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Funções da linguagem
Prof. Jack
Ao usar a linguagem no ato da
comunicação, fazemo-lo, na maioria das
vezes, de forma automática. Na realidade, o
falante ou o escrevente, para transmitir a
mensagem, escolhe as palavras e as frases
de acordo com a ênfase que pretende dar a
este ou àquele componente do processo
comunicativo, desse modo, orienta a
linguagem de acordo com a função que ele
quer que ela exerça.
A linguagem possui seis funções, todas
relacionadas com os elementos do ato
comunicativo. São elas:
1.Função referencial ou denotativa
O comunicador a utiliza quando tem a
intenção de apenas transmitir alguma
informação, dar alguma notícia, descrever
um objeto ou relatar e explicar um aspecto
científico da realidade, não permitindo mais
de uma interpretação. Para isso, escolhe
uma linguagem clara e objetiva, atendo-se
ao sentido comum e preciso das palavras,
como é o caso do texto 2 sobre florestas
tropicais.
2.Função emotiva ou expressiva
Quando faz uso dessa função, o
comunicador transmite informações de
modo subjetivo, ou seja, ele expõe o seu
ponto de vista com o intuito de impressionar
o receptor. Nesse caso, a informação abre
espaço a mais de uma interpretação. A
resposta do Chefe Seattle ao presidente
americano é exemplo de texto expressivo e
figurado em que há presença da função
emotiva ou expressiva.
3.Função apelativa ou conativa
Leia o texto:
o que você deve fazer
(Se for bom leitor de jornais e revistas,
fiel ouvinte de rádio, obediente telespectador
ou simples passageiro de bonde.)
Consuma aveia como experiência
durante 30 dias.
Emagreça um quilo por semana sem
regime e sem dieta.
Livre-se do complexo de magreza,
usando Koxkoax hoje mesmo.
Procure hoje mesmo nosso revendedor
autorizado.
Economize servindo a garrafa-monstro
de Lero-Lero.
Ganhe a miniatura da garrafa de
Lisolete.
Tenha sempre à mão um comprimido de
leite de magnólia.
Resolva de uma vez o problema do seu
assoalho, aplicando-Ihe Sintaxe.
Use somente peças origi'1ais para o
funcionamento ideal do seu W.YZ.
Use somente peças originais para o
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Tenha sempre à mão uma caixa com
adesivos plásticos.
Faça um curso de madureza por
correspondência.
Aprenda em casa, nas horas vagas, a
fascinante profissão de relojoeiro.
Valorize sua capacidade, estudando
desenho arquitetônico, mecânico e
publicitário.
Faça um curso rápido de rádio, lV,
transistor, eletrônica e derivados.
Aprenda em poucos dias pelo moderno
sistema verbivocovisual.
ANDRADE, Carlos Drummond. A bolsa &
a vida. Rio de Janeiro, Ed. Do Autor, 1963.
Como se vê, o texto anterior é enfático,
envolvente, persuasivo. O emissor procurou
atuar fortemente sobre o receptor da
mensagem, através das palavras, da
imagem, da emoção, do emprego dos
verbos no imperativo, etc. Quando isso
ocorre, dizemos que a linguagem tem uma
função predominantemente apelativa,
conativa ou impressiva.
4.Função fática ou de contato
Leia este trecho da bem-humorada
crônica de Luís Fernando Veríssimo:
Na Fila
- Olha a fila! Olha a fila! Tem gente
furando aí.
- Tanta pressa só pra ver um caixão...
- Um caixão, não: o caixão do Dom
Pedro.
- Como é que eu sei que é o Dom Pedro
mesmo que está lá dentro?
- A gente tem que acreditar, ora. Já se
acredita em tanta coisa que o Go...
- Com licença, é aqui a inauguração do
Dom Pedro Segundo?
- Meu filho, duas coisas. Primeiro: não é
segundo, é primeiro. E segundo: a
inauguração do viaduto foi ontem. Esta fila é
para ver o caixão do Dom Pedro.
- Eles inauguraram o viaduto primeiro?
- Como, primeiro?
- Primeiro inauguraram o viaduto e
depois chegou o Dom Pedro Segundo?
- Segundo, não, primeiro.
- Primeiro o quê?
- O Dom Pedro! O Dom Pedro Primeiro!
- Primeiro chegou o Dom Pedro e depois
inauguraram o viaduto?
- Olha a fila!
