Realismo e Romantismo favoritos no Boletim Gralha Azul
1. GRALHA AZUL
GRALHA AZUL
BOLETIM ELETRÔNICO – SOCIEDADE BRASILEIRA DE MÉDICOS ESCRITORES – PARANÁ – NÚMERO 6 – DEZEMBRO - 2010
ESTILO
Debruçei-me na escrivaninha e tentei descobrir qual seria o meu estilo literário. “Olha, só! Tipo assim”... “buscando
estar compreendendo”, até mesmo “estar recebendo” evidências e sinais dos céus... Qual gênero? NARRATIVO, LÍRICO OU
DRAMÁTICO? Escolhi ser lírico – talvez pelo DNA, formação, sensibilidade ou até pelo meu signo?!?! Sendo lírico, tentei
classificar-me no TROVADORISMO ou poesia cantada pelos portugueses no século XII não me adaptei, procurei o
RENASCENTISMO de Camões, esse também não. Cheguei ao Brasil lá pelos idos de 1600, com o BARROCO, metafórico,
extravagante, desvendando os conflitos entre a alma e o corpo, viva o baiano “Boca do Inferno” – Gregório de Matos. Mesmo
“estar duvidando” do meu talento, passei a ser racional no ARCADISMO, junto
com gregos e romanos, simples como Tomás Antônio, Cláudio Manoel da Costa e
Alvarenga Peixoto.
Mas foi no REALISMO que passei a ver tudo pelo social, critiquei a burguesia,
fui até mesmo impessoal. Pensei em personagens reais da sociedade, párias, etc, tal
e qual Raul Pompéia e o amadurecido Machado de Assis o fizeram.
Agora “estar pensando” na realidade, piorei, fiquei mais explícito no
NATURALISMO, dissequei o ser humano com suas taras e momentos fisiológicos
como Aluízio de Azevedo em “O Cortiço”. Como a história é contada, “estar
escrevendo-a” me faz bem. Agora no anti-realismo e anti-natu-ralismo veio o
PARNASIANISMO, sim agora é a arte pela arte, perfeita, bem demostrada por Olavo
Bilac: “Última flôr do láscio, inculta e bela,/ É’s a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura, A bruta mina entre os cascalhos vela...”. (Cabe aqui até uma exclamação - Nossa! Bah
Chê! Viche! Ou apenas Lindo demais!). Logo, logo, inspirado nos franceses passei ao SIMBOLISMO, sonhador, metafórico e
espiritual, é o caso de Cruz e Sousa e Alphonsus Guimarães.
Bem, já vou “estar chegando” na fase do PRÉ-MODERNISMO, gostaria de ser diferente, inovador, como Augusto dos
Anjos, Euclides da Cunha e Lima Barreto, mas foi somente no MODERNISMO que o cotidiano e o liberalismo foi explorado
definitivamente com explosão da brasilidade. Foi “acontecendo” a Semana de Arte Moderna em 1922, que “ficaram
despontando” Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Carlos Drummond de Andrade e Graciliano Ramos.
“Estar vindo” cronologicamente até mais próximo de hoje, me deixa emocionado e preocupado, pois ainda não
“estou me encontrando” meu estilo. Nos CONTEMPORÂNEOS não há ainda uma denominação, é cada um por si. Acho que
“estou me achando”. Pelo amor de Deus, que meu estilo não entre n a onda do gerúndio, tampouco no “internetês”!
“Vlw, amg” – que quer dizer: - muito obrigado, amigo!
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2. FÓRUM - ÁGORA
Uma das coisas interessantes na Internet são os Fóruns, verdadeiras “Ágoras” modernas, nas quais cada
um expõe suas opiniões num debate livre, sem preconceitos e muitas vezes com conteúdo de alto teor cultural.
Participo de vários Fóruns, sobre medicina, defesa profissional, motos, trecking, montanha e algum de literatura.
Escolhi um texto sobre “Estilo” que me pareceu muito interessante e combina com o meu questionamento.
“- Qual o seu ESTILO favorito?
- Romantismo? Realismo? (...) Isso, é claro, dentro da 'literatura' nacional?
- Eu gosto de autores espalhados em diferentes escolas.
- Sei bem o que eu não gosto: Arcadismo, Romantismo (terceira fase, em especial), Parnasianismo e Simbolismo.
Gosto de Realismo/Naturalismo, de alguns autores modernistas e pré-modenistas (os que não fazem textos sem
pé nem cabeça) e de uma parte do Barroco. Eu odeio muito o arcadismo. O movimento em si é muito pobre, IMO.
"Ei, Marília, vamos ver uma plantinha?". E além de ter toda essa chatice de campo, plantinhas e outros assuntos
desinteressantes, tem também o contexto mundial. Digo, enquanto o mundo todo vivia o iluminismo com figuras
como Voltaire, Diderot, D'Alembert, Montesquieu e Rousseau, Brasil e Portugal resolveram ser árcades.
