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Aprendizagem Infantil através do Construtivismo:
ensinar e aprender
NATHALIA CUNHA POLESE *
Resumo
A partir da temática, “a aprendizagem infantil através do construtivismo”,
objetiva-se compreender as formas que as crianças aprendem e como os
professores constroem essa aprendizagem. Também, tem como meta
desmistificar o que se entende como construtivismo e esclarecer o que
realmente é essa forma de ensinar e aprender como o professor deve trabalhar a
partir desse referencial teórico. Serão abordadas as fases de desenvolvimento
motor, verbal e mental; a aquisição da base alfabética. Que conteúdos o
professor deve contemplar na Educação Infantil e o papel que ele tem na
aprendizagem das crianças. Tendo como principais aparatos teóricos:
Teberosky, Ferreiro, Bassedas, Piaget, as escolas de Reggio Emilia e o
documento Referencial Curricular para a Educação Infantil.
Palavras-chave: Criança; Professor; Construtivismo; Tempo e espaço.
Abstract
From the theme, "children's learning through constructivism," the aim of this
study is understand the ways that children could learn and how teachers
improve this apprenticeship. Additionally, this study aims to demystify what is
meant about constructivism and clarify what is this way of teaching and
learning how teacher should work with this theoretical reference. It will be
discuss the stages of verbal, mental and motor development and the acquisition
of basic alphabetical basis. Which content should teacher include in early
childhood education and the role that it played in children's learning. The main
theoretical apparatus used is: Teberosky, Blacksmith, Bassedas, Piaget, Reggio
Emilia’s schools and document Curriculum Reference’s document for Early
Childhood Education.
Key words: Child; Professor; Constructivism; Time and space.
*
NATHALIA CUNHA POLESE é Pedagoga especialista em Educação Infantil, pós-graduada em
Psicopedagogia Clínica e Institucional e Docente do Ensino Superior, Mestranda em Educação na
Universidade Estadual de Minas Gerais.
90
Introdução
O presente estudo se
faz de suma
importância por se
tratar do
“Aprendizado
Infantil”, a partir de
uma forma
diferenciada,
divertida, lúdica onde
a criança é sujeito de
sua aprendizagem. Neste sentido opta-
se pela perspectiva do construtivismo
interacionista. Uma vez dentro desta
perspectiva cabe-nos entender o que é o
construtivismo. O construtivismo é uma
teoria que explica os processos de
aquisição do conhecimento e o
desenvolvimento cognitivo, elaborado
pelo suíço Jean Piaget.
No presente estudo, há necessidade de
compreendermos os pressupostos que
subsidiam o construtivismo sócio
interacionista. Em primeiro momento,
torna-se válido conhecer as fases do
desenvolvimento motor, verbal e
mental, a partir do estudo feito por
Piaget. Ferreiro auxilia-nos a entender a
aquisição da base alfabética; as
respectivas idades em que as crianças
devem estar para desenvolver certa
atividade, mesmo não sendo uma regra
a ser ditada e seguida, pois cada criança
é única e esta em um processo de
alfabetização diferenciado. É importante
sim, conhecer as fases em que elas se
encontram. Detectar as hipóteses, as
características de cada idade. Como
cada criança tem uma maneira única de
solucionar as situações problema, e uma
idade cognitiva para isso. Através desta
solução de problemas, ela estará
construindo seu conhecimento, e
aprendendo juntamente com colegas
através da socialização e interação. É
nesse processo que o educador deve
estar presente e com o aparato
necessário aos
alunos, dando-lhes o
suporte, as
problemáticas, os
diferentes materiais –
várias formas de
texto, apropriação de
diferenciadas folhas,
sucatas, argila –, a
exploração das
diferentes linguagens,
para que a criança construa seu
conhecimento, seu raciocínio lógico,
sua personalidade, da melhor forma. E
para tecer algumas considerações
importantes neste estudo, torna-se
relevante ver qual é a diferença entre se
educar na teoria construtivista e no
método tradicional.
1. O Construtivismo a partir dos
estudos Piagetianos
O construtivismo é uma teoria que
explica os processos de aquisição do
conhecimento e o desenvolvimento
cognitivo, elaborado pelo suíço Jean
Piaget. A partir dos estudos feitos por
ele, tornou-se evidente que a
aprendizagem é um processo que se dá
através de aproximações sucessivas e
não de forma acumulativa e homogênea,
como se supunha. Com o passar do
tempo, foi-se desenvolvendo muitas
propostas de ensino, ou prática
pedagógicas que se apóiam nas
formulações que Piaget desenvolveu
através de suas pesquisas.
Para FERREIRA,
Piaget foi o primeiro teórico
conhecido no Ocidente a
demonstrar que a inteligência se
desenvolve, a partir de um primeiro
esquema, de ordem mental, que a
criança ao nascer, já traz na sua
bagagem hereditária e que será
alterado a cada um dos estádios de
desenvolvimento cognitivo (2000,
p.5).
91
O construtivismo não é método de
ensino, com etapas pré-fixadas, só se
passa de uma etapa a outra quando a
primeira já esta solidificada e cumprida.
Já uma proposta pedagógica, que tenha
por base a teoria construtivista de
aprendizagem, não poderá jamais
estabelecer etapas rígidas, porque se
sabe que a aprendizagem não se dá por
superposição, mas por grandes
reformulações cognitivas. Esse processo
depende de dois fatores principais: as
capacidades do aluno e suas
experiências prévias.
