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Aula VI- Semântica.
Metáfora
• A criação associada ao dom;
• Na retórica tradicional, a metáfora era mecanismo semântico que
descrevia uma pessoa ou um objeto literariamente, referindo-os a algo,
que se pensava, com características semelhantes à pessoa ou ao objeto
que se tenta descrever, como em Jacinto é um urso, indicando que ele vive
só;
• Grosso modo, a metáfora, considerada hoje como a figura do discurso mais
importante, é vista pelos linguistas modernos sob o ponto de vista
discursivo, pragmático e interacionista, o que lhe confere ser mais do que o
emprego da palavra fora do seu sentido normal, ou seja, no sentido
figurado (Disponível em http://www.wikepedia.br).
A metáfora pode ser compreendida sob duas vertentes principais:
• a linguística que estrutura os sistemas conceituais a partir do nosso
conhecimento sobre o mundo e a forma como agimos/reagimos nele;
essa seria a metáfora materializada verbalmente pelo falante;
• a conceitual, estruturada no pensamento humano, conforme Lakoff e
Johnson (1980).
Tradicionalmente, metáforas linguísticas eram classificadas em:
• mortas, que não seriam mais metáforas, mas simplesmente expressões
fossilizadas na língua e que não teriam mais uso metafórico.
• vivas, as que se realizariam como metáforas.
• Hoje, porém, sabemos que a linguagem comum, a do cotidiano, é
metafórica por excelência, crivada de metáforas, cujo uso é tão
natural que nem as percebemos como tais (LAKOFF; JOHNSON, 1980).
Até mesmo a linguagem científica, considerada neutra, literal, é
impregnada de metáforas. Exemplo: nas pesquisas das ciências
biológicas, as células são classificadas como tronco, idosas, mães,
filhas e companheiras (CORACINI, 1991). Verifique a seguir, como as
metáforas fazem parte de qualquer domínio da linguagem.
o corpo humano é um contâiner de emoções;
• o corpo humano é uma máquina;
• o coração é uma bomba (bombeia sangue ao corpo todo);
• o pâncreas é uma fábrica (de insulina);
• os rins são caixas purificadoras de sangue;
• os intestinos são vias de transporte de dejetos;
• o ânus é a porta pela qual se expelem dejetos sólidos e
• a uretra é a porta que expele líquidos;
• as pernas e os pés são meios de locomoção, de transporte;
• o cérebro é o contâiner de conhecimento, que envia impulsos a todo
o corpo e é o comandante do corpo todo. É um computador.
Na linha das emoções, temos: alma gêmea, a metade de sua laranja,
minha cara metade...
Nessa linha de pensamento, George Lakoff e Mark Johnson escrevem o
livro Metáforas do Cotidiano Cotidiano (DICA: Metaphors We Live By,
1980), que viria a revolucionar a visão sobre as metáforas, na medida
em que comprovam que elas regem, também, nosso modo diário de
viver e descem aos detalhes mais simples do cotidiano, e de que modo
nosso sistema conceitual – o pensamento humano - esculpe seu
formato.
São valiosas as contribuições desses autores para entendermos como as metáforas fazem
realmente parte de nosso sistema conceitual/de pensamento, ditam e moldam o modo como são
as coisas do mundo e das quais nos utilizamos no dia-a-dia. Mais exemplos disso seriam as
inúmeras metáforas que encontramos na obra desses autores, como as de guerra, da raiva, de
inflação, das ideias, dos alimentos e da vida, que eles veem como percurso a se trilhar (viagem).
