tiver carência de m + 1 períodos, a fórmula genérica para
séries uniformes torna-se igual a:
Onde: m + 1 = carência até o primeiro pagamento
Exemplos
1. Um congelador no valor de $ 950,00 a vista é vendido em 12 pagamentos mensais iguais e
sem entrada. Sendo a taxa de juros de 3,7909% a.m., qual o valor de cada prestação?
Solução: Séries Postecipada  m + 1 = 1  m = 0
PMT =
PMT = 100,00
2. Uma loja de decorações anuncia a venda de um objeto de arte por $ 600,00 a vista ou em
uma entrada mais oito parcelas todas iguais, cobrando uma taxa de juros de 4,8598% a.m.
Qual o valor de cada prestação?
Solução: Série Antecipada  m + 1 = 0  m = – 1
PMT =
PMT = 80,00
EXERCÍCIOS
1. Um empréstimo de $ 50.000,00 é realizado à taxa de 4,8% a.m. para ser liquidado em seis
prestações mensais, iguais e sucessivas. Qual o valor da prestação?
R: PMT = $ 9.787,96
2. Quanto é preciso aplicar mensalmente, num total de 48 prestações, numa poupança, para
que possa resgatar $ 52.800,00 no final do período, à taxa de 4% a.m., começando a aplicação
agora?
R: PMT = $ 364,56
3. Um veículo novo está sendo vendido por $ 4.000,00 de entrada mais 6 pagamentos
mensais, iguais e consecutivos de $ 3.000,00. Sabendo-se que a taxa de juros de mercado é
de 5,5% a.m., determinar até que preço interessa comprar o veículo a vista.
R: C = $ 18.986,59
4. Calcular o montante acumulado ao final do 7o mês de uma seqüência de 7 depósitos
mensais e sucessivos, no valor de $ 800,00 cada, numa conta de poupança que remunera a
uma taxa de juros de 2,1% a.m.
R: M = $ 5.965,41
5. Uma betoneira, cujo valor a vista é de $ 30.000,00 será financiada em 20 prestações
mensais e sucessivas, além de uma entrada de $ 7.500,00 por ocasião da compra. Determine
o valor das 20 prestações mensais, sabendo que o financiamento será realizado a juros
compostos de 1,25% a.m., considerando que a 1a prestação vencerá:
a) 30 dias após a data da compra; R: PMT = 1.278,46
b) no ato da compra. R: PMT = 1262,68
6. Um eletrodoméstico é vendido a vista por $ 8.000,00, ou em 4 pagamentos mensais de $
2.085,79, ocorrendo o primeiro pagamento 3 meses após a compra. Qual deve ser o valor da
entrada admitindo uma taxa de juros de 4% a.m.?
R: Entrada = $ 1.000,00
BIBLIOGRAFIA
BRUNI, Adriano Leal e FAMÁ, Rubens. Matemática Financeira com HP 12C. São Paulo, ed
Atlas, 2002.
HAZZAN, Samuel e POMPEO, José Nicolau. Matemática Financeira. Ed. Saraiva, 5a Ed., São
Paulo, 2004.
NETO, Alexandre Assaf. Matemática Financeira e Suas Aplicações. São Paulo, ed. Atlas,
2002.

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MATEMÁTICA FINANCEIRA

  • 1. SUMÁRIO 1. Introdução 1.1. Importância da Matemática Financeira 01 1.2. Aplicações 02 1.3. A Matemática Financeira e a Inflação 03 2. Fundamentos 2.1. Taxas: Percentual e Unitária 04 2.2. Juro, Capital e Montante 06 2.3. Regimes de Capitalização 06 2.4. Fluxo de Caixa 07 3. Juros Simples 3.1. Fórmulas do Juro e do Montante 09 3.2. Taxas Equivalentes 11 3.3. Juro Exato e Juro Comercial 12 3.4. Valor Nominal e Valor Atual 13 4. Descontos Simples 4.1. Conceitos Básicos 14 4.2 Desconto Simples Racional ou “Por Dentro” 14 4.3. Desconto Simples Comercial ou “Por Fora” 16 4.4. Taxa de Desconto e Taxa Efetiva 17 5. Juros Compostos 5.1. Fórmula do Montante Composto 19 5.2. Taxas equivalentes 20
  • 2. 5.3. Cálculo do montante em um número fracionário de períodos 22 5.4. Período de capitalização diferente do período da taxa 26 5.5. Valor Atual e valor Nominal a juros compostos 27 6. Séries de Capitais 6.1. Conceito 30 6.2. Série Básica 30 6.3. Valor Atual da Série Básica 31 6.4. Montante da Série Básica 32 Bibliografia 35
  • 3. 1. INTRODUÇÃO 1.1. IMPORTÂNCIA DA MATEMÁTICA FINANCEIRA A matemática Financeira trata do estudo do valor do dinheiro ao longo do tempo. O seu Objetivo básico é o de efetuar análises e comparações dos vários fluxos de entrada e saída de dinheiro (aplicações e pagamentos de empréstimos) de caixa verificados em diferentes momentos. As operações de aplicação e empréstimos são geralmente realizadas por meio da intermediação de uma instituição financeira, que capta recursos de um lado e os empresta de outro. A captação é feita a uma taxa menor que a de empréstimo e a diferença é a remuneração da instituição. Investidores têm várias opções de aplicação à sua disposição e cada opção tem sua taxa em função do prazo da aplicação e dos riscos envolvidos. Analogamente, os tomadores de empréstimo têm várias opções de financiamento cujas taxas variam em função dos prazos de pagamento e das garantias oferecidas. De um modo geral, quando as taxas sobem, os aplicadores tendem a aumentar a oferta de capitais, mais os tomadores tendem a diminuir a demanda por crédito. 1.2. APLICAÇÕES A matemática financeira é usada em operações de aplicação e empréstimos em dois regimes básicos de capitalização dos juros: juros simples e juros compostos. O regime de juros simples tem aplicações práticas bastante limitadas, restringindo-se principalmente às operações praticadas no âmbito do curto prazo e em operações de desconto. Além disso, muitas taxas praticadas no mercado financeiro estão referenciadas em juros simples, porém a formação dos montantes das operações processa-se a juros compostos. Por exemplo, a caderneta de poupança paga uma taxa de juros de 6% ao ano para seus depositantes, creditando todo mês o rendimento proporcional de 0,5%. A taxa referenciada para esta operação obedece ao regime de juros simples, porém os rendimentos são capitalizados segundo o critério de juros compostos, ocorrendo ao longo dos meses juros sobre juros. Normalmente o regime de capitalização composta é adotado por todo o mercado financeiro e de capitais. Dentro das aplicações do regime de capitalização composta estão as operações de fluxo de caixa, aplicações, empréstimos, cálculos inflacionários, financiamentos, estratégias comerciais de compra e venda, análise de investimentos, títulos, sistemas de amortização de empréstimos e financiamentos, avaliação de ações etc. 1.3. A MATEMÁTICA FINANCEIRA E A INFLAÇÃO De maneira simplista, o processo inflacionário de uma economia pode ser entendido pela elevação generalizada dos preços dos vários bens e serviços. Em sentido contrário, diante de uma baixa predominante dos preços de mercado dos bens e serviços, tem-se o fenômeno definido por deflação.
  • 4. - Índices de Preços e Taxas de Inflação: Um índice de preços é resultante de um procedimento estatístico que, entre outras aplicações, permite medir as variações ocorridas nos níveis gerais de preços de um período para outro. Assim, o índice de preços representa uma média global das variações de preços que se verificaram num conjunto de determinados bens, ponderada pelas quantidades respectivas. Ilustrativamente, abaixo estão relacionados os valores do IGP (Índice Geral de Preços) referentes aos meses de maio a dezembro de determinado ano. Mês maio junho julho agosto setembro outubro novembro dezembro IGP 649,79 703,38 800,31 903,79 1.009,67 1.152,63 1.353,79 1.576,56 Pela evolução desses índices de preços, pode ser constatado como os preços gerais da economia variaram no período. Para tanto, relaciona-se o índice do fim do período que se deseja estudar com o do início. Por exemplo, a taxa de inflação do 2o semestre medida pelo IGP está refletida na evolução apresentada entre o índice de junho (início do semestre) e o de dezembro (fim do semestre). Assim: Inflação do 2o semestre = = 2,2414 – 1 = 124,14% Os preços nesse período cresceram 2,2414 vezes, indicando uma evolução de 96,99%. A inflação verificada no mês de outubro atinge: Inflação de outubro = = 14,16% Dessa maneira, a taxa de inflação, a partir de índices de preços, pode ser medida pela seguinte expressão: onde: I = taxa de inflação obtida a partir de determinado índice de preços; P = índice de preços utilizado para o cálculo da taxa de inflação; n, n – t = respectivamente, data de determinação da taxa de inflação e o período anterior considerado.
