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Os Primeiros Implantes
Os primeiros implantes heterólogos datam de 1899, com a parafina sendo introduzida como um
material injetável no homem. Isso produziu a partir de 1900 muitos casos de embolia pulmonar com
processos granulomatosos bastante intensos, que permaneceram na história com o nome de parafinoma.
Essa substância foi responsável pelo aparecimento de muitas deformidades e seu uso foi abandonado.
Os primeiros silicones líquidos injetáveis foram utilizados a partir de 1961 para correção de seios
e face. Desde 1950, quando apareceram os primeiros recursos para implante estético foram estimuladas as
pesquisas em torno de produto.
A utilização de gordura como um material preenchedor vem sendo desenvolvido desde o inicio
do século XX, quando pedaços de tecido gorduroso eram implantados em áreas deprimidas.
O primeiro relato de uma técnica de implante injetável de gordura, em 1911 foi por Brunings, que
fragmentava pequenos pedaços de gordura para fazer a correção de defeitos cirúrgicos.
Somente em 1950, haveria uma publicação de Peer sobre enxertos de gorduras apresentando
durabilidade superior a um ano.
Mesmo naquela época já se observava que ao menos em 50% dos casos, a gordura transplantada
apresentava uma perda de volume muito grande. A técnica só ganhou novo impulso após década de 1980,
face às complicações dos outros preenchedores.
Vários autores entre 1970 e 1980 desenvolveram técnicas de coleta de gordura. Entre esses
autores, destaca-se Fournier, que apresentou um grande numero de casos, nos quais coletava e aplicava o
tecido gorduroso, através de agulhas e cânulas utilizadas em lipoaspiração.
A partir de 1970 o estudo dos colágenos bovino e humano para correção de rugas e cicatrizes teve
grande destaque. Apesar de se ter diminuído o potencial antigênico do colágeno, os estudos experimentais
evidenciaram algumas complicações de hipersensibilidade do tipo tardio; por isso, os pesquisadores
recomendaram o teste de alergenicidade prévio do colágeno.
Ainda na década de 70, foi produzido o Zyderm, um colágeno bovino altamente purificado, à
concentração de 35 mg/ml. Os primeiros comunicados a respeito dos tratamentos com o colágeno datam
de 1980.
A partir de 1985, diversos colágenos surgiram no mercado, sendo seguidos por outras substâncias
aventadas como preenchedores. A ultima década assistiu um verdadeiro “boom” nesta área, sendo
particularmente fértil nesta matéria, o período entre 1995 e 2000.
Colágeno Bovino
ZYDERM, ZYPLAST, RESOPLAST E ENDOPLAST
É descrito que a remoção de algumas terminações (telepeptídeos) da porção não-helicoidal do
colágeno, diminui a sua antigenicidade. A partir desta observação, desde 1970, desenvolveram-se os
estudos do colágeno bovino, porcino e humano, para aplicação em correções estéticas.
Apesar da técnica de remoção de telepeptídeos ter diminuído muito seu potencial antigênico, os
estudos experimentais evidenciaram algumas complicações tardias de sensibilidade. Os pesquisadores
passaram então, a recomendar a realização de um teste alergenico prévio.
Nomes e Apresentações comerciais
- Zyderm I (EUA) – contém 35 mg/ml de colágeno (95% tipo I e 5% tipo III)
- Zyderm II (EUA) – contém 65 mg/ml de colágeno (95% tipo I e 5% tipo III).
- Zyplast (EUA) - contém 35 mg/ml de colágeno reticulado e lidocaína 0,3%. Este colágeno foi
modificado pela criação de ligações dissulfeto interlisina, o que retarda sua reabsorção pelo organismo.
Isto permite a utilização do Zyplast na derme média profunda.
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- Resoplast (Alemanha) 1 – contem 3,5% de colágeno
2 – contem 6,5% de colágeno.
- Atelocollagene Koken I (Japão) – contém 20 mg/ml de colágeno (95% tipo I e 5 % do tipo III)
- Atelocollagene Koken II (Japão) – contém 35 mg/ml de colágeno (95% tipo I e 5 % do tipo III)
- Atelocollagene Koken III (Japão) – contém 65 mg/ml de colágeno (95% tipo I e 5 % do tipo III)
-Endoplast 50 (EUA) – contém elastina e colágeno I e III.
- Fibroquel (Uruguai) – contém 12,5 mg/ml de colágeno - porcino
Contra indicações:
Mesmo havendo ausência de reação cruzada com o colágeno humano, há um consenso geral de que
devemos evitar a aplicação do colágeno em pessoas que apresentam doença auto-imune (Lupus,
esclerodermia, poliarterite reumatóide, tireoidite, etc). Um trabalho realizado com 350.000 pessoas
tratadas com o colágeno não detectou aumento da prevalência de doença auto-imune comparativamente à
população geral.
Pacientes que apresentaram reações anafiláticas passadas
Pacientes portadores de atopia severa (eczema tópico)
Presença de alergias aos outros componentes (ex. lidocaína no implante Zyplast)
Pacientes com alterações de imunidade (vitiligo, diabetes, fator reumatóide, etc)
Pacientes que responderam positivamente aos testes prévios de alergenicidade.
Indicações:
- Zyderm I, Koken I, Koken II e Resoplast 3,5%: rugas muito superficiais, principalmente onde a pele é
muito fina (pés-de-galinha, lábio superior), injetado na derme superficial.
- Zyderm II, Koken III, Resoplast 6,5% e Endoplast 50: rugas em regiões de pele mais espessa, na derme
média.
- Zyplast, Fibroquel – rugas profundas (nasogenianas, “linhas de marionete”, aumento de volume labial,
cicatrizes).
Técnica de Aplicação
Desinfecção da pele.
Implantação intradérmica superficial - observa-se um embranquecimento imediato da área
Implantação intradérmica profunda com o colágeno reticulado - o embranquecimento da área é observado
quando se estira a pele.
Em rugas muito profundas, pode-se associar a forma reticulada em profundidade e a não reticulada na
superfície. Esta técnica de injeção em dois níveis permite obter uma correção mais satisfatória, pois trata
o desnível do sulco e a fratura da epiderme simultaneamente.
Duas técnicas são utilizadas: injeções traçante-retrógradas e ponto-a-ponto.
Ácido Hialurônico
Hilaform, Restylane, Perlane, Juvederm, Surgederm, Matridex, Perfecta, Kiss-up
A utilização do ácido hialurônico polimerizado está estudada e desenvolvida, com base em pesquisas de
Balazs e colaboradores que tentaram produzir um material que fosse um componente natural do nosso
organismo, porem duradouro. Aplicado in natura ele pode durar em torno de 2 dias.
Observou-se que o ácido hialurônico apresenta a mesma composição química em todas as espécies
animais.
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ÁCIDO HIALURÔNICO SOLÚVEL
O termo fluido viscoelástico foi utilizado na medicina por Endre Balazs em 1960. Uma fração de
hialuronato de sódio foi isolada e altamente purificada. Esta substância foi utilizada para fins cirúrgicos
em oftalmologia com o nome de Healon.
Os hialuronatos preparados a partir de fontes naturais, como por exemplo tecidos de animais ou cápsulas
de microorganismo, tinham limitações como peso molecular baixo e propriedades físicas que
apresentavam pequeno período de permanência nos tecidos. É uma substancia que pode ser encontrada no
humor vítreo, nas articulações, na crista do galo, na barbatana de tubarão, no cordão umbilical e, por
métodos de bioengenharia na fermentação de determinadas bactérias. O peso molecular do ácido
hialurônico, obtidos de fontes naturais é mais alto e apresenta melhor desempenho.