Veja como eles apontam e analisam as metáforas de modo bastante interessante. Primeiramente
se referem ao conceito, depois às metáforas:
conceito: mais é melhor (positivo). Exemplo: Ele é top de linha em termos de atleta; top model
etc., em contraposição, menos é pior (negativo): jogador de futebol bola murcha, goleiro
frangueiro, jogador perna de pau, ou cintura de cimento etc.;
• conceito: para cima é bom. Exemplo: Ele está de alto astral, bem humorado, em ereção;
• conceito: para baixo é ruim. Exemplo: Mauro está deprimido, com dificuldade de ereção, na
fossa, no buraco, prá baixo...;
• conceito: dinheiro é alimento. Exemplo: Na década de 1980, a inflação comia nossos salários;
• conceito: ideias são valores. Exemplo: Otávio é rico de ideias e pobre de bolso. Os livros de Paulo
Coelho vendem como água no mercado internacional;
conceito: Ideias são pessoas. Exemplos: Einstein é o pai da física moderna. ”Dilma
Rousseff é a mãe do PAC” (Presidente Lulla). Santos Dumont é o pai da aviação,
apesar dos protestos dos americanos;
• conceito: Ideias são plantas. Exemplos: As sementes de suas melhores ideias foram
plantadas na juventude. Minhas ideias finalmente deram frutos. A linguística possui
vários ramos.
Que imaginação fertil a sua! Essa é uma ideia que eu gostaria de fazer germinar na
sua cabeça. Os pensamentos de Wittgenstein foram semeados no século XX;
• conceito: Amor é loucura. Exemplo: Estou louco por Juliana. Mariana o deixa
maluco. Júlia me tira do sério;
• conceito: Amor é guerra – Breno é conhecido por suas conquistas rápidas. Renata
lutou pelo marido, mas a amante dele venceu a batalha. Ele usou mil estratégias para
manter a esposa, mas a perdeu para um garotão mais jovem.
Explicações sobre determinadas metáforas dadas pelos autores são
particularmente destacáveis, como as de guerra. Vejamos.
• Conceito - Argumento é guerra.
Metáforas: Suas queixas são indefensáveis. Ele atacou cada ponto fraco de
meu argumento. As críticas dele, construtivas ou não, atingiram o alvo. Eu
derrubei todos os argumentos dela.
Dalva nunca venceu uma discussão com o namorado. Você discorda de
mim? Então atire!!! Se Marcos usar esta estratégia, o concorrente vai
derrubá-la. Jane demoliu todas as minhas palavras e ideias. Precisamos criar
estratégias para combater os argumentos dos nossos concorrentes. Só
assim, venceremos a batalha. Se falharmos, seremos derrotados. É preciso
enfrentar a situação.
• conceito – A vida é uma viagem.
• Exemplos: “Quem passou pela vida e não amou...”; “Nesta longa
estrada da vida, vou correndo e não posso parar” (conhecida canção
sertaneja). Meu percurso, ao longo dos anos, foi duro. Escolha os
caminhos de sua vida. Ela fez a passagem desta (vida terrena) para a
(vida eterna) melhor.
• O ponto alto da teoria de Lakoff e Johnson (1980) é a afirmativa de
que a linguagem está impregnada de metáforas. Isso trouxe uma nova
visão sobre a mente e fez os estudiosos considerarem a metáfora
como elemento significativo para o processo de entendimento sobre
a própria compreensão humana e não mais como mero ornamento
do discurso.
• Na obra de Lakoff e Johnson, eles grafam em caixa alta a estrutura a
qual denominam DOMÍNIO ALVO É DOMÍNIO FONTE, usada como
forma mnemônica para se nomear esses mapeamentos metafóricos.
Por exemplo, TEMPO (domínio fonte) É DINHEIRO (domínio alvo) se
refere ao conjunto de conceitos compartilhados entre os domínios
TEMPO e DINHEIRO. Exemplo: Enquanto você conversa fiado na
reunião, perde tempo e dinheiro.
Essa visão cognitivista de metáfora como conceitos abstratos cognitivos que subjazem
ao pensamento humano, moldando a linguagem e o nosso modo de ver o mundo e
de nos referirmos aos objetos que nos cercam, permite-nos identificar diversas
metáforas conceituais; dentre elas destacamos duas:
RAIVA - É LÍQUIDO EM UM RECIPIENTE SOB PRESSÃO.
Explicação - o recipiente é o corpo humano com um líquido sendo aquecido. O líquido
ferve, sobe e derrama, ou seja, o corpo se esquenta, fica vermelho/quente e a pessoa
se descontrola. Ainda, sob pressão extrema, o líquido do recipiente, se lacrado, pode
explodir e espalhar os pedaços, tudo, metaforicamente, simbolizando a raiva do ser
humano.
