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APLICAÇÃO DA RADIOATIVIDADE NA MEDICINA
A radioatividade tem larga aplicação em
nossa sociedade; portanto, na medicina não
poderia ser diferente. Atualmente, mais de
uma centena de isótopos radioativos são
usados nas mais diversas áreas da medicina,
chegando ao ponto de inaugurar uma nova
área de trabalho e pesquisa, denominada de
Medicina Nuclear.
A medicina nuclear é uma especialidade
médica que realiza diagnóstico e terapia
através da radiação emitida por elementos
radioativos. A descoberta da radioatividade,
no ano de 1896 por Antoine Henri Becquerel,
abriu as portas para o desenvolvimento dessa
especialidade que teve seu reconhecimento
no ano de 1971, pela Associação Americana
de Medicina.
Alguns termos já se tornaram comuns em
nosso vocabulário, tais como: radiologia, raios
X, radioterapia, quimioterapia, ressonância
magnética, ultrassonografia, tomografia
computadorizada, e assim por diante.
Veja algumas das principais aplicações da
radioatividade na medicina:
1) Radiofármacos e radiotraçadores –
são moléculas ligadas a elementos radioativos
que são usados no diagnóstico e tratamento
de seres vivos.
Na medicina, é comum introduzir no
organismo de alguns pacientes radioisótopos
artificiais denominados radiotraçadores. Eles
recebem esse nome porque, ao serem
transportados pelo corpo da pessoa, emitem
radiações de permitem seu monitoramento,
sabendo por onde passaram e onde se
depositaram. Isso permite que o radiologista
faça um mapeamento de órgãos.
Um exemplo de radioisótopo é o iodo-131
que é usado no tratamento de câncer de
tireoide, pois, por se acumular nesse órgão,
suas radiações gama destroem as células
cancerígenas. Abaixo temos um quadro com
exemplos de outros radioisótopos e sua
utilização na medicina:
Radioisótopos Uso Médico
Cromo-51 Imagem do baço e volume das
hemácias.
Tecnécio-99 Estudo do cérebro, pulmões, fígado,
baço e ossos.
Sódio-24 Lesões vasculares e volume do
sangue.
Estrôncio-153 Imagem de ossos para verificar a
ocorrência de fraturas ou
osteoporose.
Samário-153 Tratamento de câncer ósseo, atua
como analgésico e diminui a dor
causada pela metástase no tecido.
Tálio-201 Detecção de obstruções nas artérias
coronarianas.
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Gálio-67 Diagnóstico e avaliação de tumores,
é útil em processos infecciosos e
inflamatórios, avalia a extensão da
doença.
Para cada enfermidade ou avaliação
médica, a escolha do radioisótopo, da
quantidade aplicada e da forma como é
utilizada deve ter, como critério, a relação
risco-benefício.
2) Diagnósticos
No diagnóstico de patologias, o paciente
recebe uma dose de determinado
radiofármaco e visto que os radiotraçadores
emitem radiações, elas são detectadas por
meio de um equipamento chamado câmara
gama ou câmara de cintilação, que converte a
radiação em uma imagem cintilográfica ou em
plano único. Que representa o órgão ou
sistema avaliado.
Mas, as câmaras de cintilação podem estar
associadas a tomógrafos que produzem
imagens que possibilitam estuda o órgão em
toda a sua profundidade. Essas imagens são
denominadas SPECT (sigla do inglês “Single
Photon Emission Computer Tomography”, ou
seja, Tomografia Computadorizada por
emissão de Fóton Único).
Além disso, é possível produzir imagens
para os médicos analisarem, pois as radiações
beta e gama incidem sobre filmes
fotográficos. As imagens também são geradas
por radioisótopos emissores pósitrons e assim
é possível detectar se a lesão em questão é
benigna ou maligna.
Um tomógrafo usado para esse fim é o
PET, sigla que vem do inglês, pósitron
emission tomography, isto é, Tomografia por
Emissão de Pósitron. O paciente submetido a
esse exame recebe uma injeção com
radioisótopo emissor de pósitron ligado a uma
molécula que tem afinidade com o órgão do
paciente que será estudado. Normalmente o
radioisótopo utilizado é o flúor-18 com
período de meia vida de apenas 108 min. Ao
redor do paciente estarão detectores de
radiação que detectarão a emissão de ondas
eletromagnéticas dos pósitrons que colidem
com os elétrons. Dessa forma, o órgão é
mapeado.
Um exemplo de elemento radiotraçador é
o tecnécio-99, utilizado no diagnóstico de
diversas doenças principalmente as
relacionadas com o músculo cardíaco. Ele
emite radiações gama que são detectadas
pelo contador de cintilação. Sua vantagem é
ter uma meio-vida curta (6,02 horas); assim, a
emissão gama ocorre por um pequeno espaço
de tempo, sem que haja danos significativos
ao paciente.
No entanto, ele não é um exame de rotina
e possui um preço muito elevado, sendo feito
somente quando a gravidade da doença
justifica a exposição à radiação.
Fontes: Mundo da Educação
Alunos Online
InfoEscola
Fiocruz