O aperfeiçoamento da técnica de extração, produção e polimerização, melhoraram muito a qualidade e
durabilidade do material. As modificações químicas e ligações cruzadas para formar moléculas
complexas e gigantescas resultaram em 2 novos polímeros chamados Hilan A é um polissacarídeo com
peso molecular acima de 24 milhões, altamente elástico, viscoso e pseudoplástico em solução. É
hidrossolúvel e quando injetado na derme é biodegradável, podendo portanto ser reabsorvido.
ÁCIDO HIALURÔNICO POLIMERIZADO
A segunda geração do ácido hialurônico foi desenvolvida após 1980. A estabilidade do material foi
produzida através da introdução de radicais sufonila-bi-etila, entre os grupos hidroxílicos do ácido
hialurônico.
O material se tornou insolúvel em água e portanto houve maior persistência no local injetado. Apresentou
elasticidade e alta viscosidade sem imunogenicidade, apesar do receio que havia, devido à alteração da
molécula.
O Hilan B é um polissacarídeo de segunda geração não solúvel em águas mas altamente hidrófilo,
formando um gel transparente e elástico.
O ácido hialurônico polimerizado obtido através da cultura de bactéria tem um potencial alergenico muito
diminuído e pode ser usado com maior segurança.
Apresenta algumas diferenças nas características de plasticidade e no estudo histológico. Perde volume
com o tempo sem produzir fibrose. Há uma reabsorção gradativa total do material aproximadamente entre
6 meses a 1 ano a partir de sua aplicação. Há descrições de cordões fibrosos visíveis que duraram 2 anos.
Foram feitos estudos imunológicos em macacos e ratos e a verificação de anafilaxia cutânea passivas em
cobaias, resultando em provas negativas. Não houve também mortalidade ou toxicidade com o material.
Injetando-se cerca de 270 mg/ kg de ácido hialurônico polimerizado. Os estudos dos fabricantes
informam que o ácido hialurônico não é tóxico, mutagênico ou hemolítico.
Ao estudo comparativo com o colágeno bovino, em animais de laboratório, observou-se que este é
reabsorvido 26 semanas após o implante, não sendo detectável após 52 semanas. O ácido hialurônico
polimerizado é observado integralmente na região da derme 52 semanas após a injeção. A reação
inflamatória do tecido é discreta e não ocorre a formação de cápsulas.
Sendo o ácido hialurônico um componente do tecido conjuntivo, é um implante que teoricamente pode
ser utilizado por infinitas vezes.
Em estudo multicêntrico de ácido hialurônico polimerizado, durante 12 meses, injetou-se de 0,32 ml até
1,60 ml em cada região da face. O relatório chega à conclusão que após a 7ª. ou 8ª sessão houve melhora
de mais de 33% em 60 % dos casos. A durabilidade do preenchimento foi superior a 12 meses. Após um
período de 1 ano, 63% dos pacientes estavam satisfeitos com o tratamento. Os efeitos colaterais, tais
como eritema, edema, eritema persistente, prurido, dor, hematoma tiveram incidência abaixo de 2%. Em
um caso observou-se a formação de anticorpos.
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INDICAÇÕES
Todas as rugas superficiais estáticas.
Diminuição do tônus da derme com formação de pequenas rugas superficiais.
Cicatrizes hipotróficas.
TÉCNICAS DE INJEÇÃO
Após anestesia com prilocaína (Emla) durante 1 hora, o hialuronato é aplicado intradermicamente.
Os hialuronatos polimerizados de segunda geração têm um efeito duradouro, entre 6 meses a 1 ano. Não
tem poder de preenchimento para subcutâneo a não ser em volumes muito grandes. A indicação correta é
para rugas e cicatrizes superficiais.
A técnica utilizada para preenchimento de rugas superficiais é linear traçante-retrógradas ou ponto-a-
ponto, usando-se o produto mais leve.
O produto de peso médio é a aplicado na derme média para não haver formação de cordão quando
utilizado superficialmente.
Uma outra apresentação de ácido hialurônico foi produzida para utilização na subderme ou na derme
profunda. Apresenta maior consistência e plasticidade em relação ao ácido hialurônico polimerizado
inicial. É constituído por um macropolimero que tem grandes agregados, ao contrário do “superficial” que
apresenta pequenos volumes.
Um mesmo peso da substância nessas várias apresentações pode conter menor ou maior numero de
unidades polimerizadas. Em estudos comparativos entre os preenchedores dérmicos, por exemplo entre o
colágeno Zyplast e o hialuronato estabilizado,observaram-se diferenças histopatológicas seis meses após
a aplicação. Constatou-se presença de ácido hialurônico estabilizado em 87-100% dos casos e de
colágeno Zyplast em 25%. Aos 12 meses o ácido e o colágeno Zyplast em 0% dos casos.
CONTRA-INDICAÇÕES
As contra-indicações são antecedentes de doenças do colágeno e hipersensibilidade a componentes
aviários e bacterianos.
Pode haver eritema e edema, que podem durar de 1 dia a 1 semana. Não é normal ocorrer reação
inflamatória após 2 ou 4 semanas. Tal ocorrência pode indicar sensibilização a um dos componentes e não
ao acido hialurônico, visto que se obtém melhora com prednisona, 20 mg ao dia durante 5 a 7 dias. A
sensibilização pelo ácido hialurônico deveria produzir um processo inflamatório mais duradouro, até o
desaparecimento pela reabsorção completa do material.
Quem tem reação ao colágeno de boi desenvolve facilmente reação de hipersensibilidade aos
hialuronatos.
DURABILIDADE
A redução do volume na área injetada, mesmo no caso de ácido hialurônico polimerizado, se faz em
função da diminuição de água retida pela substância e da migração lateral e para planos mais profundos
dentro do subcutâneo. A migração correspondente a 50% a 75% dos casos de perda de volume.
ANÁLISE DO PREENCHIMENTO
Procedimento: Simples.
Material: Disponível no mercado.
Durabilidade: 6 meses a 1 ano. Necessita mais do que uma sessão.
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Em nossos estudos observamos que os ácidos hialurônicos permanecem no tecido com diferentes
aspectos histológicos.
Após seis meses haviam diminuído de volume, porem houve variabilidade entre os implantes de marcas
diferentes.
O local receptor de implantes que apresenta maior durabilidade é o lábio.
As associações com outros procedimentos do tipo toxina botulínica e preenchimento de volumes do
subcutâneo aumentam a durabilidade dos efeitos dos hialuronatos.
Resultado:
A insolubilidade e a hidratação do material, mesmo com grande tamanho das moléculas não garantem o
preenchimento definitivo ou a longo. Se os movimentos dinâmicos da face fazem com que o material seja
lateralizado para as bordas da ruga, poderá após alguns meses desaparecer o preenchimento que ocorreu
nas semanas seguintes à aplicação.
É satisfatório para rugas superficiais e medias.
Tem limitações para rugas profundas.
Matridex
É um implante composto de gel de ácido hialurônico estabilizado e microesferas de dextran com 40 a
60 micras.
Apesar de ser biocompatível e biodegradável, tem longa duração devido ao intenso processo inflamatório
que o material pode produzir. Há produção de fibroblastos e tecido conectivo de cicatrização. O processo
estende-se por vários meses, havendo resposta adequada após 3 a 6 meses.
