1. 6 razões
para cuidar
do Controle
Interno da
Qualidade
Controle Interno
da Qualidade no
Laboratório Clínico
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Conteúdo destinado a profissionais que estão iniciando os
trabalhos de controle da qualidade. Conteúdos com essa
classificação geralmente incluem dicas e passo-a-passo para o
aprendizado de conceitos básicos e fundamentais.
Intermediário
Conteúdo destinado a profissionais que já estão familiarizados
com o controle da qualidade e têm experiência na execução do
processo. Conteúdos assim geralmente incluem conceitos e
teorias para um entendimento mais completo do assunto.
Avançado
Os conteúdos assim classificados são dirigidos a profissionais mais
experientes no controle da qualidade. Geralmente incluem conceitos
pouco usuais e que ainda não são de domínio geral. São indicados
também para profissionais que desejam lecionar sobre o assunto.
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3. 6 razões para cuidar do Controle Interno da Qualidade
Prof. Silvio de Almeida Basques
é médico, com Residência e Pós-
Graduação pela Universidade Federal
de Minas Gerais. Recebeu Título de
Especialista pela Sociedade Brasileira
de Patologia Clínica. É Professor
Aposentado do Departamento de
Clínica Médica da Faculdade de
Medicina da UFMG e Ex-Professor de
Informática Médica da UFMG.
Implantou o Sistema de Informática
Laboratorial do Hospital dos Prof Silvio de A. Basques
Servidores do Estado de Minas Gerais basques@qualichart.com.br
(HGIP).
Criou e orienta sistemas de
6 razões para cuidar do
informática para o Controle Interno
Controle Interno da Qualidade
da Qualidade, além de Sistema para
Auditoria Interna em Laboratórios.
Apresenta o Programa Sábado às 11,
para laboratórios. Criou e dirigiu o
LABConsult – Tecnologia e Informação
para Laboratórios Clínicos.
Produziu e cooperou em várias
edições de cursos para o Controle da
Qualidade em Laboratórios.
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5. 6 razões para cuidar do Controle Interno da Qualidade
Você pode às vezes se perguntar:
Por que eu devo fazer o Controle da
Qualidade, se vejo tantos profissionais que
abreviam essa tarefa, simplificando-a e,
às vezes, nem realizando-a? Eu tenho todo
esse trabalho!
Já ouvimos indagação como esta, controle da qualidade. Apresentava
que felizmente foram poucas vezes opinião de dois renomados
desde que trabalhamos com software profissionais da área, conhecedores
para o CIQ. Nossa relação tem sido do panorama dos laboratórios
muito produtiva com mais de 1.000 clínicos. Esse foi o quadro descrito,
laboratórios e três vezes mais de de cores tristes, mas na realidade
profissionais. Somos otimistas o problema pode ser ainda pior. Há
quanto à preocupação de milhares profissionais que “acreditam” estarem
de profissionais com a qualidade fazendo o Controle da Qualidade,
dos seus resultados. Mas, como quando de fato trabalham de forma
cidadãos e como profissionais da equivocada. Usam apenas “correr o
saúde, acreditamos que devemos controle e comparar com uma faixa”,
refletir sobre as dúvidas de alguns e ou realizar comparações com valores
sobre o que foi publicado pelo Jornal de bula.
Folha de São Paulo em 26.03.2012,
quando divulgou que apenas metade Nossa proposta de trabalho tem
dos laboratórios brasileiros realiza o sido colocar na pauta de todos
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6. 6 razões para cuidar do Controle Interno da Qualidade
os profissionais de laboratório fazer algo mais simples.
o pensamento sobre o CIQ. Nós defendemos que o Controle da
Modestamente endereçamos as Qualidade é coisa séria e deve ser
reflexões que fazemos neste artigo encarado da forma correta e com
para a outra metade, a que não realiza eficácia. Fazer apenas por fazer é
o controle da qualidade. Gostaríamos perda de tempo. Fazer de forma
de poder debater esse assunto, incorreta é perda de tempo e de
criando substrato de aprendizado para dinheiro e significa desrespeito para
as novas gerações, para os estudantes com o cliente.
