O documento discute o conceito de numeracia e suas definições iniciais. Trata numeracia como uma competência essencial para lidar com as demandas da vida cotidiana em uma sociedade cada vez mais baseada em informações. Enumera facetas e competências importantes para a numeracia, como compreensão conceitual, fluência processual e capacidade de resolver problemas em diferentes contextos.
2. SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
Com o advento da sociedade da
informação, muita da informação que
até aí era restrita a determinados
círculos passou a estar ao alcance do
cidadão comum, tornando-se parte da
sua vida quotidiana.
5. PRIMEIRAS DEFINIÇÕES DO TERMO
Relatório Cockcroft 1982
O termo “numeracia” implica dois atributos:
O primeiro envolve ter à vontade com os números e
usar capacidades e atitudes, bem como aplicar
conhecimentos matemáticos que permitem a um
indivíduo lidar com as exigências práticas da vida
quotidiana.
O segundo representa a disposição para valorizar e a
aptidão para compreender informação apresentada em
termos matemáticos.
6. Há uma interação clara entre
competências de numeracia e de
literacia, sendo importante apreciar
como elas interagem e os modos
diferentes como elas se distribuem
entre os subgrupos da população
adulta.
CONSTATAÇÃO
7. Literacia, por sua vez, é um termo que
também designa os meios de obter e
processar informações escritas. A
literacia numérica diz respeito às
habilidades de matemática que permitem
resolver problemas da vida cotidiana e
lidar com informações matemáticas. O
termo “literacia matemática” originou-se
do inglês numerical literacy, popularizado
como numeracy, e em português se
convencionou chamar numeracia
(UNESCO, 2006).
8. NUMERACIA
A capacidade de compreensão e utilização de
informação numérica, se tornou indispensável
na vida pessoal e profissional e tão
imprescindível, para uma cidadania informada
e participativa, quanto saber ler e escrever.
9. NUMERACIA
É entendida como capacidade para usar, aplicar,
interpretar e transmitir informações e
raciocínios matemáticos, permitindo implicar-se
e responder a uma quantidade crescente e a
uma gama cada vez mais alargada de
informações quantitativas e matemáticas na sua
vida quotidiana.
12. CONCRETIZAÇÃO gerir uma
situação ou resolver um problema num
contexto real.
Vida pessoal
quotidiana
Ação social
e
comunitária
Experiência
laboral
Educação e
formação
13. SITUAÇÕES DE TRABALHO
Conclusão de pedidos
de compra;
Soma de recebimentos;
Cálculo de mudanças;
Gestão de cronogramas;
Leitura de orçamentos e
recursos de projeto;
Organização e
embalagem de produtos
com diferentes formas;
Preenchimento e
interpretação de gráficos
de controle;
Uso de folhas de cálculo;
Realização e registo de
medições;
Leitura de plantas;
Verificação de despesas;
Previsão de custos;
Aplicação de fórmulas.
14. TAREFAS DO CONTEXTO DA VIDA PESSOAL
lidar com dinheiro e orçamentos;
compras e gestão do tempo pessoal;
planificação de viagens;
realização de jogos de azar;
compreensão de pontuação e estatísticas
desportivas;
leitura de mapas;
e uso de medidas em situações domésticas,
como cozinhar, fazer reparações ou
realizar hobbies.
15. Os cidadãos precisam de ter consciência do
que está ocorrendo na sociedade, na economia
e no meio ambiente (por exemplo, tendências
no crime, na saúde, nos salários, na poluição), e
que podem ter que participar em eventos
sociais ou ações comunitárias, o que exige a
capacidade de ler e interpretar informações
quantitativas apresentadas nas mídias,
incluindo mensagens e gráficos estatísticos.
Precisam igualmente de gerir uma variedade de
situações, como arrecadar fundos para uma
escola ou interpretar os resultados de um
estudo sobre a condição em termos de saúde.
16. Pode permitir que uma pessoa participe
em ações de educação ou de formação
profissional, sendo para isso importante
conhecer alguns dos aspetos mais
formais da matemática, envolvendo
designadamente símbolos, as e fórmulas,
e entender algumas das convenções
usadas para aplicar princípios e regras
matemáticas.
17. RESPONDER AOS DEASAFIOS NOS DIFERENTES
CONTEXTOS
identificar, localizar e
aceder
interpretar, avaliar e
analisar
agir de acordo com e usar
DIFERENTES
CONTEÚDOS,
INFORMAÇÕES OU
IDEIAS MATEMÁTICAS:
MODOS
DIFERENTES
quantidade e
número
dados e
possibilidades
Padrões, relações e
mudança
dimensão e
forma
19. COMPETÊNCIAS DE NUMERACIA
Tem um caráter cumulativo: aqueles que
revelam competências mais fortes são,
em geral, aqueles que acumularam
práticas e experiências de numeracia
mais significativas.
20. COMPETÊNCIAS – ELEMENTOS
Compreensão conceitual: compreensão de conceitos
matemáticos, operações e relações;
Fluência processual: ser capaz de executar procedimentos
matemáticos de forma flexível, precisa, apropriada e eficaz;
Capacidade estratégica: capacidade de formular, representar e
resolver problemas;
Raciocínio adaptativo: capacidade de explicar, justificar e
refletir sobre argumentos matemáticos;
Disposição produtiva: confiança na autoeficácia para fazer
matemática e inclinação ou tendência para ver a matemática
como uma disciplina sensível e útil em múltiplos contextos
pessoais, profissionais e sociais.
