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Relatividade Restrita
      FSC5163 - Física 3
            Aula I




                           1
Bibiografia:

Capítulo 1 – Relatividade I
Capítulo 2 – Relatividade II (até página 64)
Física Moderna – 3ª edição - Paul A. Tipler, Ralph A. Llewellyn




Capítulo 42 – Relatividade página 123
Fundamentos de Física – Ótica e Física Moderna – Volume 4 – 4ª edição
                        Halliday, Resnick e Walker



                                                                   2
Conhecimento Científico no Final do Século XIX



  Em 1900 alguns físicos pensavam
    que a física estava praticamente
    completa.
  Lord Kelvin recomendou que os
    jovens não se dedicassem à
    física, pois só faltavam alguns
    detalhes pouco interessantes,
    como      o    refinamento   de
    medidas.


                                                 3
Conhecimento Científico no Final do Século XIX

     Lord Kelvin, no entanto, mencionou que havia
       “duas pequenas nuvens” no horizonte da
       física:


    - os resultados negativos do experimento de
       Michelson e Morley;
    - a dificuldade em explicar a distribuição de
       energia na radiação de um corpo negro.



                                                 4
Conhecimento Científico no Final do Século XIX

A ruptura da física clássica ocorreu em muitos setores ao
   mesmo tempo:

- os resultados negativos do experimento de Michelson e
   Morley contrariava a relatividade newtoniana;
- o espectro de radiação de um corpo negro não estava de
  acordo com as previsões da termodinâmica;
- o efeito fotoelétrico e os espectros dos átomos não podiam
   ser explicados pela teoria eletromagnética;
- os fascinantes fenômenos associados aos raios X e à
   radioatividade pareciam ser totalmente fora do contexto da
   física clássica.
                                                          5
Século XX

- Mecânica Quântica e Relatividade:

formuladas no início do século XX, dissiparam essas “nuvens
 escuras” de Kelvin, e forneceram respostas para todos
 esses enigmas e muito mais.




                                                        6
Física Moderna




                 7
Princípio da Relatividade:
-> Invariância das equações que expressam as leis da física:

       As leis da física descobertas na Terra seriam as mesmas qualquer que
fosse o ponto tomado como centro, ou seja, as mesmas equações seriam
obtidas fosse qual fosse a origem do sistema de coordenadas.

    -> O caráter relativista das leis da física começou a ser reconhecido:

        Muito cedo na história da física clássica: ANTES de Galileu e Newton,
Nicolau Copérnico, já havia mostrado que o cálculo dos movimentos dos
planetas se tornaria mais simples e preciso se o antigo sistema aristoteliano,
baseado na idéia de que a Terra é o centro do universo, fosse substituído por
um modelo no qual os planetas se moviam em torno do Sol, e não a Terra. Em
sua teoria, a localização da Terra não era considerada como especial ou
previlegiada. É a escolha da origem do referencial copernicano no Sol que
permite uma descrição simples do movimento planetário.
                                                                             8
Relatividade Clássica:

REFERENCIAIS: Quais são os referenciais em que as leis físicas são válidas?
              → Somente nos referenciais inerciais!

As Leis de Newton, que descrevem o movimento em sistemas mecânicos, não
se aplicam a sistemas que possuam uma aceleração em relação a um
referencial inercial; nenhum sistema acelerado é um referencial inercial.

NEWTON descobriu que, usando-se um certo tipo de referencial, torna-se muito
mais simples determinar os movimentos a partir de suas causas: o referencial
inercial. Qualquer referencial fixo em relação às estrelas fixas é um referencial
inercial. Qualquer referencial em movimento com velocidade constante em
relação a um referencial inercial também é inercial. Como essa velocidade é
arbitrária, há uma infinidade de referenciais inerciais, cada um dos quais em
movimento relativo com velocidade constante em relação a qualquer outro. Em
muitas situações, o referencial terrestre pode ser considerado inercial como boa
aproximação.
                                                                               9
r
 Transformação de Galileu:                    r = xx + yy + zz (Referencial R);
                                                    ˆ     ˆ    ˆ
                                              r
                                              r ´= x´x´+ y´ y´+z´z´ (Referencial R´);
                                                     ˆ      ˆ      ˆ
                                               r
                                              R = Xx + Yy + Zz (Origem O´ wrt R)
                                                      ˆ    ˆ     ˆ
                                              Componentes cartesianas:
                                              x = x´+ X / vx = v´x + Vx / ax = a´x
                                              y = y´+Y / v y = v´y + Vy / a y = a´ y
                                              z = z´+Z / vz = v´z + Vz / az = a´z
                                               r r r         r r r r r
                                              r = R + r ´ / v = v´+V / a = a´
                                                     r      r    r r
                                                     F = ma = ma´= F ´

Validade:

-> os eixos de R´ permaneçam paralelos aos eixos de R (direções dos eixos R´ // aos R);

-> a origem O´ se mova em MRU relativamente a R.

Todo referencial que esteja se movendo com velocidade constante em relação a
um referencial inercial também é um referencial inercial. As Leis de Newton são
invariantes em todos os referenciais inerciais.
                                                                                       10
Transformação de Galileu:

As Leis de Newton são invariantes, ou seja, conservam a mesma forma
em qualquer referencial que esteja se movendo com velocidade
constante em relação a um referencial inercial.


De acordo com as Leis de Newton:

       - NÃO EXISTE uma posição especial ou privilegiada para medir
         o espaço e o tempo;

       - NÃO EXISTE nenhuma velocidade especial ou privilegiada
         para o referencial inercial usado nas medidas: todos os
         referenciais inerciais são equivalentes;



                                                                   11
Transformação de Galileu:


É impossível detectar um movimento retilíneo uniforme de um referencial em
relação a outro qualquer. Galileu deu o exemplo de experiências de mecânica
feitas no porão de um navio, com as escotilhas fechadas, que seriam incapazes
de distiguir se o navio estaria ancorado ou em movimento retilíneo uniforme.

Princípio da Relatividade Newtoniana: As Leis de Newton são invariantes
em todos os referenciais inerciais.
• Esse princípio deixa de valer para referenciais não-inerciais: aparecem as
forças de inércia (centrífuga, Coriolis, etc.).



A transformação de Galileu envolve a suposição implícita de
que os intervalos de tempo medidos pelos relógios dos dois
observadores são iguais, isto é, que t=t´.
                                                                          12
A velocidade da Luz
A visão de Newton foi extremamente bem-sucedida na descrição de fenômenos que vão do
movimento de um projétil ao movimento de planetas, mas não conseguiu descrever os
fenômenos eletromagnéticos.


