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Disciplina: Domesticação e Pré-melhoramento.
Área: Genética, Melhoramento e Biotecnologia Vegetal.
Curso: Pós-graduação em Agricultura Tropical e Subtropical -
IAC
15/09/2022
PqC-VI Profa.
Dra. Mara Fernandes Moura
PqC-VI Prof.
Dr. Renato Ferraz de Arruda Veiga
renatofav53@gmail.com
ME APRESENTANDO
• PÓS-GRADUAÇÃO: Me. (1990) e Dr. (1994) em CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - BOTÂNICA pela
UNESP/BOTUCATU - SP.
• CRIEI eventos Nacionais e Latino-Americanos de RECURSOS GENÉTICOS, de EDUCAÇÃO
AMBIENTAL na AGRICULTURA, de CURADORES, e de ESPECIALISTAS EM ARACHIS spp.
• FUI COORDENADOR NACIONAL de RG (IICA/PROCISUR) indicado pela EMBRAPA (1996-2000) e
CONSULTOR no ICRISAT- ÍNDIA, com Arachis spp. (1997).
• MINISTREI A DISCIPLINA DE RFG no Curso de Pós-Graduação em Genética, Melhoramento Vegetal
e Biotecnologia, do IAC (1999-2001). ORGANIZEI E MINISTREI o CURSO DE INTRODUÇÃO AO
DE RFG on line pelo INFOBIBOS (2013-2019).
• TRABALHEI no INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS – IAC com atividades de MANEJO DE RFG E
DE JARDIM BOTÂNICO, COLETA E CARACTERIZAÇÃO, INTERCÂMBIO E QUARENTENA, CURADORIAS
DE BAG, e BAG-AMENDOIM/GERGELIM/MAMONA/GIRASSOL (1980-2015).
• OCUPO CARGOS de DIRETORIA na FUNDAG, na SBRG, e na Revista RG NEWS.
TEMAS
Arte: Giuseppe Arcimboldo
I – Introdução
II – Os RFG e a Agricultura
III – Os RFG e a Domesticação
IV – Gestão dos RFG
V – Atividades em RFG
QUESTIONEM-SE!
I - Introdução
Arte: Giuseppe Arcimboldo
Nossa TERRA surge há
4,6 Bilhões de anos.
Do PANGEA
iniciaram a
separação dos
CONTINENTES
há 200 Milhões de
anos
1. O INÍCIO DE TUDO
Walter Neves (2019) cita que nosso gênero Homo surgiu há
2,5 Milhões de anos (Plioceno), tendo entre 7 e 10 espécies.
LUCA 4,2
GIMNO 365
ANGIO 140
PLANTAS 500
Já os “profissionais primitivos” que viabilizaram a
agropecuária e a domesticação são de 16 Mil anos atrás.
No entanto o Homo sapiens surge somente há 200 Mil anos,
sobrevivendo apenas a subespécie Homo sapiens sapiens
desde recentes 35 Mil anos atrás (Pleistoceno).
GENE POOL TERCIÁRIO (GP3): Os cruzamentos com
GP1 geram progênies anômalas, estéreis ou com graus
de letalidade. Ocorrem em espécies pouco aparentadas,
onde somente técnicas radicais solucionam o problema.
GENE POOL QUATERNÁRIO (GP4): Os cruzamentos
com GP1 são impossíveis. Assim, somente podem ser
utilizados com técnicas de transformação genética
(Transgênicos).
GENE POOL SECUNDÁRIO (GP2): Os cruzamentos
com GP1 são possíveis, apesar de barreiras, gerando
progênies com níveis variáveis de esterilidade ou
fertilidade, pareamento cromossômico pobre ou nulo, e
dificuldade do híbrido chegar à maturidade para formar
gerações subsequentes.
POOL GÊNICO é um guia de cruzabilidade onde os genótipos
(um ou grupo de genes) de um germoplasma são classificados
segundo sua possibilidade de cruzamento entre espécies (Jack R.
HARLAN & J. M. J. DE WET, 1971). O PRÉ-MELHORA-
MENTO busca ampliá-lo, recapturando a diversidade genética
benéfica perdida.
GENÉTICA: Ciência que estuda a
Hereditariedade (William BATESON,
1901).
RECURSO FITOGENÉTICO (RFG):
Germoplasma Vegetal Valorável (Otto
FRANKEL & Erna K. BENNETT, 1970)
GERMOPLASMA: É a soma total dos
Materiais Hereditários de uma espécie
(August F.L. WHEISMANN, 1892).
GENE POOL PRIMÁRIO (GP1): Cruzamentos são
comuns gerando progênies férteis e a segregação de
genes é praticamente normal.
2 - DEFINIÇÕES BÁSICAS
GENE: Unidade funcional da Heredita-
riedade (Wilhelm L. JOHANNSEN, 1909).
foi um termo cunhado por Raimond F.
DASMANN (1968), enquanto que BIODIVERSIDADE (BV) foi cunhado
por Walter G. ROSEN (1985), mas, publicado primeiramente por Edward O.
WILSON (1988). Ambos termos significam a DIVERSIDADE das plantas
cultivadas e de seus parentes silvestres, de seus microrganismos e animais
associados, em interação com o meio ambiente (solo, água e ar).
Do Teosinto ao Milho
Mark RIDLEY (2006) descreve EVOLUÇÃO como mudança (mutação, epigenética,...), na forma (fenótipo e
genótipo) e no comportamento dos organismos, entre gerações. Para Norman ELLSTRAND et al. (2010) a história
evolutiva dos descendentes de espécies agrícolas tem o potencial de ser reconstruída detalhadamente.
A EVOLUÇÃO E A COEVOLUÇÃO
COEVOLUÇÃO é um processo SIMBIÓTICO-INVOLUNTÁRIO do agroecossistema, onde duas ou mais espécies
interagem ao evoluírem, podendo até não sobreviver umas sem as outras (Ex.: Couve-flor e Milho) [DARWIN,
1877; Mark RIDLEY, 2006].
Euchlaena mexicana Schrader
Brassica oleracea
CENTRO DE ORIGEM (CO): Área geograficamente isolada onde
ocorre a maior diversidade da espécie domesticada e de suas
parentes nativas (abacaxi, mandioca, guaraná, etc.). Todo CO
também o é CD.
Charles Roland Clement
Cita 83 spp. nativas e 55 exóticas, no
Brasil, na época do descobrimento.
Dalmo Catauli GACOMETTI
C.R. CLEMENT (2007) Distingue CENTROS DE ORIGEM (CO):
CO PRIMARIO: local onde existe maior variabilidade da espécie
(ex: amendoim, abacaxi, cacau, castanha-do-pará, caju, chá-mate,
eugênia, feijoa, jaboticaba, mandioca, maracujá, seringueira).
CO SEGUNDÁRIO: local onde se desenvolve outros tipos que
migraram do centro primário. Ex: Melancia(Ásia), Eucalipto (Austr.).
CENTRO DE DIVERSIDADE (CD): Área geográfica com alta
diversidade genética da espécie domesticada, no ou fora do seu Centro
de Origem. (Ex: Melancia, Abóboras, Melão, etc. com CD no Nordeste
do Brasil). Portanto, nem todo CD é um CO.
Roberto L. ROMÃO (1995) cita o Nordeste como sendo um CD de spp.
exóticas: melancia-comum e forrageira (Citrullus lanatus var. citroides).
Segundo QUEIRÓZ et al. (1999) há variedades locais (tradicionais ou
crioulas) de melão (Cucumis melo L.) e manga (Mangifera indica L),
com variabilidade para o melhoramento genético. D. C. GIACOMETTI
cita 10 centros de diversidade de frutíferas para o Brasil.
ORIGEM E DIVERSIDADE NO BRASIL
Fruta-pão: Artocarpus altilis (Park.)
Forst. Origem: Indonésia, Nova Guiné,
Oceania.
Pedro Álvares
Cabral
A DEPENDÊNCIA HISTÓRICA
Nossos COLONIZADORES nos impuseram seus COSTUMES ALIMENTÍCIOS e de uso diverso de espécies vegetais agrícolas
EXÓTICAS, tornando-nos dependentes. No entanto E. MIRANDA (2021) lembra que na questão da PRESERVAÇÃO florestal deve-se
muito à legislação da Coroa portuguesa que, no século 16, aplicou vários artigos de proteção às florestas e até proibição do uso do fogo
(“madeira de lei”), perdurando até finais do século 19.
Warren DEAN (1991) lembra diversas espécies introduzidas no Brasil como: Ex.: Arroz (Filipinas), o Feijão (América Central), a Soja
(China), Trigo (Ásia), Eucaliptos (Austrália), Café (Etiópia), Pêssego (China), Cana-de-açúcar ( Nova Guiné), Bambu (Ásia), fruta-pão...
Sabe-se que nossas Cv. das tais espécies exóticas têm uma estreita base genética, necessitando da introdução de novos genes para melhorá-las, daí
vem a chamada DEPENDÊNCIA de germoplasma do centro de origem e/ou de diversidade.
Geoglifos
Ludwig SCHWENNHAGEN (1928) diz que os Tupi adquiriram sua religião através dos Fenícios entre 1100-1000
aC. Já SOUZA J. G. et al. (2016) descrevem que em Santa Catarina os índios das atuais etnias Kaingang e
Laklãnõ/Xokleng, em 1.000 d.C., praticavam a AGRICULTURA (manejando a floresta de araucária e moldando a
paisagem local) e podiam se fixar por longos períodos em casas subterrâneas.
Warwick E. KERR (INPA-1986), afirmou que os “nossos primeiros
colonizadores” domesticaram TODAS espécies nativas cultiváveis que
conhecemos, a partir de 9 a 12 mil anos atrás, já Denis VIALOU et
al., 2017 citam que nossa história começou pelo menos 25.000 anos
atrás. Kerr dizia que os índios cultivaram espécies NATIVAS (açaí,
babaçu, batata-doce, caju, mandioca,...83), além de introduzir
EXÓTICAS (abóboras, milho, tabaco,...55).
NOSSOS “ÍNDIOS” E OS RFG
Charles R. CLEMENT (1999) supõe que a Amazônia teria tido até 5
milhões de habitantes, cuja população foi reduzida para 5% depois de
300 anos de colonização, provocando o DESAPARECIMENTO de
muitas espécies DOMESTICADAS. Patrick PARDINI (2020), diz que
a floresta amazônica foi cultivada e manejada pelos humanos por
milênios, alterando-se, tornando-se ‘outra’, ANTROPOGÊNICA, numa
relação de mão dupla entre o homem e a floresta.
7 - DIVERSIDADES
AGROBIODIVERSIDADE (AB): é a parte da Biodiversidade
formada pelos RFG-Agrícolas (Ex: amendoim, cana-de-açúcar, etc.)
e sua Diversidade Genética (Ex: cultivares, raças, etc.).
MEGADIVERSIDADE (MB): Russell MITTERMEIER et al. (1997),
é um grupo seleto de 17 países que juntos detêm 70% de toda diversidade
mundial, por seu alto índice em espécies endêmicas.
(DB=BV)
( )
(AB)
( )
DIVERSIDADE GENÉTICA (DG):
É o grau de variabilidade de genes
existente dentro de um indivíduo
(animal, vegetal, microrganismo),
envolvida em todos fenômenos e
processos biológicos (Ernest MAYR,
1998).
IGNÁCIO JOSÉ DE GODOY
II - OS RFG E A AGRICULTURA
Arte: Giuseppe Arcimboldo
1. NATUREZA INTOCADA 2. NATUREZA ALTERADA
3.
PLANTA
DOMESTICADA
4.
NOVA
CULTIVAR
1
2 4
3
3 - PLANTA DOMESTICADA: Quando o homem encontra
uma planta útil e a seleciona (consciente ou inconscientemente)
pela sua preferência de aroma, cor, sabor, dimensões, etc.
1 – NA NATUREZA INTOCADA: Quando a planta se
encontra dentro das POPULAÇÕES SILVESTRES, com
toda sua variabilidade (fenotípica e genotípica) sob o efeito
da evolução natural e sem a influência humana.
2 – NA NATUREZA ALTERADA: Aqui o ser humano
altera o habitat propiciando a entrada de espécies
invasoras, que se adaptam e evoluem.
4 - AGRICULTURA: Cv. Primitiva: quando o agricultor a cria
inconscientemente (gerações); Cv. Obsoleta: nova Cv. do MG
inaproveitada pelo agricultor, vai para o BB; Cv. Moderna: ao
ser desenvolvida pelo MG é aproveitada pela agricultura.
ESTREITA
BASE
GENÉTICA
AMPLA
BASE GENÉTICA
DA NATUREZA À AGRICULTURA
Segundo E.B. GERMEK (1993), o homem primitivo tinha poucas necessidades, além dos alimentos que
a natureza lhe oferecia e dos fornecidos pelas plantas silvestres que domesticou.
A AGRICULTURA E O MELHORAMENTO
CERES
Egípcios
Benjamin KILIAN et al. (2009) diz que ainda se debate o onde, o como e o porque da ORIGEM DA
AGRICULTURA. Mas, para a DOMESTICAÇÃO cita que há progressos recentes na sua compreensão
devido: (a) ao uso de acessos dos BAG cobrindo a área total de distribuição para cada espécie; (b) a
comparação entre acessos silvestres e domesticados por espécie; (c) a identificação do progenitor silvestre
e sua comparação com descendentes domésticos; (d) o uso de técnicas de impressão digital molecular em
muitos loci e o acesso à tecnologias de sequenciamento de alto rendimento; (e) a identificação e clonagem
de genes envolvidos na domesticação; (f) incremento de campanhas de prospecção.
Nosso MELHORAMENTO GENÉTICO escrito é
“recente”, vindo com o 1º. Tratado Sobre Agricultura
Moderna, Gabriel Alonso HERRERA, 1513).
No Crescente Fértil, do sudoeste da Ásia, há 11.500 anos atrás já cultivavam a cevada, ervilha, lentilha, linho e
trigo. Os Gregos e Egípcios possuíam suas próprias deusas da agricultura. David WHITEHOUSE (2003) cita
achado arqueológico de arroz domesticado, o mais antigo conhecido, com 15.000 anos, na Coreia.
DEMÉTER
Gregos
O PROBLEMA da agricultura hoje, para ARUNACHALAM (1999),
é a ocorrência de uma escalada mundial na “SUBSTITUIÇÃO E
PERDA” de cultivares tradicionais pelas cv. elite.
ORIGENS DA AGRICULTURA
Vere G. CHILD & Kathlen KENYON (1928) teorizam que depois da última Glaciação, os homens e animais procuraram os
poucos locais com plantas e água, e deste convívio deu-se início à domesticação.
