O documento discute o tema da avaliação no ensino médio, abordando seus principais conceitos como objetivos, agentes, técnicas e instrumentos. Apresenta os principais programas de avaliação sistêmica em Minas Gerais e no Brasil, como o SAEB, SIMAVE e ENEM, e destaca debates em torno de seus desafios, como a necessidade de levar em conta variáveis sociais e ter um caráter mais formativo.
Mariana fechamento teórico avaliação no ensino medio
1. FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO
Etapa I – Caderno VI
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIAUNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
Avaliação no Ensino MédioAvaliação no Ensino Médio
2. Começo de prosa...
A prática precisa da
avaliação como os peixes
precisam de água e a
lavoura da chuva...
Paulo Freire
6. • Mas, afinal, para que avaliamos jovens que têm o
direito constitucional de frequentar o ensino médio?
• Qual seria a relação da avaliação com a função
social da escola básica?
• Qual seria a vinculação da avaliação com o que se
aprende e o que se ensina no ensino médio?
7. – quais têm sido os maiores desafios no campo da avaliação
educacional?
– qual sua concepção de avaliação e como ela se constituiu na
sua trajetória docente?
8. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica
(DCNEB), as DCNEM (BRASIL, 2012)
•Avaliação da aprendizagem
•Avaliação institucional – proposta pedagógica da escola;
planos de trabalho e de ensino
•Avaliação externa – Estado
Sistema de Avaliação da Educação Básica: Saeb
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica: Ideb
Função: diagnóstica, formativa e somativa.
10. Questões Problematizadoras...
O que é a avaliação sistêmica?
Quais os seus princípios e
objetivos?
Qual a sua história?
Quais as principais críticas?
Quais são os desafios e suas
possibilidades?
11. O QUE É AVALIAÇÃO SISTÊMICA
É uma modalidade de avaliação, em larga
escala, desenvolvida no âmbito de sistemas
de ensino,visando, especialmente, a
subsidiar políticas públicas na área
educacional;
Constitui-se em um mecanismo privilegiado
capaz de fornecer informações, sobre
processos e resultados dos sistemas de
ensino, às instâncias encarregadas de
formular e tomar decisões políticas na área
da educação;
12. O QUE É AVALIAÇÃO SISTÊMICA
É uma estratégia que pode
influenciar a qualidade das
experiências educativas e a
eficiência dos sistemas, evitando o
investimento público de maneira
intuitiva, desarticulada ou
insuficiente para atender às
necessidades educacionais.
13. ABRANGÊNCIA
Os programas de avaliação
sistêmica, segundo a organização
do ensino brasileiro, podem ter
abrangência federal, estadual ou
municipal.
14. BASE LEGAL: Lei 9394/96
Art. 9º. A União incumbir-se-á de:
V - coletar, analisar e disseminar informações
sobre a educação;
VI - assegurar processo nacional de
avaliação do rendimento escolar no ensino
fundamental, médio e superior, em
colaboração com os sistemas de ensino,
objetivando a definição de prioridades e a
melhoria da qualidade do ensino;
15. BASE LEGAL: Lei 9394/96
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:
IV - autorizar, reconhecer, credenciar,
supervisionar e avaliar, respectivamente, os
cursos das instituições de educação superior
e os estabelecimentos do seu sistema de
ensino;
Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de:
IV - autorizar, credenciar e supervisionar os
estabelecimentos do seu sistema de ensino;
16. PRINCÍPIOS:
Visibilidade: um princípio ético que
reconhece a educação como um
direito e a escola como um bem
público. Assim, os gestores do
público devem, portanto,
apresentar à sociedade os
resultados e produtos de seus
investimentos.
17. PRINCÍPIOS:
Responsabilidade: identifica as
parcelas de contribuição dos
diferentes segmentos envolvidos
na obtenção desses resultados,
induzindo ao comprometimento
com a implementação de ações
corretivas quando necessárias.