O nível de aplicação é a subderme, apesar da indicação dos fabricantes para utilização na derme. Podem
ocorrer pápulas ou discromias quando injetado na derme.
As melhores indicações são os sulcos glabelares, nasogenianos, lábio genianos e aumento de lábio. Não
recomendamos para as regiões palpebrais com o risco de formar pápulas antiestéticas.
É contra-indicado para pacientes alérgicos a ácido hialurônico, portadores de doença auto-imune,
cicatrizes hipertróficas e desaconselhada a utilização na gravidez. Deve ser injetado com cuidado na
glabela, evitando os vasos sangüíneos.
Pode ser utilizada agulha fina, não devendo ser feita sobre correção. O material deve ser moldado através
de massagem com os dedos.
Pode ocorrer eritema e edema por alguns dias.
Complicações
Nódulo visível e palpável de longa duração.
Discromias
Leve sensibilidade no local injetado
Analise do Preenchimento
Procedimento : Simples.
Material : Disponível no comercio de importados.
Durabilidade : D 6 meses a 1 ano, quando aplicado em 3 sessões com intervalo de 30 a 60 dias.
Resultado : Satisfatório. É conveniente avisar o paciente que pode ocorrer, edema e eritema intenso. Se
isto ocorrer, pode-se instituir corticóide sistêmico.
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METACRILL
È um produto composto de microesferas de PMMA com 20-80 micra de diâmetro e gel de carboxi-
gluconato-hidrolático de magnésio não absorvível. A proporção microesferas/ gel é de 3:10.
Apresentado em frascos de 20 ml contendo 10 cc do produto, estocado à temperatura ambiente.
Não necessita teste de alergenicidade prévio.
Indicações
- Sulcos nasogenianos e glabelares
- Atrofia de eminência óssea principalmente malar e mentoniana
- Atrofia hemifacial de Romberg
- Correção do dorso nasal
- Cicatrizes
- Lóbulo de orelha atrófico
Contra-indicações
- Rugas superficiais e pálpebras
- Reações Adversas
- Eritema e edema
- Processo granulomatoso com formação de nódulos
Em rugas superficiais numerosas, concentradas na região parajugal, ou então em regiões onde se necessita
de maiores volumes de material, substituindo o implante de gorduras, é interessante a utilização do
Metacrill.
Para estas situações, preconiza-se uma técnica de distribuição em leque, a partir da região pré-auricular
em direção à região nasogeniana. Essa à distribuição poderá ser completada com outro ponto que sai a
partir da região do canto da boca em direção oposta abrindo em direção à implantação auricular.
A malha desta forma é produzida na subderme através da agulha de ponta romba, que é introduzida com
que raspando na derme profunda, e injetando retrogradamente pequenos volumes do produto, através do
controle manual.
Para aumento da região malar, o material pode ser introduzido a partir da região lateral da saliência malar,
abrindo o leque para a região nasal e tomando o cuidado de não aumentar o volume que fica logo acima
do sulco nasogeniano. O trajeto da agulha deve ser feito obedecendo ao contorno do osso zigomático,
executando idas e voltas para que o aspecto final seja como uma continuação do osso zigomático, para
restauração da depressão causada pela diminuição da bola de Bichat. Quando essa depressão inframalar é
preenchida, o sulco nasogeniano torna-se amenizado.
O preenchimento feito com o Metacrill na região supraperiostal, é obtido de forma progressiva,
necessitando de muitas camadas que vão se formando como se fossem granulomas e enrijecendo a área
como se houvesse a formação de um tecido elástico novo, porem sem a presença de gordura e de
músculo.
O processo de preenchimento com os metacrilatos assemelha-se muito ao processo de gota-a-gota que se
realizava com o dimetilpolissiloxano, estimulando a produção de um tecido novo na região onde se aplica
o material.
O dorso das mãos é uma região onde pode ser implantado o Metacrill com muito cuidado, devido a
pouca espessura da pele que mostra qualquer irregularidade ou formação de nódulos em sua superfície.
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Analise do Preenchimento
Procedimento : Necessita habilidade e treinamento.
Material : Custo razoável, fácil estocagem, dispensa teste prévio.
Durabilidade : Até 12 meses
Resultado : Satisfatório após 2 aplicações.
GEL DE POLICRILAMIDA
AQUAMID
É um material viscoso e elástico, composto de microesferas polivinílicas de 30 a 60 milimicra em
suspensão no gel de poliacrilamida.
Composição:
- Microesferas polivinílicas 60 mg
- Poliacrilamida 25 mg
-Tampão fosfato pH 7,4 0,3mg
-Cloreto de sódio 7,0mg
- Água qsp 1,0ml
A membrana celular não é permeável à entrada do gel.
Após o implante o gel perde 35% do volume inicial após 2 semanas, quando entra em equilíbrio com os
líquidos tissulares.
Segundo dados o produto apresenta uma carga iônica levemente positiva. As cargas positivas do gel, vão
atrair as moléculas que têm carga negativa e a fração solúvel do colágeno e glicosaminoglicano. Devido a
essas características os dois componentes que se acham embebidos no tecido conjuntivo, penetram no gel
e nas microesferas.
A estrutura espacial baseada em cargas iônicas, permite uma implantação eficaz dentro do tecido. As
cargas positivas repelem os íons positivos do cálcio evitando a calcificação do implante.
As características do gel de poliacrilamida, que apresenta moléculas muito grandes, não permitem a
penetração celular e portanto o processo inflamatório ocorre fora do material, produzindo uma fina
camada de fibroblastos na periferia do gel.
INDICAÇÕES
Sulco nasogeniano, sulco labiogeniano, cicatrizes deprimidas, perda de volume do subcutâneo.
Devemos tomar cuidado para não aplicar excesso do material, com o risco de produzir grandes nódulos
inflamatórios.
O exame anátomo-patologico mostra um infiltrado inflamatório em volta do implante. O material
permanece, com formação de fibrose ao redor.
A injeção é semelhante ao gel de PMMA, porem a resistência à pressão requer mão treinada para fazer as
minigotas. Com a agulha dentro do subcutâneo, levanta-se a extremidade em direção à pele, até tocar na
derme e neste ponto injeta-se uma gota da poliacrilamida, controlando-se pela graduação da seringa. São
feitos vários pontos com uma gota cada, em retroinjeção. Se houver dificuldade no controle do êmbolo da
seringa, existem no comercio pistolas para controle de volume.
O nível é a subderme. Não é recomendável implantar dentro do tecido adiposo semelhantemente ao gel de
PMMA, assim como todos os metacrilatos, para não produzir processo inflamatório, nódulo e fibrose com
retração da pele.
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Complicações
Eritema, edema, abscesso, retração, nódulos palpáveis persistentes.
Analise do Preenchimento
Procedimento: Cuidados devem ser tomados para não injetar em volume grande.
Aqui também se recomenda aplicação gota-a-gota retrograda sem retirar a agulha, no nível subdermico.
Material : Disponível no mercado.
Durabilidade : Material permanente.
Recomenda-se realizar várias sessões com pouca quantidade.
Freqüência : cada 30 a 60 dias.
Resultado: Moderado em curto prazo.
Bom em longo prazo.
POLITETRAFLUORETILENO EXPANDIDO - PTFE-E
Advantra
O politetrafluoretileno expandido (PTFE) é um polímero sintético, processado de tal modo que se obtém
como produto final um material microporoso.
Estudos em animais demonstraram sua biocompatibilidade e pequeno grau de reação inflamatória tecidual
após implantação.