  • 5. EXERCÍCIOS 1. Abaixo estão alguns valores divulgados do ITP (Índice Teórico de Preços) e do INTP (Índice Nacional Teórico de Preços). Dez/02 Jun/03 Nov/03 Dez/03 ITP 100,00708,38 1.353,791.576,56 INTP5,934143,459983,9349 100,00 Com base nesses resultados, pede-se: a) A taxa de inflação, medida pelo ITP e INTP, para os seguintes períodos de 2003: 1. ano 2. 1o semestre 3. mês de dezembro; b) um bem que custava $ 5.000,00 no início do ano, quanto deve valer ao final deste ano se for corrigido pela variação do ITP e INTP; c) admitindo que o proprietário tenha vendido este imóvel ao final do ano por $ 90.000,00, determinar o lucro obtido. 2. Os índices gerais de preços referentes ao primeiro semestre de 1996 são os seguintes: Data 31-12-95 31-01-96 28-02-96 31-03-96 30-04-96 31-05-96 30-06-96 Índice de Preços 148,70 150,07 152,15 153,98 157,21 158,13 162,01 Com base nesses valores, calcular: a) a evolução dos preços no semestre; b) a evolução mensal dos preços; c) se as inflações de julho e agosto de 1996 atingirem, respectivamente, 1,13% e 0,97%, determinar o índice de preços que deve vigorar em cada um desses meses.
  • 6. 2. FUNDAMENTOS 2.1. TAXAS: PERCENTUAL E UNITÁRIA A razão cujo denominador é 100 recebe o nome de razão centesimal. São exemplos de razões centesimais: , , e O símbolo % significa que o valor está dividido por 100. Assim, existem duas formas básicas de notação de valores: Taxa percentual: exibe o número que deve ser dividido por 100. Não permite operação algébrica imediata. Por exemplo: = 30%; = 4%; = 135% e = 27,9% As expressões 30%, 4%, 135% e 27,9% são chamadas taxas centesimais ou taxas percentuais. Taxa unitária: exibe o número puro, permitindo operações algébricas. Por exemplo: = 0,3; = 0,04; = 1,35 e = 0,279 Porcentagem: é o valor obtido ao aplicarmos uma taxa percentual a um determinado valor. Exemplos 1. Converta para a forma percentual: a) 0,57 = 57% b) 2,08 = 208% c) 0,02 = 2% 2. Converta para a forma unitária: a) 163% = 1,63 b) 2.107% = 21,07% c) 12% = 0,12 3. Num lote de 50 lâmpadas, 13 apresentam defeito; a razão entre o número de lâmpadas defeituosas e o total de lâmpadas é dada por:
  • 7. 4. Um CD é vendido por R$ 25,00. Se seu preço fosse aumentado em 15%. Quanto passaria a custar? Se fosse anunciado um desconto de 15% sobre o preço original, quanto o CD passaria a custar? - Aumento: Preço = 25 + 0,15 x 25 = 25 . (1 + 0,15) = 25 . 1,15 = R$ 28,75 - Desconto: Preço = 25 – 0,15 x 25 = 25 . (1 – 0,15) = 25 . 0,85 = R$ 21,25 – FATOR DE MULTIPLICAÇÃO: a) No caso de haver um acréscimo, o fator de multiplicação será: Fator de Multiplicação = 1 + taxa de acréscimo (na forma decimal) Veja a tabela abaixo: Acréscimo ou Lucro Fator de Multiplicação 10% 1,10 15% 1,15 47% 1,47 67% 1,67 Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 temos: 10 * 1,10 = R$ 11,00 No caso de haver um decréscimo, o fator de multiplicação será: Fator de Multiplicação = 1 – taxa de desconto (na forma decimal) Veja a tabela abaixo: DescontoFator de Multiplicação 10% 0,90 25% 0,75 34% 0,66
  • 8. 90% 0,10 Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 temos: 10 * 0,90 = R$ 9,00 EXERCÍCIOS 1. Calcular os valores de: a) 10% de 29 + 4,2% de 17 b) 5,3% de 18,45 – 3,4% de 2,7 c) 0,4% de 125 + 1,6% de 234,25 d) 4% de 1.439,25 + 3,6% de 17.432 2. De uma classe com 40 alunos, 35% são rapazes. Quantos rapazes e quantas moças há na classe? 3. O preço de venda de um CD é de R$ 22,00. Quanto passará a custar o CD se a loja anunciar: a) Um desconto de 12%? b) Um acréscimo de 5%? 4. De um exame para habilitação de motoristas participaram 380 candidatos; sabe-se que a taxa de reprovação foi de 15%. Quantos candidatos foram aprovados? 5. Em uma liquidação, uma camisa que custava R$ 24,00 foi vendida com 25% de desconto. De quanto foi o desconto? 6. Um automóvel foi adquirido por R$ 5.000,00 e vendido com um lucro de R$ 400,00. Qual a porcentagem de lucro? 7. Um corretor recebe R$ 2.800,00 pela venda de duas casas, tendo sido de 5% a taxa de comissão. Qual o valor da venda das propriedades? 8. Meio representa quantos por cento de cinco oitavos? 9. Uma nota promissória, cujo valor era de R$ 5.000,00 foi paga com um desconto de R$ 250,00. Qual a taxa de desconto 10. Expresse, sob a forma de taxa percentual, cada uma das seguintes razões: a) b) c) d) e) 0,125 11. Escreva as taxas percentuais abaixo como razões, sob a forma mais simples possível:
  • 9. a) 80% b) 25,2% c) 0,48% d) e) 2 2.2. JURO, CAPITAL E MONTANTE Chamamos de capital a qualquer valor monetário que uma pessoa (física ou jurídica) empresta para outra durante certo tempo. Tendo em vista que o emprestador se abstém de usar o valor emprestado, e ainda, em função da perda de poder aquisitivo do dinheiro pela inflação e do risco de não pagamento, surge o conceito de juro, que pode ser definido como o custo do empréstimo (para o tomador) ou a remuneração pelo uso do capital (para o emprestador). Chama-se montante ou capital acumulado a soma de um certo capital (aplicado a uma taxa periódica de juros por determinado tempo) com os próprios juros A taxa de juro é o coeficiente que determina o valor do juro, isto é, a remuneração do fator capital utilizado durante certo período de tempo. 2.3. REGIMES DE CAPITALIZAÇÃO Pode-se compreender regime de capitalização como o processo em que os juros são formados e sucessivamente incorporados ao capital no decorrer do tempo. Assim, identificam-se dois regimes de capitalização dos juros: simples(ou linear) e composto (ou exponencial). O regime de capitalização simples (RCS) comporta-se como se fosse uma progressão aritmética (PA), crescendo os juros de forma linear ao longo do tempo. Neste critério, os juros somente incidem sobre o capital inicial da operação (aplicação ou empréstimo), não se registrando juros sobre o saldo dos juros acumulados. Exemplo: $ 100,00 aplicados a 5% ao período renderá sempre $ 5,00 (0,05 x $ 100,00) por período. Em três períodos, o total dos juros será igual a: 3 x $ 5,00 = $ 15,00 No regime de capitalização composta (RCC), ou regime de juros compostos ocorre sempre de forma cumulativa. A taxa de juros incidirá sobre o montante acumulado no final do período anterior. Assim: – Ao final do 1o período, os juros incidentes sobre o capital inicial são a eles incorporados, produzindo o 1o montante (M1). – Ao final do 2o período, os juros incidem sobre M1 e incorporam-se a ele, gerando o 2o montante (M2). – Ao final do 3o período, os juros incidem sobre M2 e incorporam-se a ele, gerando o 3o montante (M3), e assim por diante.
