2. Historias da meia noite
Publicado em 1873 pela editora Garnier, o livro Historias
da Meia Noite de Machado de Assis apresenta seis contos (A
parasita azul, As bodas de Luiz Duarte, Ernesto de Tal, Aurora
sem dia, O relógio de ouro e Ponto de vista) que num primeiro
momento sugerem muitos mistérios envolvidos em suas
páginas. Entretanto, nessas narrativas predominam as ironias
sociais, tão características do autor. Machado de Assis fez essa
seleção dos textos que havia publicado entre 1870 e 1873 no
Jornal das Famílias. Este último era propriedade do francês
Baptiste-Louis Garnier, editor e também dono da Livraria e
Editora Garnier situada no Rio de Janeiro entre os anos 1844 a
1934. Garnier foi editor de Machado de Assis e de outros
importantes autores nacionais como José de Alencar, Joaquim
Manoel de Macedo, Aluísio de Azevedo e Olavo Bilac. Foi
considerado o mais importante editor do século XIX no Brasil,
haja vista seu interesse em participar da emancipação da
literatura brasileira que até então era relegada em segundo
plano. A Editora Garnier tornou-se a principal empresa editorial
brasileira da época, fornecendo seus trabalhos à Casa Imperial.
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3. Historias da meia noite
A editora lançou também as primeiras
coleções nacionais de livros infantis
traduzidos do francês por autores brasileiros.
Numa época em que produzir livros era mais
barato na Europa do que no Brasil, a Editora
Garnier mandava imprimir seus livros na
França pela gráfica Paillart fundada em 1839
e ainda em funcionamento.Republicano
convicto e avesso à escravidão, Ribeyrolles
desnuda a hipocrisia reinante do período ao
afirmar que “Há no Rio, proprietários que
mantêm no ganho até trezentos escravos, e
cada noite aferrolham tranqúilamente (sic)
um rendimento de lista civil. Carne, suor e
sangue, tudo lhes pertence. No entanto, são
católicos, membros de várias irmandades,
acompanham as procissões, tocha na mão,
visitam as igrejas e fazem a sua páscoa.
Santos homens!”
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4. Historias da meia noite
No segundo tomo da obra, também permeada com
as gravuras de Victor Frond, Ribeyrolles faz uma análise
crítica das instituições sociais brasileiras como a família, a
propriedade privada e a escravatura. Dessa maneira,
analisa as fazendas de criação animal e de gêneros
tropicais, as estruturas de poder dentro delas, a terra e o
cultivo do solo, o papel do negro escravo: seu trabalho, sua
cultura e a relação com os seus senhores. Faz também um
levantamento sobre as províncias brasileiras e traça o perfil
da população composta por indígenas, negros, mestiços e
brancos. Por fim, examina as estruturas de poder no
Império, o governo e a Constituição, o parlamento, a
imprensa e as colônias de imigrantes europeus na região
sul do Brasil. Antes de fazer as considerações finais de sua
obra, Rebeyrolles morre prematuramente, deixando um
importante registro histórico e fotográfico.
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5. ASSIS, Machado de. Historias da meia noite. Rio de Janeiro: Livraria Garnier, [1873]. 243 p.
(Coleção dos Autores Célebres de Literatura Brasileira).
Fontes:
http://www.saraiva.com.br/historias-da-meia-noite-col-saraiva-de-bolso-3710094.html
https://fr.wikipedia.org/wiki/Imprimerie_Paillart
http://repositorio.unesp.br/handle/11449/110595
http://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/110595/000790461.pdf?sequence=1&isAllowed=y
http://bndigital.bn.br/francebr/garnier.htm
http://www.revistadehistoria.com.br/secao/leituras/paginas-de-sonho
https://pt.wikipedia.org/wiki/Livraria_Garnier
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Texto elaborado por:
Fernando Sorgetz da Rosa
Revisão e Colaboração:
Ana Guimarães Pereira
Editoração:
Roberta Freitas