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MANUAL DO
PROFESSOR
em
Ciências
Humanas
Área de Ciências Humanas
e Sociais Aplicadas
ENSINO MÉDIO
Cláudio Vicentino
Eduardo Campos
Eustáquio de Sene
MANUAL DO
PROFESSOR
em
Ciências
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MANUAL DO
PROFESSOR
Área de Ciências Humanas
e Sociais Aplicadas
ENSINO MÉDIO
Cláudio Vicentino
Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP)
Professor de História no Ensino Médio e em cursos pré-vestibulares. Autor
de obras didáticas e paradidáticas para Ensino Fundamental e Ensino Médio
Eduardo Campos
Bacharel e licenciado em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP)
Mestre em Educação pela Universidade de São Paulo (USP)
CoordenadoreducacionalepedagógicodoEnsinoFundamental(anosfinais)
e do Ensino Médio. Professor na Educação Básica e no Ensino Superior
Eustáquio de Sene
Bacharel e licenciado em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP)
Mestre e doutor em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo (USP)
Professor de Geografia do Ensino Médio na rede pública e em escolas parti-
culares. Professor de Metodologia do Ensino de Geografia na Faculdade de
Educação da Universidade de São Paulo por 5 anos
1a
edição, São Paulo, 2020
em
Ci•ncias
Humanas
2
Presidência: Paulo Serino
Direção editorial: Lauri Cericato
Gestão de projeto editorial: Heloisa Pimentel
Gestão de área: Brunna Paulussi
Coordenação de área: Carlos Eduardo de Almeida Ogawa
Edição: Izabel Perez, Tami Buzaite e Wellington Santos
Planejamento e controle de produção: Vilma Rossi e Camila Cunha
Revisão: Rosângela Muricy (coord.), Alexandra Costa da Fonseca,
Ana Paula C. Malfa, Ana Maria Herrera, Carlos Eduardo Sigrist,
Flavia S. Vênezio, Heloísa Schiavo, Hires Heglan, Kátia S. Lopes Godoi,
Luciana B. Azevedo, Luís M. Boa Nova, Luiz Gustavo Bazana,
Patricia Cordeiro, Patrícia Travanca, Paula T. de Jesus,
Sandra Fernandez e Sueli Bossi
Arte: Claudio Faustino (ger.), Erika Tiemi Yamauchi (coord.),
Keila Grandis (edição de arte), Arte Ação (diagramação)
Iconografia e tratamento de imagens: Roberto Silva (coord.),
campos de iconografia (pesquisa iconográfica), Cesar Wolf (tratamento de imagens)
Licenciamento de conteúdos de terceiros: Fernanda Carvalho (coord.),
Erika Ramires e Márcio Henrique (analistas adm.)
Ilustrações: Fórmula Produções e Formato Comunicação
Cartografia: Mouses Sagiorato e Sonia Vaz
Design: Luis Vassallo (proj. gráfico, capa e Manual do Professor)
Foto de capa: Catherine Delahaye/Stone/Getty Images
Todos os direitos reservados por Editora Ática S.A.
Avenida Paulista, 901, 4o
andar
Jardins – São Paulo – SP – CEP 01310-200
Tel.: 4003-3061
www.edocente.com.br
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Angélica Ilacqua - CRB-8/7057
2020
Código da obra CL 720005
CAE 729785 (AL) / 729786 (PR)
1a
edição
1a
impressão
De acordo com a BNCC.
Envidamos nossos melhores esforços para localizar e indicar adequadamente os créditos dos textos e imagens
presentes nesta obra didática. Colocamo-nos à disposição para avaliação de eventuais irregularidades ou omissões
de créditos e consequente correção nas próximas edições. As imagens e os textos constantes nesta obra que,
eventualmente, reproduzam algum tipo de material de publicidade ou propaganda, ou a ele façam alusão,
são aplicados para fins didáticos e não representam recomendação ou incentivo ao consumo.
Impressão e acabamento
3
Apresentação
Caro(a) estudante,
Neste volume, o tema central do nosso estudo é a relação entre as so-
ciedades e a natureza e seus impasses, desafios, conflitos e acordos. A
questão ambiental é uma das maiores urgências do século XXI e seu enfren-
tamento exige encaminhamentos coletivos, que passam pela política, pela
ação de governos, pela reflexão ética e pela ação dos cidadãos. É um tema
de grande interesse e tem potencial para despertar o protagonismo juvenil.
A juventude, aliás, é outro tema discutido neste volume, da perspec-
tiva de reconhecer o que os jovens esperam da sociedade e o que a socie-
dade espera deles. Essa reflexão permite dar sentido às suas experiências
na relação com o mundo adulto e serve para orientar a construção de seus
projetos de vida.
A força e o desejo de transformação e participação que você, jovem,
tem serão mais bem aproveitados a partir do momento em que seu reper-
tório conceitual e procedimental para avaliar a realidade em seus diferen-
tes contextos (local, nacional e mundial) for ampliado. E esse repertório
será ampliado por meio da leitura de textos de diversos gêneros, escritos
por autores com diferentes papéis sociais, da interpretação de mapas, ta-
belas e gráficos, da apreciação de bens culturais e artísticos, de conver-
sas, debates, pesquisas, enfim, do estudo teórico conciliado com reflexões
e ações práticas. Com isso, você vai mobilizar seus conhecimentos pré-
vios, problematizando e refletindo sobre sua aprendizagem, que assim
será contextualizada e significativa.
Bom estudo!
Os autores.
4
Conheça
seu livro
Alternativas
para o
desenvolvimento
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UNIDA
D
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Contexto
A imagem de abertura desta Unidade mostra uma intervenção artística realizada com o intuito de
chamar a atenção da população para o problema da poluição dos oceanos por resíduos plásticos.
No cartaz lemos “Recicle suas atitudes”, um recado sobre a necessidade de alterar o atual modelo
de desenvolvimento das sociedades industriais, pautado apenas no crescimento econômico e
responsável pela maior parte dos impactos socioambientais negativos no mundo atual.
Reciclar é renovar e, nesse caso, é necessária a renovação da ideia de que os seres humanos e
o desenvolvimento econômico estão dissociados das necessidades das outras espécies e do
equilíbrio ambiental do planeta. A semente para essa conscientização já foi plantada, e apenas por
meio dela será possível criar coletivamente alternativas de desenvolvimento que beneficiem não
apenas as gerações atuais, mas também as futuras, sendo, portanto, sustentável ambientalmente e
socialmente justo.
• Reúnam-se em grupos e reflitam sobre a seguinte questão: Com base em seus conhecimentos
e em suas observações cotidianas, troquem ideias sobre os motivos pelos quais a busca por
modelos alternativos de desenvolvimento é necessária.
NÃO ESCREVA NO LIVRO
ESSE TEMA SERÁ
RETOMADO NA
SEÇÃO PRÁTICA
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OBJETIVOS
• Compreender a importância das questões ambientais
e da promoção da consciência socioambiental para a
concepção de um novo modelo de desenvolvimento.
• Reconhecer a relevância da ética ambiental como
parâmetro para avaliar as relações entre os seres
humanos entre si e com a natureza.
• Refletir sobre a inviabilidade ambiental da sociedade de
consumo capitalista.
• Reconhecer e valorizar as práticas sustentáveis das
sociedades tradicionais.
JUSTIFICATIVA
A partir dos conhecimentos construídos acerca das
relações entre sociedade e natureza e da identificação
dos problemas ambientais presentes no século
XXI acarretados pela prevalência do modelo de
desenvolvimento da sociedade moderna capitalista,
é possível reconhecer a necessidade de caminhos
alternativos para o desenvolvimento. Para isso, é preciso
entender como emergiram a consciência dos problemas
ambientais e a reflexão sobre a ética ambiental na época
contemporânea e a necessidade de pôr em prática
novas relações da sociedade com a natureza. Nessa
perspectiva, a promoção da educação ambiental é um
convite a toda sociedade para participar da construção
de uma nova ética que oriente as formas de viver.
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA BNCC
• Competências da Educação Básica: CG1, CG2, CG4,
CG5, CG7 e CG9.
• Competências e habilidades específicas de Ciências
Humanas e Sociais Aplicadas: Competência 1:
EM13CHS101, EM13CHS102, EM13CHS103,
EM13CHS104, EM13CHS105, EM13CHS106.
Competência 2: EM13CHS202. Competência 3:
EM13CHS302, EM13CHS303, EM13CHS304,
EM13CHS305, EM13CHS306.
• Competências e habilidades específicas de Ciências da
Natureza e suas Tecnologias: Competência 2:
EM13CNT206. Competência 3: EM13CNT302,
EM13CNT309.
TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS
Meio Ambiente
• Educação ambiental
• Educação para o consumo
Ciência e tecnologia
• Ciência e tecnologia
Leia trechos da crônica de Marina Colasanti, que dis-
cute alguns exemplos de práticas ou situações não de-
sejáveis presentes no cotidiano. Em seguida, responda
às questões.
Eu sei, mas não devia
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos
de fundos e a não ter outra vista que não as janelas
ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a
não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo
se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, por-
que não abre as cortinas, logo se acostuma a acender
mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esque-
ce o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobres-
saltado porque está na hora. A tomar o café corren-
do porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus
porque não pode perder o tempo da viagem. A co-
mer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair
do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus
porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado
sem ter vivido o dia.
[...]
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja
e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro
com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a
fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas
Contexto
Ética ambiental
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CONEXÕES
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
NÃO ESCREVA NO LIVRO
24
Como são feitas as vacinas?
A forma mais comum de vacina é a injeção de formas enfraquecidas ou
mortas dos microrganismos causadores de uma doença. Uma vez dentro do
nosso corpo, esses antígenos induzem respostas imunológicas, gerando an-
ticorpos. Dessa forma, se o indivíduo for infectado pelo patógeno ativo, seu
corpo já terá a memória imune, ou seja, os anticorpos específicos para com-
bater o invasor, evitando o desenvolvimento da doença.
Em alguns casos, é injetada a toxina que certo microrganismo produz,
causadora da doença, e a vacina atua em sua neutralização. Quando a doen-
ça se origina da quantidade do vírus no organismo, a vacina visa impedir sua
multiplicação. As vacinas são produzidas de acordo com a ação do vírus no
corpo e, por isso, são específicas para cada doença.
O princípio da vacinação consis-
te, portanto, em “ensinar” o sistema
imunológico a combater a doença –
através do uso controlado dos micror-
ganismos causadores de doenças, ou
suas toxinas – de modo que ele saiba
como se defender do patógeno.
No Brasil, temos um calendário na-
cional de vacinação que determina a
vacina que deve ser tomada conforme
cada idade. Todas podem ser encontra-
das na Unidade Básica de Saúde (UBS)
mais próxima.
Patógeno: agente direta
ou indiretamente causador
de doença.
Cartaz de divulgação da campanha
de vacinação do Sistema Único de
Saúde (SUS), utilizado no município
de Lagoa Seca (PB), 2019.
1. Pesquise as vacinas que fazem parte do calendário nacional oficial e obte-
nha informações sobre seu histórico no país: quais são as faixas etárias
para as quais são indicadas e outras informações relevantes sobre sua
aplicação e seu efeito no organismo.
2. Elabore um pequeno texto dissertativo-argumentativo sobre a importân-
cia da imunização em uma população tão grande, diversa e de diferentes
perfis socioeconômicos como a brasileira. Para isso, escolha duas das va-
cinas do calendário oficial e utilize-as como exemplos da importância das
campanhas de imunização pública.
Secretária
de
Saúde/Governo
Municipal
de
Lagoa
Seca,
PB.
Instalação de peixes feitos de garrafas de plástico descartadas, na praia de Botafogo, no Rio de Janeiro, RJ,
em 2012, durante a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável
(Rio+20). O volume de plástico descartado pelas sociedades humanas está se acumulando no meio
ambiente, principalmente nos oceanos, o que provoca a morte de muitas espécies da fauna e da flora
marinha e prejudica os ecossistemas.
Christophe
Simon/AFP
85
valem. E a saber que cada vez paga mais. E a procurar mais trabalho, para
ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
[...]
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado
e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os
olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação
da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passa-
rinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não
colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
COLASANTI, Marina. Eu sei, mas n‹o devia. Rio de Janeiro: Rocco, 1996. p. 9.
Porto Ronco, de Georg Schrimpf (1889-1938), 1917.
Wikipedia/Wikimedia
Commons/Coleção
particular
1. Destaque do texto problemas socioambientais citados pela autora e cite
outros,doseucotidianoedocontextodomundoatual.
2. Comooscostumes,hábitosevalorespessoaissãodeterminados?Épos-
sívelalterá-los?Sesim,como?
3. Ao longo da história ocorreram muitas alterações na forma como a socie-
dade ocidental se relaciona com a natureza. Dentre as práticas das socie-
dades humanas, nos apropriamos de recursos naturais vivos e não vivos
parasatisfazernossasnecessidadesedesejos.Oquenosdáessedireito?
123
Natureza
Natura
Cultura
Espaço
simbólico
Recurso
natural
Meio a ser
conservado
Indústria
extrativista
Agentes
infecciosos
Epidemias
Pandemias
Ebola
Peste
negra
Dengue
Gripe
espanhola
Zika, etc.
Covid-19,
etc.
Impactos
ambientais
Desmatamento Poluição Erosão, etc.
Agricultura
Solo
Solo
Água
Água Ar
Indústria
extrativista
Ambientalistas
Vegetal Mineral
Madeira Minérios
Outros
produtos
vegetais
Combustíveis
Fósseis
Indústria de
transformação Efeito estufa
Povo
Indígena
Duwamish
Humana
“força
que gera”
• Após estudar o capítulo, retome a atividade de abertura. Você mudaria alguma resposta?
Depois releia o discurso do cacique Seattle e reflita sobre o que ele fala. Concorda com as
afirmaçõesdele?
CompareafrasedotextodeaberturacomafaladocaciqueSeattleerelacioneambasàrealidadeambiental
esanitáriadomundocontemporâneo:
“Estáclaroquedependemosdomeioambiente,enãoocontrário,equeascrisesrecentesenfrentadaspela
sociedadetêmumaimportanteinterfaceecológica.”(WELTERS,Angela;GARCIA,Junior).
“Tudoestárelacionadoentresi.[...]Oquefereaterrafere,também,osfilhoseasfilhasdaterra.Nãofoio
homemqueteceuatramadavida:eleémeramenteumfiodamesma.Tudooquefizeràtrama,asimesmo
fará.(CaciqueSeattle).
Retome o contexto
sua destruição tem
exposto o homem
ao contato com
vem do latim
que significa
produção
pode ser encarada
como
como recurso
natural, pode ser
explorada pela
matéria-prima
e energia para
causadores
de
como
como
que se utiliza de
por exemplo
causadora do
do(a)
pode ser
explora explora
por
como os
por uma
por um
causam
vários
se opõe à
Mapa conceitual elaborado pelos autores.
51
VOCÊ PRECISA SABER
NÃO ESCREVA NO LIVRO
51
Seu livro está organizado em duas unidades, divididas em dois capítulos, que
tratam de temas atuais e relevantes para a sua formação durante o Ensino Médio.
Ao longo dos capítulos e unidades, você encontrará diferentes estruturas
que utilizam diversos recursos pensados para auxiliá-lo no processo de
aprendizagem.
As aberturas de unidades apresentam textos e imagens
que sintetizam o tema principal e vão mobilizar os seus
conhecimentos sobre o assunto. Nessas aberturas, a
seção Contexto traz situações concretas cuja análise
exige conteúdos, conceitos e procedimentos de diferentes
disciplinas das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
Essas situações serão retomadas ao longo dos capítulos
e estão relacionadas com a seção Prática, que traz
uma proposta de trabalho para que você aplique os
conhecimentos que são produzidos em sala de aula na
comunidade escolar e em seu entorno.
As aberturas dos capítulos trazem recursos diversos
(fotografias, mapas, gráficos, entrevistas, charges) que
sintetizam o conteúdo que será trabalhado, além de propor
questionamentos, por meio de uma nova ocorrência da
seção Contexto, que vão ajudá-lo a realizar o projeto
proposto na seção Prática. Na abertura de cada capítulo,
você também encontrará um boxe com os objetivos, a
justificativa para o trabalho com os conteúdos propostos
e as competências, habilidades e temas contemporâneos
transversais mobilizados no capítulo.
Em todos os capítulos, você encontrará uma
ocorrência da seção Conexões, que trabalha a
interdisciplinaridade com componentes curriculares
de outras áreas do conhecimento, especialmente
as Ciências da Natureza e suas Tecnologias e as
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, bem como
com disciplinas que não estão presentes no
currículo escolar.
Seção que finaliza o trabalho do capítulo e traz
propostas de retomada das questões apresentadas
na seção Contexto, na abertura do capítulo.
Momento que serve de recurso para resumo
e sistematização de alguns dos conteúdos
trabalhados ao longo dos capítulos. Pode surgir
na forma de mapas conceituais, esquemas,
fluxogramas ou lista de palavras e pode apresentar
atividades que estabeleçam relação dos conteúdos
trabalhados com os seus lugares de vivência e as
suas experiências pessoais.
5
PRÁTICA
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES
DA BNCC
• Competências gerais da Educação
Básica: CG1, CG2, CG3, CG5 e CG6.
• Competências e habilidades
específicas das Ciências
Humanas e Sociais Aplicadas:
Competência 1: EM13CHSA101,
EM13CHSA103 e EM13CHS104.
Competência 4: EM13CHS401.
• Competências e habilidades
específicas de Linguagens e suas
Tecnologias: Competência 1:
EM13LGG101, EM13LGG102 e
EM13LGG104. Competência 6:
EM13LGG601 e EM13LGG604.
TEMAS CONTEMPORÂNEOS
TRANSVERSAIS
Cidadania e Civismo
• Vida familiar e social
Multiculturalismo
• Diversidade cultural
O funk: dos bailes ao estrelato
Para começar
Vimos nesta unidade o conceito de indústria cultural, que se caracte-
riza pela apropriação de manifestações populares na formação de uma
base comercial para a criação de produtos culturais e sua difusão em
larga escala por meio das diversas mídias.
De acordo com pensadores como Theodor Adorno, diversas produ-
ções culturais foram encaixadas nessa lógica. Para ele, uma vez sub-
metida às demandas de um modo de produção que tem como fim prin-
cipal o lucro, a legitimidade artística de um objeto fica seriamente com-
prometida. Ele já não é mais criado com o objetivo de ser significativo,
de proporcionar a fruição estética, ou de carregar elementos de crítica
social, aspectos que são próprios das obras de arte, mas o que importa
é apenas a certeza de que ele será consumido na maior escala possível.
Ao estudarmos essa dinâmica, constatamos que diversos meios de
manifestação cultural passaram pelo processo de adaptação de sua
produção para uma escala industrial; das artes plásticas e literatura ao
cinema e a música. O rap, por exemplo, é outro gênero musical que já foi
considerado puramente contestatório, muitas vezes difamado por gru-
pos sociais, mas, nas últimas décadas, submetido à lógica da indústria
cultural, foi plenamente incorporado à lógica de produção e consumo
industrial, com extensa propaganda; associação a outros bens de con-
sumo, como roupas, bebidas, etc.; e grandes espetáculos patrocinados
por marcas internacionais.
Ofunkcariocatevesuaorigemnosanos1970elevouanosatéserdifundidocomoum
produtodaindústriafonográfica.Nafoto,bailefunknacidadedoRiodeJaneiro(RJ),em1993.
Reprodução/Acervo
do
Jornal
do
Brasil
78
1. (2019)
A criação do Sistema Único de Saúde (SUS)
como uma política para todos constitui-se uma
das mais importantes conquistas da sociedade
brasileira no século XX. O SUS deve ser valorizado
e defendido como um marco para a cidadania e
o avanço civilizatório. A democracia envolve um
modelo de Estado no qual políticas protegem os
cidadãos e reduzem as desigualdades. O SUS é
uma diretriz que fortalece a cidadania e contribui
para assegurar o exercício de direitos, o pluralis-
mo político e o bem-estar como valores de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos,
conforme prevê a Constituição Federal de 1988.
RIZZOTO, M. L. F. et al. Justiça social, democracia com
direitos sociais e saúde: a luta do Cebes. Revista Saúde em
Debate, n. 116, jan.-mar. 2018 (adaptado).
Segundo o texto, duas características da con-
cepção da política pública analisada são:
a)Paternalismo e filantropia.
b)Liberalismo e meritocracia.
c)Universalismo e igualitarismo.
d)Nacionalismo e individualismo.
e)Revolucionarismo e coparticipação.
2. (2013)
O canto triste dos conquistados: os
últimos dias de Tenochtitlán
Nos caminhos jazem dardos quebrados;
os cabelos estão espalhados.
Destelhadas estão as casas,
Vermelhas estão as águas, os rios, como se
alguém as tivesse tingido,
Nos escudos esteve nosso resguardo,
mas os escudos não detêm a desolação...
PINSKY, J. et al. História da América através de textos.
São Paulo: Contexto (fragmento).
O texto é um registro asteca, cujo sentido está
relacionado ao(à)
a)tragédia causada pela destruição da cultura
desse povo.
b)tentativa frustrada de resistência a um po-
der considerado superior.
c)extermínio das populações indígenas pelo
Exército espanhol.
d)dissolução da memória sobre os feitos de
seus antepassados.
e)profetização das consequências da coloni-
zação da América.
3. (2006) As florestas tropicais úmidas contri-
buem muito para a manutenção da vida no pla-
neta, por meio do chamado sequestro de car-
bono atmosférico. Resultados de observações
sucessivas, nas últimas décadas, indicam que
a floresta amazônica é capaz de absorver até
300 milhões de toneladas de carbono por ano.
Conclui-se, portanto, que as florestas exercem
importante papel no controle
a)das chuvas ácidas, que decorrem da li-
beração, na atmosfera, do dióxido de car-
bono resultante dos desmatamentos por
queimadas.
b)das inversões térmicas, causadas pelo
acúmulo de dióxido de carbono resultan-
te da não dispersão dos poluentes para as
regiões mais altas da atmosfera.
c)da destruição da camada de ozônio, causa-
da pela liberação, na atmosfera, do dióxido
de carbono contido nos gases do grupo dos
clorofluorcarbonos.
d)do efeito estufa provocado pelo acúmulo de
carbono na atmosfera, resultante da queima
de combustíveis fósseis, como carvão mi-
neral e petróleo.
e)da eutrofização das águas, decorrente da
dissolução, nos rios, do excesso de dióxido
de carbono presente na atmosfera.
