4. • As Escadas do Codeçal é
um arruamento na
freguesia da Sé da cidade
do Porto, em Portugal.
• Trata-se de um dos
recantos mais pitorescos
do que se convencionou
chamar o "Porto Antigo".
De destacar a Capela de
Nossa Senhora do
Patrocínio edificada no
século XVIII
4
5. História
• Codeçal é a ortografia do
topónimo na atualidade,
alegadamente porque
deriva de cadouço (i.e.,
covão, esconderijo). No
entanto, outra
interpretação, é que o mais
apropriado escrever
codessal, outra seja, lugar
onde crescem codessos
(arbustos de flor amarela,
da família das leguminosas,
espontâneos em Portugal).
5
6. • A origem das escadas
perde-se no tempo. Esta
escadaria ingreme foi, na
época medieval, o
caminho de ronda da
Muralha Fernandina do
Porto, estabelecendo a
ligação ente o convento
de Santa Clara e o postigo
da Areia da muralha, já
junto ao rio Douro.
6
7. • Dos monumentos mais
conhecidos das escadas
do Codeçal encontra-se
o Recolhimento do
Ferro que, inicialmente,
existia numa
reentrância da rua
Escura, em frente ao
aljube.
7
9. • No entanto, como das
janelas daquele presídio
era possível devassar
tudo o que se passava
no interior do
recolhimento, foi
decidido transferi-lo
para local mais
adequado.
9
10. • Codeçal foi o local
escolhido, graças à cedência
gratuita de terrenos por
parte de uma benfeitora em
1729, que, no entanto,
impos como condição que o
recolhimento tomasse por
padroeira Santa Maria
Madalena e se dedicasse a
receber "todas aquelas
mulheres que, arrependidas
da má vida e costumes
dissolutos do mundo, se
quisessem naquele
Recolhimento".
10
11. • A instituição passou, por
isso, a ser conhecida pela
designação de
Recolhimento de Nossa
Senhora do Patrocínio e
Santa Maria Madalena.
Mas, por regra, continuou
a ser conhecida
simplesmente por
Recolhimento do Ferro,
tal como quando estava
na rua Escura
11
12. • A construção da igreja e do
recolhimento naquele lugar
airoso, debruçado sobre o rio,
iniciou-se em 1752 e não foi
isenta de contratempos,
prolongando-se por várias
décadas. Nos meados dos século
XIX, Henrique Duarte e Sousa Reis
escrevia que o recolhimento se
destinava "à clausura de senhoras
e meninas que seus superiores,
por conveniências públicas ou
particulares, entendessem dever
retirar do século e que nele
[recolhimento] também se fazem
depósitos judiciais de
desposadas, quando é preciso..."
12
13. • Sabemos, por exemplo, que
duas filhas do pintor João
Glama viveram no
recolhimento. Nos finais do
século XX, com a
necessidade de adaptação
aos novos tempos, o antigo
Recolhimento do Ferro
passou a funcionar como
Centro Social da Sé, uma
instituição de solidariedade
social que presta apoio à
comunidade local
13
15. • Na década de 1880, a
construção do tabuleiro
superior da ponte Luís
I obrigou a algumas
demolições para construção
de pilares de sustentação da
ponte. Já no século XX, o
alargamento da via de
escoamento de trânsito do
tabuleiro inferior da mesma
ponte e a subsequente
construção do túnel da
Ribeira obrigou à demolição
do trecho final das escadas
do Codeçal.
15
16. • As escadas do Codeçal
foram objeto de um
programa de
recuperação no âmbito
da Porto 2001 – Capital
Europeia da Cultura
16
17. • "Pelo Codeçal acima sobe
o muro na direcção do
Nascente, e no alto desse
monte pedregoso lá se vê
ainda uma torre
quadrada alta e forte,
servindo hoje de mirante
às religiosas do convento
de Santa Clara..."
Henrique Duarte Sousa
Reis
17
18. • A foto aqui
apresentada é um
pormenor de uma
outra, com o propósito
de mostrar a parte das
escadas do codeçal que
foi à muito demolida.
Esta escadaria ingreme
era na época medieval
o "caminho de rolda"
da muralha fernandina.
18
19. • Dentro; o abrigo dos seus
fortes muros; fora o perigo da
exposição ao inimigo. Em
baixo um pormenor de uma
conhecida e relativamente
fiável vista do Porto de finais
de setecentos, onde podemos
ver o Postigo da Areia, última
abertura na muralha antes
desta subir a escarpa.
Este postigo, creio, estaria já
demolido ou entulhado nos
finais do século XIX (data
aproximada da foto acima).