Em 1993, Cisneros e Singla iniciaram uma técnica de preenchimento que utilizava o fio de sutura Goretex
CV-O. Nesta técnica, a introdução do material é feita com uma agulha especial que comporta 2 a 3 fios.
Os fios montados e dobrados na agulha permitem o implante de 4 a 6 fios de uma só vez. Os autores
citaram 10% de incidência de reações pápuloeritematosas transitórias em 18 meses de follow-up em 53
casos de aumento de lábios e correção do sulco nasogeniano.
Uma técnica apresentada por Nakaguma, utiliza o Goretex CV-O trançado para dar maior volume ao
implante, mantendo uma trama homogenia.
Observações posteriores, demonstraram complicações do tipo extrusão do material por formação de
granuloma, retrações e defeitos de superfície. A remoção do material é dificultada às vezes pela fibrose
que se evidencia no trajeto do implante, obrigando muitas vezes a uma ampliação da incisão de acesso. O
material retirado apresenta-se invariavelmente com aspecto endurecido e tortuoso. A impermeabilidade
do fio de sutura, que impede a integração do material ao sítio implantado, parece ser responsável pelas
reações adversas observadas. Deve-se registrar que o fabricante jamais indicou o uso deste produto como
material de complemento para tecidos moles.
O material só deve ser implantado no subderme. A introdução dérmica implica em complicações como
formação de fístulas, infecção, extrusão e enduração.
Outro ponto relevante é o que diz respeito à fixação do material ao local deve ser feita com fio de sutura
não absorvível. Quando se trabalha com tunelização, a espessura ou largura do material deve ser
ligeiramente maior que o espaço criado, para assegurar um bom posicionamento do mesmo, através da
pressão exercida pelo implante contra as paredes do tecido que o envolve.
A maleabilidade do material permite que o mesmo seja recortado nas formas e comprimentos desejados.
Entretanto, devem-se evitar pontas agudas residuais ou fragmentação das bordas do implante, pelo risco
de funcionarem como irritantes da derme.
Em caso de complicação (infecção ou extrusão), o material pode ser retirado com facilidade.
O material vem pronto para uso, em embalagem estéril. Se necessário, pode ser reesterilizado em
autoclave por 3 vezes ou mais, sem comprometer suas características funcionais e/ ou mecânicas. Esta
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reesterilização não deve ser executada aproveitando-se a embalagem original, nem sob temperatura
superior a 250ºC. A estocagem é feita em temperatura ambiente.
As indicações e contra-indicações já foram comentadas no capítulo Introdução.
Reações Locais
- Edema e eritema de graus variáveis
- Hematomas
- Sensibilidade dolorosa
Complicações
- Infecção
-Extrusão
-Nódulo visível, irregularidade de superfície
-Correção insuficiente/ insatisfatória
- Retração cutânea nos pontos de entrada e/ ou saída
Técnica de Aplicação
Lábios
Para aumento do volume total dos lábios, ou de parte dos mesmos (cicatrizes, perda de substância),
podemos utilizar o SAM com introdutor (mais utilizado, pela facilidade da agulha acoplada) , as tiras
(ou strands) e/ ou placas.
Escolheremos a apresentação do material que melhor se adapte à correção que pretendemos realizar.
Após cuidadosa assepsia do paciente e colocação de campos estéreis, realizamos a anestesia (vide
capítulo Manejo Anestésico).
Com um bisturi lâmina 11 posicionado de forma perpendicular à superfície da pele, fazemos uma incisão
de 2 a 3 mm nas duas extremidades das comissuras labiais (para procedermos ao aumento labial) ou em
posição ligeiramente anterior ao defeito a corrigir (perda de substância, atrofias localizadas).
Se utilizarmos o SAM com introdutor, a própria agulha acoplada ao material será responsável pelo
trabalho de tunelização. Quando escolhemos outra apresentação do produto, tunelizamos área com uma
pinça de Hartmann. Esta tunelização é realizada ao longo do bordo labial, em plano profundo. Outra
possibilidade é ancorarmos um fio de nylon 2-0 ou 3-0 na extremidade do material e fazermos o túnel
para acomodação do enxerto, com uma cânula de lipoescultura de 2 a 3 mm. Neste caso, após passagem
da cânula, introduzimos fio de nylon através de sua luz e retiramos a cânula tracionando o fio no lado
oposto, de modo que o implante adentre pela incisão.
No lábio superior, a passagem da agulha, ou da cânula de lipoescultura, ou da pinça de Hartmann pode ser
feita em um só tempo (o que exige habilidade para o contorno do arco de Cupido) ou ser interrompida no
centro labial. O aumento do lábio inferior é realizado de uma vez só.
As pontas do enxerto devem estar devidamente sepultadas em plano profundo, de modo a evitar a
formação de um granuloma.
As incisões são suturadas com fio de nylon 5-0 ou 6-0.
Sulcos, Atrofias, Depressões Cicatrizes
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As áreas a serem corrigidas são demarcadas com caneta dermográficas, com o paciente em posição
sentada. Realizam-se as etapas de assepsia e colocação dos campos estéreis.
O material é cortado, ou dobrado, ou enrolado nas formas necessárias. Se houver necessidade de
dobraduras, é importante suturar o implante com fio absorvível, para que não se deforme após colocação.
As incisões na pele para entrada e saída do material, serão realizadas respeitando-se a configuração
anatômica do defeito e da região envolvida.
A anestesia tumescente da área (vide capítulo Manejo Anestésico) auxilia na hemostasia e facilita o
descolamento, quando necessário (atrofias localizadas, cicatrizes, etc).
A introdução do enxerto pode ser feita com pinça de Kelly, pinça de Hartmann agulha de tipo fascia lata
ou outro tipo de instrumental familiar ao cirurgião.
As incisões serão fechadas com o fio mais adequado. Em áreas muito extensas ou áreas de maior
mobilidade, poderá ser útil realizar uma fixação do implante ao plano externo da pele, com alguns pontos
de sutura reabsorvível.
Cuidados Pós-procedimento
- Antibióticos de largo espectros por 5-7 dias
-Antivirais já desde o pré-operatório em caso de história positiva para Herpes
- Antiinflamatórios e analgésicos, se necessário
- Compressas geladas durante as primeiras 24 horas
- Retirada dos pontos conforme experiência individual (em media, entre 3-5 dias)
Análise do Preenchimento
- Procedimento: Dificuldade média.
Necessários conhecimentos cirúrgicos simples.
Material : Disponível através de distribuidores.
Custo relativamente alto.
Durabilidade : Permanente.
Resultado : Visível após uma única aplicação.
Pode ser necessário complementar com implante injetável.
SOFTFORM
È um material apresentado em forma tubular, de paredes macias e fabricado em PTFE. Sua estrutura oca
favorece a proliferação dos tecidos no interior do implante, assegurando sua estabilidade de fixação no
local.
È disponível em duas apresentações quanto ao seu diâmetro externo: 2,4 e 3,2 mm, ambos com 7 cm de
comprimento.
O Softform é acondicionado em estojo estéril, pronto para uso. Já vem montado em um trocater de ponta
perfurante pouco traumático e acoplado a uma cânula, o que facilita sua implantação.
Indicações do material são sulcos profundos e lábios.
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Técnica de Aplicação.
É essencialmente a mesma descrita para o enxerto de Goretex. A exceção fica por conta do conjunto
cânula/ trocater, que são fornecidos junto com o produto. Isto descarta a necessidade de instrumental
especial para a utilização do produto.
