5. mas não lego
mapa nem bússola
porque andei sempre
sobre meus pés
e doeu-me
às vezes
viver
hei-de inventar
um verso que vos faça justiça
por ora
basta-me o arco-íris
em que vos sonho
basta-te saber que morreis demasiado
por viverdes de menos
mas que permaneceis sem preço
companheiros
quero
escrever-me de homens
quero
calçar-me de terra
quero ser
a estrada marinha
que prossegue depois do último caminho
e quando ficar sem mim
não terei escrito
senão por vós
irmãos de um sonho
por vós
que não sereis derrotados
deixo
a paciência dos rios
a idade dos livros
Companheiros - Mia Couto
6. PONTOS INTRODUTÓRIOS
• Somos um país desigual. Somos um planeta
desigual. Somos igualmente diferentes
• Nunca vivemos algo parecido como o que estamos
vivendo
• As projeções sinalizam longo período de isolamento
social
•Docência é plural, é ampla, é diversa e é singular ==>
DocênciaS
7. PONTOS DE DEBATE
•FORMAS DE AFETOS
• Linguagem Emocional
•AS DOCÊNCIAS
• Atos de currículo
• Mediação partilhada
•AULAS DESCOLONIZADORAS
DIDÁTICAS
8. DocênciaS
(Bruno,
2014, 2018)
● São atos de currículo, são plurais, são
múltiplas, híbridas.
● Não produzimos mais uma docência
aprendida e praticada, mas docênciaS
construídas nas relações singulares e
plurais das experiências - sentido dado por
Larrosa.
● Uso de Linguagem emocional
(afetação/afetividade)
■ ⇒ promoção de Mediação partilhada
9. DESAFIOS DAS DOCÊNCIAS
LINGUAGEM EMOCIONAL
A linguagem emocional reflete, sistematicamente,
as múltiplas formas com que os seres humanos
estabelecem relações, utilizando-se das diversas
linguagens, considerando o fator emocional como
importante desencadeador das transformações
decorrentes neste processo. (BRUNO, 2002, p.
203)
AFETO E SOU AFETADA PELO
OUTRO
Um dos
principais pontos
para a
aprendizagem
vínculos
10. DESAFIOS DAS DOCÊNCIAS
NOVOS CURRÍCULOS/ATOS DE
CURRÍCULO
interativamente, numa incessante
atribuição de sentidos, todos os
envolvidos com as questões
curriculares, a partir da sua posição
política, são atores curriculantes.
(Roberto Sidney Macedo, 2013)
• Mudança no currículo é
necessária
• Aproveitar para mudar
• Cocriar desenhos didáticos
(gestores+professores+estudante
s)
• linguagem digital é diferente da
presencial-física - orientações
claras
• Investimento no assíncrono
• Trabalho por projetos
• Interdisciplinaridade
11. DESAFIOS DAS DOCÊNCIAS
MEDIAÇÃO PARTILHADA
- Parceria entre professor e alunos;
- Parte das emergências dos
estudantes, dos professores
(lideranças emergentes), em relação
às docências
“‘des-alunizar’ os alunos, ‘des-
professorizar’ os professores e ‘des-
disciplinar’ as disciplinas”
(LARROSA, 2014 - Tremores)
Todos os participantes
cocriam uma mediação
partilhada ➔ produção
coletiva e colaborativa
de conhecimentos.
13. Boaventura Souza Santos nos explica que temos três
modos principais de desigualdade estrutural nas
sociedades modernas: capitalismo, colonialismo e
patriarcado.
O colonialismo assume muitas outras formas, entre
elas, o neocolonialismo, o racismo, o sexismo, a
xenofobia etc.
Enquanto o capitalismo pressupõe a igualdade
abstracta de todos os seres humanos, o colonialismo
e o patriarcado pressupõem que as vítimas deles são
seres sem plena dignidade humana, seres sub-
humanos.
Não é simplesmente
de um
conhecimento novo
que necessitamos;
o que necessitamos
é de um novo modo
de produção de
conhecimento.
Boaventura de Sousa
Santos
14. Há a colonialidade do poder e colonialidade do
saber (MIGNOLO, 2006)
Segundo Boaventura de Sousa Santos, ainda hoje, as colônias representam um modelo de
exclusão que permanece em nossa forma de pensar, em nossos conceitos básicos e em
nossas diretrizes fundamentais de operação do conhecimento das coisas. É necessário criar
outro pensamento, outra epistemologia, que será postulado da resistência política de
implantação de outras formas de vida. Um pensamento que não seja derivativo e que envolva
ruptura com as formas ocidentais de pensamento e ação: uma epistemologia do sul, não
imperial, concebida como metáfora do sofrimento humano produzido sistematicamente pelo
colonialismo e pelo capitalismo global em que o outro não seja objeto (2010, p. 52-53).