Exemplo: Carmem foi falando, falando e minha raiva subindo, subindo e aí derramou
o caldo; explodi com palavrões e insultos!
- IDEIAS SÃO ALIMENTO
Os acionistas pareciam não ter engolido nenhuma das ideias que ele propôs. O que ele me
disse não desce pela minha garganta. Stephannie devora dois livros por mês. Digerir
(ideias), no entanto, não é mais considerada palavra metafórica, como apregoava a visão
tradicional, mas literal, homônima de outro termo digerir. O que houve, então? É que, após
convencionalizada, digerir se fossilizou como metáfora, congelando seu significado
metafórico antigo como um novo significado literal (LAKOFF; JOHNSON, 1981). Viu como as
metáforas são conceituais? Observem as que usamos aí atrás: fossilizou (virou fóssil; de
fósseis, objetos mortos antigos), congelando (virou gelo; a água quando passa para o
estado sólido).
Por essas razões, e por outras tantas igualmente relevantes, para a linguística cognitiva,
literal é linguagem impregnada de metáforas sistematicamente construídas.
Assim, a metáfora
digerir/engolir uma ideia não é mecanismo isolado, já que parte de um
conjunto de outras expressões nas quais as ideias são faladas em
termos de comida. Resumindo, há, segundo Lakoff e Johnson (1980),
semelhanças que surgem como resultado de metáforas conceituais e
essas semelhanças devem ser consideradas interacionais e não
inerentes.
Agora, um exemplo de DOMÍNIO ALVO É DOMÍNIO FONTE - MORTE
(alvo) É VIAGEM (fonte).
- Humberto passou desta para a melhor (faleceu).
• Essa frase exemplo traz ainda outro mecanismo linguístico-semântico-
discursivo; o eufemismo – aqui, o abrandamento de um acontecimento, a
morte, exatamente como ocorre em: Sua mãe nos deixou. Sua mãe
descansou. Sua mãe subiu no telhado... E, afinal, que tipo de fala os
adultos usam para contar aos filhos que os pais morreram? Minha querida,
seus pais não estão mais conosco; eles viajaram. Foram falar com Deus.
• No português brasileiro, o DOMÍNIO FONTE MORTE tem metáforas
interessantes. Veja: Jorge abotoou o paletó (está vestido com terno
completo para ser enterrado); Joaquim esticou as canelas (rididez
cadavérica); Marcos vestiu paletó de madeira (está no caixão); Geraldo
bateu as pacueras; Daniel bateu as botas.
• Segundo Lakoff e Johnson (1980), elas espelham as maneiras de
pensar dos sujeitos de dada comunidade linguística. Assim, a questão
sobre as metáforas não se posta simplesmente no estudo e análise
das palavras, mas no fato de que o pensamento humano é
metafórico.
• E, em termos bem simples, a essência da metáfora consistiria em se
experienciar uma coisa em termos de outra. Por isso, metáforas são
analisadas como relações estáveis e sistemáticas entre o domínio -
alvo e o domínio- fonte.
• Como fenômeno, a metáfora envolveria ambos os mapeamentos
conceituais e as estruturas linguísticas. Sob a perspectiva da teoria da
metáfora conceitual, no entanto, a língua passaria a ocupar um
segundo plano, no sentido de que o mapeamento é que rege o uso da
linguagem e dos padrões de inferência do domínio fonte para o
domínio alvo. Desse modo, como o enfoque se posta no
mapeamento, o sintagma palavrão referir-se-ia ao mapeamento e não
às estruturas linguísticas metafóricas, segundo Lakoff (in ORTONY,
A.1993).
• As ideias e exemplos sobre metáfora desenvolvidos até aqui estão
longe de esgotar o trabalho dos linguistas norte-americanos citados,
ou de outros estudos quaisquer, que são muitos, porque não cabe
aqui neste caderno exaurir esse conteúdo, por questões de espaço e
de delimitação do número de aulas da disciplina. Para maiores
detalhes, pesquise os livros mencionados.
• Feitas as considerações gerais e necessárias, passemos a um exemplo
de como nosso sistema conceitual/pensamento humano elabora as
metáforas. Vejamos a citação a seguir.