A Teoria do Eletromagnetismo de Maxwell, foi um dos grandes trunfos da ciência do
século XIX. Fenômenos físicos aparentemente descorrelacionados, envolvendo a eletricidade,
o magnetismo e a ótica passaram a ser compreendidos em termos de um único conjunto de
leis e princípios físicos fundamentais.


Uma consequência fundamental dessa teoria é a propagação de ondas eletromagnéticas.
O exemplo mais importante de onda eletromagnética é a luz. Ele calculou a velocidade destas
ondas e pôde expressá-la em termos de duas constantes fundamentais da eletrostática e da
magnetostática: a permissividade elétrica do vácuo ε0 e a permeabilidade magnética do vácuo
µ0, de uma forma muito simples:               1
                                        c=          = 3 ×108 m / s
                                             ε 0 µ0

 Unificação: eletricidade+ótica+magnetismo

                                                                                      13
A velocidade da Luz

Todas    as ondas eletromagnéticas, e não apenas a luz se propagam no vácuo
com a velocidade c, não importando o valor do comprimento de onda, nem os
detalhes do processo de geração da onda - por exemplo, se o emissor da onda está
ou não em movimento. Essa é uma previsão fundamental das equações de Maxwell:
c é uma constante universal da Física, que representa a velocidade de
propagação das ondas eletromagnéticas no vácuo. Entretanto, a noção de uma
velocidade absoluta, representada por uma constante universal, está em
conflito direto com algumas das noções básicas da Mecânica.


 Apesar da completa equivalência entre os referenciais inerciais, a descrição do
movimento de uma dada partícula é diferente em dois referenciais distintos. Em
                           r
particular, a velocidade v de uma dada partícula em relação a um referencial
                             r
                             v´
inercial R difere da velocidade     da mesma partícula em relação a um outro
referencial R´ pela lei de composição de velocidades de Galileu:
                                   r r r
                                   v = v´+V                                 14
A velocidade da Luz

Se, no referencial R, a velocidade de propagação é c, então, de acordo com a lei
de composição de velocidades de Galileu, a velocidade no referencial R´, em
movimento com velocidade V, ao longo da mesma direção e sentido da propagação
da luz, seria c-V.

    a velocidade da luz valeria c apenas num referencial específico
    c = 1 = 3 ×10 m / s
                   8
                             é derivada das equações de Maxwell, seria preciso
           ε0 µ0
                              concluir também que estas só valeriam nesse
                         referencial especial.

     Que referencial especial seria esse?

        Todas as ondas mecânicas correspondem à propagação de
perturbações de um meio material.
         Onde não há meio material, não há propagação!
                                                                            15
A velocidade da Luz

   Ondas numa corda

   - referencial “natural” é aquele em que ela está em repouso e onde cada ponto
      executa um movimento transversal à direção de extensão da corda, à medida
      que ela se propaga;
    - a velocidade de propagação depende das propriedades físicas da corda:
      v = (T/µ)1/2

   Som: sólido, líquido ou gasoso.

   Deveria haver um meio suporte para propagação das OEM:

   - Se o éter existe de fato e o observador se move em relação a ele, assim
   como pode se mover em relação ao ar, então, devemos compor as
   velocidades da luz e do observador.
   - Se o éter não existe, a velocidade da luz é absoluta e, portanto, sua
   medida não dependerá do observador.                                  16
A velocidade da Luz

     Durante o século XIX, e mesmo nas primeiras décadas após a formulação do
eletromagnetismo por Maxwell, acreditava-se que a luz também só poderia se
propagar através de um meio material.


Então      deveria existir um meio material ocupando todo o espaço entre as
estrelas e os planetas, já que a luz se propaga das estrelas até o nosso planeta.

    Este meio material hipotético, conhecido pelo nome de éter, estaria em
repouso em relação às estrelas.


    Para ser consistente com o caráter transverso das ondas eletromagnéticas,
o éter deveria ser rígido, como no exemplo da corda vibrante tensionada. Ao
mesmo tempo, o éter não poderia oferecer resistência ao movimento dos
corpos celestes, o que parecia estar em contradição com a primeira condição!


                                                                            17
A velocidade da Luz

   No referencial terrestre, a velocidade de propagação de um feixe de luz ao
longo da direção de movimento do planeta Terra seria c´=c-V; onde V é a
velocidade da Terra. Por conseguinte,
                                       c´≠ c
e c´ variaria com a direção de propagação.
Se acreditássemos na existência do éter, então, o referencial especial onde
valeriam as equações de Maxwell, e onde a velocidade da luz seria c, seria o
referencial Copernicano das estrelas fixas, pois nele o éter estaria em
repouso. Deveria ser possível, por experiências de propagação da luz, detetar um
movimento retilíneo uniforme em relação a ele, ou seja, o princípio da
relatividade não seria válido na eletrodinâmica.


A      equação de composição das velocidades de Galileu mostra que não é
possível manter o princípio da relatividade com validade simultânea das equações
de Maxwell e das leis da Mecânica Newtoniana: uma das duas teria de ser
abandonada!                                                                 18
A velocidade da Luz

Teria de ser válida, portanto, uma das seguintes opções:

1) A mecânica newtoniana e as equações de Maxwell são válidas, mas o
princípio da relatividade não se aplica a todas as leis físicas: existe um referencial
absoluto (o éter), onde a velocidade da luz é c em todas as direções, e deve ser
possível, por meio de experiências eletromagnéticas, detetar um movimento
retilíneo e uniforme em relação ao referencial absoluto do éter.

2) O princípio da relatividade aplica-se a todas as leis físicas e à mecânica
newtoniana é correta. Nesse caso, as equações de Maxwell teriam de ser
modificadas, e deveria ser possível observar desvios das leis da eletrodinâmica
clássica.

3) O princípio da relatividade aplica-se a todas as leis físicas, e as
equações de Maxwell são corretas. Nesse caso, a mecânica newtoniana e a
transformação de Galileu não podem ser corretas: deve ser possível observar
desvios das leis da mecânica newtoniana => única compatível com os fatos
experimentais.                                                         19
O experimento de Michelson e Morley

Teste experimental da primeira opção. Se ela fosse válida, deveria ser possível detetar um
movimento retilíneo uniforme em relação ao éter usando a lei de Galileu de composição de
velocidades c´= c-V: a velocidade da luz num referencial em movimento relativo ao
éter deveria ser diferente em direções diferentes.

Um referencial onde o Sol estaria em repouso é com boa aproximação um referencial
inercial. A velocidade de translação da Terra (V) em relação a esse referencial é da ordem de
30km/s. Pela lei de composição de velocidades, isso daria origem a desvios da ordem de

                                      V / c ≈ 10− 4
na velocidade de propagação da luz.


