1. Mogobe B RamoseMogobe B Ramose
Globalização e UbuntuGlobalização e Ubuntu
Universidade Federal da BahiaUniversidade Federal da Bahia
Instituto de Humanidades, Artes e CiênciasInstituto de Humanidades, Artes e Ciências
HACA34 – Estudos Sobre aHACA34 – Estudos Sobre a ContemporaneidadeContemporaneidade IIII
André Carvalho, Christopher Côrtes, Devson Borges,André Carvalho, Christopher Côrtes, Devson Borges,
Hector Mello, Ítalo Olivera, Leonardo Farias e Lorena SousaHector Mello, Ítalo Olivera, Leonardo Farias e Lorena Sousa
Salvador/BA
2017
3. Filósofo Sul-africano;
Doutor em filosofia pela Katholieke Universiteit Leuven, da
Bélgica em 1983;
Professor de filosofia da Universidade da África do Sul (Unisa);
Diretor do Centro de Aprendizagem Regional da Unisa, em Adis
Abeba, na Etiópia;
Grande parte do seu trabalho teórico e da escrita seguiu o
pensamento político de Sobukwe;
Sobre o Autor
4. Robert Mangaliso Sobukwe (5 de dezembro de 1924 - 27 de
fevereiro de 1978) foi um dissidente político sul-africano proeminente ,
que fundou o Congresso Pan Africanista em oposição à África do Sul
sob o apartheid.
Sobukwe foi considerado tão perigoso
pelo governo do apartheid que ordenou
que o seu parlamento decrete a "cláusula
de Sobukwe", um estatuto que, em sua
face, pareceu conceder poderes
amplamente aplicáveis, mas foi
especificamente destinado a autorizar a
arbitrariedade extensão da prisão de
Sobukwe.
5. Pesquisas nos campos da filosofia africana e nos campos da
filosofia política, direito e relações internacionais;
O ativismo de Ramose resultou em seu exílio que só teve fim no
ano de 1996 quando retornou a universidade de Venda;
Trabalhou na Universidade de Zimbábue e de Venda, na África;
Trabalhou na Universidade de Tilburgh, na Holanda;
É autor dentre outros, de Filosofia africana através do ubuntu
(moond Books, 1999);
Ubuntu é conceito do sul da África em que a filosofia, ontologia e
ética são combinadas.
Sobre o Autor
6. Na sua opinião, a compreensão ubuntu
africana da justiça como equilíbrio e
harmonia exige a restauração da
justiça, revogando as consequências
desumanizadoras da conquista colonial
e eliminando o racismo.
8. Globalização e Filosofia
METAFÍSICO + EPISTOMOLÓGICO – Mundo Experimental;
GLOBALIZAÇÃO E FILOSOFIA – Questões de Justiça;
4 FRONTEIRAS – 2 Reivindicações;
*2 SISTEMAS ESPACIAIS NA ARTE;
ABSOLUTISMO DOGMÁTICO.
9. Globalização e Filosofia
FUNDAMENTALISMO ECONÔMICO – Centro / Dinheiro;
UM FLUXO – Movimento e Mudança;
UBUNTU X FUNDAMENTALISMO ECONÔMICO;
“Riqueza ou Preservação da Vida?”.
12. A Globalização e a Família
Fundamentalismo econômico prefere e de fato prescreve a família
baseada no matrimonio monogâmico;
Os direitos humanos constituem os fundamentos e o contexto para
avaliação e apreciação da globalização.
13. A Globalização e a Família
Fundamentalismo econômico prefere e de fato prescreve a família
baseada no matrimonio monogâmico:
Relativamente mais fácil controlar e ajustar a família às exigências das
forças de mercado;
A juridificação da relação entre o progenitor e criança;
Família precede a juridificação = Família normal;
14. A Globalização e a Família
Os direitos humanos constituem os fundamentos e o contexto para
avaliação e apreciação da globalização:
Seção 3 do Artigo 16 da Declaração Universal dos Direitos Humanos:
“A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito
a proteção da sociedade e do Estado”.
Seção 1 do Artigo 16:
“o direito de contrair matrimônio e de fundar uma família”.
