O documento resume as principais informações sobre o cultivo do centeio no Brasil, incluindo sua introdução por imigrantes europeus, características morfológicas e cultivares cultivados no país, com foco na região Sul. Aborda também tópicos como época de semeadura, fenologia, adubação, doenças e plantas daninhas associadas à cultura.
Cultura do centeio: aspectos morfológicos, fisiológicos e de produção
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
CAMPUS PROFESSORA CINOBELINA ELVAS
BACHARELADO EM ENGENHARIA AGRONÔMICA
DISCIPLINA: AGRICULTURA II
DOCENTE: JULIANA JOICE PEREIRA LIMA
DISCENTES DE ENGENHARIA
AGRONÔMICA:
ESTER DE SOUSA
GUILHERME MATOS
HENDRIW SANTOS
JOÃO VITTOR AVELINO
KAIO GABRIEL SANTOS
MARCOS VINICIUS ALVES
BOM JESUS, PI
JUNHO DE 2018
CULTURA DO CENTEIO
2. INTRODUÇÃO
• O centeio (Secale cereale L.) ocupa 8º lugar em área entre os cereais.
• Cultivado na Europa:
Rússia
Polônia
Bielorrússia
Ucrânia
Fonte: Portal São Francisco
3. CENTEIO NO BRASIL
• Foi introduzido por imigrantes alemães e poloneses;
• A área diminuiu nas últimas cinco décadas;
• Na última década, a área média de cultivo foi de 8 mil hectares;
• O Paraná (PR) é o estado com maior área de cultivo.
6. USO NAALIMENTAÇÃO
• Menos nutritivo dos cereais, porém é rico em lisina;
• Utilizado na fabricação de pães, biscoitos e bebidas alcoólicas;
• Indicado para diabéticos, hipertensos ou para manter a forma física;
7. USO NAALIMENTAÇÃO
• Possui maior concentração de pentoses (hemiceluloses ou
glicoprotídeos);
• Dificultam ou retardam a alimentação.
9. OUTRAS FUNCIONALIDADES
• Nas espigas, cresce o fungo “esporão do centeio” Ergotina;
• Dietilamida do ácido lisérgico (LSD).
Foto: AgricenterFonte: Samuel/Cristiano
11. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS
• Planta anual de inverno, de 1,2 m a 1,8 m de altura;
• Quase glabra;
• Colmo cilíndrico, ereto e glabro;
Fonte: Phytusclub
12. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS
• Folhas lineares, de coloração verde-azulada, torção no sentido horário;
• Difere das outras culturas de inverno por:
• Lígula curta, membranosa;
• Aurícula curta.
Fonte: Phytusclub
18. ÉPOCA DE SEMEADURA
• A partir de março
Para a formação
de
pastagens/Brasil
• Em abril e maio - no norte do PR, SP, MG e
MS
• Em junho e julho - RS, SC e no sul do PR
Para a produção
de grãos
• 17 a 20 cm
Espaçamento com
plantio a
plantadeira
19. FENOLOGIA
• A escala de Feekes (1940) caracteriza os estádios de maneira mais geral. Por outro
lado, a escala de Zadoks et al. (1974) proporciona uma visão mais detalhada de
cada estádio, pois está dividida em 10 etapas e, cada uma, em 10 subetapas.
