O documento discute o imperialismo europeu nos séculos XIX e início do XX, quando as potências européias exploraram e dividiram a África e partes da Ásia. A Conferência de Berlim em 1885 formalizou a partilha da África entre as nações europeias. As fronteiras impostas ignoraram as divisões étnicas, levando a conflitos posteriores.
2. O IMPERIALISMO
O imperialismo ou neocolonialismo
do século XIX se constituiu como
movimento de exploração das
nações industrializadas europeias à
exemplo da Inglaterra, França,
Alemanha, Bélgica, etc, sobre Ásia
e África.
Acrescentando Estados Unidos e
Japão que ascenderam
industrialmente e exerceram
influência imperialista na América
e na Ásia, respectivamente.
3. A Conferência de Berlim, proposta pelo Chanceler
alemão Otto von Bismarck (1815-1898), foi uma reunião
entre países para dividir o continente africano.
Estiveram presentes as nações imperialistas do século XIX:
Estados Unidos, Rússia, Grã-Bretanha, Dinamarca,
Portugal, Espanha, França, Bélgica, Holanda, Itália, Império
Alemão, Suécia, Noruega, Império Austro-Húngaro e
Império Turco-Otomano.
4. Observe que alguns países participantes não
possuíam colônias na África, como o império Alemão,
Império Turco-Otomano e Estados Unidos. No entanto,
cada um deles tinha interesse em obter um pedaço do
território africano ou garantir tratados de comércio.
5. Conhecemos e falamos de impérios desde a
antiguidade, será no período em que o sistema
capitalista torna-se industrialmente mais
tecnológico, que notaremos a utilização de
artifícios mais agressivos na busca de mercados.
Essa busca passa a abranger boa parte do globo,
o qual, por sua vez, será manipulado por
empresas multinacionais e por grandes bancos.
6. Esta ação mais agressiva do capitalismo teve
inicio a partir da Segunda Revolução Industrial
(1850-1950). As inovações tecnológicas, tal como
motores elétricos e à explosão, a siderurgia do
aço, os barcos movidos à hélice, os sistemas
ferroviários e rodoviários, o telégrafo, o telefone,
o automóvel, o avião, irão permitir um avanço das
forças imperialistas de um modo sem precedentes
na história.
7. Cabe aqui também citar uma distinção entre
Colonialismo e Imperialismo:
Colonialismo sugere controle político, abarcando
incorporação de território e perda da soberania
pela força militar.
Imperialismo se refere ao domínio que é exercido
tanto do ponto de vista formal quanto informal,
direta ou indiretamente, porém, com o mesmo
resultado, que é o controle político e econômico
da região.
8. Colonialismo europeu
do século XVI
Colonialismo europeu
do século XIX
Área principal de
Dominação
América África e Ásia
Fase do
Capitalismo
Capitalismo mercantilista
(comercial)
Capitalismo financeiro e
monopolista (industrial)
Patrocinadores
Lideranças
Burguesia comercial e Estados
Metropolitanos europeus
Portugal e Espanha
Burguesia financeiro-industrial
Europa em especial : França e
Inglaterra, América
(EUA) e Ásia (Japão)
Objetivos
econômicos
• Garantia de mercado consumidor
para a produção econômica
europeia.
• Garantia de fornecimento de
produtos coloniais, como
artigos tropicais e metais preciosos.
• Reserva de mercado para a
produção Industrial
• Garantia de fornecimento de
matérias-primas, como carvão,
ferro, petróleo e metais
preciosos.
• Controle dos mercados para a
exportação de capitais
excedentes.
Justificativa
ideológica
Expansão da fé cristã O homem branco tem a missão
civilizadora de espalhar o
progresso técnico-científico pelo
mundo
9. CAUSAS
1. Busca de matérias-primas, mão-de-
obra e de mercados consumidores
2. Necessidade de expandir o território
para acomodar a população excedente
3. Obtenção de locais para bases
militares.
4. Necessidade de obter recursos
minerais e de controlar novas fontes
de energia
10. JUSTIFICATIVAS
1 - Superioridade da
raça branca.