  • 10. Exemplo: Um capital de $ 1.000,00 foi aplicado durante 3 anos à taxa de 10% ao ano, em regime de juros compostos. No final do período o montante será? - 1o ano: 1.000,00 x 0,10 = $ 100,00  Montante = $ 1.100,00 - 2o ano: 1.100,00 x 0,10 = $ 110,00  Montante = $ 1.210,00 - 3o ano: 1.210,00 x 0,10 = $ 121,00  Montante = $ 1.331,00
  • 11. 2.4. FLUXO DE CAIXA O diagrama de fluxo de caixa (DFC) representa graficamente a movimentação de recursos ao longo do tempo (entradas e saídas de caixa). Os principais aspectos do diagrama de fluxo de caixa são: 1. a escala horizontal representa o tempo o tempo (dias, semanas, meses, anos etc); 2. o ponto 0 representa, normalmente, a data inicial. O ponto n representa o número de períodos passados; 3. as entradas de dinheiro correspondem aos recebimentos. Têm sinal positivo e são representadas por setas apontadas para cima. 4. as saídas de dinheiro correspondem aos pagamentos. Têm sempre sinal negativo e são representadas por setas apontadas para baixo. Operação de Empréstimo Operação de Aplicação Exemplo: O diagrama de fluxo de caixa de um empréstimo contraído por alguém no valor de $ 300,00 que será quitado mediante o pagamento de $ 340,00, daqui a seis meses, pode ser visto a seguir. Exercícios 1. Represente o diagrama de fluxo de caixa de uma aplicação no valor de $ 500,00 que será resgatado em 3 parcelas iguais, mensais, no valor de $ 200,00.
  • 12. 2. Uma empresa pensa em abrir uma nova instalação industrial com investimento inicial igual a$ 300,00. Os gastos anuais associados aos cinco anos de vida do negócio são estimados em $ 80,00 e as receitas em $ 200,00. Represente o diagrama de fluxo de caixa dessa operação. 3. Construa o diagrama para os fluxos de caixa dados a seguir: AnoFluxo de caixa 0 – 700,00 1 500,00 2 400,00 3 300,00 4 200,00 5 – 300,00 3. JUROS SIMPLES 3.1. FÓRMULAS DO JURO E DO MONTANTE Juros: O valor dos juros é calculado a partir da seguinte expressão: J = C x i x n onde: J = valor dos juros ($); C = capital ($) ou valor presente (VP) representativo de determinado momento; i = taxa de juros, expressa em sua forma unitária; n = prazo. Para cálculo dos demais valores: – Abreviaturas empregadas na notação das taxas
  • 13. Abreviatura Significado a.d. ao dia a.m. ao mês a.b. ao bimestre a.t. ao trimestre a.q. ao quadrimestre a.s. ao semestre a.a. ao ano Obs.: A taxa de juros (i) e o número de períodos (n) devem estar na mesma base. Porém, deve-se sempre alterar n, evitando alterar i. Exemplo 1: Um capital de $ 500,00 foi aplicado a taxa de 5% a.m. no regime de capitalização simples. Qual o valor dos juros mensais? Solução: J = C x i = 500 x 0,05  J = $ 25,00 Exemplo 2: Um capital de $ 120,00 foi aplicado a uma taxa de 4% a.m. no regime de capitalização simples por sete meses. Qual o valor dos juros capitalizados durante o período de vigência da aplicação? Solução: J = C x i x n = 120,00 x 0,04 x 7 = $ 33,60 Exemplo 3: Uma pessoa compra a prazo de um CD-player que custa a vista $ 300,00 pode ser paga em duas parcelas mensais iguais (entrada no ato) no valor de $ 170,00. Qual é a taxa de juros mensal cobrada pela loja? Solução: C = 300,00 – 170,00 = $ 130,00 J = 170,00 – 130,00 = $ 40,00 ou 30.77%
  • 14. Capital e Montante: Um determinado capital, quando aplicado a uma taxa periódica de juro por determinado tempo, produz um valor acumulado denominado de montante (M) ou valor futuro (VF). Assim, o montante é constituído do capital mais o valor acumulado dos juros, isto é: M = C + J No entanto, sabe-se que: J = C . i . n Assim, M = C + C . i . n M = C.(1 + i . n) O valor de C pode ser obtido por: O valor de i pode ser obtido por: O valor de n pode ser obtido por: EXERCÍCIOS 1. Um capital de $ 80.000,00 é aplicado à taxa de 2,5% ao mês no RCS, durante um trimestre. Pede-se determinar o valor dos juros acumulados neste período. R: J = 6.000,00 2. Um negociante tomou um empréstimo pagando uma taxa de juros simples de 6% ao mês durante nove meses. Ao final deste período, calculou em $ 270.000,00 o total dos juros incorridos na operação. Determinar o valor do empréstimo. R: C =500.000,00
  • 15. 3. Um capital de $ 40.000,00 foi aplicado num fundo de poupança por 11 meses, produzindo um rendimento financeiro de $ 9.680,00. Pede-se apurar a taxa de juros simples oferecida por esta operação. R: i = 2,2% 4. Uma aplicação de $ 250.000,00 rendendo uma taxa de juros simples de 1,8% ao mês produz, ao final de determinado período, juros no valor de $ 27.000,00. Calcular o prazo da aplicação. R: n = 6 meses 5. Uma empresa tomou $ 3.000,00 emprestados para pagar dentro de 5 meses, a uma taxa de juros simples igual a 6% a.m. Calcule o valor futuro dessa operação. R: M = $ 3.900,00 6. Uma aplicação feita no regime de juros simples rendeu um montante igual a $ 750,00 após 5 meses, a uma taxa de 10% a.m. Qual o capital inicial da operação? R: C = 7. O valor de $ 200,00 foi aplicado por cinco meses, permitindo a obtenção de $ 400,00. Sabendo que o regime de capitalização era simples, calcule a taxa de juros mensal praticada durante a operação. R: i =0,20 = 20% 8. A quantia de $ 134,00 foi obtida como montante de uma aplicação de $ 68,00 feita a taxa de 2% a.m. regime de capitalização simples. Qual a duração da operação? R: i = 48,53 3.2. TAXAS EQUIVALENTES Toda operação financeira envolve dois prazos: (1) o prazo a que se refere a taxa de juros; (2) o prazo de capitalização (ocorrência) dos juros. Admita um empréstimo bancário a uma taxa nominal de 24% ao ano. Ao se estabelecer que os encargos incidirão sobre o principal somente ao final de cada ano, os dois prazos considerados são coincidentes. Por outro lado, sabe-se que a caderneta de poupança paga aos seus depositantes uma taxa de juros de 6% ao ano, a qual é agregada ao principal todo mês através de um percentual proporcional de 0,5%. Tem-se aqui, então, dois prazos – prazo da taxa (ano) e prazo de capitalização (mês).
  • 16. É necessário expressar estes prazos diferentes na mesma base de tempo. Ou, ou o período de capitalização passa a ser expresso na unidade de tempo da taxa de juros. No regime de juros simples, transforma-se o prazo da taxa para o de capitalização através da divisão entre a taxa de juros considerada na operação e a quantidade de períodos de capitalização. Esta transformação é processada pela denominada taxa proporcional de juros também denominada de taxa linear ou nominal. Exemplos 1) Para uma taxa de juros de 18% ao ano, se a capitalização for definida mensalmente, o percentual de juros que incidirá sobre o capital a cada mês será: Taxa Proporcional = = 0,015 = 1,5% ao mês As taxas de juros simples se dizem equivalentes quando, aplicadas a um mesmo capital e pelo mesmo intervalo de tempo, produzem o mesmo volume linear de juros. 2) Um capital de $ 500.000,00, se aplicado a 2,5% a.m. ou 15% a.s. pelo prazo de um ano, produz o mesmo montante linear de juros. Isto é: J (2,5% a.m.) = $ 500.000,00 x 0,025 x 12 = $ 150.000,00 J (15% a.s.) = $ 500.000,00 x 0,15 x 2 = $ 150.000,00 No regime de juros simples, taxas proporcionais (nominais ou lineares) e taxas equivalentes são consideradas a mesma coisa. Pelo critério de proporcionalidade de taxas de juros, diz-se que duas taxas de juros ia e ib, referidas a períodos diferentes no regime de capitalização simples, são proporcionais quando: Ma = Ca (1 + ia . na) e Mb = Cb (1 + ib . nb) Como Ma = Mb e Ca = Cb, tem-se que: (1 + ia . na) = (1 + ib . nb) ou ia . na = ib . nb Observa-se que ia e na, da mesma forma que ib e nb devem estar na mesma base. Assim: Exemplo: Determinar as taxas semestral e anual proporcionais à taxa de juros simples de 3% a.m.