Desde que a palavra construtivismo
começou a fazer parte do cotidiano
pedagógico dos educadores, escuta-se
que o construtivismo não é um método
mas, entende-se de forma equivocada
que, se não há um método, então as
crianças podem fazer o que quiserem o
no momento que elas definirem, mas
isso não é verdade. O fato de não ter
uma seqüência pré-fixada e rígida não
quer dizer que não haja formulações
didáticas precisas que devem ser
consideradas para se ensinar uma
criança. A teoria construtivista para ser
refletida, transformada, adaptada e
adequada.
Essa definição de educação
construtivista pode ser apresentada em
três palavras: interesse, experimentação
e cooperação.
2. O ensinar e o aprender através da
teoria sócio-interacionista: Piaget,
Ferreiro, Teberosky
O professor construtivista percebe as
crianças e vê o que elas fazem
espontaneamente, observa o que atrai
seus interesses e propõem atividades
instigantes, a fim de que as mesmas
colaborem com idéias a respeito do que
realmente querem aprender e dá
oportunidades para que isso ocorra.
Conforme o documento RCNEI, o
sujeito da aprendizagem constrói seus
conhecimentos:
[...] As crianças possuem uma
natureza singular, que as caracteriza
como seres que sentem e pensam o
mundo de um jeito muito próprio.
(...). No processo de construção do
conhecimento, as crianças se
utilizam das mais diferentes
linguagens e exercem a capacidade
que possuem de terem idéias e
hipóteses originais sobre aquilo que
buscam desvendar. Nessa
perspectiva as crianças constroem o
conhecimento a partir das
interações que estabelecem com as
outras pessoas e com o meio em
que vivem. O conhecimento não se
constitui em cópia da realidade,
mas sim, fruto de um intenso
trabalho de criação, significação e
ressignificação. (1998, p. 21 e 22).
A partir dos conhecimentos e da
construção destes, podemos perceber as
fases do desenvolvimento cognitivo das
crianças, e o que devemos propor para
que isso ocorra. De acordo com os
estudos dos autores Piaget, Ferreiro e
Teberosky, há necessidade do professor
considerar os seguintes aspectos para se
apropriar da teoria construtivista:
1. Observar o que as crianças
fazem espontaneamente – as questões
mais importantes são o que elas fazem
espontaneamente feitas pelas crianças.
Nem sempre elas as fazem verbalmente,
mas o professor deve observar com
atenção e só assim descobrirá o que elas
estão perguntando. Identificar essas
questões dará forma para que o
professor faça a melhor intervenção.
2. Propor atividades instigantes
– ocorre quando apresentamos materiais
às crianças e pedimos a elas que
sugiram e demonstrem como
poderíamos fazer, observando se isso
mantém o interesse delas e se este,
torna-se o objetivo traçado pelo
92
professor. Também pode ocorrer
quando planejamos com a turma as
atividades futuras e quando consultamos
as crianças sobre o que preferem fazer.
3. Pedir às crianças que
colaborem com as idéias do que
realmente querem aprender – é normal
que as crianças pequenas não saibam o
que querem aprender, não conseguem
formular as hipóteses. Quando isso
acontece, o professor pode fazer uso do
interesse delas por bichinhos de
estimação, bichos de jardim,
dinossauros, que estejam no seu
cotidiano, e perguntar a elas o que
querem saber a respeito daquele animal.
A partir disso, a responsabilidade do
professor é buscar recursos: livros sobre
o bicho escolhido, observação do
bichinho vivo, laminas para a leitura de
imagens, etc. As crianças de quatro anos
que estão acostumadas a serem
consultadas são capazes de sugerir
assuntos sobre os quais gostariam de
saber.
4. Oportunizar que as crianças
façam suas escolhas – as crianças
devem ser capazes de escolher uma
atividade a partir das muitas que lhes
são oferecidas. As crianças devem ter a
liberdade de escolher outras atividades
artísticas, jogos, livros e outros
materiais para construírem objetos e
quebra-cabeças. Conforme Alves,
[...] O brincar, para a criança é uma das
formas que ela tem para compreender o
mundo ao seu redor. A brincadeira
infantil constitui uma situação social
onde, ao mesmo tempo em que há
representações e explorações de outra
situações socais, há formas de
relacionamento interpessoal das crianças
ou eventualmente entre elas e um adulto
na situação, formas estas que também se
sujeitam a modelos, a regulações, e onde
também está presente a afetividade:
desejos, satisfações, frustrações, alegria,
dor. (1999, p. 80)
3. As fases do desenvolvimento motor,
verbal e mental: a partir dos estudos
de Piaget
Para Piaget (1978), o comportamento
dos seres vivos não é inato, nem
resultado de condicionamento. Para ele,
o comportamento é construído a partir
de uma interação entre o meio e o
indivíduo. Esta teoria é caracterizada
como interacionista, quanto mais
complexa for essa interação, mais
“inteligente” será o indivíduo.
A construção da inteligência, dá-se,
portanto, por etapas sucessivas, a isso
Piaget chamou de “construtivismo
seqüencial”.
A seguir, os períodos em que se dá este
desenvolvimento motor, verbal e
cognitivo na perspectiva do
construtivismo de acordo com
FRANCO (1995; p. 41-50):
Período Sensório-Motor: do nascimento
aos 2 anos, aproximadamente. A
inteligência trabalha através das
percepções (simbólico) e das ações
(motor) através dos deslocamentos do
próprio corpo. É uma inteligência
“prática”. Sua linguagem vai da
repetição de sílabas à palavra-frase
(água, para dizer que quer beber água).
Sua conduta social, nesse período, é de
isolamento (o mundo é ele).