de graduação em ciências da vida, que
estarão envolvidos de alguma forma Já está bastante debatido que
com a atividade diagnóstica, na sua em grande parte das análises
futura atividade profissional. em um laboratório a qualidade é
quantificável e investir esforços
Para os iniciantes pode parecer a inteligentes nesse aspecto é inerente
princípio que cuidar da qualidade à prática diária. É imprescindível
significa muito esforço e que por cuidar da qualidade dos resultados e
ser a qualidade algo abstrato, talvez considerar que a grandeza do papel
pudesse ser dispensada, ou praticada de cada profissional na sociedade
por meios mais empíricos e menos torna insignificantes os esforços
“dispendiosos”. Alguns acreditam que para se obtê-la e para dar a mais
cuidar do controle pode ser uma coisa honesta e valiosa contribuição para
simples, parcial, com meias medidas a excelência dos diagnósticos e
e meios controles. Querem sempre condutas médicas.
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7. 6 razões para cuidar do Controle Interno da Qualidade
A qualidade não ocorre
por acaso. Ela é resultado
de um esforço inteligente.
Ruskin
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8. Por que e para
que devo fazer
o Controle da
Qualidade?
9. 6 razões para cuidar do Controle Interno da Qualidade
Essa pergunta pode ter dois enfoques com diferenças sutis.
1. O que nos impele, o que nos induz ou nos obriga a
realizar o CIQ?
2. Quais os benefícios e vantagens para mim e meu
laboratório quando implanto e realizo de fato o CIQ?
Listamos os itens que consideramos os mais significativos,
para estabelecer as bases racionais porque o profissional da
área de laboratório clínico deve se engajar de forma intensa
em atividades pela qualidade do fruto do seu trabalho.
Estudiosos do tema podem apresentar mais razões e
benefícios, com maior ou menor relevância. Colocamo-nos
em campo para o debate, para reunirmos diferentes ideias,
mas com um mesmo princípio: a melhor atenção para com
a saúde das pessoas que nos distinguem, procurando nosso
trabalho.
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10. Razões para
cuidar do
Controle
1. Profissionalismo
2. Avanços Tecnológicos Favoráveis
3. Gerenciamento do laboratório
4. Ética
5. Acreditação do laboratório
6. Conformidade legal
11. 6 razões para cuidar do Controle Interno da Qualidade
1. Profissionalismo
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12. 6 razões para cuidar do Controle Interno da Qualidade
Quem atua em laboratórios clínicos que almeja ser. Nesse período em
é um profissional muito diferenciado que se capacita, ele assume nítida
e é um provedor de informação. posição assimétrica na formação do
Sua formação o fez assim. Seu conhecimento, em relação aos demais
papel principal é usar a informação membros da sociedade: ele passa a
especializada, atender o cliente e deter informação e conhecimento de
obter amostras adequadas, analisar sua área, elementos fundamentais
com boas metodologias os materiais para a atividade futura.
biológicos e entregar informação
de qualidade. Para isso usa muito a O também cidadão vai se tornar um
informação específica, própria do seu PROFISSIONAL daquela área.
contexto de trabalho. No segmento da saúde os
profissionais se esforçam muito, para
Em nossa experiência de professor aprimorar o recebimento e a busca de
universitário, ressaltamos sempre informações contextualizadas, para
o impacto diferenciador do período construírem o conhecimento. Com
de faculdade na formação dos esse conhecimento, o qual reforça
profissionais, para a utilização da a diferença e assimetria para com
informação. Isso tem ainda mais demais membros da sociedade, ele se
importância nesse universo de valoriza como o cidadão dedicado ao
conhecimento acumulado em que trabalho bastante especializado e com
a informação cresce em proporção a responsabilidade de realizá-lo da
geométrica. Discutíamos o aspecto melhor forma possível. É o profissional
da diferenciação do indivíduo que em quem a sociedade confiará, porque
assume se graduar, desenvolvendo ele se preparou para isso.
as características do profissional
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13. 6 razões para cuidar do Controle Interno da Qualidade
A sequência DICE da informação
A humanidade esteve nos seus laudo dos exames que realiza.
