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MEDO E ALIENAÇÃO SOCIAL COMO ARMAS DE DOMINAÇÃO AO LONGO
DA HISTÓRIA E NA ERA CONTEMPORÂNEA
Fernando Alcoforado*
Este artigo tem por objetivo demonstrar que o medo e a alienação das pessoas sempre
foram utilizadas ao longo da história pelos detentores dos meios de produção e do poder
político como armas de dominação para evitar a conscientização da população sobre a
servidão econômica e política em que se achavam submetidas e evitar a rebelião contra
os desumanos sistemas econômicos e políticos em vigor. Esta situação se repete e se
aprofunda em todo o mundo na era contemporânea de dominação do sistema capitalista
globalizado. Este artigo foi inspirado em um artigo do norte-americano, Geoffrey Skoll,
historiador, assistente social e antropólogo e agora professor aposentado, sob o título A
Recent History of Fear (Uma história recente de medo), publicado no website
<https://www.academia.edu/44627431/A_Recent_History_of_Fear>. Geoffrey Skoll
ressalta em seu artigo o uso do medo como controle social do capital global e eu
acrescentei em nosso artigo o uso da alienação social como arma de dominação exercida
pelos detentores dos meios de produção e do poder político no capitalismo globalizado.
Geoffrey Skoll afirma em seu artigo que “no final da segunda década do século XXI, o
medo público veio dos esforços de controle social em nome do capital global. Começando
por volta de 1970, o sistema de capital tornou-se globalizado e enfrentou uma crise de
longo prazo de superacumulação e concentração com uma queda paralela da taxa de lucro.
A necessidade de controlar as classes trabalhadoras cada vez mais empobrecidas em todo
o mundo exigia campanhas combinadas usando a repressão enérgica por aparelhos de
inteligência-militar-polícia e manipulações ideológicas usando propaganda e relações
públicas. Os avanços tecnológicos possibilitaram um controle cada vez mais rígido sobre
as narrativas públicas, especialmente na forma das chamadas redes sociais. Os medos
foram fabricados e a atenção e a consciência do público foram desviadas, de modo que
os movimentos de libertação e descolonização do período pós-Segunda Guerra Mundial
foram atenuados para assegurar a hegemonia contínua de uma classe dominante global.
Em suma, este artigo considera o medo público construído como parte da guerra de
classes cada vez mais crítica durante uma crise de longo prazo do capitalismo mundial”.
Ao participar do debate a respeito do artigo de Geoffrey Skoll no website Academia.edu,
eu afirmei o seguinte: “Eu estou de acordo com o pensamento de George Skoll quanto ao
papel do medo como instrumento dos governantes e das classes dominantes para
aumentar a exploração sobre as classes sociais subalternas. O medo sempre foi usado ao
longo da história pelos governantes e pelas classes dominantes como instrumento de
domínio das classes sociais subalternas. Historicamente, a ação repressiva da polícia, a
legislação punitiva e o aparato da justiça sempre estiveram à disposição dos governantes
e das classes dominantes para amedrontarem as classes subalternas contra qualquer
tentativa de rebelião contra o sistema dominante. A prisão, a tortura e a morte são o
destino de quem se rebela contra o sistema. Por sua vez, os aparelhos ideológicos de
estado (escola, igrejas, mídia) se somam aos aparelhos de repressão no sentido de
“domar” as classes subalternas para que sejam convencidas de que não há outra
alternativa à sociedade capitalista dominante. A crise sanitária da Covid 19 vem
agravando a crise geral do sistema capitalista mundial que faz com que as classes
dominantes aumentem sua exploração sobre os trabalhadores em todo o mundo. Para os
trabalhadores não se rebelarem contra as classes dominantes, eles precisam ser
2
“domados” utilizando os aparelhos de repressão e ideológicos incutindo-lhes o medo da
repressão e do vírus para enfraquecê-los ainda mais”.
É importante ressaltar, que, além do medo, as classes dominantes promovem, sobretudo,
a alienação das pessoas como principal arma utilizada pelos detentores dos meios de
produção e do poder político para evitar a conscientização da população sobre a servidão
econômica e política em que se acha submetida e dela resulte a rebelião contra os
desumanos sistemas econômicos e políticos em vigor. Karl Marx, filósofo, cientista
político, e socialista revolucionário muito influente em sua época (século XIX) até os dias
atuais, afirma que existe alienação: 1) em relação ao produto do trabalho; 2) no processo
de produção; 3) em relação à existência do indivíduo enquanto membro do gênero
humano; e, 4) em relação aos outros indivíduos (SIQUEIRA, Vinícius O que é alienação
em Marx? Disponível no website <https://colunastortas.wordpress.com/2014/02/05/o-
que-e-alienacao-em-marx/>, 2014).