Os sentidos de algumas palavras
• https://youtu.be/F-qLUhbi1T8
• https://youtu.be/LViKSyVGY7E
• Aguardando a turma para começar

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  • 2. Metáfora • A criação associada ao dom; • Na retórica tradicional, a metáfora era mecanismo semântico que descrevia uma pessoa ou um objeto literariamente, referindo-os a algo, que se pensava, com características semelhantes à pessoa ou ao objeto que se tenta descrever, como em Jacinto é um urso, indicando que ele vive só; • Grosso modo, a metáfora, considerada hoje como a figura do discurso mais importante, é vista pelos linguistas modernos sob o ponto de vista discursivo, pragmático e interacionista, o que lhe confere ser mais do que o emprego da palavra fora do seu sentido normal, ou seja, no sentido figurado (Disponível em http://www.wikepedia.br).
  • 3. A metáfora pode ser compreendida sob duas vertentes principais: • a linguística que estrutura os sistemas conceituais a partir do nosso conhecimento sobre o mundo e a forma como agimos/reagimos nele; essa seria a metáfora materializada verbalmente pelo falante; • a conceitual, estruturada no pensamento humano, conforme Lakoff e Johnson (1980). Tradicionalmente, metáforas linguísticas eram classificadas em: • mortas, que não seriam mais metáforas, mas simplesmente expressões fossilizadas na língua e que não teriam mais uso metafórico. • vivas, as que se realizariam como metáforas.
  • 4. • Hoje, porém, sabemos que a linguagem comum, a do cotidiano, é metafórica por excelência, crivada de metáforas, cujo uso é tão natural que nem as percebemos como tais (LAKOFF; JOHNSON, 1980). Até mesmo a linguagem científica, considerada neutra, literal, é impregnada de metáforas. Exemplo: nas pesquisas das ciências biológicas, as células são classificadas como tronco, idosas, mães, filhas e companheiras (CORACINI, 1991). Verifique a seguir, como as metáforas fazem parte de qualquer domínio da linguagem.
  • 5. o corpo humano é um contâiner de emoções; • o corpo humano é uma máquina; • o coração é uma bomba (bombeia sangue ao corpo todo); • o pâncreas é uma fábrica (de insulina); • os rins são caixas purificadoras de sangue; • os intestinos são vias de transporte de dejetos; • o ânus é a porta pela qual se expelem dejetos sólidos e • a uretra é a porta que expele líquidos; • as pernas e os pés são meios de locomoção, de transporte; • o cérebro é o contâiner de conhecimento, que envia impulsos a todo o corpo e é o comandante do corpo todo. É um computador.
  • 6. Na linha das emoções, temos: alma gêmea, a metade de sua laranja, minha cara metade... Nessa linha de pensamento, George Lakoff e Mark Johnson escrevem o livro Metáforas do Cotidiano Cotidiano (DICA: Metaphors We Live By, 1980), que viria a revolucionar a visão sobre as metáforas, na medida em que comprovam que elas regem, também, nosso modo diário de viver e descem aos detalhes mais simples do cotidiano, e de que modo nosso sistema conceitual – o pensamento humano - esculpe seu formato.