  • 17. = 0,18 = 18% a.s. = 0,36 = 36% a.s. EXERCÍCIOS 1. Determine a taxa de juros simples anual proporcional às seguintes taxas: (a) 2,5% ao mês; (b) 56% ao quadrimestre; (c) 32,5% para cinco meses. R: i = 30% a.a. i = 168% a.a. i = 78% a.a. 2. Calcular o montante de um capital de $ 600.000,00 aplicado à taxa de 2,3% ao mês pelo prazo de um ano e 5 meses. R: M = $ 834.600,00 3. Uma dívida de $ 30.000,00 a vencer dentro de um ano é saldada 3 meses antes. Para a sua quitação antecipada, o credor concede um desconto de 15% ao ano. Apurar o valor da dívida a ser pago antecipadamente. R: C = 28.915,66 3.3. JURO EXATO E JURO COMERCIAL É comum nas operações de curto prazo, onde predominam as aplicações com taxas referenciadas em juros simples, ter-se o prazo definido em número de dias. Nestes casos, o número de dias pode ser calculado de duas maneiras: a) pelo tempo exato, utilizando-se efetivamente o calendário do ano civil (365 dias). O juro apurado desta maneira denomina-se juro exato; b) pelo ano comercial, o qual admite o mês com 30 dias e o ano com 360 dias. Tem-se, por este critério, a apuração do denominado juro comercial ou ordinário. Por exemplo, 12% ao ano equivale, pelos critérios enunciados, à taxa diária de: a) Juro Exato: = 0,032877% ao dia b) Juro Comercial: = 0,033333% ao dia
  • 18. Exercícios 1. Calcule os juros simples cobrados sobre uma operação de empréstimo no valor de $ 40.000,00, realizada por 58 dias, com uma taxa igual a 23% a.a. Empregue nos cálculos o ano: a) comercial; R: J = $ 1482,22 b) civil ou exato. R: J = $ 1.461,92 2. Calcule os juros simples de um capital de $ 65.000,00 aplicado durante 188 dias a taxa de 8% a.a. Empregue nos cálculos o ano: a) comercial; R: $ 2.715,56 b) exato. R: $ 2.678,36 3. Calcule o montante correspondente a um negócio de $ 60.500,00 aplicado pelo prazo de 53 dias, à taxa de 5% a.m., no regime de juros simples e considerando o ano comercial. R: M = 65.844,17 3.4. VALOR NOMINAL E VALOR ATUAL A expressão (1 + i . n) é definida como fator de capitalização dos juros simples. Ao multiplicar um capital por este fator, corrige-se o seu valor para uma data futura, determinando o montante. O valor de uma dívida, na data de seu vencimento, é chamado de valor nominal. O inverso, ou seja, 1/(1 + i . n) é denominado de fator de atualização. Ao se aplicar o fator sobre um valor expresso em uma data futura, apura-se o seu equivalente numa data atual (valor atual). Exercícios 1. Uma pessoa aplica $ 18.000,00 à taxa de 1,5% ao mês durante 8 meses. Determinar o valor acumulado ao final deste período. R: M = $ 20.160,00
  • 19. 2. Uma dívida de $ 900.000,00 irá vencer em 4 meses. O credor está oferecendo um desconto de 7% ao mês caso o devedor deseje antecipar o pagamento para hoje. Calcular o valor que o devedor pagaria caso antecipasse a liquidação da dívida. R: C = $ 703.125,00 4. DESCONTOS SIMPLES 4.1. CONCEITOS BÁSICOS 1. Valor Nominal: É o valor definido para um título em sua data de vencimento. Representa, em outras palavras, o próprio montante da operação (valor de resgate). 2. Desconto: É a operação de se liquidar um título antes de seu vencimento, o que envolve geralmente uma recompensa pelo pagamento antecipado. Assim, desconto é a diferença entre o valor nominal de um título e o seu valor atualizado apurado n períodos antes de seu vencimento. 3. Valor Descontado: É o valor atual de um título na data do desconto, sendo determinado pela diferença entre o valor nominal e o desconto, ou seja: Valor Descontado = Valor Nominal – Desconto 4.2. DESCONTO SIMPLES RACIONAL OU “POR DENTRO” O desconto racional, também denominado de desconto “por dentro”, incorpora os conceitos e relações básicas de juros simples. Assim, sendo Dr o valor do desconto racional, C o capital (ou valor atual), i a taxa periódica de juros e n o prazo do desconto (número de períodos que o título é negociado antes de seu vencimento), tem-se a conhecida expressão de juros simples: Dr = C x i x n Pela própria definição de desconto e introduzindo-se o conceito de valor descontado no lugar de capital no cálculo do desconto, tem-se: Dr = N – Vr sendo N o valor nominal (ou valor de resgate ou montante) e Vr o valor descontado racional (ou valor atual) na data da operação. Como: tem-se então o valor do desconto racional a juros simples:
  • 20. O valor descontado é obtido pela seguinte expressão: Vr = N – Dr No desconto racional, o juro incide sobre o capital do título. A taxa de juro (desconte) cobrada representa o custo efetivo de todo o período do desconto. Exemplo 1: Seja um título de valor de $ 4.000,00 vencível em um ano, que está sendo liquidado 3 meses antes de seu vencimento. Sendo de 42% a.a. a taxa nominal de juros corrente, pede-se calcular o desconto e o valor descontado desta operação. Solução: Graficamente: Desconto: $ 380,10 Valor Descontado: Vr = N – Dr Vr = 4.000,00 – 380,10 = $ 3.619,90 ou $ 3.619,90 Do ponto de vista do devedor, $ 380,10 representam o valor que está deixando de pagar por saldar a dívida antecipadamente. O valor líquido do pagamento (valor descontado) é de $ 3.619,90.
  • 21. Exemplo 2: Determinar a taxa mensal de desconto racional de um título negociado 60 dias antes de seu vencimento, sendo seu valor de resgate igual a $ 26.000,00 e valor atual na data do desconto de $ 24.436,10. Solução: Sabe-se que no desconto racional o desconto é aplicado sobre o valor atual do título, ou seja, sobre o capital liberado. Logo: Dr = Vr x i x n e ou 3,2% a.m. EXERCÍCIOS 1. Calcular o valor racional nas seguintes condições: a) Valor nominal: $ 70.000,00 Prazo do desconto: 3 meses R: Vr = $5.483,87 Taxa de desconto: 34% a.a. b) Valor nominal: $ 37.000,00 Prazo do desconto: 80 dias R: Vr = $ 1.947,37 Taxa de desconto: 25% a.a. 2. Calcular a taxa mensal racional de um título com valor nominal de $ 5.400,00 negociado 90 dias antes de seu vencimento. O valor atual deste título é de $ 4.956,90 R: i = 2,98% a.m. 4.3. DESCONTO SIMPLES COMERCIAL OU “POR FORA” Esse tipo de desconto, simplificadamente por incidir sobre o valor nominal (valor de resgate) do título, proporciona maior volume de encargos financeiros efetivos nas operações. A modalidade de desconto “por fora” é amplamente adotada pelo mercado em operações de crédito bancário e comercial em curto prazo. O valor desse desconto, (desconto por fora) DF, no regime de juros simples é determinado pelo produto do valor nominal do título (N), da taxa de desconto periódica “por fora” contratada na operação (d) e do prazo de antecipação definido para o desconto (n). Isto é: DF = N x d x n
  • 22. O valor descontado “por fora” (VF), aplicando-se a definição é obtido: VF = N – DF VF = N – N x d x n Exemplo 1: Seja um título de valor de $ 4.000,00 vencível em um ano, que está sendo liquidado 3 meses antes de seu vencimento. Sendo de 42% a.a. a taxa de desconto adotada, pede-se calcular o desconto e o valor descontado desta operação. Solução: Graficamente: Desconto: DF = N x d x n DF = 4.000,00 x 0,035 x 3 DF = $ 420,00 O maior valor dos juros cobrado pelo título deve-se ao fato de o desconto “por fora” ser aplicado diretamente sobre o valor nominal (valor de resgate) e não sobre o valor atual como é característico das operações de desconto racional. O valor de desconto “por fora” equivale, num mesmo momento do tempo, ao montante do desconto “por dentro”, supondo-se as mesmas condições de prazo e taxa. Isto é: DF = Dr (1 + i x n) DF = 380,10 x (1 + 0,035 x 3) = 380,10 x 1,105 DF = $ 420,00 Valor Descontado: VF = N (1 – d x n) VF = 4.000,00 x (1 – 0,035 x 3) = 4.000,00 x 0,895 VF = $ 3.580,00 Exemplo 2: Determinar a taxa de desconto “por fora” de um título negociado 60 dias antes de seu vencimento, sendo seu valor de resgate igual a $ 26.000,00 e valor atual na data do desconto de $ 24.436,10.