Os cuidados pós-procedimento são iguais aos do Goretex.
Analise do Procedimento
Procedimento: Necessários conhecimentos cirúrgicos simples.
Material: Custo alto, disponível através de importação.
Durabilidade: Permanente.
Resultado: Visível após uma única aplicação.
Pode ser necessário complementar com implante injetável.
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Os primeiros implantes estéticos

  • 1. 1 Os Primeiros Implantes Os primeiros implantes heterólogos datam de 1899, com a parafina sendo introduzida como um material injetável no homem. Isso produziu a partir de 1900 muitos casos de embolia pulmonar com processos granulomatosos bastante intensos, que permaneceram na história com o nome de parafinoma. Essa substância foi responsável pelo aparecimento de muitas deformidades e seu uso foi abandonado. Os primeiros silicones líquidos injetáveis foram utilizados a partir de 1961 para correção de seios e face. Desde 1950, quando apareceram os primeiros recursos para implante estético foram estimuladas as pesquisas em torno de produto. A utilização de gordura como um material preenchedor vem sendo desenvolvido desde o inicio do século XX, quando pedaços de tecido gorduroso eram implantados em áreas deprimidas. O primeiro relato de uma técnica de implante injetável de gordura, em 1911 foi por Brunings, que fragmentava pequenos pedaços de gordura para fazer a correção de defeitos cirúrgicos. Somente em 1950, haveria uma publicação de Peer sobre enxertos de gorduras apresentando durabilidade superior a um ano. Mesmo naquela época já se observava que ao menos em 50% dos casos, a gordura transplantada apresentava uma perda de volume muito grande. A técnica só ganhou novo impulso após década de 1980, face às complicações dos outros preenchedores. Vários autores entre 1970 e 1980 desenvolveram técnicas de coleta de gordura. Entre esses autores, destaca-se Fournier, que apresentou um grande numero de casos, nos quais coletava e aplicava o tecido gorduroso, através de agulhas e cânulas utilizadas em lipoaspiração. A partir de 1970 o estudo dos colágenos bovino e humano para correção de rugas e cicatrizes teve grande destaque. Apesar de se ter diminuído o potencial antigênico do colágeno, os estudos experimentais evidenciaram algumas complicações de hipersensibilidade do tipo tardio; por isso, os pesquisadores recomendaram o teste de alergenicidade prévio do colágeno. Ainda na década de 70, foi produzido o Zyderm, um colágeno bovino altamente purificado, à concentração de 35 mg/ml. Os primeiros comunicados a respeito dos tratamentos com o colágeno datam de 1980. A partir de 1985, diversos colágenos surgiram no mercado, sendo seguidos por outras substâncias aventadas como preenchedores. A ultima década assistiu um verdadeiro “boom” nesta área, sendo particularmente fértil nesta matéria, o período entre 1995 e 2000. Colágeno Bovino ZYDERM, ZYPLAST, RESOPLAST E ENDOPLAST É descrito que a remoção de algumas terminações (telepeptídeos) da porção não-helicoidal do colágeno, diminui a sua antigenicidade. A partir desta observação, desde 1970, desenvolveram-se os estudos do colágeno bovino, porcino e humano, para aplicação em correções estéticas. Apesar da técnica de remoção de telepeptídeos ter diminuído muito seu potencial antigênico, os estudos experimentais evidenciaram algumas complicações tardias de sensibilidade. Os pesquisadores passaram então, a recomendar a realização de um teste alergenico prévio. Nomes e Apresentações comerciais - Zyderm I (EUA) – contém 35 mg/ml de colágeno (95% tipo I e 5% tipo III) - Zyderm II (EUA) – contém 65 mg/ml de colágeno (95% tipo I e 5% tipo III). - Zyplast (EUA) - contém 35 mg/ml de colágeno reticulado e lidocaína 0,3%. Este colágeno foi modificado pela criação de ligações dissulfeto interlisina, o que retarda sua reabsorção pelo organismo. Isto permite a utilização do Zyplast na derme média profunda.
  • 2. 2 - Resoplast (Alemanha) 1 – contem 3,5% de colágeno 2 – contem 6,5% de colágeno. - Atelocollagene Koken I (Japão) – contém 20 mg/ml de colágeno (95% tipo I e 5 % do tipo III) - Atelocollagene Koken II (Japão) – contém 35 mg/ml de colágeno (95% tipo I e 5 % do tipo III) - Atelocollagene Koken III (Japão) – contém 65 mg/ml de colágeno (95% tipo I e 5 % do tipo III) -Endoplast 50 (EUA) – contém elastina e colágeno I e III. - Fibroquel (Uruguai) – contém 12,5 mg/ml de colágeno - porcino Contra indicações: Mesmo havendo ausência de reação cruzada com o colágeno humano, há um consenso geral de que devemos evitar a aplicação do colágeno em pessoas que apresentam doença auto-imune (Lupus, esclerodermia, poliarterite reumatóide, tireoidite, etc). Um trabalho realizado com 350.000 pessoas tratadas com o colágeno não detectou aumento da prevalência de doença auto-imune comparativamente à população geral. Pacientes que apresentaram reações anafiláticas passadas Pacientes portadores de atopia severa (eczema tópico) Presença de alergias aos outros componentes (ex. lidocaína no implante Zyplast) Pacientes com alterações de imunidade (vitiligo, diabetes, fator reumatóide, etc) Pacientes que responderam positivamente aos testes prévios de alergenicidade. Indicações: - Zyderm I, Koken I, Koken II e Resoplast 3,5%: rugas muito superficiais, principalmente onde a pele é muito fina (pés-de-galinha, lábio superior), injetado na derme superficial. - Zyderm II, Koken III, Resoplast 6,5% e Endoplast 50: rugas em regiões de pele mais espessa, na derme média. - Zyplast, Fibroquel – rugas profundas (nasogenianas, “linhas de marionete”, aumento de volume labial, cicatrizes). Técnica de Aplicação Desinfecção da pele. Implantação intradérmica superficial - observa-se um embranquecimento imediato da área Implantação intradérmica profunda com o colágeno reticulado - o embranquecimento da área é observado quando se estira a pele. Em rugas muito profundas, pode-se associar a forma reticulada em profundidade e a não reticulada na superfície. Esta técnica de injeção em dois níveis permite obter uma correção mais satisfatória, pois trata o desnível do sulco e a fratura da epiderme simultaneamente. Duas técnicas são utilizadas: injeções traçante-retrógradas e ponto-a-ponto. Ácido Hialurônico Hilaform, Restylane, Perlane, Juvederm, Surgederm, Matridex, Perfecta, Kiss-up A utilização do ácido hialurônico polimerizado está estudada e desenvolvida, com base em pesquisas de Balazs e colaboradores que tentaram produzir um material que fosse um componente natural do nosso organismo, porem duradouro. Aplicado in natura ele pode durar em torno de 2 dias. Observou-se que o ácido hialurônico apresenta a mesma composição química em todas as espécies animais.
