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Radioatividade na Agricultura Página 1
RADIOATIVIDADE NA AGRICULTURA
Quando se fala de aplicações benéficas da
radioatividade, pensa-se logo na medicina. No
entanto, outro campo em que ela vem sendo
aplicada com boas finalidades é na
agricultura.
Conforme sabemos, as radiações causam
danos aos organismos vivos, assim alguns
alimentos são irradiados, matando fungos e
bactérias, que são os principais causadores do
apodrecimento. Dessa forma, os alimentos,
como frutas e verduras permanecem bons
para consumo por muito mais tempo.
Normalmente o alimento é irradiado por
raios gamas e beta de elementos radioativos,
principalmente o colbalto-60; além também
de sofrer radiação ionizante proveniente de
raios x e elétrons acelerados. O alimento
costuma ficar exposto a essa fonte de
radiação, mas sem ter contato direto com tal
elemento. Além disso, essa radiação é
controlada, ou seja, acontece por um tempo
prefixado e com objetivos bem determinados.
Por exemplo, se o alimento for submetido
a uma radiação de 200000 a 500000 rad,
ocorre a pasteurização do alimento, ou seja,
ele vai ter mais tempo de conservação, mas
desde que seja guardado em embalagens
especiais ou em baixas temperaturas. No
entanto, se essa radiação for maior, entre 2 e
4 milhões de rad, ocorre o que é chamado de
esterilização, sendo que o alimento poderá
ser conservado por mais tempo mesmo em
temperaturas ambientes.
Para citar apenas dois exemplos, uma
batata irradiada pode durar até um ano sem
apodrecer ou brotar e um peixe também pode
ser conservado por mais de nove meses: tudo
isso em temperatura ambiente!
Outro fator que aumenta o seu tempo de
conservação é que a radiação pode alterar a
estrutura molecular das frutas e legumes e
inibir sua maturação por alterar processos
fisiológicos das plantas.
Radioatividade na Agricultura Página 2
Esse tratamento vendo sendo eficaz e é
adotado em inúmeros países, inclusive no
Brasil, porque apesar de existirem outros
meios de conservação, como a pasteurização
térmica e a conservação refrigerada, alguns
alimentos (tais como carnes, peixes, mariscos,
aves, etc.) não podem ser submetidos a esses
tratamentos. Desse modo, a irradiação desses
alimentos se torna uma boa alternativa.
Outro benefício é o fato de esses alimentos
permanecerem conservados mesmo em
lugares agressivos em termos de temperatura,
salinidade, umidade e outros fatores pelos
quais passam principalmente os tripulantes de
navios que ficam dias no mar, além do fato de
que se eles vierem a naufragar esses
alimentos terão mais tempo de vida, podendo
alimentá-los e salvar suas vidas. O mesmo se
aplica ao caso dos soltados do Exército,
Marinha e Aeronáutica.
Um ponto negativo visto até o momento é
que o sabor e aroma dos alimentos sofrem
algumas alterações. Também o leite e seus
derivados, além de alimento muito
gordurosos, não podem ser irradiados, pois
sofrem reações de oxidação e ficam rançosos.
Por segurança, ao aplicar essa técnica, é
preciso que os átomos radioativos cessem as
suas atividades antes de os alimentos serem
embalados. Os alimentos irradiados trazem o
símbolo abaixo, conhecido como radura:
Outra forma de utilização pela agricultura
de radiação é injetando radiotraçadores nas
plantas. Esses radioisótopos artificiais
recebem esse nome porque, ao serem
transportados pelo corpo da pessoa, emitem
radiações que permitem ver a absorção de
fertilizantes pelas plantas, como ela utiliza o
nutriente, determinar em que parte da folha
ou das raízes certo elemento químico é mais
importante e assim avaliar a eficácia do
controle de insetos. Um radiotraçador muito
utilizado para essa finalidade é o P-32
(fósforo-32).
Essa técnica dos radiotraçadores também é
importante pra detectar quais são os
predadores de determinadas pragas. Dessa
forma, eles podem ser usados no lugar de
inseticidas. Ou, então podem, ser esterilizados
por radiações fama os machos das espécies
que são consideradas pragas e depois soltá-
los no meio ambiente para competirem com
os machos normais. Isso diminuirá
progressivamente a sua reprodução e o seu
número.
Há também o uso da radioatividade na
verificação da autenticidade. Por exemplo, a
determinação da razão isotópica estável do
carbono 13 é usada para verificar se o mel é
mesmo puro ou se foi adulterado com xarope
de milho ou cana de açúcar.
A aplicação da radioatividade na
agricultura não serve somente para aumentar
a produção de alimentos, mas também
garante a nossa saúde e a do meio ambiente.
Pois os agrotóxicos também podem ser
marcados com radiotraçadores e, então,
detectar quanto dele fica retido no alimento e
quanto dele contaminam o solo, as águas e a
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Mas para trazerem benefícios reais, todas
essas técnicas devem ser feitas de forma bem
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alimentos e plantas.