  • 23. Solução: DF = N – VF DF = 26.000,00 – 24.436,10  DF = $ 1.563,90 DF = N x d x n 1.563,90 = 26.000,00 x d x 2 1.563,90 = 52.000,00 x d = 0,030 ou 3,0% ao mês 4.4. TAXA DE DESCONTO E TAXA EFETIVA Suponha um título de valor nominal de $ 50.000,00, descontado num banco um mês antes de seu vencimento à taxa de 5% ao mês. Aplicando-se o critério de desconto “por fora”, tem-se: Observe que a taxa de juros adotada de 5% a.m. não iguala VF e N em nenhum momento. Ou seja, esta taxa, se aplicada ao valor descontado de $ 47.500,00, não produz, para o período de um mês, o montante de $ 50.000,00 (atinge a: $ 47.500,00 + 5% = $ 49.875,00). Logo a uma taxa implícita de juros na operação, superior aos declarados 5% ao mês, que conduz VF e N a um mesmo resultado no período. Esta taxa é obtida por: D = C x i x n Assim: Substituindo os valores, chega-se a:
  • 24. = 5,26% ao mês O resultado indica que há uma taxa implícita de juro de 5,26% numa operação de desconto de 5% a.m. (d = 5%) pelo período de um mês. Os cálculos de apuração da taxa de juros podem ser substituídos pelo emprego direto da seguinte fórmula: Aplicando-se esta fórmula ao exemplo anterior: = 5,26% ao mês Para n = 2 meses  = 11,11% ao mês Exemplo: Se a taxa de desconto comercial for de 4% a.m., e o prazo de vencimento de uma duplicata for de 3 meses, qual a taxa mensal de juros simples da operação? Resolução: Temos: d = 4% e n = 3 = 0,0455 = 4,55% a.m. EXERCÍCIOS 1. Um título é descontado num banco 3 meses antes de seu vencimento. A taxa de desconto definida pelo banco é de 3,3% a.m. Sendo de $ 25.000,00 o valor nominal deste título, e sabendo-se que a instituição financeira trabalha com sistema de desconto “por fora”, pede-se calcular: a) valor do desconto cobrado pelo banco e o valor descontado do título liberado ao cliente; R: DF = $ 2.475,00 e VF = $ 22.525,00 b) taxa implícita simples desta operação; R: i = 10,99% a.t. ou i = 3,66% a.m. c) apuração da taxa implícita pela fórmula direta de cálculo.
  • 25. R: i = 10,99% a.t. 2. Uma instituição financeira publica que sua taxa de desconto é de 3,5% ao mês. Calcular a taxa implícita mensal admitindo um prazo de desconto de dois meses. R: i = 7,53% a.b. 5. JUROS COMPOSTOS 5.1. FÓRMULA DO MONTANTE COMPOSTO De modo geral, um capital C, a juros compostos, aplicado a uma taxa fixa i, durante n períodos, produz: 1. Ao final do 1o período: M1 = C + Ci  M1 = C (1 + i) 2. Ao final do 2o período: M2 = M1 + M1 . i = M1 (1 + i)  M2 = C (1 + i)2 3. Ao final do 3o período: M3 = M2 + M2 . i = M2 (1 + i)  M3 = C (1 + i)3 . 1. Ao final do n-ésimo período: Mn = C (1 + i)n Em função do capital: Em função da taxa: Em função do período: Como o valor monetário dos juros (J) é apurado pela diferença entre o montante (M) e o capital (C), podendo-se obter o seu resultado também pela seguinte expressão: J = M – C = C (1 + i)n – C  J = C [(1 + i)n– 1] Exemplo 1: Em uma operação de empréstimo de R$ 100,00 por 3 meses, a uma taxa de 60% a.m., os juros de cada período incidirão sempre sobre o montante do final do período anterior. Assim, a composição dos valores futuros, mediante o emprego de juros simples e compostos pode ser vista no quadro abaixo.
  • 26. N M (JS)M (JC) 0 100,00 100,00 0,1106,00 104,81 0,5130,00 126,49 0,8148,00 145,65 1 160,00 160,00 2 220,00 256,00 3 280,00 409,60 O valor futuro calculado no regime de capitalização composta supera aquele obtido no regime de capitalização simples para períodos superiores à unidade. Para períodos menores que 1, o valor futuro, calculado mediante o emprego de juros simples, é maior. Obs.: A taxa de juros (i) e o período (n) devem estar sempre na mesma base. Porém, no regime de juros compostos a taxa de juros nunca deve ser multiplicada ou dividida. O que deve ser feito é a alteração do período para a mesma base da taxa. Exemplo 2: Qual o montante obtido de uma aplicação de $ 550,00 feita por quatro meses a uma taxa de 20% a.a. Resp.: Neste caso, é necessário equiparar taxa e prazo, expressando o prazo em anos: quatro meses = ano Aplicando-se a fórmula, encontra-se:
  • 27. M = C (1 + i)n = 550 (1 + 0,2)  M = 584,46 EXERCÍCIOS 1. Uma operação no regime de capitalização composta rendeu um montante igual a $ 8.400,00 após 6 meses. Sabendo que a taxa da operação foi igual a 2% a.m., calcule o valor presente (capital). R: C = 7.458,96 2. Um capital inicial de $ 430,00 rendeu $ 80,00 de juros após permanecer aplicado por 4 meses. Qual foi a taxa de juros mensal da aplicação? R: i = 0,0436 3. Um montante de $ 630,00 foi obtido após a aplicação de $ 570,00 a uma taxa de juros compostos igual a 3% a.m. Qual foi a duração da operação? R: n = 3,3859 meses 5.2. TAXAS EQUIVALENTES Em juros simples, a taxa equivalente é a própria taxa proporcional da operação. Por exemplo, a taxa de 3% ao mês e 9% ao trimestre são ditas proporcionais, pois mantêm a seguinte relação: = Prazos Taxas São equivalentes, pois promovem a igualdade dos montantes de um mesmo capital ao final de certo período de tempo. Por exemplo, em juros simples um capital de $ 80.000,00 produz o mesmo montante em qualquer data se capitalizado a 3% a.m. e 9% a.t. e assim por diante. No regime de juros compostos, a fórmula de cálculo da taxa de juros é da forma exponencial, sendo esta a média geométrica da taxa de juros do período inteiro, isto é:
  • 28. onde: q = número de períodos de capitalização. Exemplo 1: Qual a taxa equivalente composta mensal de 10,3826% ao semestre? = 1,0166 – 1 = 0,0166 ou 1,66% Assim, para um mesmo capital e prazo de aplicação, é indiferente o rendimento de 1,66% ao mês ou 10,3826% ao semestre. Neste exemplo, para um capital de $ 100.000,00 aplicado por dois anos produz: 1. Para i = 1,66% e n = 24 meses: M = 100.000,00 (1,0166)24 = $ 148.457,63 1. Para i = 10,3826% e n = 4 semestres: M = 100.000,00 (1,103826)4 = $ 148.457,63 Exemplo 2: Um certo banco divulga que a rentabilidade oferecida por uma aplicação financeira é de 12% ao semestre (ou 2% ao mês). Desta maneira, uma aplicação de $ 10.000,00 produz, ao final de 6 meses, o montante de $ 11.200,00 ($ 10.000,00 x 1,12). Efetivamente, os 12% constituem-se na taxa de rentabilidade da operação para o período inteiro de um semestre e, em bases mensais, esse percentual deve ser expresso em termos de taxa equivalente composta. Assim, os 2% de rendimentos mensais anunciados pelo banco são equivalentes aos 12% de rendimentos do semestre? = 0,0191 i6 = 1,91% Naturalmente, ao se aplicar $ 10.000,00 por 6 meses a uma taxa composta de 1,91% ao mês, chega-se ao seguinte montante: M = 10.000,00 (1,0191)6 = $ 11.200,00 EXERCÍCIOS 1. Quais as taxas de juros compostos mensal e trimestral equivalentes a 25% ao ano? R: i = 1,877% a.m. i = 5,737%