Segundo John G. HAWKES (1983), a agricultura teve várias origens distintas, mas num mesmo
período, como sugerem exemplos de teorias a seguir:
a) Teoria do Oásis: CHILD & KENYON (acima);
b) Teoria do monte de lixo: Edgar Shannon ANDERSON (1940);
c) Teoria dos Flancos das Montanhas: Robert BRAIDWOOD (1950);
d) Teoria das Vilas de Pescadores: Carl Ortwin SAUER (1952);
Para Wurde E. VON KWSCHAEFER (2007) existem dois motores principais para
o surgimento da agricultura, uma combinação de mudança climática com evolução social.
1 2
3
4
5
6
Segundo MAZOYER & ROUDART (2001)
um provável início da agricultura se deu na
MESOPOTÂMIA (‘entre rios’ Tigres e
Eufrates, hoje Iraque e Turquia [1]), na
Eurásia (Ásia Central [2]) e na América
Central [3], independentemente. Há quem
cite também na Oceania (em Papua - Nova
Guiné [4]), na América do Sul (no Peru [5]),
e na América do Norte (nos USA - vale do
Mississipi [6]).
Para Cristiane SERVA (2021) a agricultura e intercâmbio, surgem entre 16 e 10 mil anos atrás, num processo afetado pelo
fluxo gênico com spp. silvestres, e demorou vários milhares de anos até chegar à estabilização das formas domesticadas.
O russo VAVILOV (1926), dizia que os CENTROS DE DIVERSIDADE podem conter CULTURAS DOMESTICADAS cujo
centro de origem é local, acrescidos de CULTIVOS EXÓTICOS INTRODUZIDOS de suas regiões de origem.
A. KRAPOVICKAS (2006) defendia a ideia de que uma
cultura agrícola é muito anterior ao resultado do longo
processo de DOMESTICAÇÃO, pois a AGRICULTURA é
anterior ao início das ALDEIAS SEDENTÁRIAS, que
surgem somente após 3.200 aC.
Júlio MERCADER (2009) diz que grãos de ESPÉCIES
SILVESTRES já eram consumidos pelos humanos há
105.000 anos.
Para A. BRANDOLINI (2002) a arqueologia indica que a
origem da agricultura foi um PROCESSO RÁPIDO
(centenas de anos), o suficiente para CONSERTAR alguns
alelos relevantes de genes-chave e de seus modificadores.
Segundo CLEMENT (1995), onde a
AGRICULTURA é muito antiga existe uma gama de
plantas que foi domesticada antes, cada qual com sua
diversidade de raças ou variedades locais.
Jared DIAMOND (2002) considerou o advento da
AGRICULTURA como um pré-requisito para o surgimento
das CIVILIZAÇÕES.
III - OS RFG E A DOMESTICAÇÃO
Arte: Giuseppe Arcimboldo
Vamos iniciar nossa caminhada contextualizando o tema da disciplina DOMESTICAÇÃO E PRÉ-MELHORAMENTO com o da aula de
RECURSOS FITOGENÉTICOS (RFG), através de histórias, definições e citações de especialistas.
Foto: pegadas de humanos no Novo México a 23 mil anos atrás, por Loren DAVIS, 2021
PRÉ-MELHORAMENTO: É toda ação efetivada com os acessos do
BAG, antes deles ingressarem na CT do Melhorista Genético.
DOMESTICAÇÃO: é a ação do ser humano de criar, cultivar e
dispersar espécies, tornando-as um recurso genético.
A DOMESTICAÇÃO DOS RFG
Para VAVILOV (2011) domesticação é a EVOLUÇÃO DIRIGIDA pela vontade do homem.
Monica SCHREIBER et al. (2018) Dizem que a DOMESTICAÇÃO
começou no NEOLÍTICO (Revolução Botânica), continuando até hoje.
John F. DOEBLEY et al. (2006) citam que a domesticação das plantas foi, é, e continuará sendo básica aos RFG, por consequência
direta do comportamento humano no MANEJO agroecológico, ao interferir no MEIO AMBIENTE com o fogo, aração, irrigação, etc.
Segundo Paul GEPTS (2014) a domesticação pode ser: a) COMPLETA: quando os organismos tornam-se inteiramente dependentes
dos humanos para sua contínua existência; b) PARCIAL OU INCIPIENTE: quando os organismos ainda se reproduzem
independentemente do homem.
Wilhem RIMPAU (1888) diz que o homem também APRIMORA o que a NATUREZA CRIOU,
como: Ex: Triticale (trigo X centeio = X Triticosecale Wittmack), e a Nectarina (uma mutação do
pêssego, (Prunus persica (L.) Batsch var nucipersica (Suckow) CK Schneid.).
Nivaldo PERONI (2007), pergunta: Como explicar no contexto da domesticação a existência de 7 mil variedades de mandioca, se ela foi
domesticada como uma espécie de propagação vegetativa?
J. GRESSEL (2005), falando de PLANTAS INVASORAS disse que podem surgir através de hibridização da sp. silvestre e
introgressão de ervas daninhas por adaptação [Exo-Feralidade], ou de espécies cultivadas por desdomesticação [Endo-
Feralidade].
3 - A PLANTA DOMESTICOU O HOMEM?
Para Robert SPENGLER (2020) o homem se julga tão inteligente que subestima a COEVOLUÇÃO entre ele e as plantas. A
FLORA COMESTÍVEL desenvolveu há muito tempo maneiras de afastar as sementes de seus pais para sobreviver e prosperar, e
os humanos são apenas uma parte de seu grande plano. [Ex: A macieira colocou grandes quantidades de energia na produção de
frutas, com alto teor de açúcar, para atrair os animais (como os primeiros hominídeos) para espalhar suas sementes, MUITO
ANTES de começarem a domesticá-la].
Segundo Barbara SCHAAL (2018) os Agricultores interferiram neste artifício de sobrevivência das maçãs,
impedindo que os frutos e sementes CAISSEM da PLANTA materna, ao ELIMINAREM seus mecanismos de
DISPERSÃO (Síndrome da Domesticação).
O PRÉ E PÓS-MELHORAMENTO
Maurício Antônio LOPES
Podemos concluir, então, que Pré-melhoramento envolve:
a) Os cruzamentos entre acessos das espécies parentes da domesticada, e entre elas e os acessos da planta domesticada;
b) Todas atividades desenvolvidas com os BAG e BBG como a coleta, identificação, caracterização, conservação, documentação, etc.
Aline ZACHARIAS (2018) define o PÓS-MELHORAMENTO como: “AÇÕES que viabilizam a TRANSFERÊNCIA das tecnologias
geradas e das cultivares melhoradas aos agricultores, às empresas agrícolas e ao consumidor final”. Lembra que fazem parte os Ensaios
de AVALIAÇÃO das cultivares para REGISTRO e PROTEÇÃO, bem como o trabalho de PRODUÇÃO (se/tes básicas, certificadas e
genéticas), REGULAMENTAÇÃO, LANÇAMENTO e PÓS-VENDA.
Para NASS & PATERNIANI (2000) o PRÉ-MELHORAMENTO é “o conjunto de atividades que visam à identificação de caracteres
e/ou genes de interesse, e sua posterior incorporação nos materiais elite”, o qual segundo TANKSLEY, S.D. & MCCOUCH (1997)
recaptura a diversidade genética benéfica perdida. Segundo S. SHARMA (2017) o pré-melhoramento atual pode durar de 5-8 anos.
Para NASS & NISHIKAWA (2001) os programas de pré-melhoramento
contribuem com diversas atividades nos BAG e BBG, como:
a) Síntese de novas populações base;
b) Identificação de genes potencialmente úteis;
c) Identificação de novos padrões heteróticos (vigor híbrido);
d) Melhor conhecimento dos acessos per se e em cruzamentos;
e) Maior quantidade de informações sobre os acessos;
f) Auxílio no estabelecimento de coleções nucleares. Luciano Lourenço NASS
Segundo Abdul GHAFOOR (2017) os principais critérios para seleção dos acessos para o pré-melhoramento são os dados da avaliação e
caracterização (Ex: fenótipo, genótipo, resistência às intempéries, nutrientes, minerais e óleos).
Os PM e os MELHORISTAS GENÉTICOS (MG) são os principais usuários dos recursos genéticos, pois são eles que manipulam os acessos até
chegar às novas Cv. (mais resistentes às intempéries e mais produtivas) que movimentam a agricultura. O sucesso do PRÉ-MELHORAMENTO
está na identificação de genes ou características úteis e na sua incorporação nas Cv. elite.
5 - OS RFG NO PM
Os MG têm mais atividades relacionadas aos RFG, tais como:
a) Busca por novos genes nos BAG, de interesse para a CT;
b) Busca por germoplasma oriundo de CRUZAMENTOS com spp. silvestres;
c) Organização de sua CT (com os itens a e b);
d) Seleção através do Melhoramento Tradicional, da Biotecnologia, dos Transgênicos, etc.
e) Produção das novas linhagens;
f) Avaliação das potenciais Cv. selecionadas dentre as linhagens;
g) Para estudos de Domesticação e Genômica;
h) Atuação no Pós-M com as novas Cv. produzidas.
Cyro Paulino da
Costa Fábio
Faleiro
Charleston
Gonçalves
Antonio Caetano
FernandoTombolato
Wilson Barbosa
Segundo Hakan ALKAN (2011), pensando no Aquecimento Global, a adaptação bem-sucedida às condições ambientais e o sucesso no
MG de plantas são limitados pela amplitude da BASE GENÉTICA, medida pela sua DIVERSIDADE nos RFG dos BAG, e disponibilizada
pelo PRÉ-MELHORAMENTO (PM).
Segundo NASS et al. (1970), o PM também é útil para montagem de bancos de caracteres e funções biológicas para Programas Biotecnológicos.
IV - GESTÃO DOS RFG
Arte: Giuseppe Arcimboldo
1 – GESTÃO NACIONAL E INSTITUCIONAL
COORDENADOR DO SISTEMA DE CURADORIAS: É o profissional indicado pela instituição para gerir as atividades das curadorias, e de
orientar os curadores.
CURADORIA: É uma coleção ou grupo de coleções científicas ou de BAG institucional, sob a
responsabilidade de um curador.
CURADOR: É o profissional oficialmente indicado pela Coordenação do Sistema, como
o responsável pela gestão de um ou mais BAG.
COMISSÃO COORDENADORA DO SISTEMA: É uma comissão indicada pelo Coordenador para auxiliá-lo nos trabalhos
de gestão.
Marília Lobo Burle
A GESTÃO NACIONAL assim como as INSTITUCIONAIS são efetivadas via CURADORIAS que permitem melhor
organização, conhecimento das virtudes e dificuldades, facilitando a disponibilização de dados e apoio da gerência. Exemplo:
Curadores APTA 2011
2. ATRIBUIÇÕES DA COMISSÃO
1) DIVULGAR editais referentes a projetos para obter recursos de manejo;
2) PLEITEAR da diretoria institucional e de órgãos financiadores, recursos para infraestrutura institucional centralizada de conservação e
preservação dos acessos dos BB (ou encontrar instituições parceiras para tal fim, como a EMBRAPA);
3) PROVIDENCIAR um sistema institucional para documentação e informatização de banco de dados relativos aos acessos (ou buscar
instituição parceira para tal fim);
4) FACILITAR institucionalmente na obtenção principalmente de mão-de-obra, para apoio à execução de todas atividades de RG;
5) APOIAR institucionalmente publicações dos dados oriundos da aplicação de descritores e demais inventários;
6) VIABILIZAR institucionalmente o intercâmbio e a quarentena de germoplasma (ou encontrar instituição parceira para tal fim);
7) SOCORRER os BBG, BAG, e CC com dificuldades ou em risco de abandono, e sugerir indicação e/ou substituição de curadores;
8) ASSESSORAR a diretoria institucional em assuntos referentes aos RG.
A COMISSÃO DE COORDENAÇÃO executa a coordenação do sistema dos bancos de germoplasma (BG) e coleções científicas (CC) afins, de
cada instituição, cujas atividades elencamos a seguir:
Os CURADORES são os especialistas na(s) espécie(s), cujas atividades elencamos a seguir:
3. ATRIBUIÇÕES DOS CURADORES
José Francisco Montenegro Valls
Dirceu de Mattos Jr
1) ZELAR pela Conservação ex situ e Preservação in situ do seu BG/CC;
2) PROVIDENCIAR a Sanidade do BG/CC;
3) COORDENAR o Manejo e viabilizar parcerias, para todas atividades;
4) MANTER e Atualizar os dados de Documentação e Informatização;
5) PROVIDENCIAR Inventários e Publicações dos dados;
6) COORDENAR a Multiplicação e Regeneração do germoplasma;
7) DISPONIBILIZAR o Material Propagativo para o Intercâmbio;
8) DISPONIBILIZAR material de vouchers dos acessos para o Herbário;
9) ASSESSORAR a Comissão de Coordenação em assuntos da sua curadoria.
GESTÃO NACIONAL – Contamos com uma Diretoria da SBRG
responsável por apoiar os Sistemas de Curadorias Institucionais.
SBRG
Diretoria
Redes Regionais
e
Curadorias
4 – A GESTÃO NACIONAL
Manoel Abilio Queróz
Semíramis Rabelo
Ramalho Ramos
LEMBRANDO que no Brasil, temos
também a Rede Brasileira de Jardins
Botânicos (RBJB) conservando
germoplasma ex situ e preservando
áreas in situ, realizando a educação
ambiental e pesquisas científicas,
além do apoio vital aos ecossistemas
naturais. Existem 65 jardins botânicos
associados, dos 89 existentes no país.
Hoje as curadorias no Brasil têm o apoio da SBRG, através de uma diretoria que também apoia as Redes Regionais de Recursos
Genéticos, estas últimas tratadas como prioridade, porém ainda não há um Sistema Nacional de Recursos Genéticos.
Zenaide Nunes
5 – COMO SERIA UMA GESTÃO “IDEAL” ?
SOMOS BONS,
MAS JUNTOS
PODEMOS SER
MEHORES!
Possuímos muitas instituições que tem a função de GESTÃO e deveriam estar unidas pra trabalhar por nossos RG, e por nossos pesquisadores
científicos, tais como: Os Ministérios do MEIO AMBIENTE (com o germoplasma in situ), o da AGRICULTURA E PECUÁRIA (com o
germoplasma ex situ – já existe a Plataforma Nacional com o MAPA & Embrapa), a SOCIEDADE BRASILEIRA DE RECURSOS GENÉTICOS
(com suas redes regionais) e a REDE BRASILEIRA DE JARDINS BOTÂNICOS (com suas redes regionais), a EMBRAPA (com sua curadoria e
Programas), contando ainda com o CONSEPA (para a distribuição de recursos federais e internacionais, para as unidades do SNPA). Enfim,
tudo isto está aí, basta uni-los em torno de um objetivo comum, num SISTEMA NACIONAL DE CURADORIAS e com um PROGRAMA
NACIONAL DE RECURSOS GENÉTICOS, o que nos uniria no Brasil e facilitaria uma integração internacional em RG.
