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Manejo Ecológico do Solo
Tereza Cristina de Oliveira Saminêz1
Francisco Vilela Resende2
Introdução
Nos sistemas naturais a ciclagem dos nutrientes ocorre através dos processos de
formação e decomposição da biomassa vegetal (fluxo orgânico) e através das entradas e
saídas de nutrientes por via não orgânica (fluxo mineral). O fluxo mineral é decorrente da
ação de agentes físicos, sendo as entradas via chuva, vento e decomposição de rochas e
as saídas por lixiviação, erosão e fixação (a curto prazo). Os ecossistemas naturais
possuem mecanismos para minimizar as perdas de nutrientes, sobretudo na vegetação
(Khatounian, 2001).
Nos agroecossitemas as principais saídas do fluxo mineral se dão por lixiviação,
erosão e exportação pelas culturas, e as entradas por fertilizantes e corretivos. A
capacidade de reserva de nutrientes dos solos, retenção de nutrientes no complexo
coloidal e matéria orgânica (MO), será maior quanto maior a presença de argilas do tipo
2:1 e teor de MO. Para os solos mais intemperizados, pobres em argilas 2:1 e MO, como
os de cerrado, maior é a importância do fluxo orgânico de nutrientes. A preservação dos
nutrientes nos solos dependerá diretamente do manejo do solo e da biomassa vegetal.
Assim, dependendo do manejo da biomassa vegetal dada pelo produtor, maior ou menor
será a quantidade de nutrientes a serem incorporados ao sistema, via adubação (fluxo
mineral). Segundo Hernani et al. (1995), como alternativas de manejo da biomassa
vegetal têm-se a rotação e consorciação de culturas, e o uso de espécies de adubos
verdes.
Preparo do solo
O conceito de solo como um corpo predominantemente mineral, morto,
focalizado no manejo agroquímico e como mero substrato para as plantas deve ser
abandonado pelo olericultor que se adentrar ao sistema orgânico de produção. Na
linha de raciocínio da agricultura orgânica o solo deve ser encarado como um
organismo vivo e sua fertilidade baseada em aspectos físicos, químicos e também
biológico, que no modelo convencional de agricultura é relegado a um segundo
plano.
Na olericultura convencional trabalha-se com intensa movimentação do solo
para construção de canteiros, leiras, abertura de covas e sulcos, muitas vezes
utilizando-se de intensa mecanização, que resultam na degradação física e
desequilíbrio biológico do solo. No sistema orgânico de produção de hortaliças deve-
1
Engª Agrª, Msc em Agronomia, Área de Concentração Solos, Pesquisadora da Embrapa Hortaliças.
Caixa Postal 218, CEP 70359-970 - Brasília –DF. E-mail: tereza@cnph.embrapa.br.
2
Eng° Agrº, Dr. em Fitotecnia, Pesquisador da Embrapa Hortaliças. E-mail: fresende@cnph.embrapa.br
Os tópicos bases e princípios de sistemas orgânicos, Planejamento da horta e Requisitos básicos
para produzir organicamente foram adaptados do texto de Carlos Armênio Khatounian.
2
se adotar uma abordagem conservacionista, evitando-se a mobilização excessiva e
compactação do solo.
O preparo do solo no primeiro ano de cultivo deve basear-se em aração,
gradagem e levantamento dos canteiros (Sudo et al., 1997). Nos anos subsequentes
evitar, na medida do possível, o uso de enxada rotativa e outros implementos que
causem degradação excessiva de solo. Recomenda-se um sistema de preparo de
solo com mecanização reduzida, deixando-o sempre protegido por cobertura morta
ou verde.
Os canteiros devem ter de 0,80 m a 1,0 m de largura, 15 a 20 cm de altura e
estar distanciados uns dos outros em aproximadamente 30 cm (Vieira et al., 1997).
Para hortaliças de canteiro ou leiras como alface, cenoura, alho, rúcula, batata-doce,
mandioquinha-salsa, etc, o olericultor orgânico pode trabalhar com canteiros ou
camalhões semi-defintivos reduzindo a freqüência de máquinas e implementos nas
áreas de produção. Desta forma, os canteiros são apenas reparados com enxadas,
após cada cultivo. A adubação orgânica é aplicada sobre os canteiros ou leiras e
sua incorporação feita pelos próprios organismos do solo.
O cultivo mínimo ou plantio direto é feito sobre a cobertura morta da cultura
anterior, normalmente adubos verdes ou restos culturais, sem que seja feito um novo
preparo de solo. As espécies a serem usadas como cobertura morta devem ser
selecionadas segundo seu potencial de formação de palhada. Coquetéis de
gramíneas e leguminosas, além de espécies de adubos verdes, podem ser utilizados
como formadores de palhada. Para isto é necessário aguardar até que as plantas
completem seu ciclo. São relatados com bons resultados os exemplos do plantio de
tomate e pimentão sobre palhada de aveia preta, e vagem e pepino sobre palhadas
de gramíneas. O cultivo mínimo e plantio direto são usados para cultivo orgânico de
hortaliças plantadas em covas e/ou sulcos como brássicas, cebola, pimentão,
quiabo, berinjela, jiló, tomate, promovendo revolvimento mínimo do solo e usados
espécies adequadas para formação de palhada.
Fertilidade do solo
A produção de hortaliças é uma atividade extremamante desgastante quanto
à fertilidade do solo. Apenas as forrageiras de corte, plantas para produção de
silagem ou feno causam maior impacto na fertilidade do solo do que as hortaliças.
Este desgaste se dá pelo uso intensivo do solo e retirada elevada de biomassa e
nutrientes da área (Esquema 1).
Portanto, ao iniciar o cultivo orgânico de hortaliças em uma área, é
fundamental a realização da análise química do solo para verificar seu pH e teores
totais de nutrientes e de matéria orgânica. Ao longo dos anos, análises periódicas
devem ser realizadas com o objetivo de acompanhar possíveis oscilações do pH e
dos teores de nutrientes totais. A manutenção do solo em equilíbrio é o foco principal
dos sistemas orgânicos de produção e a análise periódica do solo é o principal
instrumento de acompanhamento deste fator, além de fornecer os suportes para seu
restabelecimento.
A correção do solo ou calagem deve ser realizada três meses antes do
plantio. Recomenda-se usar calcário dolomítico de boa qualidade e em quantidades
nunca superiores a duas toneladas por hectare, por ano (Brasil, 1999). A elevação
3
exagerada do pH pode causar redução na produção, por diminuir a disponibilidade
de micronutrientes, tais como: Boro (B); Cobre (Cu), Ferro (Fe), Manganês (Mn) e
Zinco (Zn) (Vieira, 1997). A quantidade de calcário e adubos a serem utilizados
serão calculados com base na análise química do solo. Em relação a fosfatagem
deve-se utilizar fontes de fósforo permitidas para o cultivo orgânico, que são os
Termofosfatos, Fosfatos naturais e /ou Fosfatos Reativos (Brasil, 1999). Todas as
fontes de nitrogênio, potássio e micronutrientes permitidas em cultivos orgânicos
encontram-se descritas na instrução normativa do Ministério da Agricultura (Brasil
1999).
Em solos de primeiro ano recomenda-se a utilização de espécies de adubos
verdes, leguminosas como Crotalária juncea, feijão de porco, feijão guandu, dentre
outras, respeitando-se a época de plantio dessas culturas. Utiliza-se também
algumas gramíneas consorciadas com essas leguminosas. Neste caso, o sorgo e o
milheto são recomendados, devendo-se utilizar por volta de 30% de gramínea e 70%
de leguminosas (a adubação verde será tratada mais detalhamente a seguir).
Esquema 1. Desgaste e recuperação da fertilidade do solo segundo o tipo de
cultura.
Desgaste de Fertilidade Recuperação de fertilidade
Fonte: Khatounian (2001)
Matéria orgânica
A matéria orgânica do solo é o produto da acumulação de resíduos de plantas
e animais parcialmente decompostos e re-sintetizados. Esses materiais, em ativo
estado de decomposição, são submetidos ao ataque contínuo de microrganismos. A
matéria orgânica dentre outras vantagens esta relacionada diretamente ao conceito
de solo como organismo vivo que é um dos grandes princípios dos sistemas
orgânicos de produção. A matéria orgânica do solo pode ser originada no próprio
Feno, silagem, forrageira(corte)
Olericultura
Culturas anuais
Culturas anuais – plantio direto
Culturas perenes – entrelinhas vegetadas
Culturas perenes - arborizadas
Pastagens – pastejo direto
Pastagens – leguminosas fixadoras
Pousio arbustivo
Pousio árboreo
4
solo, fazendo parte na formação do solo ou ser originada pela ação do homem:
massa vegetal localizada (adubo verde) ou materiais orgânicos trazidos de fora e
incorporados ao solo, como adubos orgânicos.
Os solos tropicais apresentam naturalmente uma pequena fração de matéria
orgânica, daí a importância da incorporação de materiais externos, como adubos
orgânicos e adubos verdes a estes solos. Considerando a natureza da fração
mineral da maioria dos solos tropicais a maior porção da capacidade de troca de
cátions destes solos é proveniente da contribuição da matéria orgânica.
Para produção de hortaliças orgânicas, além de funcionar como reservatório
de nutrientes e melhorar as propriedades químicas, biológicas e físicas do solo, a
matéria orgânica atua em aspectos importantes para a produção destas culturas
como: permite melhor arejamento do solo, reduz o efeito de erosão provocado pelas
chuvas, aumenta a capacidade de retenção de água, melhora a estrutura do solo,
melhora a drenagem e facilita o crescimento das raízes.
O olericultor orgânico deve ter em mente a possibilidade de reciclagem de
restos vegetais e sobras do preparo e processamento, que na olericultura ocorrem
com muita freqüência. A utilização do método de reciclagem de estercos animais e
de biomassa vegetal permitem a independência do agricultor quanto à necessidade
de incorporação de insumos externos ao seu sistema produtivo, minimizando custos,
além de permitir usufruir os benefícios da matéria orgânica em todos os níveis.
Como componente essencial do solo, a matéria orgânica deve ser conservada
e manejada em um nível de equilíbrio que permita o desenvolvimento de uma
agricultura sustentável, pelo uso de métodos adequados de manejo de solo,
compreendendo sistemas de preparo, rotação de culturas, adubação,
estabelecimento de sistemas integrados de produção.
Adubação orgânica
Apesar da importância da adubação orgânica, o seu uso extensivo é limitado
pela dificuldade de obtenção desses adubos em larga escala, bem como pelos
problemas de transporte e distribuição. Entretanto seu uso é corriqueiro em culturas
de exploração intensiva, como é o caso das hortaliças, inclusive no sistema
convencional de produção. A escolha do adubo orgânico e a eficiência do seu uso
dependem de alguns fatores, que devem ser considerados. Entre os principais
destaca-se a qualidade e quantidade, os métodos de aplicação, os custos de sua
aplicação e a disponibilidade local, evitando o transporte a grandes distâncias.
Os adubos orgânicos são volumosos, de valor variável em nutrientes, com a
composição total raramente ultrapassando 10 a 20% dos teores encontrados nos
fertilizantes minerais e são utilizados em quantidades bastante superiores a estes.
Contudo, a utilização de adubos orgânicos não pode levar em conta apenas o seu
teor em nutrientes, pois sua presença produz alterações positivas nas propriedades
físicas e biológicas do solo.
Os adubos verdes, compostos orgânicos, esterco de animais, tortas e restos
de culturas são alguns exemplos de adubos orgânicos utilizados no cultivo orgânico
de Hortaliças. Nas tabelas 1, 2, 3, 4 e 5 são apresentados dados de caracterização
química de alguns materiais.