Numa    série de experiências realizadas entre 1881 e 1887, Albert Michelson, em
colaboração com Edward Morley, procuraram detetar esses desvios usando o
interferômetro de Michelson. Não observaram nenhum deslocamento, o que
permite descartar a opção 1.                                                            20
O experimento de Michelson e Morley

                                          -   Seus braços têm comprimentos L1 e L2
                                          -   F é a fonte de luz
                                          -   DF é uma placa semiespelhada divisora do feixe
                          E2
                                          -   E1 e E2 são espelhos
F            L2                           - A é o anteparo
                                          1) A Terra está se movendo em relação ao
                                            hipotético éter com velocidade V na direção L1.
                           L1      E1
                                           Como c e V são paralelos ao longo de L1 temos:
                                        Ida:                     Volta:
                                                    c                        c
                                                                                     V

                                           V
                                                    c´                      c´
                                            L1   L    2L c           2 L1c        2 L1
    Tempo total para ida e volta   t1 =        + 1 = 2 1 2=                   =
         ao longo de L1:                  c −V c + V c −V          2            (
                                                                         V 2  c 1− β 2
                                                                  c 1 − 2               )
                                                                         c 
                                                V
                                   onde β =                                                   21
                                                c
O experimento de Michelson e Morley
   E2                        2) Percurso na direção L2. Visto do referencial do éter
                                o percurso é oblíquo.


            L2
                                      c´= c 2 − V 2 = c 1 − β 2
 O1                     O2
                                                   V
                                      onde β =
                                                   c
                  V

  c        c´         c´
                 c

      V


          Tempo total para             L2              L2           2 L2
                             t2 =              +              =
          ida e volta ao            c 1− β 2       c 1− β 2       c 1− β 2
          longo de L2:
                                                                               22
O experimento de Michelson e Morley

   A diferença de caminho ótico entre os dois percursos é:


                                2 L1       2 L2       2        L           
          ∆L = c(t1 − t2 ) =            −          =             1
                                                                       − L2 
                             c(1 − β 2 ) c 1 − β 2   1− β 2    1− β 2      
                                                                           
  Se girarmos agora de 900 o dispositivo todo, os papéis de L1 e L2 são intercambiados. A
  figura observada anteriormente sofrerá um deslocamento correspondente ao caminho
  ótico:

         2 L1                   2 L2
t1 =
 ´
                    ; t´2 =
       c 1− β 2                (
                              c 1− β 2   )        ∆L − ∆L =
                                                    ´            2             
                                                                   ( L1 + L2 ) 1 −
                                                                                     1           
                                                                                                 
                                                            1− β 2                 1− β 2       
                                                                                               
                          2          L2 
∆L = c(t − t ) =
   ´      ´     ´
                               L −       
          1     2            2  1      2 
                         1− β      1− β 


                                                                                            23
O experimento de Michelson e Morley

 Expansão em série de Taylor:



                                                                      1 2     1V2
                                        (
                                ∆L = 1 − β             )
                                                      2 −1/ 2
                                                                  ≈ 1+ β = 1+
                                                                      2       2 c2
                              β << 1 Expansão em série de Taylor:
                                               1           1      3 2u 2 5 ´´´ 3 u 3
                             (1(+)x=)
                2
         V                                −
    x = −                   f u             f2(0) += 1 −(0)u + f ´´ (0) −+ f x + ...
                                                         f   x+ x
                                                              ´
                                                                               (0)
         c                                               2      8 2! 16          3!
                            f ′f(u()u) =
                                                   u
                                 ´
                                   u =                     ⇒ f ´ (0) = 0
                                                    2 3/ 2 
                                            2 (1 − u )             1
                     ∆L´ − ∆L =              ( L1 + L2 ) 1 −        
                                      1 − β 1 + 2u 
                                                 2  2             2 
                                                               1− β 
                                f ´´ (u ) =                   ´
                                                                         ′′(0) =
                                                                    ⇒ ff (0) = 1 1
                                                (1 − u )   2 5/ 2

                                                       1  1 
                        ∆L′ − ∆L = 2( L1 + L2 ) 1 − 1 − β 2 1 + β 2 
                                                       2  2 
                                                     1 
                        ∆L′ − ∆L = −( L1 + L2 ) β 2 1 + β 2  ≅ −( L1 + L2 ) β 2        24
                                                     2 
O experimento de Michelson e Morley

 A diferença de caminho ótico em termos de franjas é:


                  ∆L´ − ∆L    ( L1 + L2 ) 2
             δm =          =−            β
                      λ            λ


             ∆L´ − ∆L      1  (L + L )        1 
        δm =          = 2 1 + β 2  1 2 1 − 1 − β 2 
                 λ         2        λ         2 
                1 2  ( L1 + L2 )  1 2 
            = 2 − β              1 + β 
                2         λ       2 
               (L + L )
            ≅ − 1 2 β2
                   λ
                                                          25
O experimento de Michelson e Morley
 Ou seja, o fenômeno é de 2ª ordem em V/c (β). Por ser tão pequeno que se necessita de
 uma técnica interferométrica!

 Na 1ª experiência de Michelson e Morley (1881), era L1 ~ L2 ~ 1,2m e λ = 6x10-7m (luz
                                                                       amarela)
                                                 |δm|~0,04 de franja -> Não observou
 Na experiência (1887), era L1 ~ L2 ~ 11m |δm|~0,4 de franja -> colocaram
 como limite δm<0,01 -> não observaram nenhum deslocamento

 Vários outros experimentos feitos não observam nenhum deslocamento, o que
 permite descartar a opção 1.

 -Resultados experimentais, descartam modificações na eletrodinâmica preditas
 pela teoria de Ritz, por medidas diretas da velocidade da luz na desintegração
 π0 -> γ + γ, realizadas no CERN em 1964 (c´=c+kv, k = 0,0 +- 1,3)x10-4.


                                                                                         26
Os Postulados de Einstein

    No início do século XX, a Física se encontrava num impasse. E ao invés de
    modificar o Eletromagnetismo de Maxwell, era necessário romper com a
    mecânica newtoniana. Einstein apresentou as bases da Teoria da Relatividade
    no artigo “Sobre a Eletrodinâmica de Corpos em Movimento”.

    Para derivar a lei de composição das velocidades de Galileu, é preciso adotar o
    conceito newtoniano de tempo absoluto, isto é, supor que o tempo é o mesmo
    para todos os referenciais inerciais.

    Einstein descartou essa hipótese (que parece tão natural) e REFORMULOU o
    conceito de tempo, levando a uma completa revolução das leis da
    Mecânica.