21. COMPETÊNCIAS
1. Pensar e raciocinar: inclui colocar questões características da
matemática (por exemplo: Há […], se sim, quantos? Como
descobrimos […]?); conhecer os tipos de respostas que a
matemática fornece para essas questões; distinguir diferentes tipos
de afirmações (definições, teoremas, conjecturas, hipóteses,
asserções condicionais) e compreender e lidar com a extensão e os
limites de determinados conceitos matemáticos.
2. Argumentar: envolve conhecer o que são as provas matemáticas e
como diferem de outros tipos de raciocínio matemático; avaliar
argumentos matemáticos de diferentes tipos; ter gosto e
sensibilidade para as heurísticas (por exemplo: o que pode, ou não
pode, acontecer e por quê? O que sabemos? O que queremos obter?)
e construir e expressar argumentos matemáticos.
.
22. COMPETÊNCIAS
3. Comunicar: compreende expressar-se, de diferentes formas,
sobre assuntos com conteúdo matemático, num formato oral ou
escrito, e compreender as afirmações feitas por outros, por escrito
ou oralmente, sobre tais assuntos.
4. Modelar: envolve estruturar o campo ou situação a ser modelada;
traduzir a “realidade” em estruturas matemáticas; interpretar
modelos matemáticos em termos da “realidade”; trabalhar com um
modelo matemático; validar o modelo; refletir, analisar e avaliar o
modelo e os seus resultados; comunicar sobre o modelo e os seus
resultados (incluindo as limitações de tais resultados); e monitorar e
controlar o processo de modelação.
23. COMPETÊNCIAS
5. Formular e resolver problemas: inclui colocar, formular e
definir diferentes tipos de problemas matemáticos (por
exemplo: “puros”, “aplicados”, “abertos” e “fechados”) e
resolver diferentes tipos de problemas matemáticos de
várias maneiras.
6. Representar: integra descodificar e codificar, traduzir,
interpretar e distinguir diferentes formas de representação
de situações e objetos matemáticos e as relações entre os
vários tipos de representação; selecionar e mudar diferentes
formas de representação de acordo com a situação e o
propósito.
24. COMPETÊNCIAS
7. Usar linguagem simbólica, formal ou técnica e operações:
envolve descodificar e interpretar linguagem simbólica e
formal e compreender as suas relações com a linguagem
corrente; traduzir da linguagem corrente para linguagem
simbólica/formal; lidar com afirmações e expressões que
contêm símbolos e fórmulas; manipular variáveis, resolver
equações e fazer cálculos.
8. Usar ajudas e ferramentas: envolve conhecer e ser capaz
de usar várias ajudas e ferramentas, incluindo tecnologias
de informação, que podem apoiar a atividade matemática;
também inclui o reconhecer as limitações de tais ajudas e
ferramentas.
25. Competências Matemática para o Ensino Fundamental I
BNCC
1. Reconhecer que a Matemática é uma ciência humana, fruto das
necessidades e preocupações de diferentes culturas, em diferentes
momentos históricos, e é uma ciência viva, que contribui para solucionar
problemas científicos e tecnológicos e para alicerçar descobertas e
construções, inclusive com impactos no mundo do trabalho.
2. Desenvolver o raciocínio lógico, o espírito de investigação e a
capacidade de produzir argumentos convincentes, recorrendo aos
conhecimentos matemáticos para compreender e atuar no mundo.
3. Compreender as relações entre conceitos e procedimentos dos
diferentes campos da Matemática (Aritmética, Álgebra, Geometria,
Estatística e Probabilidade) e de outras áreas do conhecimento, sentindo
segurança quanto à própria capacidade de construir e aplicar
conhecimentos matemáticos, desenvolvendo a autoestima e a
perseverança na busca de soluções.
4. Fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e
qualitativos presentes nas práticas sociais e culturais, de modo a
investigar, organizar, representar e comunicar informações relevantes,
para interpretá-las e avaliá-las crítica e eticamente, produzindo
argumentos convincentes.
26. Competências Matemática para o Ensino Fundamental I
BNCC
5. Utilizar processos e ferramentas matemáticas, inclusive tecnologias digitais
disponíveis, para modelar e resolver problemas cotidianos, sociais e de outras
áreas de conhecimento, validando estratégias e resultados.
6. Enfrentar situações-problema em múltiplos contextos, incluindo-se situações
imaginadas, não diretamente relacionadas com o aspecto prático-utilitário,
expressar suas respostas e sintetizar conclusões, utilizando diferentes registros
e linguagens (gráficos, tabelas, esquemas, além de texto escrito na língua
materna e outras linguagens para descrever algoritmos, como fluxogramas, e
dados).
7. Desenvolver e/ou discutir projetos que abordem, sobretudo, questões de
urgência social, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e
solidários, valorizando a diversidade de opiniões de indivíduos e de grupos
sociais, sem preconceitos de qualquer natureza.
8. Interagir com seus pares de forma cooperativa, trabalhando coletivamente no
planejamento e desenvolvimento de pesquisas para responder a
questionamentos e na busca de soluções para problemas, de modo a identificar
aspectos consensuais ou não na discussão de uma determinada questão,
respeitando o modo de pensar dos colegas e aprendendo com eles.