SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 55
Conversão para AB
Módulo IX
Agricultura Biológica
CONVERSÃO
Medidas chave
exemplos
Introdução
A Agricultura Biológica exige, na maior parte dos casos, prevenir
o problema antes de surgir, não tratar o problema quando
aparece.
A maioria dos novos aderentes, no período de conversão, tem
dificuldade em aceitar e gerir este aspecto.
Por vezes, os produtores em AB aceitam perdas para ganharem
experiência, enquanto o agro-sistema está num processo de
ganho de segurança, através da fertilidade do solo e da
diversidade vegetal e animal.
Introdução
De acordo com o Reg. (CE) 834/2007, os princípios da AB
devem de ter sido aplicados nas parcelas durante um período
de conversão de pelo menos dois anos antes da sementeira
ou, no caso de culturas perenes que não prados, pelo menos
três anos antes da primeira colheita.
O Organismo (Privado) de Controlo e Certificação (OC), com a
aprovação do MADRP, decide, em certos casos, alargar ou
encurtar este período tendo em atenção a utilização anterior
da parcela.
(Carne) * BOVINOS (Leite) - 6 meses
Semanas
Semanas
Chaves para o sucesso da conversão
 Estar disposto a apreender o funcionamento dos
agro-sistemas
 A fertilidade e a actividade biológica do solo devem
ser mantidas ou incrementadas
 A diversidade vegetal e animal deve ser incrementada
 O mercado da AB precisa especial atenção e
conhecimento
 Estar disposto a apreender o funcionamento
dos agro-sistemas
A primeira mudança exige passar da fase de tratar o problema à
fase de tratar a causa do problema.
Chama-se prevenção. Alguns agricultores bem intencionados
nunca chegam a compreender esta aproximação.
Tal como qualquer outro agro-sistema, a AB deve ser adaptada
à situação individual da exploração.
AB é provavelmente mais dependente do que os sistemas
convencionais da integração dos factores: cultura, solo e
produção animal.
 Estar disposto a apreender o funcionamento
dos agro-sistemas
Os agricultores devem considerar com ponderação rotações de
culturas, fertilidade do solo e trabalho do solo no
planeamento da transição para AB.
Devem-se preparar para usar adubos verdes e rotações bem
planeadas para mudar a ecologia da parcela, dificultando o
habitat para pragas, doenças e infestantes.
Devem-se preparar para saber lidar com a sanidade animal
controlando primariamente com medidas preventivas, tais
como rotação das pastagens, dieta equilibrada, vazios
sanitários e redução do stress.
voltar “Chaves…”
 A fertilidade e a act. biológica do solo devem
ser mantidas ou incrementadas
O primeiro passo é a incorporação no solo de MO, compostada
ou não, de acordo com as regras dos Reg. 834/2007 e
889/2008.
Cientistas e agricultores têm evidências seguras de que a
resistência das plantas a pragas e doenças, está fortemente
relacionada com o solo onde crescem, com o teor de húmus,
constituinte de primordial importância.
 A fertilidade e a act. biológica do solo devem
ser mantidas ou incrementadas
Aumento da actividade biológica
Gestão dos resíduos de cultura
Utilização de adubos verdes
Utilização de estrumes
Utilização de resíduos de florestas e matas
Compostagem
Gestão de adventícias
Correcção de pH
Aumento da actividade biológica
Os organismos do solo, desde bactérias e fungos aos
protozoários e nemátodos, chegando aos ácaros, e às
minhocas, são responsáveis pela manutenção de altos
níveis de fertilidade.
Uma manutenção do solo adequada ajuda os microrganismos
a manterem a fertilidade.
Uma gestão convencional do solo meramente sibstitui um
sistema químico simplificado para assegurar os nutrientes às
plantas.
Aumento da actividade biológica
Minhocas
Aumento da actividade biológica
Logo que um ecossistema solo saudável é desorganizado pelo
uso excessivo de fertilizantes sintéticos solúveis, a sua
recuperação pode ser um processo longo e dispendioso.
Em muitos casos, o uso excessivo de energia do petróleo em
fertilizantes e pesticidas destruiu a fertilidade biológica do
solo.
Só com uma boa gestão do solo, baseada na suficiente adição
de MO e com um mínimo de perturbação podemos ter uma
boa actividade biológica.
Gestão dos resíduos de cultura
A manutenção dos resíduos de cultura é um aspecto chave da
manutenção do solo. Resíduos de cultura devolvem MO ao
solo, e os resíduos deixados sobre a superfície ajudam a
prevenir a erosão e a conservar a humidade do solo.
Alqueives de Verão com mobilizações frequentes não é uma
prática de manutenção do solo sustentável dado que deixa o
solo nu e mais susceptível à erosão e excesso de
evaporação.
Gestão dos resíduos de cultura
Resíduos
de cultura
Gestão dos resíduos de cultura
As culturas diferem na quantidade de resíduos que deixam e na
contribuição desses resíduos para a fertilidade do solo.
Certas culturas, como ervilha, feijão, lentilha and batata,
produzem poucos resíduos e podem deixar o solo mais
susceptível à erosão. Tais culturas devem entrar em rotações
com cereais que produzem maior quantidade de rsíduos.
Nos pomares, olivais e vinhas, a lenha de poda deve ficar à
superfície, ou enterrada depois de destroçada.
Gestão dos resíduos de cultura
Lenha de poda
Utilização de adubos verdes
A manutenção da fertilidade do solo com adubos verdes é muito
importante, especialmente com leguminosas.
Uma cultura de cobertura enterrada enquanto verde é
designada por adubo verde. A sua importância deve-se à
nutrição do solo e à manutenção da MO.
Trata-se de uma fonte de alimentação para os
microrganismos do solo e minhocas.
Rhizobium nas raízes das leguminosas desempenha um papel
essencial, sendo uma forma ecológica de adubação azotada.
Utilização de adubos verdes
Rhizobium
Utilização de adubos verdes
Durante o processo de decomposição pelos organismos do
solo, MO e nutrientes ficam disponíveis para as plantas.
Benefícios adicionais incluem o controlo das infestantes e
repressão de fungos patogénicos do solo.
Nos pomares e vinhas, os adubos verdes são semeados ao caír
da folha, e crescem até à Primavera enquanto não competem
com a cultura pela humidade.
O seu enterramento acontece com frequência por altura da
floração, quando a sua decomposição é ainda fácil.
Utilização de estrumes
Estrume fresco é um excelente fertilizante na AB e é
tradicionalmente um fertilizante chave na gestão sustentável
do solo.
Fornece nutrientes e MO, estimula os processos biológicos no
solo que ajudam a melhorar a fertilidade.
No entanto, é mais eficaz quando usado com outras práticas
sustentáveis: rotação de culturas, adubos verdes, cobertura
do solo, correcção do solo, e adição de outros fertilizantes
que não prejudicam a biologia do solo.
Utilização de estrumes
Outros fertilizantes orgânicos ou minerais, mencionados no
Anexo I do Reg. 889/2008, podem ser aplicados apenas
nos casos em que uma nutrição adequada o exija.
Utilização de resíduos de florestas e matas
As limpezas das florestas e as indústrias das madeiras (não
tratadas) fornecem grandes quantidades de resíduos que
constituem MO válida para solos em AB.
Resíduos de limpeza das florestas para prevenção de fogos
são uma boa fonte, depois de destroçados, para produção de
composto.
Trata-se de uma boa maneira de incrementar o nível de MO dos
solos, se temos florestas, matas ou bosques nas
proximidades.
Utilização de resíduos de florestas e matas
Resíduos de floresta
depois de
destroçados
Compostagem
A manutenção do solo está no coração da AB: Não alimentem
as plantas. Alimentem o solo – as plantas terão mais
possibilidades de “olhar por elas próprias”.
A extrema complexidade que é uma boa manutenção do solo
pode, com propriedade ser sumarizada numa palavra:
compostagem.
Tudo o que vive morre e os seus componentes voltam ao solo
para para serem reciclados em novas vidas. Esta é uma lei
natural dos ciclos.
Compostagem
Pilha de
compostagem
Compostagem
Os agricultores em AB recomendam vivamente que os resíduos
de culturas e das florestas, estrumes e outros desperdícios