Período Simbólico: dos 2 anos aos 4
anos, aproximadamente. Neste período,
a criança começa a falar, imitar,
dramatizar, etc., através da função
semiótica. É o período da fantasia, do
faz-de-conta, do jogo simbólico. Pode
transformar qualquer objeto em algo
que seja favorável ao seu prazer, por
exemplo, uma tampa se transforma em
uma carrinho. Na linguagem, todos
falam ao mesmo tempo sem que
respondam as argumentações uns dos
outros. Sua socialização é vivida de
forma isolada, mas dentro do coletivo,
93
também apresenta forte egocentrismo
(tudo é “meu”).
Período Intuitivo: dos 4 anos aos 7 anos,
aproximadamente. É a “idade dos
porquês”, pois a criança pergunta o
tempo todo. Distingue a fantasia do real,
podendo dramatizar sem acreditar nela.
Quanto à linguagem não mantém uma
conversação longa, mas já é capaz de
adaptar sua resposta às palavras do
companheiro. Os Períodos Simbólico e
Intuitivo são também comumente
apresentados como Período Pré-
Operatório.
Período Operatório Concreto: dos 7 aos
11 anos, aproximadamente. Já é capaz
de ordenar elementos por seu tamanho
(grandeza), incluindo conjuntos,
organizando então o mundo de forma
lógica ou operatória. Já podem
compreender regras, sendo fiéis a ela, e
estabelecer compromissos.
4. Aquisição da base alfabética
Baseadas em estudos relacionados à
psicolingüística e também apoiadas nas
pesquisas de Piaget, Ferreiro e
Teberosky concluíram que: as crianças
procuram ativamente compreender a
natureza da linguagem falada a sua
volta e, na tentativa de compreendê-la,
formulam hipóteses, buscam
regularidades, colocam à prova suas
antecipações. O que fazem em relação à
fala, fazem também em relação à
escrita.
Apresenta-se os níveis elaborados por
Ferreiro, organizado por FRANCO
(1995: p.41-50):
a) Nível pré-silábico: Primeiro
momento – escrever implica
reproduzir os traços típicos da
escrita, que a criança identifica
como “forma básica da escrita”.
Pode ser a letra continua; a letra
cursiva ou de imprensa. As
crianças costumam imitar o
traçado da letra cursiva ou
utilizar grafismos separados
entre si, compostos de linhas e
curvas. Aqui, sempre o que
conta mais é a interação do
“escritor”, pois todas as escritas
são bastante semelhantes: só o
autor considera diferente, e, se
solicitado, lê o que “escreveu”,
usando palavras diferentes.
Segundo momento: a idéia
central das crianças passa a ser:
para se lerem coisas diferentes
(dar significados diferentes), é
preciso que existam diferenças
entre as palavras escritas. Os
traçados passam a ser muito
mais próximos as letras.
Juntamente com essa idéia,
segue a hipótese de que uma
quantidade mínima de grafismos
é necessária para se compor uma
palavra; um ou dois grafismos
não são suficientes para ser lidos
e não podem compor uma
palavra. Passa a haver um
controle de quantidade e da
variedade de grafismos: é
preciso utilizar muitas letras e
letras não se repetem.
b) Nível silábico: Esse nível
caracteriza-se pela tentativa de
se atribuir um valor sonoro a
cada uma das letras que
compõem uma palavra: a criança
passa a usar uma letra para cada
sílaba. O fato de se preocupar
com essa atribuição de valores
não quer dizer que ela o fará
convencionalmente: uma letra
poderá representar qualquer
valor ou pode haver uma
atribuição diferente de valores (o
B, por exemplo, poderá sempre
equivaler ao som do C).
Há um salto grande em relação
ao período anterior, pois as
94
crianças passam a trabalhar com
a hipótese de que a escrita
representa partes sonoras da fala.
Também é comum que, quando
precisem utilizar, de apenas duas
letras para escrever palavras com
duas sílabas, algumas crianças
ainda se apóiem na idéia de
quantidade mínima de letras e
acrescentem mais algumas nesse
caso.
c) Nível silábico alfabético:
Durante um período a criança
ficará convicta da hipótese
anterior e escreverá
silabicamente o que precisar.
Mas acabará entrando em
conflito com essa idéia, pois
tanto a leitura dessas palavras
escritas silabicamente quanto às
formas gráficas que estão a sua
volta mostram que ela ainda não
escreve convencionalmente, que
ainda faltam letras para escrever
as palavras que deseja.
Nesse momento inicia-se uma
transição entre o nível silábico e
o nível alfabético. É comum, por
exemplo, que a criança oscile
entre escritas silábicas e escritas
alfabéticas. Esse é um momento
muito difícil para muitas
crianças, pois elas têm de
abandonar uma hipótese na qual,
em geral, se mostram muito
seguras, justamente quando
parece que “as coisas” estão
resolvidas atribuindo-se uma
letra ou caractere para cada
silaba. Se nossa escrita fosse
silábica, como a japonesa, tudo
estaria resolvido, mas nossa
língua exige uma analise que vai
alem da silaba, considerando o
fonema como unidade a ser
representada.
d) Nível Alfabético: A escrita
alfabética corresponde ao
estágio em que a criança
descobre como a escrita é
representada (o que resulta na
compreensão de que cada letra
corresponde a um valor sonoro
menos do que a sílaba) e vai, aos
poucos, realizando uma análise
sonora dos fonemas das palavras
que quer escrever. A criança não
terá problemas de “escrita
propriamente dita”, mas os
conflitos com o que a rodeiam
continuam, porque escrever
alfabeticamente não quer dizer
escrever ortograficamente,
convencionalmente correto. As
crianças passam a explicitar
essas dúvidas e esse é um
momento adequado para que um
trabalho com a ortografia possa
gradativamente ser iniciado.