- Primeiro inauguraram o Viaduto Dom
Pedro Primeiro, segundo, chegou o Dom
Pedro Primeiro em pessoa. Quer dizer, no
caixão. Está claro? E eu acho que o senhor
está puxando conversa para pegar lugar na
fila.Não pode não. Eu cheguei primeiro.
- Ouvi dizer que ele não serviu para
nada.
- Como, para nada? E o grito? E a
Independência?
- Não! O viaduto.
- Ah. Não sei. Mas é bonito. Como esse
negócio todo, o caixão, os restos do
Imperador, as bandeiras, Brasil e Portugal
irmanados, essas coisas simbólicas e tal. Eu
acho bacana.
- Olha a fila! Vamos andar, gente. Pra
frente, Brasil.
(...)
VERÍSSIMO, Luís Fernando. O nariz e
outras crônicas. São Paulo, Ática,1994.p. 19.
Nessa crônica, o narrador usa frases que
mantêm o diálogo entre as personagens e
que servem para testar se o receptor está
realmente entendendo o emissor. Há
inúmeras interrogações a fim de desfazer
equívocos ou vencer os ruídos que
atrapalham o canal de comunicação.
Dizemos, então, que a linguagem aqui
exerce a chamada função fática ou de
contato.
5.Função metalinguística
Observe agora a linguagem deste texto:
Quando as expressões deixam de
expressar
Quase tão comuns quanto alguns erros
gramaticais, são certos hábitos ou vícios de
linguagem e expressão: os chamados
clichês. Eles não chegam a ser infrações,
mas bem que podiam ser tachados como
supérfluos. Cômodos porque estão sempre
à mão, os clichês são formas
expressivamente inúteis, já que, pelo
desgaste do uso, não querem dizer mais
nada. Por exemplo:Caiu como uma Iuva –
Via de regra- Dirimir dúvidas - Tachado de -
Em foco - Preencher uma lacuna – Conjugar
esforços - Grosso modo - A nível de - etc.
A exemplo do que ocorre com a
economia, o esporte ou a política, a crítica
literária também criou os seus clichês, em
geral sofisticados. Uma leitura de alguns
desses textos, aparecidos em jornais, leva
às seguintes conclusões:
Toda prosa que motiva é instigante, todo
pesquisador mergulha, emerge e desvenda
alguma coisa. Todos têm potencial idades -
de preferência, infinitas.O humor ou é
corrosivo ou é delicioso. Qualquer estudo é
fruto - de esforço, talento - só não é de
árvore. Os escritores em geral vivem num
universo onde tecem imagens, conjugam
esforços, têm nuanças e compõem tramas
intrigantes.Todos têm um traço marcante,
mesmo que nunca tenham desenhado nada.
O resultado desse trabalho intelectual
costuma ser revigorante.
WYLER, V. & VENTURA, Z. Quando as expressões...
Jornal do Brasil, RJ, 10 ago.1986.Caderno 8, p. 7.
Quando o código, no caso a língua
portuguesa, é usado para definir, explicar,
analisar, criticar o próprio código, dizemos
que a linguagem exerce uma função
metalingüística.
6.Função poética
Por fim, leia com atenção este poema:
Canção da tarde no campo
Caminho do campo verde,
estrada depois de estrada.
Cercas de flores, palmeiras,
serra azul, água calada.
Eu ando sozinha
no meio do vale.
Mas a tarde é minha.
Meus pés vão pisando a terra
que é a imagem da minha vida:
tão vazia, mas tão bela,
Tão certa, mas tão perdida!
Eu ando sozinha
por cima de pedras.
Mas a flor é minha.
Os meus passos no caminho
são como os passos da lua:
vou chegando, vais fugindo,
minha alma é a sombra da tua.
Eu ando sozinha
por dentro de bosques.
Mas a fonte é minha.
De tanto olhar para longe,
não vejo o que passa perto.
Subo monte, desço monte,
meu peito é puro deserto.
Eu ando sozinha
ao longo da noite.
Mas a estrela é minha.
MElRELES,Cecília. Obra poética. Rio de
Janeiro, José Aguilar, 1958. p. 229-30.
Neste poema lírico, o emissor revela seu
mundo subjetivo. Embora nele a função
emotiva ou expressiva também esteja
presente, o que aflora predominantemente é
a função poética, ou seja, a ênfase dada à
forma como o texto foi elaborado. Para
escrever seu poema, Cecília Meireles se
valeu de elementos como ritmo, versos e
estrofes. A repetição do verso "Eu ando
sozinha", por exemplo, põe em relevo a
solidão da autora.