orgânicos passem pelo processo de compostagem antes de
os lançar ao solo.
Composto bem feito é o alimento ideal do solo. Esta é a melhor
forma de recuperar solos empobrecidos ou doentes, e
mantê-los com altos níveis de fertilidade.
Gestão de adventícias
A gestão de adventícias deve ser baseada na prevenção. À
medida que a saúde do solo cresce, as populações de
infestantes difíceis vão enfraquecendo.
As populações de infestantes vão enfraquecendo também com
as rotações de culturas, o seu corte antes da fase de
semente e evitando contaminações do exterior.
Algumas culturas podem crescer e competir (abafar) as
infestantes por luz e nutrientes.
Coberturas ajudam a suprimir infestantes, desde a barreira à
sua germinação.
Gestão de adventícias
Coberturas
(palha)
Gestão de adventícias
Coberturas
(trevos)
Gestão de adventícias
Por outro lado, há evidêncas que certas lantas usadas em
cobertura excretam pelas raízes substâncias alopáticas
(alelopatia negativa) ajudando a impedir a germinação de
infestantes.
Depois da germinação, as infestantes podem ser eliminadas por
monda térmica, monda mecânica com enterramento no solo
ou apenas por corte ou desroçamento em superfície.
Gestão de adventícias
Monda
térmica
(pela chama)
Correcção do pH
O pH do solo tem um efeito importante sobre a disponibilidade
dos nutrientes para as plantas. O pH óptimo situa-se no
intervalo 6,5-7.
Este intervalo de pH é também o ideal para a maioria dos
organismos do solo, incluindo minhocas. A manutenção do
pH neste intervalo é outra forma de manter a saúde e a
fertilidade do solo.
A forma mais vulgar de corrigir o pH é por adição de calcário
(solos ácidos). A aplicação de calcário deve ser fraccionada e
fora do período de vegetação.
 A diversidade vegetal e animal deve ser
incrementada
A conversão para AB deve acontecer em termos de
incremento da diversidade floral, com mais espécies
associadas com crescimento da fertilidade.
Ao mesmo tempo, o potencial de diversidade aumenta
como resultado da conversão para AB.
Um número mais elevado de insectos benéficos podem
ser encontrados em explorações em AB, com uma maior
diversidade de espécies vegetais.
 A diversidade vegetal e animal deve ser
incrementada
Outros invertebrados, tais como aranhas, são também afectados
pelo modo de produção, registando-se maior abundância e
mais espécies de aranhas nas culturas em MPB.
Populações de pequenos mamíferos diferem em termos de
tamanho e estrutura entre campos convencionais e
biológicos. Este aspecto terá, provavelmente, a ver com a
disponibilidade de comida e a riqueza da cobertura nos
campos e suas bordaduras.
 A diversidade vegetal e animal deve ser
incrementada
Manutenção das ervas e flores
Rotações de culturas
Pequenos charcos
Manutenção de árvores, sebes e refúgios
Protecção fitossanitária
Manutenção das ervas e flores
Nas bordaduras das parcelas, podem ser usadas misturas de
sementes de flores selvagens para criar ervamentos
permanentes, com benefícios ao nível do controlo de
infestantes e da conservação da vida selvagem.
Deixando a bordadura inculta no Verão, produz a sua própria
semente, e resulta um habitat melhorado para invertebrados.
Outra forma de incrementar a diversidade é a manutenção de
bandas de ervas ou flores selvagens, no meio das culturas,
para atracção de insectos auxiliares.
Manutenção de ervas e flores
Flores
Selvagens
em bandas
Rotações de culturas
Rotações são uma prática obrigatória para qualquer agricultura
sustentável e é uma parte integral do sistema.
São um processo chave no controlo de pragas, doenças e
infestantes.
O planeamento de uma rotação requer ao agricultor instalar a
mesma cultura durante períodos e localizações diferentes na
mesma parcela.
Rotações de culturas
Rotações
Rotações de culturas
Normalmente, a cultura sucessora deverá ser de uma espécie
diferente da cultura precedente.
Rotações podem também ser usadas para melhorar a fertilidade
do solo, reduzir a erosão (melhora a agregação do solo),
reduzir a pressão de pragas e doenças, e baixar o risco
financeiro no caso de falhanço de uma cultura.
A inclusão de uma leguminosa na rotação aumenta a
disponibilidade de azoto no solo.
Pequenos charcos
A manutenção de pequenos charcos promove a existência de
algumas espécies diferentes, e de pequenos animais, e a
diversidade dos recursos genéticos.
Trata-se de uma estratégia que favorece um habitat crucial para
vida selvagem.
Incultos encharcados estão entre os ecossistemas mais ricos
e produtivos. Uma grande variedade de micróbios, plantas,
insectos, anfíbeos, répteis, aves, peixes, e mamíferos podem
ser parte deste habitat.
Pequenos charcos
Charcos
Manutenção de árvores, sebes e refúgios
Os princípios da AB devem proteger e encorajar uma boa
manutenção dos habitats da exploração, tais como árvores e
sebes nas extremas das parcelas e refúgios para abrigo de
pequenos animais.
Tratam-se de uma componente importante da exploração AB
para a necessidade de manter os habitats dos predadores
naturais tais como insectos, aranhas, aves, para o controlo
das pragas.
Manutenção de árvores, sebes e refúgios
Sebes
Manutenção de árvores, sebes e refúgios
Refúgios
(oasis)
Protecção fitossanitária
No sistema biológico, o equilíbrio biológico é o principal
objectivo em vez da erradicação completa.
O equilíbrio biológico é mantido com a fauna auxiliar, que
mantém os insectos nocivos a baixos níveis.
Para atraír estes organismos úteis, os agricultores enriquecem
os habitats da exploração com sebes e bandas de flores
selvagens.
Se ataques severos, o Anexo II do Reg. (CE) 889/2008 permite
o uso de insecticidas bio-racionais (menos nocivos que os
convencionais), como último recurso.
Protecção fitossanitária
Insectos
úteis
Protecção fitossanitária
Estão incluidos microrganismos tais como
Beauveria bassiana (fungo que ataca uma vasta gama de
insectos nos estados de larva e adulto),
Bacillus thuringiensis,
soaps and mineral or vegetal oils que interferem com a
respiração dos insectos,
feromonas usadas em armadilhas para monitorização e como
disruptores do ciclo por confusão sexual,
botanical plant extracts tais como o neem (azadirachtin) que
interfere com vários processos metabólicos,
cupper and sulphur.
Protecção fitossanitária
Feromonas
 O mercado da AB precisa especial atenção e
conhecimento
Muitos agricultores, em particular os novos, querem iniciar a
produção sem pensar primeiro no mercado.
Um bom marketing é uma condicionante para o sucesso da
empresa agrícola. Há quem chegue a argumentar que é um
aspecto mais importante que a própria produção –
especialmente para agricultores que diversifiquem a oferta.
A diversificação para culturas menos comuns pode significar a
compreensão, ou mesmo a criação de novos sistemas de
mercado.
 O mercado da AB precisa especial atenção e
conhecimento
Circuitos de mercado já existentes muitas vezes não recebem
bem o novo produtor – especialmente o pequeno produtor.
Os agricultores podem assumir um maior controlo do mercado
saltando por cima dos canais tradicionais pela venda
directa, ao nível local e regional.
A venda dos produtos não começa após a produção, mas
bem antes da primeira semente na terra.
A comercialização focada no consumidor é o factor que mais
determina o sucesso da empresa.
 O mercado da AB precisa especial atenção e
conhecimento
Saltando os
canais
tradicionais
 O mercado da AB precisa especial atenção e
conhecimento
Assim, antes da conversão para AB:
A comercialização requer uma compreensão clara e astuta do
que os consumidores querem e a abilidade para lhes fazer
chegar os produtos, escolhendo os canais mais
apropriados.
Isso inclui
planeamento, preço, promoção e distribuição de produtos e
serviços aos consumidores, sejam certos sejam
potenciais.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Agricultura biológica
Agricultura biológicaAgricultura biológica
Agricultura biológicaMayjö .
 
