O documento discute como a presença se manifesta nas práticas durante a pandemia. Apresenta a distinção entre real e virtual, onde virtual não significa irreal, mas sim potencial. Também aborda as noções de distopia, que não é oposto de utopia, e retrotopia, voltada ao passado por medo do futuro. Por fim, defende que o E, enquanto possibilidade, pode superar a dicotomia real/virtual e promover novas presenças mesmo nos momentos de isolamento.
2. A R T E , T E C N O L O G I A S E E D U C A Ç Ã
O:
M O D O S D E P R E S E N Ç A N A P A N D E M I A
Quais os sentidos que a presença tem nas
nossas práticas?
E como esses sentidos reverberam no momento
presente?
3. PresençaS: por que hoje o E resiste, persiste e deve se
sobrepor ao ou
ADRIANA ROCHA BRUNO
DID-UNIRIO E PPGE/PPGP-UFJF
ADRIANA HOFFMAN FERNANDES
DID-PPGE-UNIRIO
5. PONTOS DE CONVERSA
•O VIRTUAL E O REAL
•DISTOPIA/RETROTOPIA
•E AGORA? O E COMO POSSIBILIDADE
6. O virtual e o Real
A palavra “virtual” provém, etimologicamente, do latim
medieval virtualis, por sua vez, derivada de virtus, que
é definido como virtude, força ou potência. Lévy (1996)
a considera como potência, como o que está
associado a potencial, a possível, a eventual.
7. Lévy, Deleuze, André Lemos
O VIRTUAL E O REAL
- do ponto de vista aristotélico, virtual é potência e não ausência ou
inexistência.
- A virtualidade não nasce com as tecnologias digitais atuais ou com
a Internet.
- A ideia de virtual como o que é irreal, falso, ilusório e imaginário
deriva do senso comum e tem contraposto o real como o que tem
presença (física, tangível).
⇒ O virtual é, portanto, potência para o atual.
8. O VIRTUAL E O REAL
A palavra “real”, por outro lado, é oriunda também da definição do
latim medieval realis, que procede de res (coisa)
Por sua vez, a concepção de virtual como potência existe sem estar
presente, ou melhor, existe sem ter presença física.
Consequentemente, infere-se que o real não se reduz ao que é
palpável, em uma perspectiva positivista
9. Distopias
- Utopia = não lugar: u - negação,
topos - lugar.
- Distopia significa lugar ruim,
mau: dis - mau/ruim e topia -
lugar.
⇒ distopia não é o
contrário/inverso de Utopia
Russel Jacoby (2007) se refere a
distopia como complemento da
utopia.
Utopia, em Freire,
não é inalcançável,
mas o que está por
vir. É a dialética do
denunciar-anunciar.
10. Retrotopia
Bauman (2017) fala de Retrotopia:
uma volta ao passado proporcionada pelo medo do futuro… mas não
um passado vivido, mas um passado não experimentado, não vivido.
Inversão: A esperança está no passado e a desesperança no futuro.
11. o futuro (outrora a aposta segura para o investimento de
esperanças) tem cada vez mais sabor de perigos indescritíveis
(e recônditos!). Então, a esperança, enlutada, e desprovida de
futuro, procura abrigo num passado outrora ridicularizado e
condenado, morada de equívocos e superstições.
(Bauman, 2017)
12. Inédito viável
Para Freire, o inédito-viável é a coragem de colocar-se frente
ao velho e ao que parece impossível e antever aí a
possibilidade de criação do novo.
⇒ situação limite ⇒ ato-limite
Conquistada por meio da Práxis libertadora
O inédito-viável é a possibilidade de uma utopia…