Para Marx, a alienação em relação ao produto do trabalho significa o estranhamento do
ser humano trabalhador em não se reconhecer como autor do produto que produz graças
a seu trabalho. O exemplo clássico é o da linha de produção, em que o trabalhador não se
reconhece no produto final e nem mesmo sabe seu destino. O produto final é do
empregador sendo um objeto estranho a qualquer indivíduo que trabalhou na sua
produção. No fim do processo de trabalho, o produto feito se transforma em algo estranho,
independente do ser que o produziu. A alienação no processo de produção é o que Marx
chama de “alienação ativa” quando o trabalhador é forçado a trabalhar para sobreviver e
trabalha além do necessário para produzir mais valia (diferença entre o salário pago e o
valor do trabalho produzido) em benefício do empregador. O salário pago ao trabalhador
tem por objetivo satisfazer suas necessidades básicas, como comer, dormir, beber, etc.
enquanto a mais valia que é o trabalho não pago beneficia o empregador. O próprio
trabalho é estranho ao indivíduo, que só trabalha sob coerção. Nessas circunstâncias, o
trabalho é sempre considerado como fardo para a sobrevivência do trabalhador. Uma
tentativa de fazer do trabalho algo bom é constantemente praticada pelos empregadores
realizando palestras motivacionais, criando um ambiente saudável e incentivando que os
trabalhadores sigam sua “vocação” sob a perspectiva meramente econômica do
capitalismo.
A alienação do sujeito enquanto pertencente ao gênero humano, segundo Marx, se
materializa no fato do indivíduo estar separado de sua essência, de sua ligação com a
comunidade, de seu trabalho ao se tornar uma pessoa solitária deixando de ser mais um
membro de sua espécie. O trabalho enquanto fator que faz com que o trabalhador se
considere um indivíduo isolado é criticável também por considerar que ele só vale
enquanto trabalhador, não enquanto ser humano. Segundo as coordenadas culturais da
ideologia capitalista, cada indivíduo precisa estar apto e livre para buscar sua felicidade
individual, que é reconhecida como o fim último e sentido da vida e não a felicidade
coletiva da espécie humana. A alienação em relação aos outros homens é a consequência
óbvia da individualização da vida. Quando não se reconhece em seu aspecto mais
fundamental, que é o trabalho, e quando ele não é reconhecido como parte essencial da
vida humana e do ser humano enquanto gênero/espécie, então sua vida e a de seus
semelhantes deixa de ter significado. Ser alienado enquanto parte da espécie humana,
implica em se alienar também dos outros. A teoria da alienação mostra o vazio do sujeito
alienado, mostra a descaracterização da própria humanidade, da essência do sujeito.
3
Segundo Althusser (ALTHUSSER, Louis. Aparelhos ideológicos de estado. 6ª Ed. Rio
de Janeiro: Graal, 1985), para que a produção sobreviva, é necessário que ela faça a
reprodução dos meios de produção. Tais meios de produção são formados pelas forças
produtivas e pelas relações sociais de produção existentes. A reprodução da força de
trabalho se dá fora da empresa, e o meio material pelo qual ela se reproduz é o salário. O
salário é indispensável para a reconstituição da força de trabalho do assalariado
(vestimentas, alimentação, etc.), e também é indispensável à educação dos filhos.
Contudo, não basta apenas fazer com que a força de trabalho se reproduza; ela deve ser
capaz de manusear as máquinas e equipamentos da empresa. Esta qualificação ocorre por
meio do sistema escolar capitalista. Na escola, além de aprender a ler e escrever e se
qualificar para o trabalho, as pessoas aprendem também as regras do "bom
comportamento", ou seja, aprende-se a ser submisso à ordem vigente, fazendo com que
as pessoas sejam submissas em relação à ideologia dominante. Além da escola, também
a Igreja e outras organizações, como as Forças Armadas, são aparelhos ideológicos do
estado. Eles dominam não apenas pelo uso da força, mas também pelo uso da ideologia
para manter a classe dominante no poder. Althusser afirma que quem detém o poder do
estado usa o aparelho do estado em benefício de sua classe, não apenas como aparelho
repressivo de estado, mas também como aparelho ideológico de estado.
Althusser afirma que a diferença básica entre o aparelho repressivo de estado (ARE) e o
aparelhos ideológico de estado (AIE) é que o ARE utilizam-se predominantemente de
argumentos repressivos e coercitivos para atingirem seus objetivos. Já o AIE utiliza
predominantemente a ideologia para manter sua dominação. O AIE trabalha sobre a
mente das pessoas. São integrantes do AIE, dentre outros, o sistema de diferentes igrejas,
o sistema escolar (tanto público quanto privado), o sistema familiar, o sistema jurídico, o
sistema político, o sistema sindical, o sistema de informação e o sistema cultural. Outra
diferença entre o ARE e AIE está na maneira de atuação. Em síntese, o ARE utiliza-se da
repressão e coerção, enquanto o AIE utiliza-se da ideologia. Enquanto o ARE é totalmente
público, grande parte do AIE pertence ao domínio privado. Isto não significa dizer que
exista alguma diferença entre AIE público e privado: ambos funcionam como aparelhos
ideológicos de estado. A visão de Althusser de que o ARE seja totalmente público está se
modificando na era contemporânea com a existência de aparelhos repressivos assumidos
por empresas privadas e, até mesmo, de prisões geridas por empresas privadas.
Segundo Althusser, a função dos aparelhos repressivos do estado é não só manter as
condições políticas da reprodução das relações sociais de produção, mas também manter,
pela repressão, as condições políticas do exercício dos aparelhos ideológicos do estado.