                                                                              27
Teoria da Relatividade:

 -> É composta por duas teorias bem diferentes, a restrita (1905) e
   a geral (1916).

RESTRITA:
trata da comparação entre os movimentos observados em diferentes
referenciais que estejam se movendo com velocidade constante uns em
relação aos outros.

GERAL:
trata de referenciais acelerados e dos efeitos da gravidade.       É
importante para a cosmologia e para o estudo dos eventos que ocorrem
nas proximidades de massas muito grandes (estrelas).


                                                                 28
Os Postulados de Einstein

A Teoria da Relatividade Restrita de Einstein é derivada a partir de dois
postulados fundamentais:

Princípio da Relatividade Restrita: As leis físicas são as mesmas em todos os
                                    referenciais inerciais.

     As equações de Maxwell são confirmadas como leis físicas válidas, e
     daí decorre:

Princípio da constância da velocidade da luz: A velocidade da luz no vácuo
      (OEM), c, é a mesma em todas as direções e em todos os referenciais
      inerciais, e é independente do movimento da fonte.



                                                                            29
Tempo e Simultaneidade

Analisar detalhadamente o problema da contagem de tempo, tomando como base
os dois postulados anteriores.

     Os intervalos de tempo entre dois eventos não são, em geral, iguais
     para diferentes referenciais.

     O conceito de tempo está diretamente relacionado à noção de eventos
        simultâneos.


         A noção de simultaneidade não é absoluta:
          2 eventos que são simultâneos para um determinado referencial inercial
          ocorrem em instantes de tempo diferentes para outro referencial.




                                                                             30
Tempo e Simultaneidade
                    Uma fonte de luz (lâmpada), F, e dois detetores de
 EXEMPLO:          luz, D1 e D2, são fixados sobre uma plataforma que se
                    movimenta com velocidade V constante ao longo do
                    eixo OX do referencial S (que supomos ser inercial).
                    - D1, D2 e F estão alinhados ao longo da direção paralela
                      ao eixo OX;
                    - As distâncias entre D1 e F e entre F e D2, são iguais.
                    - O referencial S´ acompanha o movimento
                      da plataforma e, portanto, está em movimento
                     em relação a S com velocidade V ao longo do
                     eixo OX    é o referencial próprio ou
                     referencial de repouso do conjunto (por
                     construção, a fonte, os detetores estão em repouso
                     no referencial S´).


                                                                        31
Tempo e Simultaneidade

 EXEMPLO:
Referencial S´
                  A fonte F é ligada. A luz emitida por ela se propaga até
                  chegar aos detetores D1 e D2.

                  - Pelo princípio da relatividade, a propagação da luz em
                    S´ ocorre como em qualquer outro referencial inercial.
                   Para ambos os sentidos de propagação ao longo do eixo
                   O´X´, a velocidade vale c.

                  - Como os detetores D1 e D2 estão à mesma distância da
                    fonte F, eles irão detetar a luz simultanemente.

                  - O início da detecção de luz por D1 e D2 do ponto de
                    vista do referencial S´ são silmultâneos.

                                                                             32
Tempo e Simultaneidade
                        - Pelo princípio da invariância da velocidade da luz o
 Referencial S
                          estado de movimento da fonte F (com velocidade V) não
                          modifica a velocidade de propagação da luz, que também
                          vale c para os dois sentidos de propagação ao longo
                          do eixo X.

                        - Enquanto a luz se propaga a partir de F, o detetor D1
                          se aproxima e detetor D2 se afasta de F.

                        - Como a velocidade é a mesma nos dois sentidos de
                          propagação, a detecção em D1 é anterior à detecção de
                         D2 do ponto de vista do referencial S.

Os dois eventos são simultâneos do ponto de vista do referencial S´ mas
não do ponto de vista do referencial S → A simultaneidade é relativa. Ela não
é uma propriedade absoluta ou intrínseca de dois eventos dados, devendo
sempre ser definida em relação a um dado referencial.
                                                                              33
Intervalo relativístico
 No espaço-tempo quadridimensional da relatividade, pode-se definir
uma medida para um dado par de eventos, chamada intervalo
relativístico que é uma propriedade intrínseca do par de eventos
considerado e, portanto, é invariante quando tomamos diferentes
referenciais inerciais.


Rotações Espaciais

 A distância entre dois pontos espaciais quaisquer P1 e P2 é invariante
por qualquer rotação dos eixos coordenados, porque ela representa
uma distância (ou comprimento) que é uma propriedade intrínseca do
par de pontos P1 e P2 e, portanto, independe da escolha dos eixos
coordenados:

           P P2 = ( x2 − x1 ) 2 + ( y2 − y1 ) 2 + ( z2 − z1 ) 2
            1
                                                                     34
Intervalo relativístico

- A fonte F é ligada e começa a emitir luz
- O detetor D começa a detectar a luz emitida por F.

Num certo referencial inercial S:
   - as coordenadas do evento “fonte é ligada” são (t1,x1,y1,z1);
    - as coordenadas do evento “detecção por D” são (t2,x2,y2,z2);
- a distância percorrida pela luz da fonte até o detetor vale:


          d = ( x2 − x1 ) + ( y2 − y1 ) + ( z2 − z1 )
                            2                2             2



- O tempo transcorrido entre o instante da emissão da luz e o instante de
 sua detecção vale t2 – t1.




                                                                      35
Intervalo relativístico

Pelo postulado da invariância da velocidade da luz, a velocidade de
propagação vale c no referencial S, mesmo que a fonte esteja em movimento
em relação a S.

Portanto, a distância percorrida satisfaz a relação:

                              d = c(t2-t1)

E as coordenadas espaço-temporais dos eventos satisfazem a equação:

                ( x2 − x1 ) 2 + ( y2 − y1 ) 2 + ( z2 − z1 ) 2 = c(t2 − t1 )




                                                                              36
Intervalo relativístico

Referencial S´: descrição dos mesmos dois eventos

As coordenadas espaço-temporais serão, em geral, diferentes:


evento “fonte ligada”: (t´1,x´1,y´1,z´1)
evento “detecção por D”: (t´2,x´2,y´2,z´2)

Entretanto, a equação anterior continuará sendo satisfeita, já que pelo
postulado da invariância da velocidade da luz, a velocidade de
propagação também vale c em S´:

               ( x2 − x1 ) 2 + ( y2 − y1 ) 2 + ( z2 − z1 ) 2 = c(t2 − t1 )
                  ´    ´          ´    ´          ´    ´          ´    ´




                                                                             37
Intervalo relativístico

O que as coordenadas dos eventos nos referenciais S e S´ têm em
comum???

Ambos os conjuntos satisfazem à mesma equação!