20. FENOLOGIA
Código
0
0
1
3
5
7
9
1
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
Oito folhas abertas
Nove ou mais folhas abertas
Duas folhas abertas
Três folhas abertas
Quatro folhas abertas
Cinco folhas abertas
Seis folhas abertas
Sete folhas abertas
Emergência da radícula da cariopse
Coleóptilo emergido
Folha no ápice do coleóptilo
Crescimento da plântula
Primeira folha através do coleóptilo
Primeira folha aberta
Estádio
Germinação
Início da embebição
Semente seca
Embebição completa
Código
2
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
3
30
31
32
33
34
35
36
37
39
Pseudocolmo ereto
Estádio
Afilhamento
Somente o colmo principal
Colmo principal e um afilho
Colmo principal e dois afilhos
Colmo principal e três afilbos
Colmo principal e quatro afilbos
Colmo principal e cinco afilbos
Colmo principal e seis afilbos
Colmo principal e sete afilbos
Colmo principal e oito afilhos
Colmo principal e nove ou mais afilhos
Alongamento
Quinto nó visível
Sexto nó visível
Folha bandeira recém-visível
Lígula da folha bandeira recém-visível
Primeiro nó visível
Segundo nó visível
Terceiro nó visível
Quarto nó visível
Zadoksetal.(1974)
21. FENOLOGIA
Código
8
83
85
87
9
91
92
93
94
95
96
97
98
99
Estádio
Desenvolvimento do grão em massa
Início do estado de massa
Estado de massa mole
Estado de massa mole
Maturação
Semente não dormente
Dormência secundária induzida
Dormência secundária perdida
Cariopse dura (dificil dividir com a unha)
Cariopse dura (não pode ser dividida com a unha)
Cariopse soltando-se durante o dia
Sobre maturação, palha seca e quebradiça
Semente dormente
Semente viável com 50% de germinação
Zadoksetal.(1974)
Código
4
41
43
45
47
49
5
50
52
54
56
58
6
60
64
68
7
71
73
75
77
Três quartos das inflorescências emergidas
Estádio
Emborrachamento
Bainha da folha bandeira em extensão
Início do emborracbamento
Emborracbamento completo
Abertura da bainha da folha bandeira
Primeiras aristas visíveis
Emergência da inflorescência
Primeira espigueta da inflorescência recém-visível
Um quarto das inflorescências emergidas
Metade das inflorescências emergidas
Cariopse aquosa
Início do estado leitoso
Estado leitoso
Final do estado leitoso
Emergência completa da inflorescência
Antese
Início da antese
Metade da antese completa
Antese completa
Desenvolvimento do grão leitoso
h
h
22. TEMPERATURA
• Adaptado a temperaturas baixas e geadas
• Temperatura ótima: 25 a 31 º C
• Sensível a elevada temperatura durante a floração e a formação de grãos
• Temperaturas elevadas: Redução no ciclo, menor perfilhamento e menor número de
grãos/espiga
• Ampla adaptação as condições ambientais
• O centeio possui alto potencial de rendimento de massa verde em T ° baixas;
• Crescimento a partir de:
• Centeio: 0 °C
• Trigo: 2,8 °C
• Aveia: 4,4 °C
• Azevém: 6,4 °C
23. LUMINOSIDADE E PRECIPITAÇÃO
• É uma planta exigente em dias longos e o florescimento é induzido por 14 horas,
ou mais, de luz
• O centeio é pouco exigente em disponibilidade hídrica
• Altamente sensível a excesso de chuva
• A água é requerida com maior intensidade durante as fases de florescimento e de
enchimento de grãos.
24. REGULADORES DE CRESCIMENTO
• Indicações de uso (Bula do Viviful SC)
Terrestre Aérea Aplicação Segunda
70 dias.
Realizar a 1 aplicação em pós-
emergência da cultura, na fase
de alongamento do caule, no
estágio de 1º nó visível
Centeio
Regulador de
crescimento
200 a 330 mL
p.c./há
150 a 200 L de
calda/ha
20 a 30 L de
calda/ha (aéreo)
Realizar uma
aplicação
Intervalo
Época de aplicação
Calda
Dosagem
27. CULTIVARES
CENTEIO BR1 (1986) Desenvolvida por CNPT/ Embrapa
Finalidade: grãos, pastoreio e
cobertura morta
Ciclo: médio
Espigamento: 65 dias
Maturação: 138 dias
Rendimento: 1000 a 2500 kg/ha
Imagem: Centeio BR 1
Foto: Milton Brudna
28. CULTIVARES
IPR 89 (2000)
Finalidade: pastejo e grãos
Ciclo: médio/ tardio
Espigamento: 75 a 90 dias
Maturação: 145 a 160 dias
Altura: 160 cm
Rendimento (massa seca): superior a
6.000 kg/ha
Rendimento (grãos): superior a 2.200
kg/haImagem: IPR 89
Foto: Koelpe sementes
29. CULTIVARES
BRS SERRANO (2005)
Desenvolvida por Embrapa Trigo
Imagem: BRS Serrano
Foto: Alfredo Júnior
Ciclo: médio/tardio
Espigamento: 75 a 90 dias
Maturação: 145 a 160 dias
Altura: 160 cm
Peso de mil grãos: 18 a 23 g
Regiões:RS, SC, PR, MS e SP
30. CULTIVARES
TEMPRANO (2010)
Desenvolvido por Atlântica Trading Ltda.