São estes que garantem a mais efetiva reprodução das relações sociais de produção. É aí
que a ideologia da classe dominante funciona. A função de provedor da reprodução das
relações de produção existe desde antes do capitalismo, na Idade Média, durante o
feudalismo. Nesta época, o principal AIE era a Igreja Católica, que tinha funções não só
religiosas, mas também educacionais, além de uma boa parte das funções de informação
e de cultura. Durante o século XIX, com a progressiva separação entre Estado e Igreja,
surgiu novo AIE: a escola. Na era contemporânea, temos novo AIE: a mídia. A escola e
a mídia são os AIE que mais influenciam no momento, pois é a escola quem dá formação
a todas as pessoas, independentemente de classe social, desde o maternal até a
universidade e a mídia condiciona também o comportamento das pessoas, sobretudo
através da TV e das redes sociais. Portanto, é por meio da educação e da mídia que a
reprodução das relações sociais de produção ocorre no momento. Esta ideologia,
entretanto, está oculta, pois a escola é tida como neutra na formação do indivíduo e a
4
mídia é considerada neutra na disseminação da informação. A escola e a mídia
desempenham, entretanto, um papel determinante na reprodução das relações sociais de
produção no sentido de manter o modo de produção dominante em cada sociedade.
Na história da humanidade, a alienação das pessoas já existia desde o surgimento da
propriedade privada muito antes do advento do capitalismo. O nascimento da propriedade
privada dos meios de produção como algo separado do indivíduo que produz existe
juntamente com a alienação do trabalho. O indivíduo alienado é, portanto, aquele que não
se reconhece no produto de seu trabalho, que não se satisfaz na sua atividade de trabalho
e que não se reconhece enquanto membro da espécie humana. O indivíduo alienado é um
sujeito impotente. Este indivíduo alienado é destituído de tudo que lhe é próprio não está
apto para assumir a responsabilidade de guiar a sociedade junto com seus semelhantes
sendo incapaz de perceber a possibilidade de realizar uma mudança econômica, política
e social em seu benefício e da sociedade como um todo. Estamos hoje diante de seres
humanos totalmente alienados que não se dão conta do que está acontecendo, ou melhor,
que não têm capacidade de enxergar a vida como ela é. Aceitam sem discutir a vida
lamentável que foi planificada para eles. Eis então o pesadelo dos servos ou escravos
modernos que se deixam levar pela dança macabra do sistema de alienação imperante. A
opressão se moderniza se estendendo por todas as partes do mundo com as formas de
mistificação impostas pelos aparelhos ideológicos de estado que permitem ocultar a
condição de servos ou escravos modernos a que está submetida a humanidade.
O sistema capitalista dominante fez do trabalho sua principal fonte de extração do lucro.
E os servos ou escravos modernos devem trabalhar mais e mais para pagar a crédito sua
vida miserável. Eles estão esgotados de tanto trabalhar, perdem a maior parte de sua
energia e têm que suportar as piores humilhações. Passam toda sua vida realizando uma
atividade extenuante e insidiosa que é o trabalho apenas proveitosa para os detentores dos
meios de produção. E a atividade alienante que é o trabalho atual é apresentada como
libertadora do ser humano. O ser humano já está acostumado a sempre obedecer. A
obediência se tornou sua segunda natureza. Ele obedece sem saber por qual razão,
simplesmente porque ele sabe que deve obedecer. Obedecer, produzir e consumir, eis ai
as três exigências que condicionam a vida do ser humano sujeito à servidão moderna.
Obedece-se aos pais, aos professores, aos patrões, aos proprietários, aos comerciantes e,
também, às leis, às forças da ordem e a todos os tipos de poderes, pois ele não sabe fazer
outra coisa senão obedecer. Não existe algo que lhe dê mais medo do que a desobediência,
já que desobedecer, aventurar, mudar, é muito arriscado. É o medo que transformou os
seres humanos em servos ou escravos de um sistema econômico e que os mantêm nesta
condição. Grande parte dos seres humanos baixaram a cabeça frente aos donos do mundo,
aceitando esta vida de humilhação e de miséria somente por medo.
Todo ato de rebelião ou de resistência contra a realidade em que vivemos é de fato
assimilada a uma atividade subversiva ou terrorista como tem ocorrido ao longo da
história da humanidade. A liberdade plena só existe para aqueles que defendem os
imperativos do capitalismo. O servo ou escravo moderno precisa ser dominado pelo
misticismo de um deus para anestesiá-lo do mal que lhe atormenta e do sofrimento que o
sufoca. Este novo deus, a quem entregou sua alma, não é nada mais nada menos do que
o dinheiro. É em nome desse novo deus que ele estuda, que ele trabalha, que ele luta e se
vende. É em nome desse novo deus que o ser humano abandonou seus valores mais
sagrados e está disposto a fazer qualquer coisa. Ele acredita que quanto mais tem dinheiro
5
mais se libertará dos problemas dentro dos quais ele está aprisionado como se a possessão
do dinheiro andasse de mãos dadas com a liberdade.
