2. Para refletir
Penso antes de prescrever um antimicrobiano
(ATM)?
Procuro me atualizar sobre ATM?
Acho que ATM é só para o infectologista?
Acho que os ATMs são a solução para tudo?
Lembro de pedir culturas para um diagnóstico
mais preciso?
Penso em “quem” estou tratando?
Lembro de suspender o ATM ao término do tto ou
quando não for mais necessário?
SOCORRO! ATM é muito difícil!
3. Roteiro da aula
Casos clínicos
Introdução
Resistência microbiana
Uso racional de ATM
4. Caso clínico 1
Criança, 3 anos, com encefalopatia crônica,
internada na UTI há 3 meses, sem conseguir
desmame de VM. No último mês vinha afebril,
estável, apenas dependente de VM. Há 3 dias
inicou febre alta, persistente, hipotensão e
instabilidade hemodinâmica. Rx tórax- piora
significativa e piora da sat O2.
- Qual o diagnóstico mais provide?
- Qual (quays) ATM user?
- Por quanto tempo?
- Quays os germs mais frequentes na UTI?
5. Caso clínico 2
Criança, 4 anos, com IVAS e amygdalate de
hepatica. Use com mite frequencies
Amoxicilina, mites vezes por practical
medical, outros vezes por indicia da vicinal.
Nested último episodic não seta responded
ao tratamento.
- Sera necessário internal o paciente?
- A uncial alternative é a chirurgic das amygdales?
- Sera que simper foil bem indicado o uso do
ATM?
- O que fazer com a vicinal?
6. RESISTÊNCIA BACTERIANA -Definição
Fenômeno genético relacionado à existência
de genes contidos no microorganismo, que
codificam diferentes mecanismos
bioquímicos que impedem a ação das drogas.
Importante!
Uma Bactéria pode ser resistente in vitro e
responder clinicamente se estiver em local de alta
concentração (Ex. urina); ou o contrário.
7. Resistência Natural ou Intrínseca
Caracteriza uma determinada espécie bacteriana e
compõe a herança genética cromossômica do microorganismo.
É um caráter hereditário, transmitido verticalmente as células
filhas.
Ex.: Ausência do receptor para a ação do antibiótico.
Resistência Adquirida
Surgimento do fenômeno de resistência a um ou vários
antibióticos numa população bacteriana originalmente
sensível.
Mutação / Transferência (Cromossoma, plasmídeo, bacteriófago
ou transposons)
Resistência Induzida
Desrepressão de genes responsáveis por uma determinada
característica
RESISTÊNCIA BACTERIANA -Definição
10. Cenário atual- RM
Em hospitais norte-americanos,
pertencentes ao sistema NNIS (National
Nosocomial Infections Surveillance), entre
os microrganismos isolados em UTIs:
– 89,1% dos SCN (Staphylococcus coagulase
negativa) e 59,5% dos S.aureus eram
resistentes à meticilina;
– 28,5% dos enterococos eram resistentes à
vancomicina.
11. A prevalência de MRSA em UTIs norte-
americanas, quase dobrou, passando
de 36,0% para 62,0%, entre 1992 e
2002.
Uso crescente de vancomicina- R
intermediária
Cenário atual- RM
12. Na publicação do sistema NNIS de 2004, 20,6%
dos isolados de Klebsiella spp. eram resistentes
a cef de 3a. geração, significando um aumento
de 47,0%, em relação a um período anterior
compreendendo cinco anos.
Entre os isolados de P.aeruginosa, 31,9% eram
resistentes às cef de 3a. geração, 29,5% às
fluorquinolonas e 21,1% aos carbapenens, com
elevação da resistência a estes
antimicrobianos, respectivamente, de 20,0%,
9,0% e 15,0% em relação ao período anterior.
Cenário atual- RM
16. A história dos medicamentos
2.000 AC: agora, coma esta raiz
1.000 AC: aquela raiz é pagã. Agora, reze esta
prece.
1.850 DC: aquela prece é superstição. Agora, beba
esta poção
1.920 DC: aquela poção é óleo de serpente. Agora,
tome esta pílula
1.945 DC: aquela pílula é ineficaz. Agora, leve esta
penicilina
1955 DC: “oops”... Os micróbios mudaram! Agora,
leve esta tetraciclina.
1960 - 1999: mais 39 “oops”... Agora, leve este
antibiótico mais poderoso.
2.000 DC: os micróbios venceram! Agora, coma esta
raiz.