  • 3. 3 ÁCIDO HIALURÔNICO SOLÚVEL O termo fluido viscoelástico foi utilizado na medicina por Endre Balazs em 1960. Uma fração de hialuronato de sódio foi isolada e altamente purificada. Esta substância foi utilizada para fins cirúrgicos em oftalmologia com o nome de Healon. Os hialuronatos preparados a partir de fontes naturais, como por exemplo tecidos de animais ou cápsulas de microorganismo, tinham limitações como peso molecular baixo e propriedades físicas que apresentavam pequeno período de permanência nos tecidos. É uma substancia que pode ser encontrada no humor vítreo, nas articulações, na crista do galo, na barbatana de tubarão, no cordão umbilical e, por métodos de bioengenharia na fermentação de determinadas bactérias. O peso molecular do ácido hialurônico, obtidos de fontes naturais é mais alto e apresenta melhor desempenho. O aperfeiçoamento da técnica de extração, produção e polimerização, melhoraram muito a qualidade e durabilidade do material. As modificações químicas e ligações cruzadas para formar moléculas complexas e gigantescas resultaram em 2 novos polímeros chamados Hilan A é um polissacarídeo com peso molecular acima de 24 milhões, altamente elástico, viscoso e pseudoplástico em solução. É hidrossolúvel e quando injetado na derme é biodegradável, podendo portanto ser reabsorvido. ÁCIDO HIALURÔNICO POLIMERIZADO A segunda geração do ácido hialurônico foi desenvolvida após 1980. A estabilidade do material foi produzida através da introdução de radicais sufonila-bi-etila, entre os grupos hidroxílicos do ácido hialurônico. O material se tornou insolúvel em água e portanto houve maior persistência no local injetado. Apresentou elasticidade e alta viscosidade sem imunogenicidade, apesar do receio que havia, devido à alteração da molécula. O Hilan B é um polissacarídeo de segunda geração não solúvel em águas mas altamente hidrófilo, formando um gel transparente e elástico. O ácido hialurônico polimerizado obtido através da cultura de bactéria tem um potencial alergenico muito diminuído e pode ser usado com maior segurança. Apresenta algumas diferenças nas características de plasticidade e no estudo histológico. Perde volume com o tempo sem produzir fibrose. Há uma reabsorção gradativa total do material aproximadamente entre 6 meses a 1 ano a partir de sua aplicação. Há descrições de cordões fibrosos visíveis que duraram 2 anos. Foram feitos estudos imunológicos em macacos e ratos e a verificação de anafilaxia cutânea passivas em cobaias, resultando em provas negativas. Não houve também mortalidade ou toxicidade com o material. Injetando-se cerca de 270 mg/ kg de ácido hialurônico polimerizado. Os estudos dos fabricantes informam que o ácido hialurônico não é tóxico, mutagênico ou hemolítico. Ao estudo comparativo com o colágeno bovino, em animais de laboratório, observou-se que este é reabsorvido 26 semanas após o implante, não sendo detectável após 52 semanas. O ácido hialurônico polimerizado é observado integralmente na região da derme 52 semanas após a injeção. A reação inflamatória do tecido é discreta e não ocorre a formação de cápsulas. Sendo o ácido hialurônico um componente do tecido conjuntivo, é um implante que teoricamente pode ser utilizado por infinitas vezes. Em estudo multicêntrico de ácido hialurônico polimerizado, durante 12 meses, injetou-se de 0,32 ml até 1,60 ml em cada região da face. O relatório chega à conclusão que após a 7ª. ou 8ª sessão houve melhora de mais de 33% em 60 % dos casos. A durabilidade do preenchimento foi superior a 12 meses. Após um período de 1 ano, 63% dos pacientes estavam satisfeitos com o tratamento. Os efeitos colaterais, tais como eritema, edema, eritema persistente, prurido, dor, hematoma tiveram incidência abaixo de 2%. Em um caso observou-se a formação de anticorpos.
  • 4. 4 INDICAÇÕES Todas as rugas superficiais estáticas. Diminuição do tônus da derme com formação de pequenas rugas superficiais. Cicatrizes hipotróficas. TÉCNICAS DE INJEÇÃO Após anestesia com prilocaína (Emla) durante 1 hora, o hialuronato é aplicado intradermicamente. Os hialuronatos polimerizados de segunda geração têm um efeito duradouro, entre 6 meses a 1 ano. Não tem poder de preenchimento para subcutâneo a não ser em volumes muito grandes. A indicação correta é para rugas e cicatrizes superficiais. A técnica utilizada para preenchimento de rugas superficiais é linear traçante-retrógradas ou ponto-a- ponto, usando-se o produto mais leve. O produto de peso médio é a aplicado na derme média para não haver formação de cordão quando utilizado superficialmente. Uma outra apresentação de ácido hialurônico foi produzida para utilização na subderme ou na derme profunda. Apresenta maior consistência e plasticidade em relação ao ácido hialurônico polimerizado inicial. É constituído por um macropolimero que tem grandes agregados, ao contrário do “superficial” que apresenta pequenos volumes. Um mesmo peso da substância nessas várias apresentações pode conter menor ou maior numero de unidades polimerizadas. Em estudos comparativos entre os preenchedores dérmicos, por exemplo entre o colágeno Zyplast e o hialuronato estabilizado,observaram-se diferenças histopatológicas seis meses após a aplicação. Constatou-se presença de ácido hialurônico estabilizado em 87-100% dos casos e de colágeno Zyplast em 25%. Aos 12 meses o ácido e o colágeno Zyplast em 0% dos casos. CONTRA-INDICAÇÕES As contra-indicações são antecedentes de doenças do colágeno e hipersensibilidade a componentes aviários e bacterianos. Pode haver eritema e edema, que podem durar de 1 dia a 1 semana. Não é normal ocorrer reação inflamatória após 2 ou 4 semanas. Tal ocorrência pode indicar sensibilização a um dos componentes e não ao acido hialurônico, visto que se obtém melhora com prednisona, 20 mg ao dia durante 5 a 7 dias. A sensibilização pelo ácido hialurônico deveria produzir um processo inflamatório mais duradouro, até o desaparecimento pela reabsorção completa do material. Quem tem reação ao colágeno de boi desenvolve facilmente reação de hipersensibilidade aos hialuronatos. DURABILIDADE A redução do volume na área injetada, mesmo no caso de ácido hialurônico polimerizado, se faz em função da diminuição de água retida pela substância e da migração lateral e para planos mais profundos dentro do subcutâneo. A migração correspondente a 50% a 75% dos casos de perda de volume. ANÁLISE DO PREENCHIMENTO Procedimento: Simples. Material: Disponível no mercado. Durabilidade: 6 meses a 1 ano. Necessita mais do que uma sessão.
