O documento discute o ciclo de vida de segurança na operação de empilhadeiras de grande porte, focando no uso da funcionalidade secundária do spreader conhecida como "Bay Pass". O texto descreve a análise de riscos relacionados a esta funcionalidade, os requisitos funcionais do spreader e do sistema de travamento de contêineres, e as etapas de projeto, instalação, validação e manutenção de um procedimento operacional para reduzir acidentes durante o uso do "Bay Pass".
1. Ciclo de Vida de Segurança na Operação
de Empilhadeiras de Grande Porte /
Reach Stacker - Uso do Bay Pass.
João Gilberto Campos - 14 de março de 2019
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2. Indice.
Ciclo de Vida de Segurança na Operação de Empilhadeiras de Grande Porte /
Reach Stacker - Uso do Bay Pass. 1
Indice. 2
Introdução 3
Característica. 6
1. Análise de riscos e perigos. 7
2. Requerimentos Funcionais. 10
3. Projeto e Verificação. 13
4. Instalação e Validação. 14
5. Manutenção e Melhorias. 15
Bibliografia. 16
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3. Introdução
Os equipamentos portuários de armazenagem e movimentação de carga vêm se
modernizando e se automatizando para movimentar cargas cada vez mais unificadas e
buscando, assim, aumentar a qualidade dos serviços.
Em razão da crescente unitização dos diversos tipos de carga, o desenvolvimento
das empilhadeiras em particular tem sido notável no armazenamento e movimentação de
cargas, seja nos portos, em armazéns ou em porões de navios.
Nos procedimentos de armazenagem e movimentação de contêineres as
empilhadeiras de grande porte se mostram como um equipamento imprescindível para
uma maior produtividade.
A eficácia do emprego de empilhadeiras de grande porte no manuseio de
contêineres depende da competência de seu operador, que deve ter plena consciência
dos fundamentos básicos de sua operação e dos preceitos de segurança a serem
observados.
Tipos de empilhadeira de grande porte : garfo ( Forklift Truck) , Mesa ( Top Loader)
e Lança ( Reach Stacker).
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4. Consideramos empilhadeiras de grande porte aquelas que têm SWL (Capacidade
de Cargas) superior a 10 toneladas para levantamento (lift) de carga, sendo utilizadas
para movimentação dos mais variados tipos de carga, especialmente contêineres.
A maioria das empilhadeiras utiliza motor a diesel, em virtude de seu baixo
consumo e também da alta durabilidade, uma vez que esse combustível permite uma
maior produtividade, fator preponderante para a sua requisição na movimentação das
cargas.
As empilhadeiras são projetadas visando à movimentação e o deslocamento de
cargas, tanto no sentido horizontal quanto vertical.
Entre as inúmeras vantagens deste equipamento destacam-se :
1 Auto-carregamento e transporte combinado em único equipamento,
2 Flexíveis quanto ao percurso e aos pontos de carga e descarga
3. Facilidade de manobrar e posicionar a carga
4. Podem transportar cargas de pesos e formatos variáveis, bastando para isto que
estejam com implementos e acessórios adequados.
Implemento : Spreader.
Acessório : Excesso de altura.
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5. As empilhadeiras são veículos industriais, requerem operadores habilitados e
treinados, pois a sua eficiência depende do homem.
Apresentam diversas características que as diferenciam de um automóvel
destacamos:
1. São operadas com uma mão no volante e a outra nos comandos.
2.Projetadas para distancias curtas e medias, são anti-econômicas para distancias
superiores a 100 metros.
3.Tração dianteira, controle de direção localizada nas rodas traseiras.
4.Movimentam-se com a mesma velocidade para frente e para trás.
5.Necessitam corredores e pátios para manobras.
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6. Característica.
As empilhadeiras se movimentam por tração dianteira; o controle de direção é feito
nas rodas traseiras, com possibilidade de girar 90 graus para cada lado.
As empilhadeiras têm como ponto de apoio às rodas dianteiras, sendo o peso da
carga contrabalançado por um contrapeso existente na parte traseira do veículo, por isso
devemos carregar a empilhadeira dentro de seu SWL.
SWL (Safety Working load) :
É capacidade de carga de uma empilhadeira está condicionada a dois fatores:
peso da carga e distância entre o centro de gravidade da carga e o ponto de apoio.
Quando esta distância aumenta, reduz a capacidade de carga a ser transportada, pois
aumenta a tendência a perda de estabilidade da empilhadeira.
O SWL de uma empilhadeira de grande porte , considera o centro de gravidade da
carga a 1.200mm do ponto de apoio, ou seja aproximadamente na metade de um
contêiner de 8 pés.