Manejo de pragas - agricultura organica
Manejo de pragas - agricultura organicaManejo de pragas - agricultura organica
Manejo de pragas - agricultura organicapipesmythe
 
4.impactes e agricultura_biologica
4.impactes e agricultura_biologica4.impactes e agricultura_biologica
4.impactes e agricultura_biologicaGonçalo Simões
 
Agricultura biológica
Agricultura biológicaAgricultura biológica
Agricultura biológicaclaudialopes
 
Agricultura Biológica
Agricultura BiológicaAgricultura Biológica
Agricultura Biológicanikita72
 
Agricultura biológica
Agricultura biológicaAgricultura biológica
Agricultura biológicabia5
 
Agricultura Biológica vs Agricultura convencional
Agricultura Biológica vs Agricultura convencionalAgricultura Biológica vs Agricultura convencional
Agricultura Biológica vs Agricultura convencionalGeEc
 
Agricultura biológica
Agricultura biológicaAgricultura biológica
Agricultura biológicaPaula Tomaz
 
Agricultura Orgânica e Certificação - Canal com o Produtor
Agricultura Orgânica e Certificação - Canal com o ProdutorAgricultura Orgânica e Certificação - Canal com o Produtor
Agricultura Orgânica e Certificação - Canal com o ProdutorIdesam
 