O servo ou escravo moderno está sendo convencido pelos detentores do poder de que não
existe alternativa à organização que prevalece no mundo atual, o capitalismo. Ele se
resignou a esta vida porque foi convencido de que não pode haver outro modelo de
organização da sociedade. E é ai mesmo que se encontra a força da dominação presente:
criar a ilusão de que o sistema capitalista que colonizou toda a face da Terra representa o
melhor que a humanidade já construiu em termos de organização social. Os detentores do
capital convenceram os seres humanos de que adaptar-se a sua ideologia é como adaptar-
se ao mundo tal qual se mostra e como sempre foi. Sonhar com outro mundo se tornou
um crime criticado unanimemente pelos meios de comunicação e os poderes públicos. É
por isso que no sistema dominante, as forças de repressão são precedidas pela dissuasão
que, desde a infância, realiza sua obra de formação de servos ou escravos modernos. O
ser humano escravizado deve esquecer-se de sua condição servil, de sua prisão, e de sua
vida miserável. Basta olhar essa multidão hipnotizada frente às telas de televisão e dos
smartphones que acompanha sua vida cotidiana. Os detentores do poder econômico e
político enganam os servos ou escravos modernos vendendo a ideia de que eles podem
sonhar em um futuro melhor feita de dinheiro, de glória e de aventura. Existem imagens
para todos e por todos os lados. Essas imagens levam consigo a mensagem ideológica da
sociedade capitalista moderna e serve de instrumento de unificação e de propaganda. Vão
crescendo à medida que o homem é desapropriado de seu mundo e de sua vida.
Os servos ou escravos modernos ainda se vêm como cidadãos. Eles acreditam que votam
realmente e decidem livremente quem vai defender seus interesses. Na democracia
parlamentar, os servos ou escravos modernos têm a ilusão de que podem escolher eles
mesmos o mestre a quem eles deverão servir. Na prática, não existe oposição ao “status
quo”, pois os partidos políticos dominantes estão de acordo sobre o essencial que é a
conservação da atual sociedade capitalista. Não há partido político susceptível de chegar
ao poder pela via parlamentar que duvide do dogma do mercado. E esta é a posição da
grande maioria dos partidos políticos que com a cumplicidade midiática monopoliza o
poder. A forma representativa e parlamentar atual no mundo limita o poder dos cidadãos
ao simples direito ao voto, ou seja, a nada. As cadeiras do Parlamento estão ocupadas pela
imensa maioria da classe econômica dominante.
Tudo o que acaba de ser relatado deixa evidenciado que o progresso da humanidade só
ocorrerá com o fim do medo imposto pelos aparelhos repressivos de estado e da alienação
do ser humano imposta pelos aparelhos ideológicos de estado. Para que essa tragédia
absurda chegue ao fim, é preciso conscientizar todos os seres humanos para se rebelarem
contra a exploração e a alienação de que são vítimas visando a construção de uma nova
sociedade que contribua para o progresso político, econômico, social e ambiental da
humanidade que dele resulte a conquista da felicidade para todos os seres humanos.
Diante do histórico tenebroso dos atentados praticados contra a humanidade pelo
capitalismo e de suas perspectivas sombrias, urge atacar o mal desta barbárie pela raiz
com sua substituição por uma nova ordem mundial civilizada em substituição à ordem
capitalista dominante geradora dos atentados à Civilização em todos os quadrantes da
Terra que se registram há milhares de anos. A nova ordem mundial civilizada a ser
construída deveria adotar o lema universal de "Liberdade, Igualdade, Fraternidade" como
herança do Iluminismo ao final do século XVII. Este lema invocado durante a Revolução
6
Francesa, que é universal porque traduz os anseios de todos os seres humanos, precisa ser
resgatado pela humanidade.
Em cada país do mundo, deveria ser adotado um novo modelo de sociedade que
possibilite uma convivência civilizada entre todos os seres humanos. Este novo modelo
de sociedade deveria ser inspirado na social democracia existente nos países da
Escandinávia (Suécia, Dinamarca, Noruega, Finlândia e Islândia) que destoam da grande
maioria dos países do mundo em termos de desenvolvimento político, econômico e social.
Nesses países foi implantado o mais bem sucedido Estado de Bem estar Social. A opção
pela social democracia escandinava com os necessários aperfeiçoamentos e adaptações
para cada país se justifica porque o relatório World Happiness Report 2020 da ONU
mostra que as nações mais felizes do mundo estão concentradas no Norte da Europa, com
a Noruega no topo da lista. Os países escandinavos possuem a mais alta classificação no
PIB real per capita, a maior expectativa de vida saudável, a maior liberdade de fazer
escolhas na vida e a maior generosidade. Não é por acaso que os países escandinavos,
além de apresentarem grandes êxitos econômicos e sociais, são líderes em IDH (Índice
de Desenvolvimento Humano) no mundo. Para fazer com que a Civilização prevaleça
sobre a Barbárie é preciso que as forças vivas defensoras da Civilização se aglutinem em
todo o planeta para se contraporem às forças da Barbárie. O futuro da humanidade
depende do desfecho deste confronto.