5
O uso de estercos animais puros na olericultura orgânica é menos comum
que nas formas compostadas por questões de ordem econômica e sanitária. Na
cultura da cebola Pereira et al. (2002) avaliaram o uso esterco de curral (10, 20 e 40
t/ha) e esterco de galinha (5, 10 e 20 t/ha). Utilizando a cultivar CNPH 6400, no
espaçamento de 0,25 x 0,25 cm, os autores mostraram que o esterco de curral na
dose de 20 t/ha apresentou os melhores resultados para os caracteres: stand de
plantas/m2
, peso total de plantas/m2
, peso total de bulbos/m2
e produção de total de
bulbos do tipo I.
Tabela 1. Relação C/N e teores de N, P e K em fertilizantes orgânicos.
MATERIAL C/N N P K
Esterco de carneiro
Esterco de gado
Esterco de galinha
Esterco de porco
Composto
Palha de milho
Palha de arroz
Palha de feijão
Capim colonião
Grama
Crotalária (C. juncea)*
Guandu*
Mucuna preta*
Serragem de madeira
15:1
18:1
10:1
10:1
10:1
112:1
39:1
32:1
27:1
36:1
26:1
29:1
22:1
865:1
2,13
1,92
3,04
2,54
1,00
0,48
0,78
1,63
1,87
1,39
1,95
1,81
2,24
0,06
1,28
1,01
4,70
4,93
0,80
0,38
0,58
0,29
0,53
0,36
0,40
0,59
0,58
0,01
3,67
1,62
1,89
2,35
0,80
1,64
0,41
1,94
-
-
1,81
1,14
2,97
0,01
* Dados de florescimento em % na matéria seca. Adaptado de Kiehl (1985)
Tabela 2: Composição química (base seca) de alguns restos vegetais de interesse
como matéria-prima para o preparo de fertilizantes orgânicos.
Material
Matéria
Orgânica
%
N
%
C/N P2O5
%
K2O
Abacaxi: fibras 71,41 0,90 44/1 traços 0,46
Arroz: cascas 54,55 0,78 39/1 0,58 0,49
Arroz: palhas 54,34 0,78 39/1 0,58 0,41
Aveia: cascas 85,00 0,75 63/1 0,15 0,53
Aveia: palhas 85,00 0,66 72/1 0,33 1,91
Café: cascas 82,20 0,86 53/1 0,17 2,07
Café: palhas 93,13 1,37 38/1 0,26 1,96
Capim-gordura 92,38 0,63 81/1 0,17 -
Capim-guiné 88,75 1,49 33/1 0,34 -
Capim-jaraguá 90,51 0,79 64/1 0,27 -
Capim-meloso 90,00 0,70 75/1 0,22 0,5
Capim-mimoso 93,69 0,66 79/1 0,26 -
Capim-napier-verde 96,00 1,40 40/1 0,33 0,76
Capim-pé-de-galinha 86,99 1,17 41/1 0,51 -
Crotalária juncea 91,42 1,95 26/1 0,40 1,81
Eucalipto: resíduos 77,60 2,83 15/1 0,35 1,52
Feijão-de-porco 88,54 2,55 19/1 0,50 2,41
Feijão-guandú 95,90 1,81 29/1 0,59 1,14
Feijoeiro: palhas 94,68 1,63 32/1 0,29 1,94
Labelabe 88,46 4,56 11/1 2,08 -
6
Milho: palhas 96,75 0,48 112/1 0,38 1,64
Mucuna-preta 90,68 2,24 22,1 0,58 2,97
Serragem de madeira 93,45 0,06 865/1 0,01 0,01
Fonte: Adaptado de KIEHL (2001) e SOUZA (2002).
Tabela 3: Teores de macro e micronutrientes de diversos resíduos orgânicos.
C N P2O5 Ca Mg K2O Na Fe Mn Cu Zn
Resíduo
C/N
% Ppm
Vinhaça 14 1,3 0,09 0,005 0,06 0,03 0,26 37 55 6 1,4 3,8
Torta de filtro 29 7,9 0,27 0,63 0,26 0,13 0,07 92 10960 190 19 49
Torta/mamona 6 30,1 5,5 1,99 5,37 0,59 1,44 207 1420 55 80 141
Esterco de gado 13 19,4 1,53 0,53 0,83 0,34 1,16 1700 3623 196 8 57
Esterco de aves
(cama)
20 32,5 1,60 1,50 2,33 0,78 1,76 - 3.125 550 21 266
Fonte: Adaptado de FUNDAÇÃO CARGILL (1983) e SOUZA (2002).
Tabela 4: Composição média e relação de proporção de NPK para diversas fontes
de fertilizantes orgânicos e minerais.
% na matéria seca
Fertilizantes Orgânicos
N P K
Proporção
NPK
Cinzas - 2,5 10 0-1-4
Fosfato de Araxá - 30 - 0-3-0
Ossos carbonizados - 35 - 0-3,5-0
Torta de Mamona 5,0 2,0 1,1 5-2-1
Torta de Algodão 6,0 3,0 1,4 4-2-1
Cascas de Café 1,7 1,4 3,7 12-1-26
Esterco de Cavalo 0,7 0,4 0,3 2-1-1
Esterco de Coelho 2,0 1,3 1,2 1,5-1-1
Esterco Bovino de Curral Curtido 5,0 2,5 5,0 2-1-2
Esterco Bovino Seco 2,0 1,5 2,2 1,5-1-1,5
Esterco de Ovelha 2,0 1,0 2,5 2-1-2
Esterco de Cabra 3,0 2,0 3,0 1,5-1-1,5
Esterco de Galinha 4,0 4,0 2,0 2-2-1
Resíduo de Esgoto 2,0 1,5 0,5 4-31
Bagaço de Cana 0,3 0,03 0,02 14-1-1
Borra de Café 1,8 0,1 0,01 176-9-1
Farinha de Ossos Crua 2,0 20,0 - 1-10-0
Guano 2,5 8,8 1,1 2-8-1
Serragem de Madeira 0,06 0,01 0,01 6-1-1
Lixo Curtido 1,1 0,3 0,6 3-1-2
Palha de Arroz 0,8 0,6 0,4 2-1-1
Palha de Café 1,4 0,2 2,0 5-1-7
Feijão (sementes) 2,6 0,5 2,4 5-1-5
Palha de Feijão 1,6 0,3 1,9 6-1-7
Guandu – sementes 3,6 0,8 1,8 4-1-2
Cascas de Mandioca (raiz) 0,4 0,3 0,5 1-1-1
Milho (palha) 0,5 0,4 1,6 1-1-4
7
Mucuna (sementes) 3,9 1,1 1,4 4-1-1
Fonte: Adaptado de DADONAS (1989), citado por PECHE FILHO & DE LUCCA (1997)
Tabela 5: Composição típica de materiais orgânicos de origem animal, vegetal e
agroindustrial (sem secar) utilizados como adubos orgânicos.
U* C N P K Ca Mg S Zn Cu Cd Ni Pb
Material Orgânico C/N
g/kg mg/kg
Esterco bovino fresco 20 620 100 5 2,6 6 2 1 1 33 6 0 2 2
Esterco bovino curtido 21 340 320 15 12 21 20 6 2 217 25 0 2 1
Esterco de galinha 10 550 140 14 8 7 23 5 2 138 14 2 2 17
Esterco de porco 9 780 60 7 2 5 12 3 - 242 264 0 2 3
Torta de filtro 27 770 80 3 2 0,6 5 0,8 3 20 13 - - -
Torta de mamona 10 90 450 45 7 11 18 5 - 128 73 - - -
Mucuna 20 870 60 3 0,6 3 2 0,4 - 6 3 - - -
Crotalária juncea 25 860 70 2,8 0,4 3 2 0,4 - 2 1 - - -
Milho 46 880 60 1,3 0,2 3 0,5 0,2 - 3 1 - - -
* U- Umidade; Fonte: Raij et al., 1996.
O esterco de aves é um adubo orgânico bastante solúvel com rápida
disponibilização de nutrientes para as plantas. Leal & Silva (2002) compararam o
esterco bovino e a cama de aviário na adubação de pimentão orgânico cultivado em
ambiente protegido e em céu aberto. Foi utilizada a cultivar Cascadura Ikeda, com
transplante das mudas em duas linhas por canteiro espaçadas de 0,5 m entre si. Na
adubação de plantio, aplicou-se 250g de cama de aviário ou 500g de esterco bovino,
40g de calcário dolomítico, 20g de termofosfato de Yoorin e 20g de cinza. Na
adubação de cobertura, realizada aos 60 dias após o plantio, utilizou-se 250g de
cama de aviário ou 500g de esterco bovino. Os resultados obtidos mostraram
melhor produção para a adubação de plantio com esterco bovino e de cobertura com
cama de aviário.
Composto
O composto orgânico é o produto final da decomposição aeróbia (na presença
de ar) de resíduos vegetais e animais. A compostagem é o processo de degradação
de resíduos orgânicos em húmus, quando empregadas as técnicas adequadas de
manejo. Trata-se de uma prática muito comum na olericultura orgânica, que visa o
melhor aproveitamento da matéria orgânica e sua desinfecção contra certas pragas.
O composto orgânico funciona como excelente estruturador do solo, favorecendo um
rápido enraizamento, aumentando a saúde e resistência das plantas.
A transformação dos resíduos ocorre, principalmente, através da ação de
organismos, podendo ser subdividida em duas etapas: física (desintegração –
quebra mecânica dos resíduos) e química (decomposição e transformação da
biomassa – os resíduos são primeiramente decompostos em suas unidades
estruturais básicas por enzimas extracelulares e posteriormente absorvidas e
8
oxidadas pelos microrganismos, a fim de obterem energia e nutrientes inorgânicos
para o seu desenvolvimento, com conseqüente transformação da biomassa). O
composto final ou húmus é constituído de produtos decompostos, partes resistentes
dos resíduos orgânicos e microrganismos mortos e vivos (Peixoto, 2000).
A matéria prima para a elaboração do composto deve ser de restos de
vegetais (galhos, folhas, capim, outros – ricos em C) e animais (esterco bovino,
cama de aviário de matrizes, outros – ricos em N). Quando só se dispõe de matéria
prima pobre em nitrogênio (plantas nativas, velhas árvores e arbustos e suas partes)
pode-se compensar esta falta com camadas de leguminosas. Outro fator importante
a ser observado na escolha e seleção da matéria prima é a relação
carbono/nitrogênio, pois com uma proporção ideal de 25 a 30 : 1, a decomposição
ocorrerá com eficiência. Essa proporção poderá ser atingida de duas maneiras:
• 75% de restos vegetais variados + 25% de esterco;
• 50% de restos vegetais frescos + 50% de restos de vegetais velhos.
Material muito lenhoso não deve passar de 10% na compostagem, caso
contrário deverá ser picado em pedaços menores ou mantido por algum tempo como
cama para animais.
A pilha de composto deve ter as dimensões de 1,5m de largura, 1,5m de
altura e 10m de comprimento, para se obter uma melhor eficiência em relação à
temperatura de fermentação, necessária para ocorrer a transformação da matéria
prima em composto. As pilhas devem ser formadas por camadas alternadas por
material de origem vegetal e animal (Esquema 2). Com 15, 30 e 45 dias, deve-se
revirar a pilha (parte de cima para baixo e parte de dentro para fora). No momento
da revirada, deve-se proceder ao umedecimento do material a ser compostado. A
umidade deve ficar em torno de 50 a 60% (em termos práticos, este teor de umidade
ocorre quando ao pegar o material, sente-se que o mesmo está úmido e, ao ser
comprimido, não escorre água e forma um torrão). Para manter a umidade ideal
deve-se cobrir a pilha com palhas, folhas de bananeira ou lona plástica. O local deve
ser protegido do sol e da chuva (à sombra de uma árvore ou em uma área coberta).
Após 90 dias o composto estará pronto para ser aplicado ao solo. Teores de
nutrientes de alguns compostos são apresentados na tabela 7.