Exercícios
Prof. Jack
1. Leia os textos que se seguem e classifique
as funções de linguagem.
a) E nunca mais chega o dia 18 de setembro…
Estou em pulgas! É a primeira vez que vou
entrar na cidade do Rock!!
b) "Há menos de um mês para a realização de
mais um Rock in Rio, a organização do super-
festival carioca divulgou uma lista de itens
considerados proibidos - e que serão
bloqueados na revista realizada por seguranças
em cada pessoa que quiser entrar na Cidade
do Rock." (26 de Agosto de 2015, in Estadão)
2. Identifique a frase em que a função
predominante da linguagem é a
REFERENCIAL:
a) Dona Casemira vivia sozinha com seu
cachorrinho.
b) Vem, Dudu!
c) Pobre Dona Casemira...
d) O que ... O que foi que você disse?
e) Um cachorro falando?
3. A função metalinguística predomina em
todos os fragmentos, exceto em:
a) “Amo-te como um bicho simplesmente
de um amor sem mistério e sem virtude
com um desejo maciço e
permanente.” (Vinicius de Morais)
b) “Proponho-me a que não seja complexo
o que escreverei, embora obrigada a usar
as palavras que vos sustentam.” (Clarice
Lispector)
c) “Não narro mais pelo prazer de saber.
Narro pelo gosto de narrar, sopro palavras
e mais palavras, componho frases e mais
frases.” (Silviano Santiago)
d) “Agarro o azul do poema pelo fio mais
delgado de lã de seu discurso e vou
traçando as linhas do relâmpago no vidro
opaco da janela.” (Gilberto Mendonça
Teles)
e) Que é Poesia? Uma ilha cercada de
palavras por todos os lados.” (Cassiano
Ricardo)
4. O texto seguinte também é de natureza
poética. Nele, qual a função secundária da
linguagem?
“Lutar com as palavras/ é a luta mais vã./
Entanto lutamos/ mal rompe a
manhã.” (Carlos Drummond de Andrade)
a) Função emotiva.
b) Função conativa.
c) Função referencial.
d) Função metalinguística.
e) Função fática.
Respostas
1
a) Função Emotiva ou Expressiva
b) Função Referencial ou Denotativa
2 a)
3 a)
4 d)

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4. funções da linguagem

  • 2. Ao usar a linguagem no ato da comunicação, fazemo-lo, na maioria das vezes, de forma automática. Na realidade, o falante ou o escrevente, para transmitir a mensagem, escolhe as palavras e as frases de acordo com a ênfase que pretende dar a este ou àquele componente do processo comunicativo, desse modo, orienta a linguagem de acordo com a função que ele quer que ela exerça. A linguagem possui seis funções, todas relacionadas com os elementos do ato comunicativo. São elas:
  • 3. 1.Função referencial ou denotativa O comunicador a utiliza quando tem a intenção de apenas transmitir alguma informação, dar alguma notícia, descrever um objeto ou relatar e explicar um aspecto científico da realidade, não permitindo mais de uma interpretação. Para isso, escolhe uma linguagem clara e objetiva, atendo-se ao sentido comum e preciso das palavras, como é o caso do texto 2 sobre florestas tropicais.
  • 4. 2.Função emotiva ou expressiva Quando faz uso dessa função, o comunicador transmite informações de modo subjetivo, ou seja, ele expõe o seu ponto de vista com o intuito de impressionar o receptor. Nesse caso, a informação abre espaço a mais de uma interpretação. A resposta do Chefe Seattle ao presidente americano é exemplo de texto expressivo e figurado em que há presença da função emotiva ou expressiva.
  • 5. 3.Função apelativa ou conativa Leia o texto: o que você deve fazer (Se for bom leitor de jornais e revistas, fiel ouvinte de rádio, obediente telespectador ou simples passageiro de bonde.) Consuma aveia como experiência durante 30 dias. Emagreça um quilo por semana sem regime e sem dieta.
  • 6. Livre-se do complexo de magreza, usando Koxkoax hoje mesmo. Procure hoje mesmo nosso revendedor autorizado. Economize servindo a garrafa-monstro de Lero-Lero. Ganhe a miniatura da garrafa de Lisolete. Tenha sempre à mão um comprimido de leite de magnólia. Resolva de uma vez o problema do seu assoalho, aplicando-Ihe Sintaxe. Use somente peças origi'1ais para o funcionamento ideal do seu W.YZ.
