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Primeira categoria
Alucinações telepáticas em que o animal é o
agente
Caso 10 (Auditivo, com percepção luminosa coincidente)
Retiro o caso que segue do vol. VIII, pág. 45, dos Annales
des Sciences Psychiques, o qual tinha sido reproduzido a
partir da revista italiana Il Vessillo Spiritista:
“A senhora Ludow Krijanowsky, filha do general de mesmo nome
e irmã da senhorita Wera Krijanowsky (atualmente senhora
Semenoff), conta-nos o fato que aconteceu com ela e que se
relaciona com a questão imensamente debatida sobre a alma nos
animais...
Trata-se de um cachorrinho que era nosso favorito, principalmente
de Wera; um pouco por causa desse afeto e dos mimos exagerados,
o animal ficou doente. Sofria com falta de ar e tossia; o veterinário
que tratava dele não imaginava que a doença fosse grave. Todavia,
Wera se preocupava muito com o animal; ela se levantava durante a
noite para lhe fazer massagens e lhe dar os remédios; contudo,
ninguém imaginava que ele pudesse morrer.
Certa noite, o estado de Bonika (era esse o nome do cachorrinho)
piorou de repente; ficamos apreensivos, principalmente Wera, e
decidimos que logo pela manhã iríamos ao veterinário, pois se
tivéssemos nos contentado em chamá-lo, ele teria vindo somente à
noite.
Assim, pela manhã, Wera e nossa mãe se foram com o pequeno
enfermo: eu fiquei em casa e comecei a escrever. Estava tão
concentrada que esqueci de que os meus tinham partido; de
repente, num piscar de olhos, ouvi o cachorrinho tossir no quarto ao
lado. Era ali que se encontrava o cesto e, desde que ele tinha ficado
doente, mal começava a tossir ou a gemer que um de nós ia ver se
ele precisava de algo, dávamos-lhe algo para beber e
administrávamos os remédios dele, ou então refazíamos o curativo
que ele tinha no pescoço.
Por costume, levantei-me e me aproximei do cesto; ao vê-lo vazio,
lembrei-me de que Wera e mamãe tinham saído com Bonika e fiquei
perplexa, pois a tosse era tão barulhenta e tão distinta que era
preciso rejeitar qualquer engano.
Estava ainda pensativa diante do cesto vazio quando, perto de
mim, ouvi um ganido parecido com os que Bonika fazia para nos
receber quando chegávamos; em seguida, um segundo ganido
parecia vir do quarto ao lado; finalmente, uma terceira queixa parecia
se perder no infinito.
Confesso que fui tomada e invadida por uma penosa tremedeira;
em seguida, veio-me a idéia de que o cachorrinho tinha morrido.
Quando olhei para o relógio de mesa, ele marcava 11:55.
Preocupada e agitada, fui até a janela e esperei impaciente
pelos meus. Ao ver Wera voltar sozinha, corri em sua direção e lhe
disse sem refletir: “Bonika está morto”. “Como é que você sabe?”,
disse ela, perplexa. Antes de responder, perguntei-lhe se ela sabia
qual a hora exata que ele tinha morrido. “Alguns minutos antes do
meio-dia”, respondeu-me ela, contando-me o que tinha se passado:
“Assim que chegamos ao veterinário, lá pelas onze horas, este já
tinha saído; o empregado pediu-nos para aguardarmos alguns
instantes, visto que ao meio-dia seu patrão deveria estar de volta,
pois era a hora em que ele normalmente recebia os pacientes.
