As violações das leis do Criador (material em pdf)
54 sexta categoria - segundo subgrupo
1.
2. Sexta categoria
Animais e fenômenos de assombração
Segundo subgrupo
Aparições de animais em locais assombrados
3. Não é nada fácil determinar o que representam as aparições de fantasmas
animais nas manifestações de assombração. Algumas vezes, o acontecimento
coincide com o fato de que animais parecidos com aqueles das aparições
tinham vivido naquele lugar. Neste caso, os fantasmas animais poderiam ser
explicados quer pela hipótese da sobrevivência da psique animal, quer com a
suposição de uma projeção telepática do pensamento de um defunto (tanto
mais que, frequentemente, os animais se manifestam junto a fantasmas de
falecidos), quer ainda pela hipótese da revivificação psicométrica de
acontecimentos que se passam num determinado lugar anos a fio. Porém, com
bastante frequência, não somente não se constata nenhuma coincidência que
permita explicar a aparição animal a partir de uma destas suposições, como
também é possível inclusive descartar por completo que os fantasmas animais
que aparecem num lugar assombrado correspondam de uma maneira qualquer
a outros animais que viveram naquele local. Neste caso, a explicação popular
dos fatos é a de que as aparições animais representam espíritos de defuntos,
os quais, tendo sido acusados de erros graves, adquirem, após a morte, formas
animais correspondentes à natureza de seus erros. Em meu livro Dei fenomeni
d’Infestazione (Capítulo III), citei um caso de aparição de um fantasma de
animal; a pessoa que conta esse fato diz que, ao questionar os camponeses
sobre o assunto, estes explicaram que “o responsável pelos fatos era Tommy
King, um farmacêutico que vivera ali há um século e que tinha se enforcado em
uma casa situada nas redondezas; desde então, o Espírito infeliz errava
naqueles lugares sob a forma de um animal”. A esse respeito, eu escrevi:
4. “É o folclore popular das aparições de animais nos locais assombrados;
embora esta seja nitidamente tradicional e gratuita, não é fácil substituí-la
por outra menos gratuita e mais científica. Assim sendo, limitar-me-ei a
lembrar que, no livro do doutor Justinus Kerner, A Vidente de Prevorst, lê-
se
que a vidente, em seu estado de sonambulismo, explicava da mesma
maneira as aparições de animais. Assim, no capítulo VI (Caso 4, pág.
177), em relação a um Espírito inferior que aparecia para ela, o doutor
Kerner transcreveu: “No meu quarto, a aparição se repetiu sob a forma
de um urso”. Adormecida, ela disse: “Agora vejo o quanto a alma dele
deve ser negra, uma vez que ele vem sob formas muito assustadoras:
mas é preciso que eu o veja novamente...”. No Caso 5 (pág. 190), a
vidente em estado de sonambulismo se dirige a um Espírito perguntando-
lhe se ele poderia se manifestar sob uma forma diferente daquela que ele
tinha quando vivo, e o Espírito respondeu: “Se vivi como um animal, teria
de aparecer como tal. No entanto, não podemos assumir as formas que
queremos e temos que aparecer a vocês tal qual nós éramos quando
vivos”. E no capítulo IV (pág. 120): “O zombeteiro – aquele que foi vicioso
e mau – pode aparecer sob a forma de um animal com o qual ele se
identifica pelas condições em que viveu...”.
5. Em contrapartida, lembro que, entre os casos de assombração coletados
por mim, existem dois que sugerem uma explicação diferente – o que,
aliás, não excluiria a outra. Eles foram publicados no Journal of the S. P.
R. (vol. XIII, págs. 58-62, e vol. XV, págs. 249-252); trata-se da aparição
de um cão e de uma gatinha, com a circunstância impressionante de que
no local onde eles apareciam tinham morrido um cão e uma gatinha que
eram iguais àqueles que se manifestavam. No que concerne à gatinha, a
identificação era mais fácil pelo fato de que o fantasma se mostrava
manco, como a gata que, quando viva, tinha sido atacada por um cão e
tinha ficado aleijada. Estaríamos, nesse sentido, diante de um caso de
identificação autêntica, de modo que é salutar deduzir que se
conseguíssemos acumular um número suficiente de casos desse tipo,
estes conduziriam à demonstração da sobrevivência da alma animal,
possibilidade esta que não deve de forma alguma causar espanto.”
6. Gostaria de acrescentar àquilo que escrevi no livro Dei Fenomeni
d’Infestazione que, de fato, consegui reunir certo número de fatos
análogos aos que acabo de fazer alusão e os incluirei na oitava
categoria. Eles corroboram para provar que conseguiremos um dia
demonstrar cientificamente a sobrevivência da psique animal. Por outro
lado, isto não impede de forma alguma que as outras hipóteses
indicadas há pouco não possam, por sua vez, ser legítimas, e que elas
devem, dependendo das circunstâncias, ser levadas em consideração
para a explicação de certas
modalidades de fantasmas animais. Mais ainda, tudo é propício para
demonstrar que as hipóteses expostas acima explicam qualquer um dos
casos pertencentes a esta categoria.
7. No tocante à atitude do canário diante das manifestações auditivas do
quarto assombrado, parece-me impossível levantar dúvidas sobre seu
valor demonstrativo, visto que o canário percebia bem, assim como os
outros animais, as manifestações em curso; de fato, o barulho de um
passo leve, tal qual o de um homem de pantufas, não é capaz de
assustar um canário habituado a viver com um homem. Conclui-se daí
que o canarinho se assustava porque percebia realmente as
manifestações de assombração e tinha a intuição da natureza
paranormal delas.