18. HISTÓRICO DA AVALIAÇÃO
SISTÊMICA NO BRASIL
Começo da discussão: meados da
década de 80;
1988: foi criado o Sistema de Avaliação
das escolas públicas de 1° grau
(SAEP);
1992: criação do Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Básica (SAEB)
1998: criação do Exame Nacional do
Ensino Médio (ENEM);
19. HISTÓRICO DA AVALIAÇÃO
SISTÊMICA NO BRASIL
1995: criação do Exame Nacional de
Curso;
2004: Criação do Sistema Nacional de
Avaliação do Ensino Superior (SINAES)
2005: Alteração - Portaria MEC 931
SAEB = 2 processos = ANEB e
ANRESC = Prova Brasil
20. Objetivos das avaliações
educacionais da rede pública:
promover a avaliação sistemática ;
criar instrumentos de participação da
sociedade e dos profissionais da
educação na gestão da escola pública;
democratizar o acesso à informação
sobre a Educação Pública ;
21. Objetivos das avaliações
educacionais da rede pública:
desenvolver procedimentos de gestão
de avaliação das políticas públicas
educacionais com base em critérios de
equidade;
fortalecer a escola como instituição
fundamental de promoção da
igualdade de oportunidade para todos.
22. O sentido da Avaliação Sistêmica
A avaliação deve ser um
instrumento de informação com
rigor científico para ter
credibilidade, ser inclusiva e feita
com responsabilidade para
promover a melhoria da qualidade
da educação.
23. Níveis de Avaliação
Avaliação externa: os instrumentos
são elaborados fora da escola para
avaliar o sistema de ensino.
Avaliação interna (ou avaliação da
aprendizagem): avalia o aluno
individualmente com instrumentos
elaborados por professores, dentro da
escola.
24. Autoavaliação
Além das avaliações nacionais ou
estaduais, externas ou internas,
cada escola deve se autoavaliar
em função de seus programas,
projetos, materiais pedagógicos,
recursos, professores, gestão,
pessoal de apoio, alunos e
infraestrutura.
25. Avaliações externas realizadas
em Minas Gerais:
SIMAVE - Sistema Mineiro de Avaliação da
Educação Pública;
SAEB (ANEB e ANRESC/Prova Brasil) em
Minas Gerais - Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Básica (coordenação
SEE/MG em parceria com o Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais “Anísio Teixeira” - INEP do
Ministério de Educação e Cultura – MEC);
26. Avaliações externas realizadas
em Minas Gerais:
ENEM - Exame Nacional do Ensino
Médio do INEP/MEC(divulgação
SEE/MG);
PISA - Programa Internacional de
Avaliação de Alunos, da Organização
para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico – OCDE (divulgação
SEE/MG);
27. Avaliações externas realizadas
em Minas Gerais:
SERCE- Segundo Estudo
Regional Comparativo e Explicativo
(divulgação SEE/MG);
OREALC- Escritório Regional de
Educação para a América Latina e
o Caribe. ( divulgação SEE/MG).
28. Simave
O Sistema Mineiro de Avaliação da Educação
Pública – SIMAVE, criado no ano 2000, hoje
é composto pelos programas:
• Avaliação da Rede Pública de
Educação Básica – PROEB avalia, de
forma censitária, a educação pública do
estado de Minas Gerais.
29. Simave
•Programa de Avaliação da
Aprendizagem Escolar – PAAE
veio para facilitar a auto-avaliação das
escolas, fornecendo subsídios para
fundamentar planos de intervenção
pedagógica.
30. Simave
•Programa de Avaliação do Ciclo
Inicial de Alfabetização -
PROALFA - avaliação censitária ou
universal das crianças que ingressaram
no ensino fundamental de 9 anos em
2004 e que, em 2006, estavam na 3ª
série.
31. Principais críticas...
A ênfase nos resultados, nos produtos em
detrimento do processo;
uma forte tendência à responsabilização, à
culpabilização do professor e da escola pelo
fracasso dos alunos;
ênfase aos mecanismos de incentivos por meio
da bonificação;
Não é orientada pelos indicadores sociais, o
que pode levar à naturalização das
desigualdades.
32. Desafios e possibilidades...
Que considere as variáveis
socioeconômicas, que seja
articulada com outras formas de
avaliação, e seja principalmente
formativa.
33. Uma pausa na prosa...
Quando o ser humano compreende
sua realidade, pode levantar hipóteses
sobre o desafio dessa realidade e
procurar soluções. Assim, pode
transformá-la e seu trabalho pode
criar um mundo próprio, seu eu e suas
circunstâncias...
Paulo Freire
34. A qualidade da educação é “um fenômeno complexo que possui
determinações intraescolares —currículo, formação docente, gestão
escolar, avaliação da aprendizagem, condições de trabalho,
infraestrutura das escolas etc. —e extraescolares —condições de vida da
população, capital econômico, cultural e social das famílias dos alunos,
entorno social da escola, distribuição de renda, violência, entre outros”
(CARTA DE CAMPINAS, 2011, p. 1)
Afinal: o que é qualidade? Por que dizemos que
algo tem mais ou menos qualidade?