M A P A
ex situ
M M A
in situ
C O N S E P A S N P A
SISTEMA
NACIONAL
CURADORIAS
R
B
J
B
E
M
B
R
A
P
A
R E D E S R E G I O N A I S
S B R G
PROGRAMA NACIONAL RG
V - ATIVIDADES DOS RFG
Arte: Giuseppe Arcimboldo
INTA – Manfredi- AR
Organizamos as Atividades para vocês no formato de GESTÃO através de CURADORIAS. Tais atividades se interligam e se tornam essenciais
para efetivar sua gestão nas INSTITUIÇÕES de ensino, extensão rural, e pesquisa agrícolas.
Vânia Rennó - ICRISAT
Embalagens hermeticamente vedadas.
REGENERAÇÃO
VALORAÇÃO
IDENTIFICAÇÃO
CARACTERIZAÇÃO
CONSERVAÇÃO
MULTIPLICAÇÃO
INTERCÂMBIO E QUARENTENA
PRESERVAÇÃO
COLETA
DOCUMENTAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO
USO
SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES
1 – ATIVIDADES DE PRESERVAÇÃO
A PRESERVAÇÃO é a manutenção in situ das espécies nativas em especial das parentes das cultivadas. Objetiva, principalmente, a manutenção
de espaços territoriais representativos de seus ecossistemas. Ex: SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação.
BIOMAS
Para E.E. MIRANDA (2021), há três desafios permanentes, inerentes à estrutura e ao funcionamento da agropecuária brasileira: (1) sua dimensão
territorial, (2) sua diversidade agroecológica e socioeconômica e (3) sua dinâmica evolutiva. O mesmo autor (2018) cita dados do Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), onde o Brasil é o país que mais destina territórios à proteção da vegetação nativa e à
biodiversidade [563.736.030ha], 66,3% do território nacional (SNUC + Indígenas + Exército).
1.1 –AGROPECUÁRIA, EXÉRCITO, INDÍGENAS
SNUC + Indígenas
24,2%
Agropecuária
25,6%
Conclui-se que o Brasil cumpre muito bem sua missão preservacionista!
REFLORESTAR É URGENTE
Quem hoje em dia, percorre o nosso território imenso, há poucos
séculos densamente coberto de magníficas florestas e campos férteis,
sulcado aqui e ali por castos cursos d’água e semeado de miríades de
borbulhantes nascentes, verá que disto tudo, que constituía outrora o
paraíso dos naturalistas e o notável característico de nossa paisagem,
“POUCA COISA RESTA”!
M. LEVY (1952): CHÁCARAS E QUINTAIS
RECUPERAR É POSSÍVEL
Em 1861, quando começaram a secar as nascentes, em determinada
região DEGRADADA PELO HOMEM, no Rio de Janeiro, D. Pedro II
tomou a decisão de reflorestá-la com 100 mil mudas arbóreas. Hoje
conhecemos tal área por “Floresta Nacional da Tijuca”. Alguém duvida
do resultado positivo? “Lembrando que, além do provocado pelo
homem, a natureza também proporciona desastres naturais,
demandando a regeneração (Ex: deslizamentos, enchentes...)”.
1.2 –RECUPERAR É POSSÍVEL E URGENTE
2 – ATIVIDADE DE COLETA
15 spp. constituem 90%.
391.000 spp. identificadas e descritas/mundo;
30.000 potencialmente úteis/mundo;
2.489 submetidas à domesticação/mundo;
150 alimentam /mundo;
250 foram domesticadas/mundo;
Valdely Knupp
Esta é um atividade anterior até mesmo ao Homo sapiens sapiens, por ser prioritária à sobrevivência de qualquer Homo spp.. K.
HAMMER & K. KHOSHBAKHT (2014) mostraram a preferência do homem por determinadas famílias botânicas na domesticação,
pelos números expressivos de espécies (altamente domesticadas, domesticadas e semi-domesticadas), em Poaceae e Fabaceae,
seguidas por Asteraceae, e em níveis relativamente baixos para Rubiaceae e Orchidaceae. Temos muito que coletar no mundo:
J.F.M. VALLS (2005) considera coletar RFG quando for: (1) conservar ex situ segmentos da variabilidade útil, em paralelo à
preservação in situ, ou caso haja ameaça de erosão genética; (2) buscar materiais necessários aos programas de melhoramento; (3)
ampliar e completar a representatividade da diversidade genética disponível de espécies autóctones com uso potencial (direto ou
através de pré-melhoramento) insuficientemente representadas nos BAG.
O quadro ainda SE AGRAVA quando se sabe que a agricultura é praticada em monocultivo e
monocultivares. John G. HAWKES (1991) nos lembra que o homem primitivo domesticou as plantas
que ainda hoje praticamos o melhoramento genético, cujas cultivares têm estreita base genética. Se
considerarmos que só no Brasil possuímos 46.000 spp. de pl. superiores, e que somente olhando para
as plantas PANC no País, temos 350 spp. catalogadas, que podem minimizar a enorme “fome oculta e
a visível”, verificamos a imensidão de trabalho disponível para a domesticação e o pré-melhoramento.
AS XV DA DIETA = frutíferas (banana e coco),
cereais (arroz, trigo, milho, sorgo e cevada); raízes e
tubérculos (batata, batata-doce e mandioca);
leguminosas (amendoim, feijão e soja) plantas
açucareiras (cana-de-açúcar e beterraba). O mais
SURPREENDENTE é que de cerca de 2.500 spp.
parcialmente domesticadas, somente quatro: arroz,
batata, milho e trigo, correspondem a 60% da dieta
humana [J. LEON, 1989; WALTER et al, 2005;].
2. PÓS COLETA: Preparo de
exsicatas de Herbário, e
germoplasma para a quarentena,
e manejo (BB e BAG). Além da
documentação e informatização,
e concluindo com o relatório
final da expedição.
A COLETA DE RFG é a atividade que visa disponibilizar germoplasma de CULTURAS AGRÍCOLAS e de suas PARENTES SILVESTRES,
além das PLANTAS EM RISCO DE EXTINÇÃO, com ampla base genética, aos BAG e BB, e ao pré-melhoramento/melhoramento genético. A
COLETA pode ser dividida, também, em mais duas etapas:
O QUE COLETAR:
1. Spp. NATIVAS DOMESTICADAS: abacaxi, amendoim-forrageiro, caju, etc.
2. Spp. NATIVAS SEMIDOMESTICADAS (ex situ): abacaxis ornamentais,
açucena, araucária, etc.
3. Spp. NATIVAS INDOMESTICADAS: Medicinais, Ornamentais, Forrageiras,
Frutíferas (como: Myrtaceae e Sapotacee), etc.
4. Spp. NATIVAS parentes das DOMESTICADAS: Amendoim (62 Arachis
spp.). Arroz: (Oryza latifólia, O. glumaepatula, O. grandiglumis e O. alta),
Cana: Saccharum (S. angustifolium, S. asperum e S. villosum), Cevada:
Hordeum (H. euclaston e H. Stenostachys), etc.
5. Spp. EXÓTICAS INTRODUZIDAS e com DIVERSIDADE LOCAL:
abóboras, melancia, melão, etc.
6. Spp. PANC: almeirão-do-campo, begônia, cambuci, etc. (350 spp., entre
nativas, ou exóticas).
1. PRÉ COLETA : Elaboração do projeto para
obtenção de recursos: Planejamento Técnico e
Logístico (legislação, trajetos, transporte,
hotel, materiais, equipe, equipamentos).
Consulta à publicações, herbários, etc.
(informações sobre os locais de coleta,
ambiente de ocorrência, etc.).
2a - GERMOPLASMA AGRÍCOLA NO BRASIL
 EXPEDIÇÕES NO MUNDO: Em 2500 aC, Sumérios na Ásia Menor
coletaram: uvas, figos e rosas. Em 1495 aC do Egito na Somália,
Etiópia e Djibouti, árvore do insenso, e mirra., e no Iêmen de canela e
cássia.
 ESTRANGEIROS NO BRASIL: A primeira expedição de que se tem
notícia foi efetivada pelo alemão GEORGE MARCGRAVE, a pedidos de
Nassau(1636) Zoobotânica e Astronômica (LIVRO).O segundo foi o
brasileiro ALEXANDRE RODRIGUES FERREIRA, ente 1783 e 1792,
pela coroa portuguesa.
 IAC: A 1ª. expedição oficial foi realizada pelo Dr. Alcides Carvalho,
1940: Peru, Equador, Colômbia e Bolívia, para Cinchona. Com outros
pesquisadores houve coletas para Arachis, no Paraguai e Goiás, em 1961.
Um conjunto efetuadas para o Gossipium, em 1962: Nordeste, Brasil. A
partir de 1969 uma série de expedições foram feitas em SP para coleta de
Mandioca. Para o amendoim-comum Dr. Ignácio J. Godoy coordenou
diversas pela região de produção do Estado de SP (década de 1980).
 EMBRAPA: A partir da década de 1970 assumiu esta tarefa no País
(Cenargen), e desde então realizou centenas de expedições pelo Brasil e
exterior.
Alcides Carvalho
OBJETIVAM: Coletar ou Resgatar germoplasma, com ampla base genética ou em risco de extinção, para conservação em BAG e BBG, e ao pré-
melhoramento/melhoramento genético. Tais amostras são obtidas de regiões de centros de origem e de dispersão, de áreas de cultivo agrícola
tradicional, e de áreas em risco potencial (construções de estradas, de represas, etc.).
2b. EXPEDIÇÕES CIENTÍFICAS
2c – VAVILOV E A COLETA NOS C.O.
Hoje = 4º. BAG mundial, com 325 mil
acessos, em 121 anos .
Nicolai Ivanovich Vavilov é CONSIDERADO o Pai dos RFG, Pai da Fitoimunologia, o criador da Agricultura Moderna, o 1º. Guardião da
Biodiversidade, e o Darwin do século XX.
REALIZOU mais de 115 expedições científicas coletando 50.000 acessos em 64 países. CRIOU a Teoria dos Centros de Origem das
Plantas Cultivadas, onde propõe que estas surgiram nas regiões de origens da civilização, em locais geograficamente isolados. Ex: Cevada
na Babilônia, Trigo no Egito, etc.. Viajou inclusive ao Brasil, esteve no IAC onde foi recebido pelo Diretor Geral Theodureto Almeida de
Camargo, à quem teceu elogios.
Sugeriu 8 centros de origem
primários e 3 secundários.
Incrementou o primeiro BAG no mundo em
São Petersburgo – Rússia.
ANTES E DEPOIS DE VAVILOV
Alphonse Louis Pierre Pyramus DE CANDOLLE (1808-1893)
Николай Иванович
Вавилов
Fitogeografia
DARWIN MENDEL
LINEU VILMORIN
Antes de VAVILOV o melhoramento genético de plantas se
utilizava somente das antigas raças LOCAIS de seus próprios
países, AFUNILANDO a base genética.
Semi-endêmicas, Monocêntricas, Oligocêntricas
Não Cêntricas
Jack Roland HARLAN (1917-1998)
2e - ESTUDO MAIS RECENTE DE CENTROS
Nigel MAXTED & Holly VINCENT, 2021
Pesquisaram até que ponto os
centros de origem/diversidade de
culturas eram congruentes com
HOTSPOTS de 1.425 espécies
silvestres parentes de 167spp.
cultivadas. SOBREPONDO o
mapa de Vavilov, em amarelo,
com os de outros autores
posteriores como Zeven &
Zhukovsky, Harlan, Hawkes e
Purugganan & Fuller,
CONCLUINDO pela necessi-
dade da inclusão de NOVAS
ÁREAS, para coleta prioritária,
em verde no mapa ao lado.
NIGEL HOLLY
HOTSPOTS: áreas com grande diversidade em espécies silvestres endêmicas ameaçadas, parentes das cultivadas.
3 – ATIVIDADE DE IDENTIFICAÇÃO
Formas alternativas para escrever sobre uma cultivar numa mesma frase: Coffea
arabica L. (a) ‘IAC Obatã’; ou (b) cv. IAC Obatã; ou (c) cultivar IAC Obatã.
A IDENTIFICAÇÃO TAXONÔMICA é efetivada através do CÓDIGO INTERNACIONAL DE NOMENCLATURA PARA ALGAS, FUNGOS E
PLANTAS, enquanto os nomes e REGISTRO DAS CULTIVARES é regrado pelo CÓDIGO INTERNACIONAL DE NOMENCLATURA PARA
PLANTAS CULTIVADAS.
Carolus LINNAEUS (1707-1778)
Gaspar BAUHIM criou a
denominação binomial 130
anos antes de Linaeus
LINNAEUS EFETIVOU, em 1753, a Designação Binomial, antes era um polinômio
(Ex: Café = Jasminum arabicum laurifólia cujus sêmen apud nos coffe dicitur, que
com LINAEUS ficou assim: Café arábica (Coffea arabica L.), graças ao BAUHIM !
1. EPÍTETO GENÉRICO
Substantivo, maiúscula, itálico (Coffea);
2. EPÍTETO ESPECÍFICO
Adjetivo, minúscula, itálico (Ex: C. arabica) [ou maiúscula em homenagem (Ex:
amendoim forrageiro = A. Pintoi em homenagem ao Dr. Geraldo Pinto].
3. CLASSIFICADOR
Sigla do(s) nome(s) dos autor(es) da espécie, sem itálico [Ex: Carolus Linaeus = L. ] .
4 – ATIVIDADE DE CARACTERIZAÇÃO
“A CARACTERIZAÇÃO visa conhecer as características dos acessos de um BAG ou BB, para
possibilitar a formação de CN e CT.”
É realizada com auxilio de DESCRITORES:
1. AGRONÔMICOS: Avalia o Ciclo de maturação, Época da produção, Produção por planta, Dados
do Pólen, Autofertilidade, Teor de Óleo das sementes, Produtividade, Reprodução, Resistência a
fatores adversos;
2. BOTÂNICOS: Organografia e Anatomia (Partes subterrâneas, caule, ramos, folhas, flores, frutos
e sementes).
3. GENÉTICOS: Citologia, Isoenzimas, DNA. ...;
4. QUÍMICOS: Metabólitos secundários;
5. TECNOLÓGICOS: Aroma, Sabor, Açúcares, Acidez, Grau de Conservação.
6. OUTROS: Climáticos, Geográficos, etc.
CLASSIFICAÇÃO DOS DESCRITORES
1. DESCRITORES MÍNIMOS
Utilizados para distinção entre
cultivares (SNPC);
2. DESCRITORES COMPLETOS
Utilizados para distinção entre
acessos de uma mesma espécie de um BAG.