5. O construtivismo e a Educação
Infantil
A educação infantil ainda é vista como
um período da vida, onde as crianças
necessitam somente do cuidado,
deixando de lado a educação. O elo que
cuidado e educação devem ter nessa
fase se torna de imensurável
importância por se tratar das bases do
desenvolvimento cognitivo, motor,
verbal e mental. Por isso, a base da
personalidade do sujeito. É na Educação
Infantil que a crianças se tornará um
cidadão que formula hipóteses e que se
constroem de fato.
Primeiramente torna-se válido
identificar e definir – quem é a criança?
Que etapa da vida esta passando? Quem
é o sujeito da aprendizagem da
educação infantil? Erroneamente, a
criança de 0 a 5 anos, ainda é vista
como um adulto em miniatura, sendo
incapaz de formular suas hipóteses, de
se expressar. Na atualidade,
infelizmente, ainda nos deparamos com
95
profissionais desqualificados que não
têm uma forma de ensinar e aprender
fixadas e estipulas. Tratam as crianças
da Educação Infantil como meros
expectadores.
Conforme FRANCO (1995) afirma em
se estudo: “estamos pois, admitindo que
a vida humana é uma constante vir a ser
e que o processo de desenvolvimento
implica em uma continuidade, ponto
essencial da concepção construtivista”
(p. 58). Por isso, existem várias
instituições e escolas infantis, mas se
formos observar, cada uma adota uma
forma de educar e uma maneira de ver a
criança em sua totalidade. Sua
concepção de educação, sua concepção
de cuidado sua concepção do que é ser
um educador infantil.
Uma pratica condizente com a teoria
construtivista deve ser baseada na idéia
da interação do sujeito com o meio
físico e social. Portanto, trabalhar com
os “pequenos” não é simplesmente
acompanhar seu crescimento biológico,
nem “treiná-los” para que adquiram
hábitos sociais, mas possibilitar que
estabeleçam uma relação com o meio
que os cerca. Por isso o trabalho em
creches e pré-escolas deve ser um
trabalho educativo. Nesse sentido,
Franco (1995, p. 60), diz: “podemos
detectar que o desenvolvimento
depende da interação que o sujeito
estabelece com o meio físico e social,
podemos concluir ainda que só se chega
ao máximo do desenvolvimento quando
trilharmos bem o caminho. Isto é,
quando a qualidade das interações
estabelecidas for satisfatória pra
provocá-lo. Daí a responsabilidade de
quem trabalha com crianças”.
Conclusão
As vivências na Educação Infantil
tornam-se de fato a base para o
desenvolvimento cognitivo, motor,
verbal e mental. Durante a Educação
Infantil a criança passa a ser sujeito da
sua ação, que constrói sua autonomia,
sua cidadania, sua educação, sua
socialização e seus conhecimentos
através da interação. A partir das
situações lúdicas e dos momentos em
que a criança de fato brinca, ela está
construindo seu conhecimento, de uma
maneira única e prazerosa. Se o sujeito
faz o que lhe traz prazer, ele jamais irá
esquecer o que aprendeu.
Através deste estudo, pode-se dizer que
a teoria construtivista-interacionista,
propõe o aprendizado das crianças em
um mundo letrado o educador e o
educando saem com ganhos positivos e
sentem prazer em estar em um contexto
onde os mesmo são os agentes do
processo educativo, e pode-se educar e
transmitir o conhecimento de maneira
recíproca, divertida, lúdica e única.
O resultado vem através das crianças
que amam o que fazem, que estudam,
apreciam os livros, as obras artísticas,
vão à escola com prazer e esperam pelo
momento de estar em contato com esse
ambiente escolar.
A partir de uma organização bem
elaborada e da satisfação em ensinar e
aprender, mantemos uma práxis
pedagógica de qualidade, conseguindo
chegar aos objetivos traçados pelo
corpo docente. Em uma instituição onde
todos estão satisfeitos com o trabalhado
elaborado, tanto professores, quanto
alunos, o resultado tende a ser um: uma
educação bem feita, de qualidade e
principalmente, com uma base sólida
para as posteriores etapas que nossas
crianças de Educação Infantil passarão.
Para que a organização escolar se
concretize é necessário que a instituição
tenha seu Projeto Político Pedagógico
bem elaborado, seguindo uma teoria e
uma forma de ensinar/aprender
96
condizente com o contexto em que as
crianças estão situadas. Por isso, o
corpo docente deve ter uma formação
inicial, tendo um elo entre teoria e
prática, e manter esse estudo através da
formação continuada.
Referências
BARBOSA, M.C.S. Por amor e por força:
rotinas na educação infantil. Tese (Doutorado).
Faculdade de Educação, Universidade Estadual
de Campinas, Campinas, 2000.
BASSEDAS, Eulália, Huguet Teresa e Sole
Isabel. Aprender e Ensinar na Educação
Infantil. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.
DEVRIES, Rheta, Betty Zan, Carolyn
Hildebrandt, Rebecca Edmiaston e Christina
Sales; trad. Vinicius Figuera. O currículo
construtivista na educação infantil .- Porto
Alegre: Artmed, 2004.
EDWARDS, Carolyn, Lella Gandini e George
Forman, trad. Dayse Batista. As cem linguagens
da criança; a abordagem de Reggio Emilia na
educação da primeira infância. – Porto Alegre:
Editora Artes Médicas Sul Ltda, 1999.
FERREIRA, Maria Cecília Iannuzzi. A
formação de conceitos na criança. Revista
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FRANCO, Sergio Roberto Kieling. O
construtivismo e a Educação. 4ª ed. (revista
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HORN, Maria da Graça Souza. Sabores, cores,
sons, aromas: a organização dos espaços na
Educação Infantil. – Porto Alegre: Artmed,
2004.
MICOTTI, Maria Cecília de Oliveira. Piaget e o
processo de alfabetização. 2 ed. – São Paulo:
Pioneira,1987.