  • 29. 2. Explicar a melhor opção: aplicar um capital de $ 60.000,00 à taxa de juros compostos de 9,9% ao semestre ou à taxa de 20,78% ao ano. R: As duas taxas produzem o mesmo montante em um período de capitalização igual: M = 72.468,00 3. Demonstrar se a taxa de juros de 11,8387% ao trimestre é equivalente à taxa de 20,4999% para cinco meses. Calcular também a equivalente mensal composta dessas taxas. R: Em 15 meses  i3 = 74,969% e i5 = 74,969% 5.3. CÁLCULO DO MONTANTE EM UM NÚMERO FRACIONÁRIO DE PERÍODOS No regime de juros compostos, o prazo de uma operação pode ser fracionado (desmembrado) sem que isso leve a alterar os resultados de valor presente (C) e valor futuro (M) calculados. Basicamente, esta propriedade pode ser explicada pelo produto de potências. Sendon = n1 + n2, tem-se: M = C x (1 + i)n ou M = C (1 + i)n1 x (1 + i)n 2 = C x (1 + i)n1 + n 2 = C x (1 + i)n O prazo do expoente (prazo n) pode ser fracionado de forma que a soma dos subperíodos seja igual ao período inteiro. Exemplo: Calcular o montante de um capital de $ 30.000,00 aplicado a 14% ao ano, pelo prazo de um ano, tendo os seguintes períodos de capitalização: n = 12 meses: M = 30.000,00 x (1,14) = $ 34.200,00 n = 6 meses: M = 30.000,00 x (1,14)1/2 x (1,14)1/2 = $ 34.200,00 n = 4 meses: M = 30.000,00 x (1,14)1/3 x (1,14)1/3 x (1,14)1/3 = $ 34.200,00 e assim por diante. Para cada período de capitalização pode-se também utilizar a respectiva taxa equivalente composta, ao invés de se trabalhar com expoentes fracionários: 1. n = 12 meses i = 14% a.a. M = 30.000,00 x (1,14) = $ 34.200,00 1. n = 6 meses = 6,77% a.s. M = 30.000,00 x (1,0677)2 = $ 34.200,00
  • 30. 1. n = 4 meses = 4,46% a.q. M = 30.000,00 x (1,0446)3 = $ 34.200,00 A equivalência financeira (de capitais) se verifica quando dois ou mais capitais produzem o mesmo resultado se expressos em certa data comum de comparação a uma mesma taxa de juros. Em juros compostos a equivalência de capitais pode ser definida para qualquer data focal. A capacidade de desmembramento do prazo determina que a equivalência independe da data de comparação escolhida. Exemplo: Admita que A deve a B os seguintes pagamentos: 1. $ 50.000,00 de hoje a 4 meses. 2. $ 80.000,00 de hoje a 8 meses. Suponha que A esteja avaliando um novo esquema de pagamento, em substituição ao original. A proposta de A é a de pagar $ 10.000,00 hoje, $ 30.000,00 de hoje a 6 meses e o restante ao final do ano. Sabe-se que B exige uma taxa de juros de 2% a.m. Esta taxa é a que consegue obter normalmente em suas aplicações de capital. Pede-se apurar o saldo a ser pago. A situação trata da substituição de um conjunto de compromissos financeiros por outro equivalente, devendo-se determinar o valor do pagamento no mês 12. Este pagamento deve ser tal que o valor da proposta expressa em certa data focal seja exatamente igual ao valor do plano original expresso no mesmo momento. Admitindo que a data de comparação escolhida seja o momento atual (data zero), tem-se: 1. Data Focal = 0 46.192,27 + 68.279,23 = 10.000,00 + 26.639,14 +
  • 31. 114.471,50 = 36.639,14 + 0,7885 X  77.832,36 = 0,7885 X X = $ 98.710,25 Definindo-se o mês 12 outra data focal para o cálculo do pagamento: 1. Data Focal = 12 50.000 x (1 + 0,02)8 + 80.000 x (1 + 0,02)4 = 10.000 x (1 + 0,02)12 + 30.000 x (1 + 0,02)6 + X 58.582,97 + 86.594,57 = 12.682,42 + 33.784,87 + X 145.177,54 = 46.467,29 + X X = $ 98.710,25 O saldo a pagar não se altera com a data focal. Em juros compostos a equivalência financeira independe do momento tomado como comparação. EXERCÍCIOS 1. Uma empresa deve $ 180.000,00 a um banco sendo o vencimento definido em 3 meses contados de hoje. Prevendo dificuldades de caixa no período, a empresa negocia com o banco a substituição deste compromisso por dois outros de valores iguais nos meses 5 e 6 contados de hoje. Sendo de 3,6% ao mês a taxa de juros, pede-se calcular o valor dos pagamentos propostos sendo a data focal: a) hoje; R: P = 98.304,64 b) de hoje a 3 meses; R: P = 98.304,64 c) de hoje a 5 meses. R: P = 98.304,64 2. Um título vence daqui a 4 meses apresentando um valor nominal (resgate) de $ 407.164,90. É proposta a troca deste título por outro de valor nominal de $ 480.00,00 vencível daqui a 8 meses. Sendo de 5% ao mês a rentabilidade exigida pelo aplicados, pede-se avaliar se a troca é vantajosa. R: a) i = 4,2% a.m. < 5% a.m. b) C = $ 394.897,20 < $ 407.164,90  não é vantajoso – Convenção Linear e Convenção Exponencial para Períodos não Inteiros Em algumas operações financeiras, o prazo não é um número inteiro em relação ao prazo definido para a taxa. Por exemplo: taxa de juros de 18% ao ano e prazo da operação de 1 ano e 7 meses. Sendo anual o período de capitalização dos juros, o prazo inteiro é 1 ano e o fracionário 7 meses. Ao se adotar o conceito de capitalização descontínua, não poderia haver incorrência de juros no intervalo de tempo fracionário, somente ao final de um período completo. Como na prática é
  • 32. muito raro a não formação dos juros em intervalos de tempo inferiores a um período inteiro, passa-se a adotar duas convenções para solucionar estes casos: linear e exponencial. a) Convenção Linear: A convenção linear admite a formação de juros compostos para a parte inteira do prazo e de juros simples para a parte fracionária. A expressão de cálculo do montante na convenção linear é a seguinte: sendo: m/k = parte fracionária do prazo. Exemplo: Seja o capital de $ 100.000,00 emprestado à taxa de 18% ao ano pelo prazo de 4 anos e 9 meses. Calcular o montante deste empréstimo pela convenção linear. Solução: C = $ 100.000,00 i = 18% a.a. n (inteiro) = 4 anos M = ? (fracionário) = M = 100.000,00 x 1,938778 x 1,135 M = $ 220.051,30 Na maioria das operações financeiras é adotada a convenção exponencial para todo o intervalo de tempo. b) Convenção Exponencial: A convenção exponencial adota a capitalização composta tanto para a parte inteira como para a fracionária. Esta convenção é mais generalizadamente usada na prática, sendo considerada tecnicamente mais correta por empregar somente juros compostos e taxas equivalentes para os períodos não inteiros. A expressão básica de cálculo é a seguinte: Exemplo: Utilizando os dados do exemplo anterior, calcula-se o montante: Solução: M = 100.000,00 x (1,18)4 + 0,75 M = 100.000,00 x (1,18)4,75 = $ 219.502,50