50
QUESTÕES DO ENEM NÃO ESCREVA NO LIVRO
Permacultura
A palavra permacultura tem origem no termo em inglês permanent
agriculture (“agricultura permanente”). Esse sistema comunitário de culti-
vo de plantas e criação de animais abrange elementos da Ecologia e outros
campos da ciência, assim como de conhecimentos tradicionais, e caracte-
riza-se pelo uso de energia limpa e implementação de um manejo racional
dos recursos naturais de forma a criar um sistema sustentável. Os princípios
da permacultura são baseados em três éticas principais: cuidar da terra, das
pessoas e do futuro. Dentre esses princípios, destacam-se:
• Observância dos padrões e ciclos da natureza e a conservação da biodiver-
sidade como um todo. A prática da policultura e a manutenção das demais
espécies são prioridades.
• Criação de um sistema de baixo consumo energético e autossuficiente,
recorrendo ao aproveitamento de fontes de energia limpas e renováveis,
como os fluxos locais da água e do vento.
• Organização do sistema de modo eficiente e racional, levando em consi-
deração a disponibilidade e renovação dos recursos do ambiente e priori-
zando o reaproveitamento ao descarte.
• Prática da autorregulação, de acordo com os ciclos de reforço positivo e
negativo verificados no ambiente, de forma a promover uma interação
com a natureza e reconhecer os saberes das
comunidades locais.
• Incentivo à cooperação entre pequenos produ-
tores, na forma de cooperativas agrícolas. As
relações competitivas, nessa perspectiva, não
são benéficas a ninguém.
Agricultura integrada
Nesta corrente se procura praticar uma agri-
cultura da forma mais integrada possível com o
ambiente natural, imitando a composição espa-
cial das plantas encontradas nas matas natu-
rais. Envolve o cultivo de plantas aliadas à produção de animais. Algumas
vezes é referido como um sistema “agrosilvopastoril”, que busca integrar
lavouras, com espécies florestais e pastagens e outros espaços para os
animais, considerando os aspectos paisagísticos e energéticos. [...]
SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Agricultura sustentável. São Paulo, 2014.
(Cadernos de educação ambiental, 13). Disponível em: http://arquivos.ambiente.sp.gov.br/
cea/2014/11/13-agricultura-sustentavel1.pdf. Acesso em: 19 maio 2020.
• Leia o texto e, com base nele e em seus conhecimentos sobre a realidade,
identifique práticas de permacultura que visam à adaptação aos ambientes e às
paisagens, levantando hipóteses que justifiquem sua utilização.
Interpretar
NÃO ESCREVA NO LIVRO
Plantação de palma e
maniçoba na Caatinga em
sistema de permacultura
no município de Cafarnaum
(BA), 2019.
Permacultura passo
a passo. Rosemary
Morrow. Editora Mais
Calango, 2016.
A autora aborda
a permacultura,
sistema criado
pelos ecologistas
australianos Bill
Mollison (1928-2016)
e David Holmgren
(1955-) na década
de 1970. O livro visa
apresentar conceitos
de vida sustentável ao
leitor.
Saber
Reprodução/Editora
Mais
Calango
Luciana
Whitaker/Pulsar
imagens
116
Os diversos sistemas de registro gráfico atrelados ao processo histórico
da escrita foram, aos poucos, modificando as próprias civilizações
em que surgiram. As formas de explicação da realidade
começaram a ser propagadas, e áreas de conhecimento
como a Matemática e a Filosofia ganharam condições
para se estruturar.
A técnica da escrita começou a se consagrar em
importantes civilizações nas regiões próximas ao
mar Mediterrâneo e à Mesopotâmia milênios antes
de Cristo. Bem mais tarde, a partir do século VII a.C.,
com os gregos, a escrita, então acessível somente
aos homens mais abastados, passou a ocupar lugar
de destaque nas cidades-Estado. O historiador e antro-
pólogo francês Jean-Pierre Vernant (1914-2007) nos
alerta para o fato de que a Grécia experimentou, nesse
período, uma relação paradoxal com a escrita: o prazer
inerente à palavra falada se contrapunha à rigidez e à
precisão de um texto capaz de reter o que está dito.
Técnica e tecnologia
Para o filósofo grego Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), a palavra grega tekhné, em
sentido amplo, podia ser compreendida como “arte” e representava a forma imediata
de contato com o mundo. Daí sua apropriação para traduzir algo que é produto do
conhecimento adquirido da prática e da experiência direta, sem a necessidade de um
discurso elaborado e sistematizado. A tekhné se referia aos saberes empíricos de uma
cultura, passados entre gerações de maneira informal e oral, dos mais velhos para os
mais jovens.
Nessa época, as técnicas não dispunham de caráter científico, ou seja, não tinham
uma explicação demonstrativa dos fenômenos por meio de metodologia e linguagem
própria e sistematizada. A tecnologia é, portanto, a fusão entre técnica e estudo, que,
com base em procedimentos técnicos e metodologias, passam a ser elaborados pelos
conhecimentos científicos.
Conceitos
Código de Hamurabi, conjunto de 282 leis criadas pelo rei
Hamurabi da Babilônia em 1792 a.C.-1750 a.C. Museu do
Louvre, em Paris, França. Esse monumento foi encontrado
em uma expedição arqueológica francesa em 1901, na
região da antiga Mesopotâmia, e é um dos registros mais
bem preservados de escrita cuneiforme.
VERNANT, Jean-Pierre.
As origens do pensamento
grego. Tradução de Ísis
Borges B. da Fonseca. Rio
de Janeiro: Difel, 2002.
Dima
Moroz/Shutterstock
56
DIÁLOGOS NÃO ESCREVA NO LIVRO
Leia um trecho do artigo do historiador e professor Luiz Marques a respeito da pandemia e a crise
ambiental, e faça as atividades propostas.
Serão as próximas zoonoses gestadas no Brasil?
Na última década, as megacidades da Ásia do leste,
principalmente na China, têm sido o principal “hotspot”
de infecções zoonóticas. Não por acaso. Esses países estão
entre os que mais perderam cobertura florestal no mundo
em benefício do sistema alimentar carnívoro e globalizado.
[...] No Brasil,a remoção de mais de 1,8 milhão de km2
da
cobertura vegetal da Amazônia e do Cerrado nos últimos
cinquenta anos, para converter suas magníficas paisagens
naturais em zonas fornecedoras de carne e ração animal,
em escala nacional e global, representa o mais fulminante
ecocídio jamais perpetrado pela espécie humana.
[...] O caos ecológico produzido pelo desmatamento [...]
da área original da floresta, pela degradação do tecido flo-
restal [...] e pela grande concentração de bovinos na região
cria as condições para tornar o Brasil um “hotspot” das próximas zoonoses.
Em primeiro lugar porque [...] entre os morcegos brasileiros, cujo habitat são
sobretudo as florestas (ou o que resta delas), circulam pelo menos 3.204 ti-
pos de coronavírus. Em segundo lugar porque, [...] o grupo taxonômico dos
Artiodactyla (de casco fendido), ao qual pertencem os bois, hospedam, junta-
mente com os primatas, mais vírus, potencialmente zoonóticos, do que seria
de se esperar entre os grupos de mamíferos, incluindo os morcegos.
[...] a pandemia intervém no momento em que o aquecimento global
e todos os demais processos de degradação ambiental estão em acele-
ração. [...] não é mais plausível esperar, passada a pandemia, um novo
ciclo de crescimento econômico global e ainda menos nacional. Se algum
crescimento voltar a ocorrer, ele será conjuntural e logo truncado pelo caos climático, ecológico
e sanitário. [...] Não são mais atuais, portanto, em 2020, as variadas agendas desenvolvimentistas,
típicas dos embates ideológicos do século XX. [...] Sobreviver requer, hoje, lutar por algo muito mais
ambicioso [...] Supõe redefinir o próprio sentido e finalidade da atividade econômica, vale dizer, em
última instância, redefinir nossa posição como sociedade e como espécie no âmbito da biosfera.
MARQUES, Luiz. A pandemia incide no ano mais importante da história da humanidade. Serão as próximas zoonoses gestadas
no Brasil? Unicamp, 5 maio 2020. www.unicamp.br/unicamp/noticias/2020/05/05/pandemia-incide-no-ano-mais-importante-da-
historia-da-humanidade-serao-proximas. Acesso em: 20 jun. 2020.
1. Segundo o autor, quais regiões brasileiras estão propensas a se tornarem hotspots de novas pande-
mias? Por quê?
2. Quais especificidades tornam a expansão indiscriminada da pecuária de bovinos um risco ainda
maior para o surgimento de pandemias no Brasil?
3. Proponha pelo menos três resoluções que contribuiriam para redefinir as práticas socioeconômicas,
considerando os impasses apresentados no texto. Compartilhe suas ideias com a sua turma, em
uma discussão coletiva.
Criação ilegal de cabeças de gado na terra indígena
Uru-eu-wau-wau em Governador Jorge Teixeira
(RO), 2019. Nas últimas décadas, grandes áreas
da cobertura vegetal do país têm sido desmatadas
para a pecuária e a monocultura.
Conjuntural: que depende de
certo contexto, geralmente uma
situação de curto prazo.
Ecocídio: destruição do
ambiente planejada em
larga escala ou exploração
sistemática de recursos não
renováveis.
Hotspot: áreas com grande
biodiversidade que sofreram
grande perda da cobertura
vegetal.
Zoonótica: relativo à zoonose.
Andre Dib/Pulsar Imagens
30
Seção que apresenta atividades em diversos
formatos pensadas para auxiliar no trabalho
com diferentes competências específicas e
habilidades estabelecidas pela BNCC, como
identificar, analisar e comparar fontes e
narrativas, elaborar hipóteses, selecionar
evidências e compor argumentos, que
possibilitem o compartilhamento de pontos de
vistas, o diálogo e a reflexão.
Uma página com atividades de edições
recentes de avaliações oficiais para
que você possa verificar como os temas
trabalhados em sala de aula aparecem
nessas provas, em especial no Enem.
Apresenta uma proposta de projeto
que aborda um tema relacionado
aos capítulos da unidade por meio
das metodologias de pesquisa
(como revisão bibliográfica, análise
documental, construção e uso
de amostragens ou observação
participante). Os projetos propostos
permitem a valorização dos
conhecimentos, da ciência e da
argumentação com base em fatos,
além de articular os conhecimentos
construídos em sala de aula com a
realidade vivida.
Atividades que propõem o aprofundamento dos
recursos que aparecem ao longo do capítulo,
como textos em seus mais diversos gêneros,
fotografias, obras de arte, mapas, gráficos,
explorando suas regras de composição,
significado e sentido.
Recursos de linguagens variados (livros, filmes,
podcasts, músicas, sites, obras de arte, etc.)
para aprofundar temas abordados no capítulo e
complementar seu repertório cultural e científico.
Traz a indicação dos autores e obras que
apresentam conceitos importantes para o
trabalho com os temas propostos nos capítulos.
Apresenta os significados de palavras
destacadas no texto.
Apresenta conceitos estruturantes
das Ciências Humanas e de outras
áreas do conhecimento, que devem
ser conhecidos para o trabalho com os
temas propostos.
6
Competências e habilidades da BNCC
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento oficial que define o con-
junto de aprendizagens que os estudantes precisam desenvolver ao longo da Educação
Básica, desde o início da Educação Infantil até o final do Ensino Médio. Dessa forma, a
BNCC é norteadora para a formulação dos currículos escolares no Brasil.
Esse conjunto de aprendizagens essenciais definido na BNCC corresponde a conhe-
cimentos, competências e habilidades.
Algumas dessas competências devem ser desenvolvidas durante todas as etapas
da Educação Básica; outras especificamente em cada uma das etapas. No Ensino Mé-
dio, essas competências e habilidades estão distribuídas por áreas de conhecimento.
Nas aberturas dos capítulos do seu livro, você encontrará indicações de quais com-
petências e habilidades estão sendo preferencialmente mobilizadas.
Nas páginas a seguir, você conhecerá as dez competências gerais da Educação Bá-
sicaetodasascompetênciasehabilidadesespecíficasdasáreasdeCiênciasHumanas
e Sociais Aplicadas e as competências e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias,
Matemática e suas Tecnologias e Ciências da Natureza e suas Tecnologias que serão
trabalhadas neste livro.
DeacordocomaBNCC,competênciassãoconhecimentos(conceitoseprocedimentos)
mobilizadospararesolverdemandasdavidacotidiana,doexercíciodacidadaniaedomun-
do do trabalho. Já as habilidades são capacidades práticas, cognitivas e socioemocionais.
Aocompreenderoqueéesperadodesenvolvercomosprojetosdestaobra,vocêterá
a chance de se apropriar melhor de seus estudos, reconhecendo um sentido em tudo
aquilo que é proposto e, consequentemente, percebendo a aplicação que isso pode ter
em seu cotidiano.
Dessa forma, o seu protagonismo se manifestará também em relação à sua apren-
dizagem.
Se você tiver interesse, consulte o texto completo da BNCC no site: http://basenacional
comum.mec.gov.br/.Acessoem:27jan.2020.
Composição dos códigos das habilidades
CADERNO
BNCC
O primeiro número indica
a competência da área e
os dois últimos indicam a
habilidade relativa a essa
competência.
EM 13 CHS 101
Indica a etapa de Ensino Médio.
Indica que a habilidade
pode ser desenvolvida
em qualquer série do
Ensino Médio.
Indica a área à qual a
habilidade pertence.
7
Competências gerais da Educação Básica
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mun-
do físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar
aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática
e inclusiva.
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, in-
cluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade,
para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas
e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das dife-
rentes áreas.
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às
mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-
-cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escri-
ta), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens
artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, ex-
periências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que
levem ao entendimento mútuo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de
forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluin-
do as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir
conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pes-
soal e coletiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conheci-
mentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mun-
do do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto
de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular,
negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e
promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo res-
ponsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação
ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreenden-
do-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com
autocrítica e capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazen-
do-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com
acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus
saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer
natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade,
resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos,
democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
8
Competências específicas e habilidades de
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Competência específica 1
Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos
âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da plurali-
dade de procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a com-
preender e posicionar-se criticamente em relação a eles, considerando diferentes
pontos de vista e tomando decisões baseadas em argumentos e fontes de natureza
científica.
Habilidades
EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes e narrativas expressas em diversas linguagens,
com vistas à compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos históricos, geográficos, políticos, econô-
micos, sociais, ambientais e culturais.
EM13CHS102 – Identificar, analisar e discutir as circunstâncias históricas, geográficas, políticas, econômicas, so-
ciais, ambientais e culturais de matrizes conceituais (etnocentrismo, racismo, evolução, modernidade, cooperati-
vismo/desenvolvimento etc.), avaliando criticamente seu significado histórico e comparando-as a narrativas que
contemplem outros agentes e discursos.
EM13CHS103–Elaborarhipóteses,selecionarevidênciasecomporargumentosrelativosaprocessospolíticos,eco-
nômicos, sociais, ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização de dados e informações de
diversas naturezas (expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos e geográficos,
gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros).
EM13CHS104 – Analisar objetos e vestígios da cultura material e imaterial de modo a identificar conhecimentos,
valores,crençasepráticasquecaracterizamaidentidadeeadiversidadeculturaldediferentessociedadesinseridas
no tempo e no espaço.
EM13CHS105 – Identificar, contextualizar e criticar tipologias evolutivas (populações nômades e sedentárias, entre
outras) e oposições dicotômicas (cidade/campo, cultura/natureza, civilizados/bárbaros, razão/emoção, material/
virtual etc.), explicitando suas ambiguidades.
EM13CHS106 – Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica, diferentes gêneros textuais e tecnologias
digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais,
incluindoasescolares,parasecomunicar,acessaredifundirinformações,produzirconhecimentos,resolverproble-
mas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
Competência específica 2
Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços,
mediante a compreensão das relações de poder que determinam as territorialida-
des e o papel geopolítico dos Estados-nações.
Habilidades
EM13CHS201 – Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das mercadorias e do capital nos diversos con-
tinentes, com destaque para a mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e povos, em função de eventos
naturais, políticos, econômicos, sociais, religiosos e culturais, de modo a compreender e posicionar-se criticamente
em relação a esses processos e às possíveis relações entre eles.
CADERNO
BNCC
9
EM13CHS202 – Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na estruturação e nas dinâmicas de grupos, povos e
sociedades contemporâneos (fluxos populacionais, financeiros, de mercadorias, de informações, de valores éticos
e culturais etc.), bem como suas interferências nas decisões políticas, sociais, ambientais, econômicas e culturais.
EM13CHS203 – Comparar os significados de território, fronteiras e vazio (espacial, temporal e cultural) em diferen-
tes sociedades, contextualizando e relativizando visões dualistas (civilização/barbárie, nomadismo/sedentarismo,
esclarecimento/obscurantismo, cidade/campo, entre outras).
EM13CHS204 – Comparar e avaliar os processos de ocupação do espaço e a formação de territórios, territorialida-
des e fronteiras, identificando o papel de diferentes agentes (como grupos sociais e culturais, impérios, Estados Na-
cionais e organismos internacionais) e considerando os conflitos populacionais (internos e externos), a diversidade
étnico-cultural e as características socioeconômicas, políticas e tecnológicas.
EM13CHS205 – Analisar a produção de diferentes territorialidades em suas dimensões culturais, econômicas, am-
bientais, políticas e sociais, no Brasil e no mundo contemporâneo, com destaque para as culturas juvenis.
EM13CHS206 – Analisar a ocupação humana e a produção do espaço em diferentes tempos, aplicando os princípios
de localização, distribuição, ordem, extensão, conexão, arranjos, casualidade, entre outros que contribuem para o
raciocínio geográfico.
Competência específica 3
Analisar e avaliar criticamente as relações de diferentes grupos, povos e socieda-
des com a natureza (produção, distribuição e consumo) e seus impactos econômi-
cos e socioambientais, com vistas à proposição de alternativas que respeitem e pro-
movam a consciência, a ética socioambiental e o consumo responsável em âmbito
local, regional, nacional e global.
Habilidades
EM13CHS301 – Problematizar hábitos e práticas individuais e coletivos de produção, reaproveitamento e descarte
de resíduos em metrópoles, áreas urbanas e rurais, e comunidades com diferentes características socioeconômi-
cas, e elaborar e/ou selecionar propostas de ação que promovam a sustentabilidade socioambiental, o combate à
poluição sistêmica e o consumo responsável.
EM13CHS302 – Analisar e avaliar criticamente os impactos econômicos e socioambientais de cadeias produtivas
ligadas à exploração de recursos naturais e às atividades agropecuárias em diferentes ambientes e escalas de aná-
lise, considerando o modo de vida das populações locais – entre elas as indígenas, quilombolas e demais comunida-
des tradicionais –, suas práticas agroextrativistas e o compromisso com a sustentabilidade.
EM13CHS303 – Debater e avaliar o papel da indústria cultural e das culturas de massa no estímulo ao consumismo,
seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à percepção crítica das necessidades criadas pelo consu-
mo e à adoção de hábitos sustentáveis.
EM13CHS304 – Analisar os impactos socioambientais decorrentes de práticas de instituições governamentais, de
empresasedeindivíduos,discutindoasorigensdessaspráticas,selecionando,incorporandoepromovendoaquelas
que favoreçam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável.
EM13CHS305 – Analisar e discutir o papel e as competências legais dos organismos nacionais e internacionais de
regulação, controle e fiscalização ambiental e dos acordos internacionais para a promoção e a garantia de práticas
ambientais sustentáveis.
EM13CHS306 – Contextualizar, comparar e avaliar os impactos de diferentes modelos socioeconômicos no uso dos
recursos naturais e na promoção da sustentabilidade econômica e socioambiental do planeta (como a adoção dos
sistemas da agrobiodiversidade e agroflorestal por diferentes comunidades, entre outros)
10
Competência específica 4
Analisar as relações de produção, capital e trabalho em diferentes territórios, con-
textos e culturas, discutindo o papel dessas relações na construção, consolidação e
transformação das sociedades.
Habilidades
EM13CHS401 – Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com culturas
distintas diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas formas de trabalho ao
longo do tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos.
EM13CHS402 – Analisar e comparar indicadores de emprego, trabalho e renda em diferentes espaços, escalas e
tempos, associando-os a processos de estratificação e desigualdade socioeconômica.
EM13CHS403 – Caracterizar e analisar os impactos das transformações tecnológicas nas relações sociais e de
trabalho próprias da contemporaneidade, promovendo ações voltadas à superação das desigualdades sociais, da
opressão e da violação dos Direitos Humanos.
EM13CHS404 – Identificar e discutir os múltiplos aspectos do trabalho em diferentes circunstâncias e contextos
históricos e/ou geográficos e seus efeitos sobre as gerações, em especial, os jovens, levando em consideração, na
atualidade, as transformações técnicas, tecnológicas e informacionais.
Competência específica 5
Identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e violência,
adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os
Direitos Humanos.
Habilidades
EM13CHS501 – Analisar os fundamentos da ética em diferentes culturas, tempos e espaços, identificando proces-
sos que contribuem para a formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a cooperação, a autonomia, o
empreendedorismo, a convivência democrática e a solidariedade.
EM13CHS502 – Analisar situações da vida cotidiana, estilos de vida, valores, condutas etc., desnaturalizando e pro-
blematizando formas de desigualdade, preconceito, intolerância e discriminação, e identificar ações que promovam
os Direitos Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às liberdades individuais.
EM13CHS503 – Identificar diversas formas de violência (física, simbólica, psicológica etc.), suas principais vítimas,
suas causas sociais, psicológicas e afetivas, seus significados e usos políticos, sociais e culturais, discutindo e ava-
liando mecanismos para combatê-las, com base em argumentos éticos.
EM13CHS504 – Analisar e avaliar os impasses ético-políticos decorrentes das transformações culturais, sociais,
históricas, científicas e tecnológicas no mundo contemporâneo e seus desdobramentos nas atitudes e nos valores
de indivíduos, grupos sociais, sociedades e culturas.