O composto tem sido usado numa faixa de 3 a 10 kg por m², dependendo da
exigência da cultura e das condições químicas do solo. Para Cenoura, por exemplo,
a quantidade a ser utilizada é de 30 toneladas/ha, sendo 20 toneladas/ha a lanço
antes de fazer os canteiros e 10 toneladas/ha em cobertura aos 30 dias após o
plantio, no momento da raleação.
Mais informações sobre compostagem podem ser encontradas em Kiehl
(1998), Souza (1999) e Peixoto (2000).
9
Esquema 2. Formulações de compostos, com cama pobre (I) e rica (II) em N.
I. COMPOSTO (cama pobre em N)
Cada camada de composto deverá conter:
• 27 carrinhos de cama de matrizes de frangos (material mais pobre em N) (27 x 3
= 81);
• 15 carrinhos de capim roçado (15 x 4 = 60);
• 25 carrinhos de capim triturado (25 x 4 = 100);
• 13 kg de yoorin Master;
• Cabe ressaltar que a meda de composto é formada por quatro camadas, sendo
que a cama de matrizes e o Yorin master só compõem as três primeiras camadas
(observar montagem da meda esquematizada abaixo). Total de 241 (81 + 60 +
100) carrinhos de pedreiro por meda de composto.
Peso (kg)
Fontes Carrinho de pedreiro Camada de composto Pilha de composto
Cama de frango 25 675 2.025
Capim triturado 5 125 500
Capim roçado 1 15 60
Yoorin 13 39
Peso da meda 2.624
II. COMPOSTO (cama rica em N)
Cada camada de composto contém:
• 20 carrinhos de cama de matrizes de frango (material mais pobre em N) (20 x 3 =
60);
• 15 carrinhos de capim roçado (15 x 4 = 60);
• 30 carrinhos de capim triturado (30 x 4 = 120);
• 13 kg de yoorin Master.
• Cabe ressaltar que a meda de composto é formada por quatro camadas, sendo
que a cama de matrizes e o Yorin master só compõem as três primeiras camadas
(observar montagem da meda esquematizada abaixo). Total de 240 (60 + 60 +
120) carrinhos de pedreiro por meda de composto.
Peso (kg)
Fontes Carrinho de pedreiro Camada de composto Pilha de composto
Cama de frango 21,29 425,8 1.277,4
Capim triturado 1,92 57,6 230,4
Capim roçado 5,7 85,5 342
Yoorin 13 39
Peso da meda 1.888,8
10
Esquema 3. Montagem da meda de composto.
O material a ser compostado deve ser dividido em quatro (4) camadas. Na
formação de cada camada coloca-se primeiro o material mais fibroso ou de tamanho
maior. A composição de cada camada da pilha de composto é indicada abaixo.
4a
camada Capim triturado
Capim roçado
Yoorin master
3a
camada Cama de matriz
Capim triturado
Capim roçado
Yoorin master
2a
camada Cama de matriz
Capim triturado
Capim roçado
Yoorin master
1a
camada Cama de matriz
Capim triturado
Capim roçado
Tabela 7. Teores de macro e micronutrientes de fontes de matéria orgânica.
Embrapa Hortaliças, 2003.
Ca Mg K P S Cu Zn Fe Mn B
Amostras
g/kg mg/kg
Cama de
Matriz
29,96 7,98 20,35 18,69 4,67 145,90 214,90 3524,00 357,20 34,39
Capim
Napier
6,53 3,14 13,15 1,92 1,08 11,00 48,80 1444,0 92,20 10,47
Braquiária 8,93 2,68 3,88 1,65 2,74 8,40 13,10 5465,0 96,60 19,44
Composto
1*
46,24 8,46 9,69 12,09 7,70 54,80 182,40 33366,0 648,70 41,87
Composto
2**
73,85 11,38 17,83 17,86 8,78 69,50 245,70 21876,0 656,60 70,28
Composto
de
Farelos
55,14 12,74 12,38 16,49 17,67 29,30 80,80 7449,0 398,60 26,92
Esterco
Bovino
8,70 5,32 13,78 5,08 13,11 27,50 55,50 132540 444,0 31,40
* Composto 1 – cama de matrizes de aves pobre
** Composto 2 – cama de matrizes de aves rica
11
Adubação verde
A prática de adubação verde consiste no aproveitamento de plantas
cultivadas ou crescidas esporadicamente no próprio local ou importadas de outra
área, deixadas, preferencialmente, na superfície do solo, com a finalidade de
preservar e/ou melhorar a fertilidade das terras agrícolas (Chaves & Calegari, 2001).
O uso de plantas leguminosas como adubo verde são fundamentais em sistemas
orgânicos de produção, pois permitem a melhoria das condições químicas, físicas e
biológicas do solo, destacando-se a fixação biológica de nitrogênio, elemento
essencial ao crescimento das plantas.
A terminologia adubação verde está fortemente associada à aplicação de
espécies de plantas da família das leguminosas, pelo benefício adicional da fixação
biológica de nitrogênio. Mas hoje já são usadas espécies de outras famílias de
plantas que também possuem potencial de uso como espécies de adubos verdes.
Levando-se em consideração a cultura comercial, a adubação verde pode ser
classificada em: adubação verde em rotação (plantio de espécies de adubos verdes
no verão ou inverno, cobrindo o solo por um período de 4 a 6 meses, prática
utilizada no preparo de solo no cultivo de plantas perenes), adubação verde em
consórcio (adubo verde plantado em consórcio com a cultura principal), adubação
verde em sucessão (plantado logo após a cultura principal), e adubação verde em
áreas de pousio temporário (viável em áreas degradadas ou que não estão
incorporadas ao processo produtivo) (Guerreiro, 2002). Cabe complementar, que as
espécies de adubos verdes podem ser usadas isoladamente ou em conjunto
(coquetel). O coquetel de adubos verdes é a mistura de espécies pertencentes a
diferentes famílias, que possuam diferentes hábitos de crescimento (arquitetura da
parte aérea) e ocupam diferentes estratos do solo (desenvolvimento do sistema
radicular).
A seleção e o manejo da espécie de adubo verde a ser plantada, dependerá
do objetivo pretendido. Na maioria das vezes, procura-se espécies de crescimento
rápido, com boa cobertura do solo e com grande produção de biomassa vegetal.
Geralmente, a incorporação é realizada na época do florescimento, período de maior
produção de biomassa e fixação de N. Para obter material de decomposição mais
rápida, fazer incorporação antes do florescimento e para obter material de
decomposição mais lenta, deixar as espécies em pé mais tempo. A produção de
matéria fresca, seca e extração de nutrientes da parte aérea de algumas espécies
de adubos verdes são apresentados na figura 1 e tabela 8, respectivamente.
Algumas espécies de adubos verdes apresentam tolerância à acidez do solo,
dentre elas destaca-se o feijão bravo do Ceará (Canavalia brasiliensis), o feijão de
porco (Canavalia ensiformes) e mucuna preta (Mucuna aterrima). As espécies de
adubos verdes apresentam comportamentos diferentes, de acordo com o ambiente.
No verão, as principais espécies de adubos verdes mais utilizadas são: mucuna
preta (Mucuna aterrima), Crotalaria juncea, Crotalaria ocroleuca, Crotalaria
spectabilis, Crotalaria paulina, feijão-de-porco (Canavalia ensiformis), guandu
(Cajanus cajan), girassol (Helianthus annus), milheto (Pennisetum glaucum) e sorgo
forrageiro (Sorghum bicolor). No inverno, as principais espécies utilizadas são: aveia
12
preta (Avena strigosa Scheb), nabo forrageiro (Raphanus sativus), ervilhaca (Vicia
sativa) e ervilha forrageira (Pisus arvense).
Na agricultura orgânica, muitos produtores têm manejado as adubações de
forma similar ao sistema de agricultura convencional, realizando a mesma freqüência
de adubação. Entretanto, deve-se considerar que os adubos orgânicos são fontes
pouco solúveis e muitos apresentam liberação lenta de nutrientes para as plantas.
Desta forma, aplicações freqüentes de adubos orgânicos em culturas de ciclo curto,
como é o caso das olerícolas, podem não apresentar os resultados esperados,
sendo aproveitados apenas pela cultura seguinte. Considerando este fator, o
olericultor orgânico, dependendo das condições do solo, pode substituir as
aplicações de adubos para cada cultura individualmente por adubações por ciclos de
cultivo, envolvendo maior número de espécies, reduzindo sobremaneira a mão de
obra e os custos de sua propriedade.
Sob esta mesma ótica, a necessidade de aplicações de adubos em cobertura
em sistemas orgânicos de produção de hortaliças precisa ser bem avaliada pelo
produtor. Em alguns trabalhos realizados pela Embrapa Hortaliças com cebola a
utilização desta prática com compostos a base de farelos e microorganismos não
influenciou na produtividade da cultura.
13
Figura 1. Produção média de matéria fresca (a), média dos dias necessários para o
florescimento e produção média de matéria seca da parte aérea (b) de espécies de
adubos verdes no verão, em Brasília, DF. Espécies com cores iguais não diferem
estaticamente pelo Teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Embrapa Hortaliças,
2003.
Fonte: Saminêz et. al. (2003a).
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Sorgo Forrageiro
Nabo Forrgeiro
Milheto
Crotalaria juncea
Feijão de Porco
Aveia Preta b
Mucuna
Gundu Anão
Crotalaria spectabillis
Feijão Bravo do Ceará
Produção de Matéria Fresca (t/ha)
a
0
5
10
15
20
25
Sorgo
Forrageiro
C
.junceaFeijão
de
PorcoAveia
Preta
M
ilheto
N
abo
ForrgeiroG
uandu
Anão
Feijão
Bravo
do
C
earáM
ucuna
PretaC
.spectabillis
ProduçãodeMatériaseca(t/ha)
0
40
80
120
160
Florescimento(dias)
Matéria seca Florescimento
b
14
Tabela 8. Teor médio e acumulação total de nutrientes na parte aérea de diferentes
espécies de adubos verdes, cultivadas no verão de Brasília, Embrapa Hortaliças, 2001.
