Este documento apresenta o material "Baralhações", desenvolvido para promover a saúde mental através do desenvolvimento de competências socioemocionais. O material consiste em cartas com imagens de emoções e sugestões de jogos para experimentar e refletir sobre diferentes emoções e relacionamentos. O objetivo é promover a autoconsciência, empatia e resolução de problemas através de dinâmicas lúdicas em grupo.
2. 1. Dar a conhecer o
material baralhações
e algumas das suas
possíveis aplicações;
2. Experimentar formas
de aplicação do
material.
3. A ARISCO, constituída em 1993, é
uma I.P.S.S. vocacionada para o
trabalho na área da Prevenção e da
Promoção Global da Saúde.
Os seus projetos visam o
desenvolvimento pessoal e social,
com recurso a metodologias ativas e
a um contexto de intervenção de
carácter lúdico-pedagógico.
4. Alguns pensamentos base
• No início dos anos 80, com a Carta de Otawa, a nova
definição de Saúde – com a deslocação do foco da
doença para a saúde – abriu espaço a todo um
conjunto de intervenções direcionadas à
responsabilização do indivíduo pelo seu próprio bem-
estar.
• O desenvolvimento de competências, como
estratégia, parte do pressuposto que “o alargamento
do reportório de comportamentos sociais ajuda os
indivíduos a identificar situações e problemas, a
procurar e implementar soluções, a avaliar
resultados e a manter ou alterar estratégias”
5. Alguns pensamentos base
A O.M.S. definia, em 1993, como competências
fundamentais à manutenção da saúde mental:
– A Capacidade de Gerir Emoções;
– A Capacidade de Ter Consciência de Si;
– A Habilidade nas Relações Interpessoais;
– A Capacidade de Comunicação;
– A Capacidade de Resolução de Problemas;
– A Capacidade de Tomar Decisões;
– O Desenvolvimento de Pensamento Critico e
Criativo;
– A Capacidade de Empatizar com o Outro;
– A Capacidade de Gerir o Stress.
6. Alguns pensamentos base
• Os programas de intervenção neste domínio e os
materiais que lhe servem de base recriam situações
que promovem a experimentação de papéis, a
reflexão sobre a vivência e a partilha de
experiências.
• Esta Metodologia de Ação-Reflexão-Ação faz do
Jogo a sua principal estratégia.
7. Alguns pensamentos base
• O trabalho de desenvolvimento pessoal pode
acontecer dentro de uma intervenção individual, de
casal ou de grupo, no qual a dinâmica vem
aprofundar a consciencialização de comportamentos
atitudes e valores.
• A compreensão da dinâmica de grupos posta ao
serviço da prevenção é fundamental no plano do
desenvolvimento de sentimentos de pertença e
protagonismo.
8. Eixos que orientaram a
construção do material
A Promoção da Saúde
Desenvolvimento de Competências
Teoria do Jogo
Dinâmica de Grupos.
9. O material
Foi desenvolvido pela Arisco, no âmbito do Programa
Quadro Prevenir 1998, com o apoio do Projeto Vida.
Ficha Técnica
• Ideia Original: Raul Melo
• Desenvolvimento do Projeto: Sónia Duarte Lopes e
Dolores Gamito
• Textos: Sónia Duarte Lopes, Dolores Gamito, Raul Melo,
Patrícia Santos, João Domingues e Lúcio Santos
• Desenhos: Fernando Ferreira
10. O material
É constituído por um baralho que contém:
– 70 “Cartas de Emoções” – imagens de situações
que remetem para diferentes
emoções/sentimentos.
– 10 “Cartas do EU” – desenhos de 10 vultos
diferentes.
– 1 Manual com sugestões de utilização e regras
do Jogo, Lista das Emoções e Sentimentos
correspondentes a cada desenho
12. O material
Pode ser utilizado em diferentes contextos:
– Dinamização de Grupos;
– Sessões de Formação;
– Debates sobre um Tema;
– Avaliação de um acontecimento;
– … e Clínica.
13. Vamos jogar
Inventar um “Outro Eu”
Objetivos: Apresentação; desenvolver a imaginação e criatividade.
Descrição da Dinâmica: Distribui-se aleatoriamente uma carta do
Baralhações por cada jogador. Pede-se a cada jogador que, com
base na carta que recebeu, invente um “outro eu” para si próprio.
Tudo o que o jogador criar da nova personagem deverá ser falso,
com exceção do nome, que deverá ser o seu. Para ajudar na criação
do “novo eu”, podem ser sugeridas linhas orientadoras (ou ser
entregue uma folha com as mesmas), tais como: “idade”; “onde
vive”; “o que faz”; “principais hobbies”; “o maior sonho”; “os 3 dias
mais importantes da sua vida”; “o filme que mais marcou a sua
vida”; etc. No final, todos os jogadores se apresentam aos outros,
assumindo o seu “novo eu”.
Temas de reflexão: A liberdade de podermos ser alguém diferente; os
vários “eus” que cada um de nós tem; o que damos a conhecer de
nós quando inventamos algo; o que somos vs o que gostaríamos de
ser.