Então ficamos, mas como o cachorrinho se mostrava agitado como
sempre, eu o coloquei ora sobre o divã ora no chão e consultei
impacientemente o relógio. Para minha grande alegria, constatei
que não faltavam mais de alguns minutos para o meio-dia, no
momento em que o cachorrinho começou a sentir falta de ar. Quis
colocá-lo sobre o divã, mas quando o levantei, vi, de repente, o
animal, assim como as suas patas, cobrindo-se de uma luz
purpúrea muito intensa e brilhante;7 nada compreendendo do que
acontecia, eu gritei: “Fogo!”. Mamãe nada viu, mas como ela estava
de costas para a lareira, pensou que o fogo estivesse em seu
vestido e se virou assustada: ela verificou que não havia fogo na
lareira, mas, logo em seguida, constatamos que o cachorrinho
acabara de morrer, o que fez com que mamãe nem pensasse mais
em censurar-me por causa de meu grito intempestivo e do susto
que lhe tinha causado.”
Constatei que este fato reveste, por sua vez, um caráter simbólico. Nada mais
frequente, de fato, que estes casos de transformação mais ou menos aberrante dos
impulsos telepáticos em conformidade com as idiossincrasias dos receptores.
Contudo, quando os episódios desta natureza se realizam entre os seres humanos e
cujo agente é um defunto, é possível supor que eles possam acontecer, por vezes,
segundo a vontade do agente, o qual se conformaria então às idiossincrasias do
percipiente; e assim o é, inclusive quando as modalidades pelas quais esses episódios
se manifestam ainda dependem do fato de que um impulso telepático tenha
necessariamente que seguir a “via de menor resistência” para chegar à consciência do
receptor. Nas coletâneas dos casos publicados pela Society for Psychical Research
encontra-se um episódio em que uma Entidade se manifesta simultaneamente de três
maneiras diferentes a três pessoas, em que uma percebe o fantasma, a outra ouve a
voz que pronuncia uma frase de cumprimento e a terceira percebe um perfume suave
de violetas, perfume que coincide com a circunstância que o cadáver do finado sobre a
cama tinha sido literalmente coberto de violetas. Ora, em circunstâncias como esta,
seria racional supor que a Entidade que se manifestava tenha agido por propósitos
deliberados, de diversas maneiras, ao mesmo tempo em que se conformava às
idiossincrasias pessoais dos percipientes, isto é, ela se manifestou de maneira objetiva
na pessoa do “tipo visual”, transmitiu uma frase de cumprimento à pessoa do “tipo
auditivo” e, finalmente, desencadeou uma sensação olfativa na pessoa cuja “via de
menor resistência” era constituída pelo sentido olfativo. O incidente que torna possível
essa variante explicativa é constituído pela frase de cumprimento percebida pela
pessoa do “tipo auditivo”, frase esta que pode dificilmente ter sido inventada, na
passagem do subconsciente ao consciente, de um só impulso telepático, enquanto
que tudo se explicaria facilmente com a suposição de que a frase em questão tivesse
Voltando ao caso em análise, destaco nele uma circunstância de
fato que complica a interpretação teórica: o cachorrinho Bonika
morreu nos braços de sua dona. Isto nos leva a pensar que o animal
prestes a morrer não tinha razões emocionais que pudessem fazer
com que seu pensamento voltasse para outra pessoa da família que
tinha ficado em casa, determinando aleatoriamente um fenômeno
telepático. Nessas condições, deveríamos concluir que,
provavelmente, acontece com os animais o que acontece amiúde
com os seres humanos, isto é, o enfermo direciona, ao morrer,
manifestações telepáticas pelo simples fato de emitir um sentimento
de pesar ao meio distante em que viveu feliz por longo tempo.
Todavia, destaco que, nos casos que envolvem seres humanos,
existiria uma outra explicação, de natureza espiritual e não
telepática, isto é, em circunstâncias especiais, o Espírito do falecido,
tão logo tenha se desprendido dos laços materiais, voltaria ao meio
no qual viveu e se esforçaria em fazer com que sua presença fosse
sentida por seus familiares.
Quanto ao fenômeno luminoso percebido por Wera, que tinha em
seus braços Bonika no momento de sua morte, este não remete às
manifestações que examinamos; apesar de que, sob uma outra
perspectiva, ele não deixa de ser interessante e sugestivo, uma vez
que fenômenos análogos se realizam algumas vezes no leito de
morte dos seres humanos.