Qualidade x qualidades
35. Avaliação e taxas de rendimento: uma relação a ser
problematizada
Como destacado em Moraes e Alavarse (2011), a avaliação do ensino médio
não necessariamente deve seguir o modelo que considera apenas o
desempenho de seus alunos em avaliações externas, mas também, procurar
por outros aspectos, entre os quais se encontram as taxas de rendimento, que
compreendem as taxas de aprovação, reprovação e abandono apuradas ao final
de cada período letivo. Ou as taxas de distorção idade-série e as taxas líquida e
bruta de matrícula.
36. – Quais são os dados e taxas de rendimento de sua escola?
– O que esses dados lhes revelam?
– Como esses dados são discutidos entre os professores?
– Existe, na escola, algum debate sobre eventuais relações entre as
taxas de rendimento e a avaliação da aprendizagem nas disciplinas
ou em algumas das disciplinas?
37. “tanto a avaliação somativa quanto a formativa podem levar a
processos de exclusão e classificação, na dependência das
concepções que norteiem o processo educativo”
(FERNANDES; FREITAS, 2008, p. 21)
38.
39.
40. • Sociedade capitalista: premiar e punir
• a prática da avaliação, como recurso para compreensão do fenômeno
educacional, deve estar salientada na perspectiva de um ensino médio integral
voltado para a construção da autonomia, da cidadania, da solidariedade,
da identidade nacional e da responsabilidade social.
• Em termos educacionais, a avaliação é uma prática social carregada de
valores, extremamente complexa, tanto epistemológica, técnica, ética bem
como politicamente.
41. A necessidade de encarar a avaliação vinculando-a ao desafio da
aprendizagem deriva do esforço de desvinculá-la dos mecanismos de
aprovação ou reprovação e, mais importante, destaca outra finalidade da
avaliação educacional, em que se concentra sua verdadeira dimensão política;
pois, numa escola que se pretenda democrática e inclusiva, as práticas
avaliativas deveriam se pautar por garantir que, no limite, todos aprendam
tudo, ainda mais quando nos reportamos ao ensino fundamental e ao ensino
médio, etapas obrigatórias por força da lei ou por pressões sociais.
•Currículo oculto
43. Avaliação da aprendizagem, Perrenoud (1999)
Inicial: diagnóstica
Intermediário: processual
Final: com função somativa
Avaliação integra o conjunto das atividades curriculares.
Atribuição de juízo
Critérios devem ser discutidos em grupos
44. – Definição(ões) de avaliação da aprendizagem encontrada(s).
– Quais os instrumentos e procedimentos mais utilizados.
– Critérios para atribuição de notas ou conceitos e de aprovação.
– Instâncias e participantes para definição da situação de cada
aluno ao final do ano letivo.
– Outras observações que considere relevantes para a discussão
de avaliação da aprendizagem.
45. Princípios defendidos por Dias Sobrinho (2002):
Formativa
Democrática e participativa
Global e contínua
Integrativa
Processual
Qualitativa
Flexível
Legitimidade
Institucionalizada
46. Referências
BONAMINO, A. C. Tempos de Avaliação Educacional: O SAEB, seus
agentes, referências e tendências. Rio de Janeiro, Quartet, 2002.
DE SORDI, Mara Regina L. Usos e Desusos da Avaliação na
Contemporaneidade. Pro-Posições, vol.9 n º.3 (27). revista Quadrimestral da
Faculdade de Educação-Unicamp.Campinas: SP, 1998.
_____.A avaliação como processo de qualificação. In: Revista Educação.
Ano11, n.131, São Paulo: Editora Segmento, 2008. p.44-45.
ESTEBAN, Maria Tereza (Org.). Avaliação: uma prática em busca de novos
sentidos. 2ª.ed.Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
FREITAS, L.C. (Org.). Avaliação: construindo o campo e a crítica.
Florianópolis: Ed. Insular, 2002.
MILDNER, Telma. Construindo o campo e a crítica: o debate. In:
FREITAS, L.C. (Org.). Avaliação: construindo o campo e a crítica. Florianópolis:
Ed. Insular, 2002.
SOUSA Sandra M. Zákia L. Avaliação da educação básica e gestão de
políticas públicas: uma relação em construção. Anais do XIV Endipe, Porto
Alegre, RS, 2008.
Sites: www.see.mg.gov.br