14. Vamos jogar
Cadeia de emoções
Objetivos: Trabalhar a identificação e a expressão de emoções de forma
não-verbal; verificar a transformação da informação com a
passagem por vários interlocutores.
Nº Jogadores: A partir de 4 jogadores
Temas de reflexão: Diferentes formas de transmitir uma emoção;
ambiguidade da interpretação de emoções; a constante presença
da expressão não-verbal de emoções, mesmo quando
acompanhada de discurso verbal; possíveis más interpretações e
consequências; o exagerar ou atenuar das emoções; a
transformação que a mensagem sofre quando passa por vários
interlocutores.
15. Vamos jogar
Quem conta um conto
Objetivos: Desenvolver a imaginação e criatividade; desenvolver a atenção
e concentração.
Nº Jogadores: A partir de 5 jogadores
Descrição da Dinâmica: Distribui-se aleatoriamente uma carta do
Baralhações por cada jogador. Um dos jogadores, mostra a sua carta e
começa uma história com base nela. Deve, depois, dirigir-se a um
colega, a quem entrega a sua carta, e que deve continuar a história
tendo em conta a carta que recebeu no início. O processo continua até
que todas as cartas sejam englobadas na história. As histórias podem
ser livres ou subordinadas a um tema dado previamente pelo
moderador.
Temas de reflexão: Ouvir e ser ouvido; vantagens e desvantagens de criar
uma história em conjunto (a riqueza da variedade de ideias vs a
frustração de não controlar o rumo da história); a variedade de coisas
que se podem criar através do mesmo material; a dificuldade de criar
algo em conjunto; o que colocamos nas histórias que construímos
(valores, crenças, experiências, etc.).
16. Vamos jogar
Quem conta um conto
Objetivos: Desenvolver a imaginação e criatividade; desenvolver a atenção
e concentração.
Nº Jogadores: A partir de 5 jogadores
Descrição da Dinâmica: Distribui-se aleatoriamente uma carta do
Baralhações por cada jogador. Um dos jogadores, mostra a sua carta e
começa uma história com base nela. Deve, depois, dirigir-se a um
colega, a quem entrega a sua carta, e que deve continuar a história
tendo em conta a carta que recebeu no início. O processo continua até
que todas as cartas sejam englobadas na história. As histórias podem
ser livres ou subordinadas a um tema dado previamente pelo
moderador.
Temas de reflexão: Ouvir e ser ouvido; vantagens e desvantagens de criar
uma história em conjunto (a riqueza da variedade de ideias vs a
frustração de não controlar o rumo da história); a variedade de coisas
que se podem criar através do mesmo material; a dificuldade de criar
algo em conjunto; o que colocamos nas histórias que construímos
(valores, crenças, experiências, etc.).
17. Reflexão
O momento da reflexão, no final de cada sessão de
trabalho, é o tempo de passar em revista as vivências
experimentadas, sintetizá-las nas suas componentes
essenciais, decidir sobre os conteúdos a partilhar
com os outros, encontrar a fórmula certa para os
expressar, perceber as reações dos outros e
reequacionar linhas anteriores de pensamento e
comportamento.
Os temas de reflexão não são aqueles que foram
definidos nos objetivos mas aqueles passíveis de
emergir de cada dinâmica (a importância de já ter jogado o
jogo previamente para saber quais as vivências que jogo proporciona);
18. Reflexão
Apesar do momento da reflexão ser um processo
básico da comunicação, uma das áreas mais
problemáticas no relacionamento interpessoal, a
exposição aos outros, o sentimento de nada de
importante ter para dizer, o medo do ridículo e o
sentimento de incompreensão são alguns dos
aspetos que a condicionam, em especial entre os
adolescentes. Cabe ao dinamizador ajudar cada
elemento do seu grupo a ultrapassar estas barreiras,
garantindo o direito de todos se expressarem e a
aceitação da diferença quer de opiniões quer de
atitudes
19. Nota final
A utilização do “Baralhações” presta-se à criatividade
do seu utilizador. O material foi desenhado para ser
facilmente adaptado a diferentes e novas abordagens
ao tema das “Emoções”.
Qualquer abordagem deve respeitar o modo de
participação – ou de não participação – de cada um,
pelo que é fundamental garantir o respeito individual
e evitar uma postura normativa ou paternalista.
O momento mais importante de todo o trabalho a
desenvolver com o “Baralhações” é aquele que
decorre durante a reflexão e a partilha de
experiências.
20. Nota final
Por muito que o material seja apelativo e interessante...
... a relação é o principal instrumento de
prevenção.
21. Vamos jogar
Desenha a tua emoção
Objetivos: Avaliar um processo/jogo/sessão
Descrição da Dinâmica: Utilizando a parte de trás das cartas, cada
jogador pode preencher a expressão da cara lá desenhada,
atribuindo-lhe assim a emoção que corresponde ao sentimento
que teve durante o jogo ou em relação a qualquer outra
circunstância definida pelo animador. Após todos terem
preenchido, cada um explica ao grupo as suas sensações
utilizando deste modo o material como suporte ao trabalho de
avaliação da intervenção desenvolvida.