DESCRITORES: São dados de avaliações que permitem distinguir os acessos de um BAG, por
intermédio de suas características diferenciais quantitativas e qualitativas, transferíveis para próximas
gerações, tais como:
TIPO DE DADOS UTILIZADOS
1. QUANTITATIVOS:
(números – contagens, medições, etc.)
a) Notas: de 0 a 9.
b) Valores intermediários: 1,3,5,7 (dúvidas).
2. QUALITATIVOS:
(cor, brilho, aroma, etc.)
a) Presença (+) ou b) Ausência (0)
5 – ATIVIDADE DE INTERCÂMBIO
IMPORTAÇÃO & EXPORTAÇÃO: São ações do intercâmbio ordenado e sistemático de germoplasma, para um novo local.
Segundo E.B.GERMEK (1992), desde os tempos mais remotos o homem procurava em regiões longínquas os produtos de que tinha
necessidade, e desde então realizavam-se tentativas de estabelecer tais culturas nos países interessados, através da introdução de
plantas, ou intercâmbio. Mas há um dilema do pesquisador que pode ser representado por uma balança.
LEGISLAÇÃO VIGENTE:
IMPORTAÇÃO
1. Requerimento para Importação de Material para Pesquisa;
2. Requerimento de Fiscalização de Produtos Agropecuários;
3. Certificado Fitossanitário do país de origem.
EXPORTAÇÃO
1. Certificado Fitossanitário do Brasil e Laudo de Isenção de
Pragas;
2. Import Permit, do país importador (Permit Label);
3. Pedido de Autorização de Exportação;
4. Certificado Fitossanitário de Origem;
5. Requerimento de Fiscalização de Produtos Agropecuários.
TRÂNSITO INTERNO
1. Certificado de Origem;
2. Certificado de Origem Consolidado (espécies nativas em
risco de extinção).
6 –ATIVIDADE DE QUARENTENA
Foto: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Foto: Centro de Quarentena da Embrapa
Se refere um período de tempo durante o qual o germoplasma introduzido do exterior, ou de regiões restritas do próprio País, permanecendo em
observação fitossanitária para evitar a entrada ou dispersão de pragas quarentenárias no Brasil.
1 mês
Fim Início
3 meses = anuais
6 meses = perenes
11.
ENTREGA AO
IMPORTADOR
2.
RECEPÇÃO DO
MATERIAL
3.
CONFERÊNCIA
4.
INTRODUÇÃO
5.
INSPEÇÃO PRÉ-
PLANTIO
6.
AMOSTRAGEM
8
INSPEÇÃO
PÓS-PLANTIO
7.
PLANTIO
9.
EXPURGO
DESCARTE
10.
EMISSÃO DE
LAUDOS
1.
ACEITE
8 – ATIVIDADE DE DOCUMENTAÇÃO
É a atividade de Registro Organizado do Banco de Dados em fichários, livros ata, e/ou computador, possibilitando obter informações adequadas e
suficientes para a Informatização e consequentemente para a Gestão das Curadorias.
Segundo José T. ESQUINAS-ALCAZAR (1993) um bom SISTEMA de documentação é a chave para uma efetiva utilização dos acessos mantidos
nos bancos de germoplasma.
DADOS REGISTRADOS: a) Passaporte [Origem, Procedência, Denominações, Taxonomia, dados da Coleta ou do Melhoramento, e Siglas]; b)
Multiplicação; c) Intercâmbio; d) Quarentena; e) Conservação e Preservação; f) Descritores de Caracterização e de Avaliação; g) Informações de
Regeneração; e h) Informações de Uso.
IMPORTÃNICA DA DOCUMENTAÇÃO (Filomena R. MARCELINO, 1996)
a) Permite localizar as áreas negligenciadas ou super amostradas;
b) Planifica atividades e estabelece prioridades;
c) Possibilita selecionar germoplasma para um programa de pesquisa;
d) Localiza o material;
e) Facilita a organização e atualização dos dados;
f) Facilita o acesso à informação sobre o material conservado
9 - ATIVIDADE DE INFORMATIZAÇÃO
OBJETIVA: o uso de programas computacionais para ordenamento e disponibilização racional dos dados do Manejo dos RFG. Isto é, através do
abastecimento da documentação efetivada pelos BBG e BAG, se faz a inserção, publicação e Gestão dos Dados para fins de: a) Registro; b)
Classificação; c) Organização; d) Interpretação e d) Divulgação.
PETERS & WILLIAMS (1984) estimaram os dados cadastrados nos BAG: a)
Dados de Passaporte = 65%; b) Dados de Caracterização = 80%; c) Dados de
Avaliação = 95%; e d) Outros Dados = 1%.
PROGRAMAS RFG MAIS UTILIZADOS: a) SINGER (CGIAR); b) pcGRIN
(IPGRI); c) BG-Recorder (BGCI); d) GENIS (alemão); e) EPGRIS (europeu),
GENESYS (FAO). No Brasil é o Programa ALELO (Embrapa).
CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS AOS PROGRAMAS: a) seja
intercambiável; b) adaptado para proteger e disponibilizar; c) maleável para
aceitar novas inserções; d) rápido, de fácil uso, que permita cruzar dados; e) que
viabilize publicações.
USUÁRIOS: Seus principais usuários são: a) curadores; b) melhoristas; c) pré-
melhoristas; d) especialistas em coleção nuclear; e) especialistas em valoração; e
f) especialistas em botânica.
Hugo
André
Cristina
Míriam
10 – ATIVIDADE DE CONSERVAÇÃO
2.
IN VITRO
3.
CRIOCONSERVAÇÃO
4.
IN VIVO
4.1
PESQUISA
4.C
TELADO
4.2
ON FARM
4.D
RIPADO
4.B
C.V.
1.
REFRIGERAÇÃO
1.1
B. BASE
1.2
B. ATIVO
1A
COLEÇÃO TRABALHO
4.A
CAMPO
1B
COLEÇÃO NÚCLEO
2.1 (20/25)
TROPICAIS
2.2 (10/15)
TEMPERADAS
3.1 (-196)
LÍQUIDO
3.2 (-150)
VAPOR
1C
COLEÇÃO GENÔMICA
Carlos Eduardo de Oliveira CAMARGO
Celso
MORETTI
Tereza
CRISTINA
Juliano
PÁDUA
Leonardo de Grazia FARIA
CONSERVAÇÃO: É a atividade de guarda do material reprodutivo vegetal, a fim de perpetuar sua viabilidade a curto, médio e longo prazos,
para usos presente e futuro.
A CONSERVAÇÃO de sementes ex situ, a curto, médio, e longo prazos, mantêm a Germinação e Vigor controlando a TOC% & U%.
10.1 - CONSERVAÇÃO DE SEMENTES
longo
A cada REDUÇÃO em 1% no grau de U [se entre 5 e 14%], e de 5,5OC na ToC ambiente [se entre 0 e -50oC] DUPLICA-SE o tempo de
conservação das sementes ortodoxas. [Exemplos conservados: Ervilha (130 anos), quiabo (125 anos), tomate (124 anos),...Exemplos
“mumificados”: Lotus indiano – solo (1.000 anos); Tremoço – ártico (10.000 anos)].
a) RECALCITRANTES - Não toleram ToC sub zero e U fora do intervalo de 12-31% [Ex.: cacau, seringueira, manga];
b) INTERMEDIÁRIAS - Toleram a desidratação até 10% de U mas NÃO SUPORTAM ToC NEGATIVAS [Ex.: café, citrus, mamão];
c) ORTODOXAS - Suportam a redução de U entre 3 e 7%, e ToC entre – 10 ºC e – 20 ºC [por tempo indeterminado para
trigo, feijão, soja]; Se em: 0 a 15 ºC (conserva-se por até 30 anos o araticum, graviola, murici, ...)] (Richard H. ELLIS et al. 1985).
COLEÇÃO NUCLEAR (CN) segundo Otto H. FRANKEL (1984) é uma amostra representativa de uma coleção de germoplasma que
inclui a diversidade genética de uma espécie cultivada e seus parentes silvestres, com um mínimo de redundância.
-10 a -20 oC & 5% U
BB + CN
+5 a + 10oC & 12 a 18% U
+18 ± 3oC & 15± 3% U
CT
BAG
curto
médio
5
30
longo
10.2 –CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL
Rosa Lia Barbieri
Svalbard Global Seed Vault - Noruega
CGIAR
CIAT BIODIVERSITY - Feijão, Mandioca,
Arroz
CIMMYT - Trigo, Milho
CIP - Batata, Batata Doce
ICARDA - Trigo, Aveia, Legumes
ICRAF - Agroflorestais
ICRISAT - Amendoim, Grão-de-bico, Milheto,
Sorgo
IITA - Milho, Caupi, Soja
ILRI - Forrageiras Tropicais
IPGRI - Banana, Banana da terra.
IRRI e WARDA - Arroz
CÂMARAS FRIAS
(80%)
CAMPO
(17%)
VITRO
(2%)
MANUTENÇÃO
ACESSOS POR PAÍS
1. CHINA 300.000
2. EUA 268.000
3. ALEMANHA 160.000
4. BRASIL 150.000
PRIMEIROS BAGs
1. RÚSSIA 1917
2. EUA 1958
3. GHANA 1964
10. BRASIL 1974
NÚMEROS NO MUNDO
BANCOS BASE 1.750
ACESSOS 6 Milhões
ORTODOXAS 3 Milhões
PAÍSES 35
No mundo temos instituições internacionais que conservam recursos fitogenéticos para os melhoristas e para a humanidade. O
mais famoso é o Svalbard Global Seed Vault, de 2008, com a coleção mais diversa do mundo e mais de 1 milhão de acessos.
CGIAR distribuiu mais de 1 milhão de acessos, das 5.832 spp. dos 1.113 gêneros, aos
melhoristas nos últimos 10 anos.
11. ATIVIDADES DE MULTIPLICAÇÃO E REGENERAÇÃO
MULTIPLICAÇÃO: é o ato de REPRODUZIR os acessos, de um
banco ativo (BA), em ambiente protegido, a campo, ou in vitro, a fim
de se obter GERMOPLASMA em QUANTIDADE suficiente para
conservar, intercambiar, melhorar e usar. Atividade anterior à de
Conservação.
REGENERAÇÃO: é a atividade de renovar as sementes conservadas,
que reduziram sua GERMINAÇÃO e VIGOR durante a conservação
no Banco Base, com o passar dos tempos. Objetiva plantar novamente
as sementes e devolvê-las para a conservação com teores acima de 80%.
Atividade posterior à de Conservação.
VALORAR: Significa colocar VALOR para uma determinada coisa. No caso de RECURSO
FITOGENÉTICO, por exemplo uma espécie em risco de extinção, num acesso de um BAG,
ou numa nova cultivar, por intermédio da criação de fórmulas estatísticas. Ex.: Segundo o
PPBio (2005), estima-se o valor da Biodiversidade entre US$ 500 e US$ 800 bilhões.
TIPOS DE VALORAÇÃO:
 ECONÔMICA: dar valor em R$ (valor de uso direto, de uso indireto, de uso presente,
de uso futuro);
 ECOLÓGICA: comparar situações (necessidades humanas de consumo e produção;
serviços ambientais indiretos para a humanidade, paisagem, fragilidade do
ecossistema, etc.);
 SOCIAL: avaliar alterações em comunidades humanas (uso recreativo, lúdico, turístico,
qualidade de vida, preservação de comunidades, Segurança Nacional).
12 – ATIVIDADE DE VALORAÇÃO
Exemplo de fórmula utilizada: I = (O+C+D)*U/3 Onde:
I = Índice de IMPORTÂNCIA RELATIVA para priorizar RG;
O = Índice relativo da importância da ORIGEM de uma espécie (se nativa ou exótica);
C = Índice relativo da importância do ESTADO DE CONSERVAÇÃO da espécie (se em
risco de extinção);
D = Índice relativo da importância da frequência de DISTRIBUIÇÃO da espécie (se é
restrita ao local);
U = Índice absoluto da importância dos USOS da espécie (alimentício, aromático,
medicinal, industrial, florestal, ornamental, melífero, cultural, etc., um ou todos).
13 – ATIVIDADE DE USO
Hoje efetiva-se a agricultura baseada no modelo da Revolução Verde ou no da Agroecologia (Alexandre H. REIS, et al. 2000),
ambos dependentes do uso de RFG. Dentre os infindáveis usos estão o pré-melhoramento e o melhoramento genético.
Marcelo
BAG-Bambu
(http://km.fao.org/gipb/)
O USO da variabilidade dos RFG no PRÉ-MELHORAMENTO é o elo de ligação com o Melhoramento Genético, em dois casos típicos:
a) quando os acessos de espécies parentes da cultivada são cruzados entre si e/ou com cultivares, com a finalidade de ampliação da base genética;
b) quando acessos do BAG são caracterizados e/ou avaliados para documentação e informatização. Em ambos casos o resultado deste trabalho é
utilizado pelo MELHORISTA GENÉTICO para compor o material de sua COLEÇÃO DE TRABALHO (FÁVERO, A.P. & FALEIRO, F.G.,
2015, citam exemplos de sucesso no Brasil: Abacaxi, Amendoim, Araucária, Arroz, Café, Citrus, Mandioca, Maracujá, Milho,...).
J.F.M.VALLS (2004) ao tratar do uso dos RG, enaltece o enfoque
associativo que resulte em PARCERIAS para recuperação da capacidade
operacional dos BAG para CONSERVAÇÃO e cubra a enorme lacuna do
“PRÉ-MELHORAMENTO” (com ênfase na hibridação entre parentes
silvestres e espécies cultivadas), como o processo mais eficiente para tornar
atrativos os trabalhos com germoplasma autóctone.
VALLS (2004) cita, ainda, alguns usos no melhoramento:
a) escolha e domesticação de novas spp.;
b) seleção de novas linhagens e de raças de uso tradicional;
c) escolha de progênies após manipulação reprodutiva;
d) incorporação de modificações genéticas pela introgressão de genes, de spp. próximas, por via
reprodutiva;
e) incorporação de modificações genéticas por transgenia.
TRAGAM SEUS PROJETOS
“QUE NÓS CUIDAMOS PARA VOCÊS!”
APOIEM
“PUBLIQUEM CONOSCO”!
MEU CONTATO
renatofav53@gmail.com
MEUS TRABALHOS
https://www.researchgate.net/profile/Renato_Veiga
MINHAS PALESTRAS
https://pt.slideshare.net/RENATOFERRAZDEARRUDAVEIGA
ASSOCIEM-SE A NÓS
“AJUDEM A CONSERVAR NOSSOS RFGs!”
FOTO: do CAMINHO PEABIRU - Do Oceano Pacífico cruza a América do Sul, vindo pelo Peru, Bolívia, Paraguai e atravessando o Brasil até o Oceano Atlântico. Caminho construído pelos
Sumérios, Incas e pelos índios Tupi-guarani - antes do “descobrimento” – e usado pelos Carijós, Jesuítas e por muitos exploradores até os dias atuais.