Referencial Curricular para a Educação Infantil.
Volumes: 1,2 e 3.
SOLÉ, I. Estratégias de leitura. 6ed. Porto
Alegre: Artmed, 1998.
VIGOTOSKY, Lev Semenovich. Linguagem
Desenvolvimento e aprendizagem; tradução
Maria da Penha Villalobos. – São Paulo: Ícone,
2001.
WELLS, G. Language, learning and education.
Center for the Study of Language and
Communication. Universidade de Bristol, 1982.
VIGOTOSKY, Lev Semenovich. Linguagem
Desenvolvimento e aprendizagem; tradução
Maria da Penha Villalobos. – São Paulo: Ícone,
2001.

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  • 1. 89 Aprendizagem Infantil através do Construtivismo: ensinar e aprender NATHALIA CUNHA POLESE * Resumo A partir da temática, “a aprendizagem infantil através do construtivismo”, objetiva-se compreender as formas que as crianças aprendem e como os professores constroem essa aprendizagem. Também, tem como meta desmistificar o que se entende como construtivismo e esclarecer o que realmente é essa forma de ensinar e aprender como o professor deve trabalhar a partir desse referencial teórico. Serão abordadas as fases de desenvolvimento motor, verbal e mental; a aquisição da base alfabética. Que conteúdos o professor deve contemplar na Educação Infantil e o papel que ele tem na aprendizagem das crianças. Tendo como principais aparatos teóricos: Teberosky, Ferreiro, Bassedas, Piaget, as escolas de Reggio Emilia e o documento Referencial Curricular para a Educação Infantil. Palavras-chave: Criança; Professor; Construtivismo; Tempo e espaço. Abstract From the theme, "children's learning through constructivism," the aim of this study is understand the ways that children could learn and how teachers improve this apprenticeship. Additionally, this study aims to demystify what is meant about constructivism and clarify what is this way of teaching and learning how teacher should work with this theoretical reference. It will be discuss the stages of verbal, mental and motor development and the acquisition of basic alphabetical basis. Which content should teacher include in early childhood education and the role that it played in children's learning. The main theoretical apparatus used is: Teberosky, Blacksmith, Bassedas, Piaget, Reggio Emilia’s schools and document Curriculum Reference’s document for Early Childhood Education. Key words: Child; Professor; Constructivism; Time and space. * NATHALIA CUNHA POLESE é Pedagoga especialista em Educação Infantil, pós-graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional e Docente do Ensino Superior, Mestranda em Educação na Universidade Estadual de Minas Gerais.
  • 2. 90 Introdução O presente estudo se faz de suma importância por se tratar do “Aprendizado Infantil”, a partir de uma forma diferenciada, divertida, lúdica onde a criança é sujeito de sua aprendizagem. Neste sentido opta- se pela perspectiva do construtivismo interacionista. Uma vez dentro desta perspectiva cabe-nos entender o que é o construtivismo. O construtivismo é uma teoria que explica os processos de aquisição do conhecimento e o desenvolvimento cognitivo, elaborado pelo suíço Jean Piaget. No presente estudo, há necessidade de compreendermos os pressupostos que subsidiam o construtivismo sócio interacionista. Em primeiro momento, torna-se válido conhecer as fases do desenvolvimento motor, verbal e mental, a partir do estudo feito por Piaget. Ferreiro auxilia-nos a entender a aquisição da base alfabética; as respectivas idades em que as crianças devem estar para desenvolver certa atividade, mesmo não sendo uma regra a ser ditada e seguida, pois cada criança é única e esta em um processo de alfabetização diferenciado. É importante sim, conhecer as fases em que elas se encontram. Detectar as hipóteses, as características de cada idade. Como cada criança tem uma maneira única de solucionar as situações problema, e uma idade cognitiva para isso. Através desta solução de problemas, ela estará construindo seu conhecimento, e aprendendo juntamente com colegas através da socialização e interação. É nesse processo que o educador deve estar presente e com o aparato necessário aos alunos, dando-lhes o suporte, as problemáticas, os diferentes materiais – várias formas de texto, apropriação de diferenciadas folhas, sucatas, argila –, a exploração das diferentes linguagens, para que a criança construa seu conhecimento, seu raciocínio lógico, sua personalidade, da melhor forma. E para tecer algumas considerações importantes neste estudo, torna-se relevante ver qual é a diferença entre se educar na teoria construtivista e no método tradicional. 1. O Construtivismo a partir dos estudos Piagetianos O construtivismo é uma teoria que explica os processos de aquisição do conhecimento e o desenvolvimento cognitivo, elaborado pelo suíço Jean Piaget. A partir dos estudos feitos por ele, tornou-se evidente que a aprendizagem é um processo que se dá através de aproximações sucessivas e não de forma acumulativa e homogênea, como se supunha. Com o passar do tempo, foi-se desenvolvendo muitas propostas de ensino, ou prática pedagógicas que se apóiam nas formulações que Piaget desenvolveu através de suas pesquisas. Para FERREIRA, Piaget foi o primeiro teórico conhecido no Ocidente a demonstrar que a inteligência se desenvolve, a partir de um primeiro esquema, de ordem mental, que a criança ao nascer, já traz na sua bagagem hereditária e que será alterado a cada um dos estádios de desenvolvimento cognitivo (2000, p.5).