- Ah, que ódio! Todos os alunos do mundo estudam os grandes pensadores com suas idéias que mudaram a
sociedade profundamente enquanto nós, brasileiros, estudamos um bando de burgueses que só queria coçar
embaixo de uma árvore.
- Eu odeio a idéia de escolas literárias, para falar a verdade. Acaba encaixando autores em um balaio só quando
às vezes as obras apresentam nuances diferentes das apresentadas com "características do grupo". Mas no final
das contas, acho que os meus favoritos são sempre jogados no balaio do Realismo e do Romantismo, então acho
que essas devem ser as minhas favoritas.
- Meus autores preferidos geralmente são os do Romantismo da 2ª fase, como Álvares de Azevedo (que era um
chorão, mas eu amo eternamente!). Gosto também dos poemas do Augusto dos Anjos, do pré-modernismo.
Então... ahn, não sei. Acho que no fim das contas eu gosto de todas as escolas.
- Eu acho legal Romantismo e Arcadismo,Carpe Diem!
- Podre é, mas eu gosto é do barroco, acho que é meio um começo da literatura brasileira, e tem boas coisas,
como por exemplo o "Boca do Inferno", que eu já citei aqui no fórum.
- Mas o que eu mais gosto é depois, o realismo e o romantismo com Joaquim Manuel de Macedo e Machado de
Assis, principalmente.
- Aliás, a minha escola literária favorita é o realismo visceral (-risos-)
- É, o realismo visceral soa realmente bom. Alguém já descobriu o que é o realismo visceral?
- E nisso eu volto para o ponto básico de porque odeio escolas literárias - porque são rótulos, e rótulos são ora
limitados demais, ora complicados demais. Se, temos problemas até para definir qual obra se encaixa na literatura
de qual país, que dirá "a qual escola" ele pertence. Sou muito mais estudar a obra (ou o conjunto de obras) de um
autor e ver como refletiu em determinada sociedade, do que tentar buscar um padrão em comparação aos outros
escritos da época.
- Literatura, arte não tem limites. Escolas, gêneros tudo são limitações impostas pelo tempo, pelo espaço, mas
sobretudo pela incapacidade do homem em apreender o todo. Ele necessita classificar para melhor compreender.
Existem grandes artistas em todas as escolas e em todos o gêneros. Logo... O que dizer de Joyce, que é um chato?
E os personagens de Beckett que não sem do lugar? E os de Ionescu que falam, quando falam, e não dizem nada?
Não definitivamente a arte independe de rótulos.
- A gente sempre gosta de tudo um pouco... Talvez a idéia do Arcadismo me atraia bastante, mas quem me tem, é
o modernismo mesmo... é o mais próximo de tudo que li...
"Voici mon secret. Il est très simple : on ne voit bien qu'avec le coeur. L'essentiel est invisible pour les yeux.
C'est le temps que tu a perdu pour ta rose qui fait ta rose si importante." Antoine de Saint-Exupery”
EXCERTOS DE FÓRUM INTERNET - Fonte: http://www.meiapalavra.com.br/showthread.php?tid=335
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3. Natal
Hoje, dezembro, 24, no mundo é véspera,
Espera-se renascer, em si e nos outros,
Todos, queremos plenamente viver!
Hoje, na véspera, o clima é de Natal!
10 graus, chuva fina, quase nevando,
Curitiba!
(Sérgio Pitaki - 2005)
NossaCap – Curitiba, tem sido muitas vezes considerada a antítese carnavalesca por muitos. Mas é inegável
que se reveste de brilho, com atrações, concursos de decoração natalina, várias apresentações de corais como a que
indicamos neste endereço no youtube.com - http://www.youtube.com/watch?v=il1fQtmds4M&feature=related. Há
muitos anos, o sucesso da apresentação do coral de crianças no Palácio Avenida, se tornou importante por várias
razões. Atualmente faz parte de um projeto social de uma instituição bancária (HSBC) que beneficia um grande
número de pessoas com projetos de Educação, Meio Ambiente e Geração de Renda. O coral de 160 crianças de Lares
e Casas de Apoio em Curitiba e Região Metropolitana. São feitos mais de 120 ensaios anuais e neste ano será
comemorado seu vigésimo ano de apresentação.
BOAS FESTAS AOS SOBRAMISTAS, FAMILIARES E AMIGOS!
EXPEDIENTE: DIRETORIA 2010-2011. Presidente: Sérgio Augusto de Munhoz Pitaki; 1º Vice-Presidente: Fahed Daher;
2º Vice-Presidente: Sonia Maria Barbosa Braga; 1º. Secretário: Paulo Maurício Piá de Andrade; 2º Secretário: Maurício
Norberto Friedrich; 1º Tesoureiro: Maria Fernanda Caboclo Ribeiro; 2º Tesoureiro: Edival Perrini.
Editor Responsável: Sérgio Augusto de Munhoz Pitaki. Endereço eletrônico:; sergiopitaki@gmail.com; fone:41-9969-1233
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