N P K
ESPÉCIE Teor Total Teor Total Teor Total
(g/kg) (kg/ha) (g/kg) (kg/ha) (g/kg) (kg/ha)
Guandu anão 42,97 A 277,50 B 3,75 A 24,20 E 23,12 B 149,32 C
Crotalaria juncea 40,80 A 461,80 A 4,50 A 50,76 B 19,83 B 222,48 B
Feijão-de-porco 37,64 A 415,30 A 3,10 B 34,20 C 23,27 B 256,53 B
Crotalaria spectabilis 32,90 B 103,68 C 3,89 A 12,19 F 25,81 A 80,84 C
Feijão-bravo-do-Ceará 30,83 B 163,65 C 3,38 B 17,80 F 31,74 A 167,09 C
Mucuna preta 26,68 C 119,81 C 3,17 B 14,23 F 28,79 A 129,31 C
Nabo forrageiro 17,75 D 134,69 C 3,67 A 27,43 D 23,23 B 175,01 C
Aveia preta 14,90 D 146,48 C 3,74 A 36,69 C 20,09 B 197,73 C
Milheto 13,75 D 96,65 C 4,23 A 39,82 C 20,29 B 193,39 C
Sorgo forrageiro 10,33 D 245,87 B 3,33 B 78,18 A 14,13 C 335,24 A
C.V. (%) 10,61 15,40 10,27 14,89 13,30 21,86
ESPÉCIE Ca Mg S
Feijão-de-porco 29,74 A 327,60 A 4,49 C 49,48 C 0,40ns 4,38 A
Feijão-bravo-do-Ceará 27,91 A 147,30 C 4,16 C 22,17 E 0,35ns 1,73 B
Crotalaria juncea 22,90 B 257,20 B 7,28 A 82,20 B 0,37ns 4,15 A
Crotalaria spectabilis 21,11 B 65,73 D 4,24 C 13,28 F 0,34ns 1,06 B
Nabo forrageiro 17,78 B 136,26 C 4,96 B 37,71 D 0,32ns 2,42 B
Guandu anão 10,23 C 66,04 D 3,38 D 21,81 E 0,38ns 2,43 B
Mucuna preta 10,18 C 45,97 D 3,28 D 14,65 F 0,36ns 1,60 B
Milheto 5,95 C 56,63 D 3,74 C 35,46 D 0,34ns 3,10 A
Aveia preta 4,95 C 48,70 D 2,36 D 23,15 E 0,40ns 3,89 A
Sorgo forrageiro 3,80 C 89,18 D 5,42 B 125,35 A 0,15ns 3,68 A
C.V. (%) 22,81 23,23 14,59 12,67 26,90 25,36
Cu Zn Mn
ESPÉCIE Teor Total Teor Total Teor Total
(mg/kg) (g/ha) (mg/kg) (g/ha) (mg/kg) (g/ha)
Milheto 16,30 ns 154,98 24,38 A 228,14 B 27,14 A 256,93 B
Aveia preta 5,30ns 52,68 22,26 A 219,06 B 40,89 A 384,30 B
Guandu anão 21,75ns 139,61 18,04 B 116,53 C 28,24 A 182,35 C
Crotalaria juncea 24,35ns 277,06 16,77 C 191,90 B 27,46 A 311,41 B
Sorgo forrageiro 10,48ns 247,27 14,22 C 335,20 A 21,50 B 512,30 A
Nabo forrageiro 15,08ns 108,48 14,07 C 107,25 C 18,41 B 142,80 C
Feijão-de-porco 17,33ns 196,08 13,33 C 147,81 C 32,57 A 358,60 B
Crotalaria spectabilis 25,18ns 80,39 13,12 C 41,92 D 16,87 B 54,57 C
Feijão-bravo-do-Ceará 23,88ns 127,44 11,88 C 62,46 D 34,99 A 186,71 C
Mucuna preta 26,35ns 117,42 10,11 C 45,23 D 11,62 B 42,35 C
C.V. (%) 48,35 68,06 13,34 18,16 30,84 33,65
ESPÉCIE Fe B MS**
Fejão-bravo-do-Ceará 519,17 A 2.725 B 27,71 A 145,90 C 5,22 D
Mucuna preta 477,27 A 2.135 B 27,58 A 97,03 D 4,49 D
Feijão-de-porco 356,88 A 3.999 A 32,52 A 359,05 A 11,40 B
Crotatalaria juncea 355,02 A 3.934 A 25,23 A 285,60 B 11,31 B
Crotalaria spectabilis 311,40 A 949 B 33,98 A 107,27 D 3,14 D
Gunadu anão 226,42 B 1.458 B 23,10 A 149,32 C 6,46 C
Aveia preta 221,85 B 2.175 B 21,71 A 71,88 D 9,86 B
Milheto 202,28 B 1.919 B 7,23 B 66,78 D 9,46 B
Nabo forrageiro 176,08 B 1.331 B 22,67 A 171,68 C 7,56 C
Sorgo forrageiro 162,25 B 3.833 A 7,08 B 170,35 C 23,54 A
C.V. (%) 43,65 42,40 40,03 19,88 15,28
15
* Valores seguidos de letras iguais dentro da coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de
probabilidade; ** MS - Matéria seca da parte aérea (t/ha). Fonte: Saminêz et al. (2003b).
Biofertilizantes líquidos
O biofertilizante funciona como fonte alternativa de suplementação de
nutrientes, via foliar. São aplicados diluídos em água na proporção de 2 a 5%. Entre
esses, destacam-se o biofertilizante líquido (esterco de curral fermentado), o
Supermagro e o Agrobio.
O biofertilizante líquido é preparado à base de esterco de curral fresco e
água, na proporção 1:1, fermentado de forma anaeróbia em bombonas plásticas.
Nomes: Agrobio, Super Magro, Biofertilizante Vairo, efluentes de biodigestor etc...
O supermagro e o Agrobio são variantes deste processo visando suprir
micronutrientes junto com o biofertilizante. São formados pela mistura de
micronutrientes na forma de sais aos materiais orgânicos, juntamente com melaço,
leite e água.
Estes produtos, ao serem absorvidos pelas plantas, funcionam como fonte
suplementar de micronutrientes e de componentes inespecíficos. Acredita-se que
possam influir positivamente na resistência das plantas ao ataque de pragas e de
doenças, regulando e tonificando o metabolismo. Revelam potencial para controlar
diretamente alguns fitoparasitas através de substâncias com ação fungicida,
bactericida ou inseticida presentes em sua composição.
Biofertilizante Agrobio (Fernandes, 2002)
Ingredientes para a primeira semana (para produzir 500 litros do Agrobio)
200 litros de água
100 litros de esterco fresco bovino
20 litros de leite de vaca ou soro de leite
3kg de melaço
Modo de Preparo
Os ingredientes devem ser bem misturados e deixados fermentar por uma
semana. A este caldo nutritivo, nas sete semanas subsequentes, são acrescentados,
semanalmente, os seguintes produtos, previamente dissolvidos em água: 430 g de
bórax ou ácido bórico, 570 g de cinza de lenha, 850 g de cloreto de cálcio, 43 g de
sulfato ferroso, 60 g de farinha de osso, 60g de farinha de carne, 143 g de
termofosfato magnesiano, 1,5 kg de melaço, 30 g de molibdato de sódio, 30 g sulfato
de cobalto, 43 g de sulfato de cobre, 86 g de sulfato de manganês, 143 g de sulfato
de magnésio, 57 g de sulfato de zinco, 29 g de torta de mamona e 30 gotas de
solução de iodo a 1%.
Nas quatro últimas semanas, são adicionados 500 ml de urina de vaca. A
calda deve ser bem misturada duas vezes por dia. Após oito semanas o volume
deve ser completado para 500 litros e coado.
16
São indispensáveis para produção do Agrobio em maior escala, os seguintes
materiais: caixa d’água de plástico com tampa e capacidade de 500 litros; bancada
de concreto ou madeira; conexões de 2 polegadas; pá; baldes; tela e peneira para
coagem.
A Agrobio pronto apresenta cor bem escura e odor característico de produto
fermentado, pH na faixa de 5 a 6. A análise química do biofertilizante fornece os
seguintes resultados: 34,69 g/l de matéria orgânica; 0,8% de carbono; 631 mg/l de
N; 170 mg/l de P; 1,2 g/l de Ca e 480 mg/l de Mg, além de traços dos micronutrientes
essenciais às plantas. O seu uso é isento de riscos à saúde, uma vez que os testes
microbiológicos, até hoje conduzidos, mão detectaram coliformes fecais, bactérias
patogênicas e toxinas.
Recomendações de uso
Na produção de mudas – tratamento preventivo com Agrobio a 2% (20
mililitros do Agrobio para um litro de água), através de pulverizações foliares.
Hortaliças folhosas – após o transplantio das mudas, tratamento preventivo
com Agrobio, através de pulverizações foliares semanais, na concentração de 4%
(40 mililitros do Agrobio para um litro de água) ou, ainda, duas
pulverizações/semana a 2%.
Hortaliças de fruto
a) Cultivo orgânico em sistema protegido (estufas) – tratamento preventivo
através de pulverizações foliares semanais com Agrobio a 4% (40 ml/l).
b) Cultivo convencional a campo – tratamento preventivo através de
pulverizações foliares semanais com Agrobio a 4% (40 ml/l).
Culturas perenes – Inicialmente, são recomendadas quatro pulverizações
foliares com Agrobio a 4% (duas aplicações a intervalo semanal, seguidas de mais
duas pulverizações quinzenais) deverão ser feitas após podas, colheitas e estresse
hídrico.
Análises químicas de tecidos foliares, com a possível freqüência, são
indicadas para monitorar os teores de micronutrientes das culturas perenes.
Para hortaliças exigentes em micronutrientes como repolho, couve-flor,
brócolos, tomate e alho, os biofertilizantes são alternativas interessantes para
fornecimento complementar ou como fonte única destes nutrientes nos sistemas
orgânicos de produção.
Conclusões
Entretanto, o uso dos biofertilizantes na olericultura orgânica ainda necessita
de estudos efetivos para se entender sua atuação e definir formas e épocas
adequadas de aplicação. Souza et al. (2002) avaliaram o efeito do “Agrobio” sobre a
produção de mudas de alface. Foram comparados três cultivares de alface (Elisa,
Lívia e Regina) em quatro concentrações do biofertilizante (0, 2, 4 e 6%), aplicados
17
semenalmente. A cultivar Elisa apresentou maior crescimento, com maior peso
fresco e seco da parte aérea. O efeito do Agrobio só foi observado para o peso seco
das raízes. Neste trabalho, provavelmente, não foi observado o efeito do Agrobio,
pois foi utilizado um substrato comercial, que geralmente possuem quantidades de
nutrientes suficientes para o bom desenvolvimento das mudas, isto não inviabiliza a
aplicação de biofertilizantes para substratos orgânicos, que possuem menores
concentrações de nutrientes, além de liberação mais lenta dos mesmos. A ausência
de significância também pode ser atribuída a fitossanidade das mudas, pois não
ocorrendo pragas e doenças, não é possível verificar o efeito do biofertilizante.
Novos estudos devem ser realizados para recomendação do uso de biofertilizantes
na produção de mudas de alface e outras hortaliças, em substratos orgânicos.
Aldrighi et al. (2002) também não encontraram efeito da aplicação de diferentes
concentrações do biofertilizante supermagro e urina de vaca em mudas de tomate
em substrato formado por vermicomposto bovino (70%) + casca de arroz
carbonizada (30%) e atribuíram a ausência de significância aos aspectos nutricional
do substrato e fitossanitário das mudas.
Outras fontes de nutrientes
Em alguns casos é necessário complementar a adubação orgânica com
nutrientes ausentes ou pouco disponíveis na fonte, e que limitarão a plena atividade
biológica do solo e das plantas. Entre esses elementos destacam-se o potássio,
magnésio, cálcio e o fósforo, principalmente nas condições brasileiras. Os principais
produtos utilizados como fontes destes nutrientes em cultivos orgânicos são:
• Calcários (calcítico, magnesiano e dolomítico).
• Fosfatos naturais e semi solubiizados, farinha de ossos, termofosfatos, escórias e
outras fontes com baixa solubilidade.
• Minerais de rocha moídos que sejam fontes de cálcio e/ou magnésio, fósforo,
potássio,e outros elementos.
• Cinzas vegetais e resíduos de biodigestores.
• Húmus de minhoca, guanos e turfas.
• Tortas e farinhas de resíduos vegetais e animais.