CADERNO
BNCC
11
Competência específica 6
Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes posições e fa-
zendo escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liber-
dade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
Habilidades
EM13CHS601 – Identificar e analisar as demandas e os protagonismos políticos, sociais e culturais dos povos in-
dígenas e das populações afrodescendentes (incluindo as quilombolas) no Brasil contemporâneo considerando a
história das Américas e o contexto de exclusão e inclusão precária desses grupos na ordem social e econômica
atual, promovendo ações para a redução das desigualdades étnico-raciais no país.
EM13CHS602 – Identificar e caracterizar a presença do paternalismo, do autoritarismo e do populismo na política,
na sociedade e nas culturas brasileira e latino-americana, em períodos ditatoriais e democráticos, relacionando-os
com as formas de organização e de articulação das sociedades em defesa da autonomia, da liberdade, do diálogo e
da promoção da democracia, da cidadania e dos direitos humanos na sociedade atual.
EM13CHS603 – Analisar a formação de diferentes países, povos e nações e de suas experiências políticas e de
exercíciodacidadania,aplicandoconceitospolíticosbásicos(Estado,poder,formas,sistemaseregimesdegoverno,
soberania etc.).
EM13CHS604 – Discutir o papel dos organismos internacionais no contexto mundial, com vistas à elaboração de
uma visão crítica sobre seus limites e suas formas de atuação nos países, considerando os aspectos positivos e
negativos dessa atuação para as populações locais.
EM13CHS605 – Analisar os princípios da declaração dos Direitos Humanos, recorrendo às noções de justiça, igual-
dade e fraternidade, identificar os progressos e entraves à concretização desses direitos nas diversas sociedades
contemporâneas e promover ações concretas diante da desigualdade e das violações desses direitos em diferentes
espaços de vivência, respeitando a identidade de cada grupo e de cada indivíduo.
EM13CHS606 – Analisar as características socioeconômicas da sociedade brasileira – com base na análise de do-
cumentos (dados, tabelas, mapas etc.) de diferentes fontes – e propor medidas para enfrentar os problemas identi-
ficados e construir uma sociedade mais próspera, justa e inclusiva, que valorize o protagonismo de seus cidadãos e
promova o autoconhecimento, a autoestima, a autoconfiança e a empatia.
12
Competências específicas e habilidades de
Linguagens e suas Tecnologias para o Ensino Médio
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 1
Compreender o funcionamento das diferentes
linguagens e práticas (artísticas, corporais e
verbais) e mobilizar esses conhecimentos na
recepção e produção de discursos nos diferen-
tes campos de atuação social e nas diversas
mídias,paraampliarasformasdeparticipação
social, o entendimento e as possibilidades de
explicação e interpretação crítica da realidade
e para continuar aprendendo.
HABILIDADES
EM13LGG101 Compreender e analisar processos de produ-
ção e circulação de discursos, nas diferentes linguagens,
para fazer escolhas fundamentadas em função de interes-
ses pessoais e coletivos.
EM13LGG102 Analisar visões de mundo, conflitos de inte-
resse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos
veiculados nas diferentes mídias, ampliando suas possibi-
lidades de explicação, interpretação e intervenção crítica
da/na realidade.
EM13LGG104 Utilizar as diferentes linguagens, levando em
conta seus funcionamentos, para a compreensão e produ-
ção de textos e discursos em diversos campos de atuação
social.
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 2
Compreender os processos identitários, con-
flitos e relações de poder que permeiam as
práticas sociais de linguagem, respeitar as di-
versidades, a pluralidade de ideias e posições
e atuar socialmente com base em princípios e
valores assentados na democracia, na igual-
dade e nos Direitos Humanos, exercitando a
empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e
a cooperação, e combatendo preconceitos de
qualquer natureza.
HABILIDADES
EM13LGG201 Utilizar adequadamente as diversas lingua-
gens (artísticas, corporais e verbais) em diferentes contex-
tos, valorizando-as como fenômeno social, cultural, históri-
co, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso.
EM13LGG202 Analisar interesses, relações de poder e pers-
pectivas de mundo nos discursos das diversas práticas de
linguagem (artísticas, corporais e verbais), para compreen-
der o modo como circulam, constituem-se e (re)produzem
significação e ideologias.
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 3
Utilizar diferentes linguagens (artísticas, cor-
porais e verbais) para exercer, com autonomia
e colaboração, protagonismo e autoria na vida
pessoal e coletiva, de forma crítica, criativa,
ética e solidária, defendendo pontos de vista
que respeitem o outro e promovam os Direitos
Humanos, a consciência socioambiental e o
consumo responsável, em âmbito local, regio-
nal e global.
HABILIDADES
EM13LGG301 Participar de processos de produção individual
e colaborativa em diferentes linguagens (artísticas, corpo-
rais e verbais), levando em conta seus funcionamentos,
para produzir sentidos em diferentes contextos.
EM13LGG302 Posicionar-se criticamente diante de diversas
visões de mundo presentes nos discursos em diferentes
linguagens, levando em conta seus contextos de produção
e de circulação.
EM13LGG303 Debater questões polêmicas de relevância
social, analisando diferentes argumentos e opiniões, para
formular, negociar e sustentar posições, frente à análise de
perspectivas distintas.
EM13LGG305 Mapear e criar, por meio de práticas de lingua-
gem, possibilidades de atuação social, política, artística e
cultural para enfrentar desafios contemporâneos, discutin-
do princípios e objetivos dessa atuação de maneira crítica,
criativa, solidária e ética.
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 5
Compreender os processos de produção e ne-
gociação de sentidos nas práticas corporais,
reconhecendo-as e vivenciando-as como for-
mas de expressão de valores e identidades,
em uma perspectiva democrática e de respeito
à diversidade.
HABILIDADES
EM13LGG502 Analisar criticamente preconceitos, estereóti-
pos e relações de poder subjacentes presentes nas práticas
corporais, adotando posicionamento contrário a qualquer
manifestação de injustiça e desrespeito a direitos humanos
e valores democráticos.
CADERNO
BNCC
13
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 6
Apreciar esteticamente as mais diversas pro-
duções artísticas e culturais, considerando
suas características locais, regionais e glo-
bais, e mobilizar seus conhecimentos sobre
as linguagens artísticas para dar significado e
(re)construir produções autorais individuais e
coletivas, exercendo protagonismo de maneira
crítica e criativa, com respeito à diversidade de
saberes, identidades e culturas.
HABILIDADES
EM13LGG601 Apropriar-se do patrimônio artístico de diferentes
tempos e lugares, compreendendo a sua diversidade, bem como
os processos de legitimação das manifestações artísticas na
sociedade, desenvolvendo visão crítica e histórica.
EM13LGG603 Expressar-se e atuar em processos de criação au-
torais individuais e coletivos nas diferentes linguagens artísticas
(artes visuais, audiovisual, dança, música e teatro) e nas inter-
secçõesentreelas,recorrendoareferênciasestéticaseculturais,
conhecimentos de naturezas diversas (artísticos, históricos, so-
ciais e políticos) e experiências individuais e coletivas.
EM13LGG604 Relacionar as práticas artísticas às diferentes di-
mensões da vida social, cultural, política, histórica e econômica
eidentificaroprocessodeconstruçãohistóricadessaspráticas.
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 7
Mobilizar práticas de linguagem no universo di-
gital, considerando as dimensões técnicas, crí-
ticas, criativas, éticas e estéticas, para expandir
as formas de produzir sentidos, de engajar-se
empráticasautoraisecoletivas,edeaprendera
aprender nos campos da ciência, cultura, traba-
lho, informação e vida pessoal e coletiva.
HABILIDADES
EM13LGG702Avaliaroimpactodastecnologiasdigitaisdainforma-
ção e comunicação (TDIC) na formação do sujeito e em suas prá-
ticas sociais, para fazer uso crítico dessa mídia em práticas de se-
leção,compreensãoeproduçãodediscursosemambientedigital.
EM13LGG703 Utilizar diferentes linguagens, mídias e ferramen-
tas digitais em processos de produção coletiva, colaborativa e
projetos autorais em ambientes digitais.
Competências específicas e habilidades de
Matemática e suas Tecnologias para o Ensino Médio
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 1
Utilizar estratégias, conceitos e procedi-
mentos matemáticos para interpretar situa-
ções em diversos contextos, sejam ativida-
des cotidianas, sejam fatos das Ciências da
Natureza e Humanas, das questões socioe-
conômicas ou tecnológicas, divulgados por
diferentes meios, de modo a contribuir para
uma formação geral.
HABILIDADES
EM13MAT101 Interpretar criticamente situações econômicas,
sociais e fatos relativos às Ciências da Natureza que envolvam
a variação de grandezas, pela análise dos gráficos das funções
representadas e das taxas de variação, com ou sem apoio de tec-
nologias digitais.
EM13MAT102 Analisar tabelas, gráficos e amostras de pesqui-
sas estatísticas apresentadas em relatórios divulgados por dife-
rentes meios de comunicação, identificando, quando for o caso,
inadequações que possam induzir a erros de interpretação,
como escalas e amostras não apropriadas.
CompetênciasespecíficasehabilidadesdeCiências
da Natureza e suas Tecnologias para o Ensino Médio
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 3
Investigar situações-problema e avaliar apli-
cações do conhecimento científico e tecnoló-
gico e suas implicações no mundo, utilizando
procedimentos e linguagens próprios das
Ciências da Natureza, para propor soluções
que considerem demandas locais, regionais
e/ou globais, e comunicar suas descobertas e
conclusões a públicos variados, em diversos
contextos e por meio de diferentes mídias e
tecnologias digitais de informação e comuni-
cação (TDIC).
HABILIDADES
EM13CNT301 Construir questões, elaborar hipóteses, previsões
e estimativas, empregar instrumentos de medição e representar
e interpretar modelos explicativos, dados e/ou resultados experi-
mentais para construir, avaliar e justificar conclusões no enfren-
tamento de situações-problema sob uma perspectiva científica.
EM13CNT302 Comunicar, para públicos variados, em diversos
contextos, resultados de análises, pesquisas e/ou experimen-
tos, elaborando e/ou interpretando gráficos, tabelas, símbolos,
códigos, sistemas de classificação e equações, por meio de dife-
rentes linguagens, mídias, tecnologias digitais de informação e
comunicação (TDIC), de modo a participar e/ou promover deba-
tes em torno de temas científicos e/ou tecnológicos de relevân-
cia sociocultural e ambiental.
14
SUMÁRIO
Caderno BNCC 6
Capítulo 1
Epidemias e a exploração da natureza ....... 18
Nós, os microrganismos e o meio ambiente................................ 20
Os microrganismos e a questão ambiental no mundo globalizado............ 21
Enfrentando doenças transmissíveis............................................................. 22
Epidemias e pandemias na Antiguidade
e na Idade Média.................................................................................. 25
Epidemias e pandemias na história: do século XV ao XXI......... 26
Europa: da conquista da América à industrialização .................................... 26
Séculos XX e XXI – tempos de mais epidemias.............................................. 27
A natureza como recurso................................................................... 31
Cultura e natureza............................................................................................. 31
Diferentes concepções de natureza............................................................... 32
Exploração dos recursos naturais e
impactos ambientais.......................................................................... 34
Extrativismo mineral......................................................................................... 34
Extrativismo vegetal......................................................................................... 36
Agricultura moderna e impactos socioambientais..................... 37
A agricultura empresarial ................................................................................ 38
Principais problemas ambientais urbanos................................... 42
Produção e descarte de resíduos ................................................................... 42
Poluição atmosférica........................................................................................ 45
Principais problemas ambientais globais..................................... 46
O aquecimento global e as mudanças climáticas ......................................... 46
Capítulo 2
Cultura no mundo contemporâneo ............. 52
Cultura..................................................................................................... 54
Comunicação e escrita...................................................................................... 55
A cultura na modernidade ................................................................. 60
Cultura de massa............................................................................................... 60
Indústria cultural............................................................................................... 62
Apropriação cultural.......................................................................................... 65
Diferentes culturas.............................................................................. 67
Cultura e juventudes......................................................................................... 67
• Prática
O funk: dos bailes ao estrelato............................................. 78
Capítulo 3
Conferências, acordos e
desenvolvimento sustentável...................... 86
A interação humana com a natureza e
a importância do meio ambiente..................................................... 88
O Antropoceno.................................................................................................... 88
O ser
humano e
sua relação
com a
natureza
1
UNIDA
D
E
16
Alternativas
para o
desenvol­
vimento
2
UNIDA
D
E
84
Subash
Shrestha/Pacific
Press/LightRocket
via
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Images
15
A questão ambiental ganha importância....................................................... 90
Contradições do desenvolvimentismo........................................................... 91
Conferências e acordos internacionais......................................... 92
Conferência Estocolmo-72............................................................................... 92
Relatório Brundtland......................................................................................... 93
Rio-92.................................................................................................................. 94
Rio+10 e Rio+20................................................................................................ 95
Protocolo de Kyoto ............................................................................................ 95
Conferências das Partes e Acordo de Paris.................................................... 97
Legislação ambiental brasileira e
órgãos de fiscalização........................................................................ 99
Código Florestal................................................................................................. 101
Unidades de conservação................................................................................ 102
O desenvolvimento sustentável...................................................... 105
A inviabilidade ambiental do atual modelo de desenvolvimento ................ 105
A sustentabilidade............................................................................................. 106
A origem do conceito de desenvolvimento sustentável............................... 108
Colocando em prática o desenvolvimento sustentável ............................... 108
Agricultura, extrativismo e sustentabilidade............................... 110
Agricultura sustentável .................................................................................... 110
O caminho da Agroecologia.............................................................................. 114
Os “três erres”........................................................................................ 117
Reduzir................................................................................................................ 117
Reutilizar ............................................................................................................ 117
Reciclar............................................................................................................... 117
Capítulo 4
Ética ambiental ........................................... 122
A relação entre a sociedade e a natureza ..................................... 124
O pensamento antropocêntrico....................................................................... 124
Afinal, o que é ética ambiental?....................................................... 127
Dilemas éticos ambientais............................................................................... 128
Biotecnologia, há limites?................................................................................ 129
Problemas semelhantes, diferentes consequências.................................... 130
O despontar da visão ecológica....................................................... 132
O movimento ambientalista............................................................................. 133
O socioambientalismo........................................................................ 138
Ativistas de perspectiva socioambiental ....................................................... 138
Os saberes dos povos e comunidades tradicionais................... 141
Povos e comunidades tradicionais do Brasil.................................................. 143
A inviabilidade do modelo consumista.......................................... 145
Corporações e consumo................................................................................... 145
Para além da reciclagem .................................................................................. 147
• Prática
Lixonaescola:transformandoresíduosorgânicosemadubo.... 152
Christophe
Simon/AFP
Referências bibliográficas comentadas 158
O ser humano
e sua relação
com a natureza
Contexto
1
UNIDA
D
E
com a natureza
com a natureza
com a natureza
o
o
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a
a
com a natureza
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com a natureza
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com a natureza
o
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o
za
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a
a
o
o
o
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z
z
z
A necessidade de isolamento social forçado imposta pela pandemia da Covid-19 para bilhões de
pessoas em todo o mundo teve como uma de suas consequências a redução dos deslocamentos em
veículos automotores e do consumo de bens e serviços, o que colateralmente acabou por evidenciar
os impactos ambientais que essas atividades provocam.
Leia o texto a seguir, que trata da relação entre o isolamento social durante a pandemia e o meio
ambiente, e responda às questões propostas.
Pandemia e Meio Ambiente: Impactos momentâneos ou nova normalidade?
Desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de pandemia para a
Covid-19, diversas tentativas de conter a disseminação do vírus foram propostas e implemen-
tadas, como, por exemplo, o isolamento social da população. A baixa atividade humana dos
últimos meses gerou uma série de consequências e impactos, e, no tangente ao meio ambiente,
muitas das mudanças foram positivas.
O professor do Programa de Pós-graduação em Ecologia, da Universidade Federal de Juiz de
Fora (UFJF), Fabrício Alvim Carvalho, afirma que as medidas de quarentena são positivas não só
para a sociedade, mas para a fauna e flora silvestres. [...]
Imagens de satélite mostram que a pandemia do coronavírus está temporariamente dimi-
nuindo níveis de poluição do ar ao redor do mundo. Especialistas apontam a quarentena como
o evento de maior escala já registrado em termos de redução de emissões industriais.
[...]
Essas mudanças ambientais, no entanto, são de teor temporário. São alterações de curto
prazo, dependentes do que está acontecendo atualmente, sem uma garantia de durabilidade,
conforme explica Carvalho. “Tenho uma visão muito cética e realista quanto aos problemas
ambientais da humanidade. Eu não acredito, enquanto especialista, que essa pandemia será o
suficiente para romper esse paradigma de consumo exagerado, que é a principal causa de de-
gradação da natureza”, observa.
[...]
UFJF Notícias. Pandemia e Meio Ambiente: Impactos momentâneos ou nova normalidade?
Pesquisa e Inova•‹o, 24 abr. 2020. Disponível em: www2.ufjf.br/noticias/2020/04/24/pandemia-e-meio-
ambiente-impactos-momentaneos-ou-nova-normalidade/. Acesso em: 9 jun. 2020.
1. O que causou a redução dos impactos ambientais durante a epidemia da Covid-19?
2. O professor entrevistado considera viável manter a redução dos impactos ambientais dessa for-
ma? Você concorda ou não com ele?
3. Você acha que seria possível manter os ganhos ambientais evidenciados pelo isolamento social
após a pandemia? Veja respostas e orientações no
Manual do Professor.
ESSE TEMA SERÁ
RETOMADO NA
SEÇÃO PRÁTICA
NÃO ESCREVA NO LIVRO
16
Devido à quarentena global para impedir a propagação do novo coronavírus em 2020, quando a
diminuição da atividade industrial e da circulação de pessoas foi expressiva, cidades habitualmente
poluídas passaram a apresentar céu e ar mais limpos. É o caso de Katmandu, capital do Nepal. Na
fotografia, mulher trabalha carregando grama em um cenário no qual se pode avistar a cordilheira do
Himalaia, cadeia montanhosa que se estende por cinco países asiáticos, entre eles o Nepal, e abriga
várias das mais altas montanhas do mundo. Em períodos de atividade econômica normal, visualizar essas
montanhas a partir de Katmandu seria impossível.
Subash
Shrestha/Pacific
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17
Leia a seguir o texto de Angela Welters e Ju-
nior Garcia, professores do departamento de
Economia da Universidade Federal do Paraná
(UFPR), no qual destacam a relação entre o
meio ambiente e a sociedade diante da pande-
mia declarada pela Organização Mundial da Saú-
de (OMS) em 2020.
Pandemia, meio ambiente e a
sociedade
A pandemia da Covid-19 revelou a fragili-
dade da sociedade e de seu sistema econômi-
co e social em fazer frente a eventos comple-
xos e [de] grande escala, os quais podem ocor-
rer com mais frequência conforme sinalizam
os relatórios do Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente (PNUMA) e do IPCC (The
International Panel on Climate Change). Ape-
sar dos alertas do IPCC e dos pesquisadores,
quanto à ocorrência de eventos climáticos
extremos e aos efeitos da degradação da qua-
lidade ambiental, parece que a sociedade e o
sistema econômico e social simplesmente se
mostram alheios e indiferentes.
[...]
Os surtos de doenças infecciosas transfe-
ridas de animais para humanos, por exemplo,
revelam outra interface da relação socieda-
de-meio ambiente-economia, os quais têm
chamado a atenção internacional nos últi-
mos tempos. No período recente a sociedade
Contexto
Epidemias e a
exploração da natureza
1
OBJETIVOS
• Entender o elo entre os ambientes natural e social, facilitador de
contatos com agentes infecciosos.
• Conhecer os desdobramentos de algumas das mais importantes
epidemias e pandemias.
• Entender a urgência da redução das desigualdades sociais e
valorizar a ciência .
• Conhecer os conceitos de natureza, ambiente e meio ambiente e
aplicá-los adequadamente.
• Admitir noções diferentes em relação à natureza, conforme
a época, a sociedade e a atuação social.
• Avaliar as consequências socioambientais da exploração
dos recursos naturais.
• Identificar a dinâmica da agricultura moderna e as consequências
socioambientais dessa atividade.
• Compreender a dinâmica econômica que leva à produção e ao
descarte de resíduos.
• Saber o que é poluição, seus tipos e consequências.
• Entender o efeito estufa como causa do aquecimento global,
responsável pelas mudanças climáticas.
JUSTIFICATIVA
Os desequilíbrios na relação sociedade-natureza têm crescido devido ao
maior consumo de recursos naturais e da interferência humana em vários
ecossistemas. Além disso, a expansão econômica mundial e o aumento
do fluxo de pessoas favoreceram a dispersão de microrganismos,
deflagrando epidemias e pandemias; sabe-se que mudanças ambientais
também influem no surgimento de zoonoses.
Consumir em excesso aumenta a produção de resíduos poluidores dos
solos, das águas e do ar. Crescentes impactos socioambientais ameaçam
o modelo de desenvolvimento predominante. A elevação da temperatura
média do planeta está provocando mudanças climáticas severas. É
preciso conhecer esses problemas para melhor enfrentá-los.
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA BNCC
• Competências gerais da Educação Básica: CG1, CG2, CG3, CG4, CG5,
CG6, CG7, CG8 e CG10.
• Competências e habilidades específicas de Ciências Humanas e Sociais
Aplicadas: Competência 1: EM13CHS101, EM13CHS103, EM13CHS105
e EM13CHS106; Competência 2: EM13CHS206; Competência 3:
EM13CHS301, EM13CHS302, EM13CHS304 e EM13CHS305.
• Competências e habilidades específicas de Ciências da Natureza
e suas Tecnologias: Competência 1: EM13CNT104 e EM13CNT105;
Competência 2: EM13CNT203 e EM13CNT206; Competência 3:
EM13CNT309.
TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS
Meio ambiente
• Educação ambiental
• Educação para o consumo
Saúde
• Saúde
C
A
P
Í
T
U
L
O
C
A
P
Í
T
U
L
O
NÃO ESCREVA NO LIVRO
18
já vivenciou surtos de Ebola, gripe aviária, gripe suína (H1N1), Síndrome
Respiratória do Oriente Médio (MERS), Síndrome Respiratória Aguda Sú-
bita (SARS), vírus do Nilo Ocidental, Zikavírus, entre outros. Contudo, ne-
nhum desses surtos de doenças infecciosas alcançou a magnitude dos
impactos sociais e econômicos da epidemia (pandemia) do novo coro-
navírus, a Covid-19. Talvez os surtos infecciosos anteriores tenham sido
apenas um ensaio para o que estava por vir. [...]