  • 33. O procedimento é o mesmo ao se determinar a taxa equivalente mensal de 18% ao ano e capitalizá-la para os 57 meses (4 anos e 9 meses): i = 18% a.a. = 1,388843% a.m. M = 100.000,00 x (1 + 0,01388843)57 = $ 219.502,50 Observe que existe uma diferença entre os montantes apurados: M (Conv. Linear) = $ 220.051,30 M (Conv. Exponencial) = $ 219.502,50 Diferença: $ 548,80 EXERCÍCIOS 1. Um capital no valor de $ 5.000,00 foi aplicado por 3 meses e 15 dias a taxa de 4% a.m. no regime de capitalização composta com convenção linear. Estime qual será o valor de resgate desta aplicação. R: M = $ 5.736,81 2. O valor de $ 68.000,00 foi resgatado após ter sido aplicado por 2 meses e 3 dias a uma taxa de 8% a.m., no regime de capitalização composta com convenção linear. Determine qual foi o capital aplicado. R: M = $ 57.836,35 3. Uma pessoa aplicou um capital pelo prazo de 2 anos e 5 meses à taxa de 18% a.a. Determinar o valor da aplicação sabendo-se que o montante produzido ao final do período atinge $ 24.800,00. Resolver o problema utilizando as convenções linear e exponencial. R: Convenção Linear: C = $ 16.586,35 Convenção Exponencial: C = $ 16.624,05 5.4. PERÍODO DE CAPITALIZAÇÃO DIFERENTE DO PERÍODO DA TAXA – Taxa Nominal e Efetiva: A taxa efetiva de juros é a taxa dos juros apurada durante todo o prazo n, sendo formada exponencialmente através dos períodos de capitalização. Ou seja, taxa efetiva é o processo de formação dos juros pelo regime de juros compostos ao longo dos períodos de capitalização. É obtida pela seguinte expressão: Taxa Efetiva (if) = (1 + i)q – 1
  • 34. onde q representa o número de períodos de capitalização dos juros. Por exemplo, uma taxa de 3,8% ao mês determina um montante efetivo de juros de 56,45% ao ano, os seja: if = (1 + 0,038)12 – 1 = 0,56447 ou 56,45% a.a. Quando se diz, por outro lado, que uma taxa de juros é nominal, geralmente é admitido que o prazo dos juros (ou seja, período de formação e incorporação dos juros ao principal) não é o mesmo daquele definido para a taxa de juros. Por exemplo, seja a taxa nominal de juros de 36% ao ano capitalizada mensalmente. Os prazos não são coincidentes. O prazo de capitalização é de um mês e o prazo a que se refere a taxa de juros igual a um ano (12 meses). Assim, 36% ao ano representa uma taxa nominal de juros, expressa para um período inteiro, a qual deve ser atribuída ao período de capitalização. Quando se trata de taxa nominal é comum admitir-se que a capitalização ocorre por juros proporcionais simples. Assim, no exemplo, a taxa por período de capitalização é de 36% /12 = 3% ao mês (taxa proporcional ou linear). Ao se capitalizar esta taxa nominal, apura-se uma taxa efetiva de juros superior àquela declarada para a operação. Assim: 1. Taxa nominal da operação para o período = 36% ao ano 2. Taxa proporcional simples (taxa definida para o período de capitalização) = 3% ao mês 1. Taxa efetiva de juros: ao ano Para que 36% ao ano fosse considerada a taxa efetiva, a formação mensal dos juros deveria ser feita a partir da taxa equivalente composta, ou seja: Ao se capitalizar exponencialmente esta taxa de juros equivalente mensal chega-se aos 36% ao ano:
  • 35. Exemplo: O custo efetivo de 4,2% ao mês cobrado por um banco, pode ser equivalentemente definido em 4,12% ao mês para o mesmo período, ou seja: = 0,137234% ao dia x 30 4,12% ao mês A taxa de 4,12% a.m. é nominal (linear) e equivalente a efetiva de 4,2% a.m. EXERCÍCIOS 1. Um empréstimo no valor de $ 11.000,00 é efetuado pelo prazo de um ano à taxa nominal (linear) de juros de 32% ao ano, capitalizados trimestralmente. Pede-se determinar o montante e o custo efetivo do empréstimo. R. M = $ 14.965,40 if = 36% a.a. 2. A caderneta de poupança paga juros anuais de 6% com capitalização mensal à base de 0,5%. Calcular a rentabilidade efetiva desta aplicação financeira. R. if = 6,17% a.a. 3. Sendo de 24% a.a. a taxa nominal de juros cobrada por uma instituição, calcular o custo efetivo anual, admitindo que o período de capitalização dos juros seja: a) mensal; R: if = 26,82% a.a. b) trimestral; R: if = 26,25% a.a. c) semestral. R: if = 25,44% a.a. 4. Uma aplicação financeira promete pagar 42% ao ano de juros. Sendo de um mês o prazo da aplicação, pede-se determinar a sua rentabilidade efetiva considerando os juros de 42% a.a. como: a) Taxa Efetiva R: iq = 2,97% a.m. b) Taxa Nominal R: i = 3,5% a.m. if = 51,1% a.a. 5.5. VALOR ATUAL E VALOR NOMINAL A JUROS COMPOSTOS No cálculo de juros compostos, o valor (1 + i)n é o fator de capitalização (ou de valor futuro), – FCC (i, n) a juros compostos, e 1/(1 + i)n é o fator de atualização (ou de valor presente) – FAC (i, n) a juros compostos.
  • 36. A movimentação de um capital ao longo de uma escala de tempo em juros compostos se processa mediante a aplicação destes fatores, conforme pode ser visualizado na ilustração a seguir: No estudo de juros compostos, o valor presente (capital) não se refere necessariamente a um valor expresso no momento zero. Na verdade, o valor presente pode ser apurado em qualquer data focal anterior à do valor futuro (montante). Exemplo: Pode-se desejar calcular quanto será pago por um empréstimo de $ 20.000,00 vencível de hoje a 14 meses ao se antecipar por 5 meses a data de seu pagamento. Sabe-se que o credor está disposto a atualizar a dívida à taxa composta de 2,5% a.m. O problema envolve basicamente o cálculo do valor presente, ou seja, um valor atualizado a uma data anterior à do montante (mês 9) = $ 17.677,10 Graficamente: As expressões de cálculos de C e M permitem capitalizações e atualizações envolvendo diversos valores e não somente um único capital ou montante. Exemplo: Admita um empréstimo que envolve os seguintes pagamentos: $ 15.000,00 de hoje a 2 meses; $ 40.000,00 de hoje a 5 meses; $ 50.000,00 de hoje a 6 meses e $ 70.000,00 de hoje a 8 meses. O devedor deseja apurar o valor presente (na data zero) destes fluxos de pagamento, pois está negociando com o banco a liquidação imediata de toda a sua dívida. A taxa de juros considerada nesta antecipação é de 3% ao mês. Solução: Representação gráfica da dívida: Utilizando-se a fórmula de valor presente:
  • 37. C = 14.138,94 + 34.504,35 + 41.874,21 + 55.258,65 C = $ 145.776,15 EXERCÍCIOS 1. Determinar o montante de uma aplicação de $ 22.000,00 admitindo os seguintes prazos e taxas: a) i = 2,2% a.m.; n = 7 meses R: M = 25.619,99 b) i = 12% a.t.; n = 1 ano e meio R: M = 43.424,10 c) i = 20% a.s.; n = 4 anos R: M = 94.595,97 d) i = 9% a.a.; n = 216 meses R: M = 103.776,65 2. Calcular o juro de uma aplicação de $ 300.000,00 nas seguintes condições de prazo e taxa: a) i = 2,5% a.m.; n = 1 semestre R: J = 47.908,03 b) i = 10% a.a.; n = 120 meses R: J = 478.122,74 3. Um banco lança um título pagando 6% a.t. Se uma pessoa necessitar de $ 58.000,00 daqui a 3 anos, quanto deverá aplicar neste título? R: C = 28.824,22 4. Um banco publica em suas agências o seguinte anúncio: “aplique $ 1.000,00 hoje e receba $ 1.180,00 ao final de 6 meses”. Determinar a efetiva taxa mensal, semestral e anual de juros oferecida por esta aplicação. R: i = 2,25% a.m.