  • 3. 91 O construtivismo não é método de ensino, com etapas pré-fixadas, só se passa de uma etapa a outra quando a primeira já esta solidificada e cumprida. Já uma proposta pedagógica, que tenha por base a teoria construtivista de aprendizagem, não poderá jamais estabelecer etapas rígidas, porque se sabe que a aprendizagem não se dá por superposição, mas por grandes reformulações cognitivas. Esse processo depende de dois fatores principais: as capacidades do aluno e suas experiências prévias. Desde que a palavra construtivismo começou a fazer parte do cotidiano pedagógico dos educadores, escuta-se que o construtivismo não é um método mas, entende-se de forma equivocada que, se não há um método, então as crianças podem fazer o que quiserem o no momento que elas definirem, mas isso não é verdade. O fato de não ter uma seqüência pré-fixada e rígida não quer dizer que não haja formulações didáticas precisas que devem ser consideradas para se ensinar uma criança. A teoria construtivista para ser refletida, transformada, adaptada e adequada. Essa definição de educação construtivista pode ser apresentada em três palavras: interesse, experimentação e cooperação. 2. O ensinar e o aprender através da teoria sócio-interacionista: Piaget, Ferreiro, Teberosky O professor construtivista percebe as crianças e vê o que elas fazem espontaneamente, observa o que atrai seus interesses e propõem atividades instigantes, a fim de que as mesmas colaborem com idéias a respeito do que realmente querem aprender e dá oportunidades para que isso ocorra. Conforme o documento RCNEI, o sujeito da aprendizagem constrói seus conhecimentos: [...] As crianças possuem uma natureza singular, que as caracteriza como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio. (...). No processo de construção do conhecimento, as crianças se utilizam das mais diferentes linguagens e exercem a capacidade que possuem de terem idéias e hipóteses originais sobre aquilo que buscam desvendar. Nessa perspectiva as crianças constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem. O conhecimento não se constitui em cópia da realidade, mas sim, fruto de um intenso trabalho de criação, significação e ressignificação. (1998, p. 21 e 22). A partir dos conhecimentos e da construção destes, podemos perceber as fases do desenvolvimento cognitivo das crianças, e o que devemos propor para que isso ocorra. De acordo com os estudos dos autores Piaget, Ferreiro e Teberosky, há necessidade do professor considerar os seguintes aspectos para se apropriar da teoria construtivista: 1. Observar o que as crianças fazem espontaneamente – as questões mais importantes são o que elas fazem espontaneamente feitas pelas crianças. Nem sempre elas as fazem verbalmente, mas o professor deve observar com atenção e só assim descobrirá o que elas estão perguntando. Identificar essas questões dará forma para que o professor faça a melhor intervenção. 2. Propor atividades instigantes – ocorre quando apresentamos materiais às crianças e pedimos a elas que sugiram e demonstrem como poderíamos fazer, observando se isso mantém o interesse delas e se este, torna-se o objetivo traçado pelo
  • 4. 92 professor. Também pode ocorrer quando planejamos com a turma as atividades futuras e quando consultamos as crianças sobre o que preferem fazer. 3. Pedir às crianças que colaborem com as idéias do que realmente querem aprender – é normal que as crianças pequenas não saibam o que querem aprender, não conseguem formular as hipóteses. Quando isso acontece, o professor pode fazer uso do interesse delas por bichinhos de estimação, bichos de jardim, dinossauros, que estejam no seu cotidiano, e perguntar a elas o que querem saber a respeito daquele animal. A partir disso, a responsabilidade do professor é buscar recursos: livros sobre o bicho escolhido, observação do bichinho vivo, laminas para a leitura de imagens, etc. As crianças de quatro anos que estão acostumadas a serem consultadas são capazes de sugerir assuntos sobre os quais gostariam de saber. 4. Oportunizar que as crianças façam suas escolhas – as crianças devem ser capazes de escolher uma atividade a partir das muitas que lhes são oferecidas. As crianças devem ter a liberdade de escolher outras atividades artísticas, jogos, livros e outros materiais para construírem objetos e quebra-cabeças. Conforme Alves, [...] O brincar, para a criança é uma das formas que ela tem para compreender o mundo ao seu redor. A brincadeira infantil constitui uma situação social onde, ao mesmo tempo em que há representações e explorações de outra situações socais, há formas de relacionamento interpessoal das crianças ou eventualmente entre elas e um adulto na situação, formas estas que também se sujeitam a modelos, a regulações, e onde também está presente a afetividade: desejos, satisfações, frustrações, alegria, dor. (1999, p. 80) 3. As fases do desenvolvimento motor, verbal e mental: a partir dos estudos de Piaget Para Piaget (1978), o comportamento dos seres vivos não é inato, nem resultado de condicionamento. Para ele, o comportamento é construído a partir de uma interação entre o meio e o indivíduo. Esta teoria é caracterizada como interacionista, quanto mais complexa for essa interação, mais “inteligente” será o indivíduo. A construção da inteligência, dá-se, portanto, por etapas sucessivas, a isso Piaget chamou de “construtivismo seqüencial”. A seguir, os períodos em que se dá este desenvolvimento motor, verbal e cognitivo na perspectiva do construtivismo de acordo com FRANCO (1995; p. 41-50): Período Sensório-Motor: do nascimento aos 2 anos, aproximadamente. A inteligência trabalha através das percepções (simbólico) e das ações (motor) através dos deslocamentos do próprio corpo. É uma inteligência “prática”. Sua linguagem vai da repetição de sílabas à palavra-frase (água, para dizer que quer beber água). Sua conduta social, nesse período, é de isolamento (o mundo é ele). Período Simbólico: dos 2 anos aos 4 anos, aproximadamente. Neste período, a criança começa a falar, imitar, dramatizar, etc., através da função semiótica. É o período da fantasia, do faz-de-conta, do jogo simbólico. Pode transformar qualquer objeto em algo que seja favorável ao seu prazer, por exemplo, uma tampa se transforma em uma carrinho. Na linguagem, todos falam ao mesmo tempo sem que respondam as argumentações uns dos outros. Sua socialização é vivida de forma isolada, mas dentro do coletivo,
