O documento discute a amebíase, causada pela Entamoeba histolytica. Apresenta o ciclo de vida do parasita, mecanismos de patogenia e manifestações clínicas como colite e abscesso hepático. Detalha o diagnóstico laboratorial e tratamento com amebicidas que atuam na luz intestinal e tecidos.
3. AMEBÍASE
Entamoeba histolytica agente etiológico
Amebíase: infecção sintomática ou assintomática
Problema de saúde pública: Anualmente leva o óbito de
aproximadamente 100.000 pessoas
Segunda causa de mortes por parasitoses
14. CICLO BIOLÓGICO
INGESTÃO DE CISTOS PRESENTES EM ÁGUA E
ALIMENTOS CONTAMINADOS COM MATERIAL FECAL.
CICLO MONOXÊNICO
CISTOS PASSAM PELO ESTÔMAGO
RESISTINDO A AÇÃO DO SUCO
GÁSTRICO.
NO INTESTINO, OCORRE O
DESENCISTAMENTO COM A SAÍDA DO
METACISTO ATRAVÉS DE UMA FENDA
NA PAREDE CÍSTICA.
FENDA NA PAREDE CÍSTICA SURGE
PELA MOVIMENTAÇÃO DO
PARASITO.
METACISTO SOFRE SUCESSIVAS
DIVISÕES:
ORIGINANDO 8 TROFOZOÍTOS QUE
MIGRAM PARA O INTESTINO
GROSSO – COLONIZAÇÃO.
15. Transmissão:
Ingestão de cistos maduros
o Alimentos contaminados
o água sem tratamento
oFalta de higiene domiciliar
o“portadores assintomáticos”
• Os cistos resistem pouco tempo à luz solar e a desidratação, porém em ambientes mais favoráveis
podem resistir até 20 dias.
• Os cistos podem ser disseminados pelo vento, moscas e baratas.
16. VIRULÊNCIA E PATOGENIA
o Síntese e secreção de moléculas
Amebaporos
Lectinas
Cisteínas-proteinases
Adesão e Invasão
17. MECANISMOS EFETORES
ATIVIDADE CITOTÓXICA
AMEBAPOROS PEPTÍDEOS CAPAZES DE
FORMAR CANAIS DE ÍONS
OU POROS NA MEMBRANA
E DESPOLARIZAR
A CÉLULA ALVO.
SÃO CAPAZES DE PENETRAR NA
SUPERFÍCIE HIDROFÓBICA DA
MEMBRANA PLASMÁTICA DAS
CÉLULAS ALVO
Preenchimento deste canal por água, por
onde íons e outras moléculas passam
livremente, resultando em LISE
OSMÓTICA da célula.
18. MECANISMOS EFETORES
ATIVIDADE CITOTÓXICA
A proteína do tipo lectina
Gal/GalNac expressa na
superfície do parasito
Afinidade específica pela
Galactose (Gal) e/ou
N-Acetil-D-
Galactosamina (GalNac)
no hospedeiro
19. MECANISMOS EFETORES
ATIVIDADE CITOTÓXICA
AÇÃO PROTEASES
SAP
fosfatases ácidas
secretadas
CP
Cistenil proteases
MAP
fosfatases ácidas
aderidas a membrana
HIDROLISE
enzimas proteolíticas
(hialuronidase, protease
e Mucopolissacaridases)
FACILITANTO
INVASÃO DO
PARASITO
ATIVAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE
DO HOSPEDEIRO
21. Patogenia
o
Trofozoítos
invasivos e
virulentos
promovem invasão
dos tecidos
Adesão
mediada por
lectinas
Barreira
epitelial
Movimentos
ameboides e
liberação de
enzimas
Hialuronidase, protease
e mucopolissacaridases
Favorecem
progressão e
destruição
dos tecidos
ÚLCERAS “Botão da camisa”
24. Manifestações clínicas
Formas assintomáticas
Formas sintomáticas:
Colite não disentérica
Forma Amebiana – colite disentérica
Amebíase extra intestinal: hepática; cutânea; e em outros órgãos:
pulmão, cérebro, baço, rim, etc.
25. COLITE NÃO DISENTÉRICA
o É uma das formas clínicas mais frequentes no nosso meio;
o A colite não-disentérica se manifesta por duas a quatro evacuações,
diarreicas ou não, por dia, com fezes moles ou pastosas, às vezes
contendo muco ou sangue.
o Pode apresentar desconforto abdominal ou cólicas; raramente há
manifestação febril.
oO que caracteriza esta forma no nosso meio é a alternância entre a
manifestação clínica e períodos silenciosos, com funcionamento normal
do intestino.
26. FORMA DISENTÉRICA –
COLITE AMEBIANA
o A disenteria amebiana aparece mais frequentemente de modo agudo,
acompanhada de cólicas intestinais e diarreia;
oEvacuações mucos sanguinolentas ou com predominância de muco ou
de sangue, acompanhadas de cólicas intensas, e tremores de frio.
oPode haver 8 ou 10 evacuações por dia
oPaciente apresenta prostrações e grave desidratação.
oFrequentemente ocorrem perfurações do intestino.
27. o Abscesso amebiano no fígado é
forma mais comum de amebíase
extra intestinal
AMEBÍASE EXTRA-INTESTINAL
DOR
FEBRE
HEPATOMEGALIA
28. o Inclui, entre outros sintomas, febre intermitente e irregular, variando
de 38°C a 40°C com calafrio, anorexia e perda de peso
o O abscesso amebiano no fígado é geralmente simples, com uma única
lesão em 80% dos casos;
o Não é comum a invasão bacteriana, mas quando ocorre, agrava o
quadro. As formas pulmonares e cerebrais são RARAS
AMEBÍASE EXTRA-INTESTINAL
29. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
o EPF: identificação de trofozoítos e cistos
o FEZES FORMADAS
o Exame direto em que as fezes são diluídas com salina e coradas com
lugol ou;
o Pelos métodos de sedimentação espontânea em água (método de
Lutz, Hoffmam, Pons e Janer);
o Flutuação em solução de alta densidade, como a solução de sulfato de
zinco (Método de Faust)
30. PROFILXIA
o Tratamento dos casos sintomáticos
o Detecção e tratamento de portadores assintomáticos (manipuladores
de alimentos)
o Identificação das fontes de infecção
o Educação sanitária
o Saneamento
o Uso de água filtrada ou fervida
31. TRATAMENTO
1) Amebicidas que atuam diretamente na luz intestinal
• Derivados de quinoleína
• ATB: paramomicina e eritromicina
• clorofenoxamida
2) Amebicidas tissulares
• Cloridrato de emetina, cloridrato de diidroemetina e cloroquina
3) Amebicidas que atuam tanto na luz intestinal como nos tecidos
• ATBS associados a amebicidas
• Derivados imidazólicos: metronidazol, secnidazol, tinidazol.