Agricultura biológica
Agricultura biológicaAgricultura biológica
Agricultura biológicaSara Silva
 
Apostila agricultura orgânica
Apostila agricultura orgânicaApostila agricultura orgânica
Apostila agricultura orgânicamvezzone
 
Agricultura biológica
Agricultura biológicaAgricultura biológica
Agricultura biológicafranciscaf
 
Princípios da produção orgânica graexpoes
Princípios da produção orgânica   graexpoesPrincípios da produção orgânica   graexpoes
Princípios da produção orgânica graexpoesMoysés Galvão Veiga
 

Mais procurados (20)

Agricultura biológica
Agricultura biológicaAgricultura biológica
Agricultura biológica
 
Peq
PeqPeq
Peq
 
Manejo de pragas - agricultura organica
Manejo de pragas - agricultura organicaManejo de pragas - agricultura organica
Manejo de pragas - agricultura organica
 
AGRICULTURA BIOLÓGICA
AGRICULTURA BIOLÓGICAAGRICULTURA BIOLÓGICA
AGRICULTURA BIOLÓGICA
 
4.impactes e agricultura_biologica
4.impactes e agricultura_biologica4.impactes e agricultura_biologica
4.impactes e agricultura_biologica
 
Agricultura biológica
Agricultura biológicaAgricultura biológica
Agricultura biológica
 
Agricultura Biológica
Agricultura BiológicaAgricultura Biológica
Agricultura Biológica
 
Agricultura biológica
Agricultura biológicaAgricultura biológica
Agricultura biológica
 
Ii.fertilizacao do solo
Ii.fertilizacao do soloIi.fertilizacao do solo
Ii.fertilizacao do solo
 
Agricultura Biológica vs Agricultura convencional
Agricultura Biológica vs Agricultura convencionalAgricultura Biológica vs Agricultura convencional
Agricultura Biológica vs Agricultura convencional
 
Agricultura biológica
Agricultura biológicaAgricultura biológica
Agricultura biológica
 
Agricultura Orgânica e Certificação - Canal com o Produtor
Agricultura Orgânica e Certificação - Canal com o ProdutorAgricultura Orgânica e Certificação - Canal com o Produtor
Agricultura Orgânica e Certificação - Canal com o Produtor
 
Agricultura biológica
Agricultura biológicaAgricultura biológica
Agricultura biológica
 
A Agricultura Biológica
A Agricultura BiológicaA Agricultura Biológica
A Agricultura Biológica
 
Agricultura Biológica: O que é?
Agricultura Biológica: O que é?Agricultura Biológica: O que é?
Agricultura Biológica: O que é?
 
Apostila agricultura orgânica
Apostila agricultura orgânicaApostila agricultura orgânica
Apostila agricultura orgânica
 
Mi 4 parte ii_01-mpb-2021
Mi 4 parte ii_01-mpb-2021Mi 4 parte ii_01-mpb-2021
Mi 4 parte ii_01-mpb-2021
 
Agricultura biológica
Agricultura biológicaAgricultura biológica
Agricultura biológica
 
biologica
biologicabiologica
biologica
 
Princípios da produção orgânica graexpoes
Princípios da produção orgânica   graexpoesPrincípios da produção orgânica   graexpoes
Princípios da produção orgânica graexpoes
 

Semelhante a Guia para a conversão para Agricultura Biológica

001 fundamentos planta - apostila técnica
001   fundamentos planta - apostila técnica001   fundamentos planta - apostila técnica
001 fundamentos planta - apostila técnicaSaymon Acchile'
 
ProtecçãO E ConservaçãO Do Solo
ProtecçãO E ConservaçãO Do SoloProtecçãO E ConservaçãO Do Solo
ProtecçãO E ConservaçãO Do SoloRoberto Santos
 
Agroecologia por uma agricultura sustentável e lucrativa
Agroecologia por uma agricultura sustentável e lucrativaAgroecologia por uma agricultura sustentável e lucrativa
Agroecologia por uma agricultura sustentável e lucrativaReichard Felipe Kampmann
 
Sist agroflorest areas degradadas
Sist agroflorest areas degradadasSist agroflorest areas degradadas
Sist agroflorest areas degradadasAulas Abel
 
Curso de olericultura organica (horta legumes etc..)
Curso de olericultura organica (horta legumes etc..)Curso de olericultura organica (horta legumes etc..)
Curso de olericultura organica (horta legumes etc..)Bruno Da Montanha
 
Agricultura biologica
Agricultura biologicaAgricultura biologica
Agricultura biologicaRosa Almendra
 
Agroecologia Her.pptx
Agroecologia Her.pptxAgroecologia Her.pptx
Agroecologia Her.pptxGustavo382920
 
Ntddebiologiai adubaoverde-110906154518-phpapp02
Ntddebiologiai adubaoverde-110906154518-phpapp02Ntddebiologiai adubaoverde-110906154518-phpapp02
Ntddebiologiai adubaoverde-110906154518-phpapp02Danielle Severo Ramos
 
Urbanismo e Mobilidades
Urbanismo e MobilidadesUrbanismo e Mobilidades
Urbanismo e Mobilidadesscb.carlos
 
Solos Função Ambiental Aula gestão ambiental
Solos Função Ambiental Aula gestão ambientalSolos Função Ambiental Aula gestão ambiental
Solos Função Ambiental Aula gestão ambientalClaudioAdriano4
 
Sistema de-producao-de-alface-organico-ricardo-trippia
Sistema de-producao-de-alface-organico-ricardo-trippiaSistema de-producao-de-alface-organico-ricardo-trippia
Sistema de-producao-de-alface-organico-ricardo-trippiamvezzone
 