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Radioatividade na agricultura

  • 1. Radioatividade na Agricultura Página 1 RADIOATIVIDADE NA AGRICULTURA Quando se fala de aplicações benéficas da radioatividade, pensa-se logo na medicina. No entanto, outro campo em que ela vem sendo aplicada com boas finalidades é na agricultura. Conforme sabemos, as radiações causam danos aos organismos vivos, assim alguns alimentos são irradiados, matando fungos e bactérias, que são os principais causadores do apodrecimento. Dessa forma, os alimentos, como frutas e verduras permanecem bons para consumo por muito mais tempo. Normalmente o alimento é irradiado por raios gamas e beta de elementos radioativos, principalmente o colbalto-60; além também de sofrer radiação ionizante proveniente de raios x e elétrons acelerados. O alimento costuma ficar exposto a essa fonte de radiação, mas sem ter contato direto com tal elemento. Além disso, essa radiação é controlada, ou seja, acontece por um tempo prefixado e com objetivos bem determinados. Por exemplo, se o alimento for submetido a uma radiação de 200000 a 500000 rad, ocorre a pasteurização do alimento, ou seja, ele vai ter mais tempo de conservação, mas desde que seja guardado em embalagens especiais ou em baixas temperaturas. No entanto, se essa radiação for maior, entre 2 e 4 milhões de rad, ocorre o que é chamado de esterilização, sendo que o alimento poderá ser conservado por mais tempo mesmo em temperaturas ambientes. Para citar apenas dois exemplos, uma batata irradiada pode durar até um ano sem apodrecer ou brotar e um peixe também pode ser conservado por mais de nove meses: tudo isso em temperatura ambiente! Outro fator que aumenta o seu tempo de conservação é que a radiação pode alterar a estrutura molecular das frutas e legumes e inibir sua maturação por alterar processos fisiológicos das plantas.
  • 2. Radioatividade na Agricultura Página 2 Esse tratamento vendo sendo eficaz e é adotado em inúmeros países, inclusive no Brasil, porque apesar de existirem outros meios de conservação, como a pasteurização térmica e a conservação refrigerada, alguns alimentos (tais como carnes, peixes, mariscos, aves, etc.) não podem ser submetidos a esses tratamentos. Desse modo, a irradiação desses alimentos se torna uma boa alternativa. Outro benefício é o fato de esses alimentos permanecerem conservados mesmo em lugares agressivos em termos de temperatura, salinidade, umidade e outros fatores pelos quais passam principalmente os tripulantes de navios que ficam dias no mar, além do fato de que se eles vierem a naufragar esses alimentos terão mais tempo de vida, podendo alimentá-los e salvar suas vidas. O mesmo se aplica ao caso dos soltados do Exército, Marinha e Aeronáutica. Um ponto negativo visto até o momento é que o sabor e aroma dos alimentos sofrem algumas alterações. Também o leite e seus derivados, além de alimento muito gordurosos, não podem ser irradiados, pois sofrem reações de oxidação e ficam rançosos. Por segurança, ao aplicar essa técnica, é preciso que os átomos radioativos cessem as suas atividades antes de os alimentos serem embalados. Os alimentos irradiados trazem o símbolo abaixo, conhecido como radura: Outra forma de utilização pela agricultura de radiação é injetando radiotraçadores nas plantas. Esses radioisótopos artificiais recebem esse nome porque, ao serem transportados pelo corpo da pessoa, emitem radiações que permitem ver a absorção de fertilizantes pelas plantas, como ela utiliza o nutriente, determinar em que parte da folha ou das raízes certo elemento químico é mais importante e assim avaliar a eficácia do controle de insetos. Um radiotraçador muito utilizado para essa finalidade é o P-32 (fósforo-32). Essa técnica dos radiotraçadores também é importante pra detectar quais são os predadores de determinadas pragas. Dessa forma, eles podem ser usados no lugar de inseticidas. Ou, então podem, ser esterilizados por radiações fama os machos das espécies que são consideradas pragas e depois soltá- los no meio ambiente para competirem com os machos normais. Isso diminuirá progressivamente a sua reprodução e o seu número. Há também o uso da radioatividade na verificação da autenticidade. Por exemplo, a determinação da razão isotópica estável do carbono 13 é usada para verificar se o mel é mesmo puro ou se foi adulterado com xarope de milho ou cana de açúcar. A aplicação da radioatividade na agricultura não serve somente para aumentar a produção de alimentos, mas também garante a nossa saúde e a do meio ambiente. Pois os agrotóxicos também podem ser marcados com radiotraçadores e, então, detectar quanto dele fica retido no alimento e quanto dele contaminam o solo, as águas e a atmosfera. Mas para trazerem benefícios reais, todas essas técnicas devem ser feitas de forma bem controlada e definida, de modo a não deixar resíduos e nem causar alterações nos alimentos e plantas.