A carga de segurança da empilhadeira de
grande porte varia diretamente proporcional
a distancia.
Ao lastro de 01 contêiner é de 45 Toneladas
e a 03 de lastro 16 Toneladas , neste
exemplo.
Cada equipamento tem um SWL.
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7. 1. Análise de riscos e perigos.
Risco é a probabilidade de um evento acontecer, seja ele uma ameaça, quando
negativo, ou oportunidade, quando positivo. É o resultado obtido pela efetividade do
perigo.
Perigo é uma ou mais condições que têm o perfil de causar ou contribuir para que
o Risco aconteça.
Não se mede e não há como eliminar o Risco.
O Risco é um evento , ele está lá e pode acontecer a qualquer momento.
Gestão de riscos é o processo de organizar e planejar recursos humanos e
materiais de uma empresa de forma a reduzir ao mínimo possível os impactos dos riscos
na organização, utilizando um conjunto de técnicas que visa minimizar os efeitos dos
danos acidentais direcionando o tratamento aos riscos que possam causar danos ao
projeto, às pessoas, ao meio ambiente e a imagem da empresa.
O principal objetivo da Gestão de Riscos é avaliar as incertezas de forma a tomar
a melhor decisão possível. De certa forma, toda gestão de risco e toda tomada de
decisão lida com esta situação, e os seus benefícios dão as melhores decisões, menos
surpresa, melhora no planejamento, na performance e na efetividade, além da melhora
no relacionamento com as partes interessadas.
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8. Segundo o Guia PMBOK quarta edição, os processos de gerenciamento de riscos
do projeto incluem os seguintes pontos:
Planejar o gerenciamento dos riscos: processo de definição de como conduzir as
atividades de gerenciamento dos risco de um projeto;
Identificar os Riscos: processo de determinação dos riscos que podem afetar o projeto e
de documentação de suas características;
Realizar a Análise Qualitativa dos Riscos: processo de priorização dos riscos para análise
ou adicional através da avaliação e combinação de sua probabilidade de ocorrência e
impacto;
Realizar a Análise Quantitativa dos Riscos: processo de analisar numericamente o efeito
dos riscos identificados, nos objetivos gerais do projeto;
Planejar as Respostas aos Riscos: processo de desenvolvimento de opções e ações para
aumentar as oportunidades e reduzir as ameaças ao projeto;
Monitorar e Controlar os Riscos: processo de implementação dos planos de respostas
aos riscos, acompanhamento dos riscos identificados, monitoramento dos riscos
residuais, identificação de novos riscos e avaliação da eficácia dos processos de
tratamento dos riscos durante todo o projeto.
Principais fatores de riscos na operação com empilhadeiras de grande porte.
1.Operadores desabilitados.
2. Atropelamento e prensagem.
3. Emissão de gases em maquinas movidas à combustão interna.
4.Fonte de ruídos e vibrações.
5.Perda da estabilidade frontal e lateral.
6.Sobrecarga no sistema de elevação.
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9. 7.Falta de sinalização na área operacional.
8.Excesso de velocidade.
9.Falta de POP – Padrões Operacionais estabelecidos ou conhecidos pelos operadores.
10.Falta de cabines fechadas e climatizadas.
11.Deficiência no programa de manutenção preventiva.
12. Uso do sistema de passagem secundária ( Bay Pass do Spreader).
Nesta monografia iremos analizar a funcionalidade do recursos de passagem
secundária - BAY PASS SPREADER.
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10. 2. Requerimentos Funcionais.
Em engenharia, um requerimento funcional define uma função de um sistema de
sistema ou seu componente. O requisito funcional representa o que o sistema faz, em
termos de tarefas e serviços. Uma função é descrita como um conjunto de entradas, seu
comportamento e as saídas.
Definição de Spreader : É um implemento específico para ser usado na
movimentação de contêineres, padronizados pela ISO, normalmente para 20 pés ( TEU)
ou 40 pés ( FEU).
Seu acionamento pode ser:
1.mecânico ou
2. elétrico/hidráulico.
Na movimentação de cargas especiais podemos acoplar acessórios separadores com
cabos, fixos nos olhais do spreader.
Indicadores luminosos de utilização do spreader:
Vermelho - Indicador de locks destravados
Branco - Indicador de posicionamento do spreader que permite travar locks
Verde - Indicador de locks travados.
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12. Funcionalidade primária : O sistema de segurança somente libera o travamento ou
o destravamento do conteiner se a luz Branca estiver apalpada ( Landing Pin).