Sistema de-producao-de-alface-organico-ricardo-trippia
Sistema de-producao-de-alface-organico-ricardo-trippiaSistema de-producao-de-alface-organico-ricardo-trippia
Sistema de-producao-de-alface-organico-ricardo-trippiamvezzone
 
apostila Sistemas agroflorestais no semiarido brasileiro
apostila Sistemas agroflorestais no semiarido brasileiroapostila Sistemas agroflorestais no semiarido brasileiro
apostila Sistemas agroflorestais no semiarido brasileiroBruno Da Montanha
 
Manejo da Materia Orgânica
Manejo da Materia OrgânicaManejo da Materia Orgânica
Manejo da Materia OrgânicaBruno Anacleto
 

Semelhante a Guia para a conversão para Agricultura Biológica (20)

001 fundamentos planta - apostila técnica
001   fundamentos planta - apostila técnica001   fundamentos planta - apostila técnica
001 fundamentos planta - apostila técnica
 
ProtecçãO E ConservaçãO Do Solo
ProtecçãO E ConservaçãO Do SoloProtecçãO E ConservaçãO Do Solo
ProtecçãO E ConservaçãO Do Solo
 
Agroecologia por uma agricultura sustentável e lucrativa
Agroecologia por uma agricultura sustentável e lucrativaAgroecologia por uma agricultura sustentável e lucrativa
Agroecologia por uma agricultura sustentável e lucrativa
 
Sist agroflorest areas degradadas
Sist agroflorest areas degradadasSist agroflorest areas degradadas
Sist agroflorest areas degradadas
 
Curso de olericultura organica (horta legumes etc..)
Curso de olericultura organica (horta legumes etc..)Curso de olericultura organica (horta legumes etc..)
Curso de olericultura organica (horta legumes etc..)
 
Apostila agroflorestas
Apostila agroflorestasApostila agroflorestas
Apostila agroflorestas
 
Agricultura biologica
Agricultura biologicaAgricultura biologica
Agricultura biologica
 
Agroecologia Her.pptx
Agroecologia Her.pptxAgroecologia Her.pptx
Agroecologia Her.pptx
 
Ntddebiologiai adubaoverde-110906154518-phpapp02
Ntddebiologiai adubaoverde-110906154518-phpapp02Ntddebiologiai adubaoverde-110906154518-phpapp02
Ntddebiologiai adubaoverde-110906154518-phpapp02
 
Adubação Verde
Adubação VerdeAdubação Verde
Adubação Verde
 
Adubação Verde
Adubação VerdeAdubação Verde
Adubação Verde
 
Urbanismo e Mobilidades
Urbanismo e MobilidadesUrbanismo e Mobilidades
Urbanismo e Mobilidades
 
Agrucultura e química
Agrucultura e químicaAgrucultura e química
Agrucultura e química
 
Introducao-AGRICULTURA-ORGANICA
Introducao-AGRICULTURA-ORGANICAIntroducao-AGRICULTURA-ORGANICA
Introducao-AGRICULTURA-ORGANICA
 
Solos Função Ambiental Aula gestão ambiental
Solos Função Ambiental Aula gestão ambientalSolos Função Ambiental Aula gestão ambiental
Solos Função Ambiental Aula gestão ambiental
 
Sistema de-producao-de-alface-organico-ricardo-trippia
Sistema de-producao-de-alface-organico-ricardo-trippiaSistema de-producao-de-alface-organico-ricardo-trippia
Sistema de-producao-de-alface-organico-ricardo-trippia
 
Sistema de-producao-de-alface-organico-ricardo-trippia
Sistema de-producao-de-alface-organico-ricardo-trippiaSistema de-producao-de-alface-organico-ricardo-trippia
Sistema de-producao-de-alface-organico-ricardo-trippia
 
apostila Sistemas agroflorestais no semiarido brasileiro
apostila Sistemas agroflorestais no semiarido brasileiroapostila Sistemas agroflorestais no semiarido brasileiro
apostila Sistemas agroflorestais no semiarido brasileiro
 
Manejo da Materia Orgânica
Manejo da Materia OrgânicaManejo da Materia Orgânica
Manejo da Materia Orgânica
 
Tecnicas
TecnicasTecnicas
Tecnicas
 

Mais de Consultua Ensino e Formação Profissional, Lda

Mais de Consultua Ensino e Formação Profissional, Lda (20)

Mviii cots intervenção tecnico-pedagógica do formador
Mviii cots intervenção tecnico-pedagógica do formadorMviii cots intervenção tecnico-pedagógica do formador
Mviii cots intervenção tecnico-pedagógica do formador
 
Mviii cots intervenção tecnico-pedagógica do formador
Mviii cots intervenção tecnico-pedagógica do formadorMviii cots intervenção tecnico-pedagógica do formador
Mviii cots intervenção tecnico-pedagógica do formador
 
4 produtos fitofarmaceuticos
4 produtos fitofarmaceuticos4 produtos fitofarmaceuticos
4 produtos fitofarmaceuticos
 
Introd
IntrodIntrod
Introd
 
Modulo i pf
Modulo i  pfModulo i  pf
Modulo i pf
 
Manual acolhimento
Manual acolhimentoManual acolhimento
Manual acolhimento
 
Ii.4
Ii.4Ii.4
Ii.4
 
Ii.3
Ii.3Ii.3
Ii.3
 
apresentacao_curso_MPB_FNF
apresentacao_curso_MPB_FNFapresentacao_curso_MPB_FNF
apresentacao_curso_MPB_FNF
 
Manual acolhimento
Manual acolhimentoManual acolhimento
Manual acolhimento
 
Metodologia avaliacao de rega de pivot 2021-10
Metodologia avaliacao de rega de pivot  2021-10Metodologia avaliacao de rega de pivot  2021-10
Metodologia avaliacao de rega de pivot 2021-10
 