OBJETIVO: definir um intervalo relativístico (∆ s) que seja invariante
         quando muda-se de referencial.

Referencial S:


         ( ∆s )
                  2
                      = c 2 (t2 − t1 ) 2 − ( x2 − x1 ) 2 − ( y2 − y1 ) 2 − ( z2 − z1 ) 2
                                           144444 2444444    4                      3
                                                            c 2 ( t2 −t1 )2


         ( ∆s ) = 0
                  2


                                                                                           38
Intervalo relativístico

O que as coordenadas dos eventos nos referenciais S e S´ tem em
comum???

Referencial S´:

                                                   c 2 ( t´ −t1 ) 2
                                                              ´
                                  6444447444448    4      2
                                                                        4
  ( )
           2
   ∆´
    s          = c 2 (t2 −t1 ) 2 −( x2 − x1 ) 2 −( y2 − y1 ) 2 −( z´ − z1 ) 2
                       ´   ´         ´    ´         ´    ´
                                                                   2
                                                                        ´



  ( ∆s )
           2
      ´
               =0

 Portanto, ∆s=∆s´ pode ser nulo, positivo ou negativo.
 Embora o transcurso de tempo seja diferente para diferentes referenciais,
 é possível definir uma grandeza invariante: o intervalo relativístico. Todos
 os referenciais inerciais medem o mesmo intervalo relativístico entre dois
 eventos dados.                                                           39
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Fisica moderna relatividade_1