  • 5. 5 Em nossos estudos observamos que os ácidos hialurônicos permanecem no tecido com diferentes aspectos histológicos. Após seis meses haviam diminuído de volume, porem houve variabilidade entre os implantes de marcas diferentes. O local receptor de implantes que apresenta maior durabilidade é o lábio. As associações com outros procedimentos do tipo toxina botulínica e preenchimento de volumes do subcutâneo aumentam a durabilidade dos efeitos dos hialuronatos. Resultado: A insolubilidade e a hidratação do material, mesmo com grande tamanho das moléculas não garantem o preenchimento definitivo ou a longo. Se os movimentos dinâmicos da face fazem com que o material seja lateralizado para as bordas da ruga, poderá após alguns meses desaparecer o preenchimento que ocorreu nas semanas seguintes à aplicação. É satisfatório para rugas superficiais e medias. Tem limitações para rugas profundas. Matridex É um implante composto de gel de ácido hialurônico estabilizado e microesferas de dextran com 40 a 60 micras. Apesar de ser biocompatível e biodegradável, tem longa duração devido ao intenso processo inflamatório que o material pode produzir. Há produção de fibroblastos e tecido conectivo de cicatrização. O processo estende-se por vários meses, havendo resposta adequada após 3 a 6 meses. O nível de aplicação é a subderme, apesar da indicação dos fabricantes para utilização na derme. Podem ocorrer pápulas ou discromias quando injetado na derme. As melhores indicações são os sulcos glabelares, nasogenianos, lábio genianos e aumento de lábio. Não recomendamos para as regiões palpebrais com o risco de formar pápulas antiestéticas. É contra-indicado para pacientes alérgicos a ácido hialurônico, portadores de doença auto-imune, cicatrizes hipertróficas e desaconselhada a utilização na gravidez. Deve ser injetado com cuidado na glabela, evitando os vasos sangüíneos. Pode ser utilizada agulha fina, não devendo ser feita sobre correção. O material deve ser moldado através de massagem com os dedos. Pode ocorrer eritema e edema por alguns dias. Complicações Nódulo visível e palpável de longa duração. Discromias Leve sensibilidade no local injetado Analise do Preenchimento Procedimento : Simples. Material : Disponível no comercio de importados. Durabilidade : D 6 meses a 1 ano, quando aplicado em 3 sessões com intervalo de 30 a 60 dias. Resultado : Satisfatório. É conveniente avisar o paciente que pode ocorrer, edema e eritema intenso. Se isto ocorrer, pode-se instituir corticóide sistêmico.
  • 6. 6 METACRILL È um produto composto de microesferas de PMMA com 20-80 micra de diâmetro e gel de carboxi- gluconato-hidrolático de magnésio não absorvível. A proporção microesferas/ gel é de 3:10. Apresentado em frascos de 20 ml contendo 10 cc do produto, estocado à temperatura ambiente. Não necessita teste de alergenicidade prévio. Indicações - Sulcos nasogenianos e glabelares - Atrofia de eminência óssea principalmente malar e mentoniana - Atrofia hemifacial de Romberg - Correção do dorso nasal - Cicatrizes - Lóbulo de orelha atrófico Contra-indicações - Rugas superficiais e pálpebras - Reações Adversas - Eritema e edema - Processo granulomatoso com formação de nódulos Em rugas superficiais numerosas, concentradas na região parajugal, ou então em regiões onde se necessita de maiores volumes de material, substituindo o implante de gorduras, é interessante a utilização do Metacrill. Para estas situações, preconiza-se uma técnica de distribuição em leque, a partir da região pré-auricular em direção à região nasogeniana. Essa à distribuição poderá ser completada com outro ponto que sai a partir da região do canto da boca em direção oposta abrindo em direção à implantação auricular. A malha desta forma é produzida na subderme através da agulha de ponta romba, que é introduzida com que raspando na derme profunda, e injetando retrogradamente pequenos volumes do produto, através do controle manual. Para aumento da região malar, o material pode ser introduzido a partir da região lateral da saliência malar, abrindo o leque para a região nasal e tomando o cuidado de não aumentar o volume que fica logo acima do sulco nasogeniano. O trajeto da agulha deve ser feito obedecendo ao contorno do osso zigomático, executando idas e voltas para que o aspecto final seja como uma continuação do osso zigomático, para restauração da depressão causada pela diminuição da bola de Bichat. Quando essa depressão inframalar é preenchida, o sulco nasogeniano torna-se amenizado. O preenchimento feito com o Metacrill na região supraperiostal, é obtido de forma progressiva, necessitando de muitas camadas que vão se formando como se fossem granulomas e enrijecendo a área como se houvesse a formação de um tecido elástico novo, porem sem a presença de gordura e de músculo. O processo de preenchimento com os metacrilatos assemelha-se muito ao processo de gota-a-gota que se realizava com o dimetilpolissiloxano, estimulando a produção de um tecido novo na região onde se aplica o material. O dorso das mãos é uma região onde pode ser implantado o Metacrill com muito cuidado, devido a pouca espessura da pele que mostra qualquer irregularidade ou formação de nódulos em sua superfície.
  • 7. 7 Analise do Preenchimento Procedimento : Necessita habilidade e treinamento. Material : Custo razoável, fácil estocagem, dispensa teste prévio. Durabilidade : Até 12 meses Resultado : Satisfatório após 2 aplicações. GEL DE POLICRILAMIDA AQUAMID É um material viscoso e elástico, composto de microesferas polivinílicas de 30 a 60 milimicra em suspensão no gel de poliacrilamida. Composição: - Microesferas polivinílicas 60 mg - Poliacrilamida 25 mg -Tampão fosfato pH 7,4 0,3mg -Cloreto de sódio 7,0mg - Água qsp 1,0ml A membrana celular não é permeável à entrada do gel. Após o implante o gel perde 35% do volume inicial após 2 semanas, quando entra em equilíbrio com os líquidos tissulares. Segundo dados o produto apresenta uma carga iônica levemente positiva. As cargas positivas do gel, vão atrair as moléculas que têm carga negativa e a fração solúvel do colágeno e glicosaminoglicano. Devido a essas características os dois componentes que se acham embebidos no tecido conjuntivo, penetram no gel e nas microesferas. A estrutura espacial baseada em cargas iônicas, permite uma implantação eficaz dentro do tecido. As cargas positivas repelem os íons positivos do cálcio evitando a calcificação do implante. As características do gel de poliacrilamida, que apresenta moléculas muito grandes, não permitem a penetração celular e portanto o processo inflamatório ocorre fora do material, produzindo uma fina camada de fibroblastos na periferia do gel. INDICAÇÕES Sulco nasogeniano, sulco labiogeniano, cicatrizes deprimidas, perda de volume do subcutâneo. Devemos tomar cuidado para não aplicar excesso do material, com o risco de produzir grandes nódulos inflamatórios. O exame anátomo-patologico mostra um infiltrado inflamatório em volta do implante. O material permanece, com formação de fibrose ao redor. A injeção é semelhante ao gel de PMMA, porem a resistência à pressão requer mão treinada para fazer as minigotas. Com a agulha dentro do subcutâneo, levanta-se a extremidade em direção à pele, até tocar na derme e neste ponto injeta-se uma gota da poliacrilamida, controlando-se pela graduação da seringa. São feitos vários pontos com uma gota cada, em retroinjeção. Se houver dificuldade no controle do êmbolo da seringa, existem no comercio pistolas para controle de volume. O nível é a subderme. Não é recomendável implantar dentro do tecido adiposo semelhantemente ao gel de PMMA, assim como todos os metacrilatos, para não produzir processo inflamatório, nódulo e fibrose com retração da pele.
