1. 2º Encontro de formação de
Professores Alfabetizadores
22/06/2013
2. A concepção de aprendizagem que embasa nossas ações
de formação pressupõe que o conhecimento não é
concebido como uma cópia do real e assimilado pela
relação direta do sujeito com os objetos de
conhecimento, mas produto de uma atividade mental
por parte de quem aprende, que organiza e integra
informações e novos conhecimentos aos já existentes,
construindo relações entre eles.
Em que concepção de aprendizagem nossa formação se fundamenta?
3. Concepções de
Aprendizagem
Inatismo, empirismo e construtivismo: três ideias
sobre a aprendizagem
Platão, Aristóteles e Jean Piaget pensaram em
diferentes concepções sobre a aquisição dos
conhecimentos
5. Inatismo
Precursor: Platão (427-347 a.C.)
Defende que as pessoas nascem com saberes
adormecidos que precisam ser organizados para
se tornar conhecimentos verdadeiros. O
professor só auxilia o aluno a acessar as
informações.
6. Trecho de livro comentado
"Mas o deus que vos modelou, àqueles dentre
vós que eram aptos para governar, misturou-lhes
ouro na sua composição, motivo por que são
mais preciosos; aos auxiliares, prata; ferro e
bronze aos lavradores e demais artífices."
Platão, no livro A República
7. Platão diz que o homem nasce com certas
características físicas e que elas justificam a
posição social de cada um. Ser apto a governar ou
trabalhar como auxiliar é resultado de uma
vontade divina. Não se considera nenhuma
possibilidade de mudança.
8. Mesmo que a noção de aprendizado como
reminiscência não encontre eco na ciência
contemporânea, para o bem e para o
mal, algumas ideias inatistas ainda pipocam
nas salas de aula.
Quais?
9. Se por um lado é interessante levar os alunos a
procurar respostas para suas inquietações com
independência crescente, por outro é lamentável
que muitos docentes sigam explicando o baixo
rendimento escolar de certos estudantes
(sobretudo os de "lares desestruturados") porque
eles "não têm habilidade para aprender".
11. Empirismo
Precursor: Aristóteles (384-322 a.C.)
Sustenta que o conhecimento está na realidade
exterior e é absorvido por nossos sentidos. O
professor é quem detém o saber. O aprendizado é
obtido por meio da cópia, seguida de
memorização.
12. Trecho de livro comentado
"As virtudes, portanto, não são geradas em nós
nem através da natureza nem contra a natureza. A
natureza nos confere a capacidade de recebê-las, e
essa capacidade é aprimorada e amadurecida pelo
hábito."
Aristóteles, no livro Ética a Nicômaco
13. O autor critica o inatismo, chamando a
atenção para o fato de que não é a
"natureza" a responsável por nossos saberes
(no trecho, chamados de "virtudes"). Para
Aristóteles, os conhecimentos são
absorvidos como resultado da prática -
quando se tornam hábito.
14. Apesar dos séculos de distância, o fato
é que algumas práticas empiristas
seguem presentes no dia a dia das
escolas.
Quais?
15. "Até hoje, o conhecimento é visto por muitos
como um produto que pertence ao professor",
explica Becker. Os especialistas formulam outra
crítica à corrente: nem sempre ideias simples dão
elementos para compreender as mais complexas.
Dito de outra forma, não basta acumular
informações para aprender.
16. Construtivismo
Precursor: Jean Piaget (1896-1980)
Estabelece que a capacidade de aprender é
desenvolvida e construída nas ações do sujeito por
meio do contato ativo com o conhecimento, que é
facilitado pelo professor.
17. Trecho de livro comentado
"Pensar não se reduz, acreditamos, em falar,
classificar em categorias, nem mesmo abstrair.
Pensar é agir sobre o objeto e transformá-lo."
Jean Piaget, no livro Problemas de Psicologia
Genética
18. Citando características do pensamento científico
clássico (enunciação, classificação e
abstração), Piaget afirma que o aprendizado
necessita também da ação de quem aprende
(formulando hipóteses para entender o objeto de
conhecimento, por exemplo).
19. Construtivismo:
presença ativa do sujeito diante
do conteúdo
É preciso "agir sobre o objeto e transformá-lo", como
diz Jean Piaget (1896-1980). Foi o cientista suíço
quem cunhou o termo construtivismo, comparando a
construção de conhecimento à de uma casa, que deve
ter materiais próprios e a ação de pessoas para que
seja erguida.
20. Seus estudos não foram feitos para
aplicação em sala de aula - por
isso, é um equívoco falar em
"método construtivista de ensino" .
21. Suas teorias inspiraram as obras sobre Educação
popular de Paulo Freire (1921-1997), sobre
Matemática de Constance Kamii e sobre a
psicogênese da língua escrita de Emilia
Ferreiro e Ana Teberosky.
22. Ao pesquisar a maneira como a criança pensa, Piaget
chamou a atenção para o papel da interação para
explicar como o conhecimento se origina e se
desenvolve. Por essa via, aproximou-se também de
pesquisadores como Lev Vygotsky (1896-1934) e Henri
Wallon (1879-1962).
23. Nas últimas três décadas, as pesquisas
de Piaget também têm influenciado
investigações nas chamadas didáticas
específicas de cada disciplina.
24. Pela concepção construtivista, o professor deve criar
contextos, conceber ações e desafiar os alunos para que
a aprendizagem ocorra. "O conhecimento não é
incorporado diretamente pelo sujeito: pressupõe uma
atividade, por parte de quem aprende, que organize e
integre os novos conhecimentos aos já existentes",
escreve Teresa Mauri em O Construtivismo na Sala de
Aula.
25. Entre os mal-entendidos, um dos
mais comuns é considerar que o
professor construtivista não
apresenta conteúdos nem orienta
seus alunos.
26. "Professor que não ensina não é construtivista", afirma
Becker. Para que haja o avanço dos alunos, o docente
precisa tomar muitas decisões: considerar as demandas
da turma, propor questões e desafios e pensar formas
de promover ações que gerem aprendizado. "O
educador deve dominar sua área e conhecer os
processos pelos quais o aluno aprende os mais
diferentes conteúdos", diz.
27. Tendo como base o que retomamos sobre as concepções
de aprendizagem, responda:
Como a criança aprende?
Como garantir uma boa situação de
aprendizagem?
Após as discussões nos grupos, um representante de cada
grupo fará a exposição de suas conclusões.
28. 4 princípios didáticos que
definem uma boa situação de
aprendizagem
(Telma Weisz In O diálogo entre o ensino e aprendizagem. São
(Telma Weisz In O diálogo entre o ensino e
aprendizagem. São Paulo, Ática, 2000.)
29. Os alunos precisam por em
jogo tudo o que sabem e
pensam sobre o conteúdo
em torno do qual o
professor organizou a tarefa
4 princípios didáticos que definem uma boa situação de aprendizagem
30. Os alunos têm problemas
a resolver e decisões a
tomar em função do que se
propõem a produzir
4 princípios didáticos que definem uma boa situação de aprendizagem
31. O conteúdo trabalhado
mantém as suas
características de objeto
sociocultural real
4 princípios didáticos que definem uma boa situação de aprendizagem
32. A organização da tarefa
garante a máxima circulação
de informação possível entre
os alunos por isso as
situações propostas devem
prever o intercâmbio, a
interação entre eles
4 princípios didáticos que definem uma boa situação de aprendizagem