O que ainda não tem sido incluído na devida medida neste debate são
as mudanças sociais e econômicas necessárias para recuperar e proteger
os ecossistemas. Está claro que dependemos do meio ambiente, e não o
contrário, e que as crises recentes enfrentadas pela sociedade têm uma
importante interface ecológica. [...]
Estudo do PNUMA de 2016 já mostrava que “60% de todas as doenças
infecciosas emergentes nos seres humanos são zoonóticas e estão intima-
mente ligadas à saúde dos ecossistemas”. As perdas florestais na África
Ocidental seriam a causa do surto de Ebola, uma vez que as cidades ou
assentamentos humanos se aproximam cada vez mais da vida selvagem.
As criações intensivas de aves e suínos estariam conectadas a outros sur-
tos, bem como o comércio de animais selvagens [...].
[...]
Até quando a sociedade e o nosso sistema social e econômico supor-
tarão as crises ecológicas, sociais, econômicas e [de] saúde? [...] É isto que
deixaremos de legado para as futuras gerações?
WELTERS, Angela; GARCIA, Junior. Pandemia, meio ambiente e a sociedade. ((o eco)),
23 abr. 2020. Disponível em: www.oeco.org.br/colunas/colunistas-convidados/pandemia-
meio-ambiente-e-a-sociedade/. Acesso em: 30 maio 2020.
Profissionais da área da
saúde monitoram pacientes
internados na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) de
um Hospital de Campanha
construído para atender
vítimas da Covid-19.
Manaus (AM), 2020.
Sandro
Pereira/Fotorena/www.fotoarena.com.br
1. Por que as transformações ambientais influenciam o surgimento de mi-
crorganismos?
2. Dê exemplos de problemas ambientais que confirmam a relação entre
meio ambiente e pandemias.
3. Escreva um pequeno texto dissertativo-argumentativo respondendo às
duas perguntas feitas pelos autores no último parágrafo do texto.
Veja respostas e orientações no
Manual do Professor.
19
Nós, os microrganismos e
o meio ambiente
Desde as épocas mais remotas, a humanidade viveu contaminações por
microrganismos, incluindo as primeiras migrações dos Homo sapiens, há
mais de 100 mil anos, que partiram da África e se difundiram em diversas
áreas do planeta.
O estudo do material genético dos microrganismos mostra que os pri-
meiros hominídeos não estavam sós. Vírus ancestrais do herpes labial e
genital humano os acompanhavam e saltaram para as próximas espécies
que surgiriam enquanto as anteriores se extinguiam. Os vírus seguiam
firmes nas novas espécies emergentes. Saltaram e evoluíram nos Austra-
lophitecus, nos Homo erectus, Homo ergaster, Homo habilis e assim por diante,
até chegarem ao homem moderno africano.
UJVARI, Stefan Cunha. A história da disseminação dos microrganismos. Estudos avan•ados, São
Paulo, v. 22, n. 64, p. 172, dez. 2008. Disponível em: www.scielo.br/pdf/ea/v22n64/a11v2264.pdf.
Acesso em: 3 jun. 2020.
Ao longo da história, os contatos e as inter-relações entre os povos du-
rante a expansão humana pelos continentes levaram a surtos de doenças,
que muitas vezes se disseminaram pela coletividade e alcançaram diferen-
tes grupos, deixando rastros de morte e sofrimento. Situações como essas
foram ocasionadas pelo fato de haver aglomerações populacionais em dife-
rentes regiões do mundo e desconhecimento de formas de prevenção.
Doenças infecciosas
Surgimento de impérios com
amplos territórios. Exércitos de
conquistadores. Integração globalizada:
transportes e mercadores.
Ampliação progressiva de intercâmbio
Disseminação das doenças infecciosas
Meio ambiente
A destruição de habitat naturais na
expansão de zonas habitadas expõe os
seres humanos a vírus desconhecidos.
Hábito cultural de consumir animais
selvagens aumenta o contato com novos
microrganismos. A criação de animais
confinados pode vir a ser outro risco.
Meio ambiente
As mudanças no clima e na temperatura
do planeta podem levar ao surgimento de
novos vírus, que podem sofrer mutações
genéticas para se adaptarem às novas
condições ambientais.
1. As contaminações infecciosas só surgiram recentemente na história do
Brasil?
2. Quais fatores explicam a disseminação de surtos de doenças?
3. Considerando a situação regional e nacional: estamos, de modo geral,
contendo ou impulsionando contaminações?
4. Que atitudes individuais preventivas devem ser adotadas para evitar a
contaminação por vírus, bactérias e protozoários? Dê exemplos.
Veja respostas e orientações no Manual do Professor.
Interpretar NÃO ESCREVA NO LIVRO
20
Os microrganismos e a questão ambiental
no mundo globalizado
Nos últimos séculos, caracterizados pelo aumento crescente da mundiali-
zação, as contaminações tornaram-se mais comuns e mais fáceis de serem
disseminadasentreospaíses,pormeiodatransmissãodedoenças,gerando
epidemias e pandemias. Uma das consequências da globalização, processo
bem mais recente, é a interação entre práticas costumeiras locais e a econo-
mia globalmente integrada: por exemplo, o fato de animais muito próximos
aos seres humanos serem usados como alimento, sendo eles portadores de
vírus, bactérias e fungos, embora imunes a eles, fez com que se tornassem o
meio de difusão de diferentes microrganismos que passaram a potencializar
novas epidemias e/ou pandemias.
Quando qualquer um de nós consome carne, madeira, combustíveis
fósseis ou minerais estratégicos, estamos colocando ecossistemas natu-
rais sob pressão e aumentando a probabilidade de que um vírus perigoso
chegue aos humanos. Basta ter um celular. Os aparelhos que usamos con-
têm metais obtidos a partir do coltano, um mineral existente no leste da
República Democrática do Congo. A mineração do coltano faz que muita
gente acabe tendo contato com animais que são reservatórios do vírus
Ebola, ou de outros vírus potencialmente letais.
QUAMMEN, David. Autor de ‘Contágio’ diz que pecuária, tráfico de animais e até celular elevam
riscos de novos vírus. [Entrevista cedida a] Reinaldo José Lopes. Folha de S.Paulo, São Paulo, 13
maio 2020. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/05/autor-de-contagio-
diz-que-pecuaria-trafico-de-animais-e-ate-celular-elevam-riscos-de-novos-virus.shtml. Acesso
em: 5 jun. 2020.
Atualmente, questões sanitárias e ambientais têm imposto enormes de-
safios à sociedade. Em 2020, o desafio foi a pandemia da Covid-19 (“doen-
ça do coronavírus 2019”, em inglês), causada por um tipo de coronavírus, o
sars-cov-2 (forma abreviada em inglês de “síndrome respiratória aguda gra-
ve de coronavírus 2”). Estudos apontam que o surto teve início na cidade de
Wuhan, província de Hubei, na República Popular da China, em dezembro de
2019. No Brasil, ao que tudo indica, a Covid-19 chegou em fevereiro de 2020,
vinda da Europa, e juntou-se a outras doenças infecciosas recorrentes, como
febre amarela (urbana e rural), zika, chikungunya, influenza, cólera, leptos-
pirose, meningite meningocócica, sarampo, malária, dengue, aids e outras.
A Covid-19 trouxe à tona discussões relacionadas a questões ambientais,
como poluição, aquecimento global, queimadas, desmatamentos, entre ou-
tros problemas da relação en-
tre seres humanos e natureza.
A expansão das populações
por diversos ecossistemas,
onde são encontrados novos
agentes infecciosos, favorece
o surgimento de infecções de
origem viral.
Segundo o Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe), o
processo de desflorestamento
na Amazônia cresceu 108%
em janeiro de 2020, em
comparação com o ano anterior.
Na foto, área em Poconé (MT),
na Amazônia Legal.
Epidemia: doença infecciosa
que surge em um local e se
espalha rapidamente por um
país ou região, atingindo escala
regional. A palavra tem origem
grega: epidemía (“estadia,
permanência em um país ou
região”).
Pandemia: doença infecciosa
que se espalha por outros
países e continentes, atingindo
escala mundial. O prefixo grego
pan pode ser traduzido como
“todos”, “totalidade”.
Ecossistema
Ambiente composto
da interação de todos
os elementos vivos
(organismos) e não
vivos (ar, solo, água) que
estão em determinada
área. Além disso, implica
autossuficiência e,
portanto, a existência de
organismos produtores
de matéria e energia,
e de consumidores e
decompositores.
Conceitos
Cesar
Diniz/Pulsar
Imagens
21
Enfrentando doenças transmissíveis
Osmicrorganismosunicelulares,comoasbactériaseosprotozoários,
surgiramhácercade3,5bilhõesdeanos,épocadegrandestransfor-
maçõesnoplanetaTerra.Bemmaistarde,porvoltade600milhões
de anos atrás, surgiram os organismos multicelulares, como os
vermes, que se adaptaram ao ambiente terrestre. Ao longo do
tempo, esses microrganismos sofreram diferentes mutações
enquantosurgiamnovasespécies,comooshominídeos.
As doenças infecciosas existem desde o surgimento dos
hominídeos. Entretanto, foi apenas a partir do século XIX que
as pesquisas e os estudos científicos começaram a apresen-
tar resultados para o combate às infecções. Durante o século
XX e no início deste século, as formas de tratamento se tornaram
cada vez mais eficazes, porém ainda podem aparecer novos agentes
causadores de doenças e ocorrer surtos de contaminação.
A descoberta de substâncias antibióticas contra as bactérias e o desen-
volvimento de drogas antivirais e de vacinas contribuíram para o avanço
conseguido até o momento. As diversas pesquisas em andamento na área
das Ciências Biológicas também colaboram para melhor compreensão e
tratamento das doenças transmissíveis, redução dos danos causados pela
malária e descoberta de vacinas cada vez mais eficazes contra varíola, sa-
rampo, caxumba, rubéola, catapora, influenza, etc.
Os avanços da área médica e a evolução da estrutura técnico-científica
nas últimas décadas foram fundamentais para o enfrentamento das emer-
gências de saúde e para o desenvolvimento da sociedade e da ordem eco-
nômica. Ainda assim, grande parcela da população mundial não tem aces-
so à assistência médica por causa de seu alto custo e da elevada procura
pelo sistema público de saúde.
A OMS e a Organização das Nações Unidas
(ONU), associadas com centros de pesquisa cien-
tífica de vários países, definiram os objetivos prio-
ritários para implementar medidas preventivas de
controledadisseminaçãodedoenças.Essasações
objetivam descobrir com rapidez os patógenos que
surgemeacompanharaevoluçãodasdoençasque
causam, assim como buscar formas de combatê-
-las,pormeiodacriaçãodevacinasoudeaplicação
de remédios já existentes.
Em 2005, com a finalidade de garantir o inter-
câmbio de informações entre a OMS e os países
que a compõem, foi aprovado o Regulamento Sa-
nitário Internacional (RSI), que tem o propósito de
prevenirecontrolarapropagaçãomundialdedoen-
ças e seus agentes causadores. Assim, foram defi-
nidascomoaçõesprioritáriasdetectarecomunicar
© The British Library Board/Leemage/Brid
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Reprodução da placa de
Petri do experimento do
bacteriologista britânico
Alexander Fleming
(1881-1955). A penicilina,
substância empregada
no desenvolvimento dos
primeiros antibióticos, foi
descoberta por Fleming
em 1928, ao observar
que bactérias numa placa
morriam ao contato com
uma colônia de fungos
do gênero Penicilium.
Os antibióticos foram
fundamentais para o
desenvolvimento da
medicina do século XX e a
cura de diversas doenças.
Doença transmissível
É qualquer doença causada pela transmissão de um
agente infeccioso específico ou de seus produtos tóxicos.
Pode ser transmitida diretamente, por uma pessoa ou
um animal infectado, ou indiretamente, por meio de
um hospedeiro intermediário, de natureza vegetal ou
animal, de um vetor ou do ambiente inanimado. Novas
doenças transmissíveis podem ocorrer em razão de
mudanças ou evolução dos organismos existentes.
Elas podem propagar-se por áreas que passam por
mudanças ecológicas (por exemplo, desmatamento ou
reflorestamento), que aumentam a exposição humana
a insetos, animais ou fontes ambientais que abrigam
agentes infecciosos novos ou não usuais.
Conceitos
22
Instrumento de decisão para avaliação e notificação de eventos que podem
constituir uma emergência de saúde de importância internacional
o nível de gravidade e a repercussão em saúde pú-
blica, se o evento é inesperado ou raro, o risco de
propagaçãointernacionaleoriscodeimposiçãode
restrição a viagens de comércio.
Parafortaleceravigilânciaemsaúdeinternacio-
nal, todos os países-membros, incluindo o Brasil,
assumiram o compromisso de cumprir as ações
estabelecidas pelo RSI.
Essa vigilância é mais difícil nos países menos
desenvolvidos. Neles, as desigualdades sociais são
evidentes:oíndicedepobrezaéelevado,partedapo-
pulação não tem acesso a serviços de saneamento
básico e geralmente o sistema de saúde e a rede de
assistênciahospitalarsãoprecáriosedeficientes.
No caso do Brasil, merece destaque o Sistema
Único de Saúde (SUS), sistema público e universal
que garante atendimento gratuito a todos os cida-
dãos, independentemente das condições sociais.
É considerado referência internacional, apesar de
suas enormes limitações orçamentárias, de suas
carênciasedificuldadespolíticaseadministrativas.
As conferências internacionais também são
importantes para o desenvolvimento das pesqui-
sas científicas sobre doenças infecciosas. Esses
Fonte: elaborado com base em ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Módulos de princípios de Epidemiologia para o controle de enfermidades. Módulo 4:
vigilância em saúde pública. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: www.paho.org/bra/index.php?option=com_
docman&view=download&category_slug=informacao-e-analise-saude-096&alias=952-modulos-principios-epidemiologia-para-controle-enfermidades-mopece-
modulo-4-2&Itemid=965. Acesso em: 26 maio 2020.
Repercussão em saúde pública é grave?
Notificar o evento sob o Regulamento Sanitário Internacional.
Doença de notificação Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim Não
Não
Não
Não
Não
Não
Evento inesperado?
Risco de propagação
internacional?
Evento inesperado?
Risco de propagação internacional?
Risco de restrições
internacionais?
Reavaliar com base
em novos dados.
• Discutam sobre o tema organismos públicos de
saúde na região da escola ou de moradia, seja no
bairro, seja na cidade. A conversa pode ser guiada
pelas seguintes questões:
a) Como vocês avaliam o papel deles na pandemia
recente? Eles foram atuantes na saúde do bairro?
b) Quais são as experiências vividas (suas, de
familiares, amigos ou conhecidos) em tais
centros de saúde e/ou hospitais?
c) É preciso melhorar o atendimento em tais locais?
De que forma? Veja respostas e orientações no
Manual do Professor.
Conversa NÃO ESCREVA NO LIVRO
encontros servem para comunicar e difundir infor-
mações e novos conhecimentos, apresentar diver-
sos estudos em andamento sobre saúde e meio
ambiente, além de reforçar a importância de unir
esforços para combater essas doenças. Soma-se a
issoaatuaçãoconjuntaderepresentantesdeEsta-
dos com o propósito de debater as ações necessá-
rias, assim como estabelecer metas e objetivos a
seremalcançadosparareduzirosefeitosdasdoen-
ças na sociedade.
23
CONEXÕES
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS
NÃO ESCREVA NO LIVRO
24
Como são feitas as vacinas?
A forma mais comum de vacina é a injeção de formas enfraquecidas ou
mortas dos microrganismos causadores de uma doença. Uma vez dentro do
nosso corpo, esses antígenos induzem respostas imunológicas, gerando an-
ticorpos. Dessa forma, se o indivíduo for infectado pelo patógeno ativo, seu
corpo já terá a memória imune, ou seja, os anticorpos específicos para com-
bater o invasor, evitando o desenvolvimento da doença.
Em alguns casos, é injetada a toxina que certo microrganismo produz,
causadora da doença, e a vacina atua em sua neutralização. Quando a doen-
ça se origina da quantidade do vírus no organismo, a vacina visa impedir sua
multiplicação. As vacinas são produzidas de acordo com a ação do vírus no
corpo e, por isso, são específicas para cada doença.
O princípio da vacinação consis-
te, portanto, em “ensinar” o sistema
imunológico a combater a doença –
através do uso controlado dos micror-
ganismos causadores de doenças, ou
suas toxinas – de modo que ele saiba
como se defender do patógeno.
No Brasil, temos um calendário na-
cional de vacinação que determina a
vacina que deve ser tomada conforme
cada idade. Todas podem ser encontra-
das na Unidade Básica de Saúde (UBS)
mais próxima.
Veja respostas e orientações
no Manual do Professor.
Patógeno: agente direta
ou indiretamente causador
de doença.
Cartaz de divulgação da campanha
de vacinação do Sistema Único de
Saúde (SUS), utilizado no município
de Lagoa Seca (PB), 2019.
1. Pesquise as vacinas que fazem parte do calendário nacional oficial e obte-
nha informações sobre seu histórico no país: quais são as faixas etárias
para as quais são indicadas e outras informações relevantes sobre sua
aplicação e seu efeito no organismo.
2. Elabore um pequeno texto dissertativo-argumentativo sobre a importân-
cia da imunização em uma população tão grande, diversa e de diferentes
perfis socioeconômicos como a brasileira. Para isso, escolha duas das va-
cinas do calendário oficial e utilize-as como exemplos da importância das
campanhas de imunização pública.
Secretária
de
Saúde/Governo
Municipal
de
Lagoa
Seca,
PB.
Epidemias e pandemias na
Antiguidade e na Idade Média
Desde o final do século XX, avanços
nas pesquisas sobre o DNA e o RNA dos
microrganismos causadores de doenças
ao ser humano permitiram traçar a traje-
tória da humanidade desde as primeiras
migrações até os deslocamentos nos
períodos históricos mais recentes, re-
velando informações valiosas sobre as
infecções que acompanharam os seres
humanos ao longo da história.
A disseminação de doenças, bastan-
te limitada na época das comunidades
agrárias, aumentou com o processo de
urbanização, o crescimento populacional das cidades e a intensificação das
relações comerciais. Consequentemente, as epidemias tornaram-se mais
frequentes e letais.
As infecções, assim como os fenômenos da natureza, eram consideradas
expressão da vontade divina pelos povos da Antiguidade. Peste e praga eram
termos usados para doenças com elevado índice de mortalidade. São inúme-
ros os registros e relatos de pestes e pragas que assolaram civilizações clás-
sicas, como a grega e a romana.
Já na Baixa Idade Média europeia a maior epidemia foi a peste negra, tam-
bém chamada de peste bubônica, uma zoonose altamente contagiosa trans-
mitida por uma bactéria, mais tarde denominada Yersinia pestis, por meio da
picadadepulgasdeanimaisinfectados,sobretudo,dosratosemmeiourbano.
A peste bubônica ficou conhecida como peste negra por causa das man-
chas escuras que surgem no corpo das pessoas que a contraem. Inchaço nas
axilas, virilha e pescoço é outro sintoma da doença. Em meados do século
XIV, quando as condições de higiene, alimentação e moradia eram precárias,
a doença espalhou-se muito rápido, principalmente em contextos urbanos
e nas regiões de rotas comerciais, e matou cerca de um terço da população
europeia, num total estimado de 25 milhões de pessoas.
1. Descreva a rota,
pelas vias terrestre
e marítima, da
epidemia da peste
negra.
2. Pesquise
informações
sobre a difusão da
doença e explique
os motivos
econômicos que
explicam essa rota.
Veja respostas e orientações
no Manual do Professor.
Interpretar
NÃO ESCREVA NO LIVRO
Mundo: difusão da peste negra – século XIV
Banco
de
imagens/Arquivo
da
editora
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ÍNDICO
Trópico de Câncer
0º
Meridiano
de
Greenwich
MOSCÓVIA
ÍNDIA
ARÁBIA
Peregrinações
do leste a Meca
CHINA
Meca
Bagdá
Damasco
Samarcanda
Trebizonda Pequim
Constantinopla
Veneza
1351
1340
1349
1346
1348
1349
1333
çFRICA
Área e época da epidemia
Percurso do contágio 0 1680 3360
km
Representação de enterro
das vítimas da peste negra
na cidade de Tournai, França,
em 1349, em pergaminho
de autoria do abade Gilles le
Muisit (1272-1352). Biblioteca
Real da Bélgica, Bruxelas.
Zoonose: doença transmitida
de animais a seres humanos,
ou vice-versa.
Reprodução/Biblioteca
Real
da
Bélgica,
Bruxelas.
Fonte: elaborado com base
em PAOLUCCI, Silvio; SIGNORINI,
Giuseppina. Il Corso della Storia 1.
Bolonha: Zanichelli, 1997. p. 382.
25
Epidemias e pandemias do século XV ao XXI
Planta da Tenochtitlán do século XVI. A ilustração foi atribuída
ao conquistador Hernán Cortés como parte de sua segunda
carta a Carlos V (1500-1558), então imperador do Sacro
Império Romano-Germânico. A capital asteca foi construída em
uma ilha do lago Texcoco, com vários caminhos que ligavam a
cidade ao continente. As estimativas de sua população variam
bastante, entre 80 mil a 500 mil habitantes.
Colheitas ruins ou epidemias não raramente
serviam de pretexto para perseguições àqueles
que eram acusados de ter provocado as dificulda-
des enfrentadas, como acontecera na época da
peste negra. Judeus, mouros, homens e mulheres
acusados de praticar bruxaria, discordantes da re-
ligiosidade predominante (cristianismo), entre ou-
tros, eram perseguidos e tinham seus bens confis-
cados. Muitos foram queimados vivos nas foguei-
ras em praças públicas.