Metodologia avaliacao de rega de aspersão 2021-11
Metodologia avaliacao de rega de aspersão   2021-11Metodologia avaliacao de rega de aspersão   2021-11
Metodologia avaliacao de rega de aspersão 2021-11
 
09 11 2021 auditoria da rega localizada
09 11 2021 auditoria da rega localizada09 11 2021 auditoria da rega localizada
09 11 2021 auditoria da rega localizada
 
09 11 2021 auditoria da rega localizada
09 11 2021 auditoria da rega localizada09 11 2021 auditoria da rega localizada
09 11 2021 auditoria da rega localizada
 
Ii.4 avaliacao sistema de rega geral uniformidade de rega apresentacao de 8 11
Ii.4 avaliacao sistema de rega geral uniformidade de rega apresentacao de 8 11Ii.4 avaliacao sistema de rega geral uniformidade de rega apresentacao de 8 11
Ii.4 avaliacao sistema de rega geral uniformidade de rega apresentacao de 8 11
 
Ii.4 avaliacao sistema de rega geral eficiência de aplicacao apresentacao de ...
Ii.4 avaliacao sistema de rega geral eficiência de aplicacao apresentacao de ...Ii.4 avaliacao sistema de rega geral eficiência de aplicacao apresentacao de ...
Ii.4 avaliacao sistema de rega geral eficiência de aplicacao apresentacao de ...
 
Ii.3 tecnicas de medicao de pressao apresentação 2021
Ii.3 tecnicas de medicao de pressao apresentação 2021Ii.3 tecnicas de medicao de pressao apresentação 2021
Ii.3 tecnicas de medicao de pressao apresentação 2021
 
Avaliação sistema de rega aspersão
Avaliação sistema de rega aspersãoAvaliação sistema de rega aspersão
Avaliação sistema de rega aspersão
 
Avaliação da rega localizada
Avaliação da rega localizadaAvaliação da rega localizada
Avaliação da rega localizada
 
Avaliação sistema de rega geral
Avaliação sistema de rega geralAvaliação sistema de rega geral
Avaliação sistema de rega geral
 