  • 5. 93 também apresenta forte egocentrismo (tudo é “meu”). Período Intuitivo: dos 4 anos aos 7 anos, aproximadamente. É a “idade dos porquês”, pois a criança pergunta o tempo todo. Distingue a fantasia do real, podendo dramatizar sem acreditar nela. Quanto à linguagem não mantém uma conversação longa, mas já é capaz de adaptar sua resposta às palavras do companheiro. Os Períodos Simbólico e Intuitivo são também comumente apresentados como Período Pré- Operatório. Período Operatório Concreto: dos 7 aos 11 anos, aproximadamente. Já é capaz de ordenar elementos por seu tamanho (grandeza), incluindo conjuntos, organizando então o mundo de forma lógica ou operatória. Já podem compreender regras, sendo fiéis a ela, e estabelecer compromissos. 4. Aquisição da base alfabética Baseadas em estudos relacionados à psicolingüística e também apoiadas nas pesquisas de Piaget, Ferreiro e Teberosky concluíram que: as crianças procuram ativamente compreender a natureza da linguagem falada a sua volta e, na tentativa de compreendê-la, formulam hipóteses, buscam regularidades, colocam à prova suas antecipações. O que fazem em relação à fala, fazem também em relação à escrita. Apresenta-se os níveis elaborados por Ferreiro, organizado por FRANCO (1995: p.41-50): a) Nível pré-silábico: Primeiro momento – escrever implica reproduzir os traços típicos da escrita, que a criança identifica como “forma básica da escrita”. Pode ser a letra continua; a letra cursiva ou de imprensa. As crianças costumam imitar o traçado da letra cursiva ou utilizar grafismos separados entre si, compostos de linhas e curvas. Aqui, sempre o que conta mais é a interação do “escritor”, pois todas as escritas são bastante semelhantes: só o autor considera diferente, e, se solicitado, lê o que “escreveu”, usando palavras diferentes. Segundo momento: a idéia central das crianças passa a ser: para se lerem coisas diferentes (dar significados diferentes), é preciso que existam diferenças entre as palavras escritas. Os traçados passam a ser muito mais próximos as letras. Juntamente com essa idéia, segue a hipótese de que uma quantidade mínima de grafismos é necessária para se compor uma palavra; um ou dois grafismos não são suficientes para ser lidos e não podem compor uma palavra. Passa a haver um controle de quantidade e da variedade de grafismos: é preciso utilizar muitas letras e letras não se repetem. b) Nível silábico: Esse nível caracteriza-se pela tentativa de se atribuir um valor sonoro a cada uma das letras que compõem uma palavra: a criança passa a usar uma letra para cada sílaba. O fato de se preocupar com essa atribuição de valores não quer dizer que ela o fará convencionalmente: uma letra poderá representar qualquer valor ou pode haver uma atribuição diferente de valores (o B, por exemplo, poderá sempre equivaler ao som do C). Há um salto grande em relação ao período anterior, pois as
  • 6. 94 crianças passam a trabalhar com a hipótese de que a escrita representa partes sonoras da fala. Também é comum que, quando precisem utilizar, de apenas duas letras para escrever palavras com duas sílabas, algumas crianças ainda se apóiem na idéia de quantidade mínima de letras e acrescentem mais algumas nesse caso. c) Nível silábico alfabético: Durante um período a criança ficará convicta da hipótese anterior e escreverá silabicamente o que precisar. Mas acabará entrando em conflito com essa idéia, pois tanto a leitura dessas palavras escritas silabicamente quanto às formas gráficas que estão a sua volta mostram que ela ainda não escreve convencionalmente, que ainda faltam letras para escrever as palavras que deseja. Nesse momento inicia-se uma transição entre o nível silábico e o nível alfabético. É comum, por exemplo, que a criança oscile entre escritas silábicas e escritas alfabéticas. Esse é um momento muito difícil para muitas crianças, pois elas têm de abandonar uma hipótese na qual, em geral, se mostram muito seguras, justamente quando parece que “as coisas” estão resolvidas atribuindo-se uma letra ou caractere para cada silaba. Se nossa escrita fosse silábica, como a japonesa, tudo estaria resolvido, mas nossa língua exige uma analise que vai alem da silaba, considerando o fonema como unidade a ser representada. d) Nível Alfabético: A escrita alfabética corresponde ao estágio em que a criança descobre como a escrita é representada (o que resulta na compreensão de que cada letra corresponde a um valor sonoro menos do que a sílaba) e vai, aos poucos, realizando uma análise sonora dos fonemas das palavras que quer escrever. A criança não terá problemas de “escrita propriamente dita”, mas os conflitos com o que a rodeiam continuam, porque escrever alfabeticamente não quer dizer escrever ortograficamente, convencionalmente correto. As crianças passam a explicitar essas dúvidas e esse é um momento adequado para que um trabalho com a ortografia possa gradativamente ser iniciado. 5. O construtivismo e a Educação Infantil A educação infantil ainda é vista como um período da vida, onde as crianças necessitam somente do cuidado, deixando de lado a educação. O elo que cuidado e educação devem ter nessa fase se torna de imensurável importância por se tratar das bases do desenvolvimento cognitivo, motor, verbal e mental. Por isso, a base da personalidade do sujeito. É na Educação Infantil que a crianças se tornará um cidadão que formula hipóteses e que se constroem de fato. Primeiramente torna-se válido identificar e definir – quem é a criança? Que etapa da vida esta passando? Quem é o sujeito da aprendizagem da educação infantil? Erroneamente, a criança de 0 a 5 anos, ainda é vista como um adulto em miniatura, sendo incapaz de formular suas hipóteses, de se expressar. Na atualidade, infelizmente, ainda nos deparamos com
