O documento discute o uso de simuladores para treinar e avaliar operadores de guindastes portuários de forma segura e eficiente. Ele apresenta as regras cardinais de operação desenvolvidas pelo INCATEP e explica como os simuladores customizados podem medir as competências necessárias e gerar relatórios de desempenho para melhorar o treinamento.
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INCATEP - Instituto De Capacitação Técnica Profissional.
Autor : João Gilberto Campos, Expertise de mais de 30 anos no trabalho portuário, no
Brasil, América Latina e África, Operador de Equipamentos Portuários, Pós Graduado
em Gestão de Terminais Portuarios, Técnico de Segurança no Trabalho, Professor Uni-
versitário, Autor de Apostilas para Equipamentos Portuários, Instrutor MASTER IN-
CATEP, Instrutor Credenciado pela Marinha /OIT/PDP.
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20 de Setembro de 2020.
USO DE SIMULADORES, NA SUBSTITUIÇÃO DOS EQUIPAMENTOS PORTUÁRIOS REAIS,
NA AVALIAÇÃO E CAPACITAÇÃO PARA OPERADORES DE GUINDASTES PORTUÁRIOS.
REGRAS CARDINAIS DE OPERAÇÃO INCATEP.
RESUMO :
Nos últimos anos, a partir de 1993, com o advento da lei de modernização dos portos, a
modernização dos guindastes portuários, trouxe uma serie de inovações. Os guindastes ja
saem de fabrica, com uma parafernália tecnológica, aparentemente, sobraria pouca oportu-
nidade para que a habilidade dos operadores, fosse colocada a prova.
O objetivo deste trabalho é determinar as competências operacionais, necessárias para
o perfeito domínio por parte dos operadores , desta nova tecnologia, definir medições, cus-
tomizar simuladores, e desenvolver relatórios de desempenho , substituindo os equipamentos
reais , por simuladores INCATEP, para avaliação ( assessment) , exames de banca examinado-
ras e capacitação, tanto para iniciantes (trainees) como para operadores experientes, na tarefa
de operar guindastes portuários, de pátio, costado e a bordo de navios.
PALAVRAS CHAVE : Simuladores, Relatórios , Competência Operacional, Guindaste portuário,
Regras Cardinais, Eficiência com segurança.
ABSTRACT :
In the last few years, starting in 1999 , with the advent of the port modernization law
8.630/93, the modernization of port cranes, brought a series of innovations. The cranes
are already leaving the factory, with technological paraphernalia, apparently, there would
be little opportunity for the skill of the operators to be put to the test. The objective of this
work is to determine the operational skills, necessary for the perfect mastery on the part
of the operators, of this new technology, to define measurements, to customize simula-
tors, and to develop performance reports, replacing the real equipment, by INCATEP
simulators, for assessment (assessment) , examining board exams and training,
trainees and for operators experienced in the task of operating port, patio, side and on-
board cranes.
KEY WORDS : Simulators, Report, Competence, Port Crane, Cardinal Rules, Efficiency and
safety.
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1. INTRODUÇÃO.
O problema e a solução. O conceito de expertise humana é fundamental para as
práticas de recursos humanos. Embora o desempenho exemplar, possa ser claramente
reconhecido nas ações de terceiros, as organizações carecem de um meio de medir es-
tas competências. A necessidade de quantificar a expertise é fundamental, para ser ca-
paz de gerenciar e desenvolver o capital humano da organização com eficácia.
Este artigo, define e examina as qualidades de especialista na operação com
guindastes portuários, customiza simuladores e relatórios de avaliação operacional,
para simuladores de guindastes portuários, desenvolvidos pelo INCATEP - Instituto de
Capacitação Técnica profissional, junto a fornecedores nacionais e internacionais.
As competências, definem as habilidades e conhecimentos aplicados que per-
mitem que as pessoas o façam executar com sucesso, seu trabalho, enquanto os obje-
tivos de aprendizagem são definidos por uma trilha de aprendizagem e instrução.
O termo "competência" apareceu pela primeira vez em um artigo de autoria de
RW White em 1959, como um conceito de motivação para o desempenho. Em 1970,
Craig C. Lundberg definiu o conceito em "Planejando o Programa de Desenvolvimento
Executivo". O termo ganhou força quando, em 1973 , David McClelland escreveu um
artigo semanal intitulado “Teste de competência, em vez de inteligência". Desde então,
o uso se relaciona à melhoria de desempenho. Seu uso varia amplamente, o que leva a
mal-entendidos consideráveis.
Iremos utilizar o conceito de competências operacionais, para o publico alvo para
a tarefa de operação de guindastes portuários.
A pesquisa que sustenta este artigo avaliou as habilidades operacionais de trabal-
hadores portuários ( port workers) , e avulsos ( casual port workers), na operação com
guindastes portuários de pátio, costado e a bordo de navios, classificados como :
1) Sobre pórticos denominados : Guindastes Portuários : RTG ( Sobre Pneus ), RMG
( Sobre trilhos ), STS ( Sobre pórtico ) , GBC ( Sobre navios).