  • 1. Relatividade Restrita FSC5163 - Física 3 Aula I 1
  • 2. Bibiografia: Capítulo 1 – Relatividade I Capítulo 2 – Relatividade II (até página 64) Física Moderna – 3ª edição - Paul A. Tipler, Ralph A. Llewellyn Capítulo 42 – Relatividade página 123 Fundamentos de Física – Ótica e Física Moderna – Volume 4 – 4ª edição Halliday, Resnick e Walker 2
  • 3. Conhecimento Científico no Final do Século XIX Em 1900 alguns físicos pensavam que a física estava praticamente completa. Lord Kelvin recomendou que os jovens não se dedicassem à física, pois só faltavam alguns detalhes pouco interessantes, como o refinamento de medidas. 3
  • 4. Conhecimento Científico no Final do Século XIX Lord Kelvin, no entanto, mencionou que havia “duas pequenas nuvens” no horizonte da física: - os resultados negativos do experimento de Michelson e Morley; - a dificuldade em explicar a distribuição de energia na radiação de um corpo negro. 4
  • 5. Conhecimento Científico no Final do Século XIX A ruptura da física clássica ocorreu em muitos setores ao mesmo tempo: - os resultados negativos do experimento de Michelson e Morley contrariava a relatividade newtoniana; - o espectro de radiação de um corpo negro não estava de acordo com as previsões da termodinâmica; - o efeito fotoelétrico e os espectros dos átomos não podiam ser explicados pela teoria eletromagnética; - os fascinantes fenômenos associados aos raios X e à radioatividade pareciam ser totalmente fora do contexto da física clássica. 5
  • 6. Século XX - Mecânica Quântica e Relatividade: formuladas no início do século XX, dissiparam essas “nuvens escuras” de Kelvin, e forneceram respostas para todos esses enigmas e muito mais. 6
  • 8. Princípio da Relatividade: -> Invariância das equações que expressam as leis da física: As leis da física descobertas na Terra seriam as mesmas qualquer que fosse o ponto tomado como centro, ou seja, as mesmas equações seriam obtidas fosse qual fosse a origem do sistema de coordenadas. -> O caráter relativista das leis da física começou a ser reconhecido: Muito cedo na história da física clássica: ANTES de Galileu e Newton, Nicolau Copérnico, já havia mostrado que o cálculo dos movimentos dos planetas se tornaria mais simples e preciso se o antigo sistema aristoteliano, baseado na idéia de que a Terra é o centro do universo, fosse substituído por um modelo no qual os planetas se moviam em torno do Sol, e não a Terra. Em sua teoria, a localização da Terra não era considerada como especial ou previlegiada. É a escolha da origem do referencial copernicano no Sol que permite uma descrição simples do movimento planetário. 8
  • 9. Relatividade Clássica: REFERENCIAIS: Quais são os referenciais em que as leis físicas são válidas? → Somente nos referenciais inerciais! As Leis de Newton, que descrevem o movimento em sistemas mecânicos, não se aplicam a sistemas que possuam uma aceleração em relação a um referencial inercial; nenhum sistema acelerado é um referencial inercial. NEWTON descobriu que, usando-se um certo tipo de referencial, torna-se muito mais simples determinar os movimentos a partir de suas causas: o referencial inercial. Qualquer referencial fixo em relação às estrelas fixas é um referencial inercial. Qualquer referencial em movimento com velocidade constante em relação a um referencial inercial também é inercial. Como essa velocidade é arbitrária, há uma infinidade de referenciais inerciais, cada um dos quais em movimento relativo com velocidade constante em relação a qualquer outro. Em muitas situações, o referencial terrestre pode ser considerado inercial como boa aproximação. 9
  • 10. r Transformação de Galileu: r = xx + yy + zz (Referencial R); ˆ ˆ ˆ r r ´= x´x´+ y´ y´+z´z´ (Referencial R´); ˆ ˆ ˆ r R = Xx + Yy + Zz (Origem O´ wrt R) ˆ ˆ ˆ Componentes cartesianas: x = x´+ X / vx = v´x + Vx / ax = a´x y = y´+Y / v y = v´y + Vy / a y = a´ y z = z´+Z / vz = v´z + Vz / az = a´z r r r r r r r r r = R + r ´ / v = v´+V / a = a´ r r r r F = ma = ma´= F ´ Validade: -> os eixos de R´ permaneçam paralelos aos eixos de R (direções dos eixos R´ // aos R); -> a origem O´ se mova em MRU relativamente a R. Todo referencial que esteja se movendo com velocidade constante em relação a um referencial inercial também é um referencial inercial. As Leis de Newton são invariantes em todos os referenciais inerciais. 10
  • 11. Transformação de Galileu: As Leis de Newton são invariantes, ou seja, conservam a mesma forma em qualquer referencial que esteja se movendo com velocidade constante em relação a um referencial inercial. De acordo com as Leis de Newton: - NÃO EXISTE uma posição especial ou privilegiada para medir o espaço e o tempo; - NÃO EXISTE nenhuma velocidade especial ou privilegiada para o referencial inercial usado nas medidas: todos os referenciais inerciais são equivalentes; 11
  • 12. Transformação de Galileu: É impossível detectar um movimento retilíneo uniforme de um referencial em relação a outro qualquer. Galileu deu o exemplo de experiências de mecânica feitas no porão de um navio, com as escotilhas fechadas, que seriam incapazes de distiguir se o navio estaria ancorado ou em movimento retilíneo uniforme. Princípio da Relatividade Newtoniana: As Leis de Newton são invariantes em todos os referenciais inerciais. • Esse princípio deixa de valer para referenciais não-inerciais: aparecem as forças de inércia (centrífuga, Coriolis, etc.). A transformação de Galileu envolve a suposição implícita de que os intervalos de tempo medidos pelos relógios dos dois observadores são iguais, isto é, que t=t´. 12
  • 13. A velocidade da Luz A visão de Newton foi extremamente bem-sucedida na descrição de fenômenos que vão do movimento de um projétil ao movimento de planetas, mas não conseguiu descrever os fenômenos eletromagnéticos. A Teoria do Eletromagnetismo de Maxwell, foi um dos grandes trunfos da ciência do século XIX. Fenômenos físicos aparentemente descorrelacionados, envolvendo a eletricidade, o magnetismo e a ótica passaram a ser compreendidos em termos de um único conjunto de leis e princípios físicos fundamentais. Uma consequência fundamental dessa teoria é a propagação de ondas eletromagnéticas. O exemplo mais importante de onda eletromagnética é a luz. Ele calculou a velocidade destas ondas e pôde expressá-la em termos de duas constantes fundamentais da eletrostática e da magnetostática: a permissividade elétrica do vácuo ε0 e a permeabilidade magnética do vácuo µ0, de uma forma muito simples: 1 c= = 3 ×108 m / s ε 0 µ0 Unificação: eletricidade+ótica+magnetismo 13
  • 14. A velocidade da Luz Todas as ondas eletromagnéticas, e não apenas a luz se propagam no vácuo com a velocidade c, não importando o valor do comprimento de onda, nem os detalhes do processo de geração da onda - por exemplo, se o emissor da onda está ou não em movimento. Essa é uma previsão fundamental das equações de Maxwell: c é uma constante universal da Física, que representa a velocidade de propagação das ondas eletromagnéticas no vácuo. Entretanto, a noção de uma velocidade absoluta, representada por uma constante universal, está em conflito direto com algumas das noções básicas da Mecânica.  Apesar da completa equivalência entre os referenciais inerciais, a descrição do movimento de uma dada partícula é diferente em dois referenciais distintos. Em r particular, a velocidade v de uma dada partícula em relação a um referencial r v´ inercial R difere da velocidade da mesma partícula em relação a um outro referencial R´ pela lei de composição de velocidades de Galileu: r r r v = v´+V 14