primórdios na luta pela sobrevivência Ele constrói a informação a
e nos tempos modernos, no partir de dados brutos, obtidos
aperfeiçoamento das sociedades de metodologias de análises que
humanas. Ter informação representou cuida de manter estáveis e com
um componente fundamental e de desempenho reconhecido. O bom
grande utilidade, para grupos sociais desenvolvimento desses processos
resistirem e para se aperfeiçoarem. envolvidos é que garante a qualidade
A informação é palavra mais usada dos seus resultados e do seu
nesse contexto da experiência trabalho.
humana, que veio acumulando
dados com o sofrimento, esforços e Vamos abordar a seqüência de
aprendizado conseqüente e crescente. significado dos termos que ajudam
Informação é poder. a compreender a informação e como
Nós entendemos que o profissional se enquadra o profissional de nível
de laboratório é um provedor de superior, no que chamamos equação
informação, representada pelo DICE:
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14. 6 razões para cuidar do Controle Interno da Qualidade
Dado
É o elemento primário no processo de formação do conhecimento e é
geralmente um número. É desprovido de referencial explicativo e não possibilita
a tomada de decisão. É o insumo básico dos computadores e das ferramentas
estatísticas. Isoladamente pode ser sem significado, mas a qualidade desse
dado determinará o valor da informação que ele poderá compor. No laboratório
clínico, o dado pode ser o resultado de uma análise. Exemplo: 136
Informação
É o dado contextualizado. Possui um da respectiva área do conhecimento.
referencial, ou seja, o que significa
aquele número. A informação é Com a internet, apresentando alta
o grande oceano acumulado pela disponibilidade, difusão e liberdade
humanidade em toda a sua existência, de acesso, todos os pacientes têm
disponível de forma volumosa acesso às Informações Sobre Saúde
pela internet e acessível a todos (ISS), mas, por conceito, não saberão
que são no mínimo alfabetizados o que fazer com a maioria delas, ou
em tecnologia. É possível obter podem se confundir.
informações em diferentes fontes e
com muita facilidade, o que pode ser Existem muitos estudos sobre
uma questão benéfica, ou maléfica. o uso das ISS por parte dos
Sim porque ai se exige caracterização pacientes, confrontando às vezes os
da qualidade da fonte, além de profissionais em suas condutas. Lidar
critérios de julgamento por parte de com propriedade com as informações,
quem vai usar a informação. Essa respeitando os limites pessoais é um
tarefa é complexa, mas pode ser bem desafio para todos e é uma realidade
feita por quem tem formação para tal, que deve ser enfocada também pelo
ou seja, profissionais de nível superior, lado bom: o paciente bem informado
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pode ser um aliado no cuidado da sua Exemplo: Glicose (soro): 136 mg/dl
saúde e da de seus familiares. (Valores de referência: 60 – 99 mg/dl)
O laboratório clínico tem por função Observem que o dado anteriormente
entregar informação e o faz na apresentado faz parte da informação,
forma de laudos de exames. Essa ganhou contexto neste laudo, de tal
informação é de grande importância forma que permite interpretação e
e pode ser decisiva muitas vezes para tomada de decisão. Mas, adverte-se
o indivíduo que cedeu sua amostra que isso deve ser feito por parte de
biológica, a pedido de um outro quem tem formação para tal.
profissional. Diferentes pessoas farão diferentes
leituras dessa informação:
O profissional do laboratório considerará que o resultado representa uma anormalidade
para o paciente, porque sabe que a amostra foi colhida em condições de jejum definido, foi
processada adequadamente, analisada em um sistema estável e sob controle interno e que
até ao final, no resultado impresso, não houve erro. Ele deve ser capaz de empregar todo
o seu conhecimento e assegurar, por meio do seu sistema de Gestão da Qualidade, que o
resultado é o mais próximo da realidade do paciente, considerada a variabilidade inerente aos
sistemas analíticos. Isso é o que esperam dele, paciente e médico assistente.