Europa: da conquista da
América à industrialização
As Grandes Navegações, a partir do século XV, e
a chegada dos europeus ao continente que deno-
minaram América trouxeram também os agentes
infecciosos que já haviam se espalhado pela Eu-
ropa. Transportaram em suas embarcações vírus,
bactérias e parasitas e retornaram às suas terras
de origem levando outros. Por exemplo, entre os
estudiosos, há um intenso debate sobre a origem
da sífilis: se partiu da América em direção à Europa
ousefoiocontrário;indicadoresapontamsuaexis-
tência prévia no continente europeu, mas estudos
genéticos destacam indícios de origem americana.
Vírus da varíola, do sarampo e da gripe chega-
ramaolitoralamericanoeseespalharampelointe-
rior, dizimando a população originária. A varíola foi
especialmente desastrosa para a população local
diante das conquistas chefiadas por Hernán Cortés
(1485-1547), que destruiu o Império Asteca (na re-
gião do atual México) entre 1519 e 1521. O mesmo
aconteceu com os Incas, cujo império sucumbiu
em 1572, sob o ataque comandado por Francisco
Pizarro (1476-1541) e Diego Almagro (1475-1538),
na região do atual Peru. Já a gripe, com a qual os
nativos americanos não haviam tido contato e para
a qual não tinham anticorpos, foi devastadora.
Na América portuguesa, a gravidade do conta-
to dos indígenas com doenças para as quais não
tinham anticorpos pode ser constatada nos escri-
tos do padre Anchieta (1534-1597):
No mesmo ano de 1562, por justos juízos de
Deus, sobreveio uma grande doença aos índios
e escravos dos portugueses e, com isto, grande
fome, em que morreu muita gente, e dos que
ficavam vivos muitos se vendiam e se iam me-
ter por casa dos portugueses a se fazer escravos,
vendendo-se por um prato de farinha [...]: foi tão
grande a morte que deu neste gentio, que se di-
zia que entre escravos
e índios forros morre-
riam 30 mil no espaço
de dois ou três meses.
ANCHIETA, José de. Cartas: informações, fragmentos históricos
e sermões. In: ANCHIETA, José de. Cartas Jesu’ticas 3. Belo
Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1988. p. 356.
Album/Fotoarena/www.fotoarena.com.br
Gentio: atribuição dada
no século XVI ao conjunto
de pessoas consideradas
selvagens e não civilizadas.
Considerando os indígenas que vivem no terri-
tório que hoje denominamos Brasil, essas doen-
ças foram o primeiro impacto a provocar a queda
demográfica das populações autóctones.
Desde o final do século XVIII, com a Revolu-
ção Industrial e seus desdobramentos, houve um
imenso impulso no processo de urbanização. As
cidades se expandiam com sistemas de esgo-
to e abastecimento de água ausentes ou inade-
quados, o que, então, favorecia a proliferação de
agentesinfecciososemmeioaolixo,dejetoserios
poluídos, disseminando surtos de doenças.
26
Modelos alternativos de desenvolvimento sustentável
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  • 1. MANUAL DO PROFESSOR em Ciências Humanas Área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas ENSINO MÉDIO Cláudio Vicentino Eduardo Campos Eustáquio de Sene MANUAL DO PROFESSOR em Ciências M A T E R I A L D E D I V U L G A Ç Ã O − V E R S Ã O S U B M E T I D A À A V A L I A Ç Ã O C Ó D I G O D A C O L E Ç Ã O : 0 1 5 2 P 2 1 2 0 4 C Ó D I G O D A O B R A : 0 1 5 2 P 2 1 2 0 4 1 3 5
  • 2.
  • 3. MANUAL DO PROFESSOR Área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas ENSINO MÉDIO Cláudio Vicentino Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP) Professor de História no Ensino Médio e em cursos pré-vestibulares. Autor de obras didáticas e paradidáticas para Ensino Fundamental e Ensino Médio Eduardo Campos Bacharel e licenciado em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP) Mestre em Educação pela Universidade de São Paulo (USP) CoordenadoreducacionalepedagógicodoEnsinoFundamental(anosfinais) e do Ensino Médio. Professor na Educação Básica e no Ensino Superior Eustáquio de Sene Bacharel e licenciado em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP) Mestre e doutor em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo (USP) Professor de Geografia do Ensino Médio na rede pública e em escolas parti- culares. Professor de Metodologia do Ensino de Geografia na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo por 5 anos 1a edição, São Paulo, 2020 em Ci•ncias Humanas
  • 4. 2 Presidência: Paulo Serino Direção editorial: Lauri Cericato Gestão de projeto editorial: Heloisa Pimentel Gestão de área: Brunna Paulussi Coordenação de área: Carlos Eduardo de Almeida Ogawa Edição: Izabel Perez, Tami Buzaite e Wellington Santos Planejamento e controle de produção: Vilma Rossi e Camila Cunha Revisão: Rosângela Muricy (coord.), Alexandra Costa da Fonseca, Ana Paula C. Malfa, Ana Maria Herrera, Carlos Eduardo Sigrist, Flavia S. Vênezio, Heloísa Schiavo, Hires Heglan, Kátia S. Lopes Godoi, Luciana B. Azevedo, Luís M. Boa Nova, Luiz Gustavo Bazana, Patricia Cordeiro, Patrícia Travanca, Paula T. de Jesus, Sandra Fernandez e Sueli Bossi Arte: Claudio Faustino (ger.), Erika Tiemi Yamauchi (coord.), Keila Grandis (edição de arte), Arte Ação (diagramação) Iconografia e tratamento de imagens: Roberto Silva (coord.), campos de iconografia (pesquisa iconográfica), Cesar Wolf (tratamento de imagens) Licenciamento de conteúdos de terceiros: Fernanda Carvalho (coord.), Erika Ramires e Márcio Henrique (analistas adm.) Ilustrações: Fórmula Produções e Formato Comunicação Cartografia: Mouses Sagiorato e Sonia Vaz Design: Luis Vassallo (proj. gráfico, capa e Manual do Professor) Foto de capa: Catherine Delahaye/Stone/Getty Images Todos os direitos reservados por Editora Ática S.A. Avenida Paulista, 901, 4o andar Jardins – São Paulo – SP – CEP 01310-200 Tel.: 4003-3061 www.edocente.com.br atendimento@aticascipione.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Angélica Ilacqua - CRB-8/7057 2020 Código da obra CL 720005 CAE 729785 (AL) / 729786 (PR) 1a edição 1a impressão De acordo com a BNCC. Envidamos nossos melhores esforços para localizar e indicar adequadamente os créditos dos textos e imagens presentes nesta obra didática. Colocamo-nos à disposição para avaliação de eventuais irregularidades ou omissões de créditos e consequente correção nas próximas edições. As imagens e os textos constantes nesta obra que, eventualmente, reproduzam algum tipo de material de publicidade ou propaganda, ou a ele façam alusão, são aplicados para fins didáticos e não representam recomendação ou incentivo ao consumo. Impressão e acabamento
  • 5. 3 Apresentação Caro(a) estudante, Neste volume, o tema central do nosso estudo é a relação entre as so- ciedades e a natureza e seus impasses, desafios, conflitos e acordos. A questão ambiental é uma das maiores urgências do século XXI e seu enfren- tamento exige encaminhamentos coletivos, que passam pela política, pela ação de governos, pela reflexão ética e pela ação dos cidadãos. É um tema de grande interesse e tem potencial para despertar o protagonismo juvenil. A juventude, aliás, é outro tema discutido neste volume, da perspec- tiva de reconhecer o que os jovens esperam da sociedade e o que a socie- dade espera deles. Essa reflexão permite dar sentido às suas experiências na relação com o mundo adulto e serve para orientar a construção de seus projetos de vida. A força e o desejo de transformação e participação que você, jovem, tem serão mais bem aproveitados a partir do momento em que seu reper- tório conceitual e procedimental para avaliar a realidade em seus diferen- tes contextos (local, nacional e mundial) for ampliado. E esse repertório será ampliado por meio da leitura de textos de diversos gêneros, escritos por autores com diferentes papéis sociais, da interpretação de mapas, ta- belas e gráficos, da apreciação de bens culturais e artísticos, de conver- sas, debates, pesquisas, enfim, do estudo teórico conciliado com reflexões e ações práticas. Com isso, você vai mobilizar seus conhecimentos pré- vios, problematizando e refletindo sobre sua aprendizagem, que assim será contextualizada e significativa. Bom estudo! Os autores.
  • 6. 4 Conheça seu livro Alternativas para o desenvolvimento 2 UNIDA D E Contexto A imagem de abertura desta Unidade mostra uma intervenção artística realizada com o intuito de chamar a atenção da população para o problema da poluição dos oceanos por resíduos plásticos. No cartaz lemos “Recicle suas atitudes”, um recado sobre a necessidade de alterar o atual modelo de desenvolvimento das sociedades industriais, pautado apenas no crescimento econômico e responsável pela maior parte dos impactos socioambientais negativos no mundo atual. Reciclar é renovar e, nesse caso, é necessária a renovação da ideia de que os seres humanos e o desenvolvimento econômico estão dissociados das necessidades das outras espécies e do equilíbrio ambiental do planeta. A semente para essa conscientização já foi plantada, e apenas por meio dela será possível criar coletivamente alternativas de desenvolvimento que beneficiem não apenas as gerações atuais, mas também as futuras, sendo, portanto, sustentável ambientalmente e socialmente justo. • Reúnam-se em grupos e reflitam sobre a seguinte questão: Com base em seus conhecimentos e em suas observações cotidianas, troquem ideias sobre os motivos pelos quais a busca por modelos alternativos de desenvolvimento é necessária. NÃO ESCREVA NO LIVRO ESSE TEMA SERÁ RETOMADO NA SEÇÃO PRÁTICA 84 OBJETIVOS • Compreender a importância das questões ambientais e da promoção da consciência socioambiental para a concepção de um novo modelo de desenvolvimento. • Reconhecer a relevância da ética ambiental como parâmetro para avaliar as relações entre os seres humanos entre si e com a natureza. • Refletir sobre a inviabilidade ambiental da sociedade de consumo capitalista. • Reconhecer e valorizar as práticas sustentáveis das sociedades tradicionais. JUSTIFICATIVA A partir dos conhecimentos construídos acerca das relações entre sociedade e natureza e da identificação dos problemas ambientais presentes no século XXI acarretados pela prevalência do modelo de desenvolvimento da sociedade moderna capitalista, é possível reconhecer a necessidade de caminhos alternativos para o desenvolvimento. Para isso, é preciso entender como emergiram a consciência dos problemas ambientais e a reflexão sobre a ética ambiental na época contemporânea e a necessidade de pôr em prática novas relações da sociedade com a natureza. Nessa perspectiva, a promoção da educação ambiental é um convite a toda sociedade para participar da construção de uma nova ética que oriente as formas de viver. COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA BNCC • Competências da Educação Básica: CG1, CG2, CG4, CG5, CG7 e CG9. • Competências e habilidades específicas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas: Competência 1: EM13CHS101, EM13CHS102, EM13CHS103, EM13CHS104, EM13CHS105, EM13CHS106. Competência 2: EM13CHS202. Competência 3: EM13CHS302, EM13CHS303, EM13CHS304, EM13CHS305, EM13CHS306. • Competências e habilidades específicas de Ciências da Natureza e suas Tecnologias: Competência 2: EM13CNT206. Competência 3: EM13CNT302, EM13CNT309. TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS Meio Ambiente • Educação ambiental • Educação para o consumo Ciência e tecnologia • Ciência e tecnologia Leia trechos da crônica de Marina Colasanti, que dis- cute alguns exemplos de práticas ou situações não de- sejáveis presentes no cotidiano. Em seguida, responda às questões. Eu sei, mas não devia Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, por- que não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esque- ce o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. A gente se acostuma a acordar de manhã sobres- saltado porque está na hora. A tomar o café corren- do porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A co- mer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. [...] A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas Contexto Ética ambiental 4 C A P Í T U L O C A P Í T U L O NÃO ESCREVA NO LIVRO 122 CONEXÕES CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS NÃO ESCREVA NO LIVRO 24 Como são feitas as vacinas? A forma mais comum de vacina é a injeção de formas enfraquecidas ou mortas dos microrganismos causadores de uma doença. Uma vez dentro do nosso corpo, esses antígenos induzem respostas imunológicas, gerando an- ticorpos. Dessa forma, se o indivíduo for infectado pelo patógeno ativo, seu corpo já terá a memória imune, ou seja, os anticorpos específicos para com- bater o invasor, evitando o desenvolvimento da doença. Em alguns casos, é injetada a toxina que certo microrganismo produz, causadora da doença, e a vacina atua em sua neutralização. Quando a doen- ça se origina da quantidade do vírus no organismo, a vacina visa impedir sua multiplicação. As vacinas são produzidas de acordo com a ação do vírus no corpo e, por isso, são específicas para cada doença. O princípio da vacinação consis- te, portanto, em “ensinar” o sistema imunológico a combater a doença – através do uso controlado dos micror- ganismos causadores de doenças, ou suas toxinas – de modo que ele saiba como se defender do patógeno. No Brasil, temos um calendário na- cional de vacinação que determina a vacina que deve ser tomada conforme cada idade. Todas podem ser encontra- das na Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima. Patógeno: agente direta ou indiretamente causador de doença. Cartaz de divulgação da campanha de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS), utilizado no município de Lagoa Seca (PB), 2019. 1. Pesquise as vacinas que fazem parte do calendário nacional oficial e obte- nha informações sobre seu histórico no país: quais são as faixas etárias para as quais são indicadas e outras informações relevantes sobre sua aplicação e seu efeito no organismo. 2. Elabore um pequeno texto dissertativo-argumentativo sobre a importân- cia da imunização em uma população tão grande, diversa e de diferentes perfis socioeconômicos como a brasileira. Para isso, escolha duas das va- cinas do calendário oficial e utilize-as como exemplos da importância das campanhas de imunização pública. Secretária de Saúde/Governo Municipal de Lagoa Seca, PB. Instalação de peixes feitos de garrafas de plástico descartadas, na praia de Botafogo, no Rio de Janeiro, RJ, em 2012, durante a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). O volume de plástico descartado pelas sociedades humanas está se acumulando no meio ambiente, principalmente nos oceanos, o que provoca a morte de muitas espécies da fauna e da flora marinha e prejudica os ecossistemas. Christophe Simon/AFP 85 valem. E a saber que cada vez paga mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra. [...] A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passa- rinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta. COLASANTI, Marina. Eu sei, mas n‹o devia. Rio de Janeiro: Rocco, 1996. p. 9. Porto Ronco, de Georg Schrimpf (1889-1938), 1917. Wikipedia/Wikimedia Commons/Coleção particular 1. Destaque do texto problemas socioambientais citados pela autora e cite outros,doseucotidianoedocontextodomundoatual. 2. Comooscostumes,hábitosevalorespessoaissãodeterminados?Épos- sívelalterá-los?Sesim,como? 3. Ao longo da história ocorreram muitas alterações na forma como a socie- dade ocidental se relaciona com a natureza. Dentre as práticas das socie- dades humanas, nos apropriamos de recursos naturais vivos e não vivos parasatisfazernossasnecessidadesedesejos.Oquenosdáessedireito? 123 Natureza Natura Cultura Espaço simbólico Recurso natural Meio a ser conservado Indústria extrativista Agentes infecciosos Epidemias Pandemias Ebola Peste negra Dengue Gripe espanhola Zika, etc. Covid-19, etc. Impactos ambientais Desmatamento Poluição Erosão, etc. Agricultura Solo Solo Água Água Ar Indústria extrativista Ambientalistas Vegetal Mineral Madeira Minérios Outros produtos vegetais Combustíveis Fósseis Indústria de transformação Efeito estufa Povo Indígena Duwamish Humana “força que gera” • Após estudar o capítulo, retome a atividade de abertura. Você mudaria alguma resposta? Depois releia o discurso do cacique Seattle e reflita sobre o que ele fala. Concorda com as afirmaçõesdele? CompareafrasedotextodeaberturacomafaladocaciqueSeattleerelacioneambasàrealidadeambiental esanitáriadomundocontemporâneo: “Estáclaroquedependemosdomeioambiente,enãoocontrário,equeascrisesrecentesenfrentadaspela sociedadetêmumaimportanteinterfaceecológica.”(WELTERS,Angela;GARCIA,Junior). “Tudoestárelacionadoentresi.[...]Oquefereaterrafere,também,osfilhoseasfilhasdaterra.Nãofoio homemqueteceuatramadavida:eleémeramenteumfiodamesma.Tudooquefizeràtrama,asimesmo fará.(CaciqueSeattle). Retome o contexto sua destruição tem exposto o homem ao contato com vem do latim que significa produção pode ser encarada como como recurso natural, pode ser explorada pela matéria-prima e energia para causadores de como como que se utiliza de por exemplo causadora do do(a) pode ser explora explora por como os por uma por um causam vários se opõe à Mapa conceitual elaborado pelos autores. 51 VOCÊ PRECISA SABER NÃO ESCREVA NO LIVRO 51 Seu livro está organizado em duas unidades, divididas em dois capítulos, que tratam de temas atuais e relevantes para a sua formação durante o Ensino Médio. Ao longo dos capítulos e unidades, você encontrará diferentes estruturas que utilizam diversos recursos pensados para auxiliá-lo no processo de aprendizagem. As aberturas de unidades apresentam textos e imagens que sintetizam o tema principal e vão mobilizar os seus conhecimentos sobre o assunto. Nessas aberturas, a seção Contexto traz situações concretas cuja análise exige conteúdos, conceitos e procedimentos de diferentes disciplinas das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Essas situações serão retomadas ao longo dos capítulos e estão relacionadas com a seção Prática, que traz uma proposta de trabalho para que você aplique os conhecimentos que são produzidos em sala de aula na comunidade escolar e em seu entorno. As aberturas dos capítulos trazem recursos diversos (fotografias, mapas, gráficos, entrevistas, charges) que sintetizam o conteúdo que será trabalhado, além de propor questionamentos, por meio de uma nova ocorrência da seção Contexto, que vão ajudá-lo a realizar o projeto proposto na seção Prática. Na abertura de cada capítulo, você também encontrará um boxe com os objetivos, a justificativa para o trabalho com os conteúdos propostos e as competências, habilidades e temas contemporâneos transversais mobilizados no capítulo. Em todos os capítulos, você encontrará uma ocorrência da seção Conexões, que trabalha a interdisciplinaridade com componentes curriculares de outras áreas do conhecimento, especialmente as Ciências da Natureza e suas Tecnologias e as Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, bem como com disciplinas que não estão presentes no currículo escolar. Seção que finaliza o trabalho do capítulo e traz propostas de retomada das questões apresentadas na seção Contexto, na abertura do capítulo. Momento que serve de recurso para resumo e sistematização de alguns dos conteúdos trabalhados ao longo dos capítulos. Pode surgir na forma de mapas conceituais, esquemas, fluxogramas ou lista de palavras e pode apresentar atividades que estabeleçam relação dos conteúdos trabalhados com os seus lugares de vivência e as suas experiências pessoais.