Guia para a conversão para Agricultura Biológica

  • 3. Introdução A Agricultura Biológica exige, na maior parte dos casos, prevenir o problema antes de surgir, não tratar o problema quando aparece. A maioria dos novos aderentes, no período de conversão, tem dificuldade em aceitar e gerir este aspecto. Por vezes, os produtores em AB aceitam perdas para ganharem experiência, enquanto o agro-sistema está num processo de ganho de segurança, através da fertilidade do solo e da diversidade vegetal e animal.
  • 4. Introdução De acordo com o Reg. (CE) 834/2007, os princípios da AB devem de ter sido aplicados nas parcelas durante um período de conversão de pelo menos dois anos antes da sementeira ou, no caso de culturas perenes que não prados, pelo menos três anos antes da primeira colheita. O Organismo (Privado) de Controlo e Certificação (OC), com a aprovação do MADRP, decide, em certos casos, alargar ou encurtar este período tendo em atenção a utilização anterior da parcela.
  • 5.
  • 6. (Carne) * BOVINOS (Leite) - 6 meses Semanas Semanas
  • 7. Chaves para o sucesso da conversão  Estar disposto a apreender o funcionamento dos agro-sistemas  A fertilidade e a actividade biológica do solo devem ser mantidas ou incrementadas  A diversidade vegetal e animal deve ser incrementada  O mercado da AB precisa especial atenção e conhecimento
  • 8.  Estar disposto a apreender o funcionamento dos agro-sistemas A primeira mudança exige passar da fase de tratar o problema à fase de tratar a causa do problema. Chama-se prevenção. Alguns agricultores bem intencionados nunca chegam a compreender esta aproximação. Tal como qualquer outro agro-sistema, a AB deve ser adaptada à situação individual da exploração. AB é provavelmente mais dependente do que os sistemas convencionais da integração dos factores: cultura, solo e produção animal.
  • 9.  Estar disposto a apreender o funcionamento dos agro-sistemas Os agricultores devem considerar com ponderação rotações de culturas, fertilidade do solo e trabalho do solo no planeamento da transição para AB. Devem-se preparar para usar adubos verdes e rotações bem planeadas para mudar a ecologia da parcela, dificultando o habitat para pragas, doenças e infestantes. Devem-se preparar para saber lidar com a sanidade animal controlando primariamente com medidas preventivas, tais como rotação das pastagens, dieta equilibrada, vazios sanitários e redução do stress. voltar “Chaves…”
  • 10.  A fertilidade e a act. biológica do solo devem ser mantidas ou incrementadas O primeiro passo é a incorporação no solo de MO, compostada ou não, de acordo com as regras dos Reg. 834/2007 e 889/2008. Cientistas e agricultores têm evidências seguras de que a resistência das plantas a pragas e doenças, está fortemente relacionada com o solo onde crescem, com o teor de húmus, constituinte de primordial importância.
  • 11.  A fertilidade e a act. biológica do solo devem ser mantidas ou incrementadas Aumento da actividade biológica Gestão dos resíduos de cultura Utilização de adubos verdes Utilização de estrumes Utilização de resíduos de florestas e matas Compostagem Gestão de adventícias Correcção de pH
  • 12. Aumento da actividade biológica Os organismos do solo, desde bactérias e fungos aos protozoários e nemátodos, chegando aos ácaros, e às minhocas, são responsáveis pela manutenção de altos níveis de fertilidade. Uma manutenção do solo adequada ajuda os microrganismos a manterem a fertilidade. Uma gestão convencional do solo meramente sibstitui um sistema químico simplificado para assegurar os nutrientes às plantas.
  • 13. Aumento da actividade biológica Minhocas
  • 14. Aumento da actividade biológica Logo que um ecossistema solo saudável é desorganizado pelo uso excessivo de fertilizantes sintéticos solúveis, a sua recuperação pode ser um processo longo e dispendioso. Em muitos casos, o uso excessivo de energia do petróleo em fertilizantes e pesticidas destruiu a fertilidade biológica do solo. Só com uma boa gestão do solo, baseada na suficiente adição de MO e com um mínimo de perturbação podemos ter uma boa actividade biológica.
  • 15. Gestão dos resíduos de cultura A manutenção dos resíduos de cultura é um aspecto chave da manutenção do solo. Resíduos de cultura devolvem MO ao solo, e os resíduos deixados sobre a superfície ajudam a prevenir a erosão e a conservar a humidade do solo. Alqueives de Verão com mobilizações frequentes não é uma prática de manutenção do solo sustentável dado que deixa o solo nu e mais susceptível à erosão e excesso de evaporação.
  • 16. Gestão dos resíduos de cultura Resíduos de cultura
  • 17. Gestão dos resíduos de cultura As culturas diferem na quantidade de resíduos que deixam e na contribuição desses resíduos para a fertilidade do solo. Certas culturas, como ervilha, feijão, lentilha and batata, produzem poucos resíduos e podem deixar o solo mais susceptível à erosão. Tais culturas devem entrar em rotações com cereais que produzem maior quantidade de rsíduos. Nos pomares, olivais e vinhas, a lenha de poda deve ficar à superfície, ou enterrada depois de destroçada.
  • 18. Gestão dos resíduos de cultura Lenha de poda
  • 19. Utilização de adubos verdes A manutenção da fertilidade do solo com adubos verdes é muito importante, especialmente com leguminosas. Uma cultura de cobertura enterrada enquanto verde é designada por adubo verde. A sua importância deve-se à nutrição do solo e à manutenção da MO. Trata-se de uma fonte de alimentação para os microrganismos do solo e minhocas. Rhizobium nas raízes das leguminosas desempenha um papel essencial, sendo uma forma ecológica de adubação azotada.
  • 20. Utilização de adubos verdes Rhizobium
  • 21. Utilização de adubos verdes Durante o processo de decomposição pelos organismos do solo, MO e nutrientes ficam disponíveis para as plantas. Benefícios adicionais incluem o controlo das infestantes e repressão de fungos patogénicos do solo. Nos pomares e vinhas, os adubos verdes são semeados ao caír da folha, e crescem até à Primavera enquanto não competem com a cultura pela humidade. O seu enterramento acontece com frequência por altura da floração, quando a sua decomposição é ainda fácil.
  • 22. Utilização de estrumes Estrume fresco é um excelente fertilizante na AB e é tradicionalmente um fertilizante chave na gestão sustentável do solo. Fornece nutrientes e MO, estimula os processos biológicos no solo que ajudam a melhorar a fertilidade. No entanto, é mais eficaz quando usado com outras práticas sustentáveis: rotação de culturas, adubos verdes, cobertura do solo, correcção do solo, e adição de outros fertilizantes que não prejudicam a biologia do solo.
  • 23. Utilização de estrumes Outros fertilizantes orgânicos ou minerais, mencionados no Anexo I do Reg. 889/2008, podem ser aplicados apenas nos casos em que uma nutrição adequada o exija.
  • 24. Utilização de resíduos de florestas e matas As limpezas das florestas e as indústrias das madeiras (não tratadas) fornecem grandes quantidades de resíduos que constituem MO válida para solos em AB. Resíduos de limpeza das florestas para prevenção de fogos são uma boa fonte, depois de destroçados, para produção de composto. Trata-se de uma boa maneira de incrementar o nível de MO dos solos, se temos florestas, matas ou bosques nas proximidades.
  • 25. Utilização de resíduos de florestas e matas Resíduos de floresta depois de destroçados
  • 26. Compostagem A manutenção do solo está no coração da AB: Não alimentem as plantas. Alimentem o solo – as plantas terão mais possibilidades de “olhar por elas próprias”. A extrema complexidade que é uma boa manutenção do solo pode, com propriedade ser sumarizada numa palavra: compostagem. Tudo o que vive morre e os seus componentes voltam ao solo para para serem reciclados em novas vidas. Esta é uma lei natural dos ciclos.