  • 8. 8 Complicações Eritema, edema, abscesso, retração, nódulos palpáveis persistentes. Analise do Preenchimento Procedimento: Cuidados devem ser tomados para não injetar em volume grande. Aqui também se recomenda aplicação gota-a-gota retrograda sem retirar a agulha, no nível subdermico. Material : Disponível no mercado. Durabilidade : Material permanente. Recomenda-se realizar várias sessões com pouca quantidade. Freqüência : cada 30 a 60 dias. Resultado: Moderado em curto prazo. Bom em longo prazo. POLITETRAFLUORETILENO EXPANDIDO - PTFE-E Advantra O politetrafluoretileno expandido (PTFE) é um polímero sintético, processado de tal modo que se obtém como produto final um material microporoso. Estudos em animais demonstraram sua biocompatibilidade e pequeno grau de reação inflamatória tecidual após implantação. Em 1993, Cisneros e Singla iniciaram uma técnica de preenchimento que utilizava o fio de sutura Goretex CV-O. Nesta técnica, a introdução do material é feita com uma agulha especial que comporta 2 a 3 fios. Os fios montados e dobrados na agulha permitem o implante de 4 a 6 fios de uma só vez. Os autores citaram 10% de incidência de reações pápuloeritematosas transitórias em 18 meses de follow-up em 53 casos de aumento de lábios e correção do sulco nasogeniano. Uma técnica apresentada por Nakaguma, utiliza o Goretex CV-O trançado para dar maior volume ao implante, mantendo uma trama homogenia. Observações posteriores, demonstraram complicações do tipo extrusão do material por formação de granuloma, retrações e defeitos de superfície. A remoção do material é dificultada às vezes pela fibrose que se evidencia no trajeto do implante, obrigando muitas vezes a uma ampliação da incisão de acesso. O material retirado apresenta-se invariavelmente com aspecto endurecido e tortuoso. A impermeabilidade do fio de sutura, que impede a integração do material ao sítio implantado, parece ser responsável pelas reações adversas observadas. Deve-se registrar que o fabricante jamais indicou o uso deste produto como material de complemento para tecidos moles. O material só deve ser implantado no subderme. A introdução dérmica implica em complicações como formação de fístulas, infecção, extrusão e enduração. Outro ponto relevante é o que diz respeito à fixação do material ao local deve ser feita com fio de sutura não absorvível. Quando se trabalha com tunelização, a espessura ou largura do material deve ser ligeiramente maior que o espaço criado, para assegurar um bom posicionamento do mesmo, através da pressão exercida pelo implante contra as paredes do tecido que o envolve. A maleabilidade do material permite que o mesmo seja recortado nas formas e comprimentos desejados. Entretanto, devem-se evitar pontas agudas residuais ou fragmentação das bordas do implante, pelo risco de funcionarem como irritantes da derme. Em caso de complicação (infecção ou extrusão), o material pode ser retirado com facilidade. O material vem pronto para uso, em embalagem estéril. Se necessário, pode ser reesterilizado em autoclave por 3 vezes ou mais, sem comprometer suas características funcionais e/ ou mecânicas. Esta
  • 9. 9 reesterilização não deve ser executada aproveitando-se a embalagem original, nem sob temperatura superior a 250ºC. A estocagem é feita em temperatura ambiente. As indicações e contra-indicações já foram comentadas no capítulo Introdução. Reações Locais - Edema e eritema de graus variáveis - Hematomas - Sensibilidade dolorosa Complicações - Infecção -Extrusão -Nódulo visível, irregularidade de superfície -Correção insuficiente/ insatisfatória - Retração cutânea nos pontos de entrada e/ ou saída Técnica de Aplicação Lábios Para aumento do volume total dos lábios, ou de parte dos mesmos (cicatrizes, perda de substância), podemos utilizar o SAM com introdutor (mais utilizado, pela facilidade da agulha acoplada) , as tiras (ou strands) e/ ou placas. Escolheremos a apresentação do material que melhor se adapte à correção que pretendemos realizar. Após cuidadosa assepsia do paciente e colocação de campos estéreis, realizamos a anestesia (vide capítulo Manejo Anestésico). Com um bisturi lâmina 11 posicionado de forma perpendicular à superfície da pele, fazemos uma incisão de 2 a 3 mm nas duas extremidades das comissuras labiais (para procedermos ao aumento labial) ou em posição ligeiramente anterior ao defeito a corrigir (perda de substância, atrofias localizadas). Se utilizarmos o SAM com introdutor, a própria agulha acoplada ao material será responsável pelo trabalho de tunelização. Quando escolhemos outra apresentação do produto, tunelizamos área com uma pinça de Hartmann. Esta tunelização é realizada ao longo do bordo labial, em plano profundo. Outra possibilidade é ancorarmos um fio de nylon 2-0 ou 3-0 na extremidade do material e fazermos o túnel para acomodação do enxerto, com uma cânula de lipoescultura de 2 a 3 mm. Neste caso, após passagem da cânula, introduzimos fio de nylon através de sua luz e retiramos a cânula tracionando o fio no lado oposto, de modo que o implante adentre pela incisão. No lábio superior, a passagem da agulha, ou da cânula de lipoescultura, ou da pinça de Hartmann pode ser feita em um só tempo (o que exige habilidade para o contorno do arco de Cupido) ou ser interrompida no centro labial. O aumento do lábio inferior é realizado de uma vez só. As pontas do enxerto devem estar devidamente sepultadas em plano profundo, de modo a evitar a formação de um granuloma. As incisões são suturadas com fio de nylon 5-0 ou 6-0. Sulcos, Atrofias, Depressões Cicatrizes
  • 10. 10 As áreas a serem corrigidas são demarcadas com caneta dermográficas, com o paciente em posição sentada. Realizam-se as etapas de assepsia e colocação dos campos estéreis. O material é cortado, ou dobrado, ou enrolado nas formas necessárias. Se houver necessidade de dobraduras, é importante suturar o implante com fio absorvível, para que não se deforme após colocação. As incisões na pele para entrada e saída do material, serão realizadas respeitando-se a configuração anatômica do defeito e da região envolvida. A anestesia tumescente da área (vide capítulo Manejo Anestésico) auxilia na hemostasia e facilita o descolamento, quando necessário (atrofias localizadas, cicatrizes, etc). A introdução do enxerto pode ser feita com pinça de Kelly, pinça de Hartmann agulha de tipo fascia lata ou outro tipo de instrumental familiar ao cirurgião. As incisões serão fechadas com o fio mais adequado. Em áreas muito extensas ou áreas de maior mobilidade, poderá ser útil realizar uma fixação do implante ao plano externo da pele, com alguns pontos de sutura reabsorvível. Cuidados Pós-procedimento - Antibióticos de largo espectros por 5-7 dias -Antivirais já desde o pré-operatório em caso de história positiva para Herpes - Antiinflamatórios e analgésicos, se necessário - Compressas geladas durante as primeiras 24 horas - Retirada dos pontos conforme experiência individual (em media, entre 3-5 dias) Análise do Preenchimento - Procedimento: Dificuldade média. Necessários conhecimentos cirúrgicos simples. Material : Disponível através de distribuidores. Custo relativamente alto. Durabilidade : Permanente. Resultado : Visível após uma única aplicação. Pode ser necessário complementar com implante injetável. SOFTFORM È um material apresentado em forma tubular, de paredes macias e fabricado em PTFE. Sua estrutura oca favorece a proliferação dos tecidos no interior do implante, assegurando sua estabilidade de fixação no local. È disponível em duas apresentações quanto ao seu diâmetro externo: 2,4 e 3,2 mm, ambos com 7 cm de comprimento. O Softform é acondicionado em estojo estéril, pronto para uso. Já vem montado em um trocater de ponta perfurante pouco traumático e acoplado a uma cânula, o que facilita sua implantação. Indicações do material são sulcos profundos e lábios.
  • 11. 11 Técnica de Aplicação. É essencialmente a mesma descrita para o enxerto de Goretex. A exceção fica por conta do conjunto cânula/ trocater, que são fornecidos junto com o produto. Isto descarta a necessidade de instrumental especial para a utilização do produto. Os cuidados pós-procedimento são iguais aos do Goretex. Analise do Procedimento Procedimento: Necessários conhecimentos cirúrgicos simples. Material: Custo alto, disponível através de importação. Durabilidade: Permanente. Resultado: Visível após uma única aplicação. Pode ser necessário complementar com implante injetável. -