19
20. • A origem do nome Codeçal
estará no facto de aquela
escarpa ser povoada por
imensos codessos. Estes são
um arbusto do família das
leguminosas de planta de
cor amarela e que crescem
espontâneamente na
Europa (noutros locais do
mundo são por vezes
cultivadas como plantas
ornamentais).
20
21. • Escadas do Codeçal–
codeçal é um termo do
séc. XV, ou anterior,
que refere um arbusto
leguminoso de flor
amarela (codesso) que
existiria nesta área – às
religiosas de Santa
Clara chamavam
as “Madres do
Codeçal”.
21
23. • Não se conhece
documentação que
justifique a escolha do
nome atual do
arruamento,
documentado pela
primeira vez, com esta
designação, em 1404.
23
24. • Aventa-se a hipótese de
se dever ao caráter
sombrio da rua, cujas
pequenas casas
contrastavam com os
vistosos edifícios
vizinhos da Sé e da Casa
da Câmara.
24
25. • Correndo junto às parede
norte da Muralha Primitiva,
o arruamento é
documentado pela primeira
vez em 1301 como Rua
Nova, adotando o nome
atual um século mais tarde,
como é testemunhado num
documento do cabido,
datado de 1404, que refere
expressamente "Rua Escura
que antigamente
chamavam Rua Nova".
25
26. • Esta mudança
toponímica deverá estar
relacionada com a
abertura, por iniciativa
de D. João I, de uma
nova "Rua Nova"
(depois Rua Formosa,
mais tarde Rua Nova
dos Ingleses e hoje Rua
do Infante D. Henrique).
26
27. • A Rua Escura já se
encontrava calcetada nos
fins da Idade Média e
aqui esteve localizado o
Recolhimento de Nossa
Senhora do Ferro. Por
este motivo a artéria foi
também designada, na
Época Moderna, como
"Rua de Nossa Senhora
do Ferro".
27
28. • A Fonte de S. Sebastião ou da Rua Escura, que se erguia
próximo dos antigos Paços do Concelho ou Casa dos
Vinte e Quatro, e fronteira ao Aljube ou Cárcere dos
Clérigos seria, nas palavras de Horácio Marçal, uma das
primeiras a ter sido construída na cidade
28
29. • Um documento da
Misericórdia, datado de
1743, chama-lhe
mesmo "Rua do Ferro".
O Recolhimento do
Ferro saiu da Rua Escura
e mudou-se em 1757
para as Escadas do
Codeçal, na zona da
Lada.
29
30. • Sensivelmente em frente
do Recolhimento do Ferro
ficava o cárcere da
Inquisição no Porto,
instalada em 1541 por
ordem de D. João III, que
disso incumbiu o bispo D.
Frei Baltasar Limpo. Em
carta endereçada ao
monarca em 1542, o
bispo informa ter já 40
encarcerados.
30
32. • O primeiro (e, até se
julga saber, único) auto-
de-fé realizado no Porto
teve lugar em 11 de
fevereiro de 1543,
tendo sido queimados
quatro condenados
32
33. • A Rua Escura partia
desde a Cruz do Souto
para cima, em direcção
à Rua de S. Sebastião
(na Idade Média, Rua
da Sapataria) e à Porta
de Vandoma.
33
36. • Esta artéria completava, assim,
a "circunvalação" exterior à
muralha românica, garantindo
acesso à zona alta da cidade -
ao burgo episcopal pela porta
de Vandoma, e ao fronteiro
morro da Cividade - e aos
acessos viários para o interior
do país (nomeadamente as
vias que partiam da Porta de
Cimo de Vila em direcção a
Trás-os-Montes, e do Postigo
dos Carvalhos do Monte em
direcção a Arrifana de Sousa,
hoje Penafiel).
36
37. • Designada primeiramente
Rua Nova, passou, desde os
inícios do séc. XV, a ser
chamada Rua Escura.
Encontra-se documentada
como Rua Nova pelo menos
desde 1301, e como Rua
Escura pelo menos desde
1404. Há um documento do
Cabido, datado de 1404,
que refere as casas "no fim
da Rua Escura que
antigamente chamavam
Rua Nova".
37
38. • Trata-se de um Prazo de
umas casas sitas no fim da
Rua Escura, que
antigamente chamavam Rua
Nova, e que o Cabido da Sé
do Porto assina a favor de
Álvaro Dias. Esta mudança
toponómica não pode
deixar de ser relacionada
com a abertura da Rua Nova
(depois Rua Formosa, Rua
Nova dos Ingleses e hoje
Rua do Infante D. Henrique)
por iniciativa de D. João I.
38
39. • Por decisão camarária
de 26 de Junho de
1860, a designação de
"Rua Escura" passou a
englobar o antigo Largo
de S. Sebastião.