  • 7. Use somente peças originais para o funcionamento ideal do seu W.Y.Z. Tenha sempre à mão uma caixa com adesivos plásticos. Faça um curso de madureza por correspondência. Aprenda em casa, nas horas vagas, a fascinante profissão de relojoeiro. Valorize sua capacidade, estudando desenho arquitetônico, mecânico e publicitário.
  • 8. Faça um curso rápido de rádio, lV, transistor, eletrônica e derivados. Aprenda em poucos dias pelo moderno sistema verbivocovisual. ANDRADE, Carlos Drummond. A bolsa & a vida. Rio de Janeiro, Ed. Do Autor, 1963.
  • 9. Como se vê, o texto anterior é enfático, envolvente, persuasivo. O emissor procurou atuar fortemente sobre o receptor da mensagem, através das palavras, da imagem, da emoção, do emprego dos verbos no imperativo, etc. Quando isso ocorre, dizemos que a linguagem tem uma função predominantemente apelativa, conativa ou impressiva.
  • 10. 4.Função fática ou de contato Leia este trecho da bem-humorada crônica de Luís Fernando Veríssimo: Na Fila - Olha a fila! Olha a fila! Tem gente furando aí. - Tanta pressa só pra ver um caixão... - Um caixão, não: o caixão do Dom Pedro.
  • 11. - Como é que eu sei que é o Dom Pedro mesmo que está lá dentro? - A gente tem que acreditar, ora. Já se acredita em tanta coisa que o Go... - Com licença, é aqui a inauguração do Dom Pedro Segundo? - Meu filho, duas coisas. Primeiro: não é segundo, é primeiro. E segundo: a inauguração do viaduto foi ontem. Esta fila é para ver o caixão do Dom Pedro. - Eles inauguraram o viaduto primeiro? - Como, primeiro?
  • 12. - Primeiro inauguraram o viaduto e depois chegou o Dom Pedro Segundo? - Segundo, não, primeiro. - Primeiro o quê? - O Dom Pedro! O Dom Pedro Primeiro! - Primeiro chegou o Dom Pedro e depois inauguraram o viaduto? - Olha a fila!
  • 13. - Primeiro inauguraram o Viaduto Dom Pedro Primeiro, segundo, chegou o Dom Pedro Primeiro em pessoa. Quer dizer, no caixão. Está claro? E eu acho que o senhor está puxando conversa para pegar lugar na fila.Não pode não. Eu cheguei primeiro. - Ouvi dizer que ele não serviu para nada. - Como, para nada? E o grito? E a Independência? - Não! O viaduto.
  • 14. - Ah. Não sei. Mas é bonito. Como esse negócio todo, o caixão, os restos do Imperador, as bandeiras, Brasil e Portugal irmanados, essas coisas simbólicas e tal. Eu acho bacana. - Olha a fila! Vamos andar, gente. Pra frente, Brasil. (...) VERÍSSIMO, Luís Fernando. O nariz e outras crônicas. São Paulo, Ática,1994.p. 19.
  • 15. Nessa crônica, o narrador usa frases que mantêm o diálogo entre as personagens e que servem para testar se o receptor está realmente entendendo o emissor. Há inúmeras interrogações a fim de desfazer equívocos ou vencer os ruídos que atrapalham o canal de comunicação. Dizemos, então, que a linguagem aqui exerce a chamada função fática ou de contato.
  • 16. 5.Função metalinguística Observe agora a linguagem deste texto: Quando as expressões deixam de expressar Quase tão comuns quanto alguns erros gramaticais, são certos hábitos ou vícios de linguagem e expressão: os chamados clichês. Eles não chegam a ser infrações, mas bem que podiam ser tachados como supérfluos. Cômodos porque estão sempre
  • 17. à mão, os clichês são formas expressivamente inúteis, já que, pelo desgaste do uso, não querem dizer mais nada. Por exemplo:Caiu como uma Iuva – Via de regra- Dirimir dúvidas - Tachado de - Em foco - Preencher uma lacuna – Conjugar esforços - Grosso modo - A nível de - etc. A exemplo do que ocorre com a economia, o esporte ou a política, a crítica literária também criou os seus clichês, em geral sofisticados. Uma leitura de alguns desses textos, aparecidos em jornais, leva às seguintes conclusões:
  • 18. Toda prosa que motiva é instigante, todo pesquisador mergulha, emerge e desvenda alguma coisa. Todos têm potencial idades - de preferência, infinitas.O humor ou é corrosivo ou é delicioso. Qualquer estudo é fruto - de esforço, talento - só não é de árvore. Os escritores em geral vivem num universo onde tecem imagens, conjugam esforços, têm nuanças e compõem tramas intrigantes.Todos têm um traço marcante, mesmo que nunca tenham desenhado nada. O resultado desse trabalho intelectual costuma ser revigorante. WYLER, V. & VENTURA, Z. Quando as expressões... Jornal do Brasil, RJ, 10 ago.1986.Caderno 8, p. 7.