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Manejo ecológico do solo para hortaliças orgânicas

  • 1. Manejo Ecológico do Solo Tereza Cristina de Oliveira Saminêz1 Francisco Vilela Resende2 Introdução Nos sistemas naturais a ciclagem dos nutrientes ocorre através dos processos de formação e decomposição da biomassa vegetal (fluxo orgânico) e através das entradas e saídas de nutrientes por via não orgânica (fluxo mineral). O fluxo mineral é decorrente da ação de agentes físicos, sendo as entradas via chuva, vento e decomposição de rochas e as saídas por lixiviação, erosão e fixação (a curto prazo). Os ecossistemas naturais possuem mecanismos para minimizar as perdas de nutrientes, sobretudo na vegetação (Khatounian, 2001). Nos agroecossitemas as principais saídas do fluxo mineral se dão por lixiviação, erosão e exportação pelas culturas, e as entradas por fertilizantes e corretivos. A capacidade de reserva de nutrientes dos solos, retenção de nutrientes no complexo coloidal e matéria orgânica (MO), será maior quanto maior a presença de argilas do tipo 2:1 e teor de MO. Para os solos mais intemperizados, pobres em argilas 2:1 e MO, como os de cerrado, maior é a importância do fluxo orgânico de nutrientes. A preservação dos nutrientes nos solos dependerá diretamente do manejo do solo e da biomassa vegetal. Assim, dependendo do manejo da biomassa vegetal dada pelo produtor, maior ou menor será a quantidade de nutrientes a serem incorporados ao sistema, via adubação (fluxo mineral). Segundo Hernani et al. (1995), como alternativas de manejo da biomassa vegetal têm-se a rotação e consorciação de culturas, e o uso de espécies de adubos verdes. Preparo do solo O conceito de solo como um corpo predominantemente mineral, morto, focalizado no manejo agroquímico e como mero substrato para as plantas deve ser abandonado pelo olericultor que se adentrar ao sistema orgânico de produção. Na linha de raciocínio da agricultura orgânica o solo deve ser encarado como um organismo vivo e sua fertilidade baseada em aspectos físicos, químicos e também biológico, que no modelo convencional de agricultura é relegado a um segundo plano. Na olericultura convencional trabalha-se com intensa movimentação do solo para construção de canteiros, leiras, abertura de covas e sulcos, muitas vezes utilizando-se de intensa mecanização, que resultam na degradação física e desequilíbrio biológico do solo. No sistema orgânico de produção de hortaliças deve- 1 Engª Agrª, Msc em Agronomia, Área de Concentração Solos, Pesquisadora da Embrapa Hortaliças. Caixa Postal 218, CEP 70359-970 - Brasília –DF. E-mail: tereza@cnph.embrapa.br. 2 Eng° Agrº, Dr. em Fitotecnia, Pesquisador da Embrapa Hortaliças. E-mail: fresende@cnph.embrapa.br Os tópicos bases e princípios de sistemas orgânicos, Planejamento da horta e Requisitos básicos para produzir organicamente foram adaptados do texto de Carlos Armênio Khatounian.
  • 2. 2 se adotar uma abordagem conservacionista, evitando-se a mobilização excessiva e compactação do solo. O preparo do solo no primeiro ano de cultivo deve basear-se em aração, gradagem e levantamento dos canteiros (Sudo et al., 1997). Nos anos subsequentes evitar, na medida do possível, o uso de enxada rotativa e outros implementos que causem degradação excessiva de solo. Recomenda-se um sistema de preparo de solo com mecanização reduzida, deixando-o sempre protegido por cobertura morta ou verde. Os canteiros devem ter de 0,80 m a 1,0 m de largura, 15 a 20 cm de altura e estar distanciados uns dos outros em aproximadamente 30 cm (Vieira et al., 1997). Para hortaliças de canteiro ou leiras como alface, cenoura, alho, rúcula, batata-doce, mandioquinha-salsa, etc, o olericultor orgânico pode trabalhar com canteiros ou camalhões semi-defintivos reduzindo a freqüência de máquinas e implementos nas áreas de produção. Desta forma, os canteiros são apenas reparados com enxadas, após cada cultivo. A adubação orgânica é aplicada sobre os canteiros ou leiras e sua incorporação feita pelos próprios organismos do solo. O cultivo mínimo ou plantio direto é feito sobre a cobertura morta da cultura anterior, normalmente adubos verdes ou restos culturais, sem que seja feito um novo preparo de solo. As espécies a serem usadas como cobertura morta devem ser selecionadas segundo seu potencial de formação de palhada. Coquetéis de gramíneas e leguminosas, além de espécies de adubos verdes, podem ser utilizados como formadores de palhada. Para isto é necessário aguardar até que as plantas completem seu ciclo. São relatados com bons resultados os exemplos do plantio de tomate e pimentão sobre palhada de aveia preta, e vagem e pepino sobre palhadas de gramíneas. O cultivo mínimo e plantio direto são usados para cultivo orgânico de hortaliças plantadas em covas e/ou sulcos como brássicas, cebola, pimentão, quiabo, berinjela, jiló, tomate, promovendo revolvimento mínimo do solo e usados espécies adequadas para formação de palhada. Fertilidade do solo A produção de hortaliças é uma atividade extremamante desgastante quanto à fertilidade do solo. Apenas as forrageiras de corte, plantas para produção de silagem ou feno causam maior impacto na fertilidade do solo do que as hortaliças. Este desgaste se dá pelo uso intensivo do solo e retirada elevada de biomassa e nutrientes da área (Esquema 1). Portanto, ao iniciar o cultivo orgânico de hortaliças em uma área, é fundamental a realização da análise química do solo para verificar seu pH e teores totais de nutrientes e de matéria orgânica. Ao longo dos anos, análises periódicas devem ser realizadas com o objetivo de acompanhar possíveis oscilações do pH e dos teores de nutrientes totais. A manutenção do solo em equilíbrio é o foco principal dos sistemas orgânicos de produção e a análise periódica do solo é o principal instrumento de acompanhamento deste fator, além de fornecer os suportes para seu restabelecimento. A correção do solo ou calagem deve ser realizada três meses antes do plantio. Recomenda-se usar calcário dolomítico de boa qualidade e em quantidades nunca superiores a duas toneladas por hectare, por ano (Brasil, 1999). A elevação
  • 3. 3 exagerada do pH pode causar redução na produção, por diminuir a disponibilidade de micronutrientes, tais como: Boro (B); Cobre (Cu), Ferro (Fe), Manganês (Mn) e Zinco (Zn) (Vieira, 1997). A quantidade de calcário e adubos a serem utilizados serão calculados com base na análise química do solo. Em relação a fosfatagem deve-se utilizar fontes de fósforo permitidas para o cultivo orgânico, que são os Termofosfatos, Fosfatos naturais e /ou Fosfatos Reativos (Brasil, 1999). Todas as fontes de nitrogênio, potássio e micronutrientes permitidas em cultivos orgânicos encontram-se descritas na instrução normativa do Ministério da Agricultura (Brasil 1999). Em solos de primeiro ano recomenda-se a utilização de espécies de adubos verdes, leguminosas como Crotalária juncea, feijão de porco, feijão guandu, dentre outras, respeitando-se a época de plantio dessas culturas. Utiliza-se também algumas gramíneas consorciadas com essas leguminosas. Neste caso, o sorgo e o milheto são recomendados, devendo-se utilizar por volta de 30% de gramínea e 70% de leguminosas (a adubação verde será tratada mais detalhamente a seguir). Esquema 1. Desgaste e recuperação da fertilidade do solo segundo o tipo de cultura. Desgaste de Fertilidade Recuperação de fertilidade Fonte: Khatounian (2001) Matéria orgânica A matéria orgânica do solo é o produto da acumulação de resíduos de plantas e animais parcialmente decompostos e re-sintetizados. Esses materiais, em ativo estado de decomposição, são submetidos ao ataque contínuo de microrganismos. A matéria orgânica dentre outras vantagens esta relacionada diretamente ao conceito de solo como organismo vivo que é um dos grandes princípios dos sistemas orgânicos de produção. A matéria orgânica do solo pode ser originada no próprio Feno, silagem, forrageira(corte) Olericultura Culturas anuais Culturas anuais – plantio direto Culturas perenes – entrelinhas vegetadas Culturas perenes - arborizadas Pastagens – pastejo direto Pastagens – leguminosas fixadoras Pousio arbustivo Pousio árboreo
  • 4. 4 solo, fazendo parte na formação do solo ou ser originada pela ação do homem: massa vegetal localizada (adubo verde) ou materiais orgânicos trazidos de fora e incorporados ao solo, como adubos orgânicos. Os solos tropicais apresentam naturalmente uma pequena fração de matéria orgânica, daí a importância da incorporação de materiais externos, como adubos orgânicos e adubos verdes a estes solos. Considerando a natureza da fração mineral da maioria dos solos tropicais a maior porção da capacidade de troca de cátions destes solos é proveniente da contribuição da matéria orgânica. Para produção de hortaliças orgânicas, além de funcionar como reservatório de nutrientes e melhorar as propriedades químicas, biológicas e físicas do solo, a matéria orgânica atua em aspectos importantes para a produção destas culturas como: permite melhor arejamento do solo, reduz o efeito de erosão provocado pelas chuvas, aumenta a capacidade de retenção de água, melhora a estrutura do solo, melhora a drenagem e facilita o crescimento das raízes. O olericultor orgânico deve ter em mente a possibilidade de reciclagem de restos vegetais e sobras do preparo e processamento, que na olericultura ocorrem com muita freqüência. A utilização do método de reciclagem de estercos animais e de biomassa vegetal permitem a independência do agricultor quanto à necessidade de incorporação de insumos externos ao seu sistema produtivo, minimizando custos, além de permitir usufruir os benefícios da matéria orgânica em todos os níveis. Como componente essencial do solo, a matéria orgânica deve ser conservada e manejada em um nível de equilíbrio que permita o desenvolvimento de uma agricultura sustentável, pelo uso de métodos adequados de manejo de solo, compreendendo sistemas de preparo, rotação de culturas, adubação, estabelecimento de sistemas integrados de produção. Adubação orgânica Apesar da importância da adubação orgânica, o seu uso extensivo é limitado pela dificuldade de obtenção desses adubos em larga escala, bem como pelos problemas de transporte e distribuição. Entretanto seu uso é corriqueiro em culturas de exploração intensiva, como é o caso das hortaliças, inclusive no sistema convencional de produção. A escolha do adubo orgânico e a eficiência do seu uso dependem de alguns fatores, que devem ser considerados. Entre os principais destaca-se a qualidade e quantidade, os métodos de aplicação, os custos de sua aplicação e a disponibilidade local, evitando o transporte a grandes distâncias. Os adubos orgânicos são volumosos, de valor variável em nutrientes, com a composição total raramente ultrapassando 10 a 20% dos teores encontrados nos fertilizantes minerais e são utilizados em quantidades bastante superiores a estes. Contudo, a utilização de adubos orgânicos não pode levar em conta apenas o seu teor em nutrientes, pois sua presença produz alterações positivas nas propriedades físicas e biológicas do solo. Os adubos verdes, compostos orgânicos, esterco de animais, tortas e restos de culturas são alguns exemplos de adubos orgânicos utilizados no cultivo orgânico de Hortaliças. Nas tabelas 1, 2, 3, 4 e 5 são apresentados dados de caracterização química de alguns materiais.