  • 15. A velocidade da Luz Se, no referencial R, a velocidade de propagação é c, então, de acordo com a lei de composição de velocidades de Galileu, a velocidade no referencial R´, em movimento com velocidade V, ao longo da mesma direção e sentido da propagação da luz, seria c-V.  a velocidade da luz valeria c apenas num referencial específico  c = 1 = 3 ×10 m / s 8 é derivada das equações de Maxwell, seria preciso ε0 µ0 concluir também que estas só valeriam nesse referencial especial. Que referencial especial seria esse? Todas as ondas mecânicas correspondem à propagação de perturbações de um meio material. Onde não há meio material, não há propagação! 15
  • 16. A velocidade da Luz Ondas numa corda - referencial “natural” é aquele em que ela está em repouso e onde cada ponto executa um movimento transversal à direção de extensão da corda, à medida que ela se propaga; - a velocidade de propagação depende das propriedades físicas da corda: v = (T/µ)1/2 Som: sólido, líquido ou gasoso. Deveria haver um meio suporte para propagação das OEM: - Se o éter existe de fato e o observador se move em relação a ele, assim como pode se mover em relação ao ar, então, devemos compor as velocidades da luz e do observador. - Se o éter não existe, a velocidade da luz é absoluta e, portanto, sua medida não dependerá do observador. 16
  • 17. A velocidade da Luz  Durante o século XIX, e mesmo nas primeiras décadas após a formulação do eletromagnetismo por Maxwell, acreditava-se que a luz também só poderia se propagar através de um meio material. Então deveria existir um meio material ocupando todo o espaço entre as estrelas e os planetas, já que a luz se propaga das estrelas até o nosso planeta.  Este meio material hipotético, conhecido pelo nome de éter, estaria em repouso em relação às estrelas.  Para ser consistente com o caráter transverso das ondas eletromagnéticas, o éter deveria ser rígido, como no exemplo da corda vibrante tensionada. Ao mesmo tempo, o éter não poderia oferecer resistência ao movimento dos corpos celestes, o que parecia estar em contradição com a primeira condição! 17
  • 18. A velocidade da Luz  No referencial terrestre, a velocidade de propagação de um feixe de luz ao longo da direção de movimento do planeta Terra seria c´=c-V; onde V é a velocidade da Terra. Por conseguinte, c´≠ c e c´ variaria com a direção de propagação. Se acreditássemos na existência do éter, então, o referencial especial onde valeriam as equações de Maxwell, e onde a velocidade da luz seria c, seria o referencial Copernicano das estrelas fixas, pois nele o éter estaria em repouso. Deveria ser possível, por experiências de propagação da luz, detetar um movimento retilíneo uniforme em relação a ele, ou seja, o princípio da relatividade não seria válido na eletrodinâmica. A equação de composição das velocidades de Galileu mostra que não é possível manter o princípio da relatividade com validade simultânea das equações de Maxwell e das leis da Mecânica Newtoniana: uma das duas teria de ser abandonada! 18
  • 19. A velocidade da Luz Teria de ser válida, portanto, uma das seguintes opções: 1) A mecânica newtoniana e as equações de Maxwell são válidas, mas o princípio da relatividade não se aplica a todas as leis físicas: existe um referencial absoluto (o éter), onde a velocidade da luz é c em todas as direções, e deve ser possível, por meio de experiências eletromagnéticas, detetar um movimento retilíneo e uniforme em relação ao referencial absoluto do éter. 2) O princípio da relatividade aplica-se a todas as leis físicas e à mecânica newtoniana é correta. Nesse caso, as equações de Maxwell teriam de ser modificadas, e deveria ser possível observar desvios das leis da eletrodinâmica clássica. 3) O princípio da relatividade aplica-se a todas as leis físicas, e as equações de Maxwell são corretas. Nesse caso, a mecânica newtoniana e a transformação de Galileu não podem ser corretas: deve ser possível observar desvios das leis da mecânica newtoniana => única compatível com os fatos experimentais. 19
  • 20. O experimento de Michelson e Morley Teste experimental da primeira opção. Se ela fosse válida, deveria ser possível detetar um movimento retilíneo uniforme em relação ao éter usando a lei de Galileu de composição de velocidades c´= c-V: a velocidade da luz num referencial em movimento relativo ao éter deveria ser diferente em direções diferentes. Um referencial onde o Sol estaria em repouso é com boa aproximação um referencial inercial. A velocidade de translação da Terra (V) em relação a esse referencial é da ordem de 30km/s. Pela lei de composição de velocidades, isso daria origem a desvios da ordem de V / c ≈ 10− 4 na velocidade de propagação da luz. Numa série de experiências realizadas entre 1881 e 1887, Albert Michelson, em colaboração com Edward Morley, procuraram detetar esses desvios usando o interferômetro de Michelson. Não observaram nenhum deslocamento, o que permite descartar a opção 1. 20
  • 21. O experimento de Michelson e Morley - Seus braços têm comprimentos L1 e L2 - F é a fonte de luz - DF é uma placa semiespelhada divisora do feixe E2 - E1 e E2 são espelhos F L2 - A é o anteparo 1) A Terra está se movendo em relação ao hipotético éter com velocidade V na direção L1. L1 E1 Como c e V são paralelos ao longo de L1 temos: Ida: Volta: c c V V c´ c´ L1 L 2L c 2 L1c 2 L1 Tempo total para ida e volta t1 = + 1 = 2 1 2= = ao longo de L1: c −V c + V c −V 2 ( V 2  c 1− β 2 c 1 − 2  )  c  V onde β = 21 c
  • 22. O experimento de Michelson e Morley E2 2) Percurso na direção L2. Visto do referencial do éter o percurso é oblíquo. L2 c´= c 2 − V 2 = c 1 − β 2 O1 O2 V onde β = c V c c´ c´ c V Tempo total para L2 L2 2 L2 t2 = + = ida e volta ao c 1− β 2 c 1− β 2 c 1− β 2 longo de L2: 22
  • 23. O experimento de Michelson e Morley A diferença de caminho ótico entre os dois percursos é: 2 L1 2 L2 2  L  ∆L = c(t1 − t2 ) = − =  1 − L2  c(1 − β 2 ) c 1 − β 2 1− β 2  1− β 2    Se girarmos agora de 900 o dispositivo todo, os papéis de L1 e L2 são intercambiados. A figura observada anteriormente sofrerá um deslocamento correspondente ao caminho ótico: 2 L1 2 L2 t1 = ´ ; t´2 = c 1− β 2 ( c 1− β 2 ) ∆L − ∆L = ´ 2  ( L1 + L2 ) 1 − 1   1− β 2  1− β 2     2 L2  ∆L = c(t − t ) = ´ ´ ´ L −  1 2 2  1 2  1− β  1− β  23
  • 24. O experimento de Michelson e Morley Expansão em série de Taylor: 1 2 1V2 ( ∆L = 1 − β ) 2 −1/ 2 ≈ 1+ β = 1+ 2 2 c2 β << 1 Expansão em série de Taylor: 1 1 3 2u 2 5 ´´´ 3 u 3 (1(+)x=) 2 V  − x = −  f u f2(0) += 1 −(0)u + f ´´ (0) −+ f x + ... f x+ x ´ (0) c 2 8 2! 16 3! f ′f(u()u) = u ´ u = ⇒ f ´ (0) = 0 2 3/ 2  2 (1 − u ) 1 ∆L´ − ∆L = ( L1 + L2 ) 1 −  1 − β 1 + 2u  2 2  2  1− β  f ´´ (u ) = ´ ′′(0) = ⇒ ff (0) = 1 1 (1 − u ) 2 5/ 2  1  1  ∆L′ − ∆L = 2( L1 + L2 ) 1 − 1 − β 2 1 + β 2   2  2   1  ∆L′ − ∆L = −( L1 + L2 ) β 2 1 + β 2  ≅ −( L1 + L2 ) β 2 24  2 
  • 25. O experimento de Michelson e Morley A diferença de caminho ótico em termos de franjas é: ∆L´ − ∆L ( L1 + L2 ) 2 δm = =− β λ λ ∆L´ − ∆L  1  (L + L )  1  δm = = 2 1 + β 2  1 2 1 − 1 − β 2  λ  2  λ  2   1 2  ( L1 + L2 )  1 2  = 2 − β  1 + β   2  λ  2  (L + L ) ≅ − 1 2 β2 λ 25