FIM, MUITO OBRIGADO!
1) A Domesticação é uma
atividade do Pré-
melhoramento?
2) Qual surgiu primeiro, a
Agricultura ou a Domesticação?
3) As plantas foram Domesticadas
para alimentar os Animais que
estavam sendo Domesticados?
4) O Ser Humano já tinha a
tecnologia da Domesticação
quanto se dispersou pelo
mundo?
PERGUNTAS

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  • 1. Disciplina: Domesticação e Pré-melhoramento. Área: Genética, Melhoramento e Biotecnologia Vegetal. Curso: Pós-graduação em Agricultura Tropical e Subtropical - IAC 15/09/2022 PqC-VI Profa. Dra. Mara Fernandes Moura PqC-VI Prof. Dr. Renato Ferraz de Arruda Veiga renatofav53@gmail.com
  • 2. ME APRESENTANDO • PÓS-GRADUAÇÃO: Me. (1990) e Dr. (1994) em CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - BOTÂNICA pela UNESP/BOTUCATU - SP. • CRIEI eventos Nacionais e Latino-Americanos de RECURSOS GENÉTICOS, de EDUCAÇÃO AMBIENTAL na AGRICULTURA, de CURADORES, e de ESPECIALISTAS EM ARACHIS spp. • FUI COORDENADOR NACIONAL de RG (IICA/PROCISUR) indicado pela EMBRAPA (1996-2000) e CONSULTOR no ICRISAT- ÍNDIA, com Arachis spp. (1997). • MINISTREI A DISCIPLINA DE RFG no Curso de Pós-Graduação em Genética, Melhoramento Vegetal e Biotecnologia, do IAC (1999-2001). ORGANIZEI E MINISTREI o CURSO DE INTRODUÇÃO AO DE RFG on line pelo INFOBIBOS (2013-2019). • TRABALHEI no INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS – IAC com atividades de MANEJO DE RFG E DE JARDIM BOTÂNICO, COLETA E CARACTERIZAÇÃO, INTERCÂMBIO E QUARENTENA, CURADORIAS DE BAG, e BAG-AMENDOIM/GERGELIM/MAMONA/GIRASSOL (1980-2015). • OCUPO CARGOS de DIRETORIA na FUNDAG, na SBRG, e na Revista RG NEWS.
  • 3. TEMAS Arte: Giuseppe Arcimboldo I – Introdução II – Os RFG e a Agricultura III – Os RFG e a Domesticação IV – Gestão dos RFG V – Atividades em RFG
  • 5. I - Introdução Arte: Giuseppe Arcimboldo
  • 6. Nossa TERRA surge há 4,6 Bilhões de anos. Do PANGEA iniciaram a separação dos CONTINENTES há 200 Milhões de anos 1. O INÍCIO DE TUDO Walter Neves (2019) cita que nosso gênero Homo surgiu há 2,5 Milhões de anos (Plioceno), tendo entre 7 e 10 espécies. LUCA 4,2 GIMNO 365 ANGIO 140 PLANTAS 500 Já os “profissionais primitivos” que viabilizaram a agropecuária e a domesticação são de 16 Mil anos atrás. No entanto o Homo sapiens surge somente há 200 Mil anos, sobrevivendo apenas a subespécie Homo sapiens sapiens desde recentes 35 Mil anos atrás (Pleistoceno).
  • 7. GENE POOL TERCIÁRIO (GP3): Os cruzamentos com GP1 geram progênies anômalas, estéreis ou com graus de letalidade. Ocorrem em espécies pouco aparentadas, onde somente técnicas radicais solucionam o problema. GENE POOL QUATERNÁRIO (GP4): Os cruzamentos com GP1 são impossíveis. Assim, somente podem ser utilizados com técnicas de transformação genética (Transgênicos). GENE POOL SECUNDÁRIO (GP2): Os cruzamentos com GP1 são possíveis, apesar de barreiras, gerando progênies com níveis variáveis de esterilidade ou fertilidade, pareamento cromossômico pobre ou nulo, e dificuldade do híbrido chegar à maturidade para formar gerações subsequentes. POOL GÊNICO é um guia de cruzabilidade onde os genótipos (um ou grupo de genes) de um germoplasma são classificados segundo sua possibilidade de cruzamento entre espécies (Jack R. HARLAN & J. M. J. DE WET, 1971). O PRÉ-MELHORA- MENTO busca ampliá-lo, recapturando a diversidade genética benéfica perdida. GENÉTICA: Ciência que estuda a Hereditariedade (William BATESON, 1901). RECURSO FITOGENÉTICO (RFG): Germoplasma Vegetal Valorável (Otto FRANKEL & Erna K. BENNETT, 1970) GERMOPLASMA: É a soma total dos Materiais Hereditários de uma espécie (August F.L. WHEISMANN, 1892). GENE POOL PRIMÁRIO (GP1): Cruzamentos são comuns gerando progênies férteis e a segregação de genes é praticamente normal. 2 - DEFINIÇÕES BÁSICAS GENE: Unidade funcional da Heredita- riedade (Wilhelm L. JOHANNSEN, 1909). foi um termo cunhado por Raimond F. DASMANN (1968), enquanto que BIODIVERSIDADE (BV) foi cunhado por Walter G. ROSEN (1985), mas, publicado primeiramente por Edward O. WILSON (1988). Ambos termos significam a DIVERSIDADE das plantas cultivadas e de seus parentes silvestres, de seus microrganismos e animais associados, em interação com o meio ambiente (solo, água e ar).
  • 8. Do Teosinto ao Milho Mark RIDLEY (2006) descreve EVOLUÇÃO como mudança (mutação, epigenética,...), na forma (fenótipo e genótipo) e no comportamento dos organismos, entre gerações. Para Norman ELLSTRAND et al. (2010) a história evolutiva dos descendentes de espécies agrícolas tem o potencial de ser reconstruída detalhadamente. A EVOLUÇÃO E A COEVOLUÇÃO COEVOLUÇÃO é um processo SIMBIÓTICO-INVOLUNTÁRIO do agroecossistema, onde duas ou mais espécies interagem ao evoluírem, podendo até não sobreviver umas sem as outras (Ex.: Couve-flor e Milho) [DARWIN, 1877; Mark RIDLEY, 2006]. Euchlaena mexicana Schrader Brassica oleracea
  • 9. CENTRO DE ORIGEM (CO): Área geograficamente isolada onde ocorre a maior diversidade da espécie domesticada e de suas parentes nativas (abacaxi, mandioca, guaraná, etc.). Todo CO também o é CD. Charles Roland Clement Cita 83 spp. nativas e 55 exóticas, no Brasil, na época do descobrimento. Dalmo Catauli GACOMETTI C.R. CLEMENT (2007) Distingue CENTROS DE ORIGEM (CO): CO PRIMARIO: local onde existe maior variabilidade da espécie (ex: amendoim, abacaxi, cacau, castanha-do-pará, caju, chá-mate, eugênia, feijoa, jaboticaba, mandioca, maracujá, seringueira). CO SEGUNDÁRIO: local onde se desenvolve outros tipos que migraram do centro primário. Ex: Melancia(Ásia), Eucalipto (Austr.). CENTRO DE DIVERSIDADE (CD): Área geográfica com alta diversidade genética da espécie domesticada, no ou fora do seu Centro de Origem. (Ex: Melancia, Abóboras, Melão, etc. com CD no Nordeste do Brasil). Portanto, nem todo CD é um CO. Roberto L. ROMÃO (1995) cita o Nordeste como sendo um CD de spp. exóticas: melancia-comum e forrageira (Citrullus lanatus var. citroides). Segundo QUEIRÓZ et al. (1999) há variedades locais (tradicionais ou crioulas) de melão (Cucumis melo L.) e manga (Mangifera indica L), com variabilidade para o melhoramento genético. D. C. GIACOMETTI cita 10 centros de diversidade de frutíferas para o Brasil. ORIGEM E DIVERSIDADE NO BRASIL
  • 10. Fruta-pão: Artocarpus altilis (Park.) Forst. Origem: Indonésia, Nova Guiné, Oceania. Pedro Álvares Cabral A DEPENDÊNCIA HISTÓRICA Nossos COLONIZADORES nos impuseram seus COSTUMES ALIMENTÍCIOS e de uso diverso de espécies vegetais agrícolas EXÓTICAS, tornando-nos dependentes. No entanto E. MIRANDA (2021) lembra que na questão da PRESERVAÇÃO florestal deve-se muito à legislação da Coroa portuguesa que, no século 16, aplicou vários artigos de proteção às florestas e até proibição do uso do fogo (“madeira de lei”), perdurando até finais do século 19. Warren DEAN (1991) lembra diversas espécies introduzidas no Brasil como: Ex.: Arroz (Filipinas), o Feijão (América Central), a Soja (China), Trigo (Ásia), Eucaliptos (Austrália), Café (Etiópia), Pêssego (China), Cana-de-açúcar ( Nova Guiné), Bambu (Ásia), fruta-pão... Sabe-se que nossas Cv. das tais espécies exóticas têm uma estreita base genética, necessitando da introdução de novos genes para melhorá-las, daí vem a chamada DEPENDÊNCIA de germoplasma do centro de origem e/ou de diversidade.
  • 11. Geoglifos Ludwig SCHWENNHAGEN (1928) diz que os Tupi adquiriram sua religião através dos Fenícios entre 1100-1000 aC. Já SOUZA J. G. et al. (2016) descrevem que em Santa Catarina os índios das atuais etnias Kaingang e Laklãnõ/Xokleng, em 1.000 d.C., praticavam a AGRICULTURA (manejando a floresta de araucária e moldando a paisagem local) e podiam se fixar por longos períodos em casas subterrâneas. Warwick E. KERR (INPA-1986), afirmou que os “nossos primeiros colonizadores” domesticaram TODAS espécies nativas cultiváveis que conhecemos, a partir de 9 a 12 mil anos atrás, já Denis VIALOU et al., 2017 citam que nossa história começou pelo menos 25.000 anos atrás. Kerr dizia que os índios cultivaram espécies NATIVAS (açaí, babaçu, batata-doce, caju, mandioca,...83), além de introduzir EXÓTICAS (abóboras, milho, tabaco,...55). NOSSOS “ÍNDIOS” E OS RFG Charles R. CLEMENT (1999) supõe que a Amazônia teria tido até 5 milhões de habitantes, cuja população foi reduzida para 5% depois de 300 anos de colonização, provocando o DESAPARECIMENTO de muitas espécies DOMESTICADAS. Patrick PARDINI (2020), diz que a floresta amazônica foi cultivada e manejada pelos humanos por milênios, alterando-se, tornando-se ‘outra’, ANTROPOGÊNICA, numa relação de mão dupla entre o homem e a floresta.
  • 12. 7 - DIVERSIDADES AGROBIODIVERSIDADE (AB): é a parte da Biodiversidade formada pelos RFG-Agrícolas (Ex: amendoim, cana-de-açúcar, etc.) e sua Diversidade Genética (Ex: cultivares, raças, etc.). MEGADIVERSIDADE (MB): Russell MITTERMEIER et al. (1997), é um grupo seleto de 17 países que juntos detêm 70% de toda diversidade mundial, por seu alto índice em espécies endêmicas. (DB=BV) ( ) (AB) ( ) DIVERSIDADE GENÉTICA (DG): É o grau de variabilidade de genes existente dentro de um indivíduo (animal, vegetal, microrganismo), envolvida em todos fenômenos e processos biológicos (Ernest MAYR, 1998). IGNÁCIO JOSÉ DE GODOY
  • 13. II - OS RFG E A AGRICULTURA Arte: Giuseppe Arcimboldo
  • 14. 1. NATUREZA INTOCADA 2. NATUREZA ALTERADA 3. PLANTA DOMESTICADA 4. NOVA CULTIVAR 1 2 4 3 3 - PLANTA DOMESTICADA: Quando o homem encontra uma planta útil e a seleciona (consciente ou inconscientemente) pela sua preferência de aroma, cor, sabor, dimensões, etc. 1 – NA NATUREZA INTOCADA: Quando a planta se encontra dentro das POPULAÇÕES SILVESTRES, com toda sua variabilidade (fenotípica e genotípica) sob o efeito da evolução natural e sem a influência humana. 2 – NA NATUREZA ALTERADA: Aqui o ser humano altera o habitat propiciando a entrada de espécies invasoras, que se adaptam e evoluem. 4 - AGRICULTURA: Cv. Primitiva: quando o agricultor a cria inconscientemente (gerações); Cv. Obsoleta: nova Cv. do MG inaproveitada pelo agricultor, vai para o BB; Cv. Moderna: ao ser desenvolvida pelo MG é aproveitada pela agricultura. ESTREITA BASE GENÉTICA AMPLA BASE GENÉTICA DA NATUREZA À AGRICULTURA
  • 15. Segundo E.B. GERMEK (1993), o homem primitivo tinha poucas necessidades, além dos alimentos que a natureza lhe oferecia e dos fornecidos pelas plantas silvestres que domesticou. A AGRICULTURA E O MELHORAMENTO CERES Egípcios Benjamin KILIAN et al. (2009) diz que ainda se debate o onde, o como e o porque da ORIGEM DA AGRICULTURA. Mas, para a DOMESTICAÇÃO cita que há progressos recentes na sua compreensão devido: (a) ao uso de acessos dos BAG cobrindo a área total de distribuição para cada espécie; (b) a comparação entre acessos silvestres e domesticados por espécie; (c) a identificação do progenitor silvestre e sua comparação com descendentes domésticos; (d) o uso de técnicas de impressão digital molecular em muitos loci e o acesso à tecnologias de sequenciamento de alto rendimento; (e) a identificação e clonagem de genes envolvidos na domesticação; (f) incremento de campanhas de prospecção. Nosso MELHORAMENTO GENÉTICO escrito é “recente”, vindo com o 1º. Tratado Sobre Agricultura Moderna, Gabriel Alonso HERRERA, 1513). No Crescente Fértil, do sudoeste da Ásia, há 11.500 anos atrás já cultivavam a cevada, ervilha, lentilha, linho e trigo. Os Gregos e Egípcios possuíam suas próprias deusas da agricultura. David WHITEHOUSE (2003) cita achado arqueológico de arroz domesticado, o mais antigo conhecido, com 15.000 anos, na Coreia. DEMÉTER Gregos O PROBLEMA da agricultura hoje, para ARUNACHALAM (1999), é a ocorrência de uma escalada mundial na “SUBSTITUIÇÃO E PERDA” de cultivares tradicionais pelas cv. elite.