  • 5. 5 O uso de estercos animais puros na olericultura orgânica é menos comum que nas formas compostadas por questões de ordem econômica e sanitária. Na cultura da cebola Pereira et al. (2002) avaliaram o uso esterco de curral (10, 20 e 40 t/ha) e esterco de galinha (5, 10 e 20 t/ha). Utilizando a cultivar CNPH 6400, no espaçamento de 0,25 x 0,25 cm, os autores mostraram que o esterco de curral na dose de 20 t/ha apresentou os melhores resultados para os caracteres: stand de plantas/m2 , peso total de plantas/m2 , peso total de bulbos/m2 e produção de total de bulbos do tipo I. Tabela 1. Relação C/N e teores de N, P e K em fertilizantes orgânicos. MATERIAL C/N N P K Esterco de carneiro Esterco de gado Esterco de galinha Esterco de porco Composto Palha de milho Palha de arroz Palha de feijão Capim colonião Grama Crotalária (C. juncea)* Guandu* Mucuna preta* Serragem de madeira 15:1 18:1 10:1 10:1 10:1 112:1 39:1 32:1 27:1 36:1 26:1 29:1 22:1 865:1 2,13 1,92 3,04 2,54 1,00 0,48 0,78 1,63 1,87 1,39 1,95 1,81 2,24 0,06 1,28 1,01 4,70 4,93 0,80 0,38 0,58 0,29 0,53 0,36 0,40 0,59 0,58 0,01 3,67 1,62 1,89 2,35 0,80 1,64 0,41 1,94 - - 1,81 1,14 2,97 0,01 * Dados de florescimento em % na matéria seca. Adaptado de Kiehl (1985) Tabela 2: Composição química (base seca) de alguns restos vegetais de interesse como matéria-prima para o preparo de fertilizantes orgânicos. Material Matéria Orgânica % N % C/N P2O5 % K2O Abacaxi: fibras 71,41 0,90 44/1 traços 0,46 Arroz: cascas 54,55 0,78 39/1 0,58 0,49 Arroz: palhas 54,34 0,78 39/1 0,58 0,41 Aveia: cascas 85,00 0,75 63/1 0,15 0,53 Aveia: palhas 85,00 0,66 72/1 0,33 1,91 Café: cascas 82,20 0,86 53/1 0,17 2,07 Café: palhas 93,13 1,37 38/1 0,26 1,96 Capim-gordura 92,38 0,63 81/1 0,17 - Capim-guiné 88,75 1,49 33/1 0,34 - Capim-jaraguá 90,51 0,79 64/1 0,27 - Capim-meloso 90,00 0,70 75/1 0,22 0,5 Capim-mimoso 93,69 0,66 79/1 0,26 - Capim-napier-verde 96,00 1,40 40/1 0,33 0,76 Capim-pé-de-galinha 86,99 1,17 41/1 0,51 - Crotalária juncea 91,42 1,95 26/1 0,40 1,81 Eucalipto: resíduos 77,60 2,83 15/1 0,35 1,52 Feijão-de-porco 88,54 2,55 19/1 0,50 2,41 Feijão-guandú 95,90 1,81 29/1 0,59 1,14 Feijoeiro: palhas 94,68 1,63 32/1 0,29 1,94 Labelabe 88,46 4,56 11/1 2,08 -
  • 6. 6 Milho: palhas 96,75 0,48 112/1 0,38 1,64 Mucuna-preta 90,68 2,24 22,1 0,58 2,97 Serragem de madeira 93,45 0,06 865/1 0,01 0,01 Fonte: Adaptado de KIEHL (2001) e SOUZA (2002). Tabela 3: Teores de macro e micronutrientes de diversos resíduos orgânicos. C N P2O5 Ca Mg K2O Na Fe Mn Cu Zn Resíduo C/N % Ppm Vinhaça 14 1,3 0,09 0,005 0,06 0,03 0,26 37 55 6 1,4 3,8 Torta de filtro 29 7,9 0,27 0,63 0,26 0,13 0,07 92 10960 190 19 49 Torta/mamona 6 30,1 5,5 1,99 5,37 0,59 1,44 207 1420 55 80 141 Esterco de gado 13 19,4 1,53 0,53 0,83 0,34 1,16 1700 3623 196 8 57 Esterco de aves (cama) 20 32,5 1,60 1,50 2,33 0,78 1,76 - 3.125 550 21 266 Fonte: Adaptado de FUNDAÇÃO CARGILL (1983) e SOUZA (2002). Tabela 4: Composição média e relação de proporção de NPK para diversas fontes de fertilizantes orgânicos e minerais. % na matéria seca Fertilizantes Orgânicos N P K Proporção NPK Cinzas - 2,5 10 0-1-4 Fosfato de Araxá - 30 - 0-3-0 Ossos carbonizados - 35 - 0-3,5-0 Torta de Mamona 5,0 2,0 1,1 5-2-1 Torta de Algodão 6,0 3,0 1,4 4-2-1 Cascas de Café 1,7 1,4 3,7 12-1-26 Esterco de Cavalo 0,7 0,4 0,3 2-1-1 Esterco de Coelho 2,0 1,3 1,2 1,5-1-1 Esterco Bovino de Curral Curtido 5,0 2,5 5,0 2-1-2 Esterco Bovino Seco 2,0 1,5 2,2 1,5-1-1,5 Esterco de Ovelha 2,0 1,0 2,5 2-1-2 Esterco de Cabra 3,0 2,0 3,0 1,5-1-1,5 Esterco de Galinha 4,0 4,0 2,0 2-2-1 Resíduo de Esgoto 2,0 1,5 0,5 4-31 Bagaço de Cana 0,3 0,03 0,02 14-1-1 Borra de Café 1,8 0,1 0,01 176-9-1 Farinha de Ossos Crua 2,0 20,0 - 1-10-0 Guano 2,5 8,8 1,1 2-8-1 Serragem de Madeira 0,06 0,01 0,01 6-1-1 Lixo Curtido 1,1 0,3 0,6 3-1-2 Palha de Arroz 0,8 0,6 0,4 2-1-1 Palha de Café 1,4 0,2 2,0 5-1-7 Feijão (sementes) 2,6 0,5 2,4 5-1-5 Palha de Feijão 1,6 0,3 1,9 6-1-7 Guandu – sementes 3,6 0,8 1,8 4-1-2 Cascas de Mandioca (raiz) 0,4 0,3 0,5 1-1-1 Milho (palha) 0,5 0,4 1,6 1-1-4
  • 7. 7 Mucuna (sementes) 3,9 1,1 1,4 4-1-1 Fonte: Adaptado de DADONAS (1989), citado por PECHE FILHO & DE LUCCA (1997) Tabela 5: Composição típica de materiais orgânicos de origem animal, vegetal e agroindustrial (sem secar) utilizados como adubos orgânicos. U* C N P K Ca Mg S Zn Cu Cd Ni Pb Material Orgânico C/N g/kg mg/kg Esterco bovino fresco 20 620 100 5 2,6 6 2 1 1 33 6 0 2 2 Esterco bovino curtido 21 340 320 15 12 21 20 6 2 217 25 0 2 1 Esterco de galinha 10 550 140 14 8 7 23 5 2 138 14 2 2 17 Esterco de porco 9 780 60 7 2 5 12 3 - 242 264 0 2 3 Torta de filtro 27 770 80 3 2 0,6 5 0,8 3 20 13 - - - Torta de mamona 10 90 450 45 7 11 18 5 - 128 73 - - - Mucuna 20 870 60 3 0,6 3 2 0,4 - 6 3 - - - Crotalária juncea 25 860 70 2,8 0,4 3 2 0,4 - 2 1 - - - Milho 46 880 60 1,3 0,2 3 0,5 0,2 - 3 1 - - - * U- Umidade; Fonte: Raij et al., 1996. O esterco de aves é um adubo orgânico bastante solúvel com rápida disponibilização de nutrientes para as plantas. Leal & Silva (2002) compararam o esterco bovino e a cama de aviário na adubação de pimentão orgânico cultivado em ambiente protegido e em céu aberto. Foi utilizada a cultivar Cascadura Ikeda, com transplante das mudas em duas linhas por canteiro espaçadas de 0,5 m entre si. Na adubação de plantio, aplicou-se 250g de cama de aviário ou 500g de esterco bovino, 40g de calcário dolomítico, 20g de termofosfato de Yoorin e 20g de cinza. Na adubação de cobertura, realizada aos 60 dias após o plantio, utilizou-se 250g de cama de aviário ou 500g de esterco bovino. Os resultados obtidos mostraram melhor produção para a adubação de plantio com esterco bovino e de cobertura com cama de aviário. Composto O composto orgânico é o produto final da decomposição aeróbia (na presença de ar) de resíduos vegetais e animais. A compostagem é o processo de degradação de resíduos orgânicos em húmus, quando empregadas as técnicas adequadas de manejo. Trata-se de uma prática muito comum na olericultura orgânica, que visa o melhor aproveitamento da matéria orgânica e sua desinfecção contra certas pragas. O composto orgânico funciona como excelente estruturador do solo, favorecendo um rápido enraizamento, aumentando a saúde e resistência das plantas. A transformação dos resíduos ocorre, principalmente, através da ação de organismos, podendo ser subdividida em duas etapas: física (desintegração – quebra mecânica dos resíduos) e química (decomposição e transformação da biomassa – os resíduos são primeiramente decompostos em suas unidades estruturais básicas por enzimas extracelulares e posteriormente absorvidas e
  • 8. 8 oxidadas pelos microrganismos, a fim de obterem energia e nutrientes inorgânicos para o seu desenvolvimento, com conseqüente transformação da biomassa). O composto final ou húmus é constituído de produtos decompostos, partes resistentes dos resíduos orgânicos e microrganismos mortos e vivos (Peixoto, 2000). A matéria prima para a elaboração do composto deve ser de restos de vegetais (galhos, folhas, capim, outros – ricos em C) e animais (esterco bovino, cama de aviário de matrizes, outros – ricos em N). Quando só se dispõe de matéria prima pobre em nitrogênio (plantas nativas, velhas árvores e arbustos e suas partes) pode-se compensar esta falta com camadas de leguminosas. Outro fator importante a ser observado na escolha e seleção da matéria prima é a relação carbono/nitrogênio, pois com uma proporção ideal de 25 a 30 : 1, a decomposição ocorrerá com eficiência. Essa proporção poderá ser atingida de duas maneiras: • 75% de restos vegetais variados + 25% de esterco; • 50% de restos vegetais frescos + 50% de restos de vegetais velhos. Material muito lenhoso não deve passar de 10% na compostagem, caso contrário deverá ser picado em pedaços menores ou mantido por algum tempo como cama para animais. A pilha de composto deve ter as dimensões de 1,5m de largura, 1,5m de altura e 10m de comprimento, para se obter uma melhor eficiência em relação à temperatura de fermentação, necessária para ocorrer a transformação da matéria prima em composto. As pilhas devem ser formadas por camadas alternadas por material de origem vegetal e animal (Esquema 2). Com 15, 30 e 45 dias, deve-se revirar a pilha (parte de cima para baixo e parte de dentro para fora). No momento da revirada, deve-se proceder ao umedecimento do material a ser compostado. A umidade deve ficar em torno de 50 a 60% (em termos práticos, este teor de umidade ocorre quando ao pegar o material, sente-se que o mesmo está úmido e, ao ser comprimido, não escorre água e forma um torrão). Para manter a umidade ideal deve-se cobrir a pilha com palhas, folhas de bananeira ou lona plástica. O local deve ser protegido do sol e da chuva (à sombra de uma árvore ou em uma área coberta). Após 90 dias o composto estará pronto para ser aplicado ao solo. Teores de nutrientes de alguns compostos são apresentados na tabela 7. O composto tem sido usado numa faixa de 3 a 10 kg por m², dependendo da exigência da cultura e das condições químicas do solo. Para Cenoura, por exemplo, a quantidade a ser utilizada é de 30 toneladas/ha, sendo 20 toneladas/ha a lanço antes de fazer os canteiros e 10 toneladas/ha em cobertura aos 30 dias após o plantio, no momento da raleação. Mais informações sobre compostagem podem ser encontradas em Kiehl (1998), Souza (1999) e Peixoto (2000).