  • 26. O experimento de Michelson e Morley Ou seja, o fenômeno é de 2ª ordem em V/c (β). Por ser tão pequeno que se necessita de uma técnica interferométrica! Na 1ª experiência de Michelson e Morley (1881), era L1 ~ L2 ~ 1,2m e λ = 6x10-7m (luz amarela) |δm|~0,04 de franja -> Não observou Na experiência (1887), era L1 ~ L2 ~ 11m |δm|~0,4 de franja -> colocaram como limite δm<0,01 -> não observaram nenhum deslocamento Vários outros experimentos feitos não observam nenhum deslocamento, o que permite descartar a opção 1. -Resultados experimentais, descartam modificações na eletrodinâmica preditas pela teoria de Ritz, por medidas diretas da velocidade da luz na desintegração π0 -> γ + γ, realizadas no CERN em 1964 (c´=c+kv, k = 0,0 +- 1,3)x10-4. 26
  • 27. Os Postulados de Einstein No início do século XX, a Física se encontrava num impasse. E ao invés de modificar o Eletromagnetismo de Maxwell, era necessário romper com a mecânica newtoniana. Einstein apresentou as bases da Teoria da Relatividade no artigo “Sobre a Eletrodinâmica de Corpos em Movimento”. Para derivar a lei de composição das velocidades de Galileu, é preciso adotar o conceito newtoniano de tempo absoluto, isto é, supor que o tempo é o mesmo para todos os referenciais inerciais. Einstein descartou essa hipótese (que parece tão natural) e REFORMULOU o conceito de tempo, levando a uma completa revolução das leis da Mecânica. 27
  • 28. Teoria da Relatividade: -> É composta por duas teorias bem diferentes, a restrita (1905) e a geral (1916). RESTRITA: trata da comparação entre os movimentos observados em diferentes referenciais que estejam se movendo com velocidade constante uns em relação aos outros. GERAL: trata de referenciais acelerados e dos efeitos da gravidade. É importante para a cosmologia e para o estudo dos eventos que ocorrem nas proximidades de massas muito grandes (estrelas). 28
  • 29. Os Postulados de Einstein A Teoria da Relatividade Restrita de Einstein é derivada a partir de dois postulados fundamentais: Princípio da Relatividade Restrita: As leis físicas são as mesmas em todos os referenciais inerciais. As equações de Maxwell são confirmadas como leis físicas válidas, e daí decorre: Princípio da constância da velocidade da luz: A velocidade da luz no vácuo (OEM), c, é a mesma em todas as direções e em todos os referenciais inerciais, e é independente do movimento da fonte. 29
  • 30. Tempo e Simultaneidade Analisar detalhadamente o problema da contagem de tempo, tomando como base os dois postulados anteriores. Os intervalos de tempo entre dois eventos não são, em geral, iguais para diferentes referenciais.  O conceito de tempo está diretamente relacionado à noção de eventos simultâneos.  A noção de simultaneidade não é absoluta: 2 eventos que são simultâneos para um determinado referencial inercial ocorrem em instantes de tempo diferentes para outro referencial. 30
  • 31. Tempo e Simultaneidade Uma fonte de luz (lâmpada), F, e dois detetores de  EXEMPLO: luz, D1 e D2, são fixados sobre uma plataforma que se movimenta com velocidade V constante ao longo do eixo OX do referencial S (que supomos ser inercial). - D1, D2 e F estão alinhados ao longo da direção paralela ao eixo OX; - As distâncias entre D1 e F e entre F e D2, são iguais. - O referencial S´ acompanha o movimento da plataforma e, portanto, está em movimento em relação a S com velocidade V ao longo do eixo OX  é o referencial próprio ou referencial de repouso do conjunto (por construção, a fonte, os detetores estão em repouso no referencial S´). 31
  • 32. Tempo e Simultaneidade  EXEMPLO: Referencial S´ A fonte F é ligada. A luz emitida por ela se propaga até chegar aos detetores D1 e D2. - Pelo princípio da relatividade, a propagação da luz em S´ ocorre como em qualquer outro referencial inercial. Para ambos os sentidos de propagação ao longo do eixo O´X´, a velocidade vale c. - Como os detetores D1 e D2 estão à mesma distância da fonte F, eles irão detetar a luz simultanemente. - O início da detecção de luz por D1 e D2 do ponto de vista do referencial S´ são silmultâneos. 32
  • 33. Tempo e Simultaneidade - Pelo princípio da invariância da velocidade da luz o Referencial S estado de movimento da fonte F (com velocidade V) não modifica a velocidade de propagação da luz, que também vale c para os dois sentidos de propagação ao longo do eixo X. - Enquanto a luz se propaga a partir de F, o detetor D1 se aproxima e detetor D2 se afasta de F. - Como a velocidade é a mesma nos dois sentidos de propagação, a detecção em D1 é anterior à detecção de D2 do ponto de vista do referencial S. Os dois eventos são simultâneos do ponto de vista do referencial S´ mas não do ponto de vista do referencial S → A simultaneidade é relativa. Ela não é uma propriedade absoluta ou intrínseca de dois eventos dados, devendo sempre ser definida em relação a um dado referencial. 33
  • 34. Intervalo relativístico No espaço-tempo quadridimensional da relatividade, pode-se definir uma medida para um dado par de eventos, chamada intervalo relativístico que é uma propriedade intrínseca do par de eventos considerado e, portanto, é invariante quando tomamos diferentes referenciais inerciais. Rotações Espaciais A distância entre dois pontos espaciais quaisquer P1 e P2 é invariante por qualquer rotação dos eixos coordenados, porque ela representa uma distância (ou comprimento) que é uma propriedade intrínseca do par de pontos P1 e P2 e, portanto, independe da escolha dos eixos coordenados: P P2 = ( x2 − x1 ) 2 + ( y2 − y1 ) 2 + ( z2 − z1 ) 2 1 34
  • 35. Intervalo relativístico - A fonte F é ligada e começa a emitir luz - O detetor D começa a detectar a luz emitida por F. Num certo referencial inercial S: - as coordenadas do evento “fonte é ligada” são (t1,x1,y1,z1); - as coordenadas do evento “detecção por D” são (t2,x2,y2,z2); - a distância percorrida pela luz da fonte até o detetor vale: d = ( x2 − x1 ) + ( y2 − y1 ) + ( z2 − z1 ) 2 2 2 - O tempo transcorrido entre o instante da emissão da luz e o instante de sua detecção vale t2 – t1. 35
  • 36. Intervalo relativístico Pelo postulado da invariância da velocidade da luz, a velocidade de propagação vale c no referencial S, mesmo que a fonte esteja em movimento em relação a S. Portanto, a distância percorrida satisfaz a relação: d = c(t2-t1) E as coordenadas espaço-temporais dos eventos satisfazem a equação: ( x2 − x1 ) 2 + ( y2 − y1 ) 2 + ( z2 − z1 ) 2 = c(t2 − t1 ) 36
  • 37. Intervalo relativístico Referencial S´: descrição dos mesmos dois eventos As coordenadas espaço-temporais serão, em geral, diferentes: evento “fonte ligada”: (t´1,x´1,y´1,z´1) evento “detecção por D”: (t´2,x´2,y´2,z´2) Entretanto, a equação anterior continuará sendo satisfeita, já que pelo postulado da invariância da velocidade da luz, a velocidade de propagação também vale c em S´: ( x2 − x1 ) 2 + ( y2 − y1 ) 2 + ( z2 − z1 ) 2 = c(t2 − t1 ) ´ ´ ´ ´ ´ ´ ´ ´ 37
  • 38. Intervalo relativístico O que as coordenadas dos eventos nos referenciais S e S´ têm em comum??? Ambos os conjuntos satisfazem à mesma equação! OBJETIVO: definir um intervalo relativístico (∆ s) que seja invariante quando muda-se de referencial. Referencial S: ( ∆s ) 2 = c 2 (t2 − t1 ) 2 − ( x2 − x1 ) 2 − ( y2 − y1 ) 2 − ( z2 − z1 ) 2 144444 2444444 4 3 c 2 ( t2 −t1 )2 ( ∆s ) = 0 2 38
  • 39. Intervalo relativístico O que as coordenadas dos eventos nos referenciais S e S´ tem em comum??? Referencial S´: c 2 ( t´ −t1 ) 2 ´ 6444447444448 4 2 4 ( ) 2 ∆´ s = c 2 (t2 −t1 ) 2 −( x2 − x1 ) 2 −( y2 − y1 ) 2 −( z´ − z1 ) 2 ´ ´ ´ ´ ´ ´ 2 ´ ( ∆s ) 2 ´ =0 Portanto, ∆s=∆s´ pode ser nulo, positivo ou negativo. Embora o transcurso de tempo seja diferente para diferentes referenciais, é possível definir uma grandeza invariante: o intervalo relativístico. Todos os referenciais inerciais medem o mesmo intervalo relativístico entre dois eventos dados. 39