Imagem: BRS TEMPRANO
Fonte: Atlanticasementes/produtos/centeio/temprano/
Finalidade: forrageira
* Elevado perfilhamento
Rendimento (massa seca): de 5.000 a
6.000 kg/ha
Teor médio de proteína bruta: 26%
31. CULTIVARES
BRS PROGRESSO (2013)
Ciclo: médio
Espigamento: 60 a 75 dias
Maturação: 125 a 145 dias
Altura: 152 cm
Peso de mil grãos: 24 g
Regiões: RS, SC, PR, MS e SP
Imagem: BRS Progresso
Foto: Alfredo Júnior
Desenvolvida por Embrapa Trigo
34. PLANTAS DANINHAS
• Área experimental da Epagri/Cepaf (Chapecó, SC) Cultivo de centeio
• Parte da área recebeu 100 kg de N.ha -1 (centeio 100)
• Parte não recebeu adubação nitrogenada (centeio 0)
• Sob efeito do N, há um maior acúmulo de fitomassa e uma menor incidência
de plantas espontâneas
Produção técnica – Epagri (2004-2005)
35. PLANTAS DANINHAS
Picão preto (Bidens pilosa L.)
Imagem: Picão preto
Fonte: commons. Wikimedia.org
Imagem: Guaxuma
Foto: Stephan Imhof
Guaxuma (Sida rhombifolia )
40. PLANTAS DANINHAS
Controle preventivo
• Sementes certificadas
• Limpeza de equipamentos
Controle cultural
• Cultivar adequada
• Adubação correta
• Época de semeadura
• Adequação da densidade, da profundi-
dade e do espaçamento entre as linhas
Imagem: sementes de centeio
Fonte: Armazemtunis.com.br
41. PLANTAS DANINHAS
• Controle químico
• Herbicida 2,4-D amina
• Pós-emergência das plantas daninhas
• Cultura no estádio de início do perfilhamento
até início do emborrachamento
• Dose recomendada : varia de 0,8 a 1,2 L/ha
(dependendo das espécies infestantes)
Imagem: 2,4-d amina da empresa ADAMA
Fonte: adama.com/argentina
42. PRINCIPAIS PRAGAS
• Complexo de pulgões
Fonte:DefesaVegetal.net
Foto:ClaudePilon
Pulgão-da-folha
(Metopolophium dirhodum) Fonte:InfluentialPoints.com
Foto:KentLoeffler
Pulgão-verde-dos-cereais
(Schizaphis graminum)
Fonte:DefesaVegetal.com
Foto:DavidCappaert
Pulgão-da-aveia
(Rhopalosiphum padi )
PEREIRA e SALVADORI, 2018.
43. PRINCIPAIS PRAGAS
• Complexo de pulgões
• Danos
• Transmissão do Vírus do Nanismo Amarelo da Cevada
• S. graminum causa amarelecimento e morte de plantas
• Manejo
• Programa de Controle Biológico de Pulgões
PEREIRA e SALVADORI, 2018.
Nível de infestação para o controle:
1º. 10 % de plantas infestadas, da emergência ao perfilhamento;
2º. 10 pulgões/perfilho, do alongamento ao emborrachamento;
3º. 10 pulgões/espiga, do espigamento ao grão em massa.
44. PRINCIPAIS PRAGAS
• Complexo de lagartas
PEREIRA e SALVADORI, 2018.
Fonte:Agrolink.com
Foto:ArquivosdoAgrolink
Lagarta do trigo
(Pseudaletia sequax)
Fonte:FeaturedCreatures
Foto:JamesCastner
Lagarta-do-cartucho
(Spodoptera frugiperda)
Fonte:PereiraeSalvadori.