* Fernando Alcoforado, 81, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema
CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em Planejamento
Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor
nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de
sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC-
O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil
(Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de
doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização
e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século
XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions
of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller
Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária
(Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o
progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo,
São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV,
Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI
(Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o
Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016), A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba,
2017), Esquerda x Direita e a sua convergência (Associação Baiana de Imprensa, Salvador, 2018, em co-
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  • 1. 1 MEDO E ALIENAÇÃO SOCIAL COMO ARMAS DE DOMINAÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA E NA ERA CONTEMPORÂNEA Fernando Alcoforado* Este artigo tem por objetivo demonstrar que o medo e a alienação das pessoas sempre foram utilizadas ao longo da história pelos detentores dos meios de produção e do poder político como armas de dominação para evitar a conscientização da população sobre a servidão econômica e política em que se achavam submetidas e evitar a rebelião contra os desumanos sistemas econômicos e políticos em vigor. Esta situação se repete e se aprofunda em todo o mundo na era contemporânea de dominação do sistema capitalista globalizado. Este artigo foi inspirado em um artigo do norte-americano, Geoffrey Skoll, historiador, assistente social e antropólogo e agora professor aposentado, sob o título A Recent History of Fear (Uma história recente de medo), publicado no website <https://www.academia.edu/44627431/A_Recent_History_of_Fear>. Geoffrey Skoll ressalta em seu artigo o uso do medo como controle social do capital global e eu acrescentei em nosso artigo o uso da alienação social como arma de dominação exercida pelos detentores dos meios de produção e do poder político no capitalismo globalizado. Geoffrey Skoll afirma em seu artigo que “no final da segunda década do século XXI, o medo público veio dos esforços de controle social em nome do capital global. Começando por volta de 1970, o sistema de capital tornou-se globalizado e enfrentou uma crise de longo prazo de superacumulação e concentração com uma queda paralela da taxa de lucro. A necessidade de controlar as classes trabalhadoras cada vez mais empobrecidas em todo o mundo exigia campanhas combinadas usando a repressão enérgica por aparelhos de inteligência-militar-polícia e manipulações ideológicas usando propaganda e relações públicas. Os avanços tecnológicos possibilitaram um controle cada vez mais rígido sobre as narrativas públicas, especialmente na forma das chamadas redes sociais. Os medos foram fabricados e a atenção e a consciência do público foram desviadas, de modo que os movimentos de libertação e descolonização do período pós-Segunda Guerra Mundial foram atenuados para assegurar a hegemonia contínua de uma classe dominante global. Em suma, este artigo considera o medo público construído como parte da guerra de classes cada vez mais crítica durante uma crise de longo prazo do capitalismo mundial”. Ao participar do debate a respeito do artigo de Geoffrey Skoll no website Academia.edu, eu afirmei o seguinte: “Eu estou de acordo com o pensamento de George Skoll quanto ao papel do medo como instrumento dos governantes e das classes dominantes para aumentar a exploração sobre as classes sociais subalternas. O medo sempre foi usado ao longo da história pelos governantes e pelas classes dominantes como instrumento de domínio das classes sociais subalternas. Historicamente, a ação repressiva da polícia, a legislação punitiva e o aparato da justiça sempre estiveram à disposição dos governantes e das classes dominantes para amedrontarem as classes subalternas contra qualquer tentativa de rebelião contra o sistema dominante. A prisão, a tortura e a morte são o destino de quem se rebela contra o sistema. Por sua vez, os aparelhos ideológicos de estado (escola, igrejas, mídia) se somam aos aparelhos de repressão no sentido de “domar” as classes subalternas para que sejam convencidas de que não há outra alternativa à sociedade capitalista dominante. A crise sanitária da Covid 19 vem agravando a crise geral do sistema capitalista mundial que faz com que as classes dominantes aumentem sua exploração sobre os trabalhadores em todo o mundo. Para os trabalhadores não se rebelarem contra as classes dominantes, eles precisam ser