2 - Superioridade
tecnológica.
3 - Missão de espalhar
a verdadeira religião (o
Cristianismo).
4 - Darwinismo Social.
11. 5. Missão Civilizadora:
Homem branco, europeu e norte-americano teriam
a missão de levar o progresso técnico-científico às
regiões “atrasadas” e sem condições de
progredirem sozinhas.
12. O darwinismo social é uma aplicação da teoria da
seleção natural para as questões sociais, políticas
e econômicas. Na sua forma mais simples, o
darwinismo social segue o pensamento de “os
fortes sobrevivem”.
6. Darwinismo Social
13. Colônias de:
1-Enquadramento (objetivo
mais comercial) EX: Gana,
Nigéria, Somália, Serra Leoa,
Tanzânia, Uganda, Quênia, etc.
2-Enraízamento (objetivo mais
migratório) Ex.: Argélia, Angola,
África do Sul, Austrália e Nova
Zelândia.
TIPOS DE DOMINAÇÃO
14. 3- Protetorado: Território ou país que, no direito
internacional, possui certos atributos de Estado
independente, porém, sob outros aspectos, está
subordinado a uma potência que decide sua
política externa e tem a obrigação de o proteger.
Ex.: Marrocos (França), o Egito e a Índia
(Inglaterra).
15. 4- Zonas de Influência: Eram as áreas de
dominação e exploração das potências europeias.
No século XIX, as zonas de influência imperialista
europeia eram principalmente a África e a Ásia.
Ex.: China, Pérsia e Império Otamano
16. REAÇÕES
1. Guerra dos Cipaios (1857 – 1859)
O alistamento reunia membros de várias castas e
causando choques na sociedade Hindu, além
disto os Cipaios estavam insatisfeitos com as
péssimas condições de trabalho e a baixa
remuneração.
17. Por fim, vale ressaltar o grande estopim, que foi
a utilização de gordura animal de vaca e porco
para impermeabilizar as munições dos fuzis
utilizadas pelos soldados indianos
18. As Guerras do Ópio surgiram das tentativas da
China de sufocar o comércio de ópio. As barreiras
estavam em comerciantes estrangeiros,
principalmente os ingleses, que exportavam o
ópio de maneira ilegal para a China.
2. Guerras do Ópio
19. Consequências :
Na primeira Guerra do Ópio (1839-1842) a
China é obrigada assinar o Tratado de
Nanquim, o primeiro dos chamados “Tratados
Desiguais”, abrindo cinco portos ao comércio
Britânico e entregando a ilha de Hong Kong.
20. A China ,também foi derrotada no segundo
conflito (1856-1860) assinando o Tratado de
Pequim determinando : abertura de onze portos
chineses para o comércio internacional , Liberdade
para os estrangeiros de viajar e fazer comércio na
China e Garantia de liberdade religiosa aos
cristãos em território chinês;
21. 3. Revolta dos Taipings (1851-1864)
Foi um dos conflitos mais sangrentos da história,
um confronto entre as forças da China imperial e
um grupo místico .O Grupo pregava uma
sociedade ideal.
A escravidão, a tortura policial, os casamentos
arranjados, o concubinato, o consumo de ópio, a
idolatria e outros tradições, como o cruel hábito de
enfaixar e comprimir os pés das mulheres, seriam
abolidos.
22. 4. Guerra dos Boxers (1900)
A Guerra dos Boxers foi um conflito ocorrido na
China entre os anos de 1899 e 1900, onde um
violento grupo nacionalista lutava contra a
presença dos estrangeiros em seu território.
23. Consequências
1 - Derrota e política de “Portas Abertas”
2 - Break-up da China(Indochina,Manchúria e
Coréia)
24. 5. Guerra dos Bôeres
A Guerra dos Bôeres na África do Sul, entre os
anos de 1899 e 1902. Esta guerra ocorreu entre o
Império Britânico e os colonos holandeses
(chamados de boeres).
25. CONSEQUÊNCIAS DO
IMPERIALISMO
1. Desestruturação de sistemas produtivos
locais.