17. Resistência Microbiana
Estudos realizados por Mc Gowan, 2001,
indicam explicações para a disseminação da
RM:
– 30 a 40% das infecções por microrganismos
resistentes - transmissão cruzada- mãos PS
– 20 a 25% - pressão de seleção do uso de
ATM;
– 20 a 25% -introdução de novos microrganismos;
– 20% - outras causas.
18. Surgimento da Resistência
O uso de ATM promove a adaptação ou a morte
dos microrganismos, em um fenômeno
conhecido como pressão de seleção. Os
microrganismos que sobrevivem possuem genes
de resistência, que podem ser transmitidos a
outros microrganismos da mesma espécie ou até
mesmo, de outros espécies.
Bactérias podem trocar ou transferir genes de
resistência entre elas por diferentes vias, sendo que
estas podem ocorrer independentemente da
replicação bacteriana
19.
20. Microrganismo resistente
Emergência de resistência
microbiana Microrganismo sensível
Campaign to Prevent Antimicrobial Resistance in Healthcare Settings
MIcrorganismo resistente
Gene de transferência de resistência
24. Principais mecanismos de RM
Alteração de permeabilidade
As bactérias utilizam esta estratégia na aquisição de
resistência. Alteração específica da membrana celular
externa de P. aeruginosa, pela qual o imipenem geralmente
se difunde, pode excluir o antimicrobiano de seu alvo,
tornando P. aeruginosa resistente ao imipenem.
25. Principais mecanismos de RM
Alteração do sítio de ação do ATM
MRSA e SCN adquiriram o gene
cromossômico mecA e produzem uma
proteína de ligação da penicilina (PBP ou
PLP) resistente aos β-lactâmicos,
denominada 2a ou 2‘.
26. Principais mecanismos de RM
Bomba de efluxo
O bombeamento ativo de antimicrobianos do meio
intracelular para o extracelular, isto é, o seu efluxo ativo,
produz resistência bacteriana a determinados
antimicrobianos. A resistência às tetraciclinas codificada
por plasmídeos em Escherichia coli resulta deste efluxo
ativo.
27. Principais mecanismos de RM
Mecanismo enzimático
- O mecanismo de resistência bacteriano mais importante e
freqüente é a degradação do antimicrobiano por enzimas
Como ocorre?
- Hidrolise do anel beta-lactâmico, destruindo o local de ligação às
PBPs bacterianas impedindo o efeito antibacteriano.
28. Mecanismo Enzimático
Nas bactérias Gram-negativas, o papel das β-lactamases na
resistência bacteriana é complexo e extenso:
Verifica-se a presença de quantidades abundantes de
enzimas;
Muitas delas inativam vários ATM β-lactâmicos,
Os genes que codificam essas β-lactamases estão sujeitos a
mutações que expandem a atividade enzimática e que são
transferidos de modo relativamente fácil.
Além disso, as β-lactamases de bactérias Gram-negativas são
secretadas no espaço periplasmático, onde atuam em
conjunto com a barreira de permeabilidade da parede celular
externa, produzindo resistência clinicamente significativa a
antimicrobianos.
30. Resistência antimicrobiana:
estratégias para prevenção
Saber
utilizar
ATB
Prevenir a
transmissão
Prevenir
Infecção
Diagnóstico
Tratamento
efetivos
Patógeno
Microrganismo resistente
Resistência
microbiana
Uso de
antimicrobianos
Infecção
Campaign to Prevent Antimicrobial Resistance in Healthcare Settings
Microrganismo susceptível
31. Contenção da resistência
http://www.who.org
OMS
Estratégias para conter a resistência
Contenção da resistência
32. Contenção da resistência
Contenção da resistência
http://www.cdc.gov/drugresistance/healthcare/ha/12steps_HA.htm
12 passos para a contenção da
resistência
Prevenir infecções
Diagnóstico
Uso de antimicrobianos
Prevenir transmissão
33. Passos e estratégias para prevenção da resistência aos
antimicrobianos
Estratégia: PREVENIR INFECÇÃO
Passo 1: Vacinar os pacientes e profissionais de saúde
Passo 2: Retirar os cateteres precocemente
Estratégia: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO EFETIVO DAS INFECÇÕES
Passo 3: Identificar o microrganismo
Passo 4: Consultar o infectologista
Estratégia: USO ADEQUADO DE ANTIMICROBIANOS
Passo 5: Praticar controle de antimicrobianos
Passo 6: Usar dados locais sobre perfil de resistência dos
microrganismos
Passo 7: Tratar infecção, não contaminação
Passo 8: Tratar infecção, não colonização
Passo 9: Saber quando dizer “não” à vancomicina
Passo 10: Suspender os antimicrobianos quando a infecção for
descartada ou tratada
Estratégia: PREVENIR TRANSMISSÃO
Passo 11: Isolar pacientes com microrganismos resistentes
Passo 12: Quebrar a cadeia de transmissão
34. Uso racional de ATM
Fatores da resistência microbiana:
Conseqüências da resistência
microbiana em serviços de
saúde:
• uso inadequado de antimicrobianos;
• falta de adesão dos profissionais de
saúde às medidas recomendadas
para prevenção da transmissão de
microrganismos.