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11 primeira categoria - caso 10

  • 1.
  • 2. Primeira categoria Alucinações telepáticas em que o animal é o agente Caso 10 (Auditivo, com percepção luminosa coincidente) Retiro o caso que segue do vol. VIII, pág. 45, dos Annales des Sciences Psychiques, o qual tinha sido reproduzido a partir da revista italiana Il Vessillo Spiritista:
  • 3. “A senhora Ludow Krijanowsky, filha do general de mesmo nome e irmã da senhorita Wera Krijanowsky (atualmente senhora Semenoff), conta-nos o fato que aconteceu com ela e que se relaciona com a questão imensamente debatida sobre a alma nos animais... Trata-se de um cachorrinho que era nosso favorito, principalmente de Wera; um pouco por causa desse afeto e dos mimos exagerados, o animal ficou doente. Sofria com falta de ar e tossia; o veterinário que tratava dele não imaginava que a doença fosse grave. Todavia, Wera se preocupava muito com o animal; ela se levantava durante a noite para lhe fazer massagens e lhe dar os remédios; contudo, ninguém imaginava que ele pudesse morrer.
  • 4. Certa noite, o estado de Bonika (era esse o nome do cachorrinho) piorou de repente; ficamos apreensivos, principalmente Wera, e decidimos que logo pela manhã iríamos ao veterinário, pois se tivéssemos nos contentado em chamá-lo, ele teria vindo somente à noite. Assim, pela manhã, Wera e nossa mãe se foram com o pequeno enfermo: eu fiquei em casa e comecei a escrever. Estava tão concentrada que esqueci de que os meus tinham partido; de repente, num piscar de olhos, ouvi o cachorrinho tossir no quarto ao lado. Era ali que se encontrava o cesto e, desde que ele tinha ficado doente, mal começava a tossir ou a gemer que um de nós ia ver se ele precisava de algo, dávamos-lhe algo para beber e administrávamos os remédios dele, ou então refazíamos o curativo que ele tinha no pescoço.
  • 5. Por costume, levantei-me e me aproximei do cesto; ao vê-lo vazio, lembrei-me de que Wera e mamãe tinham saído com Bonika e fiquei perplexa, pois a tosse era tão barulhenta e tão distinta que era preciso rejeitar qualquer engano. Estava ainda pensativa diante do cesto vazio quando, perto de mim, ouvi um ganido parecido com os que Bonika fazia para nos receber quando chegávamos; em seguida, um segundo ganido parecia vir do quarto ao lado; finalmente, uma terceira queixa parecia se perder no infinito. Confesso que fui tomada e invadida por uma penosa tremedeira; em seguida, veio-me a idéia de que o cachorrinho tinha morrido. Quando olhei para o relógio de mesa, ele marcava 11:55.
  • 6. Preocupada e agitada, fui até a janela e esperei impaciente pelos meus. Ao ver Wera voltar sozinha, corri em sua direção e lhe disse sem refletir: “Bonika está morto”. “Como é que você sabe?”, disse ela, perplexa. Antes de responder, perguntei-lhe se ela sabia qual a hora exata que ele tinha morrido. “Alguns minutos antes do meio-dia”, respondeu-me ela, contando-me o que tinha se passado:
  • 7. “Assim que chegamos ao veterinário, lá pelas onze horas, este já tinha saído; o empregado pediu-nos para aguardarmos alguns instantes, visto que ao meio-dia seu patrão deveria estar de volta, pois era a hora em que ele normalmente recebia os pacientes. Então ficamos, mas como o cachorrinho se mostrava agitado como sempre, eu o coloquei ora sobre o divã ora no chão e consultei impacientemente o relógio. Para minha grande alegria, constatei que não faltavam mais de alguns minutos para o meio-dia, no momento em que o cachorrinho começou a sentir falta de ar. Quis colocá-lo sobre o divã, mas quando o levantei, vi, de repente, o animal, assim como as suas patas, cobrindo-se de uma luz purpúrea muito intensa e brilhante;7 nada compreendendo do que acontecia, eu gritei: “Fogo!”. Mamãe nada viu, mas como ela estava de costas para a lareira, pensou que o fogo estivesse em seu vestido e se virou assustada: ela verificou que não havia fogo na lareira, mas, logo em seguida, constatamos que o cachorrinho acabara de morrer, o que fez com que mamãe nem pensasse mais em censurar-me por causa de meu grito intempestivo e do susto que lhe tinha causado.”