  • 7. 5 PRÁTICA COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA BNCC • Competências gerais da Educação Básica: CG1, CG2, CG3, CG5 e CG6. • Competências e habilidades específicas das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas: Competência 1: EM13CHSA101, EM13CHSA103 e EM13CHS104. Competência 4: EM13CHS401. • Competências e habilidades específicas de Linguagens e suas Tecnologias: Competência 1: EM13LGG101, EM13LGG102 e EM13LGG104. Competência 6: EM13LGG601 e EM13LGG604. TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS Cidadania e Civismo • Vida familiar e social Multiculturalismo • Diversidade cultural O funk: dos bailes ao estrelato Para começar Vimos nesta unidade o conceito de indústria cultural, que se caracte- riza pela apropriação de manifestações populares na formação de uma base comercial para a criação de produtos culturais e sua difusão em larga escala por meio das diversas mídias. De acordo com pensadores como Theodor Adorno, diversas produ- ções culturais foram encaixadas nessa lógica. Para ele, uma vez sub- metida às demandas de um modo de produção que tem como fim prin- cipal o lucro, a legitimidade artística de um objeto fica seriamente com- prometida. Ele já não é mais criado com o objetivo de ser significativo, de proporcionar a fruição estética, ou de carregar elementos de crítica social, aspectos que são próprios das obras de arte, mas o que importa é apenas a certeza de que ele será consumido na maior escala possível. Ao estudarmos essa dinâmica, constatamos que diversos meios de manifestação cultural passaram pelo processo de adaptação de sua produção para uma escala industrial; das artes plásticas e literatura ao cinema e a música. O rap, por exemplo, é outro gênero musical que já foi considerado puramente contestatório, muitas vezes difamado por gru- pos sociais, mas, nas últimas décadas, submetido à lógica da indústria cultural, foi plenamente incorporado à lógica de produção e consumo industrial, com extensa propaganda; associação a outros bens de con- sumo, como roupas, bebidas, etc.; e grandes espetáculos patrocinados por marcas internacionais. Ofunkcariocatevesuaorigemnosanos1970elevouanosatéserdifundidocomoum produtodaindústriafonográfica.Nafoto,bailefunknacidadedoRiodeJaneiro(RJ),em1993. Reprodução/Acervo do Jornal do Brasil 78 1. (2019) A criação do Sistema Único de Saúde (SUS) como uma política para todos constitui-se uma das mais importantes conquistas da sociedade brasileira no século XX. O SUS deve ser valorizado e defendido como um marco para a cidadania e o avanço civilizatório. A democracia envolve um modelo de Estado no qual políticas protegem os cidadãos e reduzem as desigualdades. O SUS é uma diretriz que fortalece a cidadania e contribui para assegurar o exercício de direitos, o pluralis- mo político e o bem-estar como valores de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, conforme prevê a Constituição Federal de 1988. RIZZOTO, M. L. F. et al. Justiça social, democracia com direitos sociais e saúde: a luta do Cebes. Revista Saúde em Debate, n. 116, jan.-mar. 2018 (adaptado). Segundo o texto, duas características da con- cepção da política pública analisada são: a)Paternalismo e filantropia. b)Liberalismo e meritocracia. c)Universalismo e igualitarismo. d)Nacionalismo e individualismo. e)Revolucionarismo e coparticipação. 2. (2013) O canto triste dos conquistados: os últimos dias de Tenochtitlán Nos caminhos jazem dardos quebrados; os cabelos estão espalhados. Destelhadas estão as casas, Vermelhas estão as águas, os rios, como se alguém as tivesse tingido, Nos escudos esteve nosso resguardo, mas os escudos não detêm a desolação... PINSKY, J. et al. História da América através de textos. São Paulo: Contexto (fragmento). O texto é um registro asteca, cujo sentido está relacionado ao(à) a)tragédia causada pela destruição da cultura desse povo. b)tentativa frustrada de resistência a um po- der considerado superior. c)extermínio das populações indígenas pelo Exército espanhol. d)dissolução da memória sobre os feitos de seus antepassados. e)profetização das consequências da coloni- zação da América. 3. (2006) As florestas tropicais úmidas contri- buem muito para a manutenção da vida no pla- neta, por meio do chamado sequestro de car- bono atmosférico. Resultados de observações sucessivas, nas últimas décadas, indicam que a floresta amazônica é capaz de absorver até 300 milhões de toneladas de carbono por ano. Conclui-se, portanto, que as florestas exercem importante papel no controle a)das chuvas ácidas, que decorrem da li- beração, na atmosfera, do dióxido de car- bono resultante dos desmatamentos por queimadas. b)das inversões térmicas, causadas pelo acúmulo de dióxido de carbono resultan- te da não dispersão dos poluentes para as regiões mais altas da atmosfera. c)da destruição da camada de ozônio, causa- da pela liberação, na atmosfera, do dióxido de carbono contido nos gases do grupo dos clorofluorcarbonos. d)do efeito estufa provocado pelo acúmulo de carbono na atmosfera, resultante da queima de combustíveis fósseis, como carvão mi- neral e petróleo. e)da eutrofização das águas, decorrente da dissolução, nos rios, do excesso de dióxido de carbono presente na atmosfera. 50 QUESTÕES DO ENEM NÃO ESCREVA NO LIVRO Permacultura A palavra permacultura tem origem no termo em inglês permanent agriculture (“agricultura permanente”). Esse sistema comunitário de culti- vo de plantas e criação de animais abrange elementos da Ecologia e outros campos da ciência, assim como de conhecimentos tradicionais, e caracte- riza-se pelo uso de energia limpa e implementação de um manejo racional dos recursos naturais de forma a criar um sistema sustentável. Os princípios da permacultura são baseados em três éticas principais: cuidar da terra, das pessoas e do futuro. Dentre esses princípios, destacam-se: • Observância dos padrões e ciclos da natureza e a conservação da biodiver- sidade como um todo. A prática da policultura e a manutenção das demais espécies são prioridades. • Criação de um sistema de baixo consumo energético e autossuficiente, recorrendo ao aproveitamento de fontes de energia limpas e renováveis, como os fluxos locais da água e do vento. • Organização do sistema de modo eficiente e racional, levando em consi- deração a disponibilidade e renovação dos recursos do ambiente e priori- zando o reaproveitamento ao descarte. • Prática da autorregulação, de acordo com os ciclos de reforço positivo e negativo verificados no ambiente, de forma a promover uma interação com a natureza e reconhecer os saberes das comunidades locais. • Incentivo à cooperação entre pequenos produ- tores, na forma de cooperativas agrícolas. As relações competitivas, nessa perspectiva, não são benéficas a ninguém. Agricultura integrada Nesta corrente se procura praticar uma agri- cultura da forma mais integrada possível com o ambiente natural, imitando a composição espa- cial das plantas encontradas nas matas natu- rais. Envolve o cultivo de plantas aliadas à produção de animais. Algumas vezes é referido como um sistema “agrosilvopastoril”, que busca integrar lavouras, com espécies florestais e pastagens e outros espaços para os animais, considerando os aspectos paisagísticos e energéticos. [...] SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Agricultura sustentável. São Paulo, 2014. (Cadernos de educação ambiental, 13). Disponível em: http://arquivos.ambiente.sp.gov.br/ cea/2014/11/13-agricultura-sustentavel1.pdf. Acesso em: 19 maio 2020. • Leia o texto e, com base nele e em seus conhecimentos sobre a realidade, identifique práticas de permacultura que visam à adaptação aos ambientes e às paisagens, levantando hipóteses que justifiquem sua utilização. Interpretar NÃO ESCREVA NO LIVRO Plantação de palma e maniçoba na Caatinga em sistema de permacultura no município de Cafarnaum (BA), 2019. Permacultura passo a passo. Rosemary Morrow. Editora Mais Calango, 2016. A autora aborda a permacultura, sistema criado pelos ecologistas australianos Bill Mollison (1928-2016) e David Holmgren (1955-) na década de 1970. O livro visa apresentar conceitos de vida sustentável ao leitor. Saber Reprodução/Editora Mais Calango Luciana Whitaker/Pulsar imagens 116 Os diversos sistemas de registro gráfico atrelados ao processo histórico da escrita foram, aos poucos, modificando as próprias civilizações em que surgiram. As formas de explicação da realidade começaram a ser propagadas, e áreas de conhecimento como a Matemática e a Filosofia ganharam condições para se estruturar. A técnica da escrita começou a se consagrar em importantes civilizações nas regiões próximas ao mar Mediterrâneo e à Mesopotâmia milênios antes de Cristo. Bem mais tarde, a partir do século VII a.C., com os gregos, a escrita, então acessível somente aos homens mais abastados, passou a ocupar lugar de destaque nas cidades-Estado. O historiador e antro- pólogo francês Jean-Pierre Vernant (1914-2007) nos alerta para o fato de que a Grécia experimentou, nesse período, uma relação paradoxal com a escrita: o prazer inerente à palavra falada se contrapunha à rigidez e à precisão de um texto capaz de reter o que está dito. Técnica e tecnologia Para o filósofo grego Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), a palavra grega tekhné, em sentido amplo, podia ser compreendida como “arte” e representava a forma imediata de contato com o mundo. Daí sua apropriação para traduzir algo que é produto do conhecimento adquirido da prática e da experiência direta, sem a necessidade de um discurso elaborado e sistematizado. A tekhné se referia aos saberes empíricos de uma cultura, passados entre gerações de maneira informal e oral, dos mais velhos para os mais jovens. Nessa época, as técnicas não dispunham de caráter científico, ou seja, não tinham uma explicação demonstrativa dos fenômenos por meio de metodologia e linguagem própria e sistematizada. A tecnologia é, portanto, a fusão entre técnica e estudo, que, com base em procedimentos técnicos e metodologias, passam a ser elaborados pelos conhecimentos científicos. Conceitos Código de Hamurabi, conjunto de 282 leis criadas pelo rei Hamurabi da Babilônia em 1792 a.C.-1750 a.C. Museu do Louvre, em Paris, França. Esse monumento foi encontrado em uma expedição arqueológica francesa em 1901, na região da antiga Mesopotâmia, e é um dos registros mais bem preservados de escrita cuneiforme. VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego. Tradução de Ísis Borges B. da Fonseca. Rio de Janeiro: Difel, 2002. Dima Moroz/Shutterstock 56 DIÁLOGOS NÃO ESCREVA NO LIVRO Leia um trecho do artigo do historiador e professor Luiz Marques a respeito da pandemia e a crise ambiental, e faça as atividades propostas. Serão as próximas zoonoses gestadas no Brasil? Na última década, as megacidades da Ásia do leste, principalmente na China, têm sido o principal “hotspot” de infecções zoonóticas. Não por acaso. Esses países estão entre os que mais perderam cobertura florestal no mundo em benefício do sistema alimentar carnívoro e globalizado. [...] No Brasil,a remoção de mais de 1,8 milhão de km2 da cobertura vegetal da Amazônia e do Cerrado nos últimos cinquenta anos, para converter suas magníficas paisagens naturais em zonas fornecedoras de carne e ração animal, em escala nacional e global, representa o mais fulminante ecocídio jamais perpetrado pela espécie humana. [...] O caos ecológico produzido pelo desmatamento [...] da área original da floresta, pela degradação do tecido flo- restal [...] e pela grande concentração de bovinos na região cria as condições para tornar o Brasil um “hotspot” das próximas zoonoses. Em primeiro lugar porque [...] entre os morcegos brasileiros, cujo habitat são sobretudo as florestas (ou o que resta delas), circulam pelo menos 3.204 ti- pos de coronavírus. Em segundo lugar porque, [...] o grupo taxonômico dos Artiodactyla (de casco fendido), ao qual pertencem os bois, hospedam, junta- mente com os primatas, mais vírus, potencialmente zoonóticos, do que seria de se esperar entre os grupos de mamíferos, incluindo os morcegos. [...] a pandemia intervém no momento em que o aquecimento global e todos os demais processos de degradação ambiental estão em acele- ração. [...] não é mais plausível esperar, passada a pandemia, um novo ciclo de crescimento econômico global e ainda menos nacional. Se algum crescimento voltar a ocorrer, ele será conjuntural e logo truncado pelo caos climático, ecológico e sanitário. [...] Não são mais atuais, portanto, em 2020, as variadas agendas desenvolvimentistas, típicas dos embates ideológicos do século XX. [...] Sobreviver requer, hoje, lutar por algo muito mais ambicioso [...] Supõe redefinir o próprio sentido e finalidade da atividade econômica, vale dizer, em última instância, redefinir nossa posição como sociedade e como espécie no âmbito da biosfera. MARQUES, Luiz. A pandemia incide no ano mais importante da história da humanidade. Serão as próximas zoonoses gestadas no Brasil? Unicamp, 5 maio 2020. www.unicamp.br/unicamp/noticias/2020/05/05/pandemia-incide-no-ano-mais-importante-da- historia-da-humanidade-serao-proximas. Acesso em: 20 jun. 2020. 1. Segundo o autor, quais regiões brasileiras estão propensas a se tornarem hotspots de novas pande- mias? Por quê? 2. Quais especificidades tornam a expansão indiscriminada da pecuária de bovinos um risco ainda maior para o surgimento de pandemias no Brasil? 3. Proponha pelo menos três resoluções que contribuiriam para redefinir as práticas socioeconômicas, considerando os impasses apresentados no texto. Compartilhe suas ideias com a sua turma, em uma discussão coletiva. Criação ilegal de cabeças de gado na terra indígena Uru-eu-wau-wau em Governador Jorge Teixeira (RO), 2019. Nas últimas décadas, grandes áreas da cobertura vegetal do país têm sido desmatadas para a pecuária e a monocultura. Conjuntural: que depende de certo contexto, geralmente uma situação de curto prazo. Ecocídio: destruição do ambiente planejada em larga escala ou exploração sistemática de recursos não renováveis. Hotspot: áreas com grande biodiversidade que sofreram grande perda da cobertura vegetal. Zoonótica: relativo à zoonose. Andre Dib/Pulsar Imagens 30 Seção que apresenta atividades em diversos formatos pensadas para auxiliar no trabalho com diferentes competências específicas e habilidades estabelecidas pela BNCC, como identificar, analisar e comparar fontes e narrativas, elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor argumentos, que possibilitem o compartilhamento de pontos de vistas, o diálogo e a reflexão. Uma página com atividades de edições recentes de avaliações oficiais para que você possa verificar como os temas trabalhados em sala de aula aparecem nessas provas, em especial no Enem. Apresenta uma proposta de projeto que aborda um tema relacionado aos capítulos da unidade por meio das metodologias de pesquisa (como revisão bibliográfica, análise documental, construção e uso de amostragens ou observação participante). Os projetos propostos permitem a valorização dos conhecimentos, da ciência e da argumentação com base em fatos, além de articular os conhecimentos construídos em sala de aula com a realidade vivida. Atividades que propõem o aprofundamento dos recursos que aparecem ao longo do capítulo, como textos em seus mais diversos gêneros, fotografias, obras de arte, mapas, gráficos, explorando suas regras de composição, significado e sentido. Recursos de linguagens variados (livros, filmes, podcasts, músicas, sites, obras de arte, etc.) para aprofundar temas abordados no capítulo e complementar seu repertório cultural e científico. Traz a indicação dos autores e obras que apresentam conceitos importantes para o trabalho com os temas propostos nos capítulos. Apresenta os significados de palavras destacadas no texto. Apresenta conceitos estruturantes das Ciências Humanas e de outras áreas do conhecimento, que devem ser conhecidos para o trabalho com os temas propostos.
  • 8. 6 Competências e habilidades da BNCC A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento oficial que define o con- junto de aprendizagens que os estudantes precisam desenvolver ao longo da Educação Básica, desde o início da Educação Infantil até o final do Ensino Médio. Dessa forma, a BNCC é norteadora para a formulação dos currículos escolares no Brasil. Esse conjunto de aprendizagens essenciais definido na BNCC corresponde a conhe- cimentos, competências e habilidades. Algumas dessas competências devem ser desenvolvidas durante todas as etapas da Educação Básica; outras especificamente em cada uma das etapas. No Ensino Mé- dio, essas competências e habilidades estão distribuídas por áreas de conhecimento. Nas aberturas dos capítulos do seu livro, você encontrará indicações de quais com- petências e habilidades estão sendo preferencialmente mobilizadas. Nas páginas a seguir, você conhecerá as dez competências gerais da Educação Bá- sicaetodasascompetênciasehabilidadesespecíficasdasáreasdeCiênciasHumanas e Sociais Aplicadas e as competências e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias e Ciências da Natureza e suas Tecnologias que serão trabalhadas neste livro. DeacordocomaBNCC,competênciassãoconhecimentos(conceitoseprocedimentos) mobilizadospararesolverdemandasdavidacotidiana,doexercíciodacidadaniaedomun- do do trabalho. Já as habilidades são capacidades práticas, cognitivas e socioemocionais. Aocompreenderoqueéesperadodesenvolvercomosprojetosdestaobra,vocêterá a chance de se apropriar melhor de seus estudos, reconhecendo um sentido em tudo aquilo que é proposto e, consequentemente, percebendo a aplicação que isso pode ter em seu cotidiano. Dessa forma, o seu protagonismo se manifestará também em relação à sua apren- dizagem. Se você tiver interesse, consulte o texto completo da BNCC no site: http://basenacional comum.mec.gov.br/.Acessoem:27jan.2020. Composição dos códigos das habilidades CADERNO BNCC O primeiro número indica a competência da área e os dois últimos indicam a habilidade relativa a essa competência. EM 13 CHS 101 Indica a etapa de Ensino Médio. Indica que a habilidade pode ser desenvolvida em qualquer série do Ensino Médio. Indica a área à qual a habilidade pertence.
  • 9. 7 Competências gerais da Educação Básica 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mun- do físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, in- cluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das dife- rentes áreas. 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico- -cultural. 4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escri- ta), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, ex- periências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluin- do as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pes- soal e coletiva. 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conheci- mentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mun- do do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo res- ponsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreenden- do-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazen- do-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza. 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
  • 10. 8 Competências específicas e habilidades de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas Competência específica 1 Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da plurali- dade de procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a com- preender e posicionar-se criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas em argumentos e fontes de natureza científica. Habilidades EM13CHS101 – Identificar, analisar e comparar diferentes fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos históricos, geográficos, políticos, econô- micos, sociais, ambientais e culturais. EM13CHS102 – Identificar, analisar e discutir as circunstâncias históricas, geográficas, políticas, econômicas, so- ciais, ambientais e culturais de matrizes conceituais (etnocentrismo, racismo, evolução, modernidade, cooperati- vismo/desenvolvimento etc.), avaliando criticamente seu significado histórico e comparando-as a narrativas que contemplem outros agentes e discursos. EM13CHS103–Elaborarhipóteses,selecionarevidênciasecomporargumentosrelativosaprocessospolíticos,eco- nômicos, sociais, ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização de dados e informações de diversas naturezas (expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos e geográficos, gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros). EM13CHS104 – Analisar objetos e vestígios da cultura material e imaterial de modo a identificar conhecimentos, valores,crençasepráticasquecaracterizamaidentidadeeadiversidadeculturaldediferentessociedadesinseridas no tempo e no espaço. EM13CHS105 – Identificar, contextualizar e criticar tipologias evolutivas (populações nômades e sedentárias, entre outras) e oposições dicotômicas (cidade/campo, cultura/natureza, civilizados/bárbaros, razão/emoção, material/ virtual etc.), explicitando suas ambiguidades. EM13CHS106 – Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica, diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais, incluindoasescolares,parasecomunicar,acessaredifundirinformações,produzirconhecimentos,resolverproble- mas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. Competência específica 2 Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços, mediante a compreensão das relações de poder que determinam as territorialida- des e o papel geopolítico dos Estados-nações. Habilidades EM13CHS201 – Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das mercadorias e do capital nos diversos con- tinentes, com destaque para a mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e povos, em função de eventos naturais, políticos, econômicos, sociais, religiosos e culturais, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em relação a esses processos e às possíveis relações entre eles. CADERNO BNCC
  • 11. 9 EM13CHS202 – Analisar e avaliar os impactos das tecnologias na estruturação e nas dinâmicas de grupos, povos e sociedades contemporâneos (fluxos populacionais, financeiros, de mercadorias, de informações, de valores éticos e culturais etc.), bem como suas interferências nas decisões políticas, sociais, ambientais, econômicas e culturais. EM13CHS203 – Comparar os significados de território, fronteiras e vazio (espacial, temporal e cultural) em diferen- tes sociedades, contextualizando e relativizando visões dualistas (civilização/barbárie, nomadismo/sedentarismo, esclarecimento/obscurantismo, cidade/campo, entre outras). EM13CHS204 – Comparar e avaliar os processos de ocupação do espaço e a formação de territórios, territorialida- des e fronteiras, identificando o papel de diferentes agentes (como grupos sociais e culturais, impérios, Estados Na- cionais e organismos internacionais) e considerando os conflitos populacionais (internos e externos), a diversidade étnico-cultural e as características socioeconômicas, políticas e tecnológicas. EM13CHS205 – Analisar a produção de diferentes territorialidades em suas dimensões culturais, econômicas, am- bientais, políticas e sociais, no Brasil e no mundo contemporâneo, com destaque para as culturas juvenis. EM13CHS206 – Analisar a ocupação humana e a produção do espaço em diferentes tempos, aplicando os princípios de localização, distribuição, ordem, extensão, conexão, arranjos, casualidade, entre outros que contribuem para o raciocínio geográfico. Competência específica 3 Analisar e avaliar criticamente as relações de diferentes grupos, povos e socieda- des com a natureza (produção, distribuição e consumo) e seus impactos econômi- cos e socioambientais, com vistas à proposição de alternativas que respeitem e pro- movam a consciência, a ética socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional, nacional e global. Habilidades EM13CHS301 – Problematizar hábitos e práticas individuais e coletivos de produção, reaproveitamento e descarte de resíduos em metrópoles, áreas urbanas e rurais, e comunidades com diferentes características socioeconômi- cas, e elaborar e/ou selecionar propostas de ação que promovam a sustentabilidade socioambiental, o combate à poluição sistêmica e o consumo responsável. EM13CHS302 – Analisar e avaliar criticamente os impactos econômicos e socioambientais de cadeias produtivas ligadas à exploração de recursos naturais e às atividades agropecuárias em diferentes ambientes e escalas de aná- lise, considerando o modo de vida das populações locais – entre elas as indígenas, quilombolas e demais comunida- des tradicionais –, suas práticas agroextrativistas e o compromisso com a sustentabilidade. EM13CHS303 – Debater e avaliar o papel da indústria cultural e das culturas de massa no estímulo ao consumismo, seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à percepção crítica das necessidades criadas pelo consu- mo e à adoção de hábitos sustentáveis. EM13CHS304 – Analisar os impactos socioambientais decorrentes de práticas de instituições governamentais, de empresasedeindivíduos,discutindoasorigensdessaspráticas,selecionando,incorporandoepromovendoaquelas que favoreçam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável. EM13CHS305 – Analisar e discutir o papel e as competências legais dos organismos nacionais e internacionais de regulação, controle e fiscalização ambiental e dos acordos internacionais para a promoção e a garantia de práticas ambientais sustentáveis. EM13CHS306 – Contextualizar, comparar e avaliar os impactos de diferentes modelos socioeconômicos no uso dos recursos naturais e na promoção da sustentabilidade econômica e socioambiental do planeta (como a adoção dos sistemas da agrobiodiversidade e agroflorestal por diferentes comunidades, entre outros)
  • 12. 10 Competência específica 4 Analisar as relações de produção, capital e trabalho em diferentes territórios, con- textos e culturas, discutindo o papel dessas relações na construção, consolidação e transformação das sociedades. Habilidades EM13CHS401 – Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos, classes sociais e sociedades com culturas distintas diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas formas de trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos. EM13CHS402 – Analisar e comparar indicadores de emprego, trabalho e renda em diferentes espaços, escalas e tempos, associando-os a processos de estratificação e desigualdade socioeconômica. EM13CHS403 – Caracterizar e analisar os impactos das transformações tecnológicas nas relações sociais e de trabalho próprias da contemporaneidade, promovendo ações voltadas à superação das desigualdades sociais, da opressão e da violação dos Direitos Humanos. EM13CHS404 – Identificar e discutir os múltiplos aspectos do trabalho em diferentes circunstâncias e contextos históricos e/ou geográficos e seus efeitos sobre as gerações, em especial, os jovens, levando em consideração, na atualidade, as transformações técnicas, tecnológicas e informacionais. Competência específica 5 Identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos. Habilidades EM13CHS501 – Analisar os fundamentos da ética em diferentes culturas, tempos e espaços, identificando proces- sos que contribuem para a formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a cooperação, a autonomia, o empreendedorismo, a convivência democrática e a solidariedade. EM13CHS502 – Analisar situações da vida cotidiana, estilos de vida, valores, condutas etc., desnaturalizando e pro- blematizando formas de desigualdade, preconceito, intolerância e discriminação, e identificar ações que promovam os Direitos Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às liberdades individuais. EM13CHS503 – Identificar diversas formas de violência (física, simbólica, psicológica etc.), suas principais vítimas, suas causas sociais, psicológicas e afetivas, seus significados e usos políticos, sociais e culturais, discutindo e ava- liando mecanismos para combatê-las, com base em argumentos éticos. EM13CHS504 – Analisar e avaliar os impasses ético-políticos decorrentes das transformações culturais, sociais, históricas, científicas e tecnológicas no mundo contemporâneo e seus desdobramentos nas atitudes e nos valores de indivíduos, grupos sociais, sociedades e culturas. CADERNO BNCC
  • 13. 11 Competência específica 6 Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes posições e fa- zendo escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liber- dade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. Habilidades EM13CHS601 – Identificar e analisar as demandas e os protagonismos políticos, sociais e culturais dos povos in- dígenas e das populações afrodescendentes (incluindo as quilombolas) no Brasil contemporâneo considerando a história das Américas e o contexto de exclusão e inclusão precária desses grupos na ordem social e econômica atual, promovendo ações para a redução das desigualdades étnico-raciais no país. EM13CHS602 – Identificar e caracterizar a presença do paternalismo, do autoritarismo e do populismo na política, na sociedade e nas culturas brasileira e latino-americana, em períodos ditatoriais e democráticos, relacionando-os com as formas de organização e de articulação das sociedades em defesa da autonomia, da liberdade, do diálogo e da promoção da democracia, da cidadania e dos direitos humanos na sociedade atual. EM13CHS603 – Analisar a formação de diferentes países, povos e nações e de suas experiências políticas e de exercíciodacidadania,aplicandoconceitospolíticosbásicos(Estado,poder,formas,sistemaseregimesdegoverno, soberania etc.). EM13CHS604 – Discutir o papel dos organismos internacionais no contexto mundial, com vistas à elaboração de uma visão crítica sobre seus limites e suas formas de atuação nos países, considerando os aspectos positivos e negativos dessa atuação para as populações locais. EM13CHS605 – Analisar os princípios da declaração dos Direitos Humanos, recorrendo às noções de justiça, igual- dade e fraternidade, identificar os progressos e entraves à concretização desses direitos nas diversas sociedades contemporâneas e promover ações concretas diante da desigualdade e das violações desses direitos em diferentes espaços de vivência, respeitando a identidade de cada grupo e de cada indivíduo. EM13CHS606 – Analisar as características socioeconômicas da sociedade brasileira – com base na análise de do- cumentos (dados, tabelas, mapas etc.) de diferentes fontes – e propor medidas para enfrentar os problemas identi- ficados e construir uma sociedade mais próspera, justa e inclusiva, que valorize o protagonismo de seus cidadãos e promova o autoconhecimento, a autoestima, a autoconfiança e a empatia.