  • 38. i = 18,0% a.s. i = 39,24% a.a. 6. SÉRIES DE CAPITAIS 6.1. CONCEITO De modo geral, uma série ou uma anuidade corresponde a toda e qualquer seqüência de entradas ou saídas de caixa com os seguintes objetivos: (1) amortização de uma dívida ou (2) capitalização de um montante. As séries podem ser classificadas de diferentes formas: Quanto ao no de prestações: Finitas: quando ocorrem durante um período predeterminado de tempo. Infinitas: ou perpetuidades, quando ocorrem quando os pagamentos ou recebimentos duram infinitamente. Quanto à periodicidade dos pagamentos: Periódicas: quando os pagamentos ou recebimentos ocorrem a intervalos constantes. Não periódicas: quando os pagamentos ou recebimentos acontecem em intervalos irregulares de tempo. Quanto ao valor das prestações: Uniformes: quando os pagamentos ou recebimentos são iguais. Não uniformes: quando os pagamentos ou recebimentos apresentam valores distintos. Quanto ao prazo dos pagamentos: Postecipadas: quando os pagamentos ou recebimentos iniciam após o final do primeiro período. Antecipadas: quando o primeiro pagamento ou recebimento ocorre na entrada, do início da série. Quanto ao primeiro pagamento: Diferidas ou com carência: quando houver um prazo maior que um período entre a data do recebimento do financiamento e a data de pagamento da primeira prestação. Não diferidas: quando não existir prazo superior a um período entre o início da operação e o primeiro pagamento ou recebimento. 6.2. SÉRIE BÁSICA
  • 39. As séries uniformes apresentam prestações iguais, isto é, considerando a série de capitais y 1, y2, y3, ..., yn, respectivamente nas datas 1, 2, 3, ..., n, dizemos que esse conjunto constitui uma série uniforme se y1 = y2 = y3 = ... = yn = PMT isto é, se todos os capitais são iguais. Indicando esse capital por PMT, a representação gráfica da série uniforme é a seguinte: 6.3. VALOR ATUAL DA SÉRIE BÁSICA O valor presente (capital) de uma série uniforme, para uma taxa periódica de juros, é determinado pelo somatório dos valores presentes de cada um dos seus valores. Logo: Simplificações podem ser feitas se notarmos que a expressão entre colchetes é a soma dos termos de uma progressão geométrica (PG) cujo 1o termo a1 = e cuja razão é q = . A soma dos n primeiros termos de uma PG é dada por: Logo a expressão do valor atual fica: = =
  • 40. e, finalmente, C = PMT . A expressão entre colchetes é denominada fator de valor presente e pode ser indicado pelo símbolo: a (lê-se: a, n, cantoneira i, encontrado em tabelas financeiras). Exemplos: 1. Um eletrodoméstico é vendido a prazo, em 4 pagamentos mensais e iguais de $ 550,00, vencendo o primeiro um mês após a compra. Se a loja opera a uma taxa de juros de 5% a.m., qual seu preço a vista? Solução: n = 4 i = 5% a.m. PMT = 550 Assim: C = 550 . C = 1.950,27 2. Uma geladeira possui preço a vista igual a $ 800,00, podendo ser paga em 3 parcelas mensais e iguais sem entrada. Sabendo que a taxa de juros praticada pela loja é igual a 5% a.m., calcule o valor da prestação a ser cobrada pela loja. Solução: = PMT = 293,77
  • 41. 6.4. MONTANTE DA SÉRIE BÁSICA Chamamos de montante da série, na data n, a soma dos montantes de cada capital PMT, aplicado desde a data considerada até a data n. Assim, indicando por M o montante, teremos: M = PMT (1 + i)n – 1 + PMT (1 + i)n – 2 + PMT (1 + i)n – 3 + … + PMT M = PMT [(1 + i) n – 1 + (1 + i) n – 2 + ... + (1 + i) + 1] O segundo membro dessa expressão é a soma dos termos de uma PG finita, em que: a1 = PMT (1 + I)n – 1 e cuja razão é q = Lembrando a fórmula da soma da PG finita: resulta no caso de nossa expressão: M = PMT A expressão entre colchetes é denominada fator de acumulação e pode ser indicado pelo símbolo: s (lê-se: s, n, cantoneira i, encontrado em tabelas financeiras). Exemplo: Um investidor aplica mensalmente $ 2.000,00 em um fundo de investimentos que remunera as aplicações à taxa de juros compostos de 2% a.m. Se o investidor fizer 7 aplicações, qual o montante no instante do último depósito Solução: PMT = 2.000 i = 2% a.m. n = 7 Assim: M = 2000 = 2000 . 7,434283 M = $ 14.868,57
  • 42. - Séries com Carência: Se a série tiver carência de m + 1 períodos, a fórmula genérica para séries uniformes torna-se igual a: Onde: m + 1 = carência até o primeiro pagamento Exemplos 1. Um congelador no valor de $ 950,00 a vista é vendido em 12 pagamentos mensais iguais e sem entrada. Sendo a taxa de juros de 3,7909% a.m., qual o valor de cada prestação? Solução: Séries Postecipada  m + 1 = 1  m = 0 PMT = PMT = 100,00 2. Uma loja de decorações anuncia a venda de um objeto de arte por $ 600,00 a vista ou em uma entrada mais oito parcelas todas iguais, cobrando uma taxa de juros de 4,8598% a.m. Qual o valor de cada prestação? Solução: Série Antecipada  m + 1 = 0  m = – 1
  • 43. PMT = PMT = 80,00 EXERCÍCIOS 1. Um empréstimo de $ 50.000,00 é realizado à taxa de 4,8% a.m. para ser liquidado em seis prestações mensais, iguais e sucessivas. Qual o valor da prestação? R: PMT = $ 9.787,96 2. Quanto é preciso aplicar mensalmente, num total de 48 prestações, numa poupança, para que possa resgatar $ 52.800,00 no final do período, à taxa de 4% a.m., começando a aplicação agora? R: PMT = $ 364,56 3. Um veículo novo está sendo vendido por $ 4.000,00 de entrada mais 6 pagamentos mensais, iguais e consecutivos de $ 3.000,00. Sabendo-se que a taxa de juros de mercado é de 5,5% a.m., determinar até que preço interessa comprar o veículo a vista. R: C = $ 18.986,59 4. Calcular o montante acumulado ao final do 7o mês de uma seqüência de 7 depósitos mensais e sucessivos, no valor de $ 800,00 cada, numa conta de poupança que remunera a uma taxa de juros de 2,1% a.m. R: M = $ 5.965,41 5. Uma betoneira, cujo valor a vista é de $ 30.000,00 será financiada em 20 prestações mensais e sucessivas, além de uma entrada de $ 7.500,00 por ocasião da compra. Determine o valor das 20 prestações mensais, sabendo que o financiamento será realizado a juros compostos de 1,25% a.m., considerando que a 1a prestação vencerá: a) 30 dias após a data da compra; R: PMT = 1.278,46 b) no ato da compra. R: PMT = 1262,68 6. Um eletrodoméstico é vendido a vista por $ 8.000,00, ou em 4 pagamentos mensais de $ 2.085,79, ocorrendo o primeiro pagamento 3 meses após a compra. Qual deve ser o valor da entrada admitindo uma taxa de juros de 4% a.m.? R: Entrada = $ 1.000,00
  • 44. BIBLIOGRAFIA BRUNI, Adriano Leal e FAMÁ, Rubens. Matemática Financeira com HP 12C. São Paulo, ed Atlas, 2002. HAZZAN, Samuel e POMPEO, José Nicolau. Matemática Financeira. Ed. Saraiva, 5a Ed., São Paulo, 2004. NETO, Alexandre Assaf. Matemática Financeira e Suas Aplicações. São Paulo, ed. Atlas, 2002.