16. A Globalização e a Família
O matrimônio legal monogâmico foi firmemente estabelecido
quando a industrialização assumiu maior visibilidade e alcançou
uma influência importante na vida social;
Relações entre esposo e esposa passaram a estar estruturadas
com base na suposição de que ele se encontrava num patamar
superior a ela;
Reprodução das crianças Garantia de oferta de mão-de-obra.
17. A Globalização e a Família
A reprodução do capital de recursos humanos é uma necessidade
inevitável, sem a qual o sistema não pode sobreviver;
Repensar sobre o matrimônio legal monogâmico como condição
para a reprodução pode tornar-se parte importante do debate
CONTRA a globalização neoliberal.
18. Crítica da Globalização dos Globalistas
O que é a Globalização ?
Tornar mundial em âmbito e aplicação;
A globalização é uma metáfora para aspiração ou determinação
de tornar uma ideia ou estilo de vida aplicável e funcional em todo
um mundo.
19. Crítica da Globalização dos Globalistas
Os objetivos da Globalização:
Segundo Ramose (XXX)
Homogeneização: processo ou efeito de homogeneizar(-se), de
tornar(-se) [algo] homogêneo.
Para os defensores dessa perspectiva, cada parte do planeta deve
ser a mesma, ao funcionar de acordo com uma ideia ou com um
sistema de ideias específicos .
20. Crítica da Globalização dos Globalistas
Globalização versus Internacionalização
A internacionalização se refere às trocas econômicas, políticas,
culturais entre nações, e as relações que daí resultam, pacíficas ou
conflituosas, de complementaridade ou de concorrência;
No contexto da Globalização, segundo Ramose (XXXX), o conceito de
Competição, que está atrelado à ideia da busca em comum de uma meta
compartilhada. Procurar em conjunto a melhor solução para um dado
problema, em dado lugar em dado momento. Ela também denota que a
seleção da melhor solução não é sinônimo da única.
21. O Enfraquecimento da Soberania
“O nosso globo não tem fronteiras”. “As fronteiras existem dentro do globo”.
O trânsito de capital atravessa sempre fronteiras com o objetivo
claro de escapar ao controle de um soberano particular.
Soberano global inexistente!
Soberania: “Soberania é a qualidade de algo ou alguém que é
soberano, isto é, uma autoridade superior (com mais poder e
domínio) em comparação aos demais.”
22. “As fronteiras existem dentro do globo”.
Enfraquecer o direito do soberano Controle decisivo
Atividade econômica interna.
Devido a globalização emergiram novas questões relativas ao
significado da soberania.
“O nosso globo não tem fronteiras”. A globalização é um recém-chegado no
que concerne a destruição de fronteiras.
Sentido metafórico.
O Enfraquecimento da Soberania
23. “Direito de conquista”.
A colonização aboliu a maior parte das
fronteiras existentes fora da Europa.
Extinguiu a soberania do povo
indígena conquistado.
Descolonização
Soberania irregular.
Soberania defeituosa.
Soberania supostamente integral.
Soberania defeituosa.
O Enfraquecimento da Soberania
24. A posse e a ameaça dos principais poderes nucleares de utilizarem as suas armas é
um fator de desterritorialização crucial para a afirmação do Estado soberano como
sendo o ator imprescindível na condução de assuntos globais;
Lei da racionalidade elas não devem ser utilizadas em circunstancias alguma;
É duvidoso que qualquer dos grandes poderes nucleares fracasse em persuadir a
globalização neoliberal da necessidade de se submeter a esta lei sem ser por
interesse próprio;
É mais provável que a globalização capitalista obedeça a lei da racionalidade da
forma que ela é apresentada.
A globalização já está circunscrita pelos imperativos da racionalidade.
O Enfraquecimento da Soberania
SALT I Convenções para o fim do uso de armas estratégicas
Submissão ao controle da soberania.
25. Em Direção a Uma Economia Global
Economia Globalizada;
O que seria uma economia globalizada?
28. A Filosofia dos Direitos Humanos
Orientação valorativa e relações humanas;
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se (...) inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
29. O Mercado e o Direito a Vida
Principal ponto de
análise desta seção.
Produção do lucro.
Ascensão do dinheiro à soberania absoluta.
O novo fundamento do Estado.
Soberania popular.
Soberania econômica.