  • 14. 12 Competências específicas e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias para o Ensino Médio COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 1 Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção de discursos nos diferen- tes campos de atuação social e nas diversas mídias,paraampliarasformasdeparticipação social, o entendimento e as possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo. HABILIDADES EM13LGG101 Compreender e analisar processos de produ- ção e circulação de discursos, nas diferentes linguagens, para fazer escolhas fundamentadas em função de interes- ses pessoais e coletivos. EM13LGG102 Analisar visões de mundo, conflitos de inte- resse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados nas diferentes mídias, ampliando suas possibi- lidades de explicação, interpretação e intervenção crítica da/na realidade. EM13LGG104 Utilizar as diferentes linguagens, levando em conta seus funcionamentos, para a compreensão e produ- ção de textos e discursos em diversos campos de atuação social. COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 2 Compreender os processos identitários, con- flitos e relações de poder que permeiam as práticas sociais de linguagem, respeitar as di- versidades, a pluralidade de ideias e posições e atuar socialmente com base em princípios e valores assentados na democracia, na igual- dade e nos Direitos Humanos, exercitando a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, e combatendo preconceitos de qualquer natureza. HABILIDADES EM13LGG201 Utilizar adequadamente as diversas lingua- gens (artísticas, corporais e verbais) em diferentes contex- tos, valorizando-as como fenômeno social, cultural, históri- co, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso. EM13LGG202 Analisar interesses, relações de poder e pers- pectivas de mundo nos discursos das diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e verbais), para compreen- der o modo como circulam, constituem-se e (re)produzem significação e ideologias. COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 3 Utilizar diferentes linguagens (artísticas, cor- porais e verbais) para exercer, com autonomia e colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva, de forma crítica, criativa, ética e solidária, defendendo pontos de vista que respeitem o outro e promovam os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável, em âmbito local, regio- nal e global. HABILIDADES EM13LGG301 Participar de processos de produção individual e colaborativa em diferentes linguagens (artísticas, corpo- rais e verbais), levando em conta seus funcionamentos, para produzir sentidos em diferentes contextos. EM13LGG302 Posicionar-se criticamente diante de diversas visões de mundo presentes nos discursos em diferentes linguagens, levando em conta seus contextos de produção e de circulação. EM13LGG303 Debater questões polêmicas de relevância social, analisando diferentes argumentos e opiniões, para formular, negociar e sustentar posições, frente à análise de perspectivas distintas. EM13LGG305 Mapear e criar, por meio de práticas de lingua- gem, possibilidades de atuação social, política, artística e cultural para enfrentar desafios contemporâneos, discutin- do princípios e objetivos dessa atuação de maneira crítica, criativa, solidária e ética. COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 5 Compreender os processos de produção e ne- gociação de sentidos nas práticas corporais, reconhecendo-as e vivenciando-as como for- mas de expressão de valores e identidades, em uma perspectiva democrática e de respeito à diversidade. HABILIDADES EM13LGG502 Analisar criticamente preconceitos, estereóti- pos e relações de poder subjacentes presentes nas práticas corporais, adotando posicionamento contrário a qualquer manifestação de injustiça e desrespeito a direitos humanos e valores democráticos. CADERNO BNCC
  • 15. 13 COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 6 Apreciar esteticamente as mais diversas pro- duções artísticas e culturais, considerando suas características locais, regionais e glo- bais, e mobilizar seus conhecimentos sobre as linguagens artísticas para dar significado e (re)construir produções autorais individuais e coletivas, exercendo protagonismo de maneira crítica e criativa, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas. HABILIDADES EM13LGG601 Apropriar-se do patrimônio artístico de diferentes tempos e lugares, compreendendo a sua diversidade, bem como os processos de legitimação das manifestações artísticas na sociedade, desenvolvendo visão crítica e histórica. EM13LGG603 Expressar-se e atuar em processos de criação au- torais individuais e coletivos nas diferentes linguagens artísticas (artes visuais, audiovisual, dança, música e teatro) e nas inter- secçõesentreelas,recorrendoareferênciasestéticaseculturais, conhecimentos de naturezas diversas (artísticos, históricos, so- ciais e políticos) e experiências individuais e coletivas. EM13LGG604 Relacionar as práticas artísticas às diferentes di- mensões da vida social, cultural, política, histórica e econômica eidentificaroprocessodeconstruçãohistóricadessaspráticas. COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 7 Mobilizar práticas de linguagem no universo di- gital, considerando as dimensões técnicas, crí- ticas, criativas, éticas e estéticas, para expandir as formas de produzir sentidos, de engajar-se empráticasautoraisecoletivas,edeaprendera aprender nos campos da ciência, cultura, traba- lho, informação e vida pessoal e coletiva. HABILIDADES EM13LGG702Avaliaroimpactodastecnologiasdigitaisdainforma- ção e comunicação (TDIC) na formação do sujeito e em suas prá- ticas sociais, para fazer uso crítico dessa mídia em práticas de se- leção,compreensãoeproduçãodediscursosemambientedigital. EM13LGG703 Utilizar diferentes linguagens, mídias e ferramen- tas digitais em processos de produção coletiva, colaborativa e projetos autorais em ambientes digitais. Competências específicas e habilidades de Matemática e suas Tecnologias para o Ensino Médio COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 1 Utilizar estratégias, conceitos e procedi- mentos matemáticos para interpretar situa- ções em diversos contextos, sejam ativida- des cotidianas, sejam fatos das Ciências da Natureza e Humanas, das questões socioe- conômicas ou tecnológicas, divulgados por diferentes meios, de modo a contribuir para uma formação geral. HABILIDADES EM13MAT101 Interpretar criticamente situações econômicas, sociais e fatos relativos às Ciências da Natureza que envolvam a variação de grandezas, pela análise dos gráficos das funções representadas e das taxas de variação, com ou sem apoio de tec- nologias digitais. EM13MAT102 Analisar tabelas, gráficos e amostras de pesqui- sas estatísticas apresentadas em relatórios divulgados por dife- rentes meios de comunicação, identificando, quando for o caso, inadequações que possam induzir a erros de interpretação, como escalas e amostras não apropriadas. CompetênciasespecíficasehabilidadesdeCiências da Natureza e suas Tecnologias para o Ensino Médio COMPETÊNCIA ESPECÍFICA 3 Investigar situações-problema e avaliar apli- cações do conhecimento científico e tecnoló- gico e suas implicações no mundo, utilizando procedimentos e linguagens próprios das Ciências da Natureza, para propor soluções que considerem demandas locais, regionais e/ou globais, e comunicar suas descobertas e conclusões a públicos variados, em diversos contextos e por meio de diferentes mídias e tecnologias digitais de informação e comuni- cação (TDIC). HABILIDADES EM13CNT301 Construir questões, elaborar hipóteses, previsões e estimativas, empregar instrumentos de medição e representar e interpretar modelos explicativos, dados e/ou resultados experi- mentais para construir, avaliar e justificar conclusões no enfren- tamento de situações-problema sob uma perspectiva científica. EM13CNT302 Comunicar, para públicos variados, em diversos contextos, resultados de análises, pesquisas e/ou experimen- tos, elaborando e/ou interpretando gráficos, tabelas, símbolos, códigos, sistemas de classificação e equações, por meio de dife- rentes linguagens, mídias, tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC), de modo a participar e/ou promover deba- tes em torno de temas científicos e/ou tecnológicos de relevân- cia sociocultural e ambiental.
  • 16. 14 SUMÁRIO Caderno BNCC 6 Capítulo 1 Epidemias e a exploração da natureza ....... 18 Nós, os microrganismos e o meio ambiente................................ 20 Os microrganismos e a questão ambiental no mundo globalizado............ 21 Enfrentando doenças transmissíveis............................................................. 22 Epidemias e pandemias na Antiguidade e na Idade Média.................................................................................. 25 Epidemias e pandemias na história: do século XV ao XXI......... 26 Europa: da conquista da América à industrialização .................................... 26 Séculos XX e XXI – tempos de mais epidemias.............................................. 27 A natureza como recurso................................................................... 31 Cultura e natureza............................................................................................. 31 Diferentes concepções de natureza............................................................... 32 Exploração dos recursos naturais e impactos ambientais.......................................................................... 34 Extrativismo mineral......................................................................................... 34 Extrativismo vegetal......................................................................................... 36 Agricultura moderna e impactos socioambientais..................... 37 A agricultura empresarial ................................................................................ 38 Principais problemas ambientais urbanos................................... 42 Produção e descarte de resíduos ................................................................... 42 Poluição atmosférica........................................................................................ 45 Principais problemas ambientais globais..................................... 46 O aquecimento global e as mudanças climáticas ......................................... 46 Capítulo 2 Cultura no mundo contemporâneo ............. 52 Cultura..................................................................................................... 54 Comunicação e escrita...................................................................................... 55 A cultura na modernidade ................................................................. 60 Cultura de massa............................................................................................... 60 Indústria cultural............................................................................................... 62 Apropriação cultural.......................................................................................... 65 Diferentes culturas.............................................................................. 67 Cultura e juventudes......................................................................................... 67 • Prática O funk: dos bailes ao estrelato............................................. 78 Capítulo 3 Conferências, acordos e desenvolvimento sustentável...................... 86 A interação humana com a natureza e a importância do meio ambiente..................................................... 88 O Antropoceno.................................................................................................... 88 O ser humano e sua relação com a natureza 1 UNIDA D E 16 Alternativas para o desenvol­ vimento 2 UNIDA D E 84 Subash Shrestha/Pacific Press/LightRocket via Getty Images
  • 17. 15 A questão ambiental ganha importância....................................................... 90 Contradições do desenvolvimentismo........................................................... 91 Conferências e acordos internacionais......................................... 92 Conferência Estocolmo-72............................................................................... 92 Relatório Brundtland......................................................................................... 93 Rio-92.................................................................................................................. 94 Rio+10 e Rio+20................................................................................................ 95 Protocolo de Kyoto ............................................................................................ 95 Conferências das Partes e Acordo de Paris.................................................... 97 Legislação ambiental brasileira e órgãos de fiscalização........................................................................ 99 Código Florestal................................................................................................. 101 Unidades de conservação................................................................................ 102 O desenvolvimento sustentável...................................................... 105 A inviabilidade ambiental do atual modelo de desenvolvimento ................ 105 A sustentabilidade............................................................................................. 106 A origem do conceito de desenvolvimento sustentável............................... 108 Colocando em prática o desenvolvimento sustentável ............................... 108 Agricultura, extrativismo e sustentabilidade............................... 110 Agricultura sustentável .................................................................................... 110 O caminho da Agroecologia.............................................................................. 114 Os “três erres”........................................................................................ 117 Reduzir................................................................................................................ 117 Reutilizar ............................................................................................................ 117 Reciclar............................................................................................................... 117 Capítulo 4 Ética ambiental ........................................... 122 A relação entre a sociedade e a natureza ..................................... 124 O pensamento antropocêntrico....................................................................... 124 Afinal, o que é ética ambiental?....................................................... 127 Dilemas éticos ambientais............................................................................... 128 Biotecnologia, há limites?................................................................................ 129 Problemas semelhantes, diferentes consequências.................................... 130 O despontar da visão ecológica....................................................... 132 O movimento ambientalista............................................................................. 133 O socioambientalismo........................................................................ 138 Ativistas de perspectiva socioambiental ....................................................... 138 Os saberes dos povos e comunidades tradicionais................... 141 Povos e comunidades tradicionais do Brasil.................................................. 143 A inviabilidade do modelo consumista.......................................... 145 Corporações e consumo................................................................................... 145 Para além da reciclagem .................................................................................. 147 • Prática Lixonaescola:transformandoresíduosorgânicosemadubo.... 152 Christophe Simon/AFP Referências bibliográficas comentadas 158
  • 18. O ser humano e sua relação com a natureza Contexto 1 UNIDA D E com a natureza com a natureza com a natureza o o o a a com a natureza a com a natureza a com a natureza o o o za za a a o o o z z z z A necessidade de isolamento social forçado imposta pela pandemia da Covid-19 para bilhões de pessoas em todo o mundo teve como uma de suas consequências a redução dos deslocamentos em veículos automotores e do consumo de bens e serviços, o que colateralmente acabou por evidenciar os impactos ambientais que essas atividades provocam. Leia o texto a seguir, que trata da relação entre o isolamento social durante a pandemia e o meio ambiente, e responda às questões propostas. Pandemia e Meio Ambiente: Impactos momentâneos ou nova normalidade? Desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de pandemia para a Covid-19, diversas tentativas de conter a disseminação do vírus foram propostas e implemen- tadas, como, por exemplo, o isolamento social da população. A baixa atividade humana dos últimos meses gerou uma série de consequências e impactos, e, no tangente ao meio ambiente, muitas das mudanças foram positivas. O professor do Programa de Pós-graduação em Ecologia, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Fabrício Alvim Carvalho, afirma que as medidas de quarentena são positivas não só para a sociedade, mas para a fauna e flora silvestres. [...] Imagens de satélite mostram que a pandemia do coronavírus está temporariamente dimi- nuindo níveis de poluição do ar ao redor do mundo. Especialistas apontam a quarentena como o evento de maior escala já registrado em termos de redução de emissões industriais. [...] Essas mudanças ambientais, no entanto, são de teor temporário. São alterações de curto prazo, dependentes do que está acontecendo atualmente, sem uma garantia de durabilidade, conforme explica Carvalho. “Tenho uma visão muito cética e realista quanto aos problemas ambientais da humanidade. Eu não acredito, enquanto especialista, que essa pandemia será o suficiente para romper esse paradigma de consumo exagerado, que é a principal causa de de- gradação da natureza”, observa. [...] UFJF Notícias. Pandemia e Meio Ambiente: Impactos momentâneos ou nova normalidade? Pesquisa e Inova•‹o, 24 abr. 2020. Disponível em: www2.ufjf.br/noticias/2020/04/24/pandemia-e-meio- ambiente-impactos-momentaneos-ou-nova-normalidade/. Acesso em: 9 jun. 2020. 1. O que causou a redução dos impactos ambientais durante a epidemia da Covid-19? 2. O professor entrevistado considera viável manter a redução dos impactos ambientais dessa for- ma? Você concorda ou não com ele? 3. Você acha que seria possível manter os ganhos ambientais evidenciados pelo isolamento social após a pandemia? Veja respostas e orientações no Manual do Professor. ESSE TEMA SERÁ RETOMADO NA SEÇÃO PRÁTICA NÃO ESCREVA NO LIVRO 16
  • 19. Devido à quarentena global para impedir a propagação do novo coronavírus em 2020, quando a diminuição da atividade industrial e da circulação de pessoas foi expressiva, cidades habitualmente poluídas passaram a apresentar céu e ar mais limpos. É o caso de Katmandu, capital do Nepal. Na fotografia, mulher trabalha carregando grama em um cenário no qual se pode avistar a cordilheira do Himalaia, cadeia montanhosa que se estende por cinco países asiáticos, entre eles o Nepal, e abriga várias das mais altas montanhas do mundo. Em períodos de atividade econômica normal, visualizar essas montanhas a partir de Katmandu seria impossível. Subash Shrestha/Pacific Press/LightRocket via Getty Images 17
  • 20. Leia a seguir o texto de Angela Welters e Ju- nior Garcia, professores do departamento de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), no qual destacam a relação entre o meio ambiente e a sociedade diante da pande- mia declarada pela Organização Mundial da Saú- de (OMS) em 2020. Pandemia, meio ambiente e a sociedade A pandemia da Covid-19 revelou a fragili- dade da sociedade e de seu sistema econômi- co e social em fazer frente a eventos comple- xos e [de] grande escala, os quais podem ocor- rer com mais frequência conforme sinalizam os relatórios do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e do IPCC (The International Panel on Climate Change). Ape- sar dos alertas do IPCC e dos pesquisadores, quanto à ocorrência de eventos climáticos extremos e aos efeitos da degradação da qua- lidade ambiental, parece que a sociedade e o sistema econômico e social simplesmente se mostram alheios e indiferentes. [...] Os surtos de doenças infecciosas transfe- ridas de animais para humanos, por exemplo, revelam outra interface da relação socieda- de-meio ambiente-economia, os quais têm chamado a atenção internacional nos últi- mos tempos. No período recente a sociedade Contexto Epidemias e a exploração da natureza 1 OBJETIVOS • Entender o elo entre os ambientes natural e social, facilitador de contatos com agentes infecciosos. • Conhecer os desdobramentos de algumas das mais importantes epidemias e pandemias. • Entender a urgência da redução das desigualdades sociais e valorizar a ciência . • Conhecer os conceitos de natureza, ambiente e meio ambiente e aplicá-los adequadamente. • Admitir noções diferentes em relação à natureza, conforme a época, a sociedade e a atuação social. • Avaliar as consequências socioambientais da exploração dos recursos naturais. • Identificar a dinâmica da agricultura moderna e as consequências socioambientais dessa atividade. • Compreender a dinâmica econômica que leva à produção e ao descarte de resíduos. • Saber o que é poluição, seus tipos e consequências. • Entender o efeito estufa como causa do aquecimento global, responsável pelas mudanças climáticas. JUSTIFICATIVA Os desequilíbrios na relação sociedade-natureza têm crescido devido ao maior consumo de recursos naturais e da interferência humana em vários ecossistemas. Além disso, a expansão econômica mundial e o aumento do fluxo de pessoas favoreceram a dispersão de microrganismos, deflagrando epidemias e pandemias; sabe-se que mudanças ambientais também influem no surgimento de zoonoses. Consumir em excesso aumenta a produção de resíduos poluidores dos solos, das águas e do ar. Crescentes impactos socioambientais ameaçam o modelo de desenvolvimento predominante. A elevação da temperatura média do planeta está provocando mudanças climáticas severas. É preciso conhecer esses problemas para melhor enfrentá-los. COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DA BNCC • Competências gerais da Educação Básica: CG1, CG2, CG3, CG4, CG5, CG6, CG7, CG8 e CG10. • Competências e habilidades específicas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas: Competência 1: EM13CHS101, EM13CHS103, EM13CHS105 e EM13CHS106; Competência 2: EM13CHS206; Competência 3: EM13CHS301, EM13CHS302, EM13CHS304 e EM13CHS305. • Competências e habilidades específicas de Ciências da Natureza e suas Tecnologias: Competência 1: EM13CNT104 e EM13CNT105; Competência 2: EM13CNT203 e EM13CNT206; Competência 3: EM13CNT309. TEMAS CONTEMPORÂNEOS TRANSVERSAIS Meio ambiente • Educação ambiental • Educação para o consumo Saúde • Saúde C A P Í T U L O C A P Í T U L O NÃO ESCREVA NO LIVRO 18