O paciente que receber esse laudo vai de imediato classificar seu resultado como alterado,
baseado na informação fornecida pelo laboratório, que diz que para aquele método a faixa de
referência é de 60-99 mgdl. Em conversas com pessoas concluirá que “está diabético”. Vale
aí a observação importante e freqüente que é prudentemente acrescentada na maioria dos
resultados dos laboratórios: “Somente o seu médico tem condições de avaliar esse resultado
de forma adequada”. Muito apropriada essa ressalva. Ao tirar suas próprias conclusões o
paciente errará muito.
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16. 6 razões para cuidar do Controle Interno da Qualidade
O médico solicitante avaliará o resultado e, pelos conhecimentos que possui dos
sintomas e sinais do paciente, dos critérios da Organização Mundial da Saúde e dos critérios
estabelecidos por comitês e obtidos em outros contextos, tratará com zelo profissional
essa informação. Deverá solicitar novo exame, com intervalo de 10 dias e, se o resultado for
também superior a 126mg/dl, deverá firmar o diagnóstico de diabetes. A partir daí ampliará
o diagnóstico, juntando mais conhecimentos e, sobretudo, baseando-se na sua Experiência
Profissional, para estabelecer condutas propedêuticas, terapêuticas e educativas.
Podemos perceber que há dois melhor reunir as informações
profissionais envolvidos na avaliação clínicas e laboratoriais, integrando-
do laudo, além do paciente, que fica as no contexto diagnóstico, ou de
numa posição intermediária e um acompanhamento.
tanto passiva, naturalmente. A ele
cabe confiar nos dois profissionais A melhor atitude do profissional de
a quem recorreu: um, que detém laboratório o obriga a assegurar a
conhecimento, experiência e qualidade da informação que entrega
metodologias para obter a melhor e assim contribuir para a excelência
medida daquela grandeza no material da prática do médico. Para o médico,
biológico apropriado e assegurar que a melhor atitude está na cuidadosa
o resultado é a melhor expressão aplicação da informação e a tomada
da realidade do paciente; o outro, de decisões para o benefício do
que detém o conhecimento para paciente.
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2. Avanços tecnológicos favoráveis
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18. 6 razões para cuidar do Controle Interno da Qualidade
Quando nos dispusemos a iniciar o quanto a eventuais desvios. O
desenvolvimento de software para controle interno quantitativo é parte
o Controle Interno da Qualidade, do gerenciamento da qualidade no
tínhamos recebido sugestão do Dr. laboratório e é uma grande motivação
José Carlos Basques, um grande para o emprego de tecnologia.
estudioso do tema, que percebia a O profissional de laboratório, dentre
falta de ferramentas para a prática aqueles que atuam na área da saúde,
do Controle Estatístico de Processos. é privilegiado por poder contar com
Estávamos no início de 1998 e os instrumentos de aferição validados
computadores já tinham se revelado estatisticamente, apoiados pela
excelentes instrumentos para cálculos estatística e pelos computadores,
e estavam bastante disponíveis tendo como objetivo assegurar a
para uso geral. Já havia também qualidade do seu trabalho. É um
metodologias estatísticas aplicáveis, privilégio também dispor e analisar
suficientemente valiosas para auxiliar materiais de referência estáveis
o profissional na prática do controle para acompanhar a estabilidade de
interno: o gráfico de Levey-Jennings, seus sistemas analíticos. Contudo,
as Regras Múltiplas do Controle devemos enfatizar que para ter os
(Regras de Westgard) e o cálculo do benefícios que a tecnologia oferece,
Coeficiente de Variação, como medida há que fazer o controle certo, do modo
da variabilidade analítica. Surgiu certo. Deve-se usar o método de
então o primeiro software brasileiro controle correto e validado, ou haverá
de Controle Estatístico dos Processos apenas a crença que se está fazendo
Analíticos, para o Controle Interno da o CIQ, não o real..
Qualidade. Dessa forma, usar os recursos
tecnológicos disponíveis constitui
É preciso pensar a qualidade em uma das razões para se fazer o
termos quantitativos, o que propicia Controle da Qualidade no laboratório
mais objetividade no julgamento Clínico.
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