  • 2. 2 “domados” utilizando os aparelhos de repressão e ideológicos incutindo-lhes o medo da repressão e do vírus para enfraquecê-los ainda mais”. É importante ressaltar, que, além do medo, as classes dominantes promovem, sobretudo, a alienação das pessoas como principal arma utilizada pelos detentores dos meios de produção e do poder político para evitar a conscientização da população sobre a servidão econômica e política em que se acha submetida e dela resulte a rebelião contra os desumanos sistemas econômicos e políticos em vigor. Karl Marx, filósofo, cientista político, e socialista revolucionário muito influente em sua época (século XIX) até os dias atuais, afirma que existe alienação: 1) em relação ao produto do trabalho; 2) no processo de produção; 3) em relação à existência do indivíduo enquanto membro do gênero humano; e, 4) em relação aos outros indivíduos (SIQUEIRA, Vinícius O que é alienação em Marx? Disponível no website <https://colunastortas.wordpress.com/2014/02/05/o- que-e-alienacao-em-marx/>, 2014). Para Marx, a alienação em relação ao produto do trabalho significa o estranhamento do ser humano trabalhador em não se reconhecer como autor do produto que produz graças a seu trabalho. O exemplo clássico é o da linha de produção, em que o trabalhador não se reconhece no produto final e nem mesmo sabe seu destino. O produto final é do empregador sendo um objeto estranho a qualquer indivíduo que trabalhou na sua produção. No fim do processo de trabalho, o produto feito se transforma em algo estranho, independente do ser que o produziu. A alienação no processo de produção é o que Marx chama de “alienação ativa” quando o trabalhador é forçado a trabalhar para sobreviver e trabalha além do necessário para produzir mais valia (diferença entre o salário pago e o valor do trabalho produzido) em benefício do empregador. O salário pago ao trabalhador tem por objetivo satisfazer suas necessidades básicas, como comer, dormir, beber, etc. enquanto a mais valia que é o trabalho não pago beneficia o empregador. O próprio trabalho é estranho ao indivíduo, que só trabalha sob coerção. Nessas circunstâncias, o trabalho é sempre considerado como fardo para a sobrevivência do trabalhador. Uma tentativa de fazer do trabalho algo bom é constantemente praticada pelos empregadores realizando palestras motivacionais, criando um ambiente saudável e incentivando que os trabalhadores sigam sua “vocação” sob a perspectiva meramente econômica do capitalismo. A alienação do sujeito enquanto pertencente ao gênero humano, segundo Marx, se materializa no fato do indivíduo estar separado de sua essência, de sua ligação com a comunidade, de seu trabalho ao se tornar uma pessoa solitária deixando de ser mais um membro de sua espécie. O trabalho enquanto fator que faz com que o trabalhador se considere um indivíduo isolado é criticável também por considerar que ele só vale enquanto trabalhador, não enquanto ser humano. Segundo as coordenadas culturais da ideologia capitalista, cada indivíduo precisa estar apto e livre para buscar sua felicidade individual, que é reconhecida como o fim último e sentido da vida e não a felicidade coletiva da espécie humana. A alienação em relação aos outros homens é a consequência óbvia da individualização da vida. Quando não se reconhece em seu aspecto mais fundamental, que é o trabalho, e quando ele não é reconhecido como parte essencial da vida humana e do ser humano enquanto gênero/espécie, então sua vida e a de seus semelhantes deixa de ter significado. Ser alienado enquanto parte da espécie humana, implica em se alienar também dos outros. A teoria da alienação mostra o vazio do sujeito alienado, mostra a descaracterização da própria humanidade, da essência do sujeito.
  • 3. 3 Segundo Althusser (ALTHUSSER, Louis. Aparelhos ideológicos de estado. 6ª Ed. Rio de Janeiro: Graal, 1985), para que a produção sobreviva, é necessário que ela faça a reprodução dos meios de produção. Tais meios de produção são formados pelas forças produtivas e pelas relações sociais de produção existentes. A reprodução da força de trabalho se dá fora da empresa, e o meio material pelo qual ela se reproduz é o salário. O salário é indispensável para a reconstituição da força de trabalho do assalariado (vestimentas, alimentação, etc.), e também é indispensável à educação dos filhos. Contudo, não basta apenas fazer com que a força de trabalho se reproduza; ela deve ser capaz de manusear as máquinas e equipamentos da empresa. Esta qualificação ocorre por meio do sistema escolar capitalista. Na escola, além de aprender a ler e escrever e se qualificar para o trabalho, as pessoas aprendem também as regras do "bom comportamento", ou seja, aprende-se a ser submisso à ordem vigente, fazendo com que as pessoas sejam submissas em relação à ideologia dominante. Além da escola, também a Igreja e outras organizações, como as Forças Armadas, são aparelhos ideológicos do estado. Eles dominam não apenas pelo uso da força, mas também pelo uso da ideologia para manter a classe dominante no poder. Althusser afirma que quem detém o poder do estado usa o aparelho do estado em benefício de sua classe, não apenas como aparelho repressivo de estado, mas também como aparelho ideológico de estado. Althusser afirma que a diferença básica entre o aparelho repressivo de estado (ARE) e o aparelhos ideológico de estado (AIE) é que o ARE utilizam-se predominantemente de argumentos repressivos e coercitivos para atingirem seus objetivos. Já o AIE utiliza predominantemente a ideologia para manter sua dominação. O AIE trabalha sobre a mente das pessoas. São integrantes do AIE, dentre outros, o sistema de diferentes igrejas, o sistema escolar (tanto público quanto privado), o sistema familiar, o sistema jurídico, o sistema político, o sistema sindical, o sistema de informação e o sistema cultural. Outra diferença entre o ARE e AIE está na maneira de atuação. Em síntese, o ARE utiliza-se da repressão e coerção, enquanto o AIE utiliza-se da ideologia. Enquanto o ARE é totalmente público, grande parte do AIE pertence ao domínio privado. Isto não significa dizer que exista alguma diferença entre AIE público e