  • 16. ORIGENS DA AGRICULTURA Vere G. CHILD & Kathlen KENYON (1928) teorizam que depois da última Glaciação, os homens e animais procuraram os poucos locais com plantas e água, e deste convívio deu-se início à domesticação. Segundo John G. HAWKES (1983), a agricultura teve várias origens distintas, mas num mesmo período, como sugerem exemplos de teorias a seguir: a) Teoria do Oásis: CHILD & KENYON (acima); b) Teoria do monte de lixo: Edgar Shannon ANDERSON (1940); c) Teoria dos Flancos das Montanhas: Robert BRAIDWOOD (1950); d) Teoria das Vilas de Pescadores: Carl Ortwin SAUER (1952); Para Wurde E. VON KWSCHAEFER (2007) existem dois motores principais para o surgimento da agricultura, uma combinação de mudança climática com evolução social. 1 2 3 4 5 6 Segundo MAZOYER & ROUDART (2001) um provável início da agricultura se deu na MESOPOTÂMIA (‘entre rios’ Tigres e Eufrates, hoje Iraque e Turquia [1]), na Eurásia (Ásia Central [2]) e na América Central [3], independentemente. Há quem cite também na Oceania (em Papua - Nova Guiné [4]), na América do Sul (no Peru [5]), e na América do Norte (nos USA - vale do Mississipi [6]). Para Cristiane SERVA (2021) a agricultura e intercâmbio, surgem entre 16 e 10 mil anos atrás, num processo afetado pelo fluxo gênico com spp. silvestres, e demorou vários milhares de anos até chegar à estabilização das formas domesticadas.
  • 17. O russo VAVILOV (1926), dizia que os CENTROS DE DIVERSIDADE podem conter CULTURAS DOMESTICADAS cujo centro de origem é local, acrescidos de CULTIVOS EXÓTICOS INTRODUZIDOS de suas regiões de origem. A. KRAPOVICKAS (2006) defendia a ideia de que uma cultura agrícola é muito anterior ao resultado do longo processo de DOMESTICAÇÃO, pois a AGRICULTURA é anterior ao início das ALDEIAS SEDENTÁRIAS, que surgem somente após 3.200 aC. Júlio MERCADER (2009) diz que grãos de ESPÉCIES SILVESTRES já eram consumidos pelos humanos há 105.000 anos. Para A. BRANDOLINI (2002) a arqueologia indica que a origem da agricultura foi um PROCESSO RÁPIDO (centenas de anos), o suficiente para CONSERTAR alguns alelos relevantes de genes-chave e de seus modificadores. Segundo CLEMENT (1995), onde a AGRICULTURA é muito antiga existe uma gama de plantas que foi domesticada antes, cada qual com sua diversidade de raças ou variedades locais. Jared DIAMOND (2002) considerou o advento da AGRICULTURA como um pré-requisito para o surgimento das CIVILIZAÇÕES.
  • 18. III - OS RFG E A DOMESTICAÇÃO Arte: Giuseppe Arcimboldo
  • 19. Vamos iniciar nossa caminhada contextualizando o tema da disciplina DOMESTICAÇÃO E PRÉ-MELHORAMENTO com o da aula de RECURSOS FITOGENÉTICOS (RFG), através de histórias, definições e citações de especialistas. Foto: pegadas de humanos no Novo México a 23 mil anos atrás, por Loren DAVIS, 2021 PRÉ-MELHORAMENTO: É toda ação efetivada com os acessos do BAG, antes deles ingressarem na CT do Melhorista Genético. DOMESTICAÇÃO: é a ação do ser humano de criar, cultivar e dispersar espécies, tornando-as um recurso genético.
  • 20. A DOMESTICAÇÃO DOS RFG Para VAVILOV (2011) domesticação é a EVOLUÇÃO DIRIGIDA pela vontade do homem. Monica SCHREIBER et al. (2018) Dizem que a DOMESTICAÇÃO começou no NEOLÍTICO (Revolução Botânica), continuando até hoje. John F. DOEBLEY et al. (2006) citam que a domesticação das plantas foi, é, e continuará sendo básica aos RFG, por consequência direta do comportamento humano no MANEJO agroecológico, ao interferir no MEIO AMBIENTE com o fogo, aração, irrigação, etc. Segundo Paul GEPTS (2014) a domesticação pode ser: a) COMPLETA: quando os organismos tornam-se inteiramente dependentes dos humanos para sua contínua existência; b) PARCIAL OU INCIPIENTE: quando os organismos ainda se reproduzem independentemente do homem. Wilhem RIMPAU (1888) diz que o homem também APRIMORA o que a NATUREZA CRIOU, como: Ex: Triticale (trigo X centeio = X Triticosecale Wittmack), e a Nectarina (uma mutação do pêssego, (Prunus persica (L.) Batsch var nucipersica (Suckow) CK Schneid.). Nivaldo PERONI (2007), pergunta: Como explicar no contexto da domesticação a existência de 7 mil variedades de mandioca, se ela foi domesticada como uma espécie de propagação vegetativa? J. GRESSEL (2005), falando de PLANTAS INVASORAS disse que podem surgir através de hibridização da sp. silvestre e introgressão de ervas daninhas por adaptação [Exo-Feralidade], ou de espécies cultivadas por desdomesticação [Endo- Feralidade].
  • 21. 3 - A PLANTA DOMESTICOU O HOMEM? Para Robert SPENGLER (2020) o homem se julga tão inteligente que subestima a COEVOLUÇÃO entre ele e as plantas. A FLORA COMESTÍVEL desenvolveu há muito tempo maneiras de afastar as sementes de seus pais para sobreviver e prosperar, e os humanos são apenas uma parte de seu grande plano. [Ex: A macieira colocou grandes quantidades de energia na produção de frutas, com alto teor de açúcar, para atrair os animais (como os primeiros hominídeos) para espalhar suas sementes, MUITO ANTES de começarem a domesticá-la]. Segundo Barbara SCHAAL (2018) os Agricultores interferiram neste artifício de sobrevivência das maçãs, impedindo que os frutos e sementes CAISSEM da PLANTA materna, ao ELIMINAREM seus mecanismos de DISPERSÃO (Síndrome da Domesticação).
  • 22. O PRÉ E PÓS-MELHORAMENTO Maurício Antônio LOPES Podemos concluir, então, que Pré-melhoramento envolve: a) Os cruzamentos entre acessos das espécies parentes da domesticada, e entre elas e os acessos da planta domesticada; b) Todas atividades desenvolvidas com os BAG e BBG como a coleta, identificação, caracterização, conservação, documentação, etc. Aline ZACHARIAS (2018) define o PÓS-MELHORAMENTO como: “AÇÕES que viabilizam a TRANSFERÊNCIA das tecnologias geradas e das cultivares melhoradas aos agricultores, às empresas agrícolas e ao consumidor final”. Lembra que fazem parte os Ensaios de AVALIAÇÃO das cultivares para REGISTRO e PROTEÇÃO, bem como o trabalho de PRODUÇÃO (se/tes básicas, certificadas e genéticas), REGULAMENTAÇÃO, LANÇAMENTO e PÓS-VENDA. Para NASS & PATERNIANI (2000) o PRÉ-MELHORAMENTO é “o conjunto de atividades que visam à identificação de caracteres e/ou genes de interesse, e sua posterior incorporação nos materiais elite”, o qual segundo TANKSLEY, S.D. & MCCOUCH (1997) recaptura a diversidade genética benéfica perdida. Segundo S. SHARMA (2017) o pré-melhoramento atual pode durar de 5-8 anos. Para NASS & NISHIKAWA (2001) os programas de pré-melhoramento contribuem com diversas atividades nos BAG e BBG, como: a) Síntese de novas populações base; b) Identificação de genes potencialmente úteis; c) Identificação de novos padrões heteróticos (vigor híbrido); d) Melhor conhecimento dos acessos per se e em cruzamentos; e) Maior quantidade de informações sobre os acessos; f) Auxílio no estabelecimento de coleções nucleares. Luciano Lourenço NASS Segundo Abdul GHAFOOR (2017) os principais critérios para seleção dos acessos para o pré-melhoramento são os dados da avaliação e caracterização (Ex: fenótipo, genótipo, resistência às intempéries, nutrientes, minerais e óleos).
  • 23. Os PM e os MELHORISTAS GENÉTICOS (MG) são os principais usuários dos recursos genéticos, pois são eles que manipulam os acessos até chegar às novas Cv. (mais resistentes às intempéries e mais produtivas) que movimentam a agricultura. O sucesso do PRÉ-MELHORAMENTO está na identificação de genes ou características úteis e na sua incorporação nas Cv. elite. 5 - OS RFG NO PM Os MG têm mais atividades relacionadas aos RFG, tais como: a) Busca por novos genes nos BAG, de interesse para a CT; b) Busca por germoplasma oriundo de CRUZAMENTOS com spp. silvestres; c) Organização de sua CT (com os itens a e b); d) Seleção através do Melhoramento Tradicional, da Biotecnologia, dos Transgênicos, etc. e) Produção das novas linhagens; f) Avaliação das potenciais Cv. selecionadas dentre as linhagens; g) Para estudos de Domesticação e Genômica; h) Atuação no Pós-M com as novas Cv. produzidas. Cyro Paulino da Costa Fábio Faleiro Charleston Gonçalves Antonio Caetano FernandoTombolato Wilson Barbosa Segundo Hakan ALKAN (2011), pensando no Aquecimento Global, a adaptação bem-sucedida às condições ambientais e o sucesso no MG de plantas são limitados pela amplitude da BASE GENÉTICA, medida pela sua DIVERSIDADE nos RFG dos BAG, e disponibilizada pelo PRÉ-MELHORAMENTO (PM). Segundo NASS et al. (1970), o PM também é útil para montagem de bancos de caracteres e funções biológicas para Programas Biotecnológicos.
  • 24. IV - GESTÃO DOS RFG Arte: Giuseppe Arcimboldo
  • 25. 1 – GESTÃO NACIONAL E INSTITUCIONAL COORDENADOR DO SISTEMA DE CURADORIAS: É o profissional indicado pela instituição para gerir as atividades das curadorias, e de orientar os curadores. CURADORIA: É uma coleção ou grupo de coleções científicas ou de BAG institucional, sob a responsabilidade de um curador. CURADOR: É o profissional oficialmente indicado pela Coordenação do Sistema, como o responsável pela gestão de um ou mais BAG. COMISSÃO COORDENADORA DO SISTEMA: É uma comissão indicada pelo Coordenador para auxiliá-lo nos trabalhos de gestão. Marília Lobo Burle A GESTÃO NACIONAL assim como as INSTITUCIONAIS são efetivadas via CURADORIAS que permitem melhor organização, conhecimento das virtudes e dificuldades, facilitando a disponibilização de dados e apoio da gerência. Exemplo: Curadores APTA 2011
  • 26. 2. ATRIBUIÇÕES DA COMISSÃO 1) DIVULGAR editais referentes a projetos para obter recursos de manejo; 2) PLEITEAR da diretoria institucional e de órgãos financiadores, recursos para infraestrutura institucional centralizada de conservação e preservação dos acessos dos BB (ou encontrar instituições parceiras para tal fim, como a EMBRAPA); 3) PROVIDENCIAR um sistema institucional para documentação e informatização de banco de dados relativos aos acessos (ou buscar instituição parceira para tal fim); 4) FACILITAR institucionalmente na obtenção principalmente de mão-de-obra, para apoio à execução de todas atividades de RG; 5) APOIAR institucionalmente publicações dos dados oriundos da aplicação de descritores e demais inventários; 6) VIABILIZAR institucionalmente o intercâmbio e a quarentena de germoplasma (ou encontrar instituição parceira para tal fim); 7) SOCORRER os BBG, BAG, e CC com dificuldades ou em risco de abandono, e sugerir indicação e/ou substituição de curadores; 8) ASSESSORAR a diretoria institucional em assuntos referentes aos RG. A COMISSÃO DE COORDENAÇÃO executa a coordenação do sistema dos bancos de germoplasma (BG) e coleções científicas (CC) afins, de cada instituição, cujas atividades elencamos a seguir:
  • 27. Os CURADORES são os especialistas na(s) espécie(s), cujas atividades elencamos a seguir: 3. ATRIBUIÇÕES DOS CURADORES José Francisco Montenegro Valls Dirceu de Mattos Jr 1) ZELAR pela Conservação ex situ e Preservação in situ do seu BG/CC; 2) PROVIDENCIAR a Sanidade do BG/CC; 3) COORDENAR o Manejo e viabilizar parcerias, para todas atividades; 4) MANTER e Atualizar os dados de Documentação e Informatização; 5) PROVIDENCIAR Inventários e Publicações dos dados; 6) COORDENAR a Multiplicação e Regeneração do germoplasma; 7) DISPONIBILIZAR o Material Propagativo para o Intercâmbio; 8) DISPONIBILIZAR material de vouchers dos acessos para o Herbário; 9) ASSESSORAR a Comissão de Coordenação em assuntos da sua curadoria.
