O documento descreve a partilha da África e da Ásia pelas potências europeias no final do século XIX e início do século XX, com o Reino Unido, França, Alemanha, Bélgica e Portugal estabelecendo grandes impérios coloniais nessas regiões para exploração de recursos naturais e mercados para seus produtos industriais. A Conferência de Berlim em 1885 estabeleceu as regras para a aquisição formal de territórios, levando a mais disputas territoriais e ao Ultimato Britânico de
1. A Partilha do Mundo
As necessidades decorrentes da industrialização, conduziram à procura de
colónias. África foi o continente mais cobiçado, em virtude das suas riquezas
naturais postas a descoberto pelas viagens de exploração
Caricatura de autor não identificado
2. Grandes Impérios Coloniais em África e na Ásia
Império Britânico:
Canadá, Austrália,
Nova Zelândia,
Egipto, Sudão,
África do Sul, África
Oriental, Nigéria
Índia, Malásia
Império
Francês:
África do
Norte e
Ocidental,
Madagáscar
Indochina
Império
Alemão:
SW Africano,
Tanganica,
África
Ocidental
Alemã
Império
Português:
Guiné, Angola,
Moçambique
Macau, Timor
Império
Belga:
Congo
belga
Ruanda
3. A Conferência de Berlim
Caricatura que representa a partilha do continente africano, com o alemão Bismark a cortar as
fatias do “Bolo Africano”.
5. “A Conferência de Berlim, marcou a
segunda metade do século XIX e as
relações internacionais nos inícios do
século XX. Nela estiveram representados
a Alemanha, Bélgica, Dinamarca, EUA,
França, Espanha, Portugal, Inglaterra,
Itália, Países-Baixos, Rússia, Noruega e
Suécia, Turquia e Áustria-Hungria.
Presidiu o país anfitrião, com Bismarck.
Na Conferência de Berlim a
representação portuguesa, constituída
pelo embaixador marquês de Penafiel,
pelo enviado extraordinário António de
Serpa e pelo secretário da Sociedade de
Geografia de Lisboa Luciano Cordeiro,
não se conseguiu fazer ouvir nem
respeitar. O critério da prioridade
histórica foi substituído pelo princípio da
efetiva capacidade de ocupação militar,
comercial e industrial.” (texto adaptado)
Fonte: O Occidente n.º 128, de 11.1.1885
Conferência de Berlim sobre África
La question du Congo, Gravura, E. A. Tilly
In L'Illustration, Paris 1884, p. 388
JE. 86 V.
http://purl.pt/93/1/iconografia/imagens/je83v_18841213_384/je83v_18841213_38
4.html
6.
7. -Metrópoles
Europeias
Colónias
Na África e na Ásia
A Lógica da Política Colonialista
Ocupação Efetiva
Investimento de Capitais
Matérias - Primas a baixo preço
(minérios, algodão, borracha)
Produtos Industriais
Bens de Consumo
Grandes Lucros …
8. A questão do Mapa Cor-de-Rosa
Após a Conferência de Berlim (1884-85), Portugal apresentou um projeto de
ligação entre Angola e Moçambique (o "mapa cor-de-rosa"), na tentativa de alargar
a sua presença no continente africano.
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b9/Mapa_Cor-de-Rosa.png
10. O projeto português
colidia com os interesses
da Grã-Bretanha que
tencionava ocupar todo o
corredor situado entre o
Cairo (Egipto) e o Cabo
(África do Sul).
Cecil Rhodes – autor do
projeto da construção de
uma linha de caminho de
ferro que unisse o Cairo à
Cidade do Cabo.
http://www4.wittenberg.edu/academics/hist/crom/civ2001/rhodes.gif
11. O resultado foi o Ultimato britânico de 1890, sendo exigido a Portugal a retirada de toda a zona
disputada sob pena de serem cortadas as relações diplomáticas e, de seguida, declarada guerra.
Portugal protestou, mas acabou por ceder. Acabou o “Mapa Cor-de-Rosa”, mas não sem que
antes tivesse deixado um legado de humilhação nacional e frustração que haveria de marcar
Portugal durante muitas décadas.
http://coresdahistoria.blogspot.pt/2011_10_01_archive.html
13. Na sequência deste episódio, Alfredo Keil compôs A Portuguesa (atual hino nacional).
Data: 1890
Letra: Henrique Lopes de Mendonça
Música: Alfredo Keil
I
Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memoria,
Oh pátria ergue-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela pátria lutar!
Contra os Canhões
marchar, marchar!
II
Desfralda a invicta bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu!
Beija o teu solo jucundo
O Oceano, a rugir de amor;
E o teu braço vencedor
Deu mundos novos ao mundo!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela pátria lutar!
Contra os Bretões
marchar, marchar!
III
Saudai o sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal do ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injurias da sorte.
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela pátria lutar!
Contra os Bretões
marchar, marchar!
14. A partilha de África em 1914
http://alerce.pntic.mec.es/lsam0005/1bach_hmc/tema6_imperialismo/africa1914.gif
15. As novas áreas de interesse
Nos finais do século XIX e início do XX, a Europa dominava o mundo. As suas áreas de
interesse ultrapassaram as fronteiras do continente africano e agora concentravam-se na
América e na Ásia. Entanto, entre as várias potências europeias tinham-se estabelecido
perigosas rivalidades e disputas.
Caricatura de Henri Meyer, publicada no Le
Petit Journal (1898).
Da esquerda para a direita: rainha Vitória de
Inglaterra olha para o kaiser Guilherme II, da
Alemanha; (olham-se ameaçadoramente
porque a Inglaterra tinha domínio da China - e
a Alemanha estava a tornar-se uma perigosa
ameaça); Nicolau II da Rússia, uma mulher
representando a França, e um samurai a
representar o Japão. Em pé esta o imperador
chinês aflito por não querer a divisão do seu
país.
16.
17.
18. Uma visão Crítica
Ou como os ingleses exploram as suas colónias…
“O álcool e a religião tornam dóceis as populações africanas, para melhor serem
exploradas”
Caricatura alemã do final do séc. XIX
19. A outra visão Crítica
Ou como os alemães reprimem os povos coloniais
“Até os animais da savana se vergam ao militarismo alemão”
Caricatura britânica do final do séc. XIX