privado: ambos funcionam como aparelhos ideológicos de estado. A visão de Althusser de que o ARE seja totalmente público está se modificando na era contemporânea com a existência de aparelhos repressivos assumidos por empresas privadas e, até mesmo, de prisões geridas por empresas privadas. Segundo Althusser, a função dos aparelhos repressivos do estado é não só manter as condições políticas da reprodução das relações sociais de produção, mas também manter, pela repressão, as condições políticas do exercício dos aparelhos ideológicos do estado. São estes que garantem a mais efetiva reprodução das relações sociais de produção. É aí que a ideologia da classe dominante funciona. A função de provedor da reprodução das relações de produção existe desde antes do capitalismo, na Idade Média, durante o feudalismo. Nesta época, o principal AIE era a Igreja Católica, que tinha funções não só religiosas, mas também educacionais, além de uma boa parte das funções de informação e de cultura. Durante o século XIX, com a progressiva separação entre Estado e Igreja, surgiu novo AIE: a escola. Na era contemporânea, temos novo AIE: a mídia. A escola e a mídia são os AIE que mais influenciam no momento, pois é a escola quem dá formação a todas as pessoas, independentemente de classe social, desde o maternal até a universidade e a mídia condiciona também o comportamento das pessoas, sobretudo através da TV e das redes sociais. Portanto, é por meio da educação e da mídia que a reprodução das relações sociais de produção ocorre no momento. Esta ideologia, entretanto, está oculta, pois a escola é tida como neutra na formação do indivíduo e a
  • 4. 4 mídia é considerada neutra na disseminação da informação. A escola e a mídia desempenham, entretanto, um papel determinante na reprodução das relações sociais de produção no sentido de manter o modo de produção dominante em cada sociedade. Na história da humanidade, a alienação das pessoas já existia desde o surgimento da propriedade privada muito antes do advento do capitalismo. O nascimento da propriedade privada dos meios de produção como algo separado do indivíduo que produz existe juntamente com a alienação do trabalho. O indivíduo alienado é, portanto, aquele que não se reconhece no produto de seu trabalho, que não se satisfaz na sua atividade de trabalho e que não se reconhece enquanto membro da espécie humana. O indivíduo alienado é um sujeito impotente. Este indivíduo alienado é destituído de tudo que lhe é próprio não está apto para assumir a responsabilidade de guiar a sociedade junto com seus semelhantes sendo incapaz de perceber a possibilidade de realizar uma mudança econômica, política e social em seu benefício e da sociedade como um todo. Estamos hoje diante de seres humanos totalmente alienados que não se dão conta do que está acontecendo, ou melhor, que não têm capacidade de enxergar a vida como ela é. Aceitam sem discutir a vida lamentável que foi planificada para eles. Eis então o pesadelo dos servos ou escravos modernos que se deixam levar pela dança macabra do sistema de alienação imperante. A opressão se moderniza se estendendo por todas as partes do mundo com as formas de mistificação impostas pelos aparelhos ideológicos de estado que permitem ocultar a condição de servos ou escravos modernos a que está submetida a humanidade. O sistema capitalista dominante fez do trabalho sua principal fonte de extração do lucro. E os servos ou escravos modernos devem trabalhar mais e mais para pagar a crédito sua vida miserável. Eles estão esgotados de tanto trabalhar, perdem a maior parte de sua energia e têm que suportar as piores humilhações. Passam toda sua vida realizando uma atividade extenuante e insidiosa que é o trabalho apenas proveitosa para os detentores dos meios de produção. E a atividade alienante que é o trabalho atual é apresentada como libertadora do ser humano. O ser humano já está acostumado a sempre obedecer. A obediência se tornou sua segunda natureza. Ele obedece sem saber por qual razão, simplesmente porque ele sabe que deve obedecer. Obedecer, produzir e consumir, eis ai as três exigências que condicionam a vida do ser humano sujeito à servidão moderna. Obedece-se aos pais, aos professores, aos patrões, aos proprietários, aos comerciantes e, também, às leis, às forças da ordem e a todos os tipos de poderes, pois ele não sabe fazer outra coisa senão obedecer. Não existe algo que lhe dê mais medo do que a desobediência, já que desobedecer, aventurar, mudar, é muito arriscado. É o medo que transformou os seres humanos em servos ou escravos de um sistema econômico e que os mantêm nesta condição. Grande parte dos seres humanos baixaram a cabeça frente aos donos do mundo, aceitando esta vida de humilhação e de miséria somente por medo. Todo ato de rebelião ou de resistência contra a realidade em que vivemos é de fato assimilada a uma atividade subversiva ou terrorista como tem ocorrido ao longo da história da humanidade. A liberdade plena só existe para aqueles que defendem os imperativos do capitalismo. O servo ou escravo moderno precisa ser dominado pelo misticismo de um deus para anestesiá-lo do mal que lhe atormenta e do sofrimento que o sufoca. Este novo deus, a quem entregou sua alma, não é nada mais nada menos do que o dinheiro. É em nome desse novo deus que ele estuda, que ele trabalha, que ele luta e se vende. É em nome desse novo deus que o ser humano abandonou seus valores mais sagrados e está disposto a fazer qualquer coisa. Ele acredita que quanto mais tem dinheiro