  • 28. GESTÃO NACIONAL – Contamos com uma Diretoria da SBRG responsável por apoiar os Sistemas de Curadorias Institucionais. SBRG Diretoria Redes Regionais e Curadorias 4 – A GESTÃO NACIONAL Manoel Abilio Queróz Semíramis Rabelo Ramalho Ramos LEMBRANDO que no Brasil, temos também a Rede Brasileira de Jardins Botânicos (RBJB) conservando germoplasma ex situ e preservando áreas in situ, realizando a educação ambiental e pesquisas científicas, além do apoio vital aos ecossistemas naturais. Existem 65 jardins botânicos associados, dos 89 existentes no país. Hoje as curadorias no Brasil têm o apoio da SBRG, através de uma diretoria que também apoia as Redes Regionais de Recursos Genéticos, estas últimas tratadas como prioridade, porém ainda não há um Sistema Nacional de Recursos Genéticos. Zenaide Nunes
  • 29. 5 – COMO SERIA UMA GESTÃO “IDEAL” ? SOMOS BONS, MAS JUNTOS PODEMOS SER MEHORES! Possuímos muitas instituições que tem a função de GESTÃO e deveriam estar unidas pra trabalhar por nossos RG, e por nossos pesquisadores científicos, tais como: Os Ministérios do MEIO AMBIENTE (com o germoplasma in situ), o da AGRICULTURA E PECUÁRIA (com o germoplasma ex situ – já existe a Plataforma Nacional com o MAPA & Embrapa), a SOCIEDADE BRASILEIRA DE RECURSOS GENÉTICOS (com suas redes regionais) e a REDE BRASILEIRA DE JARDINS BOTÂNICOS (com suas redes regionais), a EMBRAPA (com sua curadoria e Programas), contando ainda com o CONSEPA (para a distribuição de recursos federais e internacionais, para as unidades do SNPA). Enfim, tudo isto está aí, basta uni-los em torno de um objetivo comum, num SISTEMA NACIONAL DE CURADORIAS e com um PROGRAMA NACIONAL DE RECURSOS GENÉTICOS, o que nos uniria no Brasil e facilitaria uma integração internacional em RG. M A P A ex situ M M A in situ C O N S E P A S N P A SISTEMA NACIONAL CURADORIAS R B J B E M B R A P A R E D E S R E G I O N A I S S B R G PROGRAMA NACIONAL RG
  • 30. V - ATIVIDADES DOS RFG Arte: Giuseppe Arcimboldo
  • 31. INTA – Manfredi- AR Organizamos as Atividades para vocês no formato de GESTÃO através de CURADORIAS. Tais atividades se interligam e se tornam essenciais para efetivar sua gestão nas INSTITUIÇÕES de ensino, extensão rural, e pesquisa agrícolas. Vânia Rennó - ICRISAT Embalagens hermeticamente vedadas. REGENERAÇÃO VALORAÇÃO IDENTIFICAÇÃO CARACTERIZAÇÃO CONSERVAÇÃO MULTIPLICAÇÃO INTERCÂMBIO E QUARENTENA PRESERVAÇÃO COLETA DOCUMENTAÇÃO E INFORMATIZAÇÃO USO SEQUÊNCIA DE ATIVIDADES
  • 32. 1 – ATIVIDADES DE PRESERVAÇÃO A PRESERVAÇÃO é a manutenção in situ das espécies nativas em especial das parentes das cultivadas. Objetiva, principalmente, a manutenção de espaços territoriais representativos de seus ecossistemas. Ex: SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação. BIOMAS
  • 33. Para E.E. MIRANDA (2021), há três desafios permanentes, inerentes à estrutura e ao funcionamento da agropecuária brasileira: (1) sua dimensão territorial, (2) sua diversidade agroecológica e socioeconômica e (3) sua dinâmica evolutiva. O mesmo autor (2018) cita dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), onde o Brasil é o país que mais destina territórios à proteção da vegetação nativa e à biodiversidade [563.736.030ha], 66,3% do território nacional (SNUC + Indígenas + Exército). 1.1 –AGROPECUÁRIA, EXÉRCITO, INDÍGENAS SNUC + Indígenas 24,2% Agropecuária 25,6% Conclui-se que o Brasil cumpre muito bem sua missão preservacionista!
  • 34. REFLORESTAR É URGENTE Quem hoje em dia, percorre o nosso território imenso, há poucos séculos densamente coberto de magníficas florestas e campos férteis, sulcado aqui e ali por castos cursos d’água e semeado de miríades de borbulhantes nascentes, verá que disto tudo, que constituía outrora o paraíso dos naturalistas e o notável característico de nossa paisagem, “POUCA COISA RESTA”! M. LEVY (1952): CHÁCARAS E QUINTAIS RECUPERAR É POSSÍVEL Em 1861, quando começaram a secar as nascentes, em determinada região DEGRADADA PELO HOMEM, no Rio de Janeiro, D. Pedro II tomou a decisão de reflorestá-la com 100 mil mudas arbóreas. Hoje conhecemos tal área por “Floresta Nacional da Tijuca”. Alguém duvida do resultado positivo? “Lembrando que, além do provocado pelo homem, a natureza também proporciona desastres naturais, demandando a regeneração (Ex: deslizamentos, enchentes...)”. 1.2 –RECUPERAR É POSSÍVEL E URGENTE
  • 35. 2 – ATIVIDADE DE COLETA 15 spp. constituem 90%. 391.000 spp. identificadas e descritas/mundo; 30.000 potencialmente úteis/mundo; 2.489 submetidas à domesticação/mundo; 150 alimentam /mundo; 250 foram domesticadas/mundo; Valdely Knupp Esta é um atividade anterior até mesmo ao Homo sapiens sapiens, por ser prioritária à sobrevivência de qualquer Homo spp.. K. HAMMER & K. KHOSHBAKHT (2014) mostraram a preferência do homem por determinadas famílias botânicas na domesticação, pelos números expressivos de espécies (altamente domesticadas, domesticadas e semi-domesticadas), em Poaceae e Fabaceae, seguidas por Asteraceae, e em níveis relativamente baixos para Rubiaceae e Orchidaceae. Temos muito que coletar no mundo: J.F.M. VALLS (2005) considera coletar RFG quando for: (1) conservar ex situ segmentos da variabilidade útil, em paralelo à preservação in situ, ou caso haja ameaça de erosão genética; (2) buscar materiais necessários aos programas de melhoramento; (3) ampliar e completar a representatividade da diversidade genética disponível de espécies autóctones com uso potencial (direto ou através de pré-melhoramento) insuficientemente representadas nos BAG. O quadro ainda SE AGRAVA quando se sabe que a agricultura é praticada em monocultivo e monocultivares. John G. HAWKES (1991) nos lembra que o homem primitivo domesticou as plantas que ainda hoje praticamos o melhoramento genético, cujas cultivares têm estreita base genética. Se considerarmos que só no Brasil possuímos 46.000 spp. de pl. superiores, e que somente olhando para as plantas PANC no País, temos 350 spp. catalogadas, que podem minimizar a enorme “fome oculta e a visível”, verificamos a imensidão de trabalho disponível para a domesticação e o pré-melhoramento. AS XV DA DIETA = frutíferas (banana e coco), cereais (arroz, trigo, milho, sorgo e cevada); raízes e tubérculos (batata, batata-doce e mandioca); leguminosas (amendoim, feijão e soja) plantas açucareiras (cana-de-açúcar e beterraba). O mais SURPREENDENTE é que de cerca de 2.500 spp. parcialmente domesticadas, somente quatro: arroz, batata, milho e trigo, correspondem a 60% da dieta humana [J. LEON, 1989; WALTER et al, 2005;].
  • 36. 2. PÓS COLETA: Preparo de exsicatas de Herbário, e germoplasma para a quarentena, e manejo (BB e BAG). Além da documentação e informatização, e concluindo com o relatório final da expedição. A COLETA DE RFG é a atividade que visa disponibilizar germoplasma de CULTURAS AGRÍCOLAS e de suas PARENTES SILVESTRES, além das PLANTAS EM RISCO DE EXTINÇÃO, com ampla base genética, aos BAG e BB, e ao pré-melhoramento/melhoramento genético. A COLETA pode ser dividida, também, em mais duas etapas: O QUE COLETAR: 1. Spp. NATIVAS DOMESTICADAS: abacaxi, amendoim-forrageiro, caju, etc. 2. Spp. NATIVAS SEMIDOMESTICADAS (ex situ): abacaxis ornamentais, açucena, araucária, etc. 3. Spp. NATIVAS INDOMESTICADAS: Medicinais, Ornamentais, Forrageiras, Frutíferas (como: Myrtaceae e Sapotacee), etc. 4. Spp. NATIVAS parentes das DOMESTICADAS: Amendoim (62 Arachis spp.). Arroz: (Oryza latifólia, O. glumaepatula, O. grandiglumis e O. alta), Cana: Saccharum (S. angustifolium, S. asperum e S. villosum), Cevada: Hordeum (H. euclaston e H. Stenostachys), etc. 5. Spp. EXÓTICAS INTRODUZIDAS e com DIVERSIDADE LOCAL: abóboras, melancia, melão, etc. 6. Spp. PANC: almeirão-do-campo, begônia, cambuci, etc. (350 spp., entre nativas, ou exóticas). 1. PRÉ COLETA : Elaboração do projeto para obtenção de recursos: Planejamento Técnico e Logístico (legislação, trajetos, transporte, hotel, materiais, equipe, equipamentos). Consulta à publicações, herbários, etc. (informações sobre os locais de coleta, ambiente de ocorrência, etc.). 2a - GERMOPLASMA AGRÍCOLA NO BRASIL
  • 37.  EXPEDIÇÕES NO MUNDO: Em 2500 aC, Sumérios na Ásia Menor coletaram: uvas, figos e rosas. Em 1495 aC do Egito na Somália, Etiópia e Djibouti, árvore do insenso, e mirra., e no Iêmen de canela e cássia.  ESTRANGEIROS NO BRASIL: A primeira expedição de que se tem notícia foi efetivada pelo alemão GEORGE MARCGRAVE, a pedidos de Nassau(1636) Zoobotânica e Astronômica (LIVRO).O segundo foi o brasileiro ALEXANDRE RODRIGUES FERREIRA, ente 1783 e 1792, pela coroa portuguesa.  IAC: A 1ª. expedição oficial foi realizada pelo Dr. Alcides Carvalho, 1940: Peru, Equador, Colômbia e Bolívia, para Cinchona. Com outros pesquisadores houve coletas para Arachis, no Paraguai e Goiás, em 1961. Um conjunto efetuadas para o Gossipium, em 1962: Nordeste, Brasil. A partir de 1969 uma série de expedições foram feitas em SP para coleta de Mandioca. Para o amendoim-comum Dr. Ignácio J. Godoy coordenou diversas pela região de produção do Estado de SP (década de 1980).  EMBRAPA: A partir da década de 1970 assumiu esta tarefa no País (Cenargen), e desde então realizou centenas de expedições pelo Brasil e exterior. Alcides Carvalho OBJETIVAM: Coletar ou Resgatar germoplasma, com ampla base genética ou em risco de extinção, para conservação em BAG e BBG, e ao pré- melhoramento/melhoramento genético. Tais amostras são obtidas de regiões de centros de origem e de dispersão, de áreas de cultivo agrícola tradicional, e de áreas em risco potencial (construções de estradas, de represas, etc.). 2b. EXPEDIÇÕES CIENTÍFICAS
  • 38. 2c – VAVILOV E A COLETA NOS C.O. Hoje = 4º. BAG mundial, com 325 mil acessos, em 121 anos . Nicolai Ivanovich Vavilov é CONSIDERADO o Pai dos RFG, Pai da Fitoimunologia, o criador da Agricultura Moderna, o 1º. Guardião da Biodiversidade, e o Darwin do século XX. REALIZOU mais de 115 expedições científicas coletando 50.000 acessos em 64 países. CRIOU a Teoria dos Centros de Origem das Plantas Cultivadas, onde propõe que estas surgiram nas regiões de origens da civilização, em locais geograficamente isolados. Ex: Cevada na Babilônia, Trigo no Egito, etc.. Viajou inclusive ao Brasil, esteve no IAC onde foi recebido pelo Diretor Geral Theodureto Almeida de Camargo, à quem teceu elogios. Sugeriu 8 centros de origem primários e 3 secundários. Incrementou o primeiro BAG no mundo em São Petersburgo – Rússia.
  • 39. ANTES E DEPOIS DE VAVILOV Alphonse Louis Pierre Pyramus DE CANDOLLE (1808-1893) Николай Иванович Вавилов Fitogeografia DARWIN MENDEL LINEU VILMORIN Antes de VAVILOV o melhoramento genético de plantas se utilizava somente das antigas raças LOCAIS de seus próprios países, AFUNILANDO a base genética. Semi-endêmicas, Monocêntricas, Oligocêntricas Não Cêntricas Jack Roland HARLAN (1917-1998)
  • 40. 2e - ESTUDO MAIS RECENTE DE CENTROS Nigel MAXTED & Holly VINCENT, 2021 Pesquisaram até que ponto os centros de origem/diversidade de culturas eram congruentes com HOTSPOTS de 1.425 espécies silvestres parentes de 167spp. cultivadas. SOBREPONDO o mapa de Vavilov, em amarelo, com os de outros autores posteriores como Zeven & Zhukovsky, Harlan, Hawkes e Purugganan & Fuller, CONCLUINDO pela necessi- dade da inclusão de NOVAS ÁREAS, para coleta prioritária, em verde no mapa ao lado. NIGEL HOLLY HOTSPOTS: áreas com grande diversidade em espécies silvestres endêmicas ameaçadas, parentes das cultivadas.
  • 41. 3 – ATIVIDADE DE IDENTIFICAÇÃO Formas alternativas para escrever sobre uma cultivar numa mesma frase: Coffea arabica L. (a) ‘IAC Obatã’; ou (b) cv. IAC Obatã; ou (c) cultivar IAC Obatã. A IDENTIFICAÇÃO TAXONÔMICA é efetivada através do CÓDIGO INTERNACIONAL DE NOMENCLATURA PARA ALGAS, FUNGOS E PLANTAS, enquanto os nomes e REGISTRO DAS CULTIVARES é regrado pelo CÓDIGO INTERNACIONAL DE NOMENCLATURA PARA PLANTAS CULTIVADAS. Carolus LINNAEUS (1707-1778) Gaspar BAUHIM criou a denominação binomial 130 anos antes de Linaeus LINNAEUS EFETIVOU, em 1753, a Designação Binomial, antes era um polinômio (Ex: Café = Jasminum arabicum laurifólia cujus sêmen apud nos coffe dicitur, que com LINAEUS ficou assim: Café arábica (Coffea arabica L.), graças ao BAUHIM ! 1. EPÍTETO GENÉRICO Substantivo, maiúscula, itálico (Coffea); 2. EPÍTETO ESPECÍFICO Adjetivo, minúscula, itálico (Ex: C. arabica) [ou maiúscula em homenagem (Ex: amendoim forrageiro = A. Pintoi em homenagem ao Dr. Geraldo Pinto]. 3. CLASSIFICADOR Sigla do(s) nome(s) dos autor(es) da espécie, sem itálico [Ex: Carolus Linaeus = L. ] .
  • 42. 4 – ATIVIDADE DE CARACTERIZAÇÃO “A CARACTERIZAÇÃO visa conhecer as características dos acessos de um BAG ou BB, para possibilitar a formação de CN e CT.” É realizada com auxilio de DESCRITORES: 1. AGRONÔMICOS: Avalia o Ciclo de maturação, Época da produção, Produção por planta, Dados do Pólen, Autofertilidade, Teor de Óleo das sementes, Produtividade, Reprodução, Resistência a fatores adversos; 2. BOTÂNICOS: Organografia e Anatomia (Partes subterrâneas, caule, ramos, folhas, flores, frutos e sementes). 3. GENÉTICOS: Citologia, Isoenzimas, DNA. ...; 4. QUÍMICOS: Metabólitos secundários; 5. TECNOLÓGICOS: Aroma, Sabor, Açúcares, Acidez, Grau de Conservação. 6. OUTROS: Climáticos, Geográficos, etc. CLASSIFICAÇÃO DOS DESCRITORES 1. DESCRITORES MÍNIMOS Utilizados para distinção entre cultivares (SNPC); 2. DESCRITORES COMPLETOS Utilizados para distinção entre acessos de uma mesma espécie de um BAG. DESCRITORES: São dados de avaliações que permitem distinguir os acessos de um BAG, por intermédio de suas características diferenciais quantitativas e qualitativas, transferíveis para próximas gerações, tais como: TIPO DE DADOS UTILIZADOS 1. QUANTITATIVOS: (números – contagens, medições, etc.) a) Notas: de 0 a 9. b) Valores intermediários: 1,3,5,7 (dúvidas). 2. QUALITATIVOS: (cor, brilho, aroma, etc.) a) Presença (+) ou b) Ausência (0)
  • 43. 5 – ATIVIDADE DE INTERCÂMBIO IMPORTAÇÃO & EXPORTAÇÃO: São ações do intercâmbio ordenado e sistemático de germoplasma, para um novo local. Segundo E.B.GERMEK (1992), desde os tempos mais remotos o homem procurava em regiões longínquas os produtos de que tinha necessidade, e desde então realizavam-se tentativas de estabelecer tais culturas nos países interessados, através da introdução de plantas, ou intercâmbio. Mas há um dilema do pesquisador que pode ser representado por uma balança. LEGISLAÇÃO VIGENTE: IMPORTAÇÃO 1. Requerimento para Importação de Material para Pesquisa; 2. Requerimento de Fiscalização de Produtos Agropecuários; 3. Certificado Fitossanitário do país de origem. EXPORTAÇÃO 1. Certificado Fitossanitário do Brasil e Laudo de Isenção de Pragas; 2. Import Permit, do país importador (Permit Label); 3. Pedido de Autorização de Exportação; 4. Certificado Fitossanitário de Origem; 5. Requerimento de Fiscalização de Produtos Agropecuários. TRÂNSITO INTERNO 1. Certificado de Origem; 2. Certificado de Origem Consolidado (espécies nativas em risco de extinção).