O sistema de livre empresa.
30. O Mercado e o Direito a Vida
“Aldeia global”
“ A responsabilidade pelo bem-estar social foi
individualizada, privatizada, neutralizada.”
A produção do lucro
Não é nem boa.
BEM
MAL
Imoral
Imoral
Proteger e sustentar a desigualdades
Desumanização de
seres humanos.
Nem má.
31. O Mercado e o Direito a Vida
Sustentação da desigualdade desumanizante
Base e o princípio operacional
O direito humano a subsistência não é o mais importante na constituição do Estado.
Estatuto deste direito Valor vinculado ao dinheiro.
Substância de maior valor entre
todas as outras.
Substância e função a medida de todas as coisas: da vida que
ainda existe e que pode morrer, e da vida que ainda virá a ser.
Principal local onde este princípio de medição opera.
32. O Mercado e o Direito a Vida
Preservação Destruição
A soberania do dinheiro é a realidade da economia dominante da nossa época.
Produtor
Fornecer um
serviço particular
“A economia de serviços contemporânea está dominada pelo capital financeiro.”
Comprar este serviço
Significa fixar um preço
específico por este.
33. O Mercado e o Direito a Vida
Comprador Vendedor Ser humano EMPREGADO
Uma necessidade estrutural para a
sobrevivência do mercado no sistema de
empresa.
Políticas públicas econômicas Políticas públicas sociais
Base do direito da propriedade
Garantia relativamente maior a sobrevivência
Desempregados Impedidos de exercer o seu direito a subsistência
A lógica da soberania do dinheiro encara esta subsistência como sendo admissível e aceita.
PRIVILÉGIO
34. Globalização: Governação ou Justiça?
GOVERNAÇÃO – Princípios;
GOVERNAÇÃO – Neoliberalismo;
*MULTICULTURALISMO sob GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA;
INSTABILIDADE E REFUGIADOS;
UBUNTU – Consciência e Justiça Social.
35. A Metafísica da Competição
Competição (definição geral): concorrência a uma mesma
pretensão por parte de duas ou mais pessoas ou grupos, com
vistas a igualar ou esp. a superar o outro;
A lógica do dogma contemporâneo da competição baseia-se na
premissa metafísica de que ‘devemos matar outro ser humano para
sobreviver.
36.
37. A Filosofia Ubuntu dos Direitos Humanos
Conceito central da organização social e política da filosofia
africana, particularmente entres os falantes das línguas Bantu:
Princípio de compartilhamento de cuidado mútuo.
As forças da vida estão aqui para serem trocadas através e entre
os seres humanos;
Processo de intercâmbio perpétuo;
As forças da vida não pertencem a ninguém e se manifestam de infinitos
conteúdos e formas.
Humanidade africana / Humanismo africano.
38. A Filosofia Ubuntu dos Direitos Humanos
Motho ke motho ka batho:
“Ser humano é afirmar a humanidade própria através do reconhecimento da
humanidade dos outros e, sobre tal embasamento, estabelecer relações
humanas respeitosas para com eles”.
Fetakgomo o tshware motho:
““Se e quando uma pessoa enfrenta uma escolha decisiva entre a riquesa eSe e quando uma pessoa enfrenta uma escolha decisiva entre a riquesa e
a preservação da vida de outro ser humano, ela deve optar pelaa preservação da vida de outro ser humano, ela deve optar pela
preservação da vida”.preservação da vida”.
39. A Filosofia Ubuntu dos Direitos Humanos
“Longe de ser uma nostalgia por uma tradição obsoleta,
a evocação da filosofia Ubuntu dos direitos humanos é
um desafio legítimo à lógica mortal da busca do lucro
em detrimento da preservação da vida humana”.
41. Referências
• SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula. (Orgs.)
Epistemologias do Sul. São Paulo; Editora Cortez. 2010. 637páginas.
• http://afrokut.com.br/tag/mogobe-ramose/
• RAMOSE, Mogobe Bernard; HOOK, Derek. "To whom does the land belong?"
Mogobe Bernard Ramose talks to Derek Hook. Psychol. Soc., Durban , n.
50, p. 86-98, 2016. Available from <http://www.scielo.org.za/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1015-60462016000100005&lng=en&nrm=iso>.