Foto:PauloFerreira
Lagarta-dos-capinzais
(Mocis latipes)
45. PRINCIPAIS PRAGAS
• Complexo de Lagartas
• Danos
• Lagarta-do-trigo maior frequência do espigamento até a fase de
maturação (consomem folhas e espigas)
• Lagarta-do-cartucho na fase de início de desenvolvimento da
cultura, desde a emergência até o afilhamento.
• Elasmo ocorre desde a emergência até o afilhamento das
plantas, quando penetra na região do colo e vai broqueando uma
galeria ascendente no colmo
• Manejo
• Monitoramento
PEREIRA e SALVADORI, 2018.
Lagarta-do-trigo deve começar no espigamento, considerando-se o
número de lagartas e o desfolhamento.
46. PRINCIPAIS PRAGAS
• Corós
PEREIRA e SALVADORI, 2018.
Coró-do-trigo
(Phyllophaga triticophaga)
Coró-das-pastagens
(Diloboderus abderus)Fonte:PereiraeSalvadori.
Foto:PauloFerreira
Fonte:PereiraeSalvadori.
Foto:PauloFerreira
47. PRINCIPAIS PRAGAS
• Corós
• Danos
• São potencialmente grandes, uma vez que o cereal é semeado e
cultivado na época em que larvas apresentam maior capacidade de
consumo
• Os danos são em sementes, raízes e parte aérea de plântulas
• Manejo
• Monitoramento periódico das áreas, por meio da abertura de
trincheiras com 20 cm de profundidade no solo
• O tratamento de sementes com inseticidas tem se mostrado eficiente
no controle dessas larvas de solo. PEREIRA e SALVADORI, 2018.
48. PRINCIPAIS DOENÇAS
• As populações de centeio cultivadas no Brasil apresentam marcada
resistência às doenças da parte aérea, como oídio, ferrugem da folha e
septoriose (AGROLINK, 2008).
Fonte:ArquivosEMBRAPA
Foto:AlfredodoNascimentoJr.
Ferrugem-do-colmo
(Puccinia graminis)
Foto:CecíliadoNascimento
Mal-do-pé
(Gaeumannomyces graminis)
Giberela
(Gibberella zeae)
Fonte:ArquivosEMBRAPA
Foto:AlfredodoNascimentoJr.
49. PRINCIPAIS DOENÇAS
• Ferrugem-do-colmo
• Danos
• Descoloração inicial dos tecidos, e, com o progresso da doença,
surgem frutificações (pústulas) sobre colmo, bainhas e lâminas
foliares
• Manejo
• Eliminação de plantas voluntárias
• Uso de cultivares resistentes
• Controle químico PEREIRA e SALVADORI, 2018.
A cultivar IPR 89, registrada em 2000 pelo Instituto
Agronômico do Paraná (IAPAR), possui considerável
resistência às raças de ferrugem do colmo existentes no
Brasil.
50. PRINCIPAIS DOENÇAS
• Mal-do-pé
• Danos
• Mais intensos na fase de plântula (TºC do solo < 20ºC
intensifica os danos)
• Manejo
• Rotação de cultura com espécies não-suscetíveis, como
leguminosas de inverno e aveia
NASCIMENTO-JÚNIOR et al., 2018.
51. PRINCIPAIS DOENÇAS
• Giberela
• Danos
• Ocorre entre o espigamento e a maturação dos grãos
• Escurecimento dos tecidos do colmo e da base das espigas
• Manejo
• Uso de materiais menos suscetíveis
• Escalonamento de semeadura
• Uso de sementes sadias.
NASCIMENTO-JÚNIOR et al., 2018.
56. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
CAMPUS PROFESSORA CINOBELINA ELVAS
BACHARELADO EM ENGENHARIA AGRONÔMICA
DISCIPLINA: AGRICULTURA II
DOCENTE: JULIANA JOICE PEREIRA LIMA
DISCENTE:
ESTER DE SOUSA
GUILHERME MATOS
HENDRIW SANTOS
JOÃO VITTOR AVELINO
KAIO GABRIEL SANTOS
MARCOS VINICIUS ALVES
BOM JESUS, PI
JUNHO DE 2018
CULTURA DO CENTEIO