2) Com contrapesos denominados : Guindastes Portuários Móveis - MHC e Guindaste
Portuário de Terra ( Multipurpose Crane) e a Bordo ( JBC).
A relevância do estudo no segmento portuário, se deve ao fato que os portos
brasileiros são de importância estratégica para o crescimento da economia, atualmente
existem 47 portos organizados e terminais de administração privativa, por onde passam
95% das mercadorias que entram e saem do País.
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O setor portuário nacional movimentou 638
milhões de toneladas de janeiro a julho de
2020. O número corresponde a um
crescimento de 3,89% em relação ao
mesmo período do ano passado, conforme
dados informativos da movimentação por-
tuária atualizados pela Agência Nacional
de Transportes Aquaviários ANTAQ, na
terça-feira (08/09). As estatísticas desta-
cam que, no mês de julho, a movimen-
tação foi de 99 mi de t, superando em
0,31% o mesmo período em 2019.
Na cabotagem, a movimentação de
cargas cresceu 10,5% de janeiro a julho
deste ano, com 148 milhões de t embarcadas e desembarcadas em instalações por-
tuárias brasileiras.
Os guindastes modernos saem de fábrica protegidos contra sobrecargas, com
controle de sobre enrolamento, com proteção de fim de curso do moitão, controle limi-
tando o peso, em função da abertura da lança, sinalização e limitação do uso em ve-
locidades do vento impeditivas, controle da abertura de patolas, controle de inclinação,
over load, snag, oscilação de velocidade, controle do balanço da carga , mudança brus-
ca de velocidade etc.
Com esta parafernália tecnológica embarcada no equipamento, aparentemente
sobraria pouca oportunidade para ocorrência de acidentes e ineficiência no processo,
teoricamente, foi assim que pensávamos quando nos deparamos com os primeiros
equipamentos modernos entrando no mercado portuário, especificamente, na LIBRA,
em 1997, foi a primeiro terminal na América Latina a adquirir equipamentos portuários
da ZPMC, com tecnologia da TELEMECANIQUE, mas a realidade foi outra, a movi-
mentação por navio, aumentou, juntos com acidentes e avarias.
A partir desta constatação, decidimos a luz da norma ABNT NBR ISO /IEC17024
de 2004 , que discorre sobre os requisitos para certificação de pessoas, criar um equipe
multidisciplinar, composta por instrutores MASTER INCATEP que estiveram em treina-
mentos na ZPMC em Xangai , junto com engenheiros (as), técnicos(as) de segurança
no trabalho , todo este time do INCATEP desenvolveu um programa de certificação
profissional INCATEP , validado , junto a, STAKEHOLDERS , tais como Associação de
Terminais Portuários, Terminais Portuários, OGMOs , Sindicatos , TUPs, dentre outros.
Neste protocolo, o uso de simuladores se tornou, uma ferramenta , essencial,
para medir a capacidade destes operadores em dominar os novos guindastes por-
tuários.
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2. DESENVOLVIMENTO.
REGRAS CARDINAIS DE OPERAÇÃO INCATEP.
Uma “REGRA CARDINAL ” é uma regra tão importante que, se você quebrá-la,
haverá consequências negativas. São protocolos que estabelecem parâmetros de con-
duta operacional que foram desenvolvidos e atualizados durante estes últimos 21 anos,
pelo INCATEP, nos quase 100 mil certificados emitidos , boa parte para operadores de
guindastes portuários, nos portos do Brasil, América Latina e África participando de pro-
jetos inovadores , tivemos acesso a todo tipo de operador, e seus respectivos controles
de desempenho internos.
Utilizando a metodologia DACUM, de descrição de ocupações ou profissões que
segue os princípios da Educação Baseada em Competências, conseguimos tabular
quais são estas regras de operação, que se quebradas , a consequência negativas será
uma ineficiência no processo, a seguir, as 04 RCI - REGRAS CARDINAIS DE OPER-
AÇÃO SEGURA - INCATEP :
REGRA 01 - Oscilação de velocidade.
Mede a oscilação de ve-
locidade no movimento de
cabo, carrinho/lança/giro e
translação.
REGRA 02 - Mudança brusca de direção.
Mudanças de direção e
balanço.
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REGRA 03 - Trajetória x Segurança x Eficiência.
Eficiência do trabalho com
01 movimento ou 02
movimentos.
Cada lingada tem sua imagem revelada, individualmente , existem exercícios do exame
que consiste em 20 movimentos, todos aparecem.
REGRA 04 - Avarias.
Avarias no grau leve,
medio e grave.
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3. CONCLUSÃO.
Na chamada era da informação, os olhares estão voltados para as inovações em
todos os setores da sociedade.
Na educação profissional, existe a necessidade de inovar os processos de ensino,
com o objetivo de promover alterações para estimular e desenvolver novas formas de
ensino aprendizagem, visando motivar o aluno na construção do conhecimento.