  • 21. já vivenciou surtos de Ebola, gripe aviária, gripe suína (H1N1), Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), Síndrome Respiratória Aguda Sú- bita (SARS), vírus do Nilo Ocidental, Zikavírus, entre outros. Contudo, ne- nhum desses surtos de doenças infecciosas alcançou a magnitude dos impactos sociais e econômicos da epidemia (pandemia) do novo coro- navírus, a Covid-19. Talvez os surtos infecciosos anteriores tenham sido apenas um ensaio para o que estava por vir. [...] O que ainda não tem sido incluído na devida medida neste debate são as mudanças sociais e econômicas necessárias para recuperar e proteger os ecossistemas. Está claro que dependemos do meio ambiente, e não o contrário, e que as crises recentes enfrentadas pela sociedade têm uma importante interface ecológica. [...] Estudo do PNUMA de 2016 já mostrava que “60% de todas as doenças infecciosas emergentes nos seres humanos são zoonóticas e estão intima- mente ligadas à saúde dos ecossistemas”. As perdas florestais na África Ocidental seriam a causa do surto de Ebola, uma vez que as cidades ou assentamentos humanos se aproximam cada vez mais da vida selvagem. As criações intensivas de aves e suínos estariam conectadas a outros sur- tos, bem como o comércio de animais selvagens [...]. [...] Até quando a sociedade e o nosso sistema social e econômico supor- tarão as crises ecológicas, sociais, econômicas e [de] saúde? [...] É isto que deixaremos de legado para as futuras gerações? WELTERS, Angela; GARCIA, Junior. Pandemia, meio ambiente e a sociedade. ((o eco)), 23 abr. 2020. Disponível em: www.oeco.org.br/colunas/colunistas-convidados/pandemia- meio-ambiente-e-a-sociedade/. Acesso em: 30 maio 2020. Profissionais da área da saúde monitoram pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um Hospital de Campanha construído para atender vítimas da Covid-19. Manaus (AM), 2020. Sandro Pereira/Fotorena/www.fotoarena.com.br 1. Por que as transformações ambientais influenciam o surgimento de mi- crorganismos? 2. Dê exemplos de problemas ambientais que confirmam a relação entre meio ambiente e pandemias. 3. Escreva um pequeno texto dissertativo-argumentativo respondendo às duas perguntas feitas pelos autores no último parágrafo do texto. Veja respostas e orientações no Manual do Professor. 19
  • 22. Nós, os microrganismos e o meio ambiente Desde as épocas mais remotas, a humanidade viveu contaminações por microrganismos, incluindo as primeiras migrações dos Homo sapiens, há mais de 100 mil anos, que partiram da África e se difundiram em diversas áreas do planeta. O estudo do material genético dos microrganismos mostra que os pri- meiros hominídeos não estavam sós. Vírus ancestrais do herpes labial e genital humano os acompanhavam e saltaram para as próximas espécies que surgiriam enquanto as anteriores se extinguiam. Os vírus seguiam firmes nas novas espécies emergentes. Saltaram e evoluíram nos Austra- lophitecus, nos Homo erectus, Homo ergaster, Homo habilis e assim por diante, até chegarem ao homem moderno africano. UJVARI, Stefan Cunha. A história da disseminação dos microrganismos. Estudos avan•ados, São Paulo, v. 22, n. 64, p. 172, dez. 2008. Disponível em: www.scielo.br/pdf/ea/v22n64/a11v2264.pdf. Acesso em: 3 jun. 2020. Ao longo da história, os contatos e as inter-relações entre os povos du- rante a expansão humana pelos continentes levaram a surtos de doenças, que muitas vezes se disseminaram pela coletividade e alcançaram diferen- tes grupos, deixando rastros de morte e sofrimento. Situações como essas foram ocasionadas pelo fato de haver aglomerações populacionais em dife- rentes regiões do mundo e desconhecimento de formas de prevenção. Doenças infecciosas Surgimento de impérios com amplos territórios. Exércitos de conquistadores. Integração globalizada: transportes e mercadores. Ampliação progressiva de intercâmbio Disseminação das doenças infecciosas Meio ambiente A destruição de habitat naturais na expansão de zonas habitadas expõe os seres humanos a vírus desconhecidos. Hábito cultural de consumir animais selvagens aumenta o contato com novos microrganismos. A criação de animais confinados pode vir a ser outro risco. Meio ambiente As mudanças no clima e na temperatura do planeta podem levar ao surgimento de novos vírus, que podem sofrer mutações genéticas para se adaptarem às novas condições ambientais. 1. As contaminações infecciosas só surgiram recentemente na história do Brasil? 2. Quais fatores explicam a disseminação de surtos de doenças? 3. Considerando a situação regional e nacional: estamos, de modo geral, contendo ou impulsionando contaminações? 4. Que atitudes individuais preventivas devem ser adotadas para evitar a contaminação por vírus, bactérias e protozoários? Dê exemplos. Veja respostas e orientações no Manual do Professor. Interpretar NÃO ESCREVA NO LIVRO 20
  • 23. Os microrganismos e a questão ambiental no mundo globalizado Nos últimos séculos, caracterizados pelo aumento crescente da mundiali- zação, as contaminações tornaram-se mais comuns e mais fáceis de serem disseminadasentreospaíses,pormeiodatransmissãodedoenças,gerando epidemias e pandemias. Uma das consequências da globalização, processo bem mais recente, é a interação entre práticas costumeiras locais e a econo- mia globalmente integrada: por exemplo, o fato de animais muito próximos aos seres humanos serem usados como alimento, sendo eles portadores de vírus, bactérias e fungos, embora imunes a eles, fez com que se tornassem o meio de difusão de diferentes microrganismos que passaram a potencializar novas epidemias e/ou pandemias. Quando qualquer um de nós consome carne, madeira, combustíveis fósseis ou minerais estratégicos, estamos colocando ecossistemas natu- rais sob pressão e aumentando a probabilidade de que um vírus perigoso chegue aos humanos. Basta ter um celular. Os aparelhos que usamos con- têm metais obtidos a partir do coltano, um mineral existente no leste da República Democrática do Congo. A mineração do coltano faz que muita gente acabe tendo contato com animais que são reservatórios do vírus Ebola, ou de outros vírus potencialmente letais. QUAMMEN, David. Autor de ‘Contágio’ diz que pecuária, tráfico de animais e até celular elevam riscos de novos vírus. [Entrevista cedida a] Reinaldo José Lopes. Folha de S.Paulo, São Paulo, 13 maio 2020. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/05/autor-de-contagio- diz-que-pecuaria-trafico-de-animais-e-ate-celular-elevam-riscos-de-novos-virus.shtml. Acesso em: 5 jun. 2020. Atualmente, questões sanitárias e ambientais têm imposto enormes de- safios à sociedade. Em 2020, o desafio foi a pandemia da Covid-19 (“doen- ça do coronavírus 2019”, em inglês), causada por um tipo de coronavírus, o sars-cov-2 (forma abreviada em inglês de “síndrome respiratória aguda gra- ve de coronavírus 2”). Estudos apontam que o surto teve início na cidade de Wuhan, província de Hubei, na República Popular da China, em dezembro de 2019. No Brasil, ao que tudo indica, a Covid-19 chegou em fevereiro de 2020, vinda da Europa, e juntou-se a outras doenças infecciosas recorrentes, como febre amarela (urbana e rural), zika, chikungunya, influenza, cólera, leptos- pirose, meningite meningocócica, sarampo, malária, dengue, aids e outras. A Covid-19 trouxe à tona discussões relacionadas a questões ambientais, como poluição, aquecimento global, queimadas, desmatamentos, entre ou- tros problemas da relação en- tre seres humanos e natureza. A expansão das populações por diversos ecossistemas, onde são encontrados novos agentes infecciosos, favorece o surgimento de infecções de origem viral. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o processo de desflorestamento na Amazônia cresceu 108% em janeiro de 2020, em comparação com o ano anterior. Na foto, área em Poconé (MT), na Amazônia Legal. Epidemia: doença infecciosa que surge em um local e se espalha rapidamente por um país ou região, atingindo escala regional. A palavra tem origem grega: epidemía (“estadia, permanência em um país ou região”). Pandemia: doença infecciosa que se espalha por outros países e continentes, atingindo escala mundial. O prefixo grego pan pode ser traduzido como “todos”, “totalidade”. Ecossistema Ambiente composto da interação de todos os elementos vivos (organismos) e não vivos (ar, solo, água) que estão em determinada área. Além disso, implica autossuficiência e, portanto, a existência de organismos produtores de matéria e energia, e de consumidores e decompositores. Conceitos Cesar Diniz/Pulsar Imagens 21
  • 24. Enfrentando doenças transmissíveis Osmicrorganismosunicelulares,comoasbactériaseosprotozoários, surgiramhácercade3,5bilhõesdeanos,épocadegrandestransfor- maçõesnoplanetaTerra.Bemmaistarde,porvoltade600milhões de anos atrás, surgiram os organismos multicelulares, como os vermes, que se adaptaram ao ambiente terrestre. Ao longo do tempo, esses microrganismos sofreram diferentes mutações enquantosurgiamnovasespécies,comooshominídeos. As doenças infecciosas existem desde o surgimento dos hominídeos. Entretanto, foi apenas a partir do século XIX que as pesquisas e os estudos científicos começaram a apresen- tar resultados para o combate às infecções. Durante o século XX e no início deste século, as formas de tratamento se tornaram cada vez mais eficazes, porém ainda podem aparecer novos agentes causadores de doenças e ocorrer surtos de contaminação. A descoberta de substâncias antibióticas contra as bactérias e o desen- volvimento de drogas antivirais e de vacinas contribuíram para o avanço conseguido até o momento. As diversas pesquisas em andamento na área das Ciências Biológicas também colaboram para melhor compreensão e tratamento das doenças transmissíveis, redução dos danos causados pela malária e descoberta de vacinas cada vez mais eficazes contra varíola, sa- rampo, caxumba, rubéola, catapora, influenza, etc. Os avanços da área médica e a evolução da estrutura técnico-científica nas últimas décadas foram fundamentais para o enfrentamento das emer- gências de saúde e para o desenvolvimento da sociedade e da ordem eco- nômica. Ainda assim, grande parcela da população mundial não tem aces- so à assistência médica por causa de seu alto custo e da elevada procura pelo sistema público de saúde. A OMS e a Organização das Nações Unidas (ONU), associadas com centros de pesquisa cien- tífica de vários países, definiram os objetivos prio- ritários para implementar medidas preventivas de controledadisseminaçãodedoenças.Essasações objetivam descobrir com rapidez os patógenos que surgemeacompanharaevoluçãodasdoençasque causam, assim como buscar formas de combatê- -las,pormeiodacriaçãodevacinasoudeaplicação de remédios já existentes. Em 2005, com a finalidade de garantir o inter- câmbio de informações entre a OMS e os países que a compõem, foi aprovado o Regulamento Sa- nitário Internacional (RSI), que tem o propósito de prevenirecontrolarapropagaçãomundialdedoen- ças e seus agentes causadores. Assim, foram defi- nidascomoaçõesprioritáriasdetectarecomunicar © The British Library Board/Leemage/Brid g e m a n I m a g e s / E a s y p i x B r a s il Reprodução da placa de Petri do experimento do bacteriologista britânico Alexander Fleming (1881-1955). A penicilina, substância empregada no desenvolvimento dos primeiros antibióticos, foi descoberta por Fleming em 1928, ao observar que bactérias numa placa morriam ao contato com uma colônia de fungos do gênero Penicilium. Os antibióticos foram fundamentais para o desenvolvimento da medicina do século XX e a cura de diversas doenças. Doença transmissível É qualquer doença causada pela transmissão de um agente infeccioso específico ou de seus produtos tóxicos. Pode ser transmitida diretamente, por uma pessoa ou um animal infectado, ou indiretamente, por meio de um hospedeiro intermediário, de natureza vegetal ou animal, de um vetor ou do ambiente inanimado. Novas doenças transmissíveis podem ocorrer em razão de mudanças ou evolução dos organismos existentes. Elas podem propagar-se por áreas que passam por mudanças ecológicas (por exemplo, desmatamento ou reflorestamento), que aumentam a exposição humana a insetos, animais ou fontes ambientais que abrigam agentes infecciosos novos ou não usuais. Conceitos 22
  • 25. Instrumento de decisão para avaliação e notificação de eventos que podem constituir uma emergência de saúde de importância internacional o nível de gravidade e a repercussão em saúde pú- blica, se o evento é inesperado ou raro, o risco de propagaçãointernacionaleoriscodeimposiçãode restrição a viagens de comércio. Parafortaleceravigilânciaemsaúdeinternacio- nal, todos os países-membros, incluindo o Brasil, assumiram o compromisso de cumprir as ações estabelecidas pelo RSI. Essa vigilância é mais difícil nos países menos desenvolvidos. Neles, as desigualdades sociais são evidentes:oíndicedepobrezaéelevado,partedapo- pulação não tem acesso a serviços de saneamento básico e geralmente o sistema de saúde e a rede de assistênciahospitalarsãoprecáriosedeficientes. No caso do Brasil, merece destaque o Sistema Único de Saúde (SUS), sistema público e universal que garante atendimento gratuito a todos os cida- dãos, independentemente das condições sociais. É considerado referência internacional, apesar de suas enormes limitações orçamentárias, de suas carênciasedificuldadespolíticaseadministrativas. As conferências internacionais também são importantes para o desenvolvimento das pesqui- sas científicas sobre doenças infecciosas. Esses Fonte: elaborado com base em ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Módulos de princípios de Epidemiologia para o controle de enfermidades. Módulo 4: vigilância em saúde pública. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde; Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: www.paho.org/bra/index.php?option=com_ docman&view=download&category_slug=informacao-e-analise-saude-096&alias=952-modulos-principios-epidemiologia-para-controle-enfermidades-mopece- modulo-4-2&Itemid=965. Acesso em: 26 maio 2020. Repercussão em saúde pública é grave? Notificar o evento sob o Regulamento Sanitário Internacional. Doença de notificação Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Não Não Não Não Não Não Evento inesperado? Risco de propagação internacional? Evento inesperado? Risco de propagação internacional? Risco de restrições internacionais? Reavaliar com base em novos dados. • Discutam sobre o tema organismos públicos de saúde na região da escola ou de moradia, seja no bairro, seja na cidade. A conversa pode ser guiada pelas seguintes questões: a) Como vocês avaliam o papel deles na pandemia recente? Eles foram atuantes na saúde do bairro? b) Quais são as experiências vividas (suas, de familiares, amigos ou conhecidos) em tais centros de saúde e/ou hospitais? c) É preciso melhorar o atendimento em tais locais? De que forma? Veja respostas e orientações no Manual do Professor. Conversa NÃO ESCREVA NO LIVRO encontros servem para comunicar e difundir infor- mações e novos conhecimentos, apresentar diver- sos estudos em andamento sobre saúde e meio ambiente, além de reforçar a importância de unir esforços para combater essas doenças. Soma-se a issoaatuaçãoconjuntaderepresentantesdeEsta- dos com o propósito de debater as ações necessá- rias, assim como estabelecer metas e objetivos a seremalcançadosparareduzirosefeitosdasdoen- ças na sociedade. 23
  • 26. CONEXÕES CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS NÃO ESCREVA NO LIVRO 24 Como são feitas as vacinas? A forma mais comum de vacina é a injeção de formas enfraquecidas ou mortas dos microrganismos causadores de uma doença. Uma vez dentro do nosso corpo, esses antígenos induzem respostas imunológicas, gerando an- ticorpos. Dessa forma, se o indivíduo for infectado pelo patógeno ativo, seu corpo já terá a memória imune, ou seja, os anticorpos específicos para com- bater o invasor, evitando o desenvolvimento da doença. Em alguns casos, é injetada a toxina que certo microrganismo produz, causadora da doença, e a vacina atua em sua neutralização. Quando a doen- ça se origina da quantidade do vírus no organismo, a vacina visa impedir sua multiplicação. As vacinas são produzidas de acordo com a ação do vírus no corpo e, por isso, são específicas para cada doença. O princípio da vacinação consis- te, portanto, em “ensinar” o sistema imunológico a combater a doença – através do uso controlado dos micror- ganismos causadores de doenças, ou suas toxinas – de modo que ele saiba como se defender do patógeno. No Brasil, temos um calendário na- cional de vacinação que determina a vacina que deve ser tomada conforme cada idade. Todas podem ser encontra- das na Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima. Veja respostas e orientações no Manual do Professor. Patógeno: agente direta ou indiretamente causador de doença. Cartaz de divulgação da campanha de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS), utilizado no município de Lagoa Seca (PB), 2019. 1. Pesquise as vacinas que fazem parte do calendário nacional oficial e obte- nha informações sobre seu histórico no país: quais são as faixas etárias para as quais são indicadas e outras informações relevantes sobre sua aplicação e seu efeito no organismo. 2. Elabore um pequeno texto dissertativo-argumentativo sobre a importân- cia da imunização em uma população tão grande, diversa e de diferentes perfis socioeconômicos como a brasileira. Para isso, escolha duas das va- cinas do calendário oficial e utilize-as como exemplos da importância das campanhas de imunização pública. Secretária de Saúde/Governo Municipal de Lagoa Seca, PB.
  • 27. Epidemias e pandemias na Antiguidade e na Idade Média Desde o final do século XX, avanços nas pesquisas sobre o DNA e o RNA dos microrganismos causadores de doenças ao ser humano permitiram traçar a traje- tória da humanidade desde as primeiras migrações até os deslocamentos nos períodos históricos mais recentes, re- velando informações valiosas sobre as infecções que acompanharam os seres humanos ao longo da história. A disseminação de doenças, bastan- te limitada na época das comunidades agrárias, aumentou com o processo de urbanização, o crescimento populacional das cidades e a intensificação das relações comerciais. Consequentemente, as epidemias tornaram-se mais frequentes e letais. As infecções, assim como os fenômenos da natureza, eram consideradas expressão da vontade divina pelos povos da Antiguidade. Peste e praga eram termos usados para doenças com elevado índice de mortalidade. São inúme- ros os registros e relatos de pestes e pragas que assolaram civilizações clás- sicas, como a grega e a romana. Já na Baixa Idade Média europeia a maior epidemia foi a peste negra, tam- bém chamada de peste bubônica, uma zoonose altamente contagiosa trans- mitida por uma bactéria, mais tarde denominada Yersinia pestis, por meio da picadadepulgasdeanimaisinfectados,sobretudo,dosratosemmeiourbano. A peste bubônica ficou conhecida como peste negra por causa das man- chas escuras que surgem no corpo das pessoas que a contraem. Inchaço nas axilas, virilha e pescoço é outro sintoma da doença. Em meados do século XIV, quando as condições de higiene, alimentação e moradia eram precárias, a doença espalhou-se muito rápido, principalmente em contextos urbanos e nas regiões de rotas comerciais, e matou cerca de um terço da população europeia, num total estimado de 25 milhões de pessoas. 1. Descreva a rota, pelas vias terrestre e marítima, da epidemia da peste negra. 2. Pesquise informações sobre a difusão da doença e explique os motivos econômicos que explicam essa rota. Veja respostas e orientações no Manual do Professor. Interpretar NÃO ESCREVA NO LIVRO Mundo: difusão da peste negra – século XIV Banco de imagens/Arquivo da editora OCEANO PACÍFICO OCEANO ÍNDICO Trópico de Câncer 0º Meridiano de Greenwich MOSCÓVIA ÍNDIA ARÁBIA Peregrinações do leste a Meca CHINA Meca Bagdá Damasco Samarcanda Trebizonda Pequim Constantinopla Veneza 1351 1340 1349 1346 1348 1349 1333 çFRICA Área e época da epidemia Percurso do contágio 0 1680 3360 km Representação de enterro das vítimas da peste negra na cidade de Tournai, França, em 1349, em pergaminho de autoria do abade Gilles le Muisit (1272-1352). Biblioteca Real da Bélgica, Bruxelas. Zoonose: doença transmitida de animais a seres humanos, ou vice-versa. Reprodução/Biblioteca Real da Bélgica, Bruxelas. Fonte: elaborado com base em PAOLUCCI, Silvio; SIGNORINI, Giuseppina. Il Corso della Storia 1. Bolonha: Zanichelli, 1997. p. 382. 25
  • 28. Epidemias e pandemias do século XV ao XXI Planta da Tenochtitlán do século XVI. A ilustração foi atribuída ao conquistador Hernán Cortés como parte de sua segunda carta a Carlos V (1500-1558), então imperador do Sacro Império Romano-Germânico. A capital asteca foi construída em uma ilha do lago Texcoco, com vários caminhos que ligavam a cidade ao continente. As estimativas de sua população variam bastante, entre 80 mil a 500 mil habitantes. Colheitas ruins ou epidemias não raramente serviam de pretexto para perseguições àqueles que eram acusados de ter provocado as dificulda- des enfrentadas, como acontecera na época da peste negra. Judeus, mouros, homens e mulheres acusados de praticar bruxaria, discordantes da re- ligiosidade predominante (cristianismo), entre ou- tros, eram perseguidos e tinham seus bens confis- cados. Muitos foram queimados vivos nas foguei- ras em praças públicas. Europa: da conquista da América à industrialização As Grandes Navegações, a partir do século XV, e a chegada dos europeus ao continente que deno- minaram América trouxeram também os agentes infecciosos que já haviam se espalhado pela Eu- ropa. Transportaram em suas embarcações vírus, bactérias e parasitas e retornaram às suas terras de origem levando outros. Por exemplo, entre os estudiosos, há um intenso debate sobre a origem da sífilis: se partiu da América em direção à Europa ousefoiocontrário;indicadoresapontamsuaexis- tência prévia no continente europeu, mas estudos genéticos destacam indícios de origem americana. Vírus da varíola, do sarampo e da gripe chega- ramaolitoralamericanoeseespalharampelointe- rior, dizimando a população originária. A varíola foi especialmente desastrosa para a população local diante das conquistas chefiadas por Hernán Cortés (1485-1547), que destruiu o Império Asteca (na re- gião do atual México) entre 1519 e 1521. O mesmo aconteceu com os Incas, cujo império sucumbiu em 1572, sob o ataque comandado por Francisco Pizarro (1476-1541) e Diego Almagro (1475-1538), na região do atual Peru. Já a gripe, com a qual os nativos americanos não haviam tido contato e para a qual não tinham anticorpos, foi devastadora. Na América portuguesa, a gravidade do conta- to dos indígenas com doenças para as quais não tinham anticorpos pode ser constatada nos escri- tos do padre Anchieta (1534-1597): No mesmo ano de 1562, por justos juízos de Deus, sobreveio uma grande doença aos índios e escravos dos portugueses e, com isto, grande fome, em que morreu muita gente, e dos que ficavam vivos muitos se vendiam e se iam me- ter por casa dos portugueses a se fazer escravos, vendendo-se por um prato de farinha [...]: foi tão grande a morte que deu neste gentio, que se di- zia que entre escravos e índios forros morre- riam 30 mil no espaço de dois ou três meses. ANCHIETA, José de. Cartas: informações, fragmentos históricos e sermões. In: ANCHIETA, José de. Cartas Jesu’ticas 3. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1988. p. 356. Album/Fotoarena/www.fotoarena.com.br Gentio: atribuição dada no século XVI ao conjunto de pessoas consideradas selvagens e não civilizadas. Considerando os indígenas que vivem no terri- tório que hoje denominamos Brasil, essas doen- ças foram o primeiro impacto a provocar a queda demográfica das populações autóctones. Desde o final do século XVIII, com a Revolu- ção Industrial e seus desdobramentos, houve um imenso impulso no processo de urbanização. As cidades se expandiam com sistemas de esgo- to e abastecimento de água ausentes ou inade- quados, o que, então, favorecia a proliferação de agentesinfecciososemmeioaolixo,dejetoserios poluídos, disseminando surtos de doenças. 26