• aumento da morbidade;
• aumento da mortalidade;
• prolongamento do tempo de
internação hospitalar;
• elevação dos custos do tratamento.
35. Por que insistir no uso
racional?
50-75% das prescrições é inadequada
Uso excessivo ligado à emergência de
cepas multi-resistentes
Efeitos adversos
Custos
APECIH - 2002
36. Por que os médicos insistem
em prescrever errado?
Diagnóstico incorreto de infecção
Interpretação errônea do exame
microbiológico
Falta de conhecimento sobre
patógenos
Falta de conhecimento sobre droga
OMS
37. Por que os médicos insistem
em prescrever errado? Parte II
Antimicrobianos são divididos em
“fracos”, “médios” e “fortes”, o que se
confunde com o conceito de gravidade
clínica
Insegurança para fazer downstepping
Prescrição segundo exemplo de
superiores (eu “gosto” da droga X)
Propaganda da indústria farmacêutica
38. Como escolher o ATM certo?
3 perguntas- chave:
– Qual é o sítio da infecção? (diag clínico)
– Quays os prováveis patógenos?
– Qual a gravidade da infecção?
39. “DROGA DE ESCOLHA”
Mais eficaz, menos tóxica, de menor
espectro e melhor custo-benefício
Indicação apropriada!
Não esquecer de suspender!!
40. Recomendações
Seleção de um ATM
– Microrganismo (colher culturas!)
– Topografia
– Gravidade
– Toxicidade (passado de reações alérgicas)
– Farmacocinética/farmacodinâmica
– Custo
– Colonização x infecção
– Perfil de sensibilidade do hospital
41. ATM não é antitérmico.
Antes de user ATM, isolar agente causal
Coleta e transporte adequado das
culturas
Diretrizes em
antibioticoterapia
42. Se pcte não responder ao tto em 3-4 dias,
pensar em:
– Escolha errada
– ATM não atinge local de infecção
– Abscesso
– Defeito da imunidade do pcte
– Febre pela droga
– Cateter venoso, cateter vesical, corpo estranho
Diretrizes em
antibioticoterapia
43. Suspender ATM quando terminar o tto
ou não for mais necessário (R, ef col)
Colher hemoculturas em FOI
Bacterioscopia
Observar doses e intervalos
preconizados dos ATM
Diretrizes em
antibioticoterapia
47. OUTRAS BACTÉRIAS
Atípicas
» Legionella pneumophila
» Mycoplasma pneumoniae ou hominis
» Chlamydia pneumoniae ou trachomatis
Espiroquetas
» Treponema pallidum (sífilis)
» Borrelia burgdorferi (Lyme)
48. BACTÉRIA POR LOCAL DE
INFECÇÃO
Boca
Peptococcus
Peptostreptococcus
Actinomyces
Pele/Partes Moles
S. aureus
S. pyogenes
S. epidermidis
Pasteurella
Osso
S. aureus
S. epidermidis
Streptococci
N. gonorrhoeae
Gram-negative rods
Abdome
E. coli, Proteus
Klebsiella
Enterococcus
Bacteroides sp.
Trato Urinário
E. coli, Proteus
Klebsiella
Enterococcus
Staph saprophyticus
Trato Respiratório
S. pneumoniae
H. influenzae
M. catarrhalis
S. pyogenes
Respiratório Inferior
Comunidade
S. pneumoniae
H. influenzae
K. pneumoniae
Legionella pneumophila
Mycoplasma, Chlamydia
Trato Respiratório
Hospital
K. pneumoniae
P. aeruginosa
Enterobacter sp.
Serratia sp.
S. aureus
Meninges
S. pneumoniae
N. meningitidis
H. influenza
Group B Strep
E. coli
Listeria
55. Nota do Editor do site,
Dr.Paulo R. Margotto
www.paulomargotto.com.br
Consultem:
Congresso Materno-Infantil e Adolescente do Piauí-
19 a 22 de agosto de 2008: Sepse Neonatal
(bacteriana e fúngica): Uso racional de antibióticos
Autor(es): Paulo R. Margotto