  • 9. 9 Esquema 2. Formulações de compostos, com cama pobre (I) e rica (II) em N. I. COMPOSTO (cama pobre em N) Cada camada de composto deverá conter: • 27 carrinhos de cama de matrizes de frangos (material mais pobre em N) (27 x 3 = 81); • 15 carrinhos de capim roçado (15 x 4 = 60); • 25 carrinhos de capim triturado (25 x 4 = 100); • 13 kg de yoorin Master; • Cabe ressaltar que a meda de composto é formada por quatro camadas, sendo que a cama de matrizes e o Yorin master só compõem as três primeiras camadas (observar montagem da meda esquematizada abaixo). Total de 241 (81 + 60 + 100) carrinhos de pedreiro por meda de composto. Peso (kg) Fontes Carrinho de pedreiro Camada de composto Pilha de composto Cama de frango 25 675 2.025 Capim triturado 5 125 500 Capim roçado 1 15 60 Yoorin 13 39 Peso da meda 2.624 II. COMPOSTO (cama rica em N) Cada camada de composto contém: • 20 carrinhos de cama de matrizes de frango (material mais pobre em N) (20 x 3 = 60); • 15 carrinhos de capim roçado (15 x 4 = 60); • 30 carrinhos de capim triturado (30 x 4 = 120); • 13 kg de yoorin Master. • Cabe ressaltar que a meda de composto é formada por quatro camadas, sendo que a cama de matrizes e o Yorin master só compõem as três primeiras camadas (observar montagem da meda esquematizada abaixo). Total de 240 (60 + 60 + 120) carrinhos de pedreiro por meda de composto. Peso (kg) Fontes Carrinho de pedreiro Camada de composto Pilha de composto Cama de frango 21,29 425,8 1.277,4 Capim triturado 1,92 57,6 230,4 Capim roçado 5,7 85,5 342 Yoorin 13 39 Peso da meda 1.888,8
  • 10. 10 Esquema 3. Montagem da meda de composto. O material a ser compostado deve ser dividido em quatro (4) camadas. Na formação de cada camada coloca-se primeiro o material mais fibroso ou de tamanho maior. A composição de cada camada da pilha de composto é indicada abaixo. 4a camada Capim triturado Capim roçado Yoorin master 3a camada Cama de matriz Capim triturado Capim roçado Yoorin master 2a camada Cama de matriz Capim triturado Capim roçado Yoorin master 1a camada Cama de matriz Capim triturado Capim roçado Tabela 7. Teores de macro e micronutrientes de fontes de matéria orgânica. Embrapa Hortaliças, 2003. Ca Mg K P S Cu Zn Fe Mn B Amostras g/kg mg/kg Cama de Matriz 29,96 7,98 20,35 18,69 4,67 145,90 214,90 3524,00 357,20 34,39 Capim Napier 6,53 3,14 13,15 1,92 1,08 11,00 48,80 1444,0 92,20 10,47 Braquiária 8,93 2,68 3,88 1,65 2,74 8,40 13,10 5465,0 96,60 19,44 Composto 1* 46,24 8,46 9,69 12,09 7,70 54,80 182,40 33366,0 648,70 41,87 Composto 2** 73,85 11,38 17,83 17,86 8,78 69,50 245,70 21876,0 656,60 70,28 Composto de Farelos 55,14 12,74 12,38 16,49 17,67 29,30 80,80 7449,0 398,60 26,92 Esterco Bovino 8,70 5,32 13,78 5,08 13,11 27,50 55,50 132540 444,0 31,40 * Composto 1 – cama de matrizes de aves pobre ** Composto 2 – cama de matrizes de aves rica
  • 11. 11 Adubação verde A prática de adubação verde consiste no aproveitamento de plantas cultivadas ou crescidas esporadicamente no próprio local ou importadas de outra área, deixadas, preferencialmente, na superfície do solo, com a finalidade de preservar e/ou melhorar a fertilidade das terras agrícolas (Chaves & Calegari, 2001). O uso de plantas leguminosas como adubo verde são fundamentais em sistemas orgânicos de produção, pois permitem a melhoria das condições químicas, físicas e biológicas do solo, destacando-se a fixação biológica de nitrogênio, elemento essencial ao crescimento das plantas. A terminologia adubação verde está fortemente associada à aplicação de espécies de plantas da família das leguminosas, pelo benefício adicional da fixação biológica de nitrogênio. Mas hoje já são usadas espécies de outras famílias de plantas que também possuem potencial de uso como espécies de adubos verdes. Levando-se em consideração a cultura comercial, a adubação verde pode ser classificada em: adubação verde em rotação (plantio de espécies de adubos verdes no verão ou inverno, cobrindo o solo por um período de 4 a 6 meses, prática utilizada no preparo de solo no cultivo de plantas perenes), adubação verde em consórcio (adubo verde plantado em consórcio com a cultura principal), adubação verde em sucessão (plantado logo após a cultura principal), e adubação verde em áreas de pousio temporário (viável em áreas degradadas ou que não estão incorporadas ao processo produtivo) (Guerreiro, 2002). Cabe complementar, que as espécies de adubos verdes podem ser usadas isoladamente ou em conjunto (coquetel). O coquetel de adubos verdes é a mistura de espécies pertencentes a diferentes famílias, que possuam diferentes hábitos de crescimento (arquitetura da parte aérea) e ocupam diferentes estratos do solo (desenvolvimento do sistema radicular). A seleção e o manejo da espécie de adubo verde a ser plantada, dependerá do objetivo pretendido. Na maioria das vezes, procura-se espécies de crescimento rápido, com boa cobertura do solo e com grande produção de biomassa vegetal. Geralmente, a incorporação é realizada na época do florescimento, período de maior produção de biomassa e fixação de N. Para obter material de decomposição mais rápida, fazer incorporação antes do florescimento e para obter material de decomposição mais lenta, deixar as espécies em pé mais tempo. A produção de matéria fresca, seca e extração de nutrientes da parte aérea de algumas espécies de adubos verdes são apresentados na figura 1 e tabela 8, respectivamente. Algumas espécies de adubos verdes apresentam tolerância à acidez do solo, dentre elas destaca-se o feijão bravo do Ceará (Canavalia brasiliensis), o feijão de porco (Canavalia ensiformes) e mucuna preta (Mucuna aterrima). As espécies de adubos verdes apresentam comportamentos diferentes, de acordo com o ambiente. No verão, as principais espécies de adubos verdes mais utilizadas são: mucuna preta (Mucuna aterrima), Crotalaria juncea, Crotalaria ocroleuca, Crotalaria spectabilis, Crotalaria paulina, feijão-de-porco (Canavalia ensiformis), guandu (Cajanus cajan), girassol (Helianthus annus), milheto (Pennisetum glaucum) e sorgo forrageiro (Sorghum bicolor). No inverno, as principais espécies utilizadas são: aveia
  • 12. 12 preta (Avena strigosa Scheb), nabo forrageiro (Raphanus sativus), ervilhaca (Vicia sativa) e ervilha forrageira (Pisus arvense). Na agricultura orgânica, muitos produtores têm manejado as adubações de forma similar ao sistema de agricultura convencional, realizando a mesma freqüência de adubação. Entretanto, deve-se considerar que os adubos orgânicos são fontes pouco solúveis e muitos apresentam liberação lenta de nutrientes para as plantas. Desta forma, aplicações freqüentes de adubos orgânicos em culturas de ciclo curto, como é o caso das olerícolas, podem não apresentar os resultados esperados, sendo aproveitados apenas pela cultura seguinte. Considerando este fator, o olericultor orgânico, dependendo das condições do solo, pode substituir as aplicações de adubos para cada cultura individualmente por adubações por ciclos de cultivo, envolvendo maior número de espécies, reduzindo sobremaneira a mão de obra e os custos de sua propriedade. Sob esta mesma ótica, a necessidade de aplicações de adubos em cobertura em sistemas orgânicos de produção de hortaliças precisa ser bem avaliada pelo produtor. Em alguns trabalhos realizados pela Embrapa Hortaliças com cebola a utilização desta prática com compostos a base de farelos e microorganismos não influenciou na produtividade da cultura.
  • 13. 13 Figura 1. Produção média de matéria fresca (a), média dos dias necessários para o florescimento e produção média de matéria seca da parte aérea (b) de espécies de adubos verdes no verão, em Brasília, DF. Espécies com cores iguais não diferem estaticamente pelo Teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Embrapa Hortaliças, 2003. Fonte: Saminêz et. al. (2003a). 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 Sorgo Forrageiro Nabo Forrgeiro Milheto Crotalaria juncea Feijão de Porco Aveia Preta b Mucuna Gundu Anão Crotalaria spectabillis Feijão Bravo do Ceará Produção de Matéria Fresca (t/ha) a 0 5 10 15 20 25 Sorgo Forrageiro C .junceaFeijão de PorcoAveia Preta M ilheto N abo ForrgeiroG uandu Anão Feijão Bravo do C earáM ucuna PretaC .spectabillis ProduçãodeMatériaseca(t/ha) 0 40 80 120 160 Florescimento(dias) Matéria seca Florescimento b
  • 14. 14 Tabela 8. Teor médio e acumulação total de nutrientes na parte aérea de diferentes espécies de adubos verdes, cultivadas no verão de Brasília, Embrapa Hortaliças, 2001. N P K ESPÉCIE Teor Total Teor Total Teor Total (g/kg) (kg/ha) (g/kg) (kg/ha) (g/kg) (kg/ha) Guandu anão 42,97 A 277,50 B 3,75 A 24,20 E 23,12 B 149,32 C Crotalaria juncea 40,80 A 461,80 A 4,50 A 50,76 B 19,83 B 222,48 B Feijão-de-porco 37,64 A 415,30 A 3,10 B 34,20 C 23,27 B 256,53 B Crotalaria spectabilis 32,90 B 103,68 C 3,89 A 12,19 F 25,81 A 80,84 C Feijão-bravo-do-Ceará 30,83 B 163,65 C 3,38 B 17,80 F 31,74 A 167,09 C Mucuna preta 26,68 C 119,81 C 3,17 B 14,23 F 28,79 A 129,31 C Nabo forrageiro 17,75 D 134,69 C 3,67 A 27,43 D 23,23 B 175,01 C Aveia preta 14,90 D 146,48 C 3,74 A 36,69 C 20,09 B 197,73 C Milheto 13,75 D 96,65 C 4,23 A 39,82 C 20,29 B 193,39 C Sorgo forrageiro 10,33 D 245,87 B 3,33 B 78,18 A 14,13 C 335,24 A C.V. (%) 10,61 15,40 10,27 14,89 13,30 21,86 ESPÉCIE Ca Mg S Feijão-de-porco 29,74 A 327,60 A 4,49 C 49,48 C 0,40ns 4,38 A Feijão-bravo-do-Ceará 27,91 A 147,30 C 4,16 C 22,17 E 0,35ns 1,73 B Crotalaria juncea 22,90 B 257,20 B 7,28 A 82,20 B 0,37ns 4,15 A Crotalaria spectabilis 21,11 B 65,73 D 4,24 C 13,28 F 0,34ns 1,06 B Nabo forrageiro 17,78 B 136,26 C 4,96 B 37,71 D 0,32ns 2,42 B Guandu anão 10,23 C 66,04 D 3,38 D 21,81 E 0,38ns 2,43 B Mucuna preta 10,18 C 45,97 D 3,28 D 14,65 F 0,36ns 1,60 B Milheto 5,95 C 56,63 D 3,74 C 35,46 D 0,34ns 3,10 A Aveia preta 4,95 C 48,70 D 2,36 D 23,15 E 0,40ns 3,89 A Sorgo forrageiro 3,80 C 89,18 D 5,42 B 125,35 A 0,15ns 3,68 A C.V. (%) 22,81 23,23 14,59 12,67 26,90 25,36 Cu Zn Mn ESPÉCIE Teor Total Teor Total Teor Total (mg/kg) (g/ha) (mg/kg) (g/ha) (mg/kg) (g/ha) Milheto 16,30 ns 154,98 24,38 A 228,14 B 27,14 A 256,93 B Aveia preta 5,30ns 52,68 22,26 A 219,06 B 40,89 A 384,30 B Guandu anão 21,75ns 139,61 18,04 B 116,53 C 28,24 A 182,35 C Crotalaria juncea 24,35ns 277,06 16,77 C 191,90 B 27,46 A 311,41 B Sorgo forrageiro 10,48ns 247,27 14,22 C 335,20 A 21,50 B 512,30 A Nabo forrageiro 15,08ns 108,48 14,07 C 107,25 C 18,41 B 142,80 C Feijão-de-porco 17,33ns 196,08 13,33 C 147,81 C 32,57 A 358,60 B Crotalaria spectabilis 25,18ns 80,39 13,12 C 41,92 D 16,87 B 54,57 C Feijão-bravo-do-Ceará 23,88ns 127,44 11,88 C 62,46 D 34,99 A 186,71 C Mucuna preta 26,35ns 117,42 10,11 C 45,23 D 11,62 B 42,35 C C.V. (%) 48,35 68,06 13,34 18,16 30,84 33,65 ESPÉCIE Fe B MS** Fejão-bravo-do-Ceará 519,17 A 2.725 B 27,71 A 145,90 C 5,22 D Mucuna preta 477,27 A 2.135 B 27,58 A 97,03 D 4,49 D Feijão-de-porco 356,88 A 3.999 A 32,52 A 359,05 A 11,40 B Crotatalaria juncea 355,02 A 3.934 A 25,23 A 285,60 B 11,31 B Crotalaria spectabilis 311,40 A 949 B 33,98 A 107,27 D 3,14 D Gunadu anão 226,42 B 1.458 B 23,10 A 149,32 C 6,46 C Aveia preta 221,85 B 2.175 B 21,71 A 71,88 D 9,86 B Milheto 202,28 B 1.919 B 7,23 B 66,78 D 9,46 B Nabo forrageiro 176,08 B 1.331 B 22,67 A 171,68 C 7,56 C Sorgo forrageiro 162,25 B 3.833 A 7,08 B 170,35 C 23,54 A C.V. (%) 43,65 42,40 40,03 19,88 15,28
  • 15. 15 * Valores seguidos de letras iguais dentro da coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade; ** MS - Matéria seca da parte aérea (t/ha). Fonte: Saminêz et al. (2003b). Biofertilizantes líquidos O biofertilizante funciona como fonte alternativa de suplementação de nutrientes, via foliar. São aplicados diluídos em água na proporção de 2 a 5%. Entre esses, destacam-se o biofertilizante líquido (esterco de curral fermentado), o Supermagro e o Agrobio. O biofertilizante líquido é preparado à base de esterco de curral fresco e água, na proporção 1:1, fermentado de forma anaeróbia em bombonas plásticas. Nomes: Agrobio, Super Magro, Biofertilizante Vairo, efluentes de biodigestor etc... O supermagro e o Agrobio são variantes deste processo visando suprir micronutrientes junto com o biofertilizante. São formados pela mistura de micronutrientes na forma de sais aos materiais orgânicos, juntamente com melaço, leite e água. Estes produtos, ao serem absorvidos pelas plantas, funcionam como fonte suplementar de micronutrientes e de componentes inespecíficos. Acredita-se que possam influir positivamente na resistência das plantas ao ataque de pragas e de doenças, regulando e tonificando o metabolismo. Revelam potencial para controlar diretamente alguns fitoparasitas através de substâncias com ação fungicida, bactericida ou inseticida presentes em sua composição. Biofertilizante Agrobio (Fernandes, 2002) Ingredientes para a primeira semana (para produzir 500 litros do Agrobio) 200 litros de água 100 litros de esterco fresco bovino 20 litros de leite de vaca ou soro de leite 3kg de melaço Modo de Preparo Os ingredientes devem ser bem misturados e deixados fermentar por uma semana. A este caldo nutritivo, nas sete semanas subsequentes, são acrescentados, semanalmente, os seguintes produtos, previamente dissolvidos em água: 430 g de bórax ou ácido bórico, 570 g de cinza de lenha, 850 g de cloreto de cálcio, 43 g de sulfato ferroso, 60 g de farinha de osso, 60g de farinha de carne, 143 g de termofosfato magnesiano, 1,5 kg de melaço, 30 g de molibdato de sódio, 30 g sulfato de cobalto, 43 g de sulfato de cobre, 86 g de sulfato de manganês, 143 g de sulfato de magnésio, 57 g de sulfato de zinco, 29 g de torta de mamona e 30 gotas de solução de iodo a 1%. Nas quatro últimas semanas, são adicionados 500 ml de urina de vaca. A calda deve ser bem misturada duas vezes por dia. Após oito semanas o volume deve ser completado para 500 litros e coado.