A partir do esquema de certificação profissional , e posterior customização dos
simuladores INCATEP, partimos para a certificação deste processo na ISO 9001:2015 e
credenciamento pela NORMAM 32, da Autoridade Marítima do Brasil, o INCATEP , im-
plantou um novo modelo de ensino, no qual comprovamos com mais de 100 atestados
de capacidade técnica, emitidos pelos maiores terminais portuários, OGMOs, que os
simuladores , substituem com vantagens o guindaste real. O processo é feito com base
na elaboração de aulas modelo e são aplicados exercícios padrões, gerando relatório
que identificam lacunas de competências operacionais , comparados a relatórios ja emi-
tidos por operadores comprovadamente eficientes, em adestramentos anteriores.
As vantagens deste processo :
1) Os trainees podem fazer experiências no ambiente de simulação controlado, apren-
dendo como operar guindastes portuários, com segurança e seguir procedimentos
sem colocar o equipamento e o pessoal em risco.
2) Os portos exigem controle preciso de seus fluxos de trabalho, para garantir a ro-
tação constante dos navios. Mudar o treinamento para os simuladores INCATEP
evita ter operadores inexperientes no meio de uma situação de alta demanda. De-
pois de aprender por meio de simulação, os trainees começam as operações ao
vivo em um nível de competência superior.
3) Operadores experientes melhoram seus recursos com atualizações contínuas
baseadas em simulação. O treinamento em equipamentos ativos custa tempo, com-
bustível e perda de produtividade. O treinamento com um simulador INCATEP, não
apenas economiza esses custos diretos, mas permite que os treinadores e o
equipamento sejam usados de maneiras mais eficazes. Cada ação realizada no
simulador é registrada em tempo real, permitindo que os portos construam uma
referência para operações “boas”, garantindo que todos os operadores sejam
igualmente qualificados, eficientes e seguros.
Desde a formula 1 , passando por pilotos de avião, e pessoal de Marinha Mercante
o uso de simulador é uma realidade em nosso país, em 2018 , foi realizado no Centro
de Instrução Almirante Graça Aranha (CIAGA), a inauguração dos novos Simuladores
de Passadiço e Praça de Máquinas, o simulador de passadiço desenvolvido pela Mar-
inha do Brasil é o primeiro inteiramente com tecnologia nacional capaz de reproduzir
uma situação real através de simulação de um navio mercante para treinar e capacitar
futuras tripulações.
A partir deste segundo semestre de 2020, o INCATEP, esta desenvolvendo novos
simuladores , com empresas brasileiras, software e hardware nacionais, dentro de mó-
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dulos móveis, contêineres com medidas de 8 x 10 pés, agregando a nosso trailer tere-
mos 05 unidades para continuar atendendo no porto, em todo o território nacional.
Por fim, os simuladores de guindastes portuários , do INCATEP, reproduzem uma
situação real através de simulação de vários tipos de guindastes, incorpora alta fideli-
dade dinâmica dos movimentos, geração de cenários, de chuva, ventos, e velocidades,
possui gráficos para as regras cardinais. Nossos processos são certificados pelo IN-
METRO/ABS através da norma de qualidade ISO 9001:2015 e credenciados pela Mar-
inha do Brasil, com a portaria 018/DPC, portanto comprovadamente os simuladores tem
as mesmas funcionalidades do equipamento real, e a vantagem de mitigar acidentes ,
podendo serem usados , tanto para reciclar operadores experientes, como selecionar
os melhores perfis para operadores e depois treina-los para se tornarem excelentes,
operadores de guindastes portuários.
Novas unidade 2020 - Dentro de unidades 8 x 10 pés.
Unidade Móvel para atender todo o território nacional.
REFERÊNCIAS.
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8. SIMULADORES . GUINDASTES PORTUÁRIOS Página 8
1. Carlos F. Daganzo, "The crane scheduling problem[J]", Non-Deterministic Trans-
portation Research Part B: Methodological, pp. 157, 1989.
2. A Lim, B Rodrigues, F Xiao et al., "Crane Scheduling with Spatial Constraints:
Mathematical Model and Solving Approaches[J]", Naval Research Logistics, vol. 51,
no. 3, pp. 386-406, 2004.
3. Xu Xiaohong, Jia Zhenyuan and Liu Dixin, "Research on Crane Lean Production
Scheduling Based on Queuing Theory [J]", Computer Engineering and Applications,
no. 26, pp. 223-226, 2007.
4. Mao Yongnian, Tang Qiuhua, Zhang Liping and Zhang Qimin, "Collision Avoidance
and Scheduling Optimization for Multi-rail Vehicles Running on the Same Track [J]",
Modern Manufacturing Engineering, no. 05, pp. 99-104, 2016.
5. DUGUÉ, E.. A lógica da competência: o retorno ao passado. In.: TOMASI, A. et al.
Da qualificação a competência: pensando o século XXI. Campinas: Papirus, 2004.
p. 19-32.
6. INCATEP/ARI - Manual de utilização dos simuladores para equipamentos por-
tuários. Santos , 2016.
7. João Gilberto Campos. Apostila de Equipamentos Portuários, Santos, 2000.
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