Funcionalidade secundária : O sistema apresenta uma opção de desvio da função
primária para situações especificas, obrigatoriamente para soltar , destravar um
contêiner, quando por exemplo, ao entregar um conteiner em um trailer ou em um pilha
no navio ou mesmo em um navio.
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13. 3. Projeto e Verificação.
Projeto : Desenvolver uma solução para evitar acidentes com a utilização
inadequada da funcionalidade secundária do sistema de travamento de contêineres.
Verificação : Avaliar se o proposto alcançou o objetivo.
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14. 4. Instalação e Validação.
Instalação : Retirada da chave do sistema de funcionalidade secundária,
desenvolvendo um POP - Padrão Operacional, inserindo o gestor operacional como
responsável pela guarda da chave.
Validação : Realizar treinamentos para todos os envolvidos na operação e na
necessidade de utilizar a chave para soltar um conteiner, entrar em contato com a
manutenção que irá acompanhar o processo.
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15. 5. Manutenção e Melhorias.
Verificar a incidência deste tipo de acidente, a partir da instalação e
validação do procedimento operacional.
A rotina é o que nos leva a manter os mesmos processos ou atividades,
como forma de manter os mesmos resultados, o que garante que não teremos em
geral redução em nossos indicadores.
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16. Bibliografia.
NR 11 - TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE
MATERIAIS
Publicação : Portaria GM n.o 3.214, de 08 de junho de 1978
Alterações/Atualizações : Portaria SIT n.o 56, de 17 de julho de 2003 Portaria
SIT n.o 82, de 01 de junho de 2004
NR-12 - SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
Publicação Portaria MTb n.o 3.214, de 08 de junho de 1978
Atualizações Portaria SSST n.o 12, de 06 de junho de 1983
Portaria SSST n.o 13, de 24 de outubro de 1994 Portaria SSST n.o 25, de 28 de
janeiro de 1996 Portaria SSST n.o 04, de 28 de janeiro de 1997 Portaria SIT n.o
197, de 17 de dezembro de 2010 Portaria SIT n.o 293, de 08 de dezembro de
2011 Portaria MTE n.o 1.893, de 09 de dezembro de 2013 Portaria MTE n.o 857,
de 25 de junho de 2015 Portaria MTPS n.o 211, de 09 de dezembro de 2015
Portaria MTPS n.o 509, de 29 de abril de 2016 Portaria MTb n.o 1.110, de 21 de
setembro de 2016 Portaria MTb n.o 1.111, de 21 de setembro de 2016 Portaria
MTb n.o 873, de 06 de julho de 2017 Portaria MTb n.o 98, de 08 de fevereiro de
2018 Portaria MTb n.o 252, de 10 de abril de 2018 Portaria MTb n.o 1.083, de 18
de dezembro de 2018.
NR 29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário
Publicação
Portaria SSST N.o 53, de 17 de dezembro de 1997
Alterações/Atualizações
Portaria SSST n.o 18, de 30 de março de 1998 Portaria SIT n.o 17, de 12 de
julho de 2002
Portaria SIT n.o 158, de 10 de abril de 2006 Portaria MTE n.o 1.895, de 09 de
dezembro de 2013
Portaria MTE n.o 1080, de 16 de julho de 2014
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17. HOUSE, David. Cargo Work. 6. ed. Londres: Kemp & Young, 1998.
INTERNATIONAL STANDARDS ORGANIZATION. Series 1. Freight Containers –
Handling and Securing. ISO 3874. Nova York: ISO, 1997.
INTERNATIONAL STANDARDS ORGANIZATION. Freight Containers – Handling
and Securing. Rationale for ISO 3874. Annex A. ISO/TR 15.069. Nova York: ISO,
1997.
INTERNATIONAL STANDARDS ORGANIZATION. Freight Containers – Coding,
Identification and Marking. ISO 6346. Nova York: ISO, 1995.
INTERNATIONAL STANDARDS ORGANIZATION. Guidelines for Packing of
cargo Transport Units. 3. ed. Londres: IMO, 1997.
TAYLOR, C. Cargo Work. 12. ed. Glasgow: Brown, Son & Fergunson. Ltd., 1992.
INTERNATIONAL STANDARDS ORGANIZATION. Fork Lift Trucks – Hook on
Type. Fork Arms and Fork Arm Carriages. Mounting Dimensions. ISO 2328.
Nova York: ISO, 1993.
CAMPOS, João Gilberto, Apostila de Operação de Empilhadeira de Grande
Porte, 2001.
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