2. Fome oculta ou endêmica e fome e aberta e
epidêmica.
3. Submissão econômica das regiões dominadas.
4. Agravamento de conflitos regionais.
5. Desenvolvimento de nações industrializadas.
6. Disputas imperialistas.
26. QUESTÕES
1) (Puc-Rio) Assinale a alternativa correta a
respeito da expansão imperialista na Ásia e na
África, na segunda metade do século XIX.
a) Ela derivou da necessidade de substituir os
mercados dos novos países americanos, uma vez
que a constituição de Estados nacionais foi
acompanhada de políticas protecionistas.
b) Ela foi motivada pela busca de novas fontes de
matérias-primas e de novos mercados
consumidores, fundamentais para a expansão
capitalista dos países europeus.
27. c) Ela foi consequência direta da formação do
Segundo Império alemão e da ampliação de suas
rivalidades em relação ao governo da França.
d) Ela atendeu, primordialmente, às necessidades
da expansão demográfica em diversos países
europeus, decorrente de políticas médicas
preventivas e programas de saneamento básico.
e) Ela viabilizou a integração econômica mundial,
favorecendo a circulação de riquezas, tecnologia e
conhecimentos entre povos e regiões envolvidos.
28. Resposta B - Um dos principais objetivos dos
países europeus com a expansão de seus
domínios por outros continentes era encontrar
matérias-primas para serem usadas em sua
própria produção industrial. A essa busca também
estava associada a procura por mercado
consumidor que fosse receptível ao consumo dos
produtos industriais.
29. 2) (Mackenzie) Uma das alternativas a seguir
NÃO corresponde às diferenças entre o
colonialismo do século XVI e o
Neocolonialismo do século XIX.
a) A principal área de dominação do
Colonialismo europeu foi a América e o
Neocolonialismo voltava-se para a África e a
Ásia.
b) O Colonialismo teve como justificativa
ideológica a expansão da fé cristã, enquanto
que no Neocolonialismo, a missão civilizadora
do homem branco foi espalhar o progresso.
30. c) Os patrocinadores do Colonialismo foram a burguesia
financeiro/industrial e os Estados da Europa, América e
Ásia, enquanto que os do Neocolonialismo, o Estado
metropolitano europeu e sua burguesia comercial.
d) O Colonialismo buscava garantir o fornecimento de
produtos tropicais e metais preciosos, enquanto que o
Neocolonialismo, a reserva de mercados e o fornecimento
de matérias-primas.
e) A fase do capitalismo em que o Colonialismo se
desenvolveu denominou-se Capitalismo Comercial e a do
Neocolonialismo, Capitalismo Industrial e Financeiro.
31. Resposta C - Estaria certa se apresentasse
exatamente o inverso do que propõe: foi o
Colonialismo que foi patrocinado pelo Estado
metropolitano europeu e sua burguesia
comercial. O Neocolonialismo, por sua vez, foi
patrocinado pela burguesia financeiro/industrial
e pelos Estados Nacionalistas da Europa
(excetuando os da África e da Ásia).
32. 3) (Uemg - adaptada) O mapa a seguir representa
a África em 1914:
33. No final do século XIX, na Conferência de Berlim, os
europeus definiram a partilha da África entre as
potências europeias, conforme mostra o mapa. De
acordo com esse mapa e sua relação com a história do
continente africano nos séculos XX/XXI, é CORRETO
afirmar:
a)A divisão política imposta à África pelos países
europeus no período do imperialismo foi completamente
desfeita pelos movimentos de independência e pelas
consequentes guerras civis que tomaram o continente no
século XX.
b) As constantes guerras civis e os conflitos por fronteiras
na África contemporânea são consequência da
manutenção de descendentes de europeus nos mais altos
cargos políticos dos países africanos.