  • 8. Constatei que este fato reveste, por sua vez, um caráter simbólico. Nada mais frequente, de fato, que estes casos de transformação mais ou menos aberrante dos impulsos telepáticos em conformidade com as idiossincrasias dos receptores. Contudo, quando os episódios desta natureza se realizam entre os seres humanos e cujo agente é um defunto, é possível supor que eles possam acontecer, por vezes, segundo a vontade do agente, o qual se conformaria então às idiossincrasias do percipiente; e assim o é, inclusive quando as modalidades pelas quais esses episódios se manifestam ainda dependem do fato de que um impulso telepático tenha necessariamente que seguir a “via de menor resistência” para chegar à consciência do receptor. Nas coletâneas dos casos publicados pela Society for Psychical Research encontra-se um episódio em que uma Entidade se manifesta simultaneamente de três maneiras diferentes a três pessoas, em que uma percebe o fantasma, a outra ouve a voz que pronuncia uma frase de cumprimento e a terceira percebe um perfume suave de violetas, perfume que coincide com a circunstância que o cadáver do finado sobre a cama tinha sido literalmente coberto de violetas. Ora, em circunstâncias como esta, seria racional supor que a Entidade que se manifestava tenha agido por propósitos deliberados, de diversas maneiras, ao mesmo tempo em que se conformava às idiossincrasias pessoais dos percipientes, isto é, ela se manifestou de maneira objetiva na pessoa do “tipo visual”, transmitiu uma frase de cumprimento à pessoa do “tipo auditivo” e, finalmente, desencadeou uma sensação olfativa na pessoa cuja “via de menor resistência” era constituída pelo sentido olfativo. O incidente que torna possível essa variante explicativa é constituído pela frase de cumprimento percebida pela pessoa do “tipo auditivo”, frase esta que pode dificilmente ter sido inventada, na passagem do subconsciente ao consciente, de um só impulso telepático, enquanto que tudo se explicaria facilmente com a suposição de que a frase em questão tivesse
  • 9. Voltando ao caso em análise, destaco nele uma circunstância de fato que complica a interpretação teórica: o cachorrinho Bonika morreu nos braços de sua dona. Isto nos leva a pensar que o animal prestes a morrer não tinha razões emocionais que pudessem fazer com que seu pensamento voltasse para outra pessoa da família que tinha ficado em casa, determinando aleatoriamente um fenômeno telepático. Nessas condições, deveríamos concluir que, provavelmente, acontece com os animais o que acontece amiúde com os seres humanos, isto é, o enfermo direciona, ao morrer, manifestações telepáticas pelo simples fato de emitir um sentimento de pesar ao meio distante em que viveu feliz por longo tempo. Todavia, destaco que, nos casos que envolvem seres humanos, existiria uma outra explicação, de natureza espiritual e não telepática, isto é, em circunstâncias especiais, o Espírito do falecido, tão logo tenha se desprendido dos laços materiais, voltaria ao meio no qual viveu e se esforçaria em fazer com que sua presença fosse sentida por seus familiares.
  • 10. Quanto ao fenômeno luminoso percebido por Wera, que tinha em seus braços Bonika no momento de sua morte, este não remete às manifestações que examinamos; apesar de que, sob uma outra perspectiva, ele não deixa de ser interessante e sugestivo, uma vez que fenômenos análogos se realizam algumas vezes no leito de morte dos seres humanos.