  • 44. 6 –ATIVIDADE DE QUARENTENA Foto: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Foto: Centro de Quarentena da Embrapa Se refere um período de tempo durante o qual o germoplasma introduzido do exterior, ou de regiões restritas do próprio País, permanecendo em observação fitossanitária para evitar a entrada ou dispersão de pragas quarentenárias no Brasil. 1 mês Fim Início 3 meses = anuais 6 meses = perenes 11. ENTREGA AO IMPORTADOR 2. RECEPÇÃO DO MATERIAL 3. CONFERÊNCIA 4. INTRODUÇÃO 5. INSPEÇÃO PRÉ- PLANTIO 6. AMOSTRAGEM 8 INSPEÇÃO PÓS-PLANTIO 7. PLANTIO 9. EXPURGO DESCARTE 10. EMISSÃO DE LAUDOS 1. ACEITE
  • 45. 8 – ATIVIDADE DE DOCUMENTAÇÃO É a atividade de Registro Organizado do Banco de Dados em fichários, livros ata, e/ou computador, possibilitando obter informações adequadas e suficientes para a Informatização e consequentemente para a Gestão das Curadorias. Segundo José T. ESQUINAS-ALCAZAR (1993) um bom SISTEMA de documentação é a chave para uma efetiva utilização dos acessos mantidos nos bancos de germoplasma. DADOS REGISTRADOS: a) Passaporte [Origem, Procedência, Denominações, Taxonomia, dados da Coleta ou do Melhoramento, e Siglas]; b) Multiplicação; c) Intercâmbio; d) Quarentena; e) Conservação e Preservação; f) Descritores de Caracterização e de Avaliação; g) Informações de Regeneração; e h) Informações de Uso. IMPORTÃNICA DA DOCUMENTAÇÃO (Filomena R. MARCELINO, 1996) a) Permite localizar as áreas negligenciadas ou super amostradas; b) Planifica atividades e estabelece prioridades; c) Possibilita selecionar germoplasma para um programa de pesquisa; d) Localiza o material; e) Facilita a organização e atualização dos dados; f) Facilita o acesso à informação sobre o material conservado
  • 46. 9 - ATIVIDADE DE INFORMATIZAÇÃO OBJETIVA: o uso de programas computacionais para ordenamento e disponibilização racional dos dados do Manejo dos RFG. Isto é, através do abastecimento da documentação efetivada pelos BBG e BAG, se faz a inserção, publicação e Gestão dos Dados para fins de: a) Registro; b) Classificação; c) Organização; d) Interpretação e d) Divulgação. PETERS & WILLIAMS (1984) estimaram os dados cadastrados nos BAG: a) Dados de Passaporte = 65%; b) Dados de Caracterização = 80%; c) Dados de Avaliação = 95%; e d) Outros Dados = 1%. PROGRAMAS RFG MAIS UTILIZADOS: a) SINGER (CGIAR); b) pcGRIN (IPGRI); c) BG-Recorder (BGCI); d) GENIS (alemão); e) EPGRIS (europeu), GENESYS (FAO). No Brasil é o Programa ALELO (Embrapa). CARACTERÍSTICAS DESEJÁVEIS AOS PROGRAMAS: a) seja intercambiável; b) adaptado para proteger e disponibilizar; c) maleável para aceitar novas inserções; d) rápido, de fácil uso, que permita cruzar dados; e) que viabilize publicações. USUÁRIOS: Seus principais usuários são: a) curadores; b) melhoristas; c) pré- melhoristas; d) especialistas em coleção nuclear; e) especialistas em valoração; e f) especialistas em botânica. Hugo André Cristina Míriam
  • 47. 10 – ATIVIDADE DE CONSERVAÇÃO 2. IN VITRO 3. CRIOCONSERVAÇÃO 4. IN VIVO 4.1 PESQUISA 4.C TELADO 4.2 ON FARM 4.D RIPADO 4.B C.V. 1. REFRIGERAÇÃO 1.1 B. BASE 1.2 B. ATIVO 1A COLEÇÃO TRABALHO 4.A CAMPO 1B COLEÇÃO NÚCLEO 2.1 (20/25) TROPICAIS 2.2 (10/15) TEMPERADAS 3.1 (-196) LÍQUIDO 3.2 (-150) VAPOR 1C COLEÇÃO GENÔMICA Carlos Eduardo de Oliveira CAMARGO Celso MORETTI Tereza CRISTINA Juliano PÁDUA Leonardo de Grazia FARIA CONSERVAÇÃO: É a atividade de guarda do material reprodutivo vegetal, a fim de perpetuar sua viabilidade a curto, médio e longo prazos, para usos presente e futuro.
  • 48. A CONSERVAÇÃO de sementes ex situ, a curto, médio, e longo prazos, mantêm a Germinação e Vigor controlando a TOC% & U%. 10.1 - CONSERVAÇÃO DE SEMENTES longo A cada REDUÇÃO em 1% no grau de U [se entre 5 e 14%], e de 5,5OC na ToC ambiente [se entre 0 e -50oC] DUPLICA-SE o tempo de conservação das sementes ortodoxas. [Exemplos conservados: Ervilha (130 anos), quiabo (125 anos), tomate (124 anos),...Exemplos “mumificados”: Lotus indiano – solo (1.000 anos); Tremoço – ártico (10.000 anos)]. a) RECALCITRANTES - Não toleram ToC sub zero e U fora do intervalo de 12-31% [Ex.: cacau, seringueira, manga]; b) INTERMEDIÁRIAS - Toleram a desidratação até 10% de U mas NÃO SUPORTAM ToC NEGATIVAS [Ex.: café, citrus, mamão]; c) ORTODOXAS - Suportam a redução de U entre 3 e 7%, e ToC entre – 10 ºC e – 20 ºC [por tempo indeterminado para trigo, feijão, soja]; Se em: 0 a 15 ºC (conserva-se por até 30 anos o araticum, graviola, murici, ...)] (Richard H. ELLIS et al. 1985). COLEÇÃO NUCLEAR (CN) segundo Otto H. FRANKEL (1984) é uma amostra representativa de uma coleção de germoplasma que inclui a diversidade genética de uma espécie cultivada e seus parentes silvestres, com um mínimo de redundância. -10 a -20 oC & 5% U BB + CN +5 a + 10oC & 12 a 18% U +18 ± 3oC & 15± 3% U CT BAG curto médio 5 30 longo
  • 49. 10.2 –CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL Rosa Lia Barbieri Svalbard Global Seed Vault - Noruega CGIAR CIAT BIODIVERSITY - Feijão, Mandioca, Arroz CIMMYT - Trigo, Milho CIP - Batata, Batata Doce ICARDA - Trigo, Aveia, Legumes ICRAF - Agroflorestais ICRISAT - Amendoim, Grão-de-bico, Milheto, Sorgo IITA - Milho, Caupi, Soja ILRI - Forrageiras Tropicais IPGRI - Banana, Banana da terra. IRRI e WARDA - Arroz CÂMARAS FRIAS (80%) CAMPO (17%) VITRO (2%) MANUTENÇÃO ACESSOS POR PAÍS 1. CHINA 300.000 2. EUA 268.000 3. ALEMANHA 160.000 4. BRASIL 150.000 PRIMEIROS BAGs 1. RÚSSIA 1917 2. EUA 1958 3. GHANA 1964 10. BRASIL 1974 NÚMEROS NO MUNDO BANCOS BASE 1.750 ACESSOS 6 Milhões ORTODOXAS 3 Milhões PAÍSES 35 No mundo temos instituições internacionais que conservam recursos fitogenéticos para os melhoristas e para a humanidade. O mais famoso é o Svalbard Global Seed Vault, de 2008, com a coleção mais diversa do mundo e mais de 1 milhão de acessos. CGIAR distribuiu mais de 1 milhão de acessos, das 5.832 spp. dos 1.113 gêneros, aos melhoristas nos últimos 10 anos.
  • 50. 11. ATIVIDADES DE MULTIPLICAÇÃO E REGENERAÇÃO MULTIPLICAÇÃO: é o ato de REPRODUZIR os acessos, de um banco ativo (BA), em ambiente protegido, a campo, ou in vitro, a fim de se obter GERMOPLASMA em QUANTIDADE suficiente para conservar, intercambiar, melhorar e usar. Atividade anterior à de Conservação. REGENERAÇÃO: é a atividade de renovar as sementes conservadas, que reduziram sua GERMINAÇÃO e VIGOR durante a conservação no Banco Base, com o passar dos tempos. Objetiva plantar novamente as sementes e devolvê-las para a conservação com teores acima de 80%. Atividade posterior à de Conservação.
  • 51. VALORAR: Significa colocar VALOR para uma determinada coisa. No caso de RECURSO FITOGENÉTICO, por exemplo uma espécie em risco de extinção, num acesso de um BAG, ou numa nova cultivar, por intermédio da criação de fórmulas estatísticas. Ex.: Segundo o PPBio (2005), estima-se o valor da Biodiversidade entre US$ 500 e US$ 800 bilhões. TIPOS DE VALORAÇÃO:  ECONÔMICA: dar valor em R$ (valor de uso direto, de uso indireto, de uso presente, de uso futuro);  ECOLÓGICA: comparar situações (necessidades humanas de consumo e produção; serviços ambientais indiretos para a humanidade, paisagem, fragilidade do ecossistema, etc.);  SOCIAL: avaliar alterações em comunidades humanas (uso recreativo, lúdico, turístico, qualidade de vida, preservação de comunidades, Segurança Nacional). 12 – ATIVIDADE DE VALORAÇÃO Exemplo de fórmula utilizada: I = (O+C+D)*U/3 Onde: I = Índice de IMPORTÂNCIA RELATIVA para priorizar RG; O = Índice relativo da importância da ORIGEM de uma espécie (se nativa ou exótica); C = Índice relativo da importância do ESTADO DE CONSERVAÇÃO da espécie (se em risco de extinção); D = Índice relativo da importância da frequência de DISTRIBUIÇÃO da espécie (se é restrita ao local); U = Índice absoluto da importância dos USOS da espécie (alimentício, aromático, medicinal, industrial, florestal, ornamental, melífero, cultural, etc., um ou todos).
  • 52. 13 – ATIVIDADE DE USO Hoje efetiva-se a agricultura baseada no modelo da Revolução Verde ou no da Agroecologia (Alexandre H. REIS, et al. 2000), ambos dependentes do uso de RFG. Dentre os infindáveis usos estão o pré-melhoramento e o melhoramento genético. Marcelo BAG-Bambu (http://km.fao.org/gipb/) O USO da variabilidade dos RFG no PRÉ-MELHORAMENTO é o elo de ligação com o Melhoramento Genético, em dois casos típicos: a) quando os acessos de espécies parentes da cultivada são cruzados entre si e/ou com cultivares, com a finalidade de ampliação da base genética; b) quando acessos do BAG são caracterizados e/ou avaliados para documentação e informatização. Em ambos casos o resultado deste trabalho é utilizado pelo MELHORISTA GENÉTICO para compor o material de sua COLEÇÃO DE TRABALHO (FÁVERO, A.P. & FALEIRO, F.G., 2015, citam exemplos de sucesso no Brasil: Abacaxi, Amendoim, Araucária, Arroz, Café, Citrus, Mandioca, Maracujá, Milho,...). J.F.M.VALLS (2004) ao tratar do uso dos RG, enaltece o enfoque associativo que resulte em PARCERIAS para recuperação da capacidade operacional dos BAG para CONSERVAÇÃO e cubra a enorme lacuna do “PRÉ-MELHORAMENTO” (com ênfase na hibridação entre parentes silvestres e espécies cultivadas), como o processo mais eficiente para tornar atrativos os trabalhos com germoplasma autóctone. VALLS (2004) cita, ainda, alguns usos no melhoramento: a) escolha e domesticação de novas spp.; b) seleção de novas linhagens e de raças de uso tradicional; c) escolha de progênies após manipulação reprodutiva; d) incorporação de modificações genéticas pela introgressão de genes, de spp. próximas, por via reprodutiva; e) incorporação de modificações genéticas por transgenia.
  • 53. TRAGAM SEUS PROJETOS “QUE NÓS CUIDAMOS PARA VOCÊS!” APOIEM “PUBLIQUEM CONOSCO”! MEU CONTATO renatofav53@gmail.com MEUS TRABALHOS https://www.researchgate.net/profile/Renato_Veiga MINHAS PALESTRAS https://pt.slideshare.net/RENATOFERRAZDEARRUDAVEIGA ASSOCIEM-SE A NÓS “AJUDEM A CONSERVAR NOSSOS RFGs!” FOTO: do CAMINHO PEABIRU - Do Oceano Pacífico cruza a América do Sul, vindo pelo Peru, Bolívia, Paraguai e atravessando o Brasil até o Oceano Atlântico. Caminho construído pelos Sumérios, Incas e pelos índios Tupi-guarani - antes do “descobrimento” – e usado pelos Carijós, Jesuítas e por muitos exploradores até os dias atuais. FIM, MUITO OBRIGADO! 1) A Domesticação é uma atividade do Pré- melhoramento? 2) Qual surgiu primeiro, a Agricultura ou a Domesticação? 3) As plantas foram Domesticadas para alimentar os Animais que estavam sendo Domesticados? 4) O Ser Humano já tinha a tecnologia da Domesticação quanto se dispersou pelo mundo? PERGUNTAS

Notas do Editor

  1. O RUSSO