39
40. • Aqui esteve localizado
durante algum tempo o
Recolhimento de Nª. Sª.
do Ferro (depois
deslocado para as
Escadas do Codeçal, na
zona da Lada). Por esse
motivo esta artéria foi
também designada, em
Época Moderna, como
Rua de Nª. Sª. do Ferro.
40
41. • Um monograma do Santo Nome), derivado da
palavra grega IHSOUS (ΙΗΣΟΥΣ) para "Jesus" ou à
frase latina Iesus Hominum Salvator ("Jesus
salvador da humanidade"
41
42. • Um auto de
reconhecimento do foro
de casas, organizado pela
Misericórdia em 1636,
refere: "na rua Escura,
abaixo da ermida de S.
Sebastião, nas costas da
Casas do Coelho, no canto
quando descem para a
Cruz do Souto, cujas casas
se chamavam
antigamente as Casas da
Porta do Ferro"
42
43. • Sobre as primitivas
instalações do
Recolhimento de Nª. Sª.
do Ferro escreveu
Magalhães Basto:
43
44. • "Na antiga Rua da
Senhora do Ferro,
actual Rua Escura, à
direita de quem desce e
antes da travessa de S.
Sebastião, antiga Viela
dos Gatos, via-se uma
fachada de aparência
banal, com a data:
1681.
44
45. • Hoje essa fachada e o
prédio correspondente
estão substituídos pela
casa nº 63-A e 63-B. E
em ruínas a velha
Capela de Nª. Sª. do
Ferro, o prédio nº63,
até à 2ª metade do Séc.
XVIII o Recolhimento.
45
46. • Tinha há duzentos anos
esse prédio um andar
para a parte da rua,
com seu portal onde se
podia passar para a
Capela contígua; havia
para o lado da frente,
uma sala "com tribuna
e janela rasgada" de
talha dourada e grades
também douradas. (…)
46
47. • Externamente, via-se "em
um nicho uma imagem da
mesma Senhora do
Ferro", feita de pedra,
com "seu lampião"
(retirado do prazo que,
em 17 de Fevereiro de
1763, a Confraria da Sé
do Porto, fez dessa casa e
capela a Luís Pereira da
Fonseca e Sá - Arq. Distr.
do Porto, Po-9-46 (4ª
Sér.), fls. 79 v.º e 80 v.º:
47
48. • "Item humas cazas de hum
sobrado para a parte da rua
com o seu portal, (…)
constão estas cazas de
huma salla de hum sobrado
para a rua, (…) u huma salla
para a parte de tras no
primeiro andar, e no andar,
e no andar de sima outra
caza com suas escadas e
serventia para as mesmas
cazas, e tem sua logea, tem
mais huma caza no andar
de baixo para a parte de
tras, (…)
48
49. • Ytem hum pedaco de
terra que fica para a
parte de tras que serue
de retiro às mesmas
cazas, (…) tem seu
Posso com agoa
permanente e varias
videyras, Ytem huma
cosinha; (…)
49
50. • Ytem um pedaco de
terra que tem humas
cazas que se achão a
rendadas de prezente,
(..) parte do nascente
com a Torre que fica de
tras do corpo da guarda
50
51. • Ytem hum quintal, (..) e tem
suas Parreyras, Horta,
Larangeira, Platano e
Loureiros, confronta do
poente com varios
moradores da Viella dos
Gattos. Ytem a capella de
Nossa Senhora do Ferro, (…)
e finalmente na mesma
sanchristia tem humas
colunas de pedra inteiricas
para sustentarem e pezo
das cazas q. se achão por
sima della, e vão medidas
no prazo".)".
51
52. • Há também referências
ao Hospital dos Clérigos,
ou dos Coreiros, que
segundo Luís de Pina
ficava na Rua Escura e do
qual "nada se sabe sobre
ele", excepto que
também se chamou
Hospital de Nª. Sra. Do
Ferro. É possível que
confrontasse com a Rua
Escura e a Viela da
Cividade.
52
53. Bibliografia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escadas_do_Code%C3%A7al
http://www.portoturismo.pt/Visitar/Paginas/Descobrir/.UT-
0GFehfnc
Video amador das escadas do codeçal:
https://www.youtube.com/watch?v=XdeMHbUgRlE
http://portoarc.blogspot.pt/2013/03/dos-guindais-massarelos-
i.html
http://www.slideshare.net/jmpcard1/escadas-do-codeal
Recuperação das escadas do Codeçal: http://www.jpx-
arq.com/041web/041_12.html
http://viasromanas.zxq.net/doc/SePorto_Escura.html
http://www.portopatrimoniomundial.com/rua-escura.html
http://www.cm-
porto.pt/gen.pl?sid=cmp.sections/570&fokey=cmp.toponimia/841
http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/6336.pdf
53