  • 5. 5 mais se libertará dos problemas dentro dos quais ele está aprisionado como se a possessão do dinheiro andasse de mãos dadas com a liberdade. O servo ou escravo moderno está sendo convencido pelos detentores do poder de que não existe alternativa à organização que prevalece no mundo atual, o capitalismo. Ele se resignou a esta vida porque foi convencido de que não pode haver outro modelo de organização da sociedade. E é ai mesmo que se encontra a força da dominação presente: criar a ilusão de que o sistema capitalista que colonizou toda a face da Terra representa o melhor que a humanidade já construiu em termos de organização social. Os detentores do capital convenceram os seres humanos de que adaptar-se a sua ideologia é como adaptar- se ao mundo tal qual se mostra e como sempre foi. Sonhar com outro mundo se tornou um crime criticado unanimemente pelos meios de comunicação e os poderes públicos. É por isso que no sistema dominante, as forças de repressão são precedidas pela dissuasão que, desde a infância, realiza sua obra de formação de servos ou escravos modernos. O ser humano escravizado deve esquecer-se de sua condição servil, de sua prisão, e de sua vida miserável. Basta olhar essa multidão hipnotizada frente às telas de televisão e dos smartphones que acompanha sua vida cotidiana. Os detentores do poder econômico e político enganam os servos ou escravos modernos vendendo a ideia de que eles podem sonhar em um futuro melhor feita de dinheiro, de glória e de aventura. Existem imagens para todos e por todos os lados. Essas imagens levam consigo a mensagem ideológica da sociedade capitalista moderna e serve de instrumento de unificação e de propaganda. Vão crescendo à medida que o homem é desapropriado de seu mundo e de sua vida. Os servos ou escravos modernos ainda se vêm como cidadãos. Eles acreditam que votam realmente e decidem livremente quem vai defender seus interesses. Na democracia parlamentar, os servos ou escravos modernos têm a ilusão de que podem escolher eles mesmos o mestre a quem eles deverão servir. Na prática, não existe oposição ao “status quo”, pois os partidos políticos dominantes estão de acordo sobre o essencial que é a conservação da atual sociedade capitalista. Não há partido político susceptível de chegar ao poder pela via parlamentar que duvide do dogma do mercado. E esta é a posição da grande maioria dos partidos políticos que com a cumplicidade midiática monopoliza o poder. A forma representativa e parlamentar atual no mundo limita o poder dos cidadãos ao simples direito ao voto, ou seja, a nada. As cadeiras do Parlamento estão ocupadas pela imensa maioria da classe econômica dominante. Tudo o que acaba de ser relatado deixa evidenciado que o progresso da humanidade só ocorrerá com o fim do medo imposto pelos aparelhos repressivos de estado e da alienação do ser humano imposta pelos aparelhos ideológicos de estado. Para que essa tragédia absurda chegue ao fim, é preciso conscientizar todos os seres humanos para se rebelarem contra a exploração e a alienação de que são vítimas visando a construção de uma nova sociedade que contribua para o progresso político, econômico, social e ambiental da humanidade que dele resulte a conquista da felicidade para todos os seres humanos. Diante do histórico tenebroso dos atentados praticados contra a humanidade pelo capitalismo e de suas perspectivas sombrias, urge atacar o mal desta barbárie pela raiz com sua substituição por uma nova ordem mundial civilizada em substituição à ordem capitalista dominante geradora dos atentados à Civilização em todos os quadrantes da Terra que se registram há milhares de anos. A nova ordem mundial civilizada a ser construída deveria adotar o lema universal de "Liberdade, Igualdade, Fraternidade" como herança do Iluminismo ao final do século XVII. Este lema invocado durante a Revolução
  • 6. 6 Francesa, que é universal porque traduz os anseios de todos os seres humanos, precisa ser resgatado pela humanidade. Em cada país do mundo, deveria ser adotado um novo modelo de sociedade que possibilite uma convivência civilizada entre todos os seres humanos. Este novo modelo de sociedade deveria ser inspirado na social democracia existente nos países da Escandinávia (Suécia, Dinamarca, Noruega, Finlândia e Islândia) que destoam da grande maioria dos países do mundo em termos de desenvolvimento político, econômico e social. Nesses países foi implantado o mais bem sucedido Estado de Bem estar Social. A opção pela social democracia escandinava com os necessários aperfeiçoamentos e adaptações para cada país se justifica porque o relatório World Happiness Report 2020 da ONU mostra que as nações mais felizes do mundo estão concentradas no Norte da Europa, com a Noruega no topo da lista. Os países escandinavos possuem a mais alta classificação no PIB real per capita, a maior expectativa de vida saudável, a maior liberdade de fazer escolhas na vida e a maior generosidade. Não é por acaso que os países escandinavos, além de apresentarem grandes êxitos econômicos e sociais, são líderes em IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) no mundo. Para fazer com que a Civilização prevaleça sobre a Barbárie é preciso que as forças vivas defensoras da Civilização se aglutinem em todo o planeta para se contraporem às forças da Barbárie. O futuro da humanidade depende do desfecho deste confronto. * Fernando Alcoforado, 81, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016), A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba, 2017), Esquerda x Direita e a sua convergência (Associação Baiana de Imprensa, Salvador, 2018, em co- autoria) e Como inventar o futuro para mudar o mundo (Editora CRV, Curitiba, 2019).