  • 7. São valiosas as contribuições desses autores para entendermos como as metáforas fazem realmente parte de nosso sistema conceitual/de pensamento, ditam e moldam o modo como são as coisas do mundo e das quais nos utilizamos no dia-a-dia. Mais exemplos disso seriam as inúmeras metáforas que encontramos na obra desses autores, como as de guerra, da raiva, de inflação, das ideias, dos alimentos e da vida, que eles veem como percurso a se trilhar (viagem). Veja como eles apontam e analisam as metáforas de modo bastante interessante. Primeiramente se referem ao conceito, depois às metáforas: conceito: mais é melhor (positivo). Exemplo: Ele é top de linha em termos de atleta; top model etc., em contraposição, menos é pior (negativo): jogador de futebol bola murcha, goleiro frangueiro, jogador perna de pau, ou cintura de cimento etc.; • conceito: para cima é bom. Exemplo: Ele está de alto astral, bem humorado, em ereção; • conceito: para baixo é ruim. Exemplo: Mauro está deprimido, com dificuldade de ereção, na fossa, no buraco, prá baixo...; • conceito: dinheiro é alimento. Exemplo: Na década de 1980, a inflação comia nossos salários; • conceito: ideias são valores. Exemplo: Otávio é rico de ideias e pobre de bolso. Os livros de Paulo Coelho vendem como água no mercado internacional;
  • 8. conceito: Ideias são pessoas. Exemplos: Einstein é o pai da física moderna. ”Dilma Rousseff é a mãe do PAC” (Presidente Lulla). Santos Dumont é o pai da aviação, apesar dos protestos dos americanos; • conceito: Ideias são plantas. Exemplos: As sementes de suas melhores ideias foram plantadas na juventude. Minhas ideias finalmente deram frutos. A linguística possui vários ramos. Que imaginação fertil a sua! Essa é uma ideia que eu gostaria de fazer germinar na sua cabeça. Os pensamentos de Wittgenstein foram semeados no século XX; • conceito: Amor é loucura. Exemplo: Estou louco por Juliana. Mariana o deixa maluco. Júlia me tira do sério; • conceito: Amor é guerra – Breno é conhecido por suas conquistas rápidas. Renata lutou pelo marido, mas a amante dele venceu a batalha. Ele usou mil estratégias para manter a esposa, mas a perdeu para um garotão mais jovem.
  • 9. Explicações sobre determinadas metáforas dadas pelos autores são particularmente destacáveis, como as de guerra. Vejamos. • Conceito - Argumento é guerra. Metáforas: Suas queixas são indefensáveis. Ele atacou cada ponto fraco de meu argumento. As críticas dele, construtivas ou não, atingiram o alvo. Eu derrubei todos os argumentos dela. Dalva nunca venceu uma discussão com o namorado. Você discorda de mim? Então atire!!! Se Marcos usar esta estratégia, o concorrente vai derrubá-la. Jane demoliu todas as minhas palavras e ideias. Precisamos criar estratégias para combater os argumentos dos nossos concorrentes. Só assim, venceremos a batalha. Se falharmos, seremos derrotados. É preciso enfrentar a situação. • conceito – A vida é uma viagem.
  • 10. • Exemplos: “Quem passou pela vida e não amou...”; “Nesta longa estrada da vida, vou correndo e não posso parar” (conhecida canção sertaneja). Meu percurso, ao longo dos anos, foi duro. Escolha os caminhos de sua vida. Ela fez a passagem desta (vida terrena) para a (vida eterna) melhor.
  • 11. • O ponto alto da teoria de Lakoff e Johnson (1980) é a afirmativa de que a linguagem está impregnada de metáforas. Isso trouxe uma nova visão sobre a mente e fez os estudiosos considerarem a metáfora como elemento significativo para o processo de entendimento sobre a própria compreensão humana e não mais como mero ornamento do discurso.
  • 12. • Na obra de Lakoff e Johnson, eles grafam em caixa alta a estrutura a qual denominam DOMÍNIO ALVO É DOMÍNIO FONTE, usada como forma mnemônica para se nomear esses mapeamentos metafóricos. Por exemplo, TEMPO (domínio fonte) É DINHEIRO (domínio alvo) se refere ao conjunto de conceitos compartilhados entre os domínios TEMPO e DINHEIRO. Exemplo: Enquanto você conversa fiado na reunião, perde tempo e dinheiro.
  • 13. Essa visão cognitivista de metáfora como conceitos abstratos cognitivos que subjazem ao pensamento humano, moldando a linguagem e o nosso modo de ver o mundo e de nos referirmos aos objetos que nos cercam, permite-nos identificar diversas metáforas conceituais; dentre elas destacamos duas: RAIVA - É LÍQUIDO EM UM RECIPIENTE SOB PRESSÃO. Explicação - o recipiente é o corpo humano com um líquido sendo aquecido. O líquido ferve, sobe e derrama, ou seja, o corpo se esquenta, fica vermelho/quente e a pessoa se descontrola. Ainda, sob pressão extrema, o líquido do recipiente, se lacrado, pode explodir e espalhar os pedaços, tudo, metaforicamente, simbolizando a raiva do ser humano. Exemplo: Carmem foi falando, falando e minha raiva subindo, subindo e aí derramou o caldo; explodi com palavrões e insultos!
