O documento discute estratégias de manejo de resistência a inseticidas, incluindo manejo por moderação, saturação e ataque múltiplo. Apresenta dados sobre área cultivada e número de aplicações de inseticidas em diferentes culturas ao longo dos anos. Também fornece recomendações sobre o manejo integrado de pragas.
6. Sparks & Nauen, Pestic Biochem Physiol 121 (2015) 122
Apenas cinco alvos moleculares dominam o mercado
global de inseticidas
7. Inseticidas com ação no sistema nervoso e no
sistema muscular são responsáveis por 85% das
vendas globais
Sparks & Nauen, Pestic Biochem Physiol 121 (2015) 122
9. Estratégias de manejo de
resistência
MANEJO POR MODERAÇÃO: Intuito de preservar os
indivíduos suscetíveis.
MANEJO POR SATURAÇÃO: Intuito de reduzir as vantagens
adaptativas dos indivíduos resistentes.
MANEJO POR ATAQUE MÚLTIPLO: Rotação ou mistura de
inseticidas.
10. Manejo por moderação
Uso menos frequente de pesticidas
Uso de produtos de baixa persistência
Controle em reboleiras
Manutenção de áreas não-tratadas para indivíduos
suscetíveis
MIP aplicado!
14. Boas práticas de MIP
DESSECAÇÃO ANTECIPADA
20 a 30 dias antes da semeadura
Eliminar plantas daninhas hospedeiras e
voluntárias “tigueras”
Semear “no limpo”
15. Boas práticas de MIP
MONITORAMENTO DA PALHADA
Verificar a presença de lagartas e percevejos
na palhada
Evitar pulverizações logo após a semeadura
16. Boas práticas de MIP
PRIMORDIAL
Residual de 15-20 dias
Excesso de chuva pode “lavar” as sementes e
diminuir o residual
Utilização de inseticidas seletivos no início da
cultura
TRATAMENTO DE SEMENTES (TS)
17. Manejo por saturação
Uso de doses elevadas para que a resistência seja
funcionalmente recessiva
Uso de sinergistas para bloquear processos metabólicos.
(Ex.: Butóxido de piperonila que inibe enzimas do complexo P450)
Dose
%Mortalidade
SS RS RR
18. Os indivíduos resistentes ao produto A
serão controlados pelo produto B.
Os indivíduos resistentes ao produto B
serão controlados pelo produto A.
Manejo por ataque múltiplo – Mistura de MoA
Inseticida A + Inseticida B
PRINCÍPIO BÁSICO DA MISTURA NO MRI
19. Baixa frequência de resistência para cada componente
da mistura
Ausência de resistência cruzada entre os componentes
da mistura.
Cada componente da mistura deve proporcionar uma alta
mortalidade da praga.
Os componentes da mistura devem apresentar a mesma
persistência.
Condições para o sucesso da mistura
Manejo por ataque múltiplo – Mistura de MoA
20. Manejo por ataque múltiplo – Rotação de MoA
A frequência de resistência a um produto (A) diminui quando produtos alternativos (por ex.; B e C)
são utilizados.
22. 0.0
0.5
1.0
Tempo
Agente de controle
ƒ (R)
IMR
Aumento escalonado da
frequência de resistência
Manejo por ataque múltiplo – Rotação de MoA
Restabelecimento da suscetibilidade
23. Após varias gerações da praga na ausência de pressão de seleção…
Suscetível Resistente ao produto A
Manejo por ataque múltiplo – Rotação de MoA
Restabelecimento da suscetibilidade
25. Manejo por ataque múltiplo – Rotação de MoA
Janela 1 Janela 2 Janela 3 Janela 4
Janela 1 Janela 2 Janela 3 Janela 4
Janela 1 Janela 2 Janela 3 Janela 4
Janela 1 Janela 2 Janela 3 Janela 4
Sem rotação
Alta pressão de seleção
Sem geração população suscetível
Rotação entre gerações
Diferentes gerações não são
expostas aos mesmos MoA. Pressão
de seleção não aumenta dentro das
gerações. Desenvolvimento de
populações suscetíveis
Rotação dentro e entre gerações
Situação ideal (risco muito baixo).
Produtos tem que ser eficientes para
todo o ciclo e entre gerações
Rotação dentro da mesma geração
Gerações consecutivas expostas aos
mesmos MoA. Pressão de seleção
não muda entre gerações. Alto risco
de desnenvolvimento de resistência
para ambos os produtos
MoA 1
MoA 2
MoA 3
MoA 4
28. Manejo de resistência
Manejo de Resistência de Insetos (MRI)
Monitoramento local da suscetibilidade de moléculas inseticidas, traits e biológicos
Medidas de adoção de doses recomendadas, frequencia de aplicação, rotação de
MOAs e plantio de refúgio
Manejo Integrado de Pragas (MIP)
As abordagens para manejo integrado de pragas inclui:
• Assegurar o manejo eficiente de pragas
• Evitar ou retardar a evolução da resistência
• Proteção do meio ambiente
• Viabilidade econômica
• Medidas aceitas socialmente
Manejo Integrado de Culturas (MIC)
As abordagens para o manejo integrado de fitossanidade de uma cultura consiste em:
• Plantio de culturas de acordo com Boas Práticas Agrícolas e medidas econômicas
(tecnologias, variedades, mercado, época, etc.)