  • 7. 95 profissionais desqualificados que não têm uma forma de ensinar e aprender fixadas e estipulas. Tratam as crianças da Educação Infantil como meros expectadores. Conforme FRANCO (1995) afirma em se estudo: “estamos pois, admitindo que a vida humana é uma constante vir a ser e que o processo de desenvolvimento implica em uma continuidade, ponto essencial da concepção construtivista” (p. 58). Por isso, existem várias instituições e escolas infantis, mas se formos observar, cada uma adota uma forma de educar e uma maneira de ver a criança em sua totalidade. Sua concepção de educação, sua concepção de cuidado sua concepção do que é ser um educador infantil. Uma pratica condizente com a teoria construtivista deve ser baseada na idéia da interação do sujeito com o meio físico e social. Portanto, trabalhar com os “pequenos” não é simplesmente acompanhar seu crescimento biológico, nem “treiná-los” para que adquiram hábitos sociais, mas possibilitar que estabeleçam uma relação com o meio que os cerca. Por isso o trabalho em creches e pré-escolas deve ser um trabalho educativo. Nesse sentido, Franco (1995, p. 60), diz: “podemos detectar que o desenvolvimento depende da interação que o sujeito estabelece com o meio físico e social, podemos concluir ainda que só se chega ao máximo do desenvolvimento quando trilharmos bem o caminho. Isto é, quando a qualidade das interações estabelecidas for satisfatória pra provocá-lo. Daí a responsabilidade de quem trabalha com crianças”. Conclusão As vivências na Educação Infantil tornam-se de fato a base para o desenvolvimento cognitivo, motor, verbal e mental. Durante a Educação Infantil a criança passa a ser sujeito da sua ação, que constrói sua autonomia, sua cidadania, sua educação, sua socialização e seus conhecimentos através da interação. A partir das situações lúdicas e dos momentos em que a criança de fato brinca, ela está construindo seu conhecimento, de uma maneira única e prazerosa. Se o sujeito faz o que lhe traz prazer, ele jamais irá esquecer o que aprendeu. Através deste estudo, pode-se dizer que a teoria construtivista-interacionista, propõe o aprendizado das crianças em um mundo letrado o educador e o educando saem com ganhos positivos e sentem prazer em estar em um contexto onde os mesmo são os agentes do processo educativo, e pode-se educar e transmitir o conhecimento de maneira recíproca, divertida, lúdica e única. O resultado vem através das crianças que amam o que fazem, que estudam, apreciam os livros, as obras artísticas, vão à escola com prazer e esperam pelo momento de estar em contato com esse ambiente escolar. A partir de uma organização bem elaborada e da satisfação em ensinar e aprender, mantemos uma práxis pedagógica de qualidade, conseguindo chegar aos objetivos traçados pelo corpo docente. Em uma instituição onde todos estão satisfeitos com o trabalhado elaborado, tanto professores, quanto alunos, o resultado tende a ser um: uma educação bem feita, de qualidade e principalmente, com uma base sólida para as posteriores etapas que nossas crianças de Educação Infantil passarão. Para que a organização escolar se concretize é necessário que a instituição tenha seu Projeto Político Pedagógico bem elaborado, seguindo uma teoria e uma forma de ensinar/aprender
  • 8. 96 condizente com o contexto em que as crianças estão situadas. Por isso, o corpo docente deve ter uma formação inicial, tendo um elo entre teoria e prática, e manter esse estudo através da formação continuada. Referências BARBOSA, M.C.S. Por amor e por força: rotinas na educação infantil. Tese (Doutorado). Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2000. BASSEDAS, Eulália, Huguet Teresa e Sole Isabel. Aprender e Ensinar na Educação Infantil. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999. DEVRIES, Rheta, Betty Zan, Carolyn Hildebrandt, Rebecca Edmiaston e Christina Sales; trad. Vinicius Figuera. O currículo construtivista na educação infantil .- Porto Alegre: Artmed, 2004. EDWARDS, Carolyn, Lella Gandini e George Forman, trad. Dayse Batista. As cem linguagens da criança; a abordagem de Reggio Emilia na educação da primeira infância. – Porto Alegre: Editora Artes Médicas Sul Ltda, 1999. FERREIRA, Maria Cecília Iannuzzi. A formação de conceitos na criança. Revista Psicodepagogia – 19/53, dez. 2000. FRANCO, Sergio Roberto Kieling. O construtivismo e a Educação. 4ª ed. (revista ampliada), Porto Alegre, Mediação, 1995. GARTON &PRATT. Aprendizaje y proceso alfabetización. El desarollo del lenguaje hablado y escrito. Barcelona: Paidós/mec, 1991. HORN, Maria da Graça Souza. Sabores, cores, sons, aromas: a organização dos espaços na Educação Infantil. – Porto Alegre: Artmed, 2004. MICOTTI, Maria Cecília de Oliveira. Piaget e o processo de alfabetização. 2 ed. – São Paulo: Pioneira,1987. Referencial Curricular para a Educação Infantil. Volumes: 1,2 e 3. SOLÉ, I. Estratégias de leitura. 6ed. Porto Alegre: Artmed, 1998. VIGOTOSKY, Lev Semenovich. Linguagem Desenvolvimento e aprendizagem; tradução Maria da Penha Villalobos. – São Paulo: Ícone, 2001. WELLS, G. Language, learning and education. Center for the Study of Language and Communication. Universidade de Bristol, 1982. VIGOTOSKY, Lev Semenovich. Linguagem Desenvolvimento e aprendizagem; tradução Maria da Penha Villalobos. – São Paulo: Ícone, 2001.