15. É preciso cocriarmos aulas
descolonizadoras
atos de currículo desenvolvidos por
todes ⇒ autoriaS e práticas
16. ENCONTROS DE PARTILHA -
PRISCILLA MENEZES
apresentações sobre uma prática pedagógica, formal
ou informal, estabelecendo relações entre as diretrizes
teóricas que a norteiam e sua efetivação prática.
18. Pilares fundamentais na concepção dos
ateliês (D’ÁVILA, 2016):
1) a epistemologia da prática, pois acredita-se
que é a partir dos saberes da experiência que
se transformam paradigmas e se aprende de
modo significativo;
2) a dimensão sensível, da qual fazem parte
as múltiplas linguagens artísticas;
3) a poéisis ou o fazer criativo.
22. https://www.youtube.com/watch?v=1B-skA5-Ad0
Guardar uma coisa
não é escondê-la
ou trancá-la.
Em cofre não se guarda
coisa alguma
Em cofre perde-se
a coisa à vista
Guardar uma coisa é
olhá-la, fitá-la, mirá-la
por
admirá-la, isto é,
iluminá-la ou ser por ela
iluminado
Guardar uma coisa é
vigiá-la, isto é,
fazer vigília
por
ela, isto é, velar por ela,
isto é, estar acordando
por ela,
isto é, estar por ela ou ser
por ela.
Por isso melhor se guarda
o vôo de um pássaro
Do que pássaros sem vôos.
Por isso se escreve, por
isso se diz, por isso
se publica,
por isso se declara
e declama um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele,
por sua vez,
guarde o que guarda:
Guarde o que quer
que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que quer guardar.
GUARDAR -
Antonio Cícero
23. ESPAÇOS/PROJETOS INDICADOS
●SITE - Adriana Bruno:
https://sites.google.com/site/arbruno
⇒ Buscar Educação na quarentena, artigos, links, tese,
dissertação...
●#RIA40tena - Rede Interinstitucional de Ações
https://ria40tena.wixsite.com/ria40tena
●CASA CORPO - https://www.instagram.com/casacorpo_/?hl=pt-br
24. INDICADOÇÕES
1. Série - Amazon Prime: Good Omens
2.Documentário: Escolarizando o Mundo
https://www.youtube.com/watch?v=6t_HN95-Urs
1.CONVERSA COM ANTÓNIO NÓVOA SOBRE EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE PANDEMIA -
https://www.facebook.com/watch/live/?v=631629681020563&ref=watch_permalink
2.Artigos e textos:
a.Voltar à “normalidade” é auto-condenar-se - Leonardo Boff (02/05/2020)
(https://leonardoboff.org/2020/05/02/voltar-a-normalidade-e-auto-condenar-se/)
b.CULTURAS CONTEMPORÂNEAS: O DIGITAL E O CIBER EM RELAÇÃO - Adriana Rocha
Bruno, João Luiz Peçanha Couto
(http://periodicos.estacio.br/index.php/reeduc/article/view/5848/47965986)
25. BRUNO, A. POMAR. Por uma prática da autonomia e da partilha. In: MOREIRA, J. A; VIEIRA, C. P. eLearning no
Ensino Superior. Coleção Estratégias de Ensino e Sucesso Académico: Boas Práticas no Ensino Superior. v. 4.
Coimbra-PT: CINEP/IPC, 2017. p. 153-167. Disponível em: <https://cinep.ipc.pt/attachments/article/186/Livro%20-
Volume%203-%20MIOLO%20Baixa%20QUALIDADE-%20ULTIMA%20VERSA%CC%83O.pdf>. Acesso em: 10 de
janeiro de 2018.
BONDÍA, J. L. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação. n. 19,
jan/fev/mar/abr, 2002. Disponível em:
<http://www.anped.org.br/rbe/rbedigital/RBDE19/RBDE19_04_JORGE_LARROSA_BONDIA.pdf>. Acesso em: 1 nov.
2014.
MIGNOLO, W. Os esplendores e as misérias da “ciência”: colonialidade, geopolítica do conhecimento e pluri-
versalidade epistêmica. In: SANTOS, B. de S. Conhecimento prudente para uma vida decente. São Paulo: Cortês,
2006.
SANTOS, B. de S. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia dos saberes. In: SANTOS, B.
de S.; MENESES, M. P. Epistemologias do sul. São Paulo: Cortez, 2010.
_____. Descolonizar o saber e o poder. 18 de Julho de 2019, 6:04. In: O Público Jornal.
https://www.publico.pt/2019/07/18/politica/opiniao/descolonizar-saber-1880046