• Medidas de controle de pragas, doenças e plantas daninhas
• Manejo do ambiente, ex. solo e água para garantir produção, qualidade e segurança
O manejo de resistência está integrado ao escopo do MIP e MIC. Contribui principalmente para a
conservação de ferramentas de manejo.
29. ANO 1 ANO 2
S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S
Milho Soja Trigo, Cevada, aveia, etc Milho Trigo, Cevada, aveia, etc
Soja Trigo, Cevada, aveia, etc Soja
Soja Trigo, Cevada, aveia, etc Milho
Milho Trigo, Cevada, aveia, etc Milho
Arroz Trigo, Cevada, aveia, etc Milho ou Soja
Rotação de inseticidas
Uso de refúgio em área de
cultivo de plantas Bt
INVERNO
Restabelecimento da
suscetibilidade
Rotação de inseticidas
Uso de refúgio em área de
cultivo de plantas Bt
INVERNO: redução no uso de inseticidas e no cultivo de plantas Bt
Período de menor pressão de seleção
Sistema de produção no Sul
Fonte: Oderlei Bernardi
30. S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A
1) MILHETO ALGODÃO MILHETO ALGODÃO
Cry1Ac Cry1Ac
Cry1Ac + Cry2Ab2 Cry1Ac + Cry2Ab2
Cry1Ac + Cry1F Cry1Ac + Cry1F
Cry1Ab + Cry2Ae Cry1Ab + Cry2Ae
2) SOJA MILHO MILHETO ALGODÃO
Cry1Ac Cry1Ab Cry1Ac
Cry1F Cry1Ac + Cry2Ab2
Vip3A Cry1Ac + Cry1F
Vip3A + Cry1Ab Cry1Ab + Cry2Ae
Cry1A.105 + Cry2Ab2
Cry1A.105 + Cry2Ab2 + Cry1F
Cry1Ab + Cry1F
Cry1Ab + Cry1F + Vip3A
3) SOJA MILHO MILHETO SOJA MILHO
Cry1Ac Cry1Ab Cry1Ac Cry1Ab
Cry1F Cry1F
Vip3A Vip3A
Vip3A + Cry1Ab Vip3A + Cry1Ab
Cry1A.105 + Cry2Ab2 Cry1A.105 + Cry2Ab2
Cry1A.105 + Cry2Ab2 + Cry1F Cry1A.105 + Cry2Ab2 + Cry1F
Cry1Ab + Cry1F Cry1Ab + Cry1F
Cry1Ab + Cry1F + Vip3A Cry1Ab + Cry1F + Vip3A
4) SOJA ALGODÃO SOJA ALGODÃO
Cry1Ac Cry1Ac Cry1Ac Cry1Ac
Cry1Ac + Cry2Ab2 Cry1Ac + Cry2Ab2
Cry1Ac + Cry1F Cry1Ac + Cry1F
Cry1Ab + Cry2Ae Cry1Ab + Cry2Ae
5) MILHO (produção de sementes) MILHO (produção de sementes)
Sistema de produção no Mato Grosso
31. Recomendação Manejo Integrado de Pragas
Bemisia tabaci
Melhores práticas agrícolas
• Uso de variedades menos atrativas;
• Identificação da espécie de Bemisia tabaci e estágios biológicos;
• Aplicação de acordo com o nível de dano recomendado;
• Plantio regional durante períodos menor pressão da praga;
• Monitorar com maior frequência áreas que possuem outros hospedeiros
próximos;
• Vazio sanitário e rotação de cultura;
• Não utilizar o mesmo MoA em janelas subsequentes, mas se precisar usar
mistura pronta.
32. Recomendação Manejo Integrado de Pragas
Euschistus heros
Fotos: J.J. da Silva
Melhores práticas agrícolas
• Aplicação de acordo com o nível de dano recomendado;
• Monitoramento e controle da praga por todo o ciclo da cultura
• Evitar aplicar somente em elevadas infestações;
• Não utilizar o mesmo MoA em janelas subsequentes, mas se precisar usar
mistura pronta.
33. • Utilizar tratamento de semente;
• Monitorar adultos com armadilhas;
• Durante os estágios iniciais da cultura utilizar inseticidas seletivos;
• Aplicação de acordo com nível de dano econômico;
• Assegurar o controle da praga nas partes mais baixas da planta;
• Não utilizar o mesmo MoA em janelas subsequentes, mas se precisar
usar mistura pronta.
Recomendação Manejo Integrado de Pragas
Complexo lagartas
(Convencional, Bt and Refúgio)
36. EDUCAÇÃO, PESQUISA E REGULAMENTAÇÃO
Trabalho
cooperativo
UNIVERSIDADES E
INSTITUIÇÕES DE PESQUISA
EXTENSIONISTA,
CONSULTORES E
USUÁRIOS EM GERAL
EMPRESAS
DESAFIO: Integrar plantas Bt, inseticidas e outras
táticas de forma sustentável para evitar a resistência