  • 19. Quando o código, no caso a língua portuguesa, é usado para definir, explicar, analisar, criticar o próprio código, dizemos que a linguagem exerce uma função metalingüística.
  • 20. 6.Função poética Por fim, leia com atenção este poema: Canção da tarde no campo Caminho do campo verde, estrada depois de estrada. Cercas de flores, palmeiras, serra azul, água calada.
  • 21. Eu ando sozinha no meio do vale. Mas a tarde é minha. Meus pés vão pisando a terra que é a imagem da minha vida: tão vazia, mas tão bela, Tão certa, mas tão perdida!
  • 22. Eu ando sozinha por cima de pedras. Mas a flor é minha. Os meus passos no caminho são como os passos da lua: vou chegando, vais fugindo, minha alma é a sombra da tua.
  • 23. Eu ando sozinha por dentro de bosques. Mas a fonte é minha. De tanto olhar para longe, não vejo o que passa perto. Subo monte, desço monte, meu peito é puro deserto.
  • 24. Eu ando sozinha ao longo da noite. Mas a estrela é minha. MElRELES,Cecília. Obra poética. Rio de Janeiro, José Aguilar, 1958. p. 229-30.
  • 25. Neste poema lírico, o emissor revela seu mundo subjetivo. Embora nele a função emotiva ou expressiva também esteja presente, o que aflora predominantemente é a função poética, ou seja, a ênfase dada à forma como o texto foi elaborado. Para escrever seu poema, Cecília Meireles se valeu de elementos como ritmo, versos e estrofes. A repetição do verso "Eu ando sozinha", por exemplo, põe em relevo a solidão da autora.
  • 27. 1. Leia os textos que se seguem e classifique as funções de linguagem. a) E nunca mais chega o dia 18 de setembro… Estou em pulgas! É a primeira vez que vou entrar na cidade do Rock!! b) "Há menos de um mês para a realização de mais um Rock in Rio, a organização do super- festival carioca divulgou uma lista de itens considerados proibidos - e que serão bloqueados na revista realizada por seguranças em cada pessoa que quiser entrar na Cidade do Rock." (26 de Agosto de 2015, in Estadão)
  • 28. 2. Identifique a frase em que a função predominante da linguagem é a REFERENCIAL: a) Dona Casemira vivia sozinha com seu cachorrinho. b) Vem, Dudu! c) Pobre Dona Casemira... d) O que ... O que foi que você disse? e) Um cachorro falando?
  • 29. 3. A função metalinguística predomina em todos os fragmentos, exceto em: a) “Amo-te como um bicho simplesmente de um amor sem mistério e sem virtude com um desejo maciço e permanente.” (Vinicius de Morais) b) “Proponho-me a que não seja complexo o que escreverei, embora obrigada a usar as palavras que vos sustentam.” (Clarice Lispector)
  • 30. c) “Não narro mais pelo prazer de saber. Narro pelo gosto de narrar, sopro palavras e mais palavras, componho frases e mais frases.” (Silviano Santiago) d) “Agarro o azul do poema pelo fio mais delgado de lã de seu discurso e vou traçando as linhas do relâmpago no vidro opaco da janela.” (Gilberto Mendonça Teles) e) Que é Poesia? Uma ilha cercada de palavras por todos os lados.” (Cassiano Ricardo)
  • 31. 4. O texto seguinte também é de natureza poética. Nele, qual a função secundária da linguagem? “Lutar com as palavras/ é a luta mais vã./ Entanto lutamos/ mal rompe a manhã.” (Carlos Drummond de Andrade) a) Função emotiva. b) Função conativa. c) Função referencial. d) Função metalinguística. e) Função fática.
  • 32. Respostas 1 a) Função Emotiva ou Expressiva b) Função Referencial ou Denotativa 2 a) 3 a) 4 d)