34. c) As fronteiras políticas impostas pela dominação europeia
consideraram a divisão étnica da África, o que levou, no
período pós-independência, ao acirramento dos ânimos e,
em últimas consequências, a conflitos de diversas ordens.
d) A organizada colonização inglesa e holandesa
possibilitou que a África do Sul se desenvolvesse; como
resultado dessa colonização, hoje o país tem baixíssimos
índices de violência e de pobreza.
e) As fronteiras políticas impostas pela dominação europeia
desconsideraram a divisão étnica da África, o que levou, no
período pós-independência, ao acirramento dos ânimos e,
em últimas consequências, a conflitos de diversas ordens.
35. Resposta – d - As fronteiras políticas impostas
pela dominação europeia desconsideraram a
divisão étnica da África, o que levou, no
período pós-independência, ao acirramento
dos ânimos e, em últimas consequências, a
conflitos de diversas ordens.
36. 4) (Pucrj ) Ao longo do século XIX, diversos países
praticaram uma política de expansionismo imperialista que
interferiu na trajetória histórica de sociedades em todos os
continentes. Sobre esse processo, assinale a única
alternativa correta.
a) O expansionismo, nesse momento, estava associado ao
desenvolvimento da industrialização e à expansão do
capital financeiro, o que significava ampliar o mercado
consumidor, garantir o controle sobre áreas
fornecedoras de matérias-primas estratégicas e
encontrar novas áreas de investimento.
b) A principal justificativa desse expansionismo foi a ideia
de civilização, tendo os povos conquistados acolhido os
conquistadores como seus salvadores frente a um destino
de pobreza e miséria.
37. c) A relação econômica entre a metrópole e a colônia
estava baseada na pratica do monopólio comercial que
os primeiros exerciam sobre os segundos.
d) O controle das áreas coloniais nesse momento
obedecia a uma lógica econômica e, por isso, não houve
significativos deslocamentos de população entre as
regiões metropolitanas e coloniais.
e) A resistência ao colonialismo no século XIX foi
vitoriosa, pois as populações locais conseguiram articular
alianças políticas e militares que impediram a vitória das
potências industriais.
38. Resposta A - O expansionismo, nesse
momento, estava associado ao
desenvolvimento da industrialização e à
expansão do capital financeiro, o que
significava ampliar o mercado consumidor,
garantir o controle sobre áreas fornecedoras
de matérias-primas estratégicas e encontrar
novas áreas de investimento.
39. 5) (UERJ adaptada) A política imperialista consistia
na busca, principalmente, de novos mercados
consumidores para os países industrializados e
foi assim que vários países da África e da Ásia
sofreram com a prática da neocolonização nos
séculos XIX e XX. Portanto, sobre a justificativa
construída pelas potências europeias para invadir
as nações do continente africano e asiático é
correto dizer que:
40. a)As potências europeias justificavam a invasão nos
países periféricos afirmando que essa ação
contribuiria para o desenvolvimento industrial e
que incentivaria a adoção de um regime socialista
nos países asiáticos.
b) As principais alegações utilizadas na prática do
Imperialismo foram as teorias darwinistas que
defendiam a superioridade cultural dos países
europeus, sendo eles os países que levariam o
progresso e o desenvolvimento social para os
países da África e da Ásia através da missão
civilizadora.
41. c) Uma das justificativas era que os europeus
aprenderiam técnicas industriais com os africanos e
asiáticos, o que acarretaria no desenvolvimento
econômico e científico dos países desenvolvidos.
d) O fardo do homem branco era uma das legitimações
europeias durante a política imperialista. Esse fardo
consistia numa missão que contribuiria para o
desenvolvimento industrial dos países africanos e
asiáticos, gerando assim o crescimento da burguesia
local.
e) As potências europeias justificavam a invasão nos
países periféricos afirmando que essa ação contribuiria
para o desenvolvimento comercial e que incentivaria a
adoção de um regime parlamentar nos países asiáticos.
42. Resposta B
Comentário: Na alternativa de letra B,
podemos observar uma das principais
alegações para invasão dos territórios
Asiáticos e Africanos no contexto de revolução
industrial e imperialismo, que seria o
“Darwinismo Social”. Mesmo Darwin não tendo
aplicado suas teorias diretamente a questão
cultural, seus conceitos de evolução e
superioridade foram absorvidos e difundidos
em vários âmbitos.