  • 14. - IDEIAS SÃO ALIMENTO Os acionistas pareciam não ter engolido nenhuma das ideias que ele propôs. O que ele me disse não desce pela minha garganta. Stephannie devora dois livros por mês. Digerir (ideias), no entanto, não é mais considerada palavra metafórica, como apregoava a visão tradicional, mas literal, homônima de outro termo digerir. O que houve, então? É que, após convencionalizada, digerir se fossilizou como metáfora, congelando seu significado metafórico antigo como um novo significado literal (LAKOFF; JOHNSON, 1981). Viu como as metáforas são conceituais? Observem as que usamos aí atrás: fossilizou (virou fóssil; de fósseis, objetos mortos antigos), congelando (virou gelo; a água quando passa para o estado sólido). Por essas razões, e por outras tantas igualmente relevantes, para a linguística cognitiva, literal é linguagem impregnada de metáforas sistematicamente construídas.
  • 15. Assim, a metáfora digerir/engolir uma ideia não é mecanismo isolado, já que parte de um conjunto de outras expressões nas quais as ideias são faladas em termos de comida. Resumindo, há, segundo Lakoff e Johnson (1980), semelhanças que surgem como resultado de metáforas conceituais e essas semelhanças devem ser consideradas interacionais e não inerentes. Agora, um exemplo de DOMÍNIO ALVO É DOMÍNIO FONTE - MORTE (alvo) É VIAGEM (fonte). - Humberto passou desta para a melhor (faleceu).
  • 16. • Essa frase exemplo traz ainda outro mecanismo linguístico-semântico- discursivo; o eufemismo – aqui, o abrandamento de um acontecimento, a morte, exatamente como ocorre em: Sua mãe nos deixou. Sua mãe descansou. Sua mãe subiu no telhado... E, afinal, que tipo de fala os adultos usam para contar aos filhos que os pais morreram? Minha querida, seus pais não estão mais conosco; eles viajaram. Foram falar com Deus. • No português brasileiro, o DOMÍNIO FONTE MORTE tem metáforas interessantes. Veja: Jorge abotoou o paletó (está vestido com terno completo para ser enterrado); Joaquim esticou as canelas (rididez cadavérica); Marcos vestiu paletó de madeira (está no caixão); Geraldo bateu as pacueras; Daniel bateu as botas.
  • 17. • Segundo Lakoff e Johnson (1980), elas espelham as maneiras de pensar dos sujeitos de dada comunidade linguística. Assim, a questão sobre as metáforas não se posta simplesmente no estudo e análise das palavras, mas no fato de que o pensamento humano é metafórico.
  • 18. • E, em termos bem simples, a essência da metáfora consistiria em se experienciar uma coisa em termos de outra. Por isso, metáforas são analisadas como relações estáveis e sistemáticas entre o domínio - alvo e o domínio- fonte.
  • 19. • Como fenômeno, a metáfora envolveria ambos os mapeamentos conceituais e as estruturas linguísticas. Sob a perspectiva da teoria da metáfora conceitual, no entanto, a língua passaria a ocupar um segundo plano, no sentido de que o mapeamento é que rege o uso da linguagem e dos padrões de inferência do domínio fonte para o domínio alvo. Desse modo, como o enfoque se posta no mapeamento, o sintagma palavrão referir-se-ia ao mapeamento e não às estruturas linguísticas metafóricas, segundo Lakoff (in ORTONY, A.1993).
  • 20. • As ideias e exemplos sobre metáfora desenvolvidos até aqui estão longe de esgotar o trabalho dos linguistas norte-americanos citados, ou de outros estudos quaisquer, que são muitos, porque não cabe aqui neste caderno exaurir esse conteúdo, por questões de espaço e de delimitação do número de aulas da disciplina. Para maiores detalhes, pesquise os livros mencionados. • Feitas as considerações gerais e necessárias, passemos a um exemplo de como nosso sistema conceitual/pensamento humano elabora as metáforas. Vejamos a citação a seguir.
  • 21.
  • 22. Os sentidos de algumas palavras • https://youtu.be/F-qLUhbi1T8 • https://youtu.be/LViKSyVGY7E
  • 23. • Aguardando a turma para começar