6. Caridade, o amor em ação
Alguém já ouviu falar de uma árvore que, além de dar frutos, dava comida: feijão,
arroz, carne, salada? Pois é, essa árvore existiu e era uma árvore muito especial,
porque foi o início de uma linda história:
Era uma vez Dona Maria, uma senhora muito bondosa. Em frente de sua casa havia
uma linda árvore. Dona Maria, que era espírita, preocupava-se com as pessoas que
passavam fome perto de sua casa. Ela, então, arrumou um jeito de ajudar: todos os dias
ela pendurava na árvore em frente a sua casa um saco. Dentro do saco, cuidadosamente
arrumados, em caixas de leite previamente limpas, ela colocava comidas: arroz, feijão,
pão, carne e o que mais houvesse para o almoço em sua casa.
Com o tempo, Dona Maria percebeu que o saco de comida desaparecia assim que
era colocado na bela árvore em frente a sua casa. Curiosa, um dia ficou espiando e viu
que um menino, com mais ou menos seis anos de idade, usando uma roupa rasgada,
esperava pela comida e sentava à sombra da árvore para saboreá-la.
Tito comia com vontade a comida de Dona Maria, pois em sua casa, muitas vezes,
não havia o que comer. Ele morava com a mãe, viúva, e com mais três irmãos maiores.
Dona Maria resolveu, então, se aproximar do menino, a fim de auxiliá-lo. Puxou
conversa, prometeu para o dia seguinte um bolo de chocolate e, assim, aos poucos, eles
foram se conhecendo melhor.
7. Logo os dois estavam almoçando juntos e Dona Maria caprichava na comida para que
o menino crescesse forte e saudável. Quando a mãe de Tito adoeceu e não pôde
trabalhar, Dona Maria preparou mais comida, para que também houvesse almoço para
os outros irmãos e a mãe de Tito.
Nos anos que se seguiram, Dona Maria incentivou Tito a estudar, deu a ele
material escolar, e acompanhou seus progressos escolares.
A família de Tito também foi encaminhada para receber auxílio no Centro
Espírita que Dona Maria frequentava, recebendo roupas, alimento, orientação
profissional e espiritual. Dona Maria se tornou amiga da mãe de Tito, Dona Rute, que
passou a trabalhar na casa de Dona Maria, auxiliando nas tarefas do lar.
As duas amigas frequentavam juntas o grupo de estudos no Centro Espírita e Tito
frequentava, com alegria, as aulas de evangelização espírita. O menino crescia em
idade e em saber: era um aluno dedicado e sempre mostrava, orgulhoso, o boletim
para Dona Maria, que ficava contente em perceber que o menino estudava bastante e
era um aluno exemplar. O tempo passou, a amizade dos dois se fortaleceu e logo Tito
era um adolescente.
Alguns anos depois, quando Tito arrumou o primeiro emprego, Dona Maria foi a
primeira a saber que ele iria trabalhar na fábrica perto de sua casa. Foi assim também
quando ele começou a trabalhar no Centro Espírita, para alegria de Dona Maria.
8. Enquanto Dona Maria se tornava uma velhinha muito simpática, Tito se transformava
em um adulto, e, cada vez mais, em um homem responsável, caridoso, um verdadeiro
homem de bem.
Quando Dona Maria adoeceu, Tito e a namorada cuidaram dela durante muito
tempo. E foram eles que escutaram as últimas palavras que Dona Maria pronunciou nesta
encarnação:
- Que bom que vocês estão comigo, hoje. É mesmo verdade, o bem que se faz
sempre retorna pra nós.
Claudia Schmidt