  • 16. 16 São indispensáveis para produção do Agrobio em maior escala, os seguintes materiais: caixa d’água de plástico com tampa e capacidade de 500 litros; bancada de concreto ou madeira; conexões de 2 polegadas; pá; baldes; tela e peneira para coagem. A Agrobio pronto apresenta cor bem escura e odor característico de produto fermentado, pH na faixa de 5 a 6. A análise química do biofertilizante fornece os seguintes resultados: 34,69 g/l de matéria orgânica; 0,8% de carbono; 631 mg/l de N; 170 mg/l de P; 1,2 g/l de Ca e 480 mg/l de Mg, além de traços dos micronutrientes essenciais às plantas. O seu uso é isento de riscos à saúde, uma vez que os testes microbiológicos, até hoje conduzidos, mão detectaram coliformes fecais, bactérias patogênicas e toxinas. Recomendações de uso Na produção de mudas – tratamento preventivo com Agrobio a 2% (20 mililitros do Agrobio para um litro de água), através de pulverizações foliares. Hortaliças folhosas – após o transplantio das mudas, tratamento preventivo com Agrobio, através de pulverizações foliares semanais, na concentração de 4% (40 mililitros do Agrobio para um litro de água) ou, ainda, duas pulverizações/semana a 2%. Hortaliças de fruto a) Cultivo orgânico em sistema protegido (estufas) – tratamento preventivo através de pulverizações foliares semanais com Agrobio a 4% (40 ml/l). b) Cultivo convencional a campo – tratamento preventivo através de pulverizações foliares semanais com Agrobio a 4% (40 ml/l). Culturas perenes – Inicialmente, são recomendadas quatro pulverizações foliares com Agrobio a 4% (duas aplicações a intervalo semanal, seguidas de mais duas pulverizações quinzenais) deverão ser feitas após podas, colheitas e estresse hídrico. Análises químicas de tecidos foliares, com a possível freqüência, são indicadas para monitorar os teores de micronutrientes das culturas perenes. Para hortaliças exigentes em micronutrientes como repolho, couve-flor, brócolos, tomate e alho, os biofertilizantes são alternativas interessantes para fornecimento complementar ou como fonte única destes nutrientes nos sistemas orgânicos de produção. Conclusões Entretanto, o uso dos biofertilizantes na olericultura orgânica ainda necessita de estudos efetivos para se entender sua atuação e definir formas e épocas adequadas de aplicação. Souza et al. (2002) avaliaram o efeito do “Agrobio” sobre a produção de mudas de alface. Foram comparados três cultivares de alface (Elisa, Lívia e Regina) em quatro concentrações do biofertilizante (0, 2, 4 e 6%), aplicados
  • 17. 17 semenalmente. A cultivar Elisa apresentou maior crescimento, com maior peso fresco e seco da parte aérea. O efeito do Agrobio só foi observado para o peso seco das raízes. Neste trabalho, provavelmente, não foi observado o efeito do Agrobio, pois foi utilizado um substrato comercial, que geralmente possuem quantidades de nutrientes suficientes para o bom desenvolvimento das mudas, isto não inviabiliza a aplicação de biofertilizantes para substratos orgânicos, que possuem menores concentrações de nutrientes, além de liberação mais lenta dos mesmos. A ausência de significância também pode ser atribuída a fitossanidade das mudas, pois não ocorrendo pragas e doenças, não é possível verificar o efeito do biofertilizante. Novos estudos devem ser realizados para recomendação do uso de biofertilizantes na produção de mudas de alface e outras hortaliças, em substratos orgânicos. Aldrighi et al. (2002) também não encontraram efeito da aplicação de diferentes concentrações do biofertilizante supermagro e urina de vaca em mudas de tomate em substrato formado por vermicomposto bovino (70%) + casca de arroz carbonizada (30%) e atribuíram a ausência de significância aos aspectos nutricional do substrato e fitossanitário das mudas. Outras fontes de nutrientes Em alguns casos é necessário complementar a adubação orgânica com nutrientes ausentes ou pouco disponíveis na fonte, e que limitarão a plena atividade biológica do solo e das plantas. Entre esses elementos destacam-se o potássio, magnésio, cálcio e o fósforo, principalmente nas condições brasileiras. Os principais produtos utilizados como fontes destes nutrientes em cultivos orgânicos são: • Calcários (calcítico, magnesiano e dolomítico). • Fosfatos naturais e semi solubiizados, farinha de ossos, termofosfatos, escórias e outras fontes com baixa solubilidade. • Minerais de rocha moídos que sejam fontes de cálcio e/ou magnésio, fósforo, potássio,e outros elementos. • Cinzas vegetais e resíduos de biodigestores. • Húmus de minhoca, guanos e turfas. • Tortas e farinhas de resíduos vegetais e animais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Instrução Normativa nº. 7, de 17 de maio de 1999. Dispõe sobre normas para a produção de produtos orgânicos vegetais e animais. Diário Oficial (da República Federativa do Brasil), Brasília, p. 11, 19 de mai. 1999. Seção 1. COSTA, M.B.B. da; CALIGARI, A.; MONDARDO, A.; BULINASI, E.A.; WILDNER, L. do P.; ALCÂNTARA, P.B.; MIYASAKA, S.; AMADO, T.J.C. Adubação verde no sul do Brasil. ASPTA, Rio de Janeiro, 1992. 346p.
  • 18. 18 CHAVES, J.C.D.; CALEGARI, A. Adubação verde e rotação de culturas. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.22, n.212, p. 53-60. 2001. HERNANI, L.C.; ENDRES, V.C.; PITOL, C.; SALTON, J.C. Adubos verdes de outono/inverno no Mato Grosso do Sul. Dourados: EMBRAPA-CPAO, 1995. 93 p. (EMBRAPA-CPAO. Documentos, 4). FERNANDES, A.C.M. Defensivos Alternativos. 2002. P.5-6. FUNDAÇÃO CARGILL. Adubação orgânica, adubação verde e rotação de culturas no estado de São Paulo. 1983, 138p. GUERREIRO, C.P.V. Diferentes métodos de adubação verde. Agroecologia Hoje, Botucatu, n. 14, p. 12-17. 2002. KHATOUNIAN, C.A. A reconstrução ecológica da agricultura. Botucatu: Agroecológica, 2001. 348 p. KIEHL, J. de C. Produção de composto orgânico e vermicomposto. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.22, p.40-42, set./out. 2001. LEAL, M.A. A.; SILVA, V.V. Comparação entre esterco de curral e cama de aviário como adubação de cova e de cobertura em pimentão orgânico cultivado em estufa e a céu aberto. Horticultura Brasileira, Brasília, v.20, n.2, julho 2002b. Suplemento 2. CD-ROM. PECHE FILHO, A. & DE LUCCA, J.D. Produções de morango orgânico. Viçosa, CPT, 87 p.1997. Video-curso e manual. PEIXOTO, R.T. dos S. Preparo do composto. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 18, p. 56-64. Suplemento julho, 2000.
  • 19. 19 PEREIRA, A.J.; SOUZA, R.J.; PEREIRA, W.R. Efeito de diferentes doses de esterco de galinha e de curral sobre a produção de cebola. Horticultura Brasileira, Brasília, v.20, n.2, julho 2002. Suplemento 2. CD-ROM. RAIJ, B van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J.A.; FURLANI, A.M.C. Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. Campinas: Instituto Agronômico. 1996, 285 p. (Boletim técnico, 100). SAMINÊZ, T.C. de O; RESENDE, F. V.; SOUZA, A.F.; CARVALHO, A.M de. Comportamento de espécies de adubos verdes sob sistema orgânico de produção nas condições de verão dos cerrados. Horticultura Brasileira, v. 21, n. 3, jul. 2003a. SAMINÊZ, T.C. de O; RESENDE, F. V.; SOUZA, A.F.; CARVALHO, A.M de. Extração de nutrientes por espécies de adubos verdes sob sistema orgânico de produção nas condições de verão dos Cerrados. Congresso Brasileiro de Agroecologia (trabalho enviado para apresentação) 2003b. SOUZA, J.L. de. Curso Técnico de Agricultura Orgânica. Domingos Martins: INCAPER. 2002, 262 p. (Apostila – mimeografado). SUDO, A.; GUERRA, J.G.M; ALMEIDA, D.L. de.; RIBEIRO, R. de L.D. Avaliação do consórcio de cenoura com alface em sistema orgânico de produção. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 1997. 6 p. (Embrapa-CNPAB. Comunicado Técnico, 17). VIEIRA, J.V.; PESSOA, H.B.S.; MAKISHMA, N. Cultivo da cenoura. Embrapa Hortaliças, 1997. 19 p. (Embrapa Hortaliças. Instruções Técnicas, 13).