  • 28. Compostagem Os agricultores em AB recomendam vivamente que os resíduos de culturas e das florestas, estrumes e outros desperdícios orgânicos passem pelo processo de compostagem antes de os lançar ao solo. Composto bem feito é o alimento ideal do solo. Esta é a melhor forma de recuperar solos empobrecidos ou doentes, e mantê-los com altos níveis de fertilidade.
  • 29. Gestão de adventícias A gestão de adventícias deve ser baseada na prevenção. À medida que a saúde do solo cresce, as populações de infestantes difíceis vão enfraquecendo. As populações de infestantes vão enfraquecendo também com as rotações de culturas, o seu corte antes da fase de semente e evitando contaminações do exterior. Algumas culturas podem crescer e competir (abafar) as infestantes por luz e nutrientes. Coberturas ajudam a suprimir infestantes, desde a barreira à sua germinação.
  • 32. Gestão de adventícias Por outro lado, há evidêncas que certas lantas usadas em cobertura excretam pelas raízes substâncias alopáticas (alelopatia negativa) ajudando a impedir a germinação de infestantes. Depois da germinação, as infestantes podem ser eliminadas por monda térmica, monda mecânica com enterramento no solo ou apenas por corte ou desroçamento em superfície.
  • 34. Correcção do pH O pH do solo tem um efeito importante sobre a disponibilidade dos nutrientes para as plantas. O pH óptimo situa-se no intervalo 6,5-7. Este intervalo de pH é também o ideal para a maioria dos organismos do solo, incluindo minhocas. A manutenção do pH neste intervalo é outra forma de manter a saúde e a fertilidade do solo. A forma mais vulgar de corrigir o pH é por adição de calcário (solos ácidos). A aplicação de calcário deve ser fraccionada e fora do período de vegetação.
  • 35.  A diversidade vegetal e animal deve ser incrementada A conversão para AB deve acontecer em termos de incremento da diversidade floral, com mais espécies associadas com crescimento da fertilidade. Ao mesmo tempo, o potencial de diversidade aumenta como resultado da conversão para AB. Um número mais elevado de insectos benéficos podem ser encontrados em explorações em AB, com uma maior diversidade de espécies vegetais.
  • 36.  A diversidade vegetal e animal deve ser incrementada Outros invertebrados, tais como aranhas, são também afectados pelo modo de produção, registando-se maior abundância e mais espécies de aranhas nas culturas em MPB. Populações de pequenos mamíferos diferem em termos de tamanho e estrutura entre campos convencionais e biológicos. Este aspecto terá, provavelmente, a ver com a disponibilidade de comida e a riqueza da cobertura nos campos e suas bordaduras.
  • 37.  A diversidade vegetal e animal deve ser incrementada Manutenção das ervas e flores Rotações de culturas Pequenos charcos Manutenção de árvores, sebes e refúgios Protecção fitossanitária
  • 38. Manutenção das ervas e flores Nas bordaduras das parcelas, podem ser usadas misturas de sementes de flores selvagens para criar ervamentos permanentes, com benefícios ao nível do controlo de infestantes e da conservação da vida selvagem. Deixando a bordadura inculta no Verão, produz a sua própria semente, e resulta um habitat melhorado para invertebrados. Outra forma de incrementar a diversidade é a manutenção de bandas de ervas ou flores selvagens, no meio das culturas, para atracção de insectos auxiliares.
  • 39. Manutenção de ervas e flores Flores Selvagens em bandas
  • 40. Rotações de culturas Rotações são uma prática obrigatória para qualquer agricultura sustentável e é uma parte integral do sistema. São um processo chave no controlo de pragas, doenças e infestantes. O planeamento de uma rotação requer ao agricultor instalar a mesma cultura durante períodos e localizações diferentes na mesma parcela.
  • 42. Rotações de culturas Normalmente, a cultura sucessora deverá ser de uma espécie diferente da cultura precedente. Rotações podem também ser usadas para melhorar a fertilidade do solo, reduzir a erosão (melhora a agregação do solo), reduzir a pressão de pragas e doenças, e baixar o risco financeiro no caso de falhanço de uma cultura. A inclusão de uma leguminosa na rotação aumenta a disponibilidade de azoto no solo.
  • 43. Pequenos charcos A manutenção de pequenos charcos promove a existência de algumas espécies diferentes, e de pequenos animais, e a diversidade dos recursos genéticos. Trata-se de uma estratégia que favorece um habitat crucial para vida selvagem. Incultos encharcados estão entre os ecossistemas mais ricos e produtivos. Uma grande variedade de micróbios, plantas, insectos, anfíbeos, répteis, aves, peixes, e mamíferos podem ser parte deste habitat.
  • 45. Manutenção de árvores, sebes e refúgios Os princípios da AB devem proteger e encorajar uma boa manutenção dos habitats da exploração, tais como árvores e sebes nas extremas das parcelas e refúgios para abrigo de pequenos animais. Tratam-se de uma componente importante da exploração AB para a necessidade de manter os habitats dos predadores naturais tais como insectos, aranhas, aves, para o controlo das pragas.
  • 46. Manutenção de árvores, sebes e refúgios Sebes
  • 47. Manutenção de árvores, sebes e refúgios Refúgios (oasis)
  • 48. Protecção fitossanitária No sistema biológico, o equilíbrio biológico é o principal objectivo em vez da erradicação completa. O equilíbrio biológico é mantido com a fauna auxiliar, que mantém os insectos nocivos a baixos níveis. Para atraír estes organismos úteis, os agricultores enriquecem os habitats da exploração com sebes e bandas de flores selvagens. Se ataques severos, o Anexo II do Reg. (CE) 889/2008 permite o uso de insecticidas bio-racionais (menos nocivos que os convencionais), como último recurso.
  • 50. Protecção fitossanitária Estão incluidos microrganismos tais como Beauveria bassiana (fungo que ataca uma vasta gama de insectos nos estados de larva e adulto), Bacillus thuringiensis, soaps and mineral or vegetal oils que interferem com a respiração dos insectos, feromonas usadas em armadilhas para monitorização e como disruptores do ciclo por confusão sexual, botanical plant extracts tais como o neem (azadirachtin) que interfere com vários processos metabólicos, cupper and sulphur.
  • 52.  O mercado da AB precisa especial atenção e conhecimento Muitos agricultores, em particular os novos, querem iniciar a produção sem pensar primeiro no mercado. Um bom marketing é uma condicionante para o sucesso da empresa agrícola. Há quem chegue a argumentar que é um aspecto mais importante que a própria produção – especialmente para agricultores que diversifiquem a oferta. A diversificação para culturas menos comuns pode significar a compreensão, ou mesmo a criação de novos sistemas de mercado.
  • 53.  O mercado da AB precisa especial atenção e conhecimento Circuitos de mercado já existentes muitas vezes não recebem bem o novo produtor – especialmente o pequeno produtor. Os agricultores podem assumir um maior controlo do mercado saltando por cima dos canais tradicionais pela venda directa, ao nível local e regional. A venda dos produtos não começa após a produção, mas bem antes da primeira semente na terra. A comercialização focada no consumidor é o factor que mais determina o sucesso da empresa.
  • 54.  O mercado da AB precisa especial atenção e conhecimento Saltando os canais tradicionais
  • 55.  O mercado da AB precisa especial atenção e conhecimento Assim, antes da conversão para AB: A comercialização requer uma compreensão clara e astuta do que os consumidores querem e a abilidade para lhes fazer chegar os produtos, escolhendo os canais mais apropriados. Isso inclui planeamento, preço, promoção e